Estela Sokol | Quadros e Esculturas

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Estela Sokol Quadros e Esculturas


10 de novembro a 8 de dezembro de 2012


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Sem tĂ­tulo (sĂŠrie Quadros), [Untitled (Quadros series)], 2012, PVC sobre tela [PVC stretched on canvas], 120 x 160 cm [47.2 x 63 in]



Mistura e manda O que ainda se pode esperar das cores num mundo que perdeu muito da capacidade de se mostrar, reduzindo-se muitas vezes a uma somatória de produtos e atos que, em sua concatenação, fazem funcionar as sociedades contemporâneas? É possível continuarmos a falar em realidade sensível quando a percepção se vê limitada, em grande parte, ao reconhecimento de acontecimentos sem origem ou destinação? Estela Sokol procura dar uma resposta discreta a esse dilema que ronda as artes visuais há uns bons cinquenta anos – afinal, qual o Matisse depois de Matisse? –, embora alguns artistas contemporâneos venham enfrentando com ousadia essas questões. Em princípio, as escolhas de Estela parecem contrariar a decisão de encontrar um lugar para a cor no espaço da arte atual. Ela se recusa a pintar, a usar tintas para cobrir as superfícies em que trabalha. Seus quadros e esculturas são feitos – no que diz respeito às cores – com materiais industriais, com seus tons assépticos e homogêneos: folhas de PVC e lâminas de acrílico. Estela Sokol se nega a escolher as cores com que irá trabalhar. Limita-se a empregar aquelas que encontra nesses produtos. Ela não mistura pigmentos, não tem paleta e tampouco lança mão de meios (óleo, acrílica, encáustica etc.) que ajudem a alcançar a forma exata de apresentar um verde ou um vermelho. Tampouco há pinceladas em seus trabalhos. Enfim, tudo conspira contra a associação entre cores e subjetividade. Ainda que, ao fim, a artista pro-

cure reverter o caráter dado das cores dos materiais empregados. Em trabalhos anteriores e atuais, Estela já revela certo pudor em lidar com as cores. Em muitos deles, as tintas usadas – em geral fosforescentes – somente se deixavam observar de maneira indireta, por meio de seu reflexo nas paredes ou pelas frestas de formas geométricas. Era como se tivéssemos apenas uma lembrança esmaecida de um vermelho ou de um amarelo, ecos de um mundo em extinção. A presença mais ostensiva dos volumes em que as tintas eram aplicadas apontava a prevalência das formas geométricas sobre os aspectos (as cores) que poderiam reduzir sua presença impositiva, ao contrabalançar a regularidade das esculturas com a intensidade de superfícies que reverteriam, em parte, a presença excessiva dos elementos tridimensionais. No entanto, mesmo em sua fragilidade, as cores refletidas apontavam para uma realidade intensa, forças que recusavam a cristalização em contornos rígidos para deixar aberta a possibilidade de aparições sempre novas. Assim, faz sentido que, à primeira vista, suas obras pareçam oscilar entre uma estética meio construtivista e meio pop. Nos trabalhos de Estela Sokol, o jogo sutil entre formas rigorosas e materiais banais procura chegar a novos modos de aparecimento, a uma experiência que dê conta de uma realidade altamente domesticada, com seus limites e possibilidades. A vontade de ordem do movimento construtivo – presente so-

Sem título (série Quadros), [Untitled (Quadros series)], 2012, spray e PVC sobre tela [spray and PVC stretched on canvas], 120 x 160 cm [47.2 x 63 in]


