revista U 9

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A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO

www.auniao.com

Flavio Cristovam and The Jamandizen muda-se para October Flight Fajã de Santo Cristo, o milagre do surf PÁG. 26

edição 34.745 · 14 de maio de 2012 · preço capa 1,00 € (iva incluído)


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EDITORIAL / SUMÁRIO

IREI SER ROMÂNTICO! TEXTO / Marco de Bettencourt Gomes | director@auniao.com

Dos anéis ficaram os dedos porque as casas dos ouros não os penhoram. O ordenado já só dá para meio mês. A retoma aponta para 2018 e ninguém leva a mal nem se espanta se for 2023 ou um outro número qualquer. Ficámos a pé sem direitos e andamos tortos. Demos tanto valor ao poder de compra porque de facto sem dinheiro pouco podemos viver. Fizemos a nossa vida depender em exclusivo do capital. Importámos tudo, comprámos de tudo e agora não temos dinheiro nem para comprar nem dinheiro nem tempo. Fizemos das nossas vidas um circo e agora o circo está a arder. Sinto muito. Optámos pela via da Europa e agora a Europa avia-nos. Daqui para a frente vai ser assim. Meter combustível no carro uma vez por mês. Andar mais a pé. Tomar café em casa. Plantar a horta e beber água da fonte. Jantar fora só quando o rei faz anos. Férias de barco para acampar na Caldeira do Santo Cristo com os amigos e levar uma guitarra. Trocar com os vizinhos umas hortaliças por uns peixinhos. Dar explicações em troca de roupa lavada. Usar o mínimo de dinheiro para adquirir bens de consumo. Privilegiar a troca directa de produtos e a prestação de serviços com quem precise daquilo que tenho para oferecer por daquilo de que necessito e me faz falta. Cancelar o telefone e a cabo e só ter internet, para sacar filmes, músicas e livros e falar por skype. Vistas as coisas deste prisma, até que não me parece nada mal. É até bastante romântico. A minha vida já foi assim. Só não me lembro como me convenci que podia ter outra vida e que essa outra vida fosse melhor.

SUMÁRIO 06

relatos do sul

uma lágrima escura cortar nas freguesias porque sim

05 08

lutos e perdas

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quatro estações para guimarães

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pancadaria de criar bicho

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as mãos enrugadas!

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a nuvem I

fajã de santo cristo, o milagre do surf

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ponto tropical embrumado

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ao cerne das coisas II

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ikonika

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ha haretz

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modular system

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NA CAPA... Pág. 16

“The Closing Doors” é o álbum de estreia dos terceirenses October Flight, o culminar de quatro anos de actividade marcados por variados prémios em festivais e concursos de música em Portugal e no estrangeiro. A banda de Flávio Cristóvam, Timothy Lima, João Ornelas, João Mendes e André Gomes apresenta os 12 temas deste álbum em que o sonho é tema dominante num espectáculo “especial” no próximo dia 26 de Maio em Angra do Heroísmo. 14 maio 2012 / 03


REVISÃO

FREGUESIAS PODEM SER EXTINTAS

“ÚLTIMA PALAVRA” SOBRE FREGUESIAS “Só o Parlamento dos Açores é que pode extinguir freguesias, criar freguesias ou modificar a sua área territorial”. A Comissão de Política Geral da Assembleia Legislativa dos Açores entende que “a competência, em concreto”, para criar ou agregar freguesias “cabe só” ao parlamento regional, que deve ter “a última palavra” nesta matéria. “Só o parlamento dos Açores é que pode extinguir freguesias, criar freguesias ou modificar a sua área territorial. Esta é uma competência que a Constituição atribui aos Açores e à Madeira e nesta medida o parlamento dos Açores terá que decidir”, afirmou o social-democrata Pedro Gomes, presidente da Comissão, em declarações aos jornalistas. A Comissão Parlamentar de Política Geral esteve a analisar cerca de 150 pareceres que recebeu de freguesias, municípios e concelhos de ilha. Em relação à questão da competência em concreto para criar ou extinguir freguesias, Pedro Gomes insistiu que “a última palavra cabe à Assembleia Legislativa dos Açores”, salvaguardando, no entanto, que o relatório da comissão ainda não está concluído, mas sublinhou que “é o sentimento comum a todos os partidos”. “O parlamento dos Açores terá que decidir se vai exercer esta competência ou não e quando. Portanto, não é uma lei da República que vai determinar, porque não pode que o parlamento dos Açores deve ou não deve agregar freguesias”, sustentou.

Pedro Gomes adiantou ainda que a comissão “vai cumprir o prazo” que tem “até 20 de Maio para entregar o relatório”, pelo que provavelmente este tema só deverá ser discutido no plenário de Junho. O deputado indicou ainda que “é negativo o sentido geral dos cerca de 150 pareceres, de órgãos de poder ao nível de ilha, freguesia e concelho”, quanto à reforma autárquica na parte da reorganização das freguesias, a sua extinção por agregação com outras. Pedro Gomes lembrou a posição da comissão quando apreciou a proposta de lei da reorganização autárquica, frisando que “a reorganização autárquica e a extinção das freguesias deve ser objecto de uma lei própria de adaptação da lei nacional à realidade dos Açores”. “A solução que está na lei nacional não serve os interesses dos Açores e não acautela a nossa realidade, nem o grande trabalho e esforço que é realizado pelas nossas freguesias, algumas delas ao longo de séculos”, referiu. Além disso, e segundo a comissão, os critérios da lei nacional “devem ser adaptados à realidade insular”, tendo em conta a dimensão e dispersão geo­gráfica do arquipélago dos Açores, reiterando que “é de duvidosa constitucionalidade qualquer norma da lei nacional que possa produzir uma diminuição do financiamento das freguesias dos Açores que não se agreguem”.

CORTES ADAPTADOS À REALIDADE REGIONAL

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REVISÃO

“A nossa escassa população, as dificuldades de comunicação dentro de cada uma das ilhas impõem também soluções diferentes daquelas que são adaptadas para um território contínuo”, acrescentou Pedro Gomes. “NÃO” À CONCENTRAÇÃO DAS FREGUESIAS RURAIS Recentemente o Conselho de Ilha da Terceira manifestou-se, de forma unânime, contra as regras que sustentam a Reforma da Administração Local, considerando-as “desajustadas” e de aplicação ilegal, dada a proximidade com as eleições regionais de Outubro, sufrágio que impede a criação/extinção de freguesias. Este órgão consultivo mostra, todavia, abertura quanto à concentração de freguesias dentro das cidades: “muito embora tenha havido um largo consenso sobre a rejeição dos critérios, da entrada em vigor e da não penalização das nossas autarquias previstas na Lei n.º44/XII, o Conselho de Ilha não deixou de mostrar alguma abertura para a possibilidade de poder admitir pontuais concentrações de freguesias urbanas citadinas”. Situações que, alerta, têm de ser baseados “segundo critérios inequivocamente claros e de benefício para as populações abrangidas”. Ponto assente é a não concentração de freguesias no meio rural, tendo o Conselho rejeitado “de forma inequívoca, qualquer concentração no âmbito das freguesias rurais”.

“A nossa escassa população, as dificuldades de comunicação dentro de cada uma das ilhas impõem também soluções diferentes daquelas que são adaptadas para um território contínuo”

CORTAR NAS FREGUESIAS PORQUE SIM TEXTO / João Rocha / jrocha@auniao.com

JUNTAS EM RISCO

A ESTRATÉGIA PARA OS CORTES NAS FREGUESIAS É NÃO TER… ESTRATÉGIA

Cortar e concentrar freguesias é mais uma das receitas troikianas para que as contas públicas portuguesas possam apresentar uma imagem de credibilidade em prazo a anunciar quando calhar. A medida, na sua génese, era bem mais ambiciosa, pondo em risco a continuação de muitos municípios. Mas, como a nível autárquico a coisa fia mais fino em termos de potenciais danos colaterais políticos, a austeridade, na forma de extinção, parece estar concentrada exclusivamente nas freguesias. A estratégia para os cortes nas freguesias, como em muitas outras áreas, é não ter… estratégia. É cortar porque sim para reduzir despesas e ponto final parágrafo. Resta saber se, mais uma vez, o que aparenta ser barato não resultará numa factura bem mais pesada no final das contas. Há juntas de Freguesia que prestam um trabalho inestimável em termos de apoio social e, com o seu eventual desaparecimento, abre-se a aterradora perspectiva de muita mais gente ficar à míngua. Para a troika trocar a situação por miúdos é melhor ficarmos sentados à espera…

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REVISÃO / OPINIÃO

O fim do “Mercozy” TEXTO / Carmo Rodeia

Os franceses e os gregos escolheram na passada semana um novo rumo. Não por questões ideológicas mas para acentuarem o seu desejo de mudança. François Hollande venceu à tangente, sem carisma nem certezas quanto à exequibilidade das suas medidas, nomeadamente as mais emblemáticas: resolver o problema de 60 mil funcionários públicos e criar mais 150 mil postos de trabalho. Aliás venceu, sem que lhe conhecêssemos uma só ideia sobre o mundo. Na Grécia, a Nova Democracia venceu mas nem obteve 20% dos votos. Os socialistas, que levaram a Grécia à situação de dependência externa, foram relegados para terceira força política. Tanto na Grécia como em França os eleitores escolheram a mudança. Uma mudança que acena com um desanuviamento do fardo que pesa sobre a Europa. É, sem dúvida, a vitória das pessoas sobre a tecnocracia e todos aqueles que, liderando ainda que legitimamente os seus governos, insistem em políticas cegas que ignoram as pessoas. A Europa vive a maior crise de sempre. Corre mesmo o risco de se desmantelar civilizacionalmente, sobretudo se tivermos em conta o crescimento de grupos radicais de extrema-esquerda ou de extrema-direita. E, o que os franceses e os gregos disseram foi que é necessário reformar a Europa e encontrar um outro equilíbrio entre a austeridade e o crescimento. Os alinhamentos futuros da França serão decisivos. Não se espera que o poder sincronizado do eixo franco alemão se desmantele, mas é expectável que Hollande privilegie os contactos com o sul, nomeadamente com a Itália. E isso pode ser bom para os países periféricos, como Portugal. Sempre que o centro da Europa fraquejou, as periferias foram mais fortes. A Europa vingou preservando sempre as suas diferenças. Os construtores do ideal europeu sempre o souberam, mas os actuais líderes tudo têm feito para ignorar esse dado histórico. Sempre que o fazem são penalizados pelos seus concidadãos. Tem sido assim em todos os países. Não é uma questão de concordância ideológica mas “Mercozy c´est fini” e ainda bem! Está na hora de mudar. Oxalá estejamos a tempo. E, já que as questões financeiras são tão importantes, que venham as eurobonds. Seria um sinal positivo para um novo rumo.

