Revista U Nº 20

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A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO

www.auniao.com

HÁ FÓSSEIS NOS AÇORES GAIOLA DE PENSAMENTO E DISPARATES SEM LIMITES PÁG. 05

edição 34.809 · U 20 · 30 de julho de 2012 · preço capa 1,00 € (iva incluído)


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E-mail: clipraia@gmail.com • Telefone: 295 540 910 • Fax: 295 540 919

Área Clínica Análises Clinicas Anestesiologia Cardiologia Cirurgia Geral

Médicos Laboratório Dr. Adelino Noronha Dr. Pedro Carreiro Dr. Vergílio Schneider Dr. Rui Bettencourt

Cirurgia Vascular

Dr. Fernando Oliveira

Cirurgia Plástica

Dr. António Nunes

Clínica Geral

Medicina Dentária

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Dr. Domingos Cunha Dr.ª Ana Fanha Dr.ª Joana Ribeiro Dr.ª Rita Carvalho Dr. Rui Soares Dr.ª Lurdes Matos Dr.ª Isabel Sousa Dr. José Renato Pereira Dr.ª Paula Neves Drª Paula Bettencourt Drª Helena Lima DrªAna Fonseca Dr. Lúcio Borges Dr. Miguel Santos Dr.ª Cristiane Couto Dr. Eduardo Pacheco Dr. Cidálio Cruz Dr. Rui Mota Dr. Fernando Fagundes Dr.ª Andreia Aguiar Dr. João Martins Dr. Rocha Lourenço Dr.ª Paula Gonçalves

Doenças de Crianças

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Pneumologia

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Podologia

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Psicologia

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Psiquiatria

Dr.ª Fernanda Rosa

Imagiologia (TAC/ECOGRAFIA/Ressonância Magnética) Neuroradiologia (TAC/Ressonância Magnética)

Dr.ª Ana Ribeiro Dr. Miguel Lima Dr. Jorge Brito Dr.ª Rosa Cruz

Reumatologia

Dr. Luis Mauricio

Terapia da Fala

Dr.ª Ana Nunes Dr.ª Ivania Pires

Urologia

Dr. Fragoso Rebimbas


EDITORIAL / SUMÁRIO

MOVIMENTO (OU A FALTA DELE) TEXTO / Sónia Bettencourt | sonia@auniao.com

Havia um ponto alto e um ponto baixo. Mas não havia escadas. A cidade e as mentes daquele lugar queriamse desniveladas com elevado grau de equilíbrio. Na praça, mais velha do que quadrada, os homens pareciam olhar para o esboço do dia, afectivamente, ruminando os sonhos e as palavras, felizes por terem a vida que é vivida. Sabiam quase tudo sobre todas as eras e os reveses do existir e, por isso, o peso da vontade de Deus lhes cabia tão bem. Durante os doze meses, funcionários e galochas, alheios à própria identidade, teciam histórias de queixume e infortúnio, ávidos por mais uma festa de vedetas folclóricas ou uma obrazinha do diabo. O azedume de séculos parecia não ter oferecido mais do que a paródia, agora ou antes, sendo certa a vontade de alguns em progredir para além do que se mostrava semelhante a um ninho de almas enfermiças – muitas bestas e milhares de abutres. Reinavam e temiam, em simultâneo. E, como que contaminados pelo mesmo vírus, guardavam, incrédulos, o presente para a manhã seguinte. Mas, se as ruas permaneciam moribundas, no tempo e na história, esperando os transeuntes e a abertura de portas pouco dinâmicas, não seria por falta de outra ideia, mais urgente, mais amada, menos grave, menos tardia. Ela existia, sem dúvida, no seu halo, junto ao mar, a três mil quilómetros para dentro. Sabiam que o mar já não pode nada mais definir? Ainda assim, tímidas ou ciumentas, as oportunidades pareciam morrer abafadas nos seus medos. Por uma questão de movimento também. Eis o problema daquele espaço urbano: a ilusão de movimento.

SUMÁRIO gaiola de pensamento

05 06

“velhos do restelo”

lojas para ir à praia

20

fé e turismo

21

sob o desporto

23

o que é isso, longo ou breve?

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07

vintage moderno

o meu humor é como o mar

08

ordem dos frades menores nos açores

10

sport peter restaurante

11

cais das poças

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no banco de trás II

14

festas da praia

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vulcão verde

NA CAPA... HÁ FÓSSEIS NOS AÇORES / pág. 16

São estudos de longa duração elaborados por uma comunidade científica muito própria. A Paleontologia investe na dimensão tempo, e, nos Açores, o campo de actividade situa-se na ilha de Santa Maria. Ali, anual­mente, tem lugar um workshop acerca de fósseis realizado à escala mundial, cujo trabalho de promoção está a cargo do MPB/ Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos – CIBIOAçores/INBIO, Laboratório Associado, do departamento de Biologia da Universidade dos Açores. 30 julho 2012 / 03

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REVISÃO

Carta ao director da Cultura

BEZERROS E MENORES DE SEIS ANOS “Dessa mesma «bezerrada» do dia 27 de Junho existem imagens de crianças a participar activamente no espectáculo”. Foram várias as fotografias que acompanham a carta que o Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores encaminhou ao director regional da Cultura, a exigir a sua intervenção para a regulação e punição do que consideram ser “ilegalidades em touradas”. “Tal como aconteceu no início do ano, em que num fórum taurino, com subsídios públicos, realizou-se uma sorte de varas ilegal, mais uma vez ocorreram ilegalidades na realização de touradas, desta vez durante as Sanjoaninas, que violando a lei permitiram que menos de seis anos estivessem presentes nos recintos” – assim lê-se em nota enviada à redacção que acresce: “solicitamos que V. Exa. e a sua Direcção Regional que tomem as devidas medidas para apurar as responsabilidades de todos os factos relatados, punir os culpados e impedir que a legalidade volte a ser posta em causa no futuro”. “Pede-se assim que o Governo Regional desta vez não lave as mãos e tome as providências que lhe compete”, reforça o movimento anti-taurino. O Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores refere serem “numerosas as informações existentes de que crianças de menos de 6 anos assistem frequentemente a espectáculos tauromáquicos na Praça de Touros da Ilha Terceira”,

Bezerrada em causa

reportando o caso mais recente decorrido no âmbito da Feira de São João das Sanjoaninas 2012: “foram publicadas numerosas imagens onde é notória a presença de crianças menores de seis anos nas três corridas de touros realizadas nos dias 24, 25 e 26 de Junho na Praça de Touros da Ilha Terceira” Ainda no cartaz festivo tauromáquico das Sanjoaninas, o movimento refere a realização de uma bezerrada: “no âmbito das referidas festas Sanjoaninas de 2012 foi realizada no dia 27 de Junho uma «bezerrada» anunciada como «Espectáculo para crianças e idosos» na mesma Praça de Touros da Ilha Terceira, onde foi evidente a presença de crianças menores de 6 anos, sendo ainda este espectáculo de características semelhantes àquelas de qualquer espectáculo

Governo “não pode lavar as mãos” 30 julho 2012 / 04


REVISÃO

tauromáquico habitual, com animais a serem sujeitos a práticas violentas e derramamento de sangue”, adjectiva a carta. “Dessa mesma «bezerrada» do dia 27 de Junho existem imagens de crianças a participar activamente no espectáculo, aparentemente na qualidade de «toureiros» amadores ou profissionais, e em contacto directo com os touros”, acresce o movimento. AS PUNIÇÕES O documento refere que em causa está a infracção dos dispostos legais sobre a matéria: “a idade mínima para assistir aos espectáculos tauromáquicos é de 6 anos nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 4.º do DL n.º 386/82, de 21 de Setembro, na alteração que lhe foi conferida pelo DL n.º 116/83, de 24 Fevereiro. E sendo que nos termos da alínea a) do artigo 3.º do mesmo diploma, os menores de 3 anos não podem assistir a quaisquer divertimentos ou espectáculos públicos”. “A violação de tal norma é punível como contra-ordenação nos termos do artigo 27.º (sendo a responsabilidade imputada ao promotor do espectáculo), com coima de 50,00 euros a 125,00 euros por cada menor, sendo que no caso de reincidências os valores são elevados ao dobro, e 2.ª e ulteriores reincidências ao triplo (cfr artigo 29.º)”.