bretudo nos cubos desta exposição, que remetem explicitamente a obras de Franz Weismann e Willys de Castro – adquire uma realização que introduz novas interrogações no rigor dos sólidos geométricos em que a artista intervém. As áreas recobertas ou construídas com placas de acrílico colorido tornam claro o vínculo estreito – ao menos para a percepção, que é o que conta aqui – entre as formas geométricas, tão impessoais, e os materiais de que são feitas. Longe de apenas completar ou recobrir a área extraída do cubo de mármore branco, as construções de acrílico aparecem como uma realidade à parte. Em vez de buscar introduzir complexidade num sólido geométrico estanque e idêntico a si mesmo – como fizeram admiravelmente Weissmann e Willys –, Estela se preocupa com a obtenção de uma pluralidade que advém dos diferentes modos de aparecimento do mármore e do acrílico. E nesse ponto foi decisiva a sensibilidade da artista para identificar as diferentes dimensões perceptivas que os materiais adquirem, dependendo dos contextos culturais em que surgem e da tradição que se deposita sobre eles. A nobreza do mármore – um adjetivo que dificilmente associaríamos a outros tipos de rocha – deriva certamente do uso que a escultura fez dele, sobretudo em seus desdobramentos acadêmicos. Num ambiente cultural em que a rudeza da matéria se opunha exemplarmente ao caráter incorpóreo da alma, só poderia ser considerado nobre o material que, por seu uso, mal se fazia notar, ao permitir que a forma escultórica sublimasse quase que por completo a sua aparência. Já as chapas de acrílico desde sempre se mostraram como um substituto barato (e vulgar) de materiais mais requintados: vidros, cristais, pedras preciosas. No entanto, se a artista tivesse optado por chapas de acrílico transparente, o resultado não teria a eficácia obtida com as chapas coloridas. E isso não apenas pelo gosto duvidoso das cores dessas chapas industriais, mas também pela menor visibilidade das lâminas transparentes. Não foi por acaso que muitos construtivistas – Naum Gabo, por exemplo – as usaram com frequência: sua transparência revelava plenamente a nitidez de seus projetos. A convivência entre dois materiais tão distintos põe em xeque a relação de complementaridade entre as áreas construídas por eles. O aspecto de mostruário de loja das regiões de acrílico força o mármore a revelar a diversidade de sua constituição, e assim ele se mostra de uma nova maneira no contexto da arte, oscilando entre a aparência de revestimento de pisos e paredes ou de uma singela pia de cozinha. A associação angulosa entre eles torna possível observá-los de um jeito que, no cotidiano, dificilmente ocorreria. E a lâmina de mármore que, na parte superior, tem uma ranhura coberta com pigmento em pó põe em termos quase didáticos a natureza meio violenta da operação que retirou mármore e acrílico de seu repouso e ocultamento. Por outro lado, a aparência mais pop de seus quadros – feitos pela sobreposição de folhas de PVC, ou seja, a partir de procedimentos semelhantes àqueles presentes nas esculturas – adquire aos poucos uma dimensão quase construtiva, à medida que o aspecto industrial e sem sutilezas dos materiais empregados vai sendo revertido pela sobreposição das várias camadas de PVC, que por transparência (ou opacidade) estabelecem superfícies sutis e matizadas, não muito distantes da tradição das velaturas, que foram condição importante para a arte do Renascimento. E aquilo que poderia parecer um paradoxo – a aproximação de duas vertentes estéticas opostas, construtivismo e arte pop – revela acima de tudo a liberdade com que Estela Sokol aborda a história da arte. Porque o que lhe interessa não é a eleição de um ou outro movimento. O que a mobiliza é justamente a compreensão dos

