Revista U 12

Page 1

A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO

www.auniao.com

DO CORVO TAMBÉM VÊ-SE A LUA DÉFICE: GOZO OU INCOMPETÊNCIA? PÁG. 6

edição 34.762 · U 12 · 04 de junho de 2012 · preço capa 1,00 € (iva incluído)


PUBLICIDADE

E-mail: clipraia@gmail.com • Telefone: 295 540 910 • Fax: 295 540 919

Área Clínica Análises Clinicas Anestesiologia Cardiologia Cirurgia Geral

Médicos Laboratório Dr. Adelino Noronha Dr. Pedro Carreiro Dr. Vergílio Schneider Dr. Rui Bettencourt

Cirurgia Vascular

Dr. Fernando Oliveira

Cirurgia Plástica

Dr. António Nunes

Clínica Geral

Medicina Dentária

Dermatologia Endocrinologia

Gastroenterologia

Ginecologia/Obstetícia

Medicina Interna Medicina do Trabalho Nefrologia Neurocirurgia Neurologia Neuropediatria Nutricionismo Otorrinolaringologia Pediatria

Dr. Domingos Cunha Dr.ª Ana Fanha Dr.ª Joana Ribeiro Dr.ª Rita Carvalho Dr. Rui Soares Dr.ª Lurdes Matos Dr.ª Isabel Sousa Dr. José Renato Pereira Dr.ª Paula Neves Drª Paula Bettencourt Drª Helena Lima DrªAna Fonseca Dr. Lúcio Borges Dr. Miguel Santos Dr.ª Cristiane Couto Dr. Eduardo Pacheco Dr. Cidálio Cruz Dr. Rui Mota Dr. Fernando Fagundes Dr.ª Andreia Aguiar Dr. João Martins Dr. Rocha Lourenço Dr.ª Paula Gonçalves

Doenças de Crianças

Dr.ª Patrícia Galo

Pneumologia

Dr. Carlos Pavão

Podologia

Drª Patrícia Gomes

Psicologia

Dr.ª Susana Alves Dr.ª Teresa Vaz Dr.ª Dora Dias

Psiquiatria

Dr.ª Fernanda Rosa

Imagiologia (TAC/ECOGRAFIA/Ressonância Magnética) Neuroradiologia (TAC/Ressonância Magnética)

Dr.ª Ana Ribeiro Dr. Miguel Lima Dr. Jorge Brito Dr.ª Rosa Cruz

Reumatologia

Dr. Luis Mauricio

Terapia da Fala

Dr.ª Ana Nunes Dr.ª Ivania Pires

Urologia

Dr. Fragoso Rebimbas


EDITORIAL / SUMÁRIO

A não medalha TEXTO / Marco de Bettencourt Gomes | director@auniao.com

A autonomia atribuiu uma não medalha. Não é para todos. É um privilégio exclusivo ser indigitado para receber uma não medalha. Há que reconhecer o mérito do criativo responsável por este novo conceito. Doravante receber uma medalha é trivial. Está agora criado um novo paradigma. Uma nova modalidade. Lembra-me quando eu tinha um carro ainda mais velho do que aquele que tenho agora, com mais de 40 anos, que já não precisava de selo para circular, e nas Finanças tive de comprar por 60 cêntimos um selo de isento, um selo a dizer que o carro não precisava de ter selo. Há algumas vantagens em atribuir não medalhas. Não é preciso ter lata nenhuma, basta um papel. Não é preciso morrer nos cemitérios. E uma vez agraciado com a não medalha não há medalha que a valha, já não se pode baixar a fasquia. Isto é verdadeiramente autonomia progressiva. Não se contentar em condecorar o mérito de personalidades e instituições com a medalha mas inovar sempre mais e conceber a não medalha para destacar algo de único. A não medalha irrompe pois na constelação dos excepcionais. Há medalhas que não merecem quem as recebe e para esses a não medalha. A inscrição da não medalha: Ó glória de mandar, ó vã cobiça desta vaidade a quem chamamos infâmia! Glória aos vencedores das medalhas. Honra ao vencido das medalhas.

SUMÁRIO lê, amigo

a prática política e o mundo real

05

empreendedorismo

06

ex-zr200

07

08

escola e transições

15

cinema

sinonímia biogeográfica

oh avô! e eu ia dizer uma coisa dessas

21 23

25

a procissão da penitência

10

viagem sem regresso mas com retorno

26

melhores restaurantes

11

i am a fan of cassette

28

chapati

13

festival de fado amador da praia

31

NA CAPA... ENTREVISTA / pág. 16

Gonçalo Tocha e Didio Pestana chegaram ao Corvo, em 2007, com a ideia de filmar toda a gente, mostrar toda a ilha e a partir daí construirem um filme. A partir de 180 horas de filmagens nasce “É na Terra não é na Lua”, segunda longa-metragem de Gonçalo Tocha, um relato que tem apaixonado público e critica. O realizador fala à “U” de como se enamorou pelo Corvo, um espaço que teme esteja a perder a sua identidade em prol do desenvolvimento padronizado. 04 junho 2012 / 03


REVISÃO

POLÉMICA PROTOCOLAR

AUTONOMIA, CADEIRAS E MEDALHAS “Em dia de celebração dos Açores e da Autonomia, a unidade e a concórdia devem imperar”. Um incidente protocolar, relacionado com o lugar da presidente do PSD/ Açores na sessão solene comemorativa do Dia da Região, realizada a 28 de Maio, originou uma troca de acusações entre o presidente do Governo Regional e a líder regional socialdemocrata. O incidente levou Duarte Freitas, líder parlamentar do PSD/Açores, a deixar o seu lugar vazio na primeira fila para se sentar mais atrás, ao lado de Berta Cabral, num protesto contra o lugar atribuído à líder do maior partido da oposição, mas também por Vasco Cordeiro, deputado regional e candidato do PS/Açores à presidência do executivo, se ter sentado na primeira fila. Os social-democratas consideram que não foi respeitado o Protocolo de Estado e Berta Cabral deu conta da sua insatisfação em declarações públicas no final da cerimónia. Na resposta, o presidente do Governo dos Açores, Carlos César, divulgou um esclarecimento, no qual afirma que “os representantes dos partidos políticos tomaram assento exactamente pela mesma norma protocolar usada na cerimónia do ano passado”, acrescentando que se sentaram “a seguir aos deputados”. Nesta nota divulgada pelo gabinete de comunicação do executivo regional, Carlos César salienta ainda que

Vasco Cordeiro “ficou sentado numa das cadeiras destinadas às dezenas de deputados regionais”. Os argumentos de Carlos César foram contestados num comunicado da Comissão Política Regional do PSD/Açores, salientando que “o Protocolo de Estado em vigor distingue o líder do maior partido da oposição face aos restantes líderes partidários e coloca-o a seguir aos membros do Governo”. O PSD/Açores refere que este protocolo não foi respeitado e acusa o executivo de pretender “dar privilégio indevido a Vasco Cordeiro e diminuir a líder do PSD/Açores”, que é também a candidata do partido à presidência do Governo dos Açores nas eleições regionais previstas para Outubro. “Truque desprestigiante teve a organização da sessão solene, que reservou cadeira sem lugar institucional apropriado para o candidato socialista”, salienta o comunicado, numa referência ao facto de Vasco Cordeiro ter sido colocado na primeira fila. Para o PSD/Açores, “em dia de celebração dos Açores e da Autonomia, a unidade e a concórdia devem imperar”, assegurando que se Berta Cabral vier a ser eleita para a presidência do executivo regional “serão sempre respeitadas todas as precedências do protocolo previstas na lei”.

SESSÃO SOLENE NA POVOAÇÃO

04 junho 2012 / 04


REVISÃO

OUVIDORIA CONTESTA EXCLUSÃO DE CAETANO TOMÁS Por outro lado, a Ouvidoria da Ilha Terceira apresentou um voto de protesto ao presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores pelo facto do nome do Monsenhor Caetano Tomás ter sido retirado da lista de homenageados no Dia da Região. Numa nota assinada pelo ouvidor Abel Vieira, os membros da assembleia plenária da Ouvidoria acusam a Assembleia Legislativa de ter cedido a pressões “ baseadas em meros preconceitos de opinião que se pretendiam resumir a um julgamento sumário sem direito ao contraditório”. O voto de protesto, aprovado por unanimidade, aponta ainda o dedo ao parlamento regional acusando os seus responsáveis de “falta de verticalidade” e de terem praticado uma violação à liberdade de expressão e de opinião ao retirarem o nome do Monsenhor Caetano Tomás depois do mesmo ter sido anunciado publicamente como fazendo parte do conjunto de personalidades a ser agraciadas com as insígnias autonómicas. A Ouvidoria da Ilha Terceira destaca o facto de não ter sido dada qualquer explicação para a retirada do nome, lembrando que a liberdade de expressão é um dos pilares fundamentais da democracia.

“os representantes dos partidos políticos tomaram assento exactamente pela mesma norma protocolar usada na cerimónia do ano passado”

A PRÁTICA POLÍTICA E O MUNDO REAL TEXTO / João Rocha / jrocha@auniao.com

INSÍGNIAS POLÍTICAS

Caetano Tomás dispensa medalhas de cunho político

A não condecoração do Monsenhor Caetano Tomás no Dia dos Açores traduz, na prática, o distanciamento que muitas vezes separa a prática política do mundo real. Sejamos claros: o sacerdote florentino, com mais de seis décadas de relevantes serviços públicos, precisa tanto de uma medalha da Autonomia como um morcego de sol. Por uma questão de justiça, há muito que Caetano Tomás teria sido merecedor de uma insígnia. Mas, infelizmente, a classe política faz-se notar mais num registo onde a justiça e a inteligência nem sempre são palavra e conduta de ordem. Monsenhor Caetano Tomás dispensa, em absoluto, medalhas de cunho político para reconhecer e distinguir o trabalho em prol dos Açores e das suas gentes. O seu mérito e existência não dependem de engenharias democráticas em forma de círculos de compensação. O povo está reconhecido a Caetano Tomás e tudo o resto vale tanto como a pedra da calçada ou o bloco que pretender barrar o pensamento livre e democrático.

