Revista U Nº22

Page 1

A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO

www.auniao.com

NO UNIVERSO do ARTISTA PLÁSTICO SUCESSO DA FESTA (A)PROVADO À MESA PÁG. 05

edição 34.821 · U 22 · 13 de agosto de 2012 · preço capa 1,00 € (iva incluído)


PUBLICIDADE

E-mail: clipraia@gmail.com • Telefone: 295 540 910 • Fax: 295 540 919

Área Clínica Análises Clinicas Anestesiologia Cardiologia Cirurgia Geral

Médicos Laboratório Dr. Adelino Noronha Dr. Pedro Carreiro Dr. Vergílio Schneider Dr. Rui Bettencourt

Cirurgia Vascular

Dr. Fernando Oliveira

Cirurgia Plástica

Dr. António Nunes

Clínica Geral

Medicina Dentária

Dermatologia Endocrinologia

Gastroenterologia

Ginecologia/Obstetícia

Medicina Interna Medicina do Trabalho Nefrologia Neurocirurgia Neurologia Neuropediatria Nutricionismo Otorrinolaringologia Pediatria

Dr. Domingos Cunha Dr.ª Ana Fanha Dr.ª Joana Ribeiro Dr.ª Rita Carvalho Dr. Rui Soares Dr.ª Lurdes Matos Dr.ª Isabel Sousa Dr. José Renato Pereira Dr.ª Paula Neves Drª Paula Bettencourt Drª Helena Lima DrªAna Fonseca Dr. Lúcio Borges Dr. Miguel Santos Dr.ª Cristiane Couto Dr. Eduardo Pacheco Dr. Cidálio Cruz Dr. Rui Mota Dr. Fernando Fagundes Dr.ª Andreia Aguiar Dr. João Martins Dr. Rocha Lourenço Dr.ª Paula Gonçalves

Doenças de Crianças

Dr.ª Patrícia Galo

Pneumologia

Dr. Carlos Pavão

Podologia

Drª Patrícia Gomes

Psicologia

Dr.ª Susana Alves Dr.ª Teresa Vaz Dr.ª Dora Dias

Psiquiatria

Dr.ª Fernanda Rosa

Imagiologia (TAC/ECOGRAFIA/Ressonância Magnética) Neuroradiologia (TAC/Ressonância Magnética)

Dr.ª Ana Ribeiro Dr. Miguel Lima Dr. Jorge Brito Dr.ª Rosa Cruz

Reumatologia

Dr. Luis Mauricio

Terapia da Fala

Dr.ª Ana Nunes Dr.ª Ivania Pires

Urologia

Dr. Fragoso Rebimbas


EDITORIAL / SUMÁRIO

MONSTRO TEXTO / Sónia Bettencourt | sonia@auniao.com

Era um monstro que contava histórias para se esconder atrás delas. Não tinha filhos mas tinha vínculos paternos com algumas personagens dos seus enredos. Protegiaas, educava-as com o seu lápis afiado, exercitando todos os dias as frases do seu destino, tal deus criador. Amava-as como qualquer pai ama o seu filho. Mas se fosse pai acreditava que não seria um bom exemplo: bebia cerveja tal esponja sequiosa, fumava demasiadamente e dormia pouco, o que lhe tornava irritável durante todo o dia a ponto de exigir pleno silêncio à sua volta. E consumia literatura de forma compulsiva. Este seria um bom exemplo a dar a um filho, pensava ele. Contudo, estava convencido de que estudara demais. Os livros pareciam-lhe mais interessantes que qualquer acampamento ou ida à praia. Agora as suas recordações juvenis resumiam-se aos grandes nomes da literatura mundial. Um mundo. Porém, um mundo à parte. Com alegrias próprias. Suficientes. O tempo não perdoa, costumava repetir. E era verdade. Nada sentia mais ameaçador nesse momento do que o tempo. Que aflição olhar para um relógio ou para um calendário e ver aquele alinhamento de números, ainda que em formatos diferentes. Imaginava, a contragosto do seu coração, uma contagem decrescente como que a preparar-se para o fim. Por isso não consentia ter em casa nada que premeditasse o tempo. A sua casa era intemporal! Não queria arrepender-se de nada. Jamais desejaria voltar atrás… no tempo. Por hoje chega. Já bebeu o bastante.

SUMÁRIO sucesso da festa (a)provado à mesa

05 06

a eterna esperança portuguesa

estado do tempo

20

hino ao amor

21

o vinho e os mortos

23

para que serve a filosofia?

25

07

chamadas a 41mp

08 procuras a alegria? dá tudo o que tens! 10 os sapatos dos descobrimentos

lugares e partidas

26

sobreviver ao restaurante CNSR do pico

11

“tabu”

29

saúde e remédios II

14

casas modulares coodo

31

NA CAPA... SÓNIA BETTENCOURT / pág. 16

Procurar novas formas de sentir e pensar através do traço surrealista. Esta podia ser a frase-chave do actual período de José João Dutra, artista plástico nascido no ano de 1970, em Angra do Heroísmo, que, à semelhança de outras mentes criativas, não pára de lançar questões acerca da vida e do mundo. Essas mesmas questões têm vindo a tomar a forma de escultura, gravação e sobretudo de pintura. São partilhadas com o público, aqui e ali, dentro e fora do circuito dos Açores, e com os seus alunos na Academia de Juventude da ilha Terceira. 13 agosto 2012 / 03


REVISÃO

Qualidade e a segurança

QUALIDADE ALÉM DO SABOR “Apesar de ser um ano de contenção económica, foi feito um esforço no sentido de continuar a melhorar este evento”. O presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória considera que a XIII Feira de Gastronomia do Atlântico representa uma aposta ganha na qualificação da oferta turística do Concelho, na qualificação da produção local e um evento capaz de trazer valor acrescentado à ilha. Roberto Monteiro argumentou que a atribuição da organização da feira à Escola Profissional da Praia da Vitória teve por base a intenção de conferir um novo fôlego ao evento e, acima de tudo, trazer uma nova visão enquadrada nos objectivos da Autarquia: valorizar o evento, acrescentar-lhe valor que fique no Concelho e continuar a melhorar um dos pilares das Festas da Praia. “Apesar de ser um ano de contenção económica, foi feito um esforço no sentido de continuar a melhorar este evento. A aposta foi para a qualidade e a segurança alimentares, que se consubstancia por um forte investimento nas cozinhas da feira. Este investimento melhora significativamente essa vertente, abre as portas das cozinhas aos comensais, o que representa um elemento importante ao nível da imagem. Por outro lado, este investimento foi realizado tendo por base a vontade de que parte do investimento da Feira fique na ilha e no Concelho. Foram empresas locais que montaram estas cozinhas, o que representa um investimento de 30 mil euros que fica no Concelho”, sublinhou o autarca. “Estes são os desafios que se colocaram à nova organização da feira e que vão con-