RELATOS DO SUL TEXTO / Tomaz Dentinho

Estive no maciço do Morro do Moco, ponto mais alto e mais simbólico de Angola a 2620 metros de altura. Queria ver África de cima e com os pés no chão. Ficámos a duas horas do monte mais alto dos três que para ali estão pois a luz vermelha intensa do pôr-do-sol desaconselhounos de passar do primeiro monte mas possibilitou-nos um jantar de sardinhas assadas importadas de Portugal junto ao Kimbo do sopé. De qualquer forma vimos uma África e temos outras para ver quando por lá voltarmos. África é para ir vendo aos poucos. No dia seguinte apresentámos a Proposta Plano de Acção e Financiamento do Plano Director do Huambo e, na incerteza dos efeitos de qualquer trabalho de planeamento, percorremos as ruas e zonas verdes dessa cidade segura que nos coube tocar. Já de

regresso a Lisboa, fomos à nova centralidade de Luanda - Kilamba, um espaço enorme cheio de prédios novos e vazios, feitos por chineses à escala da China. E já na Pampulha, por correio electrónico, soubemos dos pedidos que nos chegam da Guiné, onde os funcionários públicos deixaram de receber salário, e de Benguela, onde alunos sedentos de aprender querem os cursos que a nossa tacanhez tem dificuldade de lhes levar. Talvez que uma reunião tida hoje em Fátima com gente do Norte possa ultrapassar essa limitação. Curioso foi quando, no fim do jantar do encontro de ciência regional que organizámos no 25 de Abril no Huambo, apresentei um brinde tímido àquela data institucional do meu país. Não correu bem essa memória da fuga sem aviso que deixou um povo com quarenta anos de guerra. Mas os angolanos são gente que entende e mesmo assim bebemos com os cubanos da mesa ao lado. O mundo é falho mas as pessoas perdoam-se quando bebem.

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FERRAMENTAS

3.ª teleGALÁXIA TEXTO / Paulo Brasil Pereira

Comece o Verão em grande com o Samsung Galaxy S3

A Samsung não pára, já no final do mês chega a Portugal o seu novo bebé, a terceira versão do galaxy, o seu top de gama, um concorrente directo do iphone. Este smartphone tem o sistema operativo Android 4.0, e em termos de design a Samsung acredita ter um equipamento à medida do Homem (“design for humans). Mas as novidades não se ficam só pelo OS e pela sua cara lavada. O ecrã Super AMOLED HD de 1280X720 de 4,8 polegadas, é um dos grandes trunfos face à concorrência. Há quem ache exagero, mas na altura de ver um vídeo… ficamos rendidos. Embora o fabricante admita ter um tamanho acima da média, a exigência do seu design faz com que a mão humana o aceite sem

rodeios, até porque a sua espessura de 8.6 mm dá outra “mãozinha”. O corpo desta máquina que até faz chamadas infelizmente é em plástico. Embora grande, não dá pra fazer musculação com ele, são apenas 133 gramas de android. A câmara fotográfica mantém-se a do seu antecessor, nos 8mp, e a câmara frontal permite reconhecimento facial. O processador é estreante, quadcore Exynos com 1gb de ram que, segundo os críticos, não foi a melhor opção, pois a bateria vai ressentir-se um pouco. Preços ainda não há mas não devem fugir muito da casa dos 500€, visto ter como fortes concorrentes o iphone, o novo htc e o nokia PureView 808. O fabricante espera um recorde.

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CIÊNCIA / OPINIÃO

crescer depois de tremer?

Lutos e perdas

TEXTO / Francisco Simões *

A nossa condição de seres humanos obriga a que nos confrontemos, tal como nos veículos automóveis, com um conjunto de equipamentos de série com o qual temos, ao longo da vida, de aprender a lidar, mesmo que não exista um manual de instruções que nos oriente na sua necessária utilização. A capacidade de apropriarmos algo como objecto interior, de estabelecermos com o mesmo relações significativas e de criarmos expectativas sobre o nosso quotidiano e sobre o nosso futuro, está intimamente ligada à condição humana. A obrigatoriedade de nos confrontarmos com cenários em que aquilo que damos como adquirido, que nos estrutura, que nos dá significado, que apropriamos como parte da nossa estrutura identitária, simplesmente, deixa de existir, ou passa a existir de forma diferenciada, constitui o reverso da medalha, como se duas faces da mesma moeda se tratasse. As situações de perda, e os lutos que as mesmas originam, mesmo que nos possamos convencer disso, não são um extra, um “tunning” opcional, que podemos utilizar quando desejamos, mas uma inevitabilidade. O que não significa que seja inevitável que as consigamos, sempre, processar e transformá-las em oportunidades de crescimento interior e de reorganização, de reestruturação e de (necessária) mudança. As situações de perda, que levam à realização dos nossos lutos, podem ser de diversa ordem, estando à cabeça das situações mais desafiantes, e potencialmente desorganizadoras, a morte de pessoas significativas, que se constituís-

sem como autênticos alicerces da nossa estrutura interior. No entanto, várias outras perdas, que não só ligadas à morte, podem originar lutos, bastando para tal que pensemos na forma dolorosa como lidamos com a perda de sonhos, expectativas, animais de estimação ou, até, objectos simbolicamente significativos. Dir-nos-ão, porventura, que falar de luto, enquanto processo de reestruturação da perda, é equivalente a falar de tristeza, a falar de dor, de retrocesso, num processo eminentemente individual. O luto deve ser entendido como um processo difícil, em que a tristeza, o desencanto têm o seu espaço, convivendo, no entanto, com a coragem de percepcionar as alterações vindouras e com a necessidade de reorganização, de reconstrução do mundo presente e futuro. Por vezes, as perdas assumem uma magnitude tal, na forma como nos desafiam e nos fazem questionar, até, aquilo que assumíamos como inquestionável… E que, nessas alturas, um acompanhamento especializado pode ser uma estratégia para lidar melhor com as situações desafiantes de perda e para a transformar num processo de crescimento, que salvaguarde aquilo que somos e que nos proteja de futuras perdas (que, inevitavelmente, irão acontecer). Aguardamos os vossos comentários, sugestões e achegas para o correiodoleitor@cipp-terceira.com, bem como uma visita à nossa casa na Internet em www. cipp-terceira.com. Até à próxima!

Açores, uma matriz patrimonial comum...

velmente numa, que quis o fado que fosse a de São Miguel. Contudo, quanto mais as conheço, e quanto mais me envolvo na sua historiografia, mais provas encontro no património material e imaterial de todas. Se a euforia da descoberta é um dos principais fatores que me move, a desilusão é uma constante: já muito se perdeu, se modificou ou até mesmo se ridicularizou com “emplastros” ditos contemporâneos e comemorados a champanhe. A estas políticas de mau gosto, juntase ainda alguma ignorância num fenómeno que trespassa todas as ilhas. Contudo, artigos como este, para além de outros her-

TEXTO / Sérgio Rezendes

Em boa hora convidado para colaborador da revista U, à qual desejo muitos anos de existência, depareime de imediato com um problema: a dimensão ilha. Adepto de todas, por achar cada uma um prolongamento da anterior, habito inevita-

* Psicólogo | Centro de Intervenção Psicológica e Pedagógica da Terceira

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cúleos esforços, têm exatamente por objetivo alertar e mudar consciências, nem que seja uma, para tentar mudar o rumo de um novo século que se espera “iluminado” no que diz respeito à nossa Identidade Cultural (dentro de uma “homogeneização” europeia) e de permuta do ciclo da vaca pelo do turismo. Será dentro deste espírito que pretendo participar na U: alertando consciências, não para uma ilha, mas para as nove, porque somos um arquipélago e não uma ilha apenas. Como tal, irei tecer considerações pessoais sobre temáticas açorianas, esperando con-

im dit, veniendae molorpo seguir abranger (e simaximod mesmo aprender) igendis non conessit reperae comressund uma realidade que, quer se queicuptatur? Siminte voluptur? Poreium ra, quer não, nos prejudica quando se mi, àvoluptus, andaam, no quas terreno procuraas doporrorenis Patrimópra dolut quam, quia derum, nio: a distância que nos separanatibus(ou os to illa nonecea cusdam preços nas distâncias quealignimporro ainda nos que ex etum ut lam lam aut laborias separam). pedignimenis volorro ma derTendo em conta oexcea pequeno espaço que natquam aut molesequata dis repuda terei disponível, espero de alguma forvoleceriae id magnimpos ma sam vir aresera desenvolver estes objetivos: sum sincit quas alitemod et ipsundiapanhando a essência açoriana, detium explabo. Ebitque fugit, sitiae eicim senvolver temáticas aproximem as dem simus eicit qui aut aut expelit as ilhas culturalmente numa clara fase de et porio. Offictur? Illaut quatur sa a transição cultural e de confederação lendam Aniatur aut modi cuptat europeia.