O MOVIMENTO CÍVICO ABOLICIONISTA DA TAUROMAQUIA NOS AÇORES REFERE SEREM “NUMEROSAS AS INFORMAÇÕES EXISTENTES DE QUE CRIANÇAS DE MENOS DE 6 ANOS ASSISTEM FREQUENTEMENTE A ESPECTÁCULOS TAUROMÁQUICOS NA PRAÇA DE TOUROS DA ILHA TERCEIRA”.

GAIOLA DE PENSAMENTO E DISPARATES SEM LIMITES TEXTO / João Rocha / jrocha@auniao.com

Realidade por conhecer

ACABAR COM AS TOURADAS É UMA DAS PALAVRAS DE ORDEM

A interpretação do Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores em relação à participação de crianças numa bezerrada nas Sanjoaninas é, no mínimo, hilariante e revela total desconhecimento da realidade. Para já, do Movimento Abolicionista pouco ou nada se conhece a não ser o irritante hábito de encher as caixas dos correios electrónicos alheias com disparates. Depois, muito provavelmente nenhum dos seus membros sabe o que é uma bezerrada e, por via disso, coloca vacas, bezerros e toiros na mesma gaiola de pensamento. Se querem sanções pela presença das crianças numa bezerrada, o que dizer das touradas à corda realizadas em locais, como devem imaginar, onde também habitam menores de seis anos? Que solução para os pais? Vedar os olhos dos filhos e escondê-los debaixo da cama enquanto os toiros percorrem os arraiais? Com o avanço das tecnologias de informação é possível opinar (sobretudo em redes sociais como o facebook) sobre tudo e mais alguma coisa, sendo que o mundo virtual absorve e propagandeia disparates sem limites. Acabar com as touradas é uma das palavras de ordem. Porém, até ao momento, a argumentação utilizada só liga os defensores da abolição aos toiros por via das paredes altas…

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OPINIÃO

É a crise, não desanimes TEXTO / Carmo Rodeia

Há 24 anos que sou jornalista e possuo carteira profissional. Aprendi as regras com grandes referências do jornalismo português, como Mário Mesquita ou Mário Bettencourt Resendes, Adelino Gomes, Francisco Sena Santos, Fernando Alves, Carlos Andrade, só para citar alguns. Trabalhei em imprensa, na rádio e em televisão. Hoje estou desempregada e faço parte daquele grupo que o primeiro ministro garante que foi confrontado com uma oportunidade! Tenho uma licenciatura (de cinco anos como era na altura, sem equivalências e na melhor faculdade do país na área- a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa), frequência de mestrado e uma pós graduação na Columbia University de Nova Iorque (a quinta melhor do mundo segundo a revista Exame deste mês). Ainda não tive “aquela oportunidade”, apesar de todos os dias lutar por ela. Dizem-me que é por causa da crise. Mas, neste caso como noutros, a crise tem outros contornos. Portugal e, os Açores são o exemplo mais cabal disso, têm hoje uma pequeníssima elite que consome cultura. Os órgãos de informação, refletem apenas o somatório dos comunicados de imprensa em forma de “notícia”, enviados pelo Governo, Câmaras Municipais e partidos políticos. Na falta destes, há sempre uma notícia mais sensacionalista, uma história trágica para contar ou um mexerico para desvendar. Os jornais, as rádios e a televisão já não discutem ideias nem propõem sequer a sua discussão. Os processos de produção jornalística caraterizam-se por uma fragilidade endémica, que resulta de um conjunto de constrangimentos e limitações provenientes de condicionalismos sociais, económicos e políticos. Mas a crise e uma maioria absoluta de um partido que governa há 16 anos não justifica tudo. Onde estão os jornalistas que juraram proporcionar, em qualquer circunstância, apenas a mais fiel versão da verdade? Infelizmente, o valor da notícia é calculado em função do que vende, do que faz progredir os índices de audiência e, sobretudo, da conta bancária que garante o pagamento dos ordenados aqueles que ainda não foram apanhados pela crise e não foram bafejados pela sorte de terem uma oportunidade!

“velhos do restelo” em vez de “homens dos portos de Portugal” TEXTO / Tomaz Dentinho

Com a mobilidade crescente torna-se mais difícil dizer que há um mundo desenvolvido e outro subdesenvolvido, regiões centrais e regiões remotas. O que parece haver são redes de pessoas que interagem a várias escalas assumindo diferentes atitudes face à realidade. O drama é quando não somos capazes de integrar essas várias escalas e criamos uma realidade virtual que confundimos com a nossa rede de comunicação. Esse fenómeno está generalizado alterando o conceito da unidade espaço-pessoa a que vínhamos estando habituados considerando-o como estável

e indiscutível. Até agora havia europeus na Europa, portugueses em Portugal, açorianos nos Açores, terceirenses na Terceira, angrenses em Angra e serretenses na Serreta. Agora, parece tudo diferente: temos algumas pessoas da Serreta que são do Mundo, uns tantos Angrenses que querem ser de Madrid, outros tantos Terceirenses que apostam por Boston, se houver açorianos vão mudando de bandeira entre a Europa e a América, e os portugueses querem ser todos lusófonos. A questão é que um mundo nomádico tende a criar tribos em vez de países, castas em vez de sociedades, sistemas de circulação em vez de órgãos de funcionamento. Neste novo sistema os portugueses têm uma vantagem acrescida porque soubemos fazer um países de nómadas sem tribos e sem castas. O problema é que quando circulamos muito o poder é ocupado por “velhos do restelo” em vez de “homens dos portos de Portugal”.

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FERRAMENTAS

Vintage Moderno TEXTO / Paulo Brasil Pereira

A fotografia volta a ser instantânea com a Z2300

O “vintage” está há algum tempo na moda. Desde as roupas até às fotografias, a década de cinquenta e sessenta voltou a estar presente em pleno século XXI. Em 1968 surgia a primeira máquina fotográfica instantânea Polaroid. Com um click, a fotografia saia impressa como por magia! Já na era digital a marca passou por dias difíceis até à sua falência em 2008, sendo que dois anos depois reaparece no mercado com uma gama de produtos analógicos e digitais. Agora surge a Polaroid Z2300. A Polaroid não quer cometer os erros do passado e tenta actualizar-se ao máximo mas mantendo a magia do passado. Com os 10mpx, o ecrã de 3 polegadas, possibilidade de gravação de vídeo e

áudio, a impressão em papel de 5 X 7,6 cm, e a faculdade de edição da fotografia como enquadramentos antes da impressão, que dura cerca de 1 minuto, a Z2300 é um novo produto que permite a personalização da fotografia instantânea, sem esquecer a possibilidade de partilha nas redes sociais. O preço desta relíquia moderna ronda 150.00 euros, com o papel fotográfico a custar cerca de 25.00 euros, por 50 folhas. O lançamento da Polaroid Z2300 está marcado para o próximo mês de Agosto, e os modelos estão disponíveis ainda a branco e preto. Com equipamentos como este a Polaroid não quer fazer apenas parte do passado da fotografia, mas também escrever um capítulo na história digital.

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GADGETS DA SEMANA


CIÊNCIA / OPINIÃO

A atenção deve surgir quando as mudanças de humor são inexplicáveis, súbitas e geradoras de um sofrimento prolongado no tempo.