Forte investimento nas cozinhas

tinuar a colocar-se: continuar a melhorar e a inovar; valorizar o que é nosso; deixar investimento na ilha; e, acima de tudo, fazer com que este evento contribua também para a valorização das nossas competências”, enfatizou Roberto Monteiro. Por seu turno, o director da Escola Profissional da Praia da Vitória aproveitou a inauguração da Feira de Gastronomia para agradecer a todo o quadro da escola, às empresas e a todos aqueles que colaboraram com a organização do certame. “Os heróis desta feira são todos aqueles que nos ajudaram a erguê-la. Dos colaboradores da Autarquia às empresas, de várias pessoas a todos aqueles que, directa ou indirectamente, foram essenciais na montagem deste certame”, sublinhou Domingues Borges. OFERTA TURÍSTICA O vice-presidente do Governo Regional

Valor acrescentado à ilha.

13 agosto 2012 / 04


REVISÃO

dos Açores, Sérgio Ávila, realçou o facto da Feira de Gastronomia ser um elemento importante na qualificação da oferta turística do Concelho, da Ilha e dos Açores. “Os factores que estão na base desta organização, assim como os desafios colocados à organização e aqui expressos pelo presidente da Câmara, mostram aquilo que o Governo Regional dos Açores defende: a aposta cada vez maior nos nossos produtos, na qualificação dos nossos recursos e na valorização da nossa oferta turística. Por tudo isto, a Câmara, a organização da Feira e todos os responsáveis por este evento estão de parabéns”, expressou o responsável governamental. A XIII Feira de Gastronomia do Atlântico decorreu até 12 de Agosto, no âmbito das Festas da Praia 2012. A edição deste ano contou com oito restaurantes, três charcutarias e três pastelarias. “O Típico” (Mealhada), “Tasca Rasca” (Algarve), “Comeres Barrosãs” (Boticas, Vila Real), “O Académico” (Bragança), “O Palinhas Gold” (Ribatejo), “Do Dia Para a Noite” (Madeira), “O Galanta” (Açores) e “Zé Varunca” (Alentejo) foram os restaurantes presentes na edição deste ano da Feira de Gastronomia, a que se juntam as charcutarias “Damar” (Serra da Estrela), “Bísaro” (Trás-os-Montes) e “Marquês, o Alentejano” (Alentejo). A feira integrou também as pastelarias “Bolos e Vitaminas” (Algarve) e “O Forno” (Açores), assim como com os “Sabores de Lés a Lés” (Ginja de Óbidos) e a “Quinta da Corneta” (meloa da Graciosa).

“OS HERÓIS DESTA FEIRA SÃO TODOS AQUELES QUE NOS AJUDARAM A ERGUÊ-LA. DOS COLABORADORES DA AUTARQUIA ÀS EMPRESAS, DE VÁRIAS PESSOAS A TODOS AQUELES QUE, DIRECTA OU INDIRECTAMENTE, FORAM ESSENCIAIS NA MONTAGEM DESTE CERTAME”

SUCESSO DA FESTA (A)PROVADO À MESA TEXTO / João Rocha / jrocha@auniao.com

Imagem de marca

SUCESSO É SERVIDO, EM LARGA ESCALA, À MESA.

A Feira de Gastronomia do Atlântico é claramente a imagem de marca das Festas da Praia. O certame, já na 13ª edição, constitui escala incontornável de saborosos encontros e reencontros, abrindo espaço ao convívio e alegria enquadrados no inevitável espírito festivo. A qualidade da feira, ano após ano, ganha pontos e cativa milhares de visitantes, assumindo-se como uma das melhores à escala nacional. O sucesso que as festas praienses têm sabido conquistar é servido, em larga escala, à mesa e, muito certamente, os seus responsáveis já deram conta que se trata de um filão com muito ainda por explorar, sem nunca descurar a vertente da qualidade. Os melhores sabores regionais (talvez fosse aconselhável uma aposta reforçada nesta componente que corresponderia à criação de mais valias financeiras internas) e nacionais sublinham a variedade da ementa. O facto da festa decorrer logo no início de Agosto (mês de férias e algum dinheiro ainda nos bolsos) é determinante para as assinaláveis afluências ao funcional recinto.

13 agosto 2012 / 05


OPINIÃO

A eterna Esperança portuguesa TEXTO / Carmo Rodeia

Somos um povo em eterno estado de esperança. Todos os dias temos esperança acerca de qualquer coisa: da doença que vai passar, da vida que vai melhorar, do totoloto que irá sair, do campeonato que se vai ganhar. A esperança está para nós como a saudade: é um estado de espírito permanente que nos ocupa e nos conforta, fazendo-nos esquecer a realidade do dia a dia. Vem isto a propósito da nossa participação nas Olimpíadas de Londres. À hora que escrevo este artigo, Portugal ainda não conseguiu qualquer medalha e a prestação dos nossos atletas trouxe muitos resultados “aquém das expetativas”, como salientou o Chefe da Missão Olímpica Nacional. Não conquistámos medalhas e apenas conseguimos quatro posições de finalistas no tiro, no ténis de mesa, na maratona e no remo, aí sim com uma participação melhor do que a que era esperada. A expetativa, mais uma vez, era diferente! Aliás, as expetativas do discurso oficial português era que a prestação dos 76 atletas nacionais fosse “mais rápida, mais alta e mais forte”. Mas porquê? Portugal alterou alguma coisa nestes últimos quatro anos que justificasse tanta expetativa? Os portugueses não são geneticamente desprovidos das qualidades que fazem um campeão. De resto, ninguém nasce campeão. À boa dose de talento há que acrescentar muitíssimo trabalho e para que este se concretize e dê frutos são precisos apoios. A verdade é esta: o país não é capaz de investir o necessário para criar grandes atletas, proporcionando-lhes condições físicas e psicológicas, para que façam um trabalho sério e consequente. O desporto é mais do que uma forma saudável de ocupar os tempos livres. É ingrato para os atletas compará-los aos de grandes potências desportivas, mas podemos aprender alguma coisa com elas. Michael Phelps é emblemático: um jovem universitário com talento que lutou para ser campeão sem precisar de deixar de estudar e conseguiu, sozinho, arrecadar quase tantas medalhas como o nosso país ao longo de cem anos de participação nas olimpíadas. Alguém corou de vergonha em Portugal?