04 junho 2012 / 05


OPINIÃO

ESTÃO A GOZAR OU É MESMO INCOMPETÊNCIA? TEXTO / Carmo Rodeia

Portugal volta a estar num beco aparentemente sem saída: as previsões da OCDE apontam para o incumprimento do país no que respeita ao défice e o desemprego vai subir ainda mais. O executivo tinha avisado, num primeiro momento que isso poderia acontecer ainda durante este ano. Mas as previsões, agora, são piores e muito menos optimistas que as de Passos Coelho. E, os números começam a ser verdadeiramente assustadores a cada boletim de estatísticas que é divulgado. A Troika e o Governo estranham este rumo. Como?! Os impostos aumentaram (na generalidade Portugal tem os impostos mais caros dos países da zona euro), as receitas diminuíram, os salários também, tal como os apoios sociais. Menos vendas, mais impostos significa apenas mais desemprego. Onde está a tão apregoada profissão de fé na redução do peso do estado? Sem entrar no “choradinho” do costume, até porque procuro não ser “piegas”, seguindo os conselhos do primeiro-ministro, a verdade é que não poderá haver uma economia saudável se continuarmos a ter os níveis de desemprego que temos e, sobretudo, quando a falta de trabalho é uma evidência, quer para os trabalhadores indiferenciados quer para os quadros especializados. Jovens e menos jovens que são lançados neste precipício têm cada vez mais dificuldade em encontrar o caminho. Aliás, bem comprovado pelos últimos números do INE que revelam que foram poucos os que, tendo ficado sem emprego, conseguiram reerguer-se pela via do empreendedorismo. Falta de capacidade de risco? Talvez, mas quem não tem dinheiro e tem uma família a seu cargo dificilmente arriscará mais. O mito da oportunidade não passa disso mesmo. Acresce que esta forte subida do desemprego e dos seus custos orçamentais pode inevitavelmente comprometer as metas do défice para este ano. E, assim, a situação do país piorará mais. Temos mesmo de arrepiar caminho e a solução passa pelo crescimento. Não nas palavras, mas na acção. Ninguém aguenta mais austeridade!

EMPREENDEDORISMO TEXTO / Tomaz Dentinho

Empreendedorismo tem a ver com a capacidade para construir, gerir e desenvolver actividades inovadoras e com algum risco. Fala-se muito do tema porque o Estado, a Banca, a Universidade e as actuais empresas não dão resposta suficiente à necessidade de desenvolvimento e de emprego. Fala-se também muito de empreendedorismo porque se assume que existe uma capacidade intrínseca nas pessoas que o Estado, a Banca, a Universidade e as Empresas podem estimular para que apareçam empreendedores. Não há dúvida que essa capacidade existe embora só tenha sido reconhecida para o conjunto da humanidade quando o processo de desenvolvimento se generalizou. Até há pouco tempo ainda se pensava que só os judeus e os brancos protes-

tantes eram empreendedores; mesmo agora se pensa que os mediterrâneos, os árabes, os africanos e os latinos não conseguem ser empreendedores e desenvolvidos. O problema não está então na capacidade das pessoas mas sim nas restrições impostas pelo Estado, pela Banca, pela Universidade e pelas Empresas existentes. Com péssima gestão pública, com má selecção de projectos, com muito ensino e investigação sem utilidade e com muita dependência de monopólios e subsídios. Quem quer ser empreendedor para pagar impostos e juros insuportáveis, empregar licenciados que pouco aprenderam a pensar e a fazer ou para enfrentar redes de empresas monopolistas e subsidiadas? Retirem esses entraves e os empreendedores aparecerão. O homem é feito para criar e empreender, mas não é possível acreditar naqueles que restringem a criatividade e o empreendedorismo; certamente querem apenas mais impostos, mais juros, mais alunos passivos e mais subsídios.

04 junho 2012 / 06


FERRAMENTAS

EX-ZR200 TEXTO / Paulo Brasil Pereira

NOVO MODELO DA CASIO

Não é uma moto, nem um super carro, muito menos um avião! Ponham lá os pézinhos na terra com tanta excitação porque é apenas uma máquina fotográfica. O nome apesar de parecer uma máquina super rápida, não é apenas pura coincidência... Este novo modelo EXILIM da Casio, leva menos de um segundo a tirar uma foto. Pois... ah e tal todas fazem isso! Claro que sim...senão era impossível “frizar” o dito momento. Mas esta beldade leva menos de um segundo a tirar a foto, desde que se carrega no ON e a seguir no obturador (0,98 segundos), daí ser a mais rápida máquina fotográfica do seu segmento. As probabilidades de tirar a máquina da bolsa...ligá-la e esperar que ligue...e depois focar...e depois tirar a foto…

e perder por milésimos de segundo o dito frame, com esta máquinazinha... já era. A nova menina da Casio está cheia de truques e modos de fotografia que o tornam “quase” um fotógrafo profissional. Os seus 16mp de definição, um zoom no total de 25X (12,5 Óptico e X2 Digital) e a sua capacidade de fotografar grandes sequências de fotos, e vídeo em HD são algumas das novidades. Já se deparou com o dilema de: epá...eu quero filmar... mas umas fotos também davam jeito... pois, essa menina consegue filmar e fotografar ao mesmo tempo! Porreiro pah. Mais porreiro ainda é ter quatro cores à escolha e custar em Portugal cerca de 249€

GADGETS DA SEMANA LEGENDA \\\ 01// máquina de gelados 42.90€ 02// óculos de sol mp3 54.84€ 03// carregador baterias/ relógio - 145€

02//

01//

03//

CONSULTÓRIOS EM Angra

Praia

Velas

Madalena

295214980

295512025

295412538

292623321

PUBLICIDADE

MARCAMOS CONSULTAS DE OFTALMOLOGIA


CIÊNCIA / OPINIÃO

COMUNICAÇÃO REGULAR COM PROFESSORES É FUNDAMENTAL

ESCOLA E TRANSIÇÕES A transição escolar caracteriza-se por uma mudança que para a criança ou adolescente, representa um salto significativo no seu percurso escolar. Normalmente, a transição escolar corresponde à passagem de um ciclo de estudos para outro. Estas mudanças implicam o conhecimento de novos professores e de novos colegas, maiores exigências de autonomia, novas disciplinas e saberes que terão de ser dominados e, na maior parte das vezes, a apropriação de rotinas em espaços maiores e menos familiares. As transições escolares não devem, em si, ser um motivo de preocupação. Contudo, é importante que educadores e pais estejam alerta, nesta fase. Prevenir deve ser o lema. A passagem de ciclo é cumprida sem dificuldades, pela maior parte dos alunos. Contudo, uma pequena parte pode manifestar alguns problemas. A título de exemplo, é na passagem de ciclos que se costumam registar taxas de absentismo e de abandono escolar mais significativas. Os momentos de transição escolar poderão suscitar maiores cuidados quando a criança ou o adolescente denotam alterações do comportamento que se revelam desadequadas e duradouras no tempo. Problemas de absentismo, comportamento desafiante, ansiedade, por vezes resultante em evitamento do espaço ou do trabalho escolar, ou desmotivação para a aprendizagem podem ser alguns dos problemas despoletados por uma má adaptação a novas exigências académicas ou a uma nova escola. Algumas escolas adoptam já algumas

TEXTO / Equipa do CIPP*

estratégias bastantes úteis para fazer face aos problemas de transição de ciclo. Algumas escolas que funcionam como agrupamento decidem proporcionar aos alunos visitas aos espaços escolares antes das aulas começarem. É também cada vez mais comum serem designadas equipas de professores que possam acompanhar uma turma durante todo ou quase todo o ciclo de estudos que estão a frequentar. Os pais devem, também, desenvolver alguns esforços, nesta fase. Nos casos em que a criança manifesta ansiedade, é importante evitar todas as formas de recusa na ida à escola. Quanto mais a criança evitar a ida à escola, mais ansiosa ficará na próxima vez que se encontrar ao portão, prestes a nela entrar e mais difícil se tornará o regresso à “normalidade”. No caso de filhos mais velhos, já na adolescência, poderá ser importante criar oportunidades para conhecer novos amigos do jovem e para que se percebam os seus interesses e hábitos. Pode ser ainda importante reforçar a firmeza, nomeadamente quanto à distribuição do tempo de lazer e do tempo de estudo em casa. É também fundamental que seja mantida uma comunicação regular com os professores e que as crianças e jovens percebam uniformidade entre os docentes e os pais. Aguardamos os vossos comentários e sugestões para correiodoleitor@cippterceira.com, bem como uma visita a www.cipp-terceira.com. Até à próxima! *Centro de Intervenção Psicológica e Pedagógica

AS MINHAS SARDAS TEXTO / Ethel Feldman*

Fiquei a pensar como seria a tarefa de contar as minhas sardas... Quando era criança, morei num bairro de pescadores, em Fortaleza, onde os miúdos traziam na boca histórias fantásticas. O Vavá tinha a cabeça achatada e explicava que era assim porque a mãe quando grávida tinha caído no chão bem em cima da barriga. Recordo o meu espanto com tal explicação. Se ela tivesse caído de lado, como seria o perfil? 04 junho 2012 / 08


MONTRA / OPINIÃO

MONTRA TÍTULO dignim aut nullamet Trio er of sis Chalklandit doboard Tablets lortis nulla con 47,80€ www.website.com etsy.com

TÍTULO dignim aut nullamet lanMason Jar Drink dit er sis dolortis Dispenser nulla con