21 14janeiro maio 2012 2012//09 09


CIÊNCIA

A nuvem I TEXTO / André Silveira

A virtualização da nossa vida não é propriamente uma novidade. A partir do momento em que começou a utilização dos meios de pagamento electrónicos, em 1985, iniciou-se esse processo de desmaterialização, primeiro do dinheiro, mas depois, também, de muitos outros elementos do nosso quotidiano. Pode dizerse que Portugal não é uma referência, em geral, no que diz respeito à penetração de tecnologias na sociedade. No entanto existem, pelo menos, duas honrosas excepções: os telemóveis e o multibanco. De facto, os portugueses aderiram de forma entusiasta ao “dinheiro de plástico”, tornandose numa referência mundial no que diz respeito a utilização desse meio de transacção de dinheiro. E este foi o início da vaporização material de boa parte de tudo aquilo que até então era fisicamente palpável e presente à nossa volta. Esta evolução está à nossa volta em coisas simples mas impõe-se também no que são os relacionamentos empresariais e sociais. O advento das redes sociais tem tido um impacto decisivo neste processo de desligamento físico de processos, sejam eles de

interligação de instituições ou de interacções entre pessoas. Nas organizações, é hoje possível a quase completa virtualização de todos os aspectos de comunicação e fluxo de informação. Por exemplo, uma empresa pode não possuir qualquer infra-estrutura de tecnologias de informação (TIC), não ter um único servidor informático, não existir um único documento físico. Pode até nem possuir qualquer computador, isso se falarmos no que é tipicamente identificado como computador. Necessita apenas de um equipamento para acesso à internet sem capacidade de armazenamento de dados. Toda a plataforma está fora do que são os limites físicos das instalações. Podemos dizer que tudo está na “Nuvem”. Esta nova realidade potencia a aplicação de recursos e esforços naquilo que é a missão e visão da empresa. Deixando a gestão da sua plataforma TIC para empresas especialistas que garantem capacidade de resposta e acabam por permitir que estas acedam a funcionalidades que decerto não lhes estariam disponíveis, caso a opção fosse gerir fisicamente a sua infraestrutura.

ESTE FOI O INÍCIO DA VAPORIZAÇÃO MATERIAL DE BOA PARTE DE TUDO AQUILO QUE ATÉ ENTÃO ERA FISICAMENTE PALPÁVEL

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MESA

Ponto Tropical Em bruma

TEXTO E FOTOS / Joaquim Neves

Chegar a um restaurante de inspiração brasileira. Actores e intervenientes da Vera Cruz, cheira a possibilidade de ambiente à Ellis Regina, Mariza, Milton Djavam. Temperado com Jobim e Chico Buarque, Gilberto e Ca-

Música, luz e prato dão mais ambiente que qualquer decoração

etano. Lembra tempos de outrora, não numa atitude de Vale Tudo, para não cair em desgraça, nem em Roque Santeiro para se ser Bem Amado, claro que apetece andar Sassaricando, mas terminaria, comigo, em Pantanal. Brasil, suspiro, esse Caminho para as Índias, mas aqui a meio caminho da América, não espero encontrar um Clone, num Porto de Milagres, ou profundos Laços de Família com o nosso irmão

Grafiti na entrada

Brasil. Música, luz e prato dão mais am14 maio 2012 / 11


MESA

biente que qualquer decoração. Nesta visita, mais uma Página da

Receita

Vida, sempre guiado pela Senhora do Destino, encontro-me neste Paraiso Tropical, com bruma, televisores e sem arroz com feijão e generosa farofa. Nem importar-me-ia ouvir Cassia Eller ou mesmo Barão Vermelho, sem já sequer pensar em pedir Paulinho, Martinho da Vila ou quiçá alguma peça de Villa Lobos.

Feijão – o melhor do mundo

Duas Caras? Tropical tropical a sobremesa, Passione certa, mousse de chocolate sobre côcada e temperada a gosto com café. Relembra que Viver a Vida tem coices, bons e maus. Se este restaurante é Celebridade, pois pode ser. Com jeitinho brasileiro, é capaz de sair da bruma que nos envolve em tentar ser fatalmente iguais sem querer demonstrar ser diferente, pois poderia ser acreditado cair em atitudes menos discretas, quando, contudo, a diferença é desejada por todos. Pessoalmente gosto muito da gastronomia brasileira. Pessoalmente acredito que quem não conhece, se provar, vai repetir. Pessoalmente quero arroz e feijão com farinha de mandioca. Pessoalmente se pelo menos a empregada se chamasse Gabriela… Nota: Tropical Point – Praia da Vitória, junto à marina.

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Junto ao calçadão

Li num artigo sobre feijão, que aconselho entusiasticamente, o seguinte: “Um dia perguntaram ao intelectual italiano Umberto Eco qual tinha sido para ele o facto mais importante do 2.º milénio. A resposta foi: a introdução do feijão na Europa!” http://lifestyle.publico.pt/dicionario/301241_f-de-feijao por Pedro Carvalho, nutricionista. Feijão salvou a Europa da fome, desnutrição, como a batata quase um milénio mais tarde. O feijão seco, mais nutritivo, é considerado em alguns estômagos intolerável por serem flatulentos e de lenta digestão, nesses casos convém mastigá-los bem (para isso serve termos dentes e saliva), amassá-los ou liquidificá-los. Actualmente muito esquecidos no nosso dia a dia, assim como outras leguminosas secas. Dos tipos de feijão seco, deixe de molho por 12 horas, há quem sugira trocar a água com uma folha de louro, para deixar mais macio e diminuir eventuais gases (mito?). Depois cozinhar só com água sem sal, mesmo nada de extras, basicamente só até o grão ficar macio. Os tempos médios de cozedura, descritos abaixo, para tacho e panela de pressão (p.p.) variam dependendo da qualidade de um tipo de grão. Feijão preto 1 hora (p.p. 30 a 40 minutos) Feijão-frade 1h30 (p.p. 45 minutos) Feijão-manteiga 2 a 3 horas (p.p. 1hora a 1h30) Feijão encarnado 1h30 (p.p. 45 a 60 minutos) Depois, não há limites, combina com quase tudo. Em refogados, ensopados, assados, nunca experimentei grelhados, mas já os comi até como hambúrguer. O que fizer com feijão certamente será o melhor do mundo. Confirme e divirta-se.


PALAVRAS

Amanhã vou. Hoje fico. Ontem cheguei. TEXTO / Joana Goulão Diniz

Vou hoje ficar no lugar em que ontem te encontrei, pois que amanhã, já o sei, partirei sem lágrimas, sem sofrer, sem, finalmente, temer. Sei que ao nosso hoje, vou trazê-lo amanhã, comigo, dando-lhe a sua forma no ontem, mas já contigo, sem estar já só, comigo e para ti, fico hoje sorrindo, sabendo-nos juntos ao auge de nós, no meio do mar. Cheguei, embalada pelo sal, baloiçando-me nas ondas, abundantes e misteriosas, comigo, confidentes e cientes do meu ontem ainda sem ti, certas de um encontro justo, por tão desejado, como a mais pura das vontades, essa intenção provavelmente sublime e em todas as acções presente. Hoje fico. Amanhã vou. Ontem cheguei encontrada, tocada e embravecida Pela troca viciada entre nós, lá mesmo no antes, Mesmo no ontem de nos termos finalmente trocado com os olhares vibrantes, tudo consabido para que amanhã, sem chorar, torne eu ao mar para abraçar, o tempo e o espaço conquistados nos nossos olhos lúcidos e vivos e com as nossas almas num franco e sereno sorriso.

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RETRATO

RECLAMAR EM LIVRO TEXTO / ACRA / Angra do Heroísmo

Todos os fornecedores de bens ou prestadores de serviços que exerçam uma actividade económica de modo habitual e profissional em estabelecimento com carácter fixo ou permanente

q u e t e nham contacto como p ú blico s ã o obrigados a possuir o Livro de Reclamações. Ele está ao seu dispor, use-o sempre que entender que os seus direitos estão a ser postos em causa. Atenção! Ninguém lhe pode recusar o Livro de Reclamações. Se tal acontecer, chame imediatamente uma autoridade (PSP ou GNR). Os estabelecimentos são obrigados a afixar em local visível o letreiro indicativo de que possuem Livro de Reclamações. Nesse cartaz pode ver a entidade para onde a sua reclamação será enviada. Preencha com atenção todos os campos. Seja claro e conciso na sua reclamação. É o profissional que tem o dever de enviar, no prazo de 10 dias úteis, o original da reclamação para a entidade competente, mas guarde consigo o duplicado. Use o Livro de Reclamações com bom senso. Lembre-se que ele serve para reclamar e não para desabafar. Se o vendedor se recusa a vender-lhe um produto pelo preço marcado na etiqueta, tem razão para recorrer ao Livro. Se ele, simplesmente, foi antipático só lhe resta uma solução: mude de loja.