Pónei da Terceira TEXTO / Tomaz Dentinho

Quando o Artur Machado chegou à Terceira os pequenos cavalos que ajudavam os agricultores estavam a desaparecer. Lembro-me que foi comprando alguns, negociando preços quando perceberam do interesse e arranjando pasto para todos. Montou uma das únicas coudelarias de cavalos lipisanos fora da Áustria, animou o Centro Hípico da Ilha Terceira mobilizando famílias, divulgou o seu trabalho junto de feiras e mercados no exterior e investigou a genética dos póneis da Terceira conseguindo que se tornasse a quarta raça de cavalos registada em Portugal, a par do cavalo Lusitano, do ca-

valo do Sorraia e do garrano do Gerês. E com a sua equipa e os seus apoiantes montou uma festa marcante na Igreja e Átrio da Restauração do Castelo do Monte Brasil, numa noite sem vento e de lua cheia. Bravo. Duas notas. Primeiro para louvar a visão e a teimosia de gente que quer crer para criar (Unamuno) com a certeza de que a sua criação reacende e relembra, em alguns, a vontade tão nossa de sermos livres e criadores (mais do que pensadores). Portugal é o resultado das visões teimosas de uns, cumplicemente reconhecido por outros, ao som de um fado, num espaço com a dimensão da voz. A segunda nota tem a ver com o enorme mercado que estes cavalos podem ter, num mundo com muitos jovens que querem aprender a montar mantendo a escala entre o cavalo e o cavaleiro. Parabéns.

13 agosto 2012 / 06


FERRAMENTAS

Chamadas a 41mp TEXTO / Paulo Brasil Pereira

Custo de 650 euros livre de operador

A Nokia vive momentos difíceis, que poderão levar a empresa ao estado de falência. Mas até lá lança no mercado os chamados “últimos trunfos” para evitar um desfecho complicado. Um desses trunfos é o Nokia 808 Pureview. É praticamente uma câmara fotográfica que faz chamadas. O seu sensor é só de 41 megapixéis, que inclui uma nova tecnologia de captação ampliada por pixel, o qual permite realizar um zoom real até 3X. A óptica de última geração Carl Zeiss é a cereja em cima do bolo – Full HD 1080p e zoom real até 4X em vídeo, é pura brincadeira para este Nokia que grava o som em Alta Definição com qualidade de CD. Devido à tecnologia exclusiva Dolby

Headphone pode ouvir os conteúdos stereo de uma forma impressionante usando qualquer tipo de auriculares ou através da saída HDMI com som Dolby Digital Plus 5.1. Esse “simples” telemóvel supera em resolução todas as máquinas de consumo existentes actualmente no mercado. Colocando de parte qualquer semelhança com um conto de fadas, na verdade, ao seleccionar o formato 16:9 ou 4:3, as imagens finais, em síntese, terão 34 ou 38 Mp devido ao corte do sensor. O Nokia 808 Pureview foi distinguido pelo Mobile World Congress como o melhor Dispositivo Móvel. Para muitos críticos este aparelho representa um marco na história dos smartphones.

GADGETS DA SEMANA LEGENDA \\\ 01// lente fisheye para iphone- 27,40€ 02// lanterna usb - 9,95€ 03// toalha de praia 16,90€ tudo em insania.com

02//

03//

PUBLICIDADE

01//


CIÊNCIA / OPINIÃO

Confundir coisas confortáveis com coisas boas.

Os sapatos dos Descobrimentos ou como é difícil mudar… O atento leitor já teve, com certeza, uns sapatos que usou demasiado tempo, para além daquilo que deveria acontecer. Apesar de se encontrarem adaptados às características dos seus pés, começaram a apresentar algumas mazelas, que já não eram passíveis de disfarçar nem com empenho, nem com a utilização estratégica de graxa ou de um qualquer verniz. Mesmo que adaptados ao formato dos pés, já deixavam entrar um pouco de água, nos dias invernosos ou nas alturas em que não evitou poças de água que foi encontrando no percurso. Mesmo que fizesse um esforço por não valorizar, a sua utilização recorrente já lhe valia alguns comentários reprovadores por parte dos mais próximos, alertando-o, com bondade e interesse, para a inadequação da opção de privilegiar o hábito e a rotina, em prejuízo de uma opção diferente, mais funcional e profícua. Pode parecer que estamos, unicamente, a falar de sapatos, mas estamos a reflectir sobre a nossa tendência para o conformismo, para privilegiar aquilo que é confortável (rotineiro, habitual e menos desafiador) em detrimento daquilo que pode ser melhor. Estamos a reflectir sobre a tendência que temos para confundir coisas confortáveis com coisas boas. Os sapatos velhos são confortáveis, não são bons, principalmente quando os usamos sempre, em qualquer cir-

TEXTO / CIPP *

cunstância. Podemos adquirir um nível diferente de conforto com outros, mesmo que para tal tenhamos de arriscar, de nos adaptar, de, no fundo, mudar. Mesmo que tenhamos de abdicar da rigidez dos nossos padrões, como pontos cardeais de orientação interior, arriscando mudar a forma como lidamos com o mundo exterior, com as pessoas que nos rodeiam e, principalmente, o modo como olhamos para nós e como orientamos o nosso diálogo interno. E se é certo que os nossos padrões acabam por ser tendências automáticas de funcionamento, autênticas armadilhas do conforto, é também certo que, mesmo sendo difícil e percepcionado como arriscado, não são imutáveis, nem eternos. É, assim, verdade que os nossos padrões podem ser alvo de um feliz upgrade, passando a autênticos Padrões dos Descobrimentos, cujo contributo para maiores índices de felicidade e bem-estar é claro. A psicoterapia surge como uma forma de facilitar estes Descobrimentos e de estimular o processo de mudança. E, o leitor, tem mudado de sapatos ultimamente? Aguardamos comentários e sugestões para correiodoleitor@cipp-terceira.com e uma visita a www.cippterceira.com. Até à próxima! * Centro de Intervenção Psicológica e Pedagógica