limites históricos de cada um deles e o proveito que se pode tirar dessa compreensão. O fato de a artista usar nesses trabalhos o formato tradicional das pinturas poderia, em princípio, atrapalhar sua tentativa de encontrar um novo estatuto para as cores. Mas Estela quis correr esse risco justamente por serem as pinturas o lugar privilegiado para o uso delas e, assim, também poderiam proporcionar uma percepção diferenciada daquilo que ocorre sobre suas superfícies. E, sem dúvidas, as folhas de PVC dificilmente se deixam confundir com áreas preenchidas com tintas. E isso não apenas por seu aspecto material mais pronunciado. Sua consistência – tanto das folhas opacas quanto das translúcidas – as conduz a uma relação com a luz diferente da que ocorre com as superfícies pintadas. As folhas de PVC têm uma textura meio “pontilhada”, meio rugosa, que faz com que a luz que incide sobre elas seja refletida menos ordenadamente, e isso também contribui para a constatação de que estamos diante de algo distinto da tradição pictórica. E, nas superfícies mais translúcidas, a possibilidade de serem atravessadas pela luz dá às cores uma aparência mais doce, pois não possibilita o seu reflexo imediato. No entanto, é a habilidade da artista para obter diferenciações a partir de elementos tão próximos que lhe dará condições de reverter a aparência banal do material empregado. Nesta exposição, as folhas coloridas de PVC adquirem múltiplas visibilidades. E, se não fosse assim, elas facilmente tenderiam a estabelecer um padrão que as pacificaria, conduzindo-as novamente ao mundo das coisas. Em alguns momentos, Estela cria passagens tonais sutilíssimas, próximas de soluções de grandes pintores modernos, como Morandi ou Volpi. Em outros trabalhos, a sobreposição das películas produz um resultado ambíguo, superfícies furta-cores que praticamente impedem que identifiquemos o que vai pelo plano dos quadros. E há ainda os quadros em que as diferenciações de cor se mostram mais acentuadamente – lembrando as telas de Eduardo Sued da década de 1980 –, o que dá às cores uma alegria difícil de encontrar nas mercadorias de uma loja qualquer. Se o embate com o construtivismo permitiu que Estela Sokol pusesse em questão a solidez de objetos rigorosamente formalizados por meio do contato áspero com materiais cotidianos, meio pop, a sutileza formal dos construtivistas possibilitou que ela conquistasse uma presença insuspeitada para materiais até então envolvidos com a criação de objetos banais, dificilmente capazes de enriquecer nossa percepção do mundo. E, se a artista conscientemente se recusou a realizar seus trabalhos por meios mais tradicionais – a pintura, o emprego de materiais compatíveis entre si, a expressividade dos gestos etc. –, seria enganoso ver em suas decisões preconceito ou maneirismo. O desafio que ela se propôs, sem o qual, acredito, não chegaria aos resultados notáveis a que chegou, se mostrou, ao fim, um elemento decisivo de sua poética. Na conjunção de processos e materiais nobres e banais, o observador pode vislumbrar a possibilidade de experimentar o mundo de uma maneira diferente e enriquecedora, a partir de uma reativação das cores que considera seu estatuto atual, rebaixado e raso, sem se conformar com eles. E por isso a artista precisou ser discreta. Em lugar de lastimar a situação em que vivemos, Estela Sokol preferiu encontrar novas possibilidades de experiência. A realidade que percebemos em seus trabalhos carrega as ambiguidades do mundo em que vivemos. A natureza pode ser ameaça. Mas sua domesticação desmedida pode o quê?

Rodrigo Naves


Sem tĂ­tulo (sĂŠrie Quadros), [Untitled (Quadros series)], 2012, PVC sobre tela [PVC stretched on canvas], 120 x 120 cm [47.2 x 47.2 in]


Sem tĂ­tulo (sĂŠrie Quadros), [Untitled (Quadros series)], 2012, PVC sobre tela [PVC stretched on canvas], 120 x 120 cm [47.2 x 47.2 in]