O meu humor é como o mar Umas vezes revolto e alteroso, outras, calmo e sem força. As alterações de humor são, antes de mais, uma forma de adaptação ao mundo, à sociedade, uma característica de individualidade. Em cada momento da vida usamos diferentes ferramentas expressivas para contactar e vertermos as emoções. Por muito subtis que sejam, é impossível não estar constantemente sob uma capa de estímulos geradores de reacções emocionais. Imaginemos alguém no duche matinal em que repentinamente a água esfria. Tentemos elencar a miríade de emoções indesejadas daí advindas. No entanto será essa mudança de humor, induzida por um contacto físico (da água fria), que vai espoletar e incentivar a procura de uma solução se possível a longo prazo, precavendo semelhante aborrecimento. Imagine-se que depois desse percalço a pessoa imaginada recebe um carinho inesperado de alguém significativo (mulher, marido, filhos). As emoções decorrentes deste gesto vão activar uma série de emoções desejadas e reparadoras. Esta mudança de humor vai permitir a serenidade para as escolhas que o dia ainda reserva. Não se vislumbra nada de preocupante nesta história banal. Ela serve para definir a mudança de humor como integrante essencial da vivência de qualquer indivíduo. A atenção deve surgir quando as mudanças de humor são inexplicáveis, súbitas e geradoras de um sofrimento prolongado no tempo. Isto implica reconhecer hábitos e perceber comportamentos lesivos para o próprio e para os outros. Se o meu humor é como o mar, incontrolável,

TEXTO / CIPP *

é possível que isso me cause sofrimento e aos que me rodeiam. Seja de forma sazonal, ou em momentos aparentemente sem sentido, as mudanças de humor prejudiciais são uma pista cognitiva/emocional para algo a necessitar de suporte, atenção, tempo e trabalho. A angústia de sentir-se sem controlo sobre o próprio corpo ou comportamento pode levar a que essas mudanças de humor se aprofundem num movimento de desespero, cravando-se na rotina emocional da pessoa criando um abismo cada vez maior entre a fruição real da vida e a simples gestão de momentos incontroláveis, sejam aparentemente bons, ou maus. Porque no final é de fruição que se trata. Assumir como desejáveis a surpresa, o êxtase, o repente, não significa deixar de lado a individualidade, entregando-nos a verdadeiros bombardeamentos de sensações. Ou não significa deixar a mente vogar por entre inexplicáveis vagas de altos e baixos sem possibilidade de escolha de reacção, perdendo autonomia até nos relacionamentos. A fruição implica coragem de perceber os entraves a um equilíbrio emocional desejável e gerador de momentos exultantes, capaz de integrar situações indesejadas. Um equilíbrio que permita chamar o senhor do gás, sem grandes dramas, quando o chuveiro esfria. Aguardamos os vossos comentários e sugestões para correiodoleitor@cipp-terceira.com, bem como uma visita a www. cipp-terceira.com. Até à próxima!

Diz Não ao Preconceito TEXTO / Luana Bettencourt

Anseio o dia em que as pessoas serão julgadas pelos seus actos e não pela ideia que temos delas ou das suas opções. Estou farta!, simplesmente farta, de ouvir muito boa gente que se faz prezar pela luta pela igualdade, que defende os marginais, os animais, que defende o direito à escolha, virem cheios de razão, falar dos políticos. E não me entendam mal quando digo falar, o que quero mesmo dizer, é desrespeitar quem tomou a opção de fazer da política uma parte importante da sua vida, serem preconceituosos contra toda uma classe!

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* Equipa do Centro de Intervenção Psicológica e Pedagógica


MONTRA // OPINIÃO OPINIÃO MONTRA

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im dit, veniendae molorpo É verdade que hásimaximod maus políticos! Mas isso não igendis legitimanon ninguém vir dizer que ressund conessit reperae todos os políticos corruptos! Todos cuptatur? Simintesão voluptur? Poreium os dias vemos escândalos com políticos am, mi, voluptus, as porrorenis nas quas televisões e nos jornais! Mas tambémdolut isso,quam, não dáquia o direito ninguém, pra derum,a natibusde pôr em causa a seriedade de uma to illa nonecea cusdam alignimporro pessoa só porque ela está filiada ou é que ex etum de ut um lampartido lam autpolítico. laborias simpatizante Está na altura de percebermos umadercoipedignimenis excea volorro ma sa, que este preconceito, só nos dá menatquam aut molesequata dis repuda nos hipóteses de termos gente séria e sam resera voleceriae id magnimpos honesta na política. Devemos incentivar os jovens menos jovens, et todos os que sum sincite os quas alitemod ipsunditem ideias, os que querem fazer algo pela tium explabo. Ebit fugit, sitiae sua sociedade. Devemos, todos, eicim sentir dem eicit qui autfazer aut expelit as que osimus podemos fazer, mais pela nossa “casa”, que não vamos ser julgaet porio. Offictur? Illaut quatur sa a dos e que o preconceito “todo o politico é lendam Aniatur corrupto” não vaiaut cairmodi sobrecuptat nós. 2130 janeiro 2012 // 09 09 julho 2012


CIÊNCIA

património edificado pela ordem dos frades menores nos Açores TEXTO / Duarte Nuno Chaves *

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Os frades da primeira ordem de S. Francisco marcaram presença efetiva no arquipélago dos Açores, aproximadamente trezentos e noventa anos, deixando-nos um legado de bens móveis e imóveis de incalculável de valor histórico e cultural. Fruto dessa herança, chega até ao século XXI, um conjunto de imóveis, que fazem parte integrante do património cultural desta região, e que devido à extinção das Ordens Religiosas em 1834, foram alvo de um processo de nacionalização. Como resultado desse procedimento, os dezoito conventos fundados durante a presença franciscana nas ilhas açorianas, foram ao longo dos séculos XIX e XX, convertidos em edifícios públicos de diversa índole. Na ilha Terceira, o convento de Angra constitui o actual Museu desta cidade, os conventos de S. António dos Capuchos (Angra) e de Nª Srª da Conceição (Praia) estão ambos em ruínas. Em S. Miguel, o convento de S. Francisco de Ponta Delgada pertence à Santa Casa de Misericórdia e a igreja foi incorporada na paróquia de S. José; o convento de Nª Srª de Guadalupe (Ribeira Grande), alberga desde o século XIX, uma unidade de Serviços de Saúde, enquanto a igreja com a mesma evocação é administrada pela Câmara Municipal,

Os dezoito conventos fundados durante a presença franciscana nas ilhas açorianas, foram ao longo dos séculos XIX e XX, convertidos em edifícios públicos. estando a sofrer obras de restauro para acolher um futuro museu dedicado à temática franciscana; o de Vila Franca do Campo é actualmente uma Pousada turística, o de Lagoa foi transformado em Biblioteca Municipal; e os do Nordeste e Fenais foram desmantelados. Em S. Maria, o imóvel conventual está ocupado por instalações da Câmara Municipal de vila do Porto. No Faial, o convento de Nª Sr.ª do Rosário é um Centro de Idosos e o de S. António desapareceu. No Pico, o convento das Lajes é actualmente a sede do poder municipal e o de S. Roque funciona como Pousada de Juventude. Em S. Jorge, o convento de Nª Srª da Conceição nas Velas acolhe o Centro de Saúde e o do Topo faz parte da estrutura arquitectónica da Escola Básica Integrada. Na Graciosa, o convento foi demolido em meados do século XX, Finalmente, o convento das Flores é espaço integrante do Museu desta ilha. * Centro de História de AlémMar duartechaves@uac.pt


MESA

Sport Peter Restaurante Café e Tostas

TEXTO / Joaquim Neves

“O que é isto, pão espalmado?” O ajudante sem pingo de sangue: “É o meu jantar, ainda não comi nada hoje.”

Bem… é o Peter, tem-se que ir lá.

Nenhuma história reza que na noite avançada de 1 de Novembro de 1755, numa ruela bem abaixo da construção da Igreja do Convento de Nª. Sra. do Carmo, se houvera encontrado das mais fantásticas descobertas culinárias: Tostas. O ajudante de cozinha, já exausto depois do susto, medo, até pânico do tremor de terra da manhã e consequentes ondas vindas de sul que causaram danos por toda a baixa da cidade, olhou para duas fatias de pão que guardara, depois de um dia que ficaria na história, colocou-as numa das chapas do fogão a lenha aproveitando as últimas brasas. Do bolso retirou uma fatia de queijo, que havia surripiado a um dos muitos fregueses e necessitados que haviam passado pela taberna, quando alguém abria a porta, da taberna já ás escuras, atraído pela tépida luz de uma candeia de azeite na cozinha, chamou por quem da casa. O ajudante ficou calado, atirou a fatia de queijo para cima do pão, tapou com a outra fatia, ouvindo passos a aproximarem-se, com umas pegas, segurou na outra