DIAS TRANQUILOS TEXTO / Ethel Feldman *

Parece que o mundo cresce dia após dia. Uma flor que nunca vi. Uma nota que passou desapercebida neste maravilhoso nocturno de Chopin. A migalha de pão esquecida na mesa. Preciosa é a vida. Cada intervalo de silêncio pode ser ampliado até à plenitude deste imenso e fantástico vazio. Tento ler o livro sintonizada com o tempo da chama que aos poucos se esvai. As velas ardem até restarem brasas. Devagar, sem deixar que seja eu a apagá-las antes do tempo. Renuncio à pressa. Aceitar quem somos, com todos os nossos enganos. Reconhecer em cada um dos nossos actos 13 agosto 2012 / 08


MONTRA MONTRA/ OPINIÃO / OPINIÃO

“IPHONING” iPhone shutter grip (botão para máquina fotográfica) 33,00€ photojojo.com

Capa para iPhone: skull 29,00€ society6.com

Swivl: Sensor de movimento com comando remoto para iPhone 147,00€ photojojo.com

Capa protectora para mergulho 49,00€ photojojo.com

im dit, veniendae simaximod molorpo a consequência dos mesmos, descobrir qual a ressund igendis non conessit reperae intenção de cada um deles é renunciar à nossa vaidade. cuptatur? Siminte voluptur? Poreium quas mi, voluptus, as porrorenis A renúnciaam, ao desejo insano, sombrio, leviano é um acto depra amor. adianta o mal dolutNão quam, quia lamentar derum, natibusque fizemos perpetuarmos pela vida to enquanto illa nonecea cusdam alignimporro fora o mesmo quepadrão. ex etum ut lam lam aut laborias O verde ganha matizes com o amarelo ontem pedignimenis excea volorro ma derainda escondido. Por onde ando Babu me acommolesequata dis Se repuda panha. Se natquam me senteaut inquieta se perde. me sam resera voleceriae id magnimpos sento em paz lambe cada um dos meus dedos. sum sincit quas et por ipsundiNenhum dos problemas ficoualitemod esquecido, isso esta dor detium estômago fiel companheira. explabo. Ebit fugit, sitiae eicim Regressar adem Lisboa é voltar à procura solução simus eicit qui aut autdaexpelit as das coisas suspensas. et porio. Offictur? Illaut quatur sa a Levo comigo estes dias agora tranquilos. lendam Aniatur aut modi cuptat * Escritora 21 janeiro 2012 / 09 13 agosto 2012 / 09


CIÊNCIA

Procuras a alegria? Dá tudo o que tens! TEXTO / Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

PUBLICIDADE

Um jovem passeava pela praia quando tropeçou numa lâmpada mágica. Esfregou-a e logo um génio saltou do seu interior com uma saudação calorosa: “Tenho grandes notícias para ti! Nesta mesma tarde vais receber três presentes: uma cura para todas as doenças, uma grande herança e um jantar com uma famosa estrela da televisão”. O rapaz, claro, ficou radiante, pelo que correu para casa, onde, à chegada, a mãe lhe contou o que havia sucedido durante a ausência do jovem. “Aconteceram algumas coisas estranhas esta tarde”, disse ela. “Ao meio-dia alguém deixou à porta um panelão de canja de galinha. Meia hora depois chegou um telegrama a dizer que um parente afastado, dono de uma loja de ferragens, te deixou em herança um contentor cheio de pregos. E, há pouquinho, telefonaram da SIC convidando-te para jantares esta noite com o Inspetor Rex!” Grandes notícias! À imagem do que acontece muitas vezes na vida, o rapaz ficou exuberante durante alguns instantes mas depressa perdeu o entusiasmo. Todos sabemos como ele se sentiu: uma querer permanente de algo mais.

O amor é sempre concreto. Damos o nosso amor e cuidado a uma pessoa específica, num determinado momento. É a todos nós que experimentamos este desejo persistente que Jesus estende o convite: “Vem comigo! Segue o meu caminho”. Muitos de nós estão prontos a dizer-lhe “sim”, mas subsistem algumas perguntas: Como é que eu O sigo? Qual é o seu caminho? Conhecemos a resposta genérica: “Ama a Deus de todo o teu coração e o próximo como a ti mesmo”. Mas como é que este preceito se torna concreto? Como é que podemos construir uma vida orientada em torno deste mandamento? Começaremos por lembrar que o amor nunca é abstrato – os bons sentimentos são simpáticos mas não são amor. O amor é sempre concreto. Damos o nosso amor e cuidado a uma pessoa específica, num determinado momento. Mais: amamos e cuidamos com o que temos e com o que somos, e não com o que outra pessoa tem ou é.


MESA

Sobreviver ao restaurante CNSR do Pico

Não peça coisas estranhas como tostas do soberbo pão de milho da Prainha, outros clientes podem querer também e é advertido.

A cozinheira faz milagres.

TEXTO / Joaquim Neves

São essencialmente todos os azuis que me encantam, os do alto e levam ao fascínio do azul anil do mar. Depois os verdes das encostas, os cinzas e brancos das nuvens. Avivados ou serenos no jogo da rota do sol e brincadeiras a ameaças das nuvens. O canal desenhado entre a ponta do Pico e topo de S. Jorge triangulam para um ponto no horizonte, nascente, que mergulhado na distância dá-me a clareza que só a alma compreende pelo entendimento da minha satisfação como os véus das brumas. Aquando da graça, a Montanha mostrase, ali, a um grito de distância que se sabe cair bafo, porque absorve e devolve majestade, em novos tons, com novas nuvens a enfeitar e dez mil vezes olhei a essência mas sempre com diferente aparente existência. Cem mil tons de verde, azul, cinza e brancos, amarelos a castanhos, arco-íris, véus de gotículas, chuva, cheiro, sons, contei, mesclam e dão novos tons a esta monumental palete de cores de Deus. Meu lugar no mundo. Em pendular olhar entre as casas e arvores, rochas, cais, largo fábrica da baleia, barcos ancorados no porto, sentado na esplanada do bar restaurante do Clube Naval de São Roque do