Double Vision What can still be expected from colors, in a world that has lost much of its capacity to show itself, often being reduced to a sum of products and acts which, in their interlinking, make the contemporary societies function? Is it possible for us to keep talking about a reality that can be sensed, when perception is in large measure limited to the recognition of happenings without origin or destination? Estela Sokol aims to give a discrete response to this dilemma that has been making the rounds of the visual arts for a good fifty years – after all, what is Matisse after Matisse? – even while some contemporary artists have been confronting these questions with boldness. In principle, Estela’s choices seem to contradict the decision to find a place for color in the space of current art. She refuses to paint, to use paints to cover the surfaces on which she works. The colors of her canvases and sculptures are determined solely by the industrial materials they are made of: PVC and acrylic sheets, with their aseptic and homogenous tones. Estela Sokol refuses to choose the colors she will work with. She limits herself to using those that she finds in these products. She does not mix pigments, she does not have a palette nor does she use media (oil, acrylic, and caustic, etc.) that help to reach the exact way to present a hue of green or yellow. Nor are there any brushstrokes in her works. In short, everything works against the association between colors and subjectivity. Even though, ultimately, the artist seeks to revert the given character of the colors of the materials used. In her previous and current works, Estela has already revealed a certain discreetness in working with colors. In many of them, the paints she uses – in general phosphorescent – can only be observed indirectly, through their reflection on the walls or through the openings in the geometric shapes. It is as though we have only a faded memory of a red or yellow, echoes of a world in extinction. The more ostensible presence of volumes on which the paints are applied points to the prevalence of geometric forms over the aspects (the colors) that could reduce their imposing presence, while the regularity of the sculptures is counterbalanced with the intensity of the surfaces that partly revert the excessive presence of the three-dimensional elements. Nevertheless, even in their fragility, the reflected colors point to an intense reality, forces that refuse to be crystallized in rigid outlines, leaving open the possibility of constantly renewed appearances. Thus, it makes sense that, on first sight, her works seem to oscillate between a half-constructivist and half-pop aesthetics. In Estela Sokol’s works, the subtle interplay between rigorous forms and banal materials seeks to attain new modes of appearance, an experiment that would account for a highly domesticated reality, with its limits and possibilities. The constructive movement’s penchant for order – present above all in the cubes of this exhibition, which explicitly refer to the works by Franz Weismann and Willys de Castro – is realized in a way that introduces new questions in the rigor of the geometric solids on which the artist intervenes. The areas covered or constructed with colored acrylic sheets clearly reveal the tight link – at least for the perception, which is what counts here – between the very impersonal geometric shapes and the materials from which they are made. Far from only completing or covering the area extracted from the cube of white marble, the acrylic constructions appear as a separate reality. Instead of seeking to introduce complexity in a sealed-off

geometric solid identical to itself – as admirably done by Weissmann and Willys – Estela is concerned with obtaining a plurality that comes from the different modes through which the marble and acrylic appear. And at this point the artist’s sensibility was decisive to identify the different perceptive dimensions that the materials acquire, depending on the cultural contexts in which they arise and the tradition that has built up around them. The marble’s nobility – an adjective that is rarely associated with other types of stone – certainly derives from its use in sculpture, especially in its academic unfoldings. In a cultural environment where the crudeness of matter is exemplarily opposed to the incorporeal character of the soul, the only material that can be considered noble is that which, by its use, can hardly be noticed, since it allows the sculptural form to almost completely sublimate its appearance. For their part, the acrylic sheets have always been a cheap (and vulgar) substitute for more refined materials: glass, crystals and precious stones. Nevertheless, if the artist had opted for sheets of transparent acrylic, the result would not have been as effective as that obtained with the colored sheets. And this is not only due to the doubtful taste of the colors of these industrial sheets, but also to the lower visibility of the transparent sheets. It was with good reason that many constructivists – Naum Gabo, for example – used them often: their transparence clearly revealed the sharpness of their designs. The use of two such very distinct materials questions the relation of complementarity between the areas constructed by them. The aspect of a store showcase conveyed by the acrylic regions forces the marble to reveal the diversity of its constitution, and it is thus shown in a new way in the context of art, oscillating between the appearance of a floor and wall covering, or a simple kitchen counter. The angular association between them makes it possible to observe them in a way as they would rarely be seen in daily life. And the scratch covered with powdered pigment in the upper part of the marble is nearly didactic in how it evinces the somewhat violent operation that removed the marble and acrylic from their repose and concealment. On the other hand, the pop-artish appearance of her paintings – made with the overlaying of PVC sheets, that is, based on procedures similar to those present in her sculptures – gradually acquires a nearly constructive dimension, insofar as the industrial and entirely straightforward aspect of the materials used is progressively reverted by the superposition of various layers of PVC, which by their transparence (or opacity) establish subtle and variegated surfaces that recall the tradition of glazings in painting, an important element in Renaissance art. And that which could appear as a paradox – the approximation of two opposing aesthetic movements, constructivism and pop art – reveals above all the freedom with which Estela Sokol approaches the history of art. Because what interests her is not a choice of one or another movement; rather, she is driven precisely by the understanding of the historical limits of each of them and the ends to which this understanding can be applied. The fact that the artist uses the traditional format of paintings in these works could, in principle, hinder her attempt to find a new status for the colors. But Estela wanted to take this risk precisely because paintings are the privileged place for their use and, therefore, they can also allow for a differentiated perception on what takes place on their surfaces. And, without a doubt, the PVC sheets can hardly be confused with paint-filled areas. And this