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MESA

chapa de ferro do fogão e pôs em cima do pão. Nisto uma figura “piratesca” com tudo, barba, perna de pau e papagaio entrou na cozinha. “Não há nada que se coma?” O rapaz retirou uma panela do lume, colocou-a em cima da chapa, e respondeu: “Um resto de sopa, meio aguada.” Servido, mesmo ali na cozinha deu-lhe o cheiro a pão torrado, seguindo o olhar do rapaz, meio babado de fome, topou-o e descobriu o pão entre as chapas. “Que é isto, pão espalmado?” O ajudante sem pingo de sangue: “É o meu jantar, não comi nada hoje ainda.” Comovido, quem diria, o personagem dividiu, rasgou o pão e surpreendido pelo recheio do queijo derretido, sorriu. “Que bela ideia” disse ao ajudante, que sorriu entre tristeza e felicidade de comer pelo menos meio daquele pão com queijo. “Que nome dás a isto? Pão espalmado?” E deu uma gargalhada, ou o papagaio estava meio escuro e não dava para perceber. “Vou chamar-lhe: pão em tosta.” “Não tens uns orégãos?” perguntou ainda. “Isto ia bem era com um gim!” disse o ajudante de cozinha, após algum silêncio vindo do nada. Não sei o que inspirou a família Azevedo a fazer tostas, mas que o Café Peter Sport tem das melhores do Atlântico, tem. Como diz a frase: “Se velejares até à Horta e não visitares o “Peter”, não viste a Horta na realidade”. Sugiro que se introduza “ …o Peter e comeres uma tosta com um gim não…” Sobre o Peter está muito dito, contado e falado. Sem dúvida um lugar único, ambiente único, história, até a decoração é história, marinheiros, velejadores mar, actualmente também franchising. Comida restaurante, mas tostas que satisfazem. O serviço: bem… é o Peter, tem-se que ir lá, com o tempo e insistir. Como disse alguém que não me lembro: “Empatia vem com insistência.” Penso que se confunde demasiado empatia com simpatia.

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Penso que se confunde demasiado empatia com simpatia.

Receita

Uma tosta por favor!

“O que vai desejar?” “Uma tosta !” “Tosta de quê?” “Só uma tosta mista.” “Mais alguma coisa?” Sim! Gosto que os lados de dentro do pão, e prefiro o caseiro de centeio se tiver, sejam previamente torrados, se por acaso tiver à mão um azeite com tempero, por exemplo de alho, alecrim ou de pimentas para pincelar as fatias, até ficarem loirinhas, ficaria muito agradecido. Assim fica levemente crocante para depois forrar com as fatias de queijo. O fiambre, e por favor, peço que seja previamente grelhado na chapa, frigideira, ou no que tiver. Talvez, se se lembrar em passar um alho aberto pela fatia de fiambre antes de o grelhar? Ou, se por acaso, tiver um azeite temperado com louro? Não?... Deixe lá. Coloque apenas o fiambre grelhado entre as fatias do pão com o respectivo queijo, um pouco de pimenta preta moída, se fizer favor. Se não tiver azeite temperado, pelo menos e insisto que pincele o pão com azeite comum antes de o pôr a tostar. Tostadeira de prensa, não é?... E quando estiver tostado num bom louro, e não quero muito espalmado, polvilhe com orégãos. E um café abatanado. Obrigado!”


PALAVRAS

AO DIABO A FUTILIDADE ADULTA TEXTO / Rui Duarte Rodrigues *

Era bom Viver essa paixão Não abro os olhos Pra dizer

Era bom Esse Verão que ardia Até ao fim Os dias os campos

Era bom Esse fruto imaginado Tão apetecido Os sabores Destapados

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* Poeta açoriano ( 1951- 2004)


CONSUMO/OPINIÃO

No Banco De Trás II TEXTO / ACRA * / Angra do Heroísmo

Se a criança a transportar na viatura tiver menos de 135cm poderá utilizar-se apenas o cinto de segurança. No entanto, se a precinta diagonal ficar sobre o pescoço da criança é preferível, apesar de baixar o nível de protecção, colocar essa precinta atrás das costas e nunca por debaixo do

braço, utilizando apenas a precinta subabdominal. Ao adquirir uma cadeira de segurança para transporte de crianças em automóvel, verifique se o modelo está adequado à idade, tamanho e peso da criança, se tem o selo de homologação da Direcção-Geral de Viação e se adapta-se a qualquer tipo de automóvel. Verifique também se o seu fecho de cinto tem força suficiente para segurar a criança mas, por outro lado, permite, também, aos pais libertá-la com facilidade em caso de emergência. Transporte sempre a sua criança na cadeira de segurança seja qual for a viagem que tenha de fazer. Mesmo que a distância lhe pareça demasiado curta para ter esse trabalho. Ter em atenção que, na condução sob condições atmosféricas adversas, deve-se evitar a realização de manobras desnecessárias, sobretudo da manobra da ultrapassagem e reforçar a adopção de uma condução defensiva, adaptando a sua condução, particularmente, à redução da visibilidade e da aderência ao piso. * Associação de Consumidores da Região Açores

VIAGENS Ao cerne das coisas XIII

O Maranhão TEXTO / Antonieta Costa * / antonieta_c@hotmail.com

Alcântara: uma cidade fantasma

Estávamos em S. Luís (uma embaixada cultural dos Açores para a Universidade do Maranhão), nessa cidade do Norte do Brasil beirando a floresta Amazónica e a linha do Equador, debaixo de um calor e humidade sufocantes, quando nos ofereceram um passeio. Atravessando o emaranhado dos nove rios que desaguam na Baía de S. Marcos, levaram-nos rio acima, para dentro da floresta, em direcção a Alcântara, uma antiga cidade portuguesa, de exportação de mercadorias. Pouco depois de termos saído, encalhámos num baixio. O barco balançava perigosamente enquanto lutavam para o fazer sair, empurrando-o com varapaus e nós olhávamos as distantes margens bordejadas de mangais, que não ofereciam grandes possibilidades de chegar a terra firme, se para lá nadássemos, caso acontecesse o pior – Já o S. Macaio tinha dado à costa nos baixios do Maranhão… e diz-se que com portugueses. Mas nada disso aconteceu. Alcântara, uma cidade fantasma, parada no tempo, calcetada em lajeado já todo desconjuntado, evoca um passado bem diferente do que são as memórias das populações indígenas que lá viviam e dos africanos depois para lá enviados. Passados múltiplos, ainda bem presentes (convidaram-nos para uma noitada de música africana ritual, num Quilombo). Mas o evento mais importante (e surpreendente neste local) é o do da realização do Culto do Espírito Santo, organizado pelas Caixeiras do Divino, foliões femininos, africanas! * historiadora 30 julho 2012 / 14


OPINIÃO

O que é isso, longo ou breve? TEXTO / Pe. Teodoro Medeiros

Vamos começar pelo bom: «O cavalo de Turim» tem uma premissa original e despretensiosa, leve e até magnânima e que é tornada explícita no seu início: Nietzsche protege com o corpo um cavalo que era fustigado pelo seu dono, irado pela sua recusa a avançar... dois dias depois começa a sua demência, anunciada à mãe pelas palavras: -”Ich bin dumm.» O famoso filósofo viveria mais dez anos em demência; do cavalo, nada se sabe. O filme é a história desse animal, em austero registo preto e branco, documental, lento. A verosimilhança do retrato é soberba, renasce no espetador tudo o que tem em comum com aquela vida pobre e enxuta do campo. Um momento, em particular, é inesquecível: quando a câmara regista, dentro do palheiro, a imagem do cavalo sobre o qual desce a sombra quando se fecha a porta (é capaz de fazer ressuscitar a fé do cinema no ateísmo estético mais acre...). É, portanto, um filme contra a corrente, uma obra radical que assume as rugas da existência e se torna um objeto como nunca nenhum outro, se bem que falar assim é temerário... apenas porque ninguém viu todos os filmes do mundo, porque há muita claustrofobia associada a um filme que só conhece 3 ou três cenários. Ora, dependendo de como se olhe, é aí que reside a sua força ou a fraqueza: o quotidiano do camponês, da filha e do animal são tudo o que se tem, tudo o que existe, tudo o que interessa. Esse microcosmos é retratado, observado, reproduzido e respeitado durante toda a longa metragem e a experiência é forte, violenta na sua cadência ultra lenta, repetitiva e inescapável. Tivesse a música ficado de fora e o cérebro registaria uma viagem no tempo até 1889, sem tiques de forma, sem planos estudados que