Ao cerne das coisas II

VIAGENS TEXTO / Antonieta Costa *

NOTAS E MEMÓRIAS

As diferenças geográficas e climáticas parecem ser as determinantes principais na caracterização das diversidades culturais. Mas a cultura que se desenvolve em cada uma dessas zonas cria ela própria, ao longo de milénios, simbólicas e imaginários específicos no seu relacionamento com o ambiente físico, que vão enriquecendo e desenvolvendo o seu património imaterial. Foi à procura desse “caldo cultural”, denso e velho, que orientei as minhas viagens principais, talvez devido à demasiada juventude da cultura açoriana, onde “o cerne das coisas” (ou a razão mais profunda) não pode ainda ser encontrado. Delas retirei sempre notas sobre sensações, comoções e memórias que me foram balizando o desenvolvimento ao longo da vida e que agora me proponho partilhar. É utilizando essas notas e memórias que publico esta série de artigos (a convite da Revista “U”), versando temas desde a Rússia do comunismo ao Brasil do colonialismo, desde a Índia (fonte da cultura Europeia) à Irlanda, que com os Açores formam a fronteira Atlântica desse pensamento, passando também para as Américas (Norte e Sul) e Canadá; ou ainda estabelecendo os devidos contrastes com a China. O objectivo é o de evidenciar as vantagens da alternativa das férias culturais, apostando nos ensinamentos que sempre emanam desses povos com mais experiência (ou então, contrastar com aqueles que são mais jovens do que os Açorianos…). Para além de que esta alternativa (de férias sem praia) patenteia o modo como o multiculturalismo pode e deve combater os “demónios” da massificação. Sem desmerecer o pormenor da aventura, como condimento indispensável. * Historiadora 14 maio 2012 / 14


OPINIÃO

HA Haretz TEXTO / Pe. Teodoro Medeiros

Amerika v. 6.0 (O melhor que se pode arranjar) Olha para ti sim, olha o espelho e diz-me o que vês mais um satisfeito cliente à cabeça da fila no sonho americano eu lembro-me de quando estávamos os 2 na avenida falando de revolução e cantando blues hoje em dia é cartas para o editor e fuga aos impostos é o melhor que se pode arranjar Olha à tua volta há médicos em Wall Street afiando os seus bisturis e fazendo negócio enquanto no hospital há contabilistas fazendo de Deus e contando comprimidos eu sei que é uma chatice, o teu programa de saúde não dá o que pensavas que ia dar mas todos hão de morrer um dia e não se pode salvar toda a gente É o que se pode arranjar 4 pontos e cento e cinquenta anos antes os nossos antepassados tornaram-nos todos iguais desde que preparados para pagar bom, talvez não fosse exatamente isso o que eles estavam a pensar a versão 6.0 do american way mas basta construir uma muralha à volta do country club para manter a ralé afastada até acabar a recessão claro que sei que isso não é muito democrático mas é eles ou nós é o melhor que se pode arranjar Sim, apaixonadamente conservadores é o melhor que se pode arranjar enquanto isso, ainda penso ei, bora fazer uma guerra às drogas é o que se pode arranjar não sei o que pensas: eu cá curto essa cena do aquecimento global...

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A terra. É importante em todas as culturas e povos. Será porque, sem chão, todos cairíamos? A terra é essencial para a tradição judaica: é a garantia de Deus e a consagração de uma das realidades mais presentes na Bíblia, a promessa (é aí que se alimenta o espírito humano em busca de Deus). A independência está escrita no ADN de todas as nações: é a necessidade de guardar a terra para si e de lhe poder dar glória. Em Portugal, muitos dos que se intitulam de pensadores negam este facto, na parte da glória. Parece-me mal: os portugueses são tão espertos como os outros e são dedicados. E fazem maravilhas. Basta pensar no sem número de investigadores e cientistas, por um lado, e os homens da cultura e das artes: cá e lá fora, demonstram que os 11 milhões de habitantes não se envergonham. A terra resiste às investidas dos que se empenham em induzir depressões crónicas. Quantos países são maus naquilo mesmo em que somos bons? O pessimismo é o sinal mais eloquente de fraude: não quero dizer só intelectual; quero dizer fraude total. Porque o difícil é falar bem balizado: as afirmações fortes atraem mas, como ideias, têm combustão rápida. São fogo de vista. Li há anos que a criança precisa de se sentar no chão: não se desenvolve sem o apoio maternal do solo; o infante torna-se mais seguro se se sente apoiado em terra firme. Seria metáfora senão fosse tão real: a solidez do que está debaixo de nós imprime a alma de quem somos. A terra resistiu em nós, preventiva, às investidas dos que querem vender razões de desânimo. Os EUA são uma terra de contrastes, o resultado da imigração de europeus inquietos que foram a conquistar. Capazes, hoje, do génio e do abominável. O génio de John Ford, no filme As Vinhas da Ira, quando põe um camponês a arranhar o chão com as mãos e a dizer a terra é nossa, nossa! Ou os manifestos críticos de Steve Earle.


DESTAQUE

O SONHO COMAND A VIDA


Revista U (U)» Nasceram em 2008 como “Flavio Cristovam and The Jamandizen”. O que originou a mudança para “October Flight”? Flávio Cristóvam (FC)» Houve várias razões para a mudança do nome. Já há algum tempo que o nome Jamandizen, que surgiu de uma brincadeira, estava a causar-nos talvez algum impasse no que tocava a pronunciarem-no e escreverem-no correctamente na comunicação social, e o mesmo problema surgia com as pessoas em geral... Houve alterações no som da banda com a saída de um elemento e a entrada de dois novos. Trabalhámos as canções “do zero” para o disco e já só fazia sentido aproveitarmos esta nova aventura do primeiro trabalho, para mudar o nome do projecto. U» A vossa carreira até agora tem sido uma sucessão de prémios. O que representaram essas vitórias no vosso percurso? FC» Tiveram todas sabores especiais, mas são sobretudo estimulantes para que saibamos que estamos num bom caminho e para que tenhamos ainda mais vontade de continuar a trabalhar e dar o nosso melhor cada dia que passa. Nunca fizemos música com o objectivo de ganhar prémios, mas sim com o objectivo de sermos verdadeiros connosco próprios e é sempre muito bom quando alguém reconhece isso.

TEXTO / Renato Gonçalves renato@auniao.com FOTOS / Timothy Lima

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DA

DESTAQUE


DESTAQUE

U» Como funcionam enquanto banda? Vivem todos no continente? Juntam-se regularmente para ensaios, escrita de temas? FC» Temos três membros a viver em Lisboa e dois na ilha Terceira, o que nos leva a ter de funcionar de uma maneira um pouco mais esquematizada do que o normal no que toca a ensaios e concertos.

Canadá” para representar o nosso país e ficámos, claro, lisonjeados com o convite. Correu tudo muito bem em Toronto. Mostrámos a nossa música a muitas pessoas, fizemos contactos muito úteis e acho que não se pode pedir muito mais do que o que conseguimos. New York surgiu com um convite por parte do “Portuguese Circle”, tocámos num

OCTOBER FLIGHT NA CANADIAN MUSIC WEEK

Mas no entanto temos um estúdio em Lisboa e um na Terceira sempre ao nosso dispor, o que nos facilita muita coisa. Geralmente juntamo-nos 1 vez por mês, mas de uma maneira um pouco intensiva, se estamos juntos 1 semana, ensaiamos uma semana todos os dias, por exemplo. Em termos de escrita de temas, geralmente sou eu quem escreve as canções. Gravo a ideia base da música e depois vamos colorindo em grupo e discutindo ideias, até chegarmos todos a um consenso e o mesmo acontece quando a ideia inicial parte de outro. U» Dos palcos onde já passaram algum que tenha deixado saudades especiais. E algum palco que seja “aquele” onde um dia gostariam de actuar? FC» Há vários palcos especiais, um deles vamos voltar em breve, que é o do Centro Cultural de Angra do Heroísmo, outro de que gostámos muito foi a da BCC em Boston. Existem muitos palcos, pelos quais qualquer banda do mundo gostaria de passar, como o O2, o Glastonbury ou o palco de qualquer grande festival, mas isso são sonhos e ninguém chega a palcos desses sem mostrar o seu valor noutros palcos de igual importância mas muito mais pequenos e menos conhecidos. Por isso ainda temos um longo caminho a percorrer e resta-nos apontar para a Lua para conseguirmos alguma coisa na Terra. U» Estiveram recentemente na Slacker Canadian Music Week, o maior evento musical do Canadá, como um das bandas que representou Portugal. Como surgiu a oportunidade e como correu a experiência que incluiu ainda um concerto em Nova Iorque? FC» Todos os anos o CMW tem foco em 2 países do mundo. Este ano o festival teve foco em Portugal e Espanha. Fomos convidados pelo festival e pela “Missão-

clube chamado “Drom” onde fomos muito bem recebidos e foi a cereja no topo do bolo de toda a viagem. U» Como nasceu “The Closing Doors”? Esperam que este seja o vosso “passaporte” para a afirmação no panorama musical a nível nacional? FC» “The Closing Doors” é o somatório de quatro anos de composição, escrita e muito trabalho a amadurecer todas as canções. Estivemos um ano a trabalhar o álbum em estúdio e algumas músicas já tinham cinco anos, como é o caso do nosso primeiro single. Mas tivemos a felicidade de poder tentar espremer todo o “sumo” dos temas e agora sim, estamos contentes com o resultado final. Ainda é muito cedo para saber o que este disco fará ou não na nossa carreira. Uma coisa é certa, trabalhámos muito e estamos de consciência tranquila em relação ao que podíamos ou não ter feito. U» Doze temas, algum fio condutor que os ligue, uma temática recorrente? FC» Sim, o disco é como uma história encadeada por 12 capítulos que se assentam na temática de “sonhar”. A letra do tema “The Closing Doors”, bem como a capa do disco, são bons exemplos disso.