Sem título (série Quadros), [Untitled (Quadros series)], 2012, PVC sobre tela [PVC stretched on canvas], 120 x 180 cm [47.2 x 70.8 in]

is due not only to their more pronounced material aspect. Their consistency – both in the case of the opaque sheets as well as the translucent ones – results in a different relation with light than what takes place on the painted surfaces. The PVC sheets have a somewhat “pointillated,” somewhat wrinkly texture that makes them reflect light in a less orderly way, and this also contributes to our sense that we are looking at something outside the pictorial tradition. Moreover, the fact that light can pass through the more translucent surfaces gives the colors a softer appearance, since the light is not immediately reflected. Nevertheless, it is the artist’s ability to obtain different effects based on very similar elements that allows her to revert the banal appearance of the material used. In this exhibition, the colored PVC sheets acquire multiple visualities. Otherwise, they would easily tend to establish a pattern that would pacify them, bringing them back once again to the world of things. At some moments, Estela creates very subtle tonal passages, near to solutions of great modern painters, such as Morandi or Volpi. In other works, the overlaying of the sheets produces an ambiguous result, surfaces with uncertain colors that practically prevent us from identifying what is going on in the plane of the paintings. And there are furthermore the paintings in which the differentiations of color are more accentuated – recalling the canvases by Eduardo Sued in the 1980s – thus lending the colors a joy that is difficult to find in common store merchandise. If the clashing with constructivism has allowed Estela Sokol to

question the solidity of rigorously formalized objects through the rough contact with everyday and pop-like materials, the formal subtlety of the constructivists has allowed her to achieve an unsuspected presence for materials that were previously involved with the creation of banal objects, hardly able to enrich our perception of the world. And, if the artist has consciously refused to realize her works through more traditional media – painting, the use of mutually compatible materials, the expressivity of gestures, etc. – one would be mistaken to see any preconception or mannerism in her decisions. The challenge that she has posed for herself – without which, I believe, she would never have achieved the notable results she has obtained – has ultimately become a decisive element of her poetics. In the conjunction of noble and banal processes and materials, the observer can glimpse the possibility of experiencing the world in a different and enriching way, based on a reactivation of colors that considers their current, diminished and flat condition, though without being resigned to this. And for this the artist needs to be discreet. Instead of regretting the situation in which we live, Estela Sokol prefers to find new possibilities for experience. The reality we perceive in her works is charged with the ambiguities of the world in which we live. Nature can be a threat. But what can its excessive domestication be?

Rodrigo Naves

translation: John Norman


Sem tĂ­tulo (sĂŠrie Quadros), [Untitled (Quadros series)], 2012, PVC sobre tela [PVC stretched on canvas], 120 x 180 cm [47.2 x 70.8 in]


Sem tĂ­tulo (sĂŠrie Quadros), [Untitled (Quadros series)], 2012, PVC sobre tela [PVC stretched on canvas], 120 x 180 cm [47.2 x 70.8 in]


Sem título (série Esculturas), [Untitled (Esculturas series)], 2012, mármore e acrílico [marble and acrylic glass], 100 x 100 x 100 cm [39.3 x 39.3 x 39.3 in]