13 agosto 2012 / 11


MESA

Pico (CNSR). Olho para o interior do restaurante, o Márcio está atrás do balcão. Não preciso de ir lá dentro, nem preciso de dizer nada, basta que me aviste. É das poucas pessoas que conheço nos Açores, que antecede os pedidos, tem capacidade de empatia, e consegue executar diversas coisas ao mesmo tempo - tirar cafés, atender, bem como mostra-se atento ao que se passa em cada mesa, dá troco, aceita diversos e múltiplos pedidos e entrega-os, “formiguético”. Os colegas estão a …inteirar-se. – O Pastel de Nata é da Padaria, queres? – pergunta-me porque sabe que tenho nojo dos congelados pré-confeccionados do hipermercado, e quase toda a comida pré confeccionada ali servida. Mastigo, por vezes, um hambúrguer lá mas raramente almoço. Se o faço é porque quero mesmo estar ali. Não reclame, caso o bife estiver duro, ou só considerar o comer razoável, ou, ainda, se as baguetes ou pizza feitas de manhã, legalmente comestíveis, lhe parecerem “diferentes” à tarde. A cozinheira faz milagres, faz o que lhe mandam com os produtos dados para confeccionar e são os que há e quem não tem cão caça com gato. Mas, se se atrever… explique e explicite, (não faça desenhos, é demasiado óbvio) e calmamente articule o que quer. Mas arrisca-se a ser esquecido. Café curto, italiana, contentese com o que receber e se tiver muito movimentado de clientes, beba só o que quiser. Não se sente no único lugar, junto ao balcão onde há bancos altos, é zona de serviço. Não peça coisas estranhas como tostas do fabuloso, magnífico e soberbo pão de milho da Prainha, outros clientes podem querer também e é advertido. Porquê tudo isto? Porque é o bar restaurante do Clube Naval de S. Roque do Pico, não há grande alternativa, gosta-se de estar aqui. Para comer há muitas outras opções bem melhores mas é dos lugares mais lindos do mundo. Clube Naval é contingente, é só um flátulo da breve existência humana. Enquanto estar sentado e contemplar tudo à volta é um sopro. Nota: Há pastilhas elásticas diversas para sobremesa na ementa.

Receita

Quinoa tesouro alimentar

Quinoa é uma planta nativa do altiplano andino na América do Sul. Conservada pelos Quechuas e Aymarás e com as suas 3120 variedades é um tesouro alimentar. A semente, ou seja o grão macio e cremoso, com uma cauda estaladiça, é menor que uma lentilha. Contem mais proteínas que qualquer outro cereal e todos os aminoácidos essenciais e proteinicos complementares. Rica e lisina, argina, histidina, tem mais 50% de cálcio, zinco e magnésio e três vezes mais ferro que o trigo. Leve de digestão, fonte de fibras, minerais e vitaminas, B1, B6, C, E, e F. Não contem glúten. Tem mais de 16 saponinas que podem ser anti-cancerígenas, anti-inflamatórias e inibir a absorção de colesterol. Ao lavar a quinoa perde alguns resíduos e saponinas que fazem uma espuma branca na lavagem. Cozinhe como arroz, dobro da água, e ferva em lume brando 8 a 12 minutos. Ou torre um pouco antes de cozinhar. A farinha pode entrar na composição do pão até 30%, máximo recomendado. Tem um suave travo a avelãs. Acompanhe como substituto de arroz, massas, batata... Nada como experimentar e quem sabe alguém se dedique a cultivála nos Açores.

PUBLICIDADE

Há pastilhas elásticas para sobremesa.


PALAVRAS

É só por ti TEXTO / Manuel Jorge Lobão

Que cruzo estes espaços Que dobro este poema Em sombra E em reflexo

É só por ti Que dou meu corpo à luta Que deposito os sonhos Nos músculos dos teus braços

É só por ti

PUBLICIDADE

Ainda.


CONSUMO/OPINIÃO

Saúde E ReméDios II TEXTO / ACRA / Angra do Heroísmo

Na compra de medicamentos pela Internet sem ser através de sites que identifiquem o seu responsável e autorizados pelo Infarmed os consumidores estão sujeitos aos seguintes riscos: a receber produtos falsificados, adulterados, com concentração incorrecta, contaminados ou até mesmo não receber produto algum;

consumir m e dicament o s que tenham origem desconhecida ou duvidosa pode colocar em risco a saúde dos consumidores e trazer graves consequências, como por exemplo provocar reacções perigosas quando associados a outro medicamento que esteja a tomar; sites que não identificam o responsável pela venda e não disponibilizam endereço e telefone para contacto em caso de problemas não devem ser utilizados; adquirir um medicamento sem as orientações de um profissional habilitado para responder a possíveis dúvidas pode colocar em risco a saúde dos consumidores; evitar sites que incluem casos não comprovados cientificamente e que prometam resultados fantásticos para um determinado medicamento; não comprar medicamentos em sites estrangeiros, pois estes geralmente realizam a importação de drogas de forma ilegal. Além de ser arriscado para o comprador, pois a probabilidade de ser enganado é ainda maior; não comprar pela Internet medicamentos de venda sob prescrição, pois esses estarão sendo comercializados ilegalmente se não exigirem a receita médica. “Cuidado com sites que promovem curas milagrosas para doenças graves ou medicamentos que prometam cura para várias doenças” – DireçãoGeral do Consumidor. * Associação de Consumidores da Região Açores

VIAGENS Ao cerne das coisas II

Higiene e Beleza TEXTO / Antonieta Costa * / antonieta_c@hotmail.com

Açores entre tendências

Se nos deixassem inadvertidamente em algum local desconhecido, certos aspectos quer da urbanização das cidades, quer das margens das estradas logo nos situariam. Tomando como exemplo a Europa e o Brasil, seria fácil discernir a localização. No Brasil emanam, a par dos seus perfumes próprios, as cores esfuziantes de flores e pássaros (e ainda destes, os cantares específicos) o tipo de vegetação, de grandes folhas largas, reveladoras da ausência de stress das plantas ou receio de perder humidade, dada a generosidade do ambiente. Para além destes indícios, há a vastidão dos espaços, da qual resulta a falta de preocupação com a sua ocupação milimétrica. Mas por outro lado, temos a falta de higiene, a poluição do lixo miúdo, do pequeno papel que não é levantado, dos sacos de plástico e dos restos indefinidos, dispersos um pouco por todo o lado, que não é hábito cultural reprimir. Já a Europa prima pelo contrário de tudo isto. A obsessão pela limpeza (pouco evidente em Portugal), que assume proporções fantásticas na Suíça e na Áustria, por exemplo, assim como no Luxemburgo, mas também na Eslovénia, Hungria e países bálticos, torna-se uma marca identitária. O clima pouco favorável à permanência de flores faz com que o seu cultivo se transforme numa espécie de obrigatoriedade, a que se junta um artificialismo requintado que marca todo o ambiente. Quanto aos Açores situam-se (não só geograficamente) a meio destas duas tendências culturais. * historiadora 13 agosto 2012 / 14