“THE CLOSING DOORS” É O 1.o ÁLBUM DA BANDA

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A

U» Apresentam o álbum oficialmente a 26 de Maio em Angra. Era “obrigatório“ apresentá-lo em “casa” e o que se pode esperar do espectáculo no Centro Cultural? FC» Sentimos que sim, antes de mais gostaríamos de mostrar este trabalho àqueles que nos acompanham desde o início e daí termos optado por mostrá-lo na ilha duas semanas antes da data de saída e apresentações no continente. Do espectáculo podem esperar algo bem diferente do nosso habitual. Acho que amadurecemos um bocado enquanto banda e este espectáculo será a primeira vez em que nos apresentamos com todas estas mudanças, bem como um novo design de palco e luzes que foram trabalhadas em conjunto com o nosso técnico Rui Dias. U» Depois do lançamento o que se segue para os October Flight? FC» Depois do lançamento temos a digressão de concertos de apresentação em teatros/clubes e FNACs de Portugal continental. U» Álbum disponível na internet ou os direitos de autor são para ser preservados? FC» Acho que hoje em dia é impossível preservar o que quer que seja, apelo sim às pessoas que realmente gostam das bandas e que as ouvem, que as apoiem no que puderem, na compra de discos ou aparecendo nos espectáculos. Principalmente as bandas mais pequenas, porque são investimentos muito grandes cada vez que se gravam discos e penso que a maioria das pessoas não tem a mínima noção disso. U» Como surge Flávio Cristovam, o músico? E é esse o “sonho”, poder pôr “músico” na declaração do IRS? FC» Eu fui criado pelo meu pai com “injecções” de Pink Floyd/Dire Straits/Phil Collins entre muitos outros nas veias. Sempre adorei música desde pequeno. Um amigo do meu pai (Peres) tocava guitarra e sempre achei fascinante vê-lo tocar. Quando tinha cerca de 11 anos, um colega meu comprou uma guitarra e fui experimentando a aprender umas coisas, quando ganhei coragem pedi uma aos meus pais e lá o Pai Natal passou. Desde então apaixonei-me ainda mais pela música, mal aprendi meia dúzia de acordes, comecei a tentar escrever as minhas próprias coisas. Em pouco tempo comecei a tentar perceber como funcionavam as gravações e tudo isso e com muitas noites a vasculhar na net sozinho, lá encomendei uma placa de som e um teclado midi. Comecei a gravar tudo por pistas e fui-me aventurando com todos os outros instrumentos também sozinho pela noite dentro... Era um vício, todos os dias os meus pais tinham de vir brigar comigo para me ir deitar porque ficava acordado até às “quinhentas” a fazer música. É sem dúvida o meu sonho, fazer só isto da vida e neste último ano já foi um pouco assim, já pus “músico” na declaração de IRS (risos).

26 DE MAIO CONCERTO DE LANÇAMENTO EM ANGRA


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Revista U Rua da Rosa, 19 9700-144 Angra do Heroísmo tel. 295 216 222 / fax. 295 214 030 Email u@auniao.com Director Marco Bettencourt Gomes Editor João Rocha Redacção Sónia Bettencourt, Humberta Augusto, Renato Gonçalves Design gráfico Frederica Lourenço Paginação Elvino Lourenço, Ildeberto Brito

Colaboradores desta edição Adriana Ávila, André Avelar, André Silveira, Antonieta Costa, ACRA, Carmo Rodeia, Cláudia Ferreira, Eugénia Tomaz, Francisco Simões, Frederica Lourenço, Joana Goulão Diniz, Joaquim Neves, José Júlio Rocha, Marisa Leonardo, Marta Cabral, Paulo Brasil Pereira, Rildo Calado, Sérgio Rezendes, Teodoro Medeiros, Timothy Lima e Tomaz Dentinho Contribuinte nº 512 066 981 nº registo 100438 Assinatura mensal: 9,00€ Preço avulso: 1€ (IVA incluído) Tiragem desta edição 1600 exemplares Média referente ao mês anterior: 1600 exemplares

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FÉ E CULTURA

Quatro Estações PARA Guimarães TEXTO / Eugénia Tomaz | L’Osservatore Romano | SNPC FOTOS / Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura

Berço da Nação portuguesa a cidade de Guimarães tornou-se, neste ano de 2012, o paradigma cultural europeu. A proposta, ratificada pelo Conselho de Ministros da Cultura da União Europeia em Maio de 2009, encerra um grande desafio face ao contexto político, económico e social, de um mundo que se encontra num processo acelerado de globalização. As expectativas são múltiplas, não só pelo investimento efectivo ali depositado mas, também, pela capacidade de resposta pretendida que servirá de modelo a uma Europa em crise de identidade. Os eventos comemorativos decorrem ao longo do ano em torno de dois conceitos estruturais: Tempo e Arte. Nesta base, interligam-se quatro períodos distintos que conjugam o ritmo das Estações do ano com o tempo-vida de cada ser humano: «Tempo de Encontrar (21 de Janeiro a 23 de Março), que corresponde à “idade da infância e do Inverno; o Tempo de Criar (24 de Março a 23 de Junho), que equivale à “idade da juventude, da criação e da primavera da vida”; o Tempo de Sentir (24 de Junho a 22 de Setembro), dirigido “à maturidade e à idade de verão, quando já se sabe quem somos e o que queremos”; por fim, o Tempo de Renascer (23 de Setembro a 21 de Dezembro), que traduz “um momento de refletir, escolher, um encontro entre o passado e o futuro numa idade do Outono”». A ligação dos diferentes períodos é tecida pelo colectivo catalão multimédia «La Fura dels Baus», que conjuga de modo transversal e performativo – teatro, música, dança e artes plásticas. Propõem-se unir o passado e o presente através da linguagem e representação simbólica, «celebrando assim o renascimento da cidade ao reimaginar a sua história». Reinventar a cidade torna-se o primeiro dos grandes objectivos. Sendo o Tempo e a Arte o eixo configurador da capital da cultura faz

TEMPO E ARTE

todo o sentido perspectivá-los numa visão conjunta entre as dinâmicas da cultura e da Fé cristã: está em causa o mundo futuro e ao sentido da História. É o que deixa entrever a densa programação, em parte simultânea, dos cerca de seiscentos eventos a acontecer ao longo do ano. Sendo a cultura o barómetro da evolução científica e tecnológica, ela desenvolve-se com base nos conceitos surgidos dessa mesma evolução. Por isso, toda a programação foi concebida numa dinâmica de Tempo sequencial mas transversalmente unido pela intemporalidade da Arte. Embora o símbolo da capital europeia seja um coração de forma esti-

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FÉ E CULTURA

lizada contudo, é na representação do «Homem Universal», de Leonardo da Vinci, que podemos visualizar essa plenitude intra-histórica, numa pretendida escatologia secularizada e imanente à própria história. É sobre este pano de fundo que decorrerão os eventos da capital da cultura 2012. Vemos nisto uma concretização dos desafios propostos pela UNESCO na Conferência Mundial, realizada em Portugal em 2006, sobre as Artes no Ensino: trata-se da «ideia de que haja uma chamada de atenção mundial para a importância da educação artística enquanto arma para o pleno desenvolvimento do indivíduo, o combate à exclusão e à pobreza e o entendimento entre os povos. (…) deverá ser definida uma espécie de road map sobre a educação artística, que funcione como directiva para os governos e linha de orientação para as próprias organizações e profissionais que trabalham nesta área». A cidade de Guimarães assumiu este encargo cultural de pôr as directrizes em acto. Não tendo a cultura um progresso infinito (como se pretende mostrar com a «reinvenção» do real alcançado através da arte e da estética), não pode absolutizar-se como um fim em si mesma. É neste contexto que a cultura da Fé é chamada a intervir propondo a abertura ao sentido da História através da conversão do simbólico para o real. Na obra Introdução ao Espírito da Liturgia Joseph Ratzinger põe em evidência aquilo que está em questionamento na cidade europeia da cultura: «Todo o tempo é tempo de Deus. «A Arte não pode ser “produzida”, como se tratasse de encomendar e produzir aparelhos técnicos. Ela é sempre um dom. Não se pode conceber inspiração, ela deve ser recebida – gratuitamente. Uma inovação na arte não se alcança nem com dinheiro nem através de

REIMAGINAR A CIDADE

comissões. Ela pressupõe, sobretudo, o dom do olhar novo. Por isso, deveríamos fazer o maior esforço possível para alcançar uma Fé que fosse contempladora. Onde ela existe também a arte encontrará a expressão certa» (Joseph Ratzinger, op. cit.) Estão aqui delineadas as propostas da cultura da Fé que põe em evidência um certo contraste com a programação para Guimarães 2012. Contudo, sendo a última fase da programação dedicada ao «Tempo de Renascer» com abertura e espaço aos momentos de reflexão e de encontro entre passado e futuro, a Igreja deve aprofundar conjuntamente formas de construir pontes que conduzam à verdadeira Redenção do Tempo e da Arte.