Sem título (série Esculturas), [Untitled (Esculturas series)], 2012, mármore e acrílico [marble and acrylic glass], 100 x 100 x 100 cm [39.3 x 39.3 x 39.3 in]



Sem título (série Lastro), [Untitled (Lastro series)], 2012, mármore pintado [painted marble], 70 x 145 x 50 cm [27.5 x 57 x 19.6 in]





Sem título (série Vrai Rouge), [Untitled (Vrai Rouge series)], 2012, mármore e pigmento [marble and pigment], 130 x 190 x 40 cm [51.1 x 74. 8 x 15.7 in]



Das séries A Cor É Que Tem Cor nas Asas da Borboleta e Sem título (série Quadros) [works from the series A Cor É Que Tem Cor nas Asas da Borboleta and Untitled (Quadros series)], 2010-2012, dimensões variáveis [variable dimensions]


Estudo Para Uma Manhã na Neve, 2012 mármore pintado [painted marble] 15 x 19 x 19 cm [5.9 x 7.4 x 7.4 in]

Estudo Para Uma Manhã na Neve, 2010 mármore pintado [painted marble] 12 x 26,5 x 12 cm [4.7 x 10.4 x 4.7 in]

Estudo Para Uma Manhã na Neve, 2010 mármore pintado [painted marble] 18 x 22 x 24,5 cm [7 x 8.6 x 9.6 in]

Estudo Para Uma Manhã na Neve, 2012 mármore pintado [painted marble] 17,5 x 19,5 x 19,5 cm [6.8 x 7.6 x 7.6 in]


Estudo Para para Lastro, 2012 mármore pintado [painted marble] 16,5 x 42 x 12 cm [6.5 x 16.5 x 4.7 in]

Estudo Para Uma Manhã na Neve, 2012 mármore pintado [painted marble] 12 x 26 x 12 cm [4.7 x 10.2 x 4.7 in]

Sem título (série Esculturas) [Untitled (Esculturas series)], 2012 mármore pintado e acrílico [painted marble and acrylic glass] 12,5 x 12,5 x 12,5 cm [4.9 x 4.9 x 4.9 in]

Estudo Para Uma Manhã na Neve, 2012 mármore pintado [painted marble] 18 x 32 x 21 cm [7 x 12.5 x 8.2 in]


Estela Sokol

São Paulo, Brasil [Brazil], 1979 Vive e trabalha em [lives and works in] São Paulo, Brasil [Brazil]

Exposições Individuais [Solo Exhibitions] 2011 •A Morte das Ofélias. Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, Brasil [Brazil] •Secret Forest. Gallery 32, Londres [London], Inglaterra [England] •Licht Konkret. Galerie Wuensch, Linz, Áustria [Austria] 2010 •Clarabóia. Paço das Artes, São Paulo, Brasil [Brazil] •Dawn for Interiours. Galeria Bisagra, Buenos Aires, Argentina 2008 •Sol de Inverno. Palácio das Artes, Fundação Clóvis Salgado, Belo Horizonte, Brasil [Brazil] 2007 •Halo. Galeria Virgílio, São Paulo, Brasil [Brazil] •AZUL (H.X-V²). Funarte, Rio de Janeiro, Brasil [Brazil] 2006 •Meio Dia e Meia. Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo, Brasil [Brazil] 2005 •WXRTD-320. Galeria Virgilio, São Paulo, Brasil [Brazil] 2003 •Lastro. Centro Cultural São Paulo, Brasil [Brazil] •Gravuras. Galeria Professor Vicente Digrado, Faculdade de Belas Artes, São Paulo, Brasil [Brazil]