OPINIÃO

Sai-te, Satanás! TEXTO / Pe. Teodoro Medeiros

E comentar um filme que não exista? Seria um exercício de imaginação ou seria um exercício de cinema? Todo o comentário é desenvolvimento do que se pensa que se viu e cada um vê o que a própria imaginação lhe dá a conhecer. Esta ironia é-o, mas é também um ponto de partida empírico, verdadeiro, comprovável: as imagens emprestam movimento mas as emoções, o pathos e as idéias são emprestadas pelo espetador que se projeta e identifica e estabelece os mecanismos de aceitação e repulsa que servirão de critério para a avaliação que é feita no final. A memória ficará como expressão do mais rigoroso capricho humano, o verbo gostar. A interpretação é outra dimensão da experiência estética, o discurso sobre o que é belo tende para aduzir factos que podem ser contrariados: pode ser aquilo ou isto, sou eu que decido de forma independente. Nesse sentido, provar a intenção de um autor é passar-lhe um atestado de mau gosto, por muito que isto custe aos «grandes temas» que batutam cada edição dos Óscares (exercício de reprodução do óbvio: o ano do racismo, o ano dos homossexuais, etc.). Hors Satan, Bruno Dumont. Trata-se do quotidiano de um feiticeiro pouco comum, alguém que vive no meio do bosque mas interage, magica ou espiritualmente, sobre os que estão atribulados por doenças ou pela maldade do próximo. No primeiro caso, ele surge como exorcista eficaz, mais forte que as forças malignas (bem pouco explicadas) que escravizam; no segundo, é o assassino de serviço, espécie de justiceiro violento e implacável. Pouco se sabe sobre ele, nunca se abrem as portas informativas sobre a sua origem e as suas intenções mais íntimas. Talvez por isso, estamos sempre em suspenso, a construção

lavandarias

do personagem não se fecha, aprendemos sempre. Esta é uma das facetas mais surpreendentes da sétima arte: já tudo foi dito, já tudo foi pensado, e, mesmo assim, somos confrontados com objetos tão diferentes, tão alienígenas, que o livro nunca está aberto, nunca se revela. A única coisa óbvia a registar é; filmes assim não são habituais, não seguem uma fórmula conhecida e são bastante imprevisíveis. Se bem que este filme pareça padecer do mesmo mal de Ferro 3, de Kim Ki-duk; a força da sua originalidade é diminuída por uma certa dispersão da narrativa, como se o autor não tivesse bem a certeza do que queria fazer. Outra queixa poderia ser uma tendência repetida para o «postalismo»; as cenas dos protagonistas prolongam-se, belas e estáticas, como fotografias solenes. Ora o cinema é imagem em movimento ou é isso que o seu nome diz, pelo menos. Na minha própria imaginação, Hors Satan despe-se de credos, de qualquer institucionalismo que não o do cinema, para refletir, de forma velada, sobre o homem, a sociedade moderna. O bruxo não tem casa mas tem notoriedade; não tem roupas dignas desse nome mas o seu caminhar é seguro e misterioso; ele não se curva às regras de outros mas ajoelha-se perante a natureza. Um outro mundo pode existir; em que as pessoas percebem o logro da civilização e rejeitam a sua teia de manipulação e marketing pérfido; o regresso à natureza torna-se obrigatório para se recuperar o que se perdeu quando se quis ter mais; o progresso é um embaraço jurídico e um caso grave de direitos humanos. A espiritualidade deixou de ser relevante, tal como a justiça, e novos demónios se estabeleceram, confortados pela apatia do tempo.

D.A. - Lavandarias Industriais dos Açores, Unipessoal Lda.

ES A 25€

Rua da Palha, 25 • 9700-144 Angra do Heroísmo Telefone: 295 212 544 • Fax: 295 216 424

PUBLICIDADE

RECOLHA GRÁTIS PARA SERVIÇOS SUPERIOR


DESTAQUE

C MYK

UMA OUTRA REALIDADE


DESTAQUE

Há o “estado de fantasia supernaturalista”, ou, por outras palavras, o surrealismo. E há o sonho de José João Dutra, artista plástico natural de Angra do Heroísmo, cujo traço o leva agora a lançar antigas questões acerca do seu mundo interior e do que o rodeia – quem somos?; o que fazemos aqui?; estaremos sozinhos no universo? Para trás ficou a fase do mar e dos golfinhos e, também, a predominância da pintura figurativa. Nascem outros trabalhos a partir de novos pontos de vista. O horizonte revela-se por isso indefinido ou não fossem os convites recebidos e os contactos profissionais que o artista tem vindo a estabelecer no entretanto em vários países da Europa. A sua última exposição de pintura teve lugar no Teatro Angrense, em modo colectivo com Jorge de Oliveira, artista português emigrado em França, que se deslocou à ilha Terceira no decorrer das Festas Sanjoaninas 2012. O próximo passo, dito largo, vai ser dado na Figueira da Foz, em 2013, no âmbito do projecto “De Mãos Dadas” a concorrer ao recorde mundial do Guiness para a maior concentração de pintores a pintar ao vivo. Estima-se cerca de 6 mil provenientes de todo o mundo e, até ao momento, a representação açoriana estará a cargo de José João Dutra. A U esteve no atelier do artista.

IDADE

TEXTO E FOTOS / Sónia Bettencourt sonia@auniao.com

CONSULTÓRIOS EM Angra

Praia

Velas

Madalena

295214980

295512025

295412538

292623321

PUBLICIDADE

MARCAMOS CONSULTAS DE OFTALMOLOGIA


DESTAQUE

Acrílico, óleo sobre tela e folha de ouro são os materiais utilizados por José João Dutra nas suas experiências plásticas que, depois de trabalhados, resultam em obras de cores e traços autênticos de um artista de condição “ilhéu” assumida mas com os olhos permanentemente postos na lonjura do arquipélago dos Açores.

com eles possíveis oportunidades de trabalho. Porque a palavra é mesmo essa: trabalho”, sublinha. Assim conheceu Jorge de Oliveira, artista plástico de Cantanhede mas radicado em Paris, na França, desde nove anos de idade. Falaram, trocaram impressões sobre tudo e sobre nada. E, entretanto, decidiram avan-