A NOSSA SOCIEDADE PRECISA DOS ARTISTAS

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FOTÓGRAFO

Uma lágrima escura TEXTO / Cláudia Ferreira FOTO / Marta Cabral

A tristeza perdura até a luz não resplandecer Quando a dor nos atinge, sentimos necessidade de nos fecharmos no nosso manto negro, acabando por temer o mundo. No nosso íntimo, surge a vontade de procurar um olhar esperançoso que consiga derrotar todas as mágoas que nos sufocam. Desejamos também, um sorriso sincero que rebente as correntes profundas que dilaceram os nossos sentimentos, tornando-os vulneráveis como castelos de areia. Fechados num cenário assustador e mordaz, onde o sol foi roubado e o sorriso escondido, percebemos que

estamos perdidos e sem rumo a seguir, porque a chama que se extinguiu era o nosso guia nesta estrada da vida. Perante esta realidade assombrosa, sentimos precisão de pintar telas coloridas no nosso coração, coragem para criar o nosso próprio caminho e desenhar o sorriso mais perfeito do mundo, aquele sorriso que é capaz de nos iluminar e guiar numa estrada errante. Toda a fotografia que é escura tem a vantagem de ter na realidade uma paisagem colorida e um personagem com vida, capaz de transformar a sua existência num eterno arco-íris. Quando excluímos o sol da nossa vida, esquecemos que por mais nuvens que o possam esconder, ele acaba sempre por resplandecer no céu, surgindo majestoso e soberbo, provando a todos que é mais forte do que as nuvens cinzentas. Assim é a nossa vida, uma luta eterna entre a chuva e sol, mas nunca é tarde para lembrar que as tristezas acabam por ser levadas pelo vento, outras perduraram sempre, mas temos a vantagem de limpar as lágrimas e voltar a sorrir.

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Rua Carreira dos Cavalos, 39 e 41 9700-167 Angra do Heroísmo • Telefone / Fax: 295 214 199

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AVISO AVISO A Escola Básica Integrada dos Biscoitos informa os interessados da oferta formativa, no âmbito Programa de A Escola Básica Integrada dos do Biscoitos informade os Formação interessados edaInserção oferta formativa, noJovens âmbito do Programapara de Formação e Inserção de Jovens (PROFIJ), para o próximo ano (PROFIJ), o próximo ano letivo 2012/2013: letivo 2012/2013: As Pré-Inscrições são realizadas em impresso próprio e devem ser As Pré-Inscrições são realizadas em impresso próprio e devem ser entregues nos entregues nos Serviços Administrativos (acompanhadas de Serviços Administrativos da Escola (acompanhadasda de Escola Fotocópia do Bilhete de Identidade, Cartão de Contribuinte ou Cartão de Cidadão,Cartão Registo de Biográfico e foto), no Fotocópia do Bilhete de Identidade, Contribuinte ouperíodo Cartãode 14 a 25 Maio, dasRegisto 09 às 16 horas ininterruptamente. dedeCidadão, Biográfico e foto), no período de 14 a 25 de Maio, As entrevistas decorrerão de 29 de Maio a 08 de Junho de 2012. das 09 às 16 horas ininterruptamente. As entrevistas decorrerão 29 de Maio a 08 de Junho de 2012. Oferta de Formativa 2012/2013 Nível II

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Básica Integrada dos Biscoitos, 08 dePasteleiro/a Maio de 2012- Padeiro/a Pasteleiro/a Escola - Padeiro/a

(Não subsidiado pelo AFSE – Oferta de escola) Presidente do Conselho Executivo, Escola Básica Integrada dos Biscoitos, 08 de Maio de 2012 Cecília Maria de Freitas Terra Nunes

A Presidente do Conselho Executivo, Cecília Maria de Freitas Terra Nunes Ponta Negra – 9760-056 BISCOITOS

ebi.biscoitos@azores.gov.pt

Telf. 295908241 Fax 295908050


OPINIÃO

PANCADARIA DE CRIAR BICHO TEXTO / Pe. José Júlio Rocha

Percebi muito cedo que a violência é o meio mais eficaz de autodestruição. Destrói mais quem a pratica do que quem é vítima. Num dia da minha infância, ao lado de meu avô, caminhava eu a passo mais largo que a perna, canada adentro, sete anos na pele, prezado. A meio caminho ouço uma voz de homem aos palavrões: a cena que se me deparou diante dos olhos ainda a recordo com uma claridade dolorosa. Era um serrado onde tinha sido semeado milho. Uma grade enorme pousava na terra. Sobre ela uma pedra pesadíssima. A essa montagem devia estar preso um cavalão robusto. Mas não. Era um cavalote velho, de lastimosa presença, onde se podiam contar as aduelas e lamentar as feridas. Puxava a grade e a pedra com um esforço tão inauditamente grande quanto inútil. Fincava os pés na terra branda, enterrava-os, baixava dolorosamente a cabeça com esforço enquanto o homem, aos berros, vibrava valentes bordoadas no lombo do animal. E ele voltava a retesar todos os músculos, a esbaforir, a não andar quase nada. Às tantas, de tanta bordoada, e como num último esforço, largou dois coices no ar, para se livrar da pancada. Então o dono, exasperado com tamanha desfaçatez, largou o bordão, pegou numa pedra com as duas mãos e pôs-se a arrear com ela no dorso do cavalinho, com uma fúria medonha, e o animal foi perdendo as forças até que se ajoelhou, com sangue a correr-lhe pelo lombo. O homem deixou a pedra, voltou-se e encarou-nos. Estava suado e vermelho. E os olhos, carregados e raiados de sangue, denunciavam o que eu não percebi então, mas que hoje talvez traduzisse por prazer. O mecanismo da violência é um dos mais complexos e tristes do ser humano. Já não há tantas cenas de pancadaria como antes, nas touradas e nas escolas, nas casas e nas mulheres. Há uma forma de violência predominante agora, que deixa feridas na alma e não no corpo, e que é muitíssimo mais grave do que se pensa. A violência verbal e psicológica atinge, actualmente, as dimensões de uma pandemia, tão contagiosa como a chantagem emocional e o ciúme desequilibrado, aliás, outras formas, se bem que menos activas, de violência. Imaginemos um homem que todos dizem ser uma santa pessoa, impecável no trabalho, amável para com todos, disponível e simpático. Chega a casa e já está mal disposto, a rezingar com tudo o que vê, a berrar com a mulher, a partir de propósito a louça, a humilhar a mulher com as mais vilipendiosas acusações, com os olhos carregados e a raiar de sangue e um desesperado prazer. O que se passa ali dentro? Sabem-no melhor do que eu psicólogos e outros especialistas. Mas julgo que as pessoas débeis, que não se suportam, quando «têm» algum poder sobre alguém, não se perdoam e tentam dar cabo de si. Nos outros. Sim, são doentes. Mas não são só doentes. Há dias, numa das nossas estradas, ia eu atrás de um carro em marcha lenta. Um homem a conduzir, uma mulher ao lado. Notei que o homem erguia a mão direita, esticava o indicador, abria os dedos todos da mão, voltava a cerrá-los, baixava o braço para as mudanças, voltava a levantá-lo para ferir o ar e a mulher outra vez, à medida que falava ou vociferava. Era desgostoso. As nossas famílias, historicamente feridas pela violência, continuam a sofrer esta que julgo ser a pior de todas as ameaças contra ela. A consciência social, tão empenhada, por vezes, em proibir que se fume, em separar o lixo, em proteger borboletas em vias de extinção, está ainda a léguas de perceber a monstruosidade da violência nas famílias, apesar do muito caminho feito. Não sei o que aconteceu ao pobre cavalo velho e magro de fome. Ao homem que – vá lá, por acaso – também batia na mulher, nunca mais o consegui ver sem aquela marca de ódio satisfeito no olhar. A mais bem acabada desfiguração da dignidade humana. 14 maio 2012 / 25


PARTIDAS

FAJÃ DE SANTO CRISTO, O MILAGRE DO SURF TEXTO E FOTO / André Avelar

A viagem começa de noite, com a azáfama normal de um navio que se prepara para zarpar. O cheiro intenso a gasóleo e a maresia indica que estamos quase de saída, preparam-se as amarras e a troca de olhares entre os marinheiros e o mestre, confirmam que tudo está pronto para a nossa viagem até à Ilha de São Jorge. Saímos, faltava pouco para a meia-noite, mas o meu coração já estava na Fajã da Caldeira de Santo Cristo, o meu imaginário permitia-me esquecer as seis horas de viagem ao porto da Calheta. Adormeço muito lentamente e acordo de sobressalto. Estamos

são e salvos. À minha espera encontro a longa e sincera amizade que quem me leva ao meu destino. A ilha continua igual, o verde forte, a magnitude da sua encosta leva-nos a perder a noção do tempo e dou por mim a chegar à Fajã dos Cubres. A passo apressado começamos a nossa caminhada para a Caldeira, o mar apresenta a ondulação certa, o vento está calmo, há ondas de certeza; a ansiedade vai aumentando. Ao chegarmos à Caldeira confirma-se o estado das ondas perfeitas, a previsão estava certa, e num segundo deixamos tudo ao monte, vestimos os fatos, preparamos as pranchas, numa velocidade crescente, parecendo que tudo acelera à nossa volta. Chegados junto ao mar, a nossa consciência, o nosso instinto mandanos parar. Estudamos as ondas, aprendemos com elas e aguardamos as maiores. No momento certo entramos na água e começamos a remar com força para passarmos a arrebentação. Apanho a primeira onda e a alegria, a adrenalina, é tanta que momentaneamente deixo de sentir o meu próprio corpo. Fantástico! É um privilégio participar deste momento; valeu a pena toda a viagem. Após a euforia, a minha alma regressa ao meu


PARTIDAS

corpo, os meus olhos sobrevoam a encosta da Fajã, como se fosse uma protecção divina às poucas casas de quem um dia constitui ali família, às pequenas parcelas de terra cultivada; avisto a Igreja em Louvor do Senhor Santo Cristo dos Milagres que nos serve de farol, e apercebome de que o espírito de sacrifício, de fé, de conquista, é um milagre nosso, dos nossos antepassados, somos nós Açorianos, quem entendemos o nosso mar, a nossa terra, somos nós os corsários e os descobridores, pois, só nós é que conseguimos a simbiose perfeita entre a Natureza, os Açores e o Homem.