58,20€ www.website.com www.potterybarn.com

TÍTULO dignim aut nullamet Hot-pot landit er sis bbq dovaso barbecue lortis nulla con 119,00€ www.website.com www.black-blum.com

TÍTULO dignim aut nullamet lanIce Lamp dit Cream er sis dolortis candeeiro nulla con chão 40,00€ www.website.com www.fredflare.com

Um dia o Pirrita aconselhou-me a lavar a cara com o meu xixi para limpar a cara. A verdade é que sempre tive complexos por ser sardenta. Na adolescência colocava base e as sardas viam-se por baixo - teimosos sinais castanhos que não me largavam. Para as ruivas, o cabelo é da cor da cenoura e faz todo o sentido serem sardentas. Eu que sempre tive o cabelo castanho passava por uma falsa sardenta. Com os anos fui aprendendo a gostar destes pequenos sinais.

im veniendae molorpo No dit, rosto são maissimaximod de cem, no corpo ressund igendis non conessit reperae outras tantas que invento e não encuptatur? contro. Siminte voluptur? Poreium am, quas mi, voluptus, as fossem porrorenis Umas cresceram como se sepra dolut quam, quia derum, mentes de uma nova gente. natibusto illa nonecea cusdamtão alignimporro Outras apagaram-se cansadas que ex etum ut lam lam aut laborias estavam da vida acontecida. pedignimenis exceapele volorro Acordam na minha todasma as dermanatquam aut molesequata dis repuda nhãs. sam resera voleceriae id magnimpos Vivem comigo desde criança. sum sincit quas alitemod et ipsundiNamoram, casam-se e inventam fitium explabo. Ebit fugit, sitiae eicim lhos. dem simus qui aut aut expelit as Nunca as vieicit morrer. et porio. Illautfinal. quatur sa a Talvez naOffictur? hora do juízo lendam Aniatur aut modi cuptat *Escritora

04janeiro junho 2012 21 2012 // 09 09


CIÊNCIA

A PROCISSÃO A ADESÃO POPUDA PENITÊNCIA LAR A ESTE ACTO TEXTO / Duarte Nuno Chaves*

Na origem da Venerável Ordem Terceira da Penitência, esteve o fenómeno de vida consagrada promovida por S. Francisco de Assis, no qual a participação dos leigos passa a ter um papel fundamental no interior da Ordem Franciscana. A vida religiosa é vivida de forma intensa, destacando-se a convivência entre frades e leigos no seio desta ordem religiosa. Homens e mulheres, de todas as idades e estratos sociais, podem assim viver em fraternidade a sua vocação cristã, não ficando obrigados aos votos de obediência, celibato e pobreza. Serão necessários cerca de cento e oitenta anos de implantação franciscana nos Açores para que possamos assistir à fundação das primeiras fraternidades de terceiros no arquipélago. A primeira tomada de hábito de irmãos terceiros acontece em Ponta Delgada no ano de 1624 e um ano mais tarde em Angra. No início do século XVIII, as restantes ilhas açorianas já contavam com uma participação activa do ramo secular franciscano, tendo a ilha do Corvo sido a única excepção. A sua presença faz-se sentir nos Açores ao longo dos últimos 388 anos da nossa História, não só numa lógica evangelizadora e de fixação das populações aos ideais cristãos, mas também no apoio solidário às populações mais carenciadas. Numa região em que as procissões e festas

LITÚRGICO, FICOU DEMONSTRADA PELO ELEVADO NÚMERO DE IMAGENS PROCESSIONAIS QUE COMPUNHAM ESTAS PROCISSÕES, CHEGANDO EM ALGUNS CASOS A ATINGIR MAIS DE VINTE ANDORES populares, tiveram e têm, um importante papel no despertar da fé, os irmãos penitentes foram responsáveis pela organização de grande parte das manifestações religiosas no tempo da Quaresma, sendo de destacar neste contexto a procissão da Penitência ou dos Terceiros, como também é conhecida. A procissão da Penitência saía à rua com uma panóplia de imagens representando os santos franciscanos. Os “santos de vestir” eram decorados e trajados a preceito, não faltando os diversos passos da vida do Patriarca de Assis, como seja o momento da entrega da Regra pelo Papa Inocêncio III, em 1209, ou ainda os patronos da Ordem Terceira, o rei S. Luís de França, a rainha Santa Isabel de Portugal e a sua tia, a princesa Santa Isabel da Hungria, sendo as imagens trajadas como os monarcas que interpretavam, ostentando os seus mantos e coroas de prata. * Centro de História de Além-Mar (duartchaves@uac.pt )

cci cabeleireiros

centro de cor e imagem ✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥✥

PUBLICIDADE

Rua de S. João nº22/24 Angra do Heroísmo 295 215 442 / 91 729 5999

de hidratação Colorações Cortes Alisamentos Rituais para momentos únicos Penteados Maquilhagem Programas especiais Massagem de pedras quentes Consultas de nutrição Extensões de pestanas e pés Depilação com cera descartável Cuidamos de mãos ings Verniz Gel / Gelinho Depilação com linha Pierc


MESA

PrémioS PARA melhores restaurantes TEXTO / Joaquim Neves

O que falta a nós Açorianos para atingirmos a excelência no que à gastronomia diz respeito?

OS 50 MELHORES DO MUNDO

Noma, na Dinamarca, arrecadou o prémio de melhor restaurante do mundo. Servem só um prato por dia para um máximo de 25 pessoas, cozinha tradicional dinamarquesa, elevado a um grau de excelência, pela equipa de 25 pessoas, que justificam este prémio. Cuidadosa escolha de produtos o mais natural possível. Definem o seu segredo no uso de azeite, azeitonas, fois-gras e tomates secos. Outro destaque da última década: o Âmbar, em Hong Kong, de inspiração francesa, onde o Chefe Ekkhart usa ingredientes seleccionados, cozinhados só com técnicas tradicionais, combina novos sabores em apresentações artísticas. Em Portugal, o Chefe Dieter Koschina, vencedor de inúmeros prémios incluindo duas estrelas Michelin e sua equipa no Vila Joya, Algarve, possibilitam a participação até quatro pessoas na cozinha para assistirem às suas criações que elevam o conceito de experimentação à surpresa e ao fascínio gustativo. Um dos meus conceitos preferidos é o Iggy’s. Nome dado pelos amigos a Ignatios Chan, que nada mais queria na vida do que fazer um restaurantezinho. No

04 junho 2012 / 11


MESA

seu primeiro restaurante os convidados ao balcão podiam interagir, conversar ou simplesmente observar enquanto cozinhava. Só com produtos regionais de época. Actualmente, no Hilton Singapura, combina a sua experiência numa mistura de produtos de todo o mundo onde não deixa de demarcar a sua experiência europeia em combinação com a australiana. Se pegarmos nos conceitos anteriores com a afirmação de Thomas Keller, vencedor do prémio carreira atribuído pela S. Pellegrino e chefe do ano pela revista Restaurant, actualmente com “o” restaurante Per Se em Nova Iorque, diz que: “Se reconheceres, obviamente, que não existe a comida perfeita, só a ideia da mesma, então torna-se claro a vontade de alcance de tal meta, somente para fazer as pessoas felizes, é disso que se trata quando se cozinha”. Criam somente dois pratos por dia. O que falta a nós Açorianos para atingirmos a excelência? Pesquisa, estudo, amor à arte, ética e civismo, profundo respeito do que servem, exigência de excelência dos produtos regionais, criatividade e originalidade, e para todos os intervenientes a seguinte atitude: 1. A ética, como princípio básico. 2. A integridade. 3. A responsabilidade. 4. O respeito pelas leis e regulamentos. 5. O respeito pelo direito dos demais cidadãos. 6. O profissionalismo no trabalho. 7. O esforço pela poupança e pelo investimento. 8. O desejo de superação. 9. A pontualidade. Isto só pode ser moldado pela educação e cultura. Nós temos esse potêncial, falta o pôr em prática.

PUBLICIDADE

Waku-Ghin, confit-de truta

Receita

Torta de Morangos

Ingredientes: 3 caixinhas de morango, 1 lata de leite condensado, 2 pacotes de natas, 1 chávena de leite, 2 ovos ( usar somente as gemas), 1/2 kg de chocolate em barra, 2 colheres de manteiga, 2 chávenas de açúcar, 1 travessa. Preparação: Cortar 1 caixa e meia de morangos e colocar no fundo da travessa. Fazer um creme e jogar por cima dos morangos que já estão no fundo da travessa refractário. Deixe o creme esfriar um pouco antes de colocar sobre os morangos. CREME: Colocar em uma panela grossa a manteiga, o leite condensado, a chávena de leite. Antes de começar a ferver, dissolva as gemas do ovo num pouco de leite e coloque na panela. Mexer sem parar até engrossar e se tornar um creme. Por cima do creme coloque uma geleia de morango. GELEIA: Coloque numa panela as 2 chávenas de açúcar e o restante o morango picado e deixar ferver até dar um ponto de geleia. Se ficar meio ralo, acrescente mais uma chávena de açúcar. Por cima da geleia de morango coloque uma camada fina de natas batidas. Por último, derreta a barra de chocolate em banho maria. Assim que derreter por completo desligue o fogo, acrescente a outra lata de creme de leite com o soro e mexa bem. Perceberá que está bom quando a mistura ficar bem preta. Coloque esse chocolate derretido por cima e leve a torta ao frigorífico por pelo menos 3 horas.