Exposições Coletivas [Group Exhibitions] 2012 •Percursos Contemporâneos. Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba, São Paulo, Brasil [Brazil] •Múltiplos. Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, Brasil [Brazil] 2011 •III Bienal del Fin del Mundo. Ushuaia, Argentina •16º Bienal de Cerveira. Portugal •Nova Escultura Brasileira. Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil [Brazil] •Mapas Invisíveis. Galeria Vitrine Paulista, Caixa Cultural São Paulo, Brasil [Brazil] •Arte Lusófona. Memorial da América Latina, São Paulo, Brasil [Brazil] •Em Torno da Escultura. Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, Brasil [Brazil] •Outras Perspectivas. Espaço Tex Prima, São Paulo, Brasil [Brazil] 2010 •Light Art Biennalle. Linz, Áustria [Austria] •Silêncio. Zipper Galeria, São Paulo, Brasil [Brazil] •Além do Horizonte. Galeria Amarelo Negro, Rio de Janeiro, Brasil [Brazil] •Anti. Cartel, São Paulo, Brasil [Brazil] •Vistas a Perder de Vista. Galeria Penteado, Campinas, Brasil [Brazil] •Notas do Acervo. Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, Brasil [Brazil] 2009 •De Passagem. Galeria Mendes Wood, São Paulo, Brasil [Brazil] •Graphias. Memorial da América Latina, São Paulo, Brasil [Brazil] •Obra Menor. Ateliê 397, São Paulo, Brasil [Brazil] •Trajetórias em Percurso. Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, Brasil [Brazil] •Nova Arte Nova. Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, Brasil [Brazil] 2008 •Nova Arte Nova. Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil [Brazil] •Depois. Galeria Professor Vicente Digrado, Faculdade de Belas Artes, São Paulo, Brasil [Brazil] •Sete paralelos. Casa do Olhar, Santo André, Brasil [Brazil] 2006 •34° Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto. Casa do Olhar, Paço Municipal de Santo André, Brasil [Brazil] 2005 •BR 2005. Galeria Virgílio, São Paulo, Brasil [Brazil] 2004 •BR 2004. Galeria Virgílio, São Paulo, Brasil [Brazil] •Outro Lugar. Galeria Virgílio, São Paulo, Brasil [Brazil] •Revelação. Museu de Arte Contemporânea de Campinas, Brasil [Brazil] •Programa de Exposições do MARP. Casa da Cultura, Ribeirão Preto, Brasil [Brazil] 2003 •Programa de Exposições. Centro Cultural São Paulo, Brasil [Brazil] •A Gravura Vai Bem, Obrigada! Galeria Virgilio, São Paulo, Brasil [Brazil] 2002 •Desvio. Funarte, São Paulo, Brasil [Brazil] •Refração. SESC Araraquara, Brasil [Brazil] •Ao Todo. Universidade Cidade de São Paulo, Brasil [Brazil] •Entretantos. SESC Pompéia, São Paulo, Brasil [Brazil]

Prêmios [Awards] 2011 •I Concurso Itamaraty de Arte contemporânea. Ministério das Relações Exteriores, Brasília, Brasil [Brazil] 2010 •Mostras de Artistas no Exterior. Programa Brasil Arte Contemporânea, Fundação Bienal de São Paulo, Brasil [Brazil] 2009 •Prêmio [Prize]. Temporada de Projetos Paço das Artes. São Paulo, Brasil [Brazil] 2006 •Prêmio Aquisição [Acquisition Award]. 34° Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, Santo André, Brasil [Brazil] 2005 •Prêmio Projéteis. Funarte, Rio de Janeiro, Brasil [Brazil] 2004 •2o Prêmio Aquisição [2nd Acquisition Award]. Revelação, Museu de Arte Contemporanea de Campinas, Brasil [Brazil]

Residências [Residencies] 2011 •AIRCUBE. Linz, Áustria [Austria] •Bordallo Pinheiro. Caldas de Rainha. Portugal [Portugal]


Vista parcial do ateliê [partial view of the studio]

agradecimentos: Rodrigo Naves, Fabio Cimino, Marcelo Jarosz, Eunice Fischman, Nouveaux, Paulo Sergio Alves e toda a equipe Zipper.

Realização I Accomplished by

Impressão I Printed by

Projeto Gráfico l Graphic Design

Fotos | Photos by Guilherme Gomes Chefe Editorial | Editor-in-Chief Deborah Alves © novembro 2012



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