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tragam um sabor de não documentário. O que parecerá justo dizer é que a maioria das pessoas não suporta um filme destes. A tentação do cinéfilo devoto é a de perguntar se isso interessa para a discussão e responder que não, mas a pergunta pode ter o valor de iluminar algo que pertence ao cinema e de que não se fala muito, que são os diferentes tipos de espetador. Desde logo o casual, distraído e pouco organizado, necessitado de estímulos fortes que lhe desliguem a sensibilidade saturada com uma nova fonte de saturação. Os amantes dos efeitos especiais e das explosões são muitas vezes criticados por pertencerem a este número mas o que dizer de tantas comédias românticas e de outras obras que cruzam vários géneros? Um filme como «Os agentes do destino», por exemplo, tem tudo o que se associa a um bom filme; um amor impossível, atores famosos, reviravoltas na história, personagens misteriosos enviados por Deus (aqui promovido a «Chairman», pasme-se), muita ação... é um filme péssimo, as personagens têm a densidade de uma folha de papel, as premissas são débeis, o resultado é demasiado previsível e tudo se resume a uma epopeia de mau gosto que nunca mais acaba. Estamos já no segundo nível, o do espetador que procura o cinema que o conforta, que ilumina o seu interior e o seu coração e encontramos aí também muita coisa medíocre que satisfaz sem muita profundidade e repete fórmulas atrás de fórmulas. Valerá a pena ficar-se por aqui? Saltemos algumas etapas, esqueçamos muitos fenómenos com mais valor e mesmo assim famosos e consensuais e apontemos ao topo, ao cimo da cadeia. Temos aí «O cavalo de Turim», amado pelos críticos, desprezado pelas audiências. Valerá a pena chegar tão longe?

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O resultado mais evidente do nosso trabalho de investigação, diz Sérgio Ávila, do MPB/ Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos – CIBIO-Açores/INBIO, Laboratório Associado/departamento de Biologia da Universidade dos Açores, talvez seja o que os passageiros dos voos inter-ilhas testemunham quando, a bordo dos aviões da SATA, aterram em Santa Maria e ouvem o comissário de bordo anunciar: “Bem-vindos à Ilha de Santa Maria, onde os fósseis são testemunho do nosso património natural”. As palavras do mestre e doutor em Biologia surgem a propósito do 9º workshop internacional “Paleontologia em Ilhas Atlânticas”, um encontro que teve a sua primeira edição em 2002 e que tem decorrido na ilha de Santa Maria, com periodicidade anual desde os últimos sete anos. Esse workshop, que terminou no passado fim-de-semana, é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia - FCT, pelo Governo Regional dos Açores - direcção da Ciência e Tecnologia, pelo DFG-The German Research Foundation e por outras entidades. O professor e cientista, natural da ilha do Pico, diz que há dez anos, poucos eram os que conheciam os fósseis de Santa Maria, mas hoje em dia, milhares de pessoas já terão ouvido falar neles. A U foi saber mais.

TEXTO / Sónia Bettencourt sonia@auniao.com FOTOS / MPB Copyright

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Revista U (U) – O que se pretende com fósseis de animais e plantas marinhos, este 9º workshop internacional “Paleon- mas também existem fósseis terrestres, tologia em Ilhas Atlânticas”, que esteve a estes ainda por estudar. Nos grupos madecorrer em Santa Maria?

rinhos, são conhecidos cetáceos fósseis,

Sérgio Ávila (SA) – Em 1998, ainda como peixes, diversos grupos de invertebrados aluno do curso de Biologia na Universi- e ainda algas fósseis. dade dos Açores (UAç), percebi que só A acumulação do conhecimento científiconseguiria entender a história evolutiva co resultante de todo este trabalho, tem dos Açores se incorporasse a dimensão permitido a publicação de variados tra-

Nos Açores, o nosso meio de transporte usual é o semi-rígido.

tempo. Ora, tal só é possível analisando o balhos, desde simples listas comentadas registo fóssil e, como nas ilhas dos Açores de espécies, a artigos testando hipóteses só existem fósseis (marinhos e terres- de biogeografia geral, ou ainda hipóteses tres) na ilha de Santa Maria, a mais antiga globais, aplicáveis a todas as ilhas oceâdos Açores, com uma idade estimada de nicas. cerca de 8-10 Ma (milhões de anos), decidi que, assim que possível, teria de orga- U – As equipas que realizam as diversas nizar uma reunião científica para atingir saídas de campo são multidisciplinares. O tal desiderato.

que se pretende com esta mescla de co-

Um aspecto muito importante destes nhecimentos? workshops é o papel desempenhado pe- SA – Este ano participaram 24 investigalos OCS’s. Temos tido em todas as edições dores e alunos, provenientes de Portugal, repórteres de imagem e fotógrafos, e o Inglaterra, Áustria e Alemanha. A UAç resultado do trabalho destes profissio- (CIBIO-Açores / INBIO-Laboratório Assonais tem divulgado o património fossilífe- ciado) é a entidade organizadora, sendo ro da ilha de Santa Maria a nível regional, participantes a FCUL, o IPMA, a Universinacional e mesmo além-fronteiras.

dade de Münster, a Universidade de Bristol, o Staatliches Museum für Naturkunde

U – Que tipo de fósseis existem nos Aço- Stuttgart e o Oberösterreichisches Lanres?

desmuseum. Esta mistura heterogénea

SA – A ilha de Santa Maria tem-se reve- de professores, investigadores, curadolado uma autêntica caixa de surpresas... res de museus, alunos de doutoramento e Todos os anos temos descoberto jazidas até de final de licenciatura, provenientes ainda desconhecidas e que nunca terão de diferentes áreas (biologia, geologia e sido estudadas. Isto deve-se ao estudo paleontologia), todos eles com grande sistemático e continuado que temos fei- conhecimento e experiência de mar bem to e à metodologia particular que temos como de organismos marinhos, permite utilizado. No continente, os paleontólo- uma abordagem holística aos diversos gos deslocam-se para as jazidas a pé, de problemas com que somos confrontados, jeep, às vezes até mesmo de helicóptero; nos Açores, o nosso meio de transporte usual é o semi-rígido! É muito engraçado quando investigadores que pela primeira vez estão connosco em trabalho de campo são confrontados com este peculiar meio de transporte até às jazidas; no início estranham, mas no final dos 10 dias de trabalho já estão habituados e percebem que nem podia ser de outra forma, tal a dificuldade e o perigo do acesso por terra. O registo fóssil de Santa Maria é muito rico e variado, se tivermos em linha de conta que estamos a falar de uma ilha que actualmente possui somente cerca

Participaram investigadores de Portugal, Inglaterra, Áustria e Alemanha.

de 98 km2 de superfície. A maioria são

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daqui resultando uma visão muito abrangente, com predomínio da pesquisa de respostas aos processos e padrões, em detrimento de abordagens de interesse local. Esta estratégia tem-nos permitido publicar nas melhores revistas da especialidade. U – Os Açores têm uma contribuição a dar à paleontologia mundial, ou a sua relevância é mais local? SA – Mercê da sua localização privilegiada no meio do Atlântico Norte, a ilha de Santa Maria está a desempenhar um papel fulcral como laboratório para testar algumas das mais recentes teorias biogeográficas e geológicas. Nesta pequena ilha conjugam-se uma série de factores (existência de elevada quantidade e diversidade de fósseis e de icnofósseis de diversas idades, existência de vários terraços submarinos a diversas altitudes, existência de depósitos de tempestade, lumachelas de consideráveis dimensões) que normalmente não se encontram em ilhas oceânicas. Pode mesmo dizer-se que a ilha de Santa Maria está a caminhar a passos largos para ser uma das mais bem conhecidas ilhas de todo o mundo na sua fauna e flora recente e passada. U – Participaram neste encontro alunos do ensino básico de escolas da região, no âmbito do Prémio “Frias Martins”. Qual a importância do contacto das camadas mais jovens com o trabalho da academia açoriana? SA – O Prémio “Frias Martins” realiza-se a cada dois anos. Instituído pelo Conselho Regional dos Açores da Ordem dos Biólogos, pretende premiar o mérito e servir como incentivo ao ensino e à aprendizagem da Biologia nos Açores, tendo como público-alvo os alunos entre o 5º e o 9º anos de escolaridade. O aspecto mais interessante deste prémio é a possibilidade que é facultada a estes jovens de acompanharem os trabalhos de campo de uma equipa internacional multidisciplinar, observando in loco as metodologias de recolha, ouvindo as discussões e interpretações científicas efectuadas pelos cientistas, e, fundamentalmente, colocando a estes investigadores perguntas… muitas perguntas. U – Há falta de novos interessados em enveredar pelos caminhos dessa área de estudo e investigação nos Açores? SA – De 3 em 3 anos, os alunos do curso de Biologia da UAç recebem uma visita da minha parte, logo no início do ano. Nessa altura, faço-lhes uma breve descrição do trabalho que fazemos, das condições de trabalho que lhes podemos dar e da possibilidade de, caso se juntem à equipa, serem ainda na condição de alunos, co-autores de publicações científicas e de livros. Já consegui desta forma cativar alunos. Penso que não tem havido falta de alunos interessados em trabalhar connosco. Este ano haverá nova apresentação à turma do 1º ano de Biologia. Vamos lá a ver quem agarrará a oportunidade…

Só existem fósseis marinhos e terrestres na ilha de Santa Maria.