PALAVRAS

CHAPATI TEXTO / Milena de Almeida

PUBLICIDADE

Risolino Terceiro de Sá era um vampiro às antigas. Sapatos italianos, camisas de seda chinesa, crucifixo em ouro 18. Recitava Pablo Neruda, cantava em fluente francês, tomava campari sem gelo. Ao que tudo indica, sua última vítima contava setenta e dois anos, doze plásticas, sete dentes postiços. Risolino vinha percebendo há bastante tempo que algo havia desandado. Sentia um medo terrível da morte. Sonhava com acidentes aéreos, tiroteios, batizados. Pela primeira vez, em dez séculos, acordava suado no meio do dia. Era tempo de recomeçar, tentar outra vez, ou qualquer coisa do tipo. E ele enviou logo uma carta ao Vaticano. Pediu dispensa, desfez seus votos, desculpouse com seus superiores. Isolou-se por um longo e obscuro período. Viajou às Índias, pisou na brasa, lavou-se no Ganges. De volta ao Brasil, comprou uma casa na montanha. Criou um centro de purificação e repouso. Tornou-se renomado instrutor de yoga. Cercou-se de atrizes promissoras e jovens empresárias. Guiou-as todas no caminho da iluminação. Da força e da mente. Do corpo e do espírito. E outro dia me telefonou. Após alguma conversa, eu pergunto como ele tem passado, afinal. No que Risolino contesta: “dá p´ra acreditar que eu tenha levado mais de mil anos virar vegetariano?”


CONSUMO/OPINIÃO

QUANDO O VOO É CANCELADO TEXTO / ACRA / Angra do Heroísmo

Se o voo for cancelado, a companhia aérea tem de lhe dar a possibilidade de escolher entre: 1- O reembolso do preço total do bilhete, no prazo de sete dias, e voo gratuito para o ponto de partida, caso já tenha efectuado parte da viagem; 2- Ou transporte alternativo, na primeira

oportunidade possível, para o destino q u e pretendia. O passageiro poderá ainda ter direito a uma compensação, caso o voo não tenha sido cancelado sem pré-aviso e não lhe seja apresentada uma alternativa razoável. Essa compensação é calculada da seguinte forma: - Voo até 1500 km – 250 euros; - Voo intracomunitário com mais de 1500 km ou outros voos até 3500 km – 400 euros; - Todos os outros voos – 600 euros. Não terá direito a esta compensação se o cancelamento for comunicado: - Com duas semanas de antecedência; - Entre duas semanas e sete dias de antecedência, se lhe for dada a alternativa de partir até duas horas antes e chegar ao destino final até quatro horas depois do previsto; - Com menos de sete dias de antecedência, se lhe for dada a alternativa de partir até uma hora antes e chegar ao destino final até duas horas depois. Em caso de litígio, cabe à companhia provar se e quando informou o passageiro do cancelamento. Tem igualmente direito à assistência já prevista para as situações de atraso, ou seja, com alimentação, alojamento, etc.

VIAGENS Ao cerne das coisas V

BRASIL TEXTO / Antonieta Costa *

Ouro Preto, no Brasil, SEMELHANTE a Angra

Não aprovo, como é óbvio, nenhuma forma de colonialismo, nem os actuais (financeiros) nem os do passado, que envolviam a submissão dos povos colonizados aos valores e cultura do conquistador; mas desses resultou, por exemplo, para nós portugueses, poder agora comprovar o fenómeno que é o Brasil. Mais ainda do que para os portugueses em geral, para nós, açorianos, encontrar no Brasil um reflexo deste pequeno mundo açoriano resulta numa enorme surpresa. Distingue-se de facto, de norte a sul, a presença muito marcante de um tipo de arquitectura: a da cidade de Angra. E não falo já daquelas semelhanças encontradas em localidades assinaladas, como Ouro Preto, Olinda, Santa Catarina, etc. Refiro-me, para além desse, a um traço comum, espalhado por todo o lado, resultante de uma coincidência feliz de modos de ser, que talvez tenha sido potenciado pela educação franciscana comum aos dois no início, ou por outro qualquer daqueles aparentes pormenores que se tornam fulcrais ao longo do tempo. Sei que, na actualidade, o Brasil é para mim muito familiar. E não será pelo facto de lá ter ido várias vezes, tanto de passagem como em estadias de uma ou duas semanas. É mais por saber que me encontro “em casa” e que essa semelhança tem uma potencialidade que, embora já estivesse presente nos Açores, centuplicou no Brasil. É como estar a ver um filme do que poderíamos ser, por ambos possuirmos uma natureza prodigiosa que precisa ser respeitada. *Historiadora

04 junho 2012 / 14


OPINIÃO

LÊ, AMIGO TEXTO / Pe. Teodoro Medeiros

O que será a amizade? Coisas diferentes para pessoas diferentes, com certeza: uma realidade de afetos mas que não deve fugir ao senso comum. Não muito. Os amigos são a família que escolhemos. E muitas outras frases haverá. O que provoca a amizade? De que é feita? Como surge? Como se sabe que é verdadeira? Quem é amigo? Quem sabe sê-lo? Há uma só forma de o ser? Todos os nossos amigos têm de ser iguais? Quais são as fases da amizade? As perguntas são fastidiosas mas são sempre interessantes se lhes dermos atenção descomplexada. Os bebés são amigos de quem cuida deles; numa primeira fase, a recompensa que dão é de deixar de chorar e voltar ao sono. Nem sequer esboçam um sorriso, estão muito lá no seu mundo e não sabem sair dele. Uns anos mais tarde, os mesmos bebés vão chamar amigos a todos aqueles que não mexem nos brinquedos deles. Isto é grande avanço porque aí já são capazes de recompensar os contemplados com um abraço e alegria genuína. Na adolescência, é-se bebé ao contrário: o centro do mundo são os amigos e eles valem mais que tudo. É uma fase perigosa, estar descentrado de si mesmo. Mas o adolescente considera-se um idiota que precisa de ser guiado por outros, tantas vezes, idiotas maiores. Que ninguém se ofenda porque tudo isto também passou por cá! Os meus amigos são as pessoas a quem telefono sem carácter de utilidade? Sem dúvida... e muitas vezes são também aqueles de quem perdi o contato mas que estão lá, invisíveis, no baú do coração. Os amigos não reatam: eles continuam a conversa interrompida. Os amigos são para todas as ocasiões. Os amigos são aqueles que te dizem se tens a cara suja. Que acabaste de dizer um disparate.

lavandarias

Ser amigo não é ser bengala: não é ser paternalista, não é “defender” fulano a todo o custo. Contra toda a verdade e consenso. Um amigo não faz favores mas também não está sempre a pedir favores. Não pensa que não precisa de ti se não lhe trazes vantagens. Se queres conhecer os teus amigos, deita-te no canto de uma rua. Gosto muito do filme “Derzu Usala” porque coloca um oficial de exército a tornar-se próximo de um selvagem. Um é alguém com posição, com vida, com cultura e ciência... o outro é um velhote que vive isolado nos montes, sozinho, mas é agradável e pacífico. Às vezes, não é o que se tem em comum que cria laços mas o que é diferente. A amizade deixa saudades e é saudável porque as pessoas não se tornam donas umas das outras. No amor isso acontece muito e é quase sempre fatal. Há pessoas que vivem juntas anos e tudo corre bem até que se casam e desaba tudo: antes viviam livremente e sem pressão mas depois começaram a exigir e a discutir. Começaram a acabar. Demora até se poder dizer que se conhece bem alguém: o maior teste são dois, a distância e a ofensa. Talvez se possa falar das intrigas também: quando não há força para esclarecer e aceitar a sua parte de culpa. Surpreendem, pelo número, as pessoas que crêem que cada história só pode ter uma única versão, a delas próprias. Os amigos não são cura para solidão ou aborrecimento. Não são a desculpa para não ir para casa. Não são coro de admiradores. Não se tira curso para isso. São aqueles que nos ajudam a ser maiores como homem ou mulher. Nem na nossa tecnocracia se dá formação para isso. Dêem-lhes mais algum tempo: a formação académica já substituiu o talento e a paixão em quase todos os setores e níveis da sociedade.

D.A. - Lavandarias Industriais dos Açores, Unipessoal Lda.

ES A 25€

Rua da Palha, 25 • 9700-144 Angra do Heroísmo Telefone: 295 212 544 • Fax: 295 216 424

PUBLICIDADE

RECOLHA GRÁTIS PARA SERVIÇOS SUPERIOR


DESTAQUE

O MUNDO NO CORVO


DESTAQUE

“U”» Como surgiu a ideia de filmar no Corvo? Gonçalo Tocha (GT)» O primeiro impulso foi tentar descobrir um sítio através do cinema ligado aos Açores. As minhas raízes estão cá e quando vim a São Miguel, em 2007, apresentar o meu primeiro filme surgiu a possibilidade de ir ao Corvo já com a perspectiva de fazer um filme de alguém a tentar descobrir a ilha. Nunca lá ter ido fez parte do chamamento, a ideia de ir lá e tentar ver tudo, descobrir tudo e tentar fazer um filme sobre isso. “U”» Como foi o primeiro contacto? Tinham alguma ideia base? GT» Não conhecíamos ninguém, chegámos um bocado vindos do nada com uma câmara e um microfone. Foi uma entrada de rompante mas senti que tinha que ser assim. Como no Corvo as funções estão bem definidas a minha função seria a do homem da câmara. Assumi que estaria sempre a filmar tudo e foi assim que se habituaram a me ver, mas tudo o resto é tempo e ganhar confiança. Havia a vontade enorme de viver uma aventura muito intensa e poderosa no Corvo através de um filme. A única premissa era tentar filmar tudo. Neste tipo de projecto a câmara e eu éramos uma entidade única e eles habituaram-se a ver-me assim, o relacionamento deles é comigo e a câmara deixa de ser uma situação e a densidade do tempo e de voltarmos várias vezes faz com que as coisas se instalem e o que parece natural no filme é o resultado desse investimento. Eu tinha que me apaixonar pelo Corvo e eles também tinham de ter vontade em participar.