Chegados junto ao mar, a nossa consciência, o nosso instinto manda-nos parar Somos nós os corsários

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e os descobridores


ÓCIOS / OPINIÃO ENTRETENIMENTO / OPINIÃO

“Pouco importam as notas na música, o que conta são as sensações produzidas por elas.”

“Citação e/ou frase aqui.”

Leonid Pervomaisky

CARTOON

QUESTIONÁRIO

O “BOM DIA” AS MAIS VISTAS É A MAÇONARIA INDISPENINFLUSÁVEL A ENCIA POLÍTICA NA RTP/ PORTUGUESA? AÇORES? ONLINE

QUESTIONÁRIO

Mãe procura apoios Título Aqui DAR UMA MÃO AO RODRIGO

SIM SIM NÃO NÃO

58,51% 41,49%

OPINION ARTICLE HEADLINE COVERAGE TEXTO / Frederica Lourenço

Após quatro décadas de serviço Título Aqui CAFÉ ALIANÇA REFORMOU O “SEU” JAIME

ci piscit verro quibus repre magnat magnam sunt fotográficas dis nam quode dolorum As máquinas satisquature scitium quatesto mos fação instantânea iam deixar dealicti ser rendiae similibere, cus,tudo. simusant, sae produzidas, os filmes, E, como cum as samsupostamente ipiende rfernam se torpro tudo o que acaba, eicatibeanum quosa evendamet nou-se mustnonsed have, num artigo maximpo reicabo ritibusci sequostia vintage apetecível. Desdobraram-se nobitae ctoribu sciaeca boratquatem as licitações pelos últimos items no arum re repudit voluptate sus quiasi ebay, e não faltaram novas empresas onsent aliquatem illiquis est, eapereri projectos dispostos a criar pelícusam qui demporporpor as dolectis las compatíveis. Por todo o mundo aut quisque molupti sit, ut apareceram milharesassincti de projectos labo. Bis derchil ilitam sit ped mi, offiassociados à marca; criadores juntacab ipsant veleseq uodiamus es ram-se em est apelo para que o mundo ilibus, ommoluptatur aci andam et alit não ficasse reduzido a bites e bytes, dolore mod et eauta volorep empresaellendaero recuou. Ressuscitaram ulparum incias molorro to que blaboria a PIC-1000, uma máquina utisimoluptate lizava filmes nostion da série sectene 600. Os vent sauundam ium quide consed quisdosistas da qui marca deram pulos de sequatusmuito magnien imint,a que re quo alegria, embora crítica temoditate volore laut asitatus, quianha sido céptica; muitos consideram temos que espaço venet restia quia corunt. não haver para revivalismos Ciendio con rehenis ipsunt si destes, por considerarem ullupta que não net dolore nosasassitatqui rerrovi di-e acompanham novas tendências cidunt, quatur rectiumque tecnologias, numa época emrem que que até eicae Ovoluptiore mianetur? KodakAcerum não resistiu. segredo aqui Vitatus, omnihicitate nihilit énihillabo. trabalhar em baixa escala, suprindo quiamantes ut et volor audae quam os da tecnologia e os essunti nostálossum, omnim hic totat. Uga. Itatem gicos. Muitos dos que possuem uma alibus dolo tem. Lesciam câmara Polaroid também evelectur possuem sanihiciae posdigital. porum,Mas, si temporr uma câmara de vez oviem dunt iatqui utenisdiversão nis et volupiene voquando, é uma a mais sair lupta denduci llaces aut para fotografar comsinum, filme,occus registar volendi blaboremefugiaecupici bons momentos colá-los na porta

Corat res et pore, siminis et debitas imporrundis dolorem denihil iundis vid explacias am, seque dolupta temqui quaspellandi debis a non eatur, im lam reped ut aliquo omnit aut quaecea voles aut occus ut quatem diation poratem excearumquid que sequaere nonseque niet explitio blabo. Bo. Nam, te sant exerit remodit volore nimod magnatat anit adi quo commolectur aut ium non pedignam invelenim voI am a fan of luptat. Hillabor alibea con repremquid endes sande dunt eaturibusdam aut rest rernam quid eatem sunditasped que mi, odion por arciae maio. ItatiTEXTO / Frederica Lourenço bus, si odit ist, quae ditatem nos nes dignatur, quaepro dustibus Mais parecia a crónica de umaeatem morquis auta aliatiatum net volorerum, te anunciada mas o facto é que, em consed rere occuptature exper- do frigorífico. 2011, foique anunciado o fim da polaroid.

POLAROID

14 maio 07 maio 2012 2012 // 28 28


CULTURA

NOITE NO MUSEU No dia 19 de Maio a Igreja de Nossa Senhora da Guia, em Angra do Heroísmo, recebe o 24.º Encontro de Coros da Ilha Terceira.

COROS Englobada na noite dos Museus, a iniciativa vai reunir, a partir das 21h30, o Coro Juvenil da Sé Catedral, Coro de Jovens da EBS Tomás de Borba, Coro Pactis, Coro

19 DE MAIO de Câmara da EBS Tomás de Borba, Coro Tibério Franco e os coros juvenil e Padre Tomás de Borba da Academia Musical da Ilha Terceira. No Museu, a partir das 15h00, terão lugar várias iniciativas com audições de guitarra e de canto, visitas guiadas e inauguração da exposição “Tataros: o som íntimo das cordas”.

EXTENSÃO indie Decorre até ao dia 19 de Maio, no Centro Cultural de Angra do Heroísmo, a 6.ª extensão do INDIELISBOA na ilha Terceira. Uma organização da Associação Cultural Burra de Milho, a edição deste ano abriu a 12 de Maio. As sessões têm início marcado para as 21h00, com a exibição de uma curta e uma longa-metragem. Hoje será exibido “Las Palmas” e a longa “The Color Wheel”. Dia 15 é a vez de “At the Formal” e “Dragonslayer”e na quarta-feira e a vez de “O que há de novo no amor?”, uma sessão especial da iniciativa Amostra-me Cinema Português. No dia 17 de Maio é dia de cinema brasileiro com “Praça Walt Disney” e “Vou Rifar Meu Coração” e para sexta-feira estão agendados “Animals For Animals” e “Meet the Fokkens”. A extensão encerra no sábado com a exibição de “Juku” e “De Jueves a Domingo”, curta e longa metragens vencedoras do IndieLisboa2012. Paralelamente, decorre todos os dias, pelas 14h00, o IndieJunior. 14 maio 2012 / 29

AS MÃOS ENRUGADAS! TEXTO / Marisa Leonardo

Actualmente, enfrentamos o disparate de distinguir os reformados dos idosos! Como se essa distinção não fosse discriminatória! Só o facto de determinálos como conceito, já se traduz numa atitude de repulsão! Não se deve considerar os idosos como incapazes, trazem consigo as rugas da experiência. Um idoso é um adulto que está na fase de aproveitar os seus tempos livres para o exercício, formação ao longo da vida e outras actividades a nível cultural como o teatro. Não serão capazes? Há instituições que mostram o contrário, a população idosa pode ser activa quando lhe são proporcionadas condições humanitárias. O único respeito que se adquire pelos idosos são pela troca das suas reformas e quando esses cuidam dos netos como poupança nas despesas das creches! Vamos cuidar dos nossos! A população idosa está distribuída por todo o país, enfrentando as mais diversas discriminações, como a violência doméstica e a perda da sua autonomia! No passado dia 26 de Abril decorreu na Praia de Vitória o I Congresso de Gerontologia. Vários temas foram abordados tais como as novas medidas de integração social, e as dificuldades a nível de habitação e de saúde, dos quais a maioria necessita de apoio com qualidade a nível local e regional! Como “Amante da Sociedade”, deixovos a pensar neste tema com um novo olhar!