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Revista U Rua da Rosa, 19 9700-144 Angra do Heroísmo tel. 295 216 222 / fax. 295 214 030 Email u@auniao.com Director Marco Bettencourt Gomes Editora Humberta Augusto Redacção João Rocha, Humberta Augusto, Renato Gonçalves, Sónia Bettencourt Design gráfico Frederica Lourenço Paginação Ildeberto Brito

Colaboradores desta edição Adriana Ávila, Antonieta Costa, Bruno Ázera, Carlos Alberto Fernandes, Carmo Rodeia, Duarte Nuno Chaves, Frederica Lourenço, João Paulo Pacheco, Joaquim Neves, José Júlio Rocha, Luana Bettencourt, Paulo Brasil Pereira, Rildo Calado, Rui Duarte Rodrigues, Sandra Fernandes, Teodoro Medeiros e Tomaz Dentinho. Contribuinte nº 512 066 981 nº registo 100438 Assinatura mensal: 9,00€ Preço avulso: 1€ (IVA incluído) Tiragem desta edição 1600 exemplares Média referente ao mês anterior: 1600 exemplares

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ENSAIO

Fé E Turismo TEXTO / Revista “Itinerante” | SNPC

Descobrir espiritualidade e natureza à volta dos santuários Os santuários de Cristo Rei, Avessadas, Balsamão, Brotas, Lapa, Loulé e São Mateus do Pico constituem o tema de capa da mais recente edição da revista “Itinerante”, dedicada aos passeios a pé. «Oxalá que esta revista convença mais reitores para que pelo menos uma vez por ano saia uma edição dedicada a outros santuários. Hoje em dia temos de recorrer ao marketing e gastar dinheiro com isso mas há alguns responsáveis que não estão para aí virados», acrescentou. «Este é sem dúvida um tema intemporal, que atravessa séculos e crenças, por vezes de origem pagã, mas bem presente nos dias de hoje. Continua a mover e motivar multidões! É de facto impressionante o movimento diário à volta da maioria dos Santuários que visitámos, assim como as multidões que aí se concentram nos dias de festa», escreve Nuno Gama Nunes no editorial do número sete da “Itinerante”, que se apresenta como «a primeira revista nacional de pedestrianismo». Revista Itinerante O texto de apresentação assinado pelo director da publicação salienta que «os Santuários são também um ponto de referência nas regiões onde se encontram e à sua volta há muitos caminhos a percorrer, por objectivos religiosos e de fé, culturais, de contacto com a natureza e com o património das regiões, ou simplesmente para exercício físico». Os roteiros incluem o Convento de Avessadas, na região de Marco de Canaveses, o caminho em redor do Convento de Balsamão, no nordeste transmontano, o trajecto entre o Fluviário de Mora e o Santuário de Brotas, no Alentejo, e a descoberta da rota entre o Santuário de Cristo Rei até Cacilhas, junto rio Tejo e com vistas para Lisboa. A revista, que já dedicou um número aos caminhos que se dirigem a Santiago de Compostela, em Espanha, abrange também o Santuário da Lapa, no concelho de Sernancelhe, o percurso entre Querença e o Santuá­

Turismo religioso em alta

rio da Mãe Soberana, em Loulé, e o trilho que une a Igreja de Santa Maria Madalena ao Santuário do Bom Jesus Milagroso do Pico, em São Mateus, nos Açores. Da Madalena ao Santuário do Bom Jesus Situada à entrada da vila da Madalena, junto ao mar, a igreja de Santa Maria Madalena é o maior templo da ilha do Pico. Com origem provável no século XVI, sofreu importantes alterações na sua fachada no final do século XIX, mas conserva a sua primitiva traça no interior, onde se destaca a talha dourada da capela-mor e dos altares laterais, os azulejos historiados e o seu conjunto de imagens. A frontaria é composta por corpo principal ladeado por torres sineiras que

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ENSAIO

correspondem à largura das naves laterais. Por seu lado a igreja de Nossa Senhora das Candeias, situada na povoação de Candelária, na ilha do Pico, foi fundada em 1803. É na Igreja de São Mateus que se encontra o Santuário do Bom Jesus Milagroso do Pico. Esta igreja é uma das mais ricas e majestosas da ilha. A actual igreja, sob a invocação de São Mateus, foi construída entre 1838 e 1842. Com 33 metros de comprimento, possui três naves sustentadas por pesadas pilastras. No teto da capela-mor encontra-se pintada a fresco uma pormenorizada cena do Ecce Homo (‘Eis aqui o homem’ foi como Pilatos apresentou Jesus Cristo, preso e flagelado, antes de ser decidida a sua condenação à morte). Numa das capelas laterais, destaca-se a imagem do Senhor Bom Jesus Milagroso, preciosa pelo seu diadema e pelas ricas capas que lhe têm sido oferecidas. Foi em 1962 que este templo foi elevado à categoria de Santuário. A sua grande festa tem lugar a 6 de Agosto, com romeiros vindos das mais diversas origens e os picarotos a chegarem na sua maioria a pé. Este percurso leva-nos da Igreja de Santa Maria Madalena ao Santuário do Bom Jesus Milagroso do Pico, em São Mateus. Para além de constituir um percurso pedestre muito interessante do ponto de vista turístico, pode também ser utilizado pelos muitos romeiros que partem a pé da Madalena para o Santuário, nos primeiros dias de Agosto. Igreja de São Mateus A primeira metade do percurso acompanha sempre o mar, com passagem pela espectacular Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, classificada Património Mundial desde 2004. Essa parte do percurso é sempre plana, com bom piso excepto na zona perto do lugar de Fogos. O caminho faz-se sempre entre o mar – com forte actividade pesqueira e de observação de baleias e com a bela ilha do Faial do outro lado do “canal” – e a vinha, abrigada nos currais de pedra negra e

A primeira revista nacional

quente. Ao longe pode ainda avistarse (quando não está “protegida” por nuvens) a imponente montanha do Pico, com os seus 2.351m de altitude, medidos no alto do Piquinho. A partir da Candelária, o percurso sobe um pouco, para seguir a meia encosta, por zonas rurais e de floresta, passando por alguns lugares habitados, até São Mateus. Nesta parte do trilho podem-se observar muitos exemplares da flora nativa açoriana, bem como paisagens dos mares do sul do Pico, onde ocorreu a maior parte da caça à baleia. É um percurso um pouco longo, quase todo em bom piso e bastante plano no início, ganhando altitude apenas na segunda parte, até ao Santuário situado em São Mateus. Dificuldade: 8/10; distância: 18.8km; duração: 5h30; ascensão total: 570m

Trilhos a pé levam aos santuários

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FOTÓGRAFO

SOB O DESERTO TEXTO / Carlos Alberto Fernandes * FOTO / Bruno Ázera

Estamos na história; Cansados Como pássaros nostálgicos À espera De Outonos (próprios) para exportação

Sob o deserto (nasce) a palavra Cacto. Avaro pensamento De estarmos sós Como cavalos febris Na viagem do corpo. Apodrecendo em Outubro Estamos na história; Cansados Como pássaros nostálgicos À espera De Outonos (próprios) para exportação Assim a luz Fosse laranja. Madeira seco Punho rubro no cimento do corpo: Ontem. * Poeta madeirense (n.1954)