PUBLICIDADE

TEXTO / Renato Gonçalves renato@auniao.com FOTOS / José Costa


DESTAQUE

ISOLAMENTO CLICHÉ “U”» As reportagens sobre o Corvo apontam na sua maioria para o “exotismo” do local. Os corvinos quiseram fugir disso? GT» Era o verdadeiro perigo. Estão sempre a levar com o cliché do isolamento, do não haver nada para fazer e estão

se chateiam mas ali não existem lutas, não há brigas violentas. A relação social do Corvo ainda é diferente dos outros locais, tens uma sensação de pertença especial. É um mundo tão complexo e tão claro ao mesmo tempo onde a coisa mais intensa que vais viver ali é que tudo é possível e tudo é relativo na tua concepção do

No Corvo existe um relação social Única

fartos disso, de serem um “case study”. O meu trabalho era de abrir o livro para que tudo pudesse entrar, tanto os clichés como outras coisas, sem fazer julgamentos a priori, era como descobrir o mundo pela primeira vez e o título joga muito com essas concepções. Os mitos as lendas, a visão do exterior fazem parte da história do Corvo e queria integrar isso tudo. “U”» E que realidade encontrou ali? GT» O Corvo está a passar por uma transformação radical e a equiparar-se aos outros locais e foi isso que eu assisti, uma sociedade que se está a desenvolver a um ritmo muito rápido num processo algo confuso mesmo para as pessoas que lá vivem. Os mais velhos adaptam-se muito rapidamente e num sítio tão pequeno adapta-se a tudo. Quem vem de fora é que tem uma perspectiva diferente porque estamos à procura não do Corvo actual mas de uma ilha remota onde possamos ter uma experiência diferente, mas quem lá vive não é isso que lhes interessa mas sim ter uma vida com desenvolvimento grande. Pode-se é questionar esse desenvolvimento, essa tentativa de unificar tudo que vai eliminando as diferenças e é isso que no Corvo se torna mais visível, o facto desse desenvolvimento unitário não fazer sentido porque os sítios são diferentes. Mas vemos gente que vem de fora à procura dessa diferença e acaba integrado na sociedade local. No Corvo quem vem de fora integra-se. Porque viver à parte não resulta devido ao facto de não ser legal viver fora da vila e o sítio acaba por se tornar viciante porque ainda temos uma relação social que te permite conhecer toda a gente, ser uma grande família e as famílias também

mundo. Somos bombardeados com a civilização em si própria, pensamos que vamos para um local “fora do mundo” mas nunca fui tão submerso na civilização como ali, porque está tudo em jogo ali, um pequeno nada é um grande acontecimento, é tudo muito delicado e poderoso, as relações sociais, politicas, de poder. Mas uma coisa muito forte da vida corvina é a maneira frontal, directa com que eles te olham, isso acho único, a hierarquia não existe, toda a gente é tratada por tu. HISTÓRIA CORVINA NA ORALIDADE “U”» Outra questão levantada pelo filme é a falta de memória escrita da própria ilha. GT» É uma pequena tragédia. Quem fez a história do Corvo foram sempre pessoas de fora. A memória local baseia-se na oralidade e os poucos arquivos que existiam, grande parte deles arderam. O que temos são relatos de passagens curtas pela ilha. A visão de fora é a visão do Corvo e no filme essa relação forasteiro – local está sempre presente, tentei

Didio Pestana, companheiro de aventura

04 junho 2012 / 18


ser um habitante do Corvo mas ao mesmo tempo a minha perspectiva é de alguém que não é de lá. “U”» Qual foi a reacção das pessoas do Corvo ao documentário? GT» Foi um momento emocionante, a reunião da ilha à volta de um projecto que eles acompanharam intensivamente mas que nunca souberam qual seria o resultado final. Eles confiaram em nós mas não sabiam exactamente que tipo de filme seria e havia algum receio. É uma coisa muito violenta, uma odisseia um bocado louca tentar fazer um filme sobre uma ilha inteira e isso era uma grande responsabilidade, um trabalho muito delicado em que eu próprio sou o meu censor de forma a não existirem incorrecções nem que ninguém seja prejudicado na sua vida privada. Existem coisas polémicas no filme, como a lixeira, o matadouro, as eleições que isoladas podem ser mal interpretadas mas vendo o documentário todo as pessoas entenderam que fazia parte da sua vida. “U”» E a nível nacional e internacional? GT» No continente o tema chama a atenção, já ouvimos falar do Corvo mas não sabemos o que é e toda a gente ficciona sobre ele e isso cria um grande impacto. No estrangeiro, existem muitas ilhas pequenas e esse factor não é o principal. Aí o que tem chamado mais a atenção é a perspectiva de uma viagem de 3 horas para descobrir um local e para viver qualquer coisa que tem a ver com a humanidade. Tenho muita gente que me diz “nós podíamos ser corvinos” e essa relação do humano é aquilo com que nos podemos identificar. O local onde nascemos é um acaso histórico. “VESTI O BARRETE E VESTI O CORVO” “U”» O barrete tornou-se a imagem de marca do filme. Tem havido encomendas? GT» Tem havido algumas, mas só uma senhora é que os faz, só quando existir mais gente, aí sim, se pode montar um negócio das barretas. Mas atenção, que não quero usurpar um símbolo do Corvo. Eu vesti o barrete, vesti o filme e o Corvo como personagem do documentário mas não quero que esta seja uma imagem de marca minha, é sim um símbolo corvino. “U”» Já voltaste ao Corvo? GT» Voltei lá duas vezes, para mostrar o filme e agora em Março. O Corvo está a mudar e apanho sempre choques, eles não reparam mas estão sempre a acontecer coisas novas e fortes. O que eu não consigo entender nos Açores é a falta de uma união verdadeira das ilhas, sinto cada uma delas a puxarem por si, para alguém de fora isso não faz sentido nenhum porque quem vai perder é toda a Região.

Documentário venceu vários prémios


LOJAS

LEGENDA \\\ 01// moda a preços acessíveis em www.westrags.com 02// “roupa de domingo” em www.boohoo.com 03// estilistas a judam nas compras em www.piperlime.com

01//

03//

02// 04// estilos internacionais em www.forever21.com 05// os famosos à distância de um clique em www. yoox.com 06// tendências para 2012 para ver em www.bluefly. com

04//

05//

06//

Revista U Rua da Rosa, 19 9700-144 Angra do Heroísmo tel. 295 216 222 / fax. 295 214 030 Email u@auniao.com Director Marco Bettencourt Gomes Editora Humberta Augusto Redacção João Rocha, Humberta Augusto, Renato Gonçalves, Sónia Bettencourt Design gráfico Frederica Lourenço Paginação Ildeberto Brito

Colaboradores desta edição Adriana Ávila, Antonieta Costa, Carmo Rodeia, Duarte Chaves, Ethel Feldman, Frederica Lourenço, Joaquim Neves, José Júlio Rocha, José Costa, Margarida Ataíde, Marisa Leonardo, Milena de Almeida, Paulo Brasil Pereira, Rildo Calado, Teodoro Medeiros, Teresa Silva Ribeiro, Timothy Lima, Tomaz Dentinho e Valdeci Purim. Contribuinte nº 512 066 981 nº registo 100438 Assinatura mensal: 9,00€ Preço avulso: 1€ (IVA incluído) Tiragem desta edição 1600 exemplares Média referente ao mês anterior: 1600 exemplares

A UNIÃO PARA SER ASSINANTE, RECORTE E ENVIE ESTA FICHA Nome _____________________________________________________________________________________________ Morada ___________________________________________________________________________________________ Telefone _______________________________________ Contribuinte nº ______________________________ Freguesia ________________________________________________________________________________________ Assinatura: Mensal (9,00€)

Trimestral (27,00€)

Anual antecipada (91,80€)

Forma de pagamento:

Semestral (54,00€)

Anual Final (108,00€)

Transferência Bancária

Cobrador

Cobrança CTT

Local da Distribuição: Morada ___________________________________________________________________________________________ Freguesia ________________________________________________________________________________________ Código Postal ____________________________________________________________________________________ Rua da Rosa, 19 | 9700-171 Angra do Heroísmo | Tel: 295 214 275 | publicidade@auniao.com


CINEMA

A pesca do salmão no Iémen TEXTO / Margarida Ataíde | SNPC

Quem se fixe neste título, tão improvável, irá possivelmente desconfiar do conteúdo do mais recente filme de Lasse Hällstrom. Realizador de obras tão díspares como “Vida de Cão”, “Regras da Casa” e “Shipping News”, ou “Chocolate” e “Juntos ao Luar”, Hällstrom regressa agora aos ecrãs portugueses com uma curiosa combinação de parábola e sátira social, recheada de finíssimo humor. Alfred Jones, um muito britânico perito em pesca de salmão, leva uma vida insípida como funcionário público ao serviço directo do governo britânico e uma vida conjugal não menos desinteressante. Sofrendo de um ligeiro quadro da síndrome de Asperger, não encontra em nada do que faz correspondência com a sua enorme paixão, a que se dedica de corpo e alma. Um dia, porém, é desafiado pela consultora de um xeique multimilionário a juntar-se ao seu mais recente investimento. Partilhando exactamente o mesmo interesse pelo peixe mundialmente apreciado, o chefe muçulmano acalenta o sonho de importar salmão, não pescado mas por pescar, para a sua terra natal, no Iémen. Os dois acabam por entrar em acordo. Num contexto de tensões provocadas pela situação no Afeganistão, o governo britânico rapidamente transforma este acordo num assunto de interesse nacional, capaz de inverter a tendência dos comunicados de imprensa, que passam da gestão de questões delicadas para os índices de sucesso das relações generalizadas Reino Unido/países árabes. Nada nesta vasta descrição retira a simpática e divertida surpresa que é “A Pesca de Salmão no Iémen”. Obviamente assente numa