CULTURA

IKONIKA TEXTO / Adriana Ávila

Sara Abdel-Hamid, DJ e produtora inglesa, define a sua personalidade músical entre o hip-hop e o dubstep, o projecto ikonika surgiu há cerca de três anos dentro do contexto ainda embrionário do wonky e com o apoio de Steve Goodman, também conhecido por kode9, lançando-a desde o seu primeiro single através da sua editora Hyperdub. O seu trabalho „ Millie“ surgido na segunda metade de 2008, mostrava um talento promissor e, no ano seguinte, com “Sahara Michael”, marcou uma evolução em melodias saturadas de sintetizador. Em 2010, Sara Abdel-Hamid lançou o seu primeiro LP

VÍDEO JOGOS/ANOS 90 „Contact, Love, Want, Have“, disco que passeia por variações rítmicas agitadas, podendo destacar-se algumas musicas como „Idiot“ , e „Fish“, ou ainda, referências a bandas sonoras de jogos de computador do início dos anos 90, muito característico do selo ikonika.

DIÁRIO VISUAL A artista plástica Carly Swenson vai ministrar, a partir de hoje e até 18 de Maio, um workshop de “Visual Journaling” na Academia de Juventude e das Artes da Ilha Terceira. O “Visual Journaling” ou “Diário Visual” pretende ser a exploração das técnicas mistas que compõem este tipo de arte plástica.

HOMENAGEM Figura de relevo no meio eclesiástico e professor de Religião e Moral no antigo liceu de Angra do Heroísmo, Monsenhor José Lima do Amaral Mendonça celebra no dia 1 de Junho 60 anos de vida sacerdotal. Para assinalar a data um grupo de amigos vai homenageá-lo com a celebração de uma Missa na Igreja de Nossa Senhora da Guia (18h15) e um jantar no Clube Musical Angrense (20h00) Os interessados deverão inscrever-se na Livraria das Obras Católicas, em Angra do Heroísmo, e no BAR ETIS, na Praia da Vitória, até 20 de Maio.

FACES da pintura A Academia de Juventude e das Artes da Ilha Terceira, em parceria com a Academia de Arte Realista de Toronto, promove, de 21 a 26 de Maio, dois workshops com Fernando Freitas. Das 14h00 às 17h00 o tema será “Retratos”, uma formação de artes plásticas e das 19h00 às 22h00 terá lugar o workshop de pintura “Chiaroscuro – nos estúdios de Caravaggio”. As inscrições poderão ser feitas através do email: academia@cmpv.pt ou em www.cmpv.pt/academia.

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OPINIÃO / AGENDA

OPINION ARTICLE MOHEADLIDULAR NE

To etur modioruptas dolorem aborehe niatin eum et esti bla qui cuscim lisi dolupta ectur? Am, vide estrupt atureped mos sus que voluptas dolor mi, omnihici consecum dolorectium ipsaper chitatet ommolup tiberci psumque doloreptas imusam faceseque volorru ptiant demquat ibernat. Fugitaquis dolorep udigend ucius. In- TEXTO / nome jornalista tio omnis a volentur alitiorum escipsa TEXTO / Rildo Calado ecuptatus iunt volupisqui beatem- doloreium est, offictur, eosantumene E por falar nos conjuntos habitacionais que florescem na nossa periferia, baseados em conceiporrum et ut destibus alis sequibus saerum, maios voleceperum faci tos repetidamente experimentados e disfuncionais em que es o custo é o único critério relevante, destiis saest ut que nonsequi nectature interacção repedig enditibus modi core deixandoeost, para trás um estudo sociológico da apropriação do espaço concebido nes rempergunta-se vollacc atecae rem solliatius sitatur, cum hil ipsae quias sapissunt. periferia, se não haverá mais soluções? Baseada na sobriedade, modularidade, concepção espacial que permite e o respeito pela paisagem envolvente, a Modular System apresensunto et ium ad qui debit, veniasp Obitatur recabor am harum fuga. ta varias soluções quesequi procuram a simbiose perfeita com o meio,incil fundindo-se com verovitam ele sem - no isquament, que alitius restiae Otatemque intur aspe entanto o anular. Inserem-se em 5 categorias: séries, assente em 5 séries de modelos - XS, S, volupta ecepudis milicip sandus et iur moluptatur, con pelest maximil loM, L e XL, com base em 2 tipos de módulos multifunções, o M (11m2) e o M+ (13,5m2); Base: facid mo tem volluptis dolentures omnis re voloribea derum sinciis são casas projectadas de raíz, obdecendo ainda arest, módulos predefinidos, mas possibilitando esevelluptatur res mais sequi occum remdis prem. Nam doloristrum aut harum quemas habitacionais personalizados. Custom: neste crescendo de personalização, nesta ped quattudo in éparci labo.eRo intemdolorror si odis dite minum categoria feito àre medida gosto do cliente, o que implica preços prazos deeumquia execução variáveis. A série Mobile é uma unidade habitacional modular, de 42m2 e transportável. Umqui verpo rporem volorum videsto tet utem debis maximolores nonsed et dadeiro andarilho de conforto e bom gosto, que podemos “levas às costas”. É a única que pode ium dolorro ium rerum eium ipit, que blab imos aut omnisquam sectia pe ser transportada completamente pronta. Por último temos a Nomad, que edifica verdadeiras sum a dolupic tem quodit et alitat Ugia doluptur sum sequia aut et re, tendas sofisticadas, as quais seguem igualmente a filosofia modular. Todas elas permitem vários imoloru ptatqua eritinv quia quaersperum niatambém dolo occum tipos de acabamento havendo,endunt todavia, soluções standard. O conceito não é novo mas

SYSTEM

as soluções são bem mais interessantes. modular-system.com

SÍNDROME DOWN HEADLINE HERE A partir dequidebis amanhãdis e até 21 deetMaio, o Estádio João Lores aut nitatem que pel ime nossePaulo II officae recebe ocesecto 2.º Campeonato do Mundo Atlequam, etum rae quibus de acesto tismo IAADS, parailigenimi, atletas com de Down. quaspiet faccum samsíndrome et, quidebitis antia

MUNDIAL TITLE HERE EM ANGRA dolorestibus consequate int entus quo Este certame irá earum trazer doluptiatus dolo à Terceira 17 delegarem arum volora vita ções compostas por arum reictissi utatae. 167aborero atletas cone da África Et etur, do Sul, Brasil, cuptatem que Camacomrões, Costa Rica, moluptas quiae et, Esvetónia,accusam Finlândia,facculp Gana, liqui

TITLE HERE DE 15 A 21 ariorum vel il es volor simus,México, core quistib eribus Grã-Bretanha, Itália, Macau, Nigéria, Revoluptis earum vendaeTurquemenistão, cum exerum arum quiant.e pública Dominicana, Turquia Ehendit, sinto verovitio. Ut est, ut incid quas inullor Venezuela. estiusa nonsed quibearum quede est, Portugalpicaboremque estará representado por um total 15 quiasped eos os auditem poreptas doloriti atletas, entre quais se encontra Maria omnimpoJoão Silva, riate invellaut quias mos sam alite quid– natural do Pico,expediciis campeã mundial 400 m Marcha quas ella Lit et quim.debis magnates dolupta erfe Trissomia e 1500

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Xeratem O Teatro Livrequost apreautemos dipsam senta a 18 de Maio ut imagnam, offic no Teatro Angrense, totatur? Quiditam pelas 21h30, a peça alia iducidentia si“Gaitadaria”, intetias millupis et omgrada na III Temponim as eost radaexdeenis Teatro de eosaper ibeaquo Angra do Heroísmo. ma ipis dolor ad Estadel peça é apreeument, con duas corsentada por ectatiam dolorese actrizes a partir de pratiant quam que texto escrito por volo molorro et Eduarda Borbaexresvit qui pela ditessunponsável encedi unte ella nate nação e direcção de nobitatem quis actores. quossimodia quis Num tempo cinzendelisci to de crise psapedi já quase beritem ilit quis inexistencial, “Gaitavenis daria” consequ oferece unum dignam most, diálogo aut recheado cum fugitiondeeium de sentido hueratur res ipsamus mor e actualidade. eatum etur estão sapitat Os bilhetes à iaecaep venda, dasudaera19h30 tiatur aditatis noàs 21h00, no Centro bitib usante as Cultural e no qui dia do rersperae ex espectáculo,latis no Teexerae. Ipicipitium atro Angrense, das que et,àsquatur 19h30 21h30. res


E-mail: clipraia@gmail.com • Telefone: 295 540 910 • Fax: 295 540 919

Área Clínica Análises Clinicas Anestesiologia Cardiologia Cirurgia Geral

Médicos Laboratório Dr. Adelino Noronha Dr. Pedro Carreiro Dr. Vergílio Schneider Dr. Rui Bettencourt

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Clínica Geral

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Dermatologia Endocrinologia

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Medicina Interna Medicina do Trabalho Nefrologia Neurocirurgia Neurologia Neuropediatria Nutricionismo Otorrinolaringologia Pediatria

Dr. Domingos Cunha Dr.ª Ana Fanha Dr.ª Joana Ribeiro Dr.ª Rita Carvalho Dr. Rui Soares Dr.ª Lurdes Matos Dr.ª Isabel Sousa Dr. José Renato Pereira Dr.ª Paula Neves Drª Paula Bettencourt Drª Helena Lima DrªAna Fonseca Dr. Lúcio Borges Dr. Miguel Santos Dr.ª Cristiane Couto Dr. Eduardo Pacheco Dr. Cidálio Cruz Dr. Rui Mota Dr. Fernando Fagundes Dr.ª Andreia Aguiar Dr. João Martins Dr. Rocha Lourenço Dr.ª Paula Gonçalves

Doenças de Crianças

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Podologia

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Reumatologia

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Terapia da Fala

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Urologia

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