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OPINIÃO

O MUNDO NÃO PASSA DISTO TEXTO / Pe. José Júlio Rocha

Em Madrid há uma estrada que não tem fim. Está cheia de edifícios “art nouveau”, “art deco” e de outras artes absolutamente anónimas. E há inumeráveis pessoas que se passeiam por aquela rua sem fim. E porque não tem fim, essas pessoas não sabem para onde vão. Mas essas pessoas também não sabem de onde vêm, porque a rua também não tem princípio. Isto em Madrid e em qualquer outro lado do mundo. As pessoas não têm princípio, não têm fim. Não têm passado e, o que é muito doloroso, não têm futuro. Há, em Madrid, uma manifestação demolidora: Plaza Neptuno, Cibeles, Gran Via, Puerta del Sol. Violência e poder. Poder e violência. Poder contra a violência, violência contra o poder. Em Espanha nunca se soube dialogar. Na política, onde uma guerra civil destruiu quase tudo. No futebol, onde a rivalidade Real Madrid/Barcelona faz da nossa rivalidade Benfica/Porto um brinquedo de crianças. Na religião. Onde não há meiotermo: Ou muito conservadores ou ateus convictos. Ódio é uma realidade comum por essas bandas. Há mais de 60 anos Ghandi dizia que «olho por olho, dente por dente, e o mundo ficará cego». É verdade. E é tarde. Acho que o mundo já está quase cego. A cegueira do mundo é como o verão de Madrid: 45 graus à sombra. Festa, gritos, risos, risos, risos. Inúmeros seres humanos a fingir que são felizes, a esconder uma quase insuportável vontade de chorar, chorar imenso. Há certas formas de alegria que não passam de uma refinada forma de desespero. Numa cidade grande percebe-se como quase ninguém ama quase ninguém. As pessoas vão-se cumprimentando, conhecendo, conversando, comendo, devorando, destruindo umas às outras. No meio de tudo isto percebo que os seres humanos têm cada vez mais amor para receber e menos amor para dar. Jesus percebeu tudo isto. 30 julho 2012 / 25


PARTIDAS

VulcĂŁo Verde TEXTO / Sandra Fernandes FOTO / JoĂŁo Pedro Pacheco

A necessidade de contactar com a natureza, sorver dela todas as energias positivas que ela nos emana, era tanta que saímos apressados carregando às costas uma mochila com um leve e delicioso farnel para alimentar o estômago quando este reclamasse alimento. Para alimentar a vontade de sossego e de repouso levåvamos expectativas e desejos de encontrar ar puro, påssaros chilreando, silêncios renovadores e uma paisagem, tão carregada de energias positivas e conforto, que só a vontade de a respirar jå nos transformava por dentro o estado de espírito, eliminando deste as amarguras e as preocupaçþes do dia-a-dia. Do alto tínhamos a sen-

sação que abraçåvamos com os olhos todo aquele verde e toda aquela ĂĄgua pacĂ­fica e aveludada. Quando demos conta jĂĄ tĂ­nhamos feito um pacto de confiança e lĂĄ fomos nĂłs Ă descoberta de outra perspectiva. Demos inĂ­cio Ă aventura que hĂĄ muito havĂ­amos combinado experimentar. Começamos a descer e a adrenalina sabia cada vez mais acompanhada por gargalhadas e comentĂĄrios de deleite‌ Era tudo tĂŁo novo numa paisagem, tantas e tantas vezes fotografada e comentada. Nada era como diziam, pois sĂł ĂŠ possĂ­vel saber a que sabe o sossego quando este toma conta de nĂłs e nos purifica a lava que nos percorre as artĂŠrias. Fomos conquistando cada metro de trilho com pegadas de satisfação e curiosidade e sentĂ­amos que penetrar aos poucos no Ă­ntimo da natureza era como se tambĂŠm fossemos uma porção de ĂĄgua ou uma rocha vulcânica das imensas que compĂľem tĂŁo maravilhoso projecto da mĂŁe natureza. NĂŁo vimos fogo mas sabĂ­amos que estava lĂĄ, encoberto pelo persistente verde que se deitava no nosso olhar incendiado de beleza e bem-estar. SabĂ­amos que tal como o ar que nos rodeava e nos purificava, sob nossos pĂŠs, um vulcĂŁo rugia breves soluços marcando em nossas mentes a lembrança da sua existĂŞncia.

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Nada era como diziam, pois sĂł ĂŠ possĂ­vel saber a que sabe o sossego quando este toma conta de nĂłs e nos purifica a lava que nos percorre as artĂŠrias. NĂŁo vimos fogo mas sabĂ­amos que estava lĂĄ.

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referentes às Danças

Contribuinte n.Âş Quant.

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MARÇO

7 14 S — T 1 E 15 9 16 Q 2 Q 3 10 17 S 4 11 18 S 5 12 19 D 6 13 20

21 28 22 29 23 30 24 31 25 — 26 — 27 —

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JUNHO

6 R 20 27 — S — 7 14 21 28 — T — 8 15 22 29 — Q 1 9 16 F 30 — Q 2 S 3 F 17 24 — — S 4 11 18 25 — — D 5 12 19 26 — —

SETEMBRO

5 12 S — 6 13 T — 7 14 Q — 8 15 Q 1 9 16 S 2 S 3 10 17 D 4 11 18

19 26 — 20 27 — 21 28 — 22 29 — 23 30 — 24 — — 25 — —

DEZEMBRO

5 12 19 26 — S — 6 13 20 27 — T — 7 14 21 28 — Q — Q F F 15 22 29 — 9 16 23 30 — S 2 S 3 10 17 24 31 — D 4 11 18 N — —

Desejamos Boas Festas e um Feliz Ano Novo

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PARTIDAS


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ÓCIOS / OPINIÃO

“O sábio procura a sabedoria, o tolo encontrou-a.” Georg Lichtenberg

CARTOON

Quase nas Festas da Praia.

QUESTIONÁRIO

A MAÇONARIA INFLUENCIA A POLÍTICA os açores PORTUsão um paGUESA? raíso em QUESTIONÁRIO

SIM termos tuNÃO rísticos? SIM NÃO

Já reservei mesa. ONLINE

AS MAIS VISTAS F. S. ONLINE

AS MAIS VISTAS Título Aqui

Quer Movimento Abolicionista da Tauromaquia SANÇÕES PARA EVENTOS TAURINOS COM MENORES DE SEIS ANOS

Título Aqui

111 (79,86%)

28 (20,14%) TOTAL: 139 (100%)

Rendimento Social de Inserção NOVAS REGRAS VÃO AUMENTAR NÚMERO DE POBRES NOS AÇORES

I am a fan of

ESPLANADAS À BEIRA MAR... TEXTO / Frederica Lourenço

Imagine-se numa, assim ao final do dia, a ver o pôr-do-sol, estendido numa chaise longue, e a tomar uma cerveja com os amigos. Para muitos como eu esplanadas seriam coisas que acontecem naturalmente em locais onde existe praia, porque faz parte do significado de férias e de relaxe, certo? Errado. Pelo menos no que à ilha Terceira diz respeito. Não sei bem ainda qual o fenómeno: quando temos coisas ligeiramente parecidas com esplanadas, os seus proprietários tratam de as fechar, assim com coisas semelhantes a lo-

nas, preferencialmente em tons bem escuros e opacos, numa tentativa de criarem micro-climas parecidos com estufas no deserto. Ou, talvez , o objectivo seja altruísta e queiram apenas proteger os clientes de exposições excessivas aos raios UV, numa tentativa de diminuir a taxa de incidência de cancro de pele. Mas a verdade é que há qualquer coisa que impede os comerciantes locais de acharem que esplanadas viradas para o mar, e sem nada que impeça a vista, possam ser negócios que valham a pena, numa terra aparentemente turística. Aparentemente.

07 maio 2012 / 28 30 julho 2012 / 28


CULTURA

CAIS DAS POÇAS A festa “Cais das Poças” decorre de 3 a 5 de Agosto nas Flores com os Ronda da Madrugada, João Pedro Pais e Full Kords com cabeças

3 A 5 DE AGOSTO de cartaz. Para além da diversão nocturna é uma festa direccionada para as actividades e desportos náuticos, destacando-se

FLORES a realização de um Torneio de Pesca Desportiva, assim como a distribuição gratuita de um Caldo de Peixe a todos os que pretendem degustar a saborosa gastronomia da ilha. No recinto da Festa existirão as tradicionais tascas e restaurantes.