O filme satiriza a ideia de globalização

ideia delirante, o filme satiriza muito bem o alcance da ideia de globalização e a (in)existência de fronteiras; o poder do dinheiro e a fidelidade aos mais genuínos e benfazejos sonhos. Pelo meio, conduz-nos por entre metáforas, saborosos diálogos e inusitadas sequências, à revelação da muita sabedoria, perseverança e fé necessárias ao cumprimento de um ideal. E por mais mundos e fundos revolvidos, em águas límpidas ou turvas, não deixa de ser levemente refrescante! Cosmopolis Em 2000 Eric M. Parker é um

04 junho 2012 / 21


CINEMA

bilionário de 28 anos que personifica o paradigma do nosso tempo: o poder construído sobre o domínio da informação, a gestão da informação gerida ao nanossegundo, a integridade física e emocional obsessivamente protegida por uma redoma que o mantém intocável. Na vertigem do domínio sobre os mercados, pessoas e todas as coisas, para as quais criou uma noção de equilíbrio, Parker reconhece no entanto o desejo do intangível e a existência de algo que falhou na ambicionada perfeição, que o leva agora a procurar, mais que uma explicação, um sentido. O tempo escapa-selhe e a exposição é inevitável. Eis o filme de David Cronenberg, adaptação do romance de Don DeLillo, de 2003. Uma obra inteligente sobre o mundo contemporâneo oferecida agora a um público vasto e diverso que não a receberá, nove anos passados, com o mesmo impacto e surpresa. Desafio maior o do realizador, compensado parcialmente pela possibilidade de chegar a quem tivesse ignorado o romance, mas obrigando por outro a situá-lo numa época em que parte do que se discute é mais uma constatação do que um olhar visionário. Alterações vividas para muitos na primeira pessoa e um paradigma processado pela mesma informação voraz que é tema do filme: imprensa, comentadores, pensadores ou simples cibernautas. E no entanto, ainda por reflectir na profundidade merecida. “Cosmopolis”, versão cinematográfica, é uma criação simultaneamente lírica e sombria, assente no contraste entre o isolamento virtual do indivíduo e a velocidade do mundo, o devir, que crê

Adaptação do romance de Don DeLillo, de 2003

poder controlar; entre a ambição do perfeito equilíbrio universal e a diversidade, implícita nessa mesma universalidade, que a todo o momento o desafia. É do contraste e do desencontro que nenhuma precisão humana suprime que resulta o inefável desejo do intangível. Um caminho a percorrer com Cronenberg em que, sem hipótese de regresso à página anterior, se arrisca perder o espectador. Pois na forma como no conteúdo a gestão do tempo cinematográfico, entre a densidade de ideias e diálogos, pede equilíbrio preciso.

Criação lírica e sombria, isolamento e velocidade

04 junho 2012 / 22


FOTÓGRAFO

SINONÍMIA BIOGEOGRÁFICA TEXTO / Teresa Silva Ribeiro FOTO / Timothy Lima

A viagem tornase um encargo, o caminho um retrocesso, a rota toma o rumo da rotina e não há retorno nem mudança A estrada da vida nem sempre é reta, alinhada, composta. Depara-se com curvas, sinuosidades, encruzilhadas e labirintos que a desviam, mudam-lhe o sentido, alteram-lhe o trajeto, modificam-lhe o destino, dão-lhe a volta. Muitas vezes obriga a responsabilidades que são um fardo, a deveres que são um frete, a tarefas que são um

ónus, a incumbências que são um transtorno. A viagem torna-se um encargo, o caminho um retrocesso, a rota toma o rumo da rotina e não há retorno nem mudança. Há quem por ela enverede e a atravesse ziguezagueante, arqueado, dobrado. Há quem nela se desloque e siga, sem regresso, a mesma direção, trilhe igual curso, percorra inalterável senda. O alcatrão calcorreado é escuro como breu e o asfalto palmilhado é negro como pez. Mas nela também haverá atalhos por entre meandros, carreiras com outras linhas, novas vias que se aproximam. E então, seja em que latitude, amplitude ou paralelo for, em qualquer meridiano, hemisfério ou pólo, há que pôr de lado o roteiro e seguir o poeta: “Diante de mim havia duas estradas. Eu escolhi a menos percorrida e isso fez toda a diferença.” O itinerário será, então, como aqui se observa, caminhado com segurança, dignidade, seriedade, e o peso que se carrega por entre tanta sinonímia, parecerá, finalmente, o seu antónimo: leve.

04 junho 2012 / 23


PUBLICIDADE

Livraria

SEA

Livraria Obras Católicas

Rua Carreira dos Cavalos, 39 e 41 9700-167 Angra do Heroísmo • Telefone / Fax: 295 214 199

Empresa do ramo de serviços de transportes, pretende admitir para departamento sediado na Praia da Vitória:

TÉCNICO ADMINISTRATIVO (M/F) Perfil Requerido: • Habilitação mínima o 9º ano de escolaridade; • Formação técnica profissional na área administrativa/secretariado e/ou; • Experiência profissional na área administrativa e conta­bilidade mínima de 3 anos; • Bons conhecimentos de informática (domínio das ferra­men­tas Word e Excel); • Domínio da língua inglesa; • Boa capacidade de relacionamento interpessoal; • Elevado nível de responsabilidade e organização; • Disponibilidade imediata. A seleção dos candidatos será feita através de avaliação curricular, prova de aptidões/conhecimentos e entrevista. Oferece-se integração em regime de contrato individual de tra­balho a termo certo e remuneração compatível com a categoria. Candidaturas: As candidaturas deverão ser enviadas até o dia 10 de Junho para o endereço eletrónico – candidaturas.rhacores@gmail. com. Os candida­tos considerados serão contatados no prazo de 5 dias. Junto com a candidatura é necessário anexar: Curriculum Vitae detalhado, com comprovativos dos cursos ou especialidades; certificado de habilitações literárias; bilhete de identidade/cartão de identificação.


OPINIÃO

OH AVÔ! E EU IA DIZER UMA COISA DESSAS??? TEXTO / Pe. José Júlio Rocha

O termo “vocação” difere consideravelmente de si mesmo segundo se trate da sua acepção comum ou teológica. A gíria comum diz que é um determinado jeito, queda, capacidade para um determinado estilo de vida, trabalho ou arte. Por exemplo, ter vocação para a música ou para ser professor. Há quem pense que a vocação para padre se deva reger por esses parâmetros. Há quem diga, por exemplo, que um miúdo que gosta de brincar com santinhos e procissões, de celebrar missinhas ou de andar sempre agarradinho às saias do senhor padre, já tem escrito o seu futuro bem lá no fundo. Nada mais errado. Errado não porque esse miúdo não possa dar um bom padre. Errado, porque isso não tem nada, mesmo nada, a ver com a vocação sacerdotal. Eu ficava assustado, nos meus primeiros anos de seminário, quando via que muitos dos meus colegas já tinha tido hóstias de bolacha feitas pela avó, umas sainhas para ir à missa, faziam procissões com santinhos lá em casa e adoravam as procissões nas suas paróquias, e eu… nada disso. Ficava desastradamente vermelho das primeiras vezes que me vestiram de alva, e atarantado quando minha mãe dizia que eu, com dois anos de seminário, catorze de existência, devia ir para a missa de semana e não para o campo atrás da escola, jogar futebol e ainda por cima dizer palavras feias, que uma vizinha jura ter ouvido da minha garganta supostamente imaculada. Percebi definitivamente a minha vocação aos 19 anos. Nessa fase de crise e perante o silêncio de Deus – que, se calhar, devia gritar-me aos ouvidos o Seu chamamento – o Padre Caetano Tomás, no seu despudorado realismo, contou que decidiu ser padre porque precisavam dele. Desde Cristo aos outros, passando pela Igreja, o certo é que precisavam dele e pronto! Percebi dolorosamente tudo. Que a vocação não era um jeito, nem uma vozinha cá dentro, nem um querer acima de tudo, nem um enlevo de alma ledo e quase cego, nem uma santidade de pau, nem um gosto inaudito pelas liturgias nem pelas confissões. Que não a devia procurar só dentro de mim. Que, definitivamente, a minha vocação se devia centrar no Outro e essa era a sua essência. Julgo que quase todos os meus colegas, mais cedo ou mais tarde, compreenderam essa essência da vocação sacerdotal. Mas escrevo isto pensando em dois em particular, cuja juventude de alma ainda comove e que, a meu ver, são intocáveis na ilha Terceira, não só pela idade, mas também pelo seu percurso de vida, pela forma como se entregaram a Cristo e aos outros, sem dó nem piedade, apenas porque os outros precisavam e numa doação inabalável. Um deles é Padre Lima e acho que não é preciso dizer mais. Escolheu e viveu a bondade como caminho para acolher e anunciar Cristo. Está a celebrar sessenta anos de sacerdócio. Se alguém estava ali, ao nosso lado, era ele, o Avô, o padre “amore”, cuja amizade ainda hoje nos comove. O outro é o Padre Caetano Tomás. Se um dia pudéssemos ter acesso àquelas agendazinhas pequeninas que ele de vez em quando tira da algibeira para rabiscar gatafunhos ilegíveis; se pudéssemos contar quantos nomes foram escritos ao longo de mais que muitos anos; se, juntando tudo isso, baralhando, partindo e voltando a distribuir, nos déssemos conta do bem que ele gratuitamente fez, acho que quereríamos morrer de vergonha perante a nossa inutilidade. Nenhum desses homens merece nenhuma condecoração ou homenagem, até porque nenhum deles, ao longo das suas vidas, nada fez por elas. E quem não faz não merece. Peço desculpa às condecorações. 04 junho 2012 / 25


PARTIDAS

VIAGEM SEM REGRESSO MAS COM RETORNO TEXTO / Valdeci Purim

As partidas só valem quando acrescentam e não dão vontade de voltar atrás. As partidas valem quando nos fazem maiores. E ser maior do que antes, não admite retorno. Para a viagem de que vou falar, não marquei passagens nem fiz malas. E, no entanto, fui tão longe! Tudo o que vi, ficou marcado para sempre e faz parte do que sou. Nas viagens, nem sempre importa o destino, mas a companhia. Nessa, não fui sozinha. Os meus acompanhantes eram de idades variadas, cores diferentes e alguns nem humanos eram: idosas, crianças, porcos, rinocerontes e até um sabugo de milho e uma boneca falantes. Fui ao Sítio do Picapau Amarelo.

Entrei e saí de lá todas as vezes que quis. No Sítio, tomei chá com a D. Sintaxe e a D. Gramática, fiz amizade com S. Jorge e seu cavalo e melhorei minha Matemática com a ajuda de Pedrinho e Narizinho. Aprendi Geografia e a resolver conflitos com D. Benta e a me isolar do mundo numa cozinha, com a Tia Nastácia. Com ela também tive vontade de ser preta. Aprendi sobre casamentos sem amor e a decadência da nobreza com o casamento da Emília e do Marquês de Rabicó. O Visconde de Sabugosa me ensinou a beleza da Ciência e o rinoceronte Quindim me mostrou como uma aparência rude pode esconder uma alma doce. Voei sem receio quando fizemos A Viagem ao Céu, mas quase não consegui dormir, com o coração aos pulos, quando o Sítio foi atacado pelas onças, nas Caçadas de Pedrinho. Aprendi a apreciar a sabedoria das aparentes incongruências da Natureza quando a Emília tentou reformá-la. Não me causou espanto o Rei de Inglaterra enviar um barco cheio de crianças para visitar o anjo de asa quebrada que viveu no Sítio. Muito menos a viagem à Grécia e as conversas com os grandes filósofos, quando fomos à procura da Tia Nastácia nas terras do Minotauro. Todos estes persona-

União Gráfica Angrense Unipessoal Lda. publicidade@auniao.com Rua da Rosa, 19 9700-171 Angra do Heroísmo Telefone: 295 214 275 Fax: 295 214 030

UNIÃO GRÁFICA ANGRENSE, UNIPESSOAL, Rua da Rosa, 19 | Apartado 49 9700-171 ANGRA DO HEROÍSMO Tel. 295 214 275 | Fax 295 214 030 E-mail: auniao@auniao.com www.auniao.com

L.DA

TAXA PAGA

PORTUGAL CONTRATO 200018151

tecidos p a r a cortinas cortinados estores interiores japonesas lâminas verticais r o l o varões calhas acessórios

comprimentos e larguras

Rua da Espera 9700-073 Angra d Telefone / Fax: 2

envelopes • papel de ca carimbos • convites • cas cartazes • flyers • folhe


gens ficaram comigo para sempre e até desconfio que o Saci Pererê mora na minha casa. Através deles, conheci centenas doutros, que me ensinaram tantas outras coisas. Mas o que mais ficou em mim, foi a cabecinha empinada da Emília, sempre questionando, sem medo de errar e tentando sempre. Quem marcou o bilhete para o começo desta viagem foi meu pai, quando me pôs nas mãos o primeiro livro do Sítio do Picapau Amarelo, do Monteiro Lobato. O bilhete era só de ida.

Quem marcou o bilhete para o começo desta viagem foi meu pai, quando me pôs nas mãos o primeiro livro do Sítio do Picapau Amarelo, do Monteiro Lobato Mas o que mais ficou em mim, foi a cabecinha empinada da Emília

GUIA TRANSPORTE

2

FOTOS: JOÃO COSTA

Director: Pe. Manuel

Carlos 2010

GrÁTIS

_____________________________

Morada __________________________________________________________________________________________

___________________________

Data

U. G. A. • Contribuinte nº 512 066 981 • Rua da Palha, 11-17 • Angra do Heroísmo

• Aut. Minist. 2-3-88 • 1 bl. c/ 50x3 ex. • 6-2008

Os bens/serviços foram colocados à disposição do cliente nesta data

hora. de alterações de última porém, a existência

AGUENTA VERDOS

Viatura nº __________ Matrícula ________ – ________ – ________ O Condutor _____________________ Data ______ /______ /______ Local de Carga ______________________________________ Hora ________ h ________ Recebido por ______________________________ Local descarga ______________________________________ Hora ________ h ________ Entregue por _______________________________

O Jornal a União e a União Gráfica AngrenseFAYAL SPORT deseja aos seus leitores e clientesFactos

um

e Figuras

Armando Amaral

Santo Natal eo Melhor 2011

carn al 2 0 av 1 0

0 1 1

Guerrilhas, N.º 34 – Terra-Chã • 9700-685 Angra do Heroísmo Telefone / Fax 295 331 469 • Telmóveis: 969 028 777 / 969 239 333 E-mail: cabral.luis@live.com.pt

JANEIRO

S — T — Q — Q — S — S F D 2

3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16

17 18 19 20 21 22 23

24 31 25 — 26 — 27 — 28 — 29 — 30 —

ABRIL

4 11 18 F — S — 5 12 19 26 — T — 6 13 20 27 — Q — 7 14 21 28 — Q — 8 15 F 29 — S 1 9 16 23 30 — S 2 D 3 10 17 P — —

JULHO

4 11 18 25 — S — 5 12 19 26 — T — 6 13 20 27 — Q — 7 14 21 28 — Q — 8 15 22 29 — S 1 9 16 23 30 — S 2 D 3 10 17 24 31 —

OUTUBRO

COM O PATROCÍNIO:

TOTAL . . . .

, , , , , , , ,

os quais salvaguardaram,

IVA em regime de isenção

. . . . . . . .

pelos seus elementos,

, , , , , , ,

Importância

foram disponibilizadas

P. Unitário

e os Bailinhos de Carnaval

Designação

referentes às Danças

Contribuinte n.º Quant.

S — T — Q — Q — S — S 1 D 2

3 10 17 24 31 4 11 18 25 — F 12 19 26 — 6 13 20 27 — 7 14 21 28 — 8 15 22 29 — 9 16 23 30 —

FEVEREIRO

7 14 S — 8 15 T 1 9 16 Q 2 Q 3 10 17 S 4 11 18 S 5 12 19 D 6 13 20 S — T — Q — Q — S — S — D F S T Q Q S S D

21 28 22 — 23 — 24 — 25 — 26 — 27 —

— — — — — — —

MAIO

9 16 23 30 2 3 10 17 24 31 4 11 18 25 — 5 12 19 26 — 6 13 20 27 — 7 14 21 28 — 8 15 22 29 —

AGOSTO

8 F 1 9 16 2 3 10 17 4 11 18 5 12 19 6 13 20 7 14 21

22 29 23 30 24 31 25 — 26 — 27 — 28 —

— — — — — — —

NOVEMBRO

7 14 21 28 S — 8 15 22 29 T F 9 16 23 30 Q 2 Q 3 10 17 24 — S 4 11 18 25 — S 5 12 19 26 — D 6 13 20 27 —

— — — — — — —

MARÇO

7 14 S — T 1 E 15 9 16 Q 2 Q 3 10 17 S 4 11 18 S 5 12 19 D 6 13 20

21 28 22 29 23 30 24 31 25 — 26 — 27 —

— — — — — — —

JUNHO

6 R 20 27 — S — 7 14 21 28 — T — 8 15 22 29 — Q 1 9 16 F 30 — Q 2 S 3 F 17 24 — — S 4 11 18 25 — — D 5 12 19 26 — —

SETEMBRO

5 12 S — 6 13 T — 7 14 Q — 8 15 Q 1 9 16 S 2 S 3 10 17 D 4 11 18

19 26 — 20 27 — 21 28 — 22 29 — 23 30 — 24 — — 25 — —

DEZEMBRO

5 12 19 26 — S — 6 13 20 27 — T — 7 14 21 28 — Q — Q F F 15 22 29 — 9 16 23 30 — S 2 S 3 10 17 24 31 — D 4 11 18 N — —

Desejamos Boas Festas e um Feliz Ano Novo

Design & Impressão: UNIÃO GRÁFICA ANGRENSE

arta • cartões • facturas • recibos • guias remessa samento • postais • autocolantes • calendários • livros etos • revistas • jornais • boletins • e muito mais . . .

PUBLICIDADE

União Gráfica Angrense

CONTRIBUINTE N.º 999 999 999

Rua da Rosa, 19 • 9700 Angra do Heroísmo Telefone: 295 214 275 • Fax: 295 214 030 Nome __________________________________________________________________________________________

Todas as informações

ança, 44-A do Heroísmo 295 213 302

PARTIDAS


ÓCIOS / OPINIÃO ENTRETENIMENTO / OPINIÃO

“Quando estamos decididos a ver as nações como queremos, não precisamos de sair de casa.”

“Citação e/ou frase aqui.”