LACERDA online O portal “Cultura Açores”, da Direcção Regional da Cultura, passou a disponibilizar no Centro de Conhecimento dos Açores o “Espólio Francisco de Lacerda”. Este conteúdo divulga o acervo de Francisco de Lacerda existente no Museu de Angra do Heroísmo, que contém inúmeras peças e documentação com uma grande riqueza de informação e permite ter um conhecimento mais aprofundado da realidade social da época em que viveu. O espólio de Francisco de Lacerda integra documentação muito variada, sendo constituído por composições originais, correspondência, canções populares, cartazes e panfletos e fotografias. O conteúdo divide-se em três partes: “Projecto”; “Vida e Obra” e “Espólio”. Neste último campo podem ser efectuadas pesquisas pelas seguintes categorias: “Álbum de fotografias”; “Correspondência”; “Documentação Biográfica”; “Documentação Diversa”; “Memorabilia”; “Partituras” e “Programação/Divulgação”. 30 julho 2012 / 29

A Associação Cultural Burra de Milho foi fundada em 2007 por um grupo de amigos com um interesse co­ mum: contribuir para o panorama cultural e artístico dos Açores, promovendo e apoiando jovens criadores como motor de desenvolvimento social, com especial incidência na criação de novos públicos e no apoio e produção de actividades culturais alternativas. Desde a sua fundação, a Burra de Milho realizou 6 extensões na ilha Terceira do INDIELISBOA, com parcerias na Graciosa, Faial e São Miguel; tem sido responsável pela organização do LABJOVEM – Concurso de Jovens Criadores dos Açores, promovido pelo Governo Regional dos Açores; tem promovido formações diversas como: Iniciação à Fo­to­grafia, Fotografia Digital, Hip-Hop, Pintura Urbana, Dança Contemporânea, Teatro, Vídeo, entre outras. Apresentou mostras de cinema da Gulbenkian – projecto de novos realizadores; mostras de dança contemporânea da Vo’Arte; mostras de cinema em parceria com o 9500 Cineclube (Ponta Delgada) como sejam a de Agnés Varda ou o DOCEUROPA – 27 países, 27 documentários; e mostras como o Inshadow – festival internacional de vídeo, performance e tecnologias, e, mais recentemente, o Amostra-me Cinema Português, uma mostra anual de cinema contemporâneo. Presentemente encontra-se na fase de produção de dois documentários e de publicação de um livro.


CULTURA

Mount Kimbie TEXTO / Adriana Ávila

Mount Kimbie são uma dupla inglesa formada em 2008, tem como elementos integrantes Dominik Maker e Kai Campos. Até à data, apenas lançaram um álbum em 2010 denominado Crooks & Lovers, integrando 11 temas com o selo da Hot Flush Records. O género musical deste grupo percorre o Downtempo, Dubstep e o Experimental, trabalho que foi alvo de boas críticas por revistas específicas da área, nomeadamente a Pichfork e Revista Vice.

CARBONATED No ano transato, apresentaram o EP Carbonated, disco que conta também com a participação e remisturas de outros músicos. De momento, os Mount Kimbie encontram-se a preparar o seu novo álbum que será lançado pela Warp Records numa data a definir.

ANTIGUIDADES Esta patente no Centro Cultural de Vila Franca do Campo, uma exposição intitulada “História de um povo através das antiguidades”, na qual está exposto um vasto leque de artigos antigos coleccionados pelo professor José Cabral, ao longo dos seus 80 anos de vida.

FOLCLORE NA RELVA A freguesia da Relva, em S. Miguel, recebe, a 4 de Agosto, a vigésima edição do Grande Festival de Folclore da Relva – Mostra Folclórica do Atlântico. Este ano participam no evento os grupos folclóricos da Grujola – Lagoa; Fajã de Baixo; Folk dance group “SAIME” da Letónia; Grupo Folclórico Nossa Senhora da Graça - Porto Formoso; Rancho Folclórico Rosas do Lena,Batalha; Rancho Folclórico Casa do Povo do Livramento; Folk Dance Group “Mali Gorzowiacy” da Polónia e Grupo Folclórico Cantares e Balhados da Relva.

NOITES, de prestígio

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Ponta Delgada volta a receber este ano a iniciativa Noites de Prestígio, promovida pela Câmara Municipal. Na Praça do Município vão passar, 1 de Agosto, Paulo Linhares e Bárbara Moniz (fado); a Filarmónica Nossa Senhora das Neves, da Relva, a 8 de Agosto; Vânia Dilac e Banda Negra, a 15 de Agosto; o Grupo de Música Popular Mar à Vista, a 22 de Agosto; e Luís Alberto Bettencourt, a 29 de Agosto.


OPINIÃO / AGENDA OPINIÃO / AGENDA

CLOUD

HOUSE TEXTO / Rildo Calado

Foi projectada pelo atelier de arquitectura McBride Charles

Ryan

www.

mc-bridech arl esryan.com.au,

e fica em Melboure, na Austrália. Construída

para ser uma ampliação de uma casa antiga em estilo “Edwardian”, este anexo em forma de nuvem tem a sua fachada principal voltada para tardoz, enquanto que a fachada antiga, que dá para a rua, foi preservada de forma a perpetuar a coerência formal da leitura da rua. Funciona como área de estar e lazer da casa, e permite uma contemplação perfeita da piscina e área verde do logradouro, através da sua imensa cortina de vidro. No interior, a forma de “nuvem” dá-nos um ambiente quase cénico e dramático, criando uma linguagem muito própria, onde os limites das paredes, tecto e pavimento, se diluem numa relação dinâmica de concavidades sucessivas.

HEADLINE FESTAS DAHERE PRAIA

Lores aut quidebis dis nitatem et que pel ime nosseComeça esta sexta-feira dasacesto Fesquam, officae cesecto mais etumuma raeedição quibus tas da Praia da Vitória que decorrem até ao dia 11 de quaspiet faccum iligenimi, sam et, quidebitis antia Agosto. Como é da praxe, as festividades tem início

TITLE HERE

OS CARNAVAIS

dolorestibus consecom da quatea inauguração int entus quo Feira de Gastronomia doluptiatus dolo earum do Atlântico, que este rem assinala arum volora ano a sua vita 13ª arum reictissi utatae. edição. No primeiro cone dia, desEt aborero etur, taque ainda o cuptatem quepara comdesfile de filarmónicas moluptas quiae et, veentre o Largo da Luz e accusam aliqui Avenida Álvarofacculp Mar-

TITLE HERE 3 A 11 DE AGOSTO ariorum vel il es volor simus, core quistib eribus tins Homem, e para o concerto dos Mazelab no Palvoluptis earum vendae cum exerum arum quiant. co Marina. Ehendit,tem sinto verovitio. Ut est, ut incid quas inullor Sábado lugar a abertura oficial das Festas com nonsed quibearum que est, oestiusa cortejopicaboremque dedicado ao Carnaval. quiasped eos auditem doloriti omnimpoNa Music Resort tocam osporeptas terceirenses October Flight. Domingo é a vez do desfile etnográfico riate invellaut expediciis quias mos sampelas alite ruas quid da Praia e concertos de Hands on Approach e Avô quas ella Lit et qui debis magnates dolupta erfe Cantigas.

07 maio 2012 / 31 30 julho 2012 / 31

Xeratem quost Tem lugar dedipsam 5 a 12 autemos de na Horut Agosto, imagnam, offic ta, mais uma editotatur? Quiditam ção Semana do aliada iducidentia siMar, o maior festitias millupis et omval nimnáutico ex enisdo asPaís. eost A edição deste ano eosaper ibeaquo conta com a reama del ipis dolor ad lização de provas eument, con corde vela de cruzeiectatiam dolorese ro, de canoagem, pratiant quam que de botes baleeiros, volo molorro ex et de natação e de vit qui ditessunpolo aquático, para di unte ella nate além do VII Enconnobitatem quis tro Internacional quossimodia quis de Vela Ligeira, endelisci psapedi volvendo regatas beritem ilit quis innas categorias de venis consequ unOptimist, L’Equipe, dignam aut most, 420, Laser Radial e cum fugition eium Access. eratur res ipsamus Para além do cariz eatum etur sapitat marítimo tem luiaecaep udaeragar inúmeros contiatur aditatis nocertos e actuações bitib usante qui as de filarmónicas e rersperae latis ex grupos folclóricos exerae. Ipicipitium de várias nacionaque et, quatur res lidades.



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