Astolphe Custine

CARTOON

F. S. QUESTIONÁRIO

A MAAS FESTAS ÇONARIA INFLUTRADICIOENCIA A NAIS ESTÃO POLÍTICA PORTUEM RISCO? GUESA? SIM SIM NÃO NÃO

ONLINE

AS MAIS VISTAS

Considera terceirense na Índia - SER VOLUNTÁRIO Título Aqui É RENUNCIAR A MUITO DO “NOSSO” CONFORTO

57,78%

42,22%

Eleições para breve - BANCO ALIMENTAR DA TERCEIRA Título Aqui PROCURA NOVO PRESIDENTE

I am a fan of

CASSETTE TEXTO / Frederica Lourenço

Há alguns meses atrás, o termo “cassette tape” foi retirado do Dicionário de Inglês de Oxford. (!!!) E, podendo parecer irónico, a verdade é que desde então a cassette experenciou um

regresso ao mercado, através do aparecimento de editoras independentes, espalhadas por todo o mundo, especializadas no lançamento de êxitos apenas disponíveis neste formato. Eu mesma não vos consigo dizer quantas recordações tenho dos dias em que as cassetes mandavam no mundo da música. A verdade é que todos nós nos lembramos dos dias em que os locutores de rádio anunciavam a sequência de músicas da hora seguinte, levando-nos a colocar a cassete no gravador, e a pressionar o botão “rec”. Ou de quando, de tantas vezes as ouvirmos, a fita enrolava toda no gravador, e utilizávamos as nossas canetas BIC para - com a maior paciência do mundo - recuperarmos aquele objecto tão indispensável à nossa felicidade. É por isso, por todas estas memórias, que apoio o projecto do Kickstarter que tem como objectivo a criação de um filme, dedicado em exclusivo à Cassette: olharam para todas as partes da cultura pop, influenciada pela cassete, incluíndo as culturas hip-hop e B-boy, indie rock, gravações caseiras, etc. Eu já lhes dei o meu apoio. E que tal se o fizessem também? http://www.kickstarter. com/projects/1755583566/ cassette-a-documentary-film-about-the-cassette-tap

04 2012 // 28 28 07 junho maio 2012


CULTURA

ANGRAROCK Apesar do cancelamento da edição deste ano do festival, a 13ª edição do CONCURSO ANGRAROCK, terá lugar a 14, 15 e 16 Junho, pelas 21h30, no Cen-

CONCURSO tro Cultural de Angra do Heroísmo. Os interessados devem inscrever-se até 10 de Junho no site www.angrarock.com As eliminatórias terão

de 14 a 16 JUNHO lugar a 14 e 15 de Junho, sendo que os cinco projectos seleccionados entram na final a realizar sábado, dia 16 e que contará com a presença dos Eyes for the Blind, vencedores da edição do ano passado. Os três primeiros classificados ganham prémios entre os 1.500 e os 500 euros, bem como a possibilidade de gravarem temas num estúdio com qualidade profissional.

JOSÉ NUNO sonha O Instituto Açoriano de Cultura tem patente na sua galeria uma exposição de José Nuno da Câmara Pereira intitulada “Sonhos de uma noite de Verão – Apocalipse Now”. Esta exposição reflecte uma nova série de trabalhos que o artista desenvolveu no final de 2011 e que têm como ponto de partida as qualidades singulares do Artista inconformado, associadas a uma busca constante de novos caminhos e técnicas a que este nos foi habituando. É-nos permitido disfrutar nesta mostra de uma ínfima parte dos resultados artísticos dessa busca incessante e continuada da contemporaneidade, que não se deixa confinar a técnicas ou materiais, não dando tréguas ao seu autor. Esta exposição estará patente ao público até ao próximo dia 15 de Junho e poderá ser visitada de 2ª a 6ª feira das 10h00-12h30 e das 13h3018h30. 04 junho 2012 / 29

As voltas da poluição TEXTO / Marisa Leonardo

Alguma vez se interrogou quais as repercussões da poluição para a sua saúde? Cancro, depressão, problemas respiratórios, rugas…dizemlhe alguma coisa? E a poluição sonora? O ruído constante dos toques dos telemóveis decerto não beneficiarão em muito a saúde auricular, aliás, pode originar um tumor cerebral, segundo o Centro Internacional de investigação do Cancro em Lyon. É essencial reciclar, não desperdiçar água, manter as ruas limpas, mas a poluição, que é muitas das vezes invisível, ataca-nos desde a base da cadeia alimentar. O sol e a chuva são cada vez menos saudáveis e todos os dias “pisam” as nossas terras, donde recolhemos os nossos alimentos, que são também o alicerce dos animais que dali a poucos dias estão transformados em bifes nos nossos pratos. Com a ajuda desses resíduos na nossa corrente sanguínea, com a desflorestação, com o ruído constante dos veículos, dos computadores, dos mp3, o ar condicionado, o bronze do verão, os combustíveis, os detritos de naves espaciais…e tantos outros em pequeníssimas partículas invisíveis a entrar e a sair a cada milésimo de segundo nas nossas vidas, no nosso organismo, por si só já nos tiram anos de vida! E para terminar em Arcoíris: Toca a reciclar! Como “Amante da Sociedade”, deixovos a pensar neste tema com um novo olhar!


CULTURA

BRAIDS TEXTO / Adriana Ávila

BRAIDS são um grupo de art rock que nos chega da terra dos plátanos. Raphaelle Standell-Preston, Katie Lee, Austin Tufts e Taylos Smith, são os elementos integrante deste grupo, que se conhecem desde tenra idade. Apesar de o grupo de Montreal, estar estruturado como um grupo de indie rock, incluindo teclas, guitarra, baixo e bateria, a sua sonoridade em muito faz lembrar o post –rock onde é perceptivel uma fusão muito particular entre todos os instrumentos e as vozes.

NATIVE SPEAKER O seu primeiro álbum, Native Speaker (2011) pela Flemish Eye, é um óptimo exemplo do registo sonoro dos BRAIDS, destaque para “Lammicken, “, I can’t stop it” e “Native Speaker”.

LAJES EM FESTA As Lajes celebram de 5 a 8 de Junho o 10º aniversário da sua elevação à categoria de vila com a realização de uma “Onda Cultural”. O evento terá lugar no jardim público e no salão de festas do Centro de Dia, incluindo uma feira das sopas e doces tradicionais.

PRÉMIO EM ALEMÃO O filme alemão “Die Fremde” venceu o Grande Prémio da primeira edição do Panazorean Film Festival. Uma história que analisa conflitos entre tradições e valores culturais mais recentes, que contrapõe regras tribais a direitos humanos actualmente consagrados, e que apresenta o choque entre os conceitos comunitários de honra e o amor entre membros de uma mesma família. “50 Pesos Argentinos”, curta-metragem de Manuel Bernardo Cabral, foi escolhido pela votação do público como o Melhor Filme Regional.

ACADEMIA forma

PUBLICIDADE

A Academia de Juventude e das Artes da Ilha Terceira promove no início do mês de Junho uma acção de formação em “Como fazer uma curta com o telemóvel” e um workshop de “VJ” a cargo do formador Mauro Moura. A formação sobre curtas tem lugar de 4 a 8 de Junho e o workshop decorre de 11 a 14 de Junho, das 19h00 às 22h00. Inscrições através do site www.cmpv.pt/academia ou por mail academia@cmpv.pt.


OPINIÃO / AGENDA OPINIÃO / AGENDA

SUGAMO SHINKIN BANK JAPAN TEXTO / Rildo Calado

Este “banco arco-íris” foi projectado por Emmanuelle Moureaux www.emmanuelle.jp e encontra-se sediado na cidade de Shimura, no Japão. As doze placas empilhadas, que fazem lembrar o K-line muitas vezes usadas em maquetes, com cores vivas que dominam a fachada exterior, contrastam com as paredes completamente brancas, que encerram o edifício. A impressão que nos passa é de um ambiente fresco, com uma sensação palpável de natureza, que confere uma ilusão de cores que delineiam um dinâmico skyline antes de entrar no azul. Suavemente reflectidas sobre as superfícies brancas, os tons quentes do exterior, referência dos seus trabalhos, proporcionam uma luminosidade difusa, que nos transmite uma sensação de tranquilidade. Durante a noite estas “placas de côr” estão ligeiramente iluminadas; iluminação esta que varia mediante o tempo e a luminosidade.

HEADLINE HERE FADO NA PRAIA Lores aut quidebis dis nitatem et que pel ime nossequam, officae cesecto etum rae organiza, quibus acesto A Câmara Municipal da Praia da Vitória de 8 a quaspiet faccum iligenimi, sam et, quidebitis antia 10 de Junho, o 1º Festival de Fado Amador dos Açores. O evento visa homenagear os fadistas locais e mostrar novos

TITLE HERE 8 a 10 JUNHO

dolorestibus consequate nesta int entus quo valores arte elevada earum àdoluptiatus categoria dedolo Património rem arum volora vita da Humanidade. arum reictissi utatae. O festival decorrerá no Et aborero cone etur, claustro da Academia de cuptatem e que comJuventude das Artes, moluptas quiae et, onde será recriado o veceliqui accusam facculp nário típico de uma casa de fados.

TITLE HERE ACADEMIA DA JUVENTUDE

ariorum vel il es volor simus, core quistib eribus voluptis vendae cum exerum arum quiant. A entradaearum será gratuita num evento que pretende juntar Ehendit, sinto verovitio. Ut est, ut incid quas inullor em palco fadistas e projectos de fado já consolidados, caso estiusa picaboremque nonsed quibearum que est, do espectáculo sobre fado do Coro Pactis ou os Fado Maquiasped eos auditem poreptas doloriti omnimpodrinho, mas também dar a oportunidade a novos fadistas riatemostrarem invellaut expediciis quias mos sam alite quid para a sua qualidade. quas ella Lit et qui debis magnates dolupta erfe viDurante as actuações estarão disponível caldo verde, nho e outros petiscos.

Xeratem quost autemos dipsam ut imagnam, offic totatur? Quiditam alia iducidentia sitias millupis et omnim ex enis as eost eosaper ibeaquo ma del ipis dolor ad eument, con corA Biblioteca Muectatiamdadolorese nicipal Santa pratiant que Cruz daquam Graciovoloacolhe molorro ex ao et sa até vit qui ditessundia 10 de Junho a di unte ella nate primeira MOSTRA nobitatem quis LABJOVEM 2012 na quossimodia quis ilha da Graciosa, delisci psapedi com a presença do beritem ilitregional quis indirector venis consequ eunda Juventude o dignam autda most, presidente Ascum fugition eium sociação Cultural eraturde resMilho. ipsamus Burra eatum etur sapitat A exposição vai iaecaep trabalhos udaerareceber tiaturáreas aditatis nas de noarbitib usante design qui as quitectura, rersperae ex de moda, latis design exerae. Ipicipitium gráfico, ilustração, que et, quatur res banda desenhada e vídeo.

07 maio 2012 / 31 04 junho 2012 / 31



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.