Surrealismo e hiper realismo

À U diz que há fases e períodos, mais ou menos conturbados ou tranquilos, diferentes quer no seu tempo quer na sua existência. Mas têm algo em comum: as perguntas. Inesgotáveis, complexas e, por vezes, inquietantes. A cada incerta resposta surge uma outra questão, e o movimento vai assumindo a forma de espiral. Considera-se um “surrealista e hiper realista”. De momento, a procura constante e natural de quem vive e sente a arte, levou-o a entrar num universo existencialista. Mais do que nunca manifesta curiosidade por galáxias, planetas, estrelas, sóis e luas, a par da figura humana e animal. E de uma de um suposto Deus ou mesmo deuses. Durante o seu longo percurso vimos golfinhos, baleias, mar e ilhas mil. “Agora estou menos figurativo. Mas, embora surrealista, há que passar uma mensagem através do nosso trabalho”, diz o autodidacta nas artes plásticas. Todo esta mudança de capítulo, continua, estará relacionada com o processo natural da vida, por um lado, e com a abertura para adquirir novos conhecimentos, por outro. Passou por vários lugares do continente, pela Galiza e França, no âmbito de iniciativas relacionadas com as artes plásticas. Muitos contactos, revela, foram primeiramente estabelecidos nas redes sociais – um ponto de partida sobretudo para quem reside numa localidade caracterizada pela descontinuidade geográfica. “É importante sair daqui [Açores] e conviver com outros artistas em diferentes espaços do globo. São novos mundos que se revelam trazendo

çar com a sua primeira exposição colectiva. O Foyer do Teatro Angrense e as Festas Sanjoaninas 2012 serviram de cenário. São obras diferentes – surrealismo e abstracto – mas de igual paixão. Dutra, membro da Associação da Amizade e das Arte Galego Portuguesa – AAAGP – pertencente à Rede de Artes Nacional, está representado na Galeria Paris Drouot, na Galiza e nos Estados Unidos da América, ao nível internacional, e em Coimbra, Figueira da Foz e Lisboa, ao nível nacional. Não menos importantes são as suas participações em espaços de quase das nove ilhas dos Açores. Mantém agora contactos com o pintor brasileiro Marcos Marin, mestre na técnica Op’art, e com a Galeria Mark Hackem em Nova Iorque. ARTISTAS UNIDOS José João Dutra vai participar num projecto intitulado “De Mãos Dadas – Juntos pela Pintura”, organizado pelo também artista plástico Jorge de

Existir e levar a mensagem

13 agosto 2012 / 18


Oliveira, em parceria com a autarquia da Figueira da Foz, que será realizado em Agosto de 2013. Trata-se de um evento inédito que, de momento, encontra-se na fase de aprovação do Guiness, e cujo objectivo é reunir cerca de 6 mil pintores de todo o mundo a pintar ao vivo naquela localidade do continente português. Segundo Dutra, as obras que dali nascerem serão posteriormente levadas a leilão sendo que a verba reverterá a favor de instituições de acção social da Figueira da Foz. Para além da vertente de apoio e cidadania activa, o encontro pretende juntar artistas e comunidade num real convívio, a par de animação musical, cultural, bem como de petiscos e outras iguarias locais. INICIATIVA PRECISA-SE O artista angrense defende “mais espírito de iniciativa” na comunidade artística açoriana – pintores e escultores deveriam “remar” mesmo sabendo estar “contra a maré”, sendo a crise, refere, de acordo com os episódios da história do homem, “um momento imperioso que vem pôr término a umas coisas e dar início a outras”. No caso concreto da ilha Terceira, a sua realidade, diz que o quadro tem vindo a escurecer de ano para ano. “Já nem galerias temos. O nosso povo não está desperto para falar e apreciar as artes. Não tem conhecimentos, logo dificilmente poderá gostar”, considera José João Dutra. Por isso, o também formador de artes plásticas na Academia de Juventude e das Artes da ilha Terceira, localizada na Praia da Vitória, adverte um novo plano de estudos nas escolas que possa integrar aulas de pintura, música, dança, escrita, entre outras áreas, de forma a incutir o gosto nas camadas mais jovens da sociedade. “Ou então, as sociedades ficarão reduzidas a gestores e economistas. As pessoas necessitam de se expressar e nada melhor do que as artes”, salienta. Actualmente, revela, participam nas suas aulas alunos com idades entre 16 e 84 anos. Há pais e filhos a aprender em conjunto o mundo das cores e dos traços pictóricos. “A pintura não serve só para comercializar mas também para despertar sentimentos. E, durante esse processo de descoberta e aprendizagem, são muitos os alunos que se revelam talentosos. Neste momento, o número de artistas plásticos nos Açores é reduzido”, conclui.

Despertar sentimentos


LOJAS

Saiba do estado do tempo em: LEGENDA \\\ 01// www.accuweather. com 02// www.meteo.pt/ 03// www.weather.com/

01//

02//

03//

04//

05//

04// www.climaat.angra. uac.pt 05// http://praiaemdirecto. com 06// www.windguru.cz/pt/

06//

Revista U Rua da Rosa, 19 9700-144 Angra do Heroísmo tel. 295 216 222 / fax. 295 214 030 Email u@auniao.com Director Marco Bettencourt Gomes Editora Humberta Augusto Redacção João Rocha, Humberta Augusto, Renato Gonçalves, Sónia Bettencourt Design gráfico Frederica Lourenço Paginação Ildeberto Brito

Colaboradores desta edição Adriana Ávila, Antonieta Costa, Carmo Rodeia, Ethel Feldman, Filipa Toledo, Frederica Lourenço, Joaquim Neves, Manuel Jorge Lobão, Melânia Pereira, Olegário Paz, Paulo Brasil Pereira, Rildo Calado, Sara Leal, Teodoro Medeiros, Tomaz Dentinho e Urbano Bettencourt. Contribuinte nº 512 066 981 nº registo 100438 Assinatura mensal: 9,00€ Preço avulso: 1€ (IVA incluído) Tiragem desta edição 1600 exemplares Média referente ao mês anterior: 1600 exemplares

A UNIÃO PARA SER ASSINANTE, RECORTE E ENVIE ESTA FICHA Nome _____________________________________________________________________________________________ Morada ___________________________________________________________________________________________ Telefone _______________________________________ Contribuinte nº ______________________________ Freguesia ________________________________________________________________________________________ Assinatura: Mensal (9,00€)

Trimestral (27,00€)

Anual antecipada (91,80€)

Forma de pagamento:

Semestral (54,00€)

Anual Final (108,00€)

Transferência Bancária

Cobrador

Cobrança CTT

Local da Distribuição: Morada ___________________________________________________________________________________________ Freguesia ________________________________________________________________________________________ Código Postal ____________________________________________________________________________________ Rua da Rosa, 19 | 9700-171 Angra do Heroísmo | Tel: 295 214 275 | publicidade@auniao.com


FALANDO de DE cinema CINEMA falando

HINO AO AMOR TEXTO / Sara Leal Produtora e Realizadora Cinematográfica

Cinema - A sétima arte. Foi Ricciotto Canuto, um teórico e crítico de cinema italiano e fixado em Paris, no ínicio do século XX, que considerou e defendeu o cinema como uma forma de arte. Para Canudo, através do cinema nascia a arte total, a plástica em movimento, a alma da modernidade, já que reunia e conciliava na sua linguagem e expressão a dimensão plástica das cinco artes da antiguidade: a pintura, a arquitetura, a escultura, a música e a poesia. Mais tarde adicionou a dança e a sua dimensão rítmica da música e poesia - o sexto precursor - fazendo do cinema a sétima arte. O cinema surge como uma nova arte, uma conciliação soberba das artes plásticas, da música e da poesia. O meu fascínio pelo cinema nasce dessa capacidade de poder viver através de personagens, espaços e histórias. É toda a criação de um mundo, com uma carga emocional que trespassa a tela, e que faz viajar por espaços – uns mais fictícios que outros. Consegue fazer sonhar. O cinema é a arte de ver o mundo, um capturar da realidade, a partir de uma caixa mágica. E foi assim que dei uma dentada na grande maçã - fui para Nova Iorque estudar e

trabalhar em cinema. Falar sobre cinema e dos seus pormenores, temas e mensagens do sentir, é ao que me proponho nesta coluna semanal da U. Uns mais antigos, outros mais recentes ou até por estrear - abordarei filmes que acrescentam algo, das lágrimas às gargalhadas, do encolher no sofá às pipocas na sala de cinema, passando também por aqueles com uma fase de maturação maior, que nos prendem deliciosamente ao fim de alguns dias. A coluna desta semana é sobre o primeiro filme realizado por Clint Eastwood: As Pontes de Madison County (EUA, 1995). O filme começa e acaba com a caixa de correio da família Johnson – Mr and Mrs Richard Johnson. Um enquadramento aparentemente inocente, mas na verdade toda a história pode ser explicada e entendida a partir de então. Francesca Johnson (Meryl Streep) é uma dona de casa do Iowa, é casada e tem dois filhos. Quando o marido leva os filhos à feira de Illinois, durante quatro dias, ela fica com tempo para si... ouvir música à sua escolha e sem interrupções; um banho de imersão sem correrias; uns dias centrados nela própria. Eis que uma carrinha se aproxima da casa, Robert Rincaid (Clint Eastwood) sai do carro para pedir direcções. Diz que tem a sensação de estar perdido, ela pergunta-lhe se ele ia para Iowa, ele confirma e ela, descalça e com toda a confiança, responde-lhe que, nesse caso, ele não está assim tão perdido. Ele é um fotógrafo. Trabalha para a National Geographic e procura a ponte de Roseman para a fotografar para a revista. Francesca, que naquele momento é dona do seu tempo, prontifica-se para lhe mostrar o caminho, a meros quilómetros de distância, ela calça-se e seguem juntos. Robert apanha flores, nas redondezas da ponte, aproxima-se dela e oferece-lhas, depois pergunta-lhe se os homens ainda oferecerem flores em sinal de agradecimento ou se está fora de moda... Francesca, diz que 06 agosto2012 2012//21 21 13 agosto


falando DE de CINEMA cinema FALANDO

ROSEMAN, PARA SEMPRE.

sim, que ainda se oferecem, mas que aquelas nunca pois são venenosas. Robert larga imediatamente as plantas e Francesca desata a rir. Ele olha-a intrigado, apanhado numa partida. Quebra-se o gelo e uma porta abre-se. A caminho de casa ele oferece-lhe um cigarro, ela permite-se fumá-lo. Quando a deixa em casa ela convida-o para um chá gelado, e ele aceita entrar. Começam a conversar. Há anos que Francesca não tem tempo nem consegue conversar com alguém. Falam sobre os sonhos, sobre o que esperavam da vida e no que ela se tornou. A quebra de uma vida perfeita. Os dois são solitários, ainda que de formas diferentes. Robert entrou na vida de Francesca por mero acaso, ou por força do destino. Ambos estavam perdidos, ele na sua misantropia, ela longe de si própria no seio da sua família. Juntos encontram-se, e vivem um amor verdadeiro, genuíno e urgente. Há uma compreensão mútua quase instantânea, uma admiração, uma sensação de familiaridade. Ela podia ser ela prória, ele fazia-a uma pessoa melhor. O chá gelado estende-se a um jantar caseiro, ela não quer deixar aquele momento acabar... Um crescendo idílico de um amor que nasce de um encontro do destino, levando um homem, cujas memórias vivem através da objectiva, à verdade, ao amor genuíno, ao encontro de Francesca que sem ainda saber já ansiava a sua chegada. Viveram intensamente felizes du-

rante quatro dias. Mas amaram-se a vida toda, aconteceu no silêncio, na ausência, no pensamento. O mundo chora quando Robert e Francesca se despedem. O tempo pára, suspende-se por um momento, perde-se a noção do espaço e do tempo, a ânsia de decidir, de se deixar ir, desprendendo-se de todos os medos. A renúncia... Contretizar nem sempre é o caminho mais fácil. A libertação é assustadora pois não é espácio-temporal. O medo precedeu ao amor. A história de amor vai-se revelando através da descoberta dos filhos, ao lerem os diários de Francesca e a carta que lhes deixou com o seu último desejo. O filho apreensivo aos sentimentos da mãe que ele desconhecia, a irmã - romântica – fica abismada com os mistérios do amor, a estranheza do seu silêncio e só ela sente a renúncia da mãe ao grande amor da sua vida. Mas a aceitação dos filhos cresce e torna-se numa inspiração. Voltando à caixa de correio, Francesca é Mrs. Johnson, tem um compromisso para com a sua família, o marido e os filhos. Ela dedicou a sua via a essa causa, é um amor baseado na sua dedicação, um compromisso sem paixão ou intimidade, um amor de princípios. Mas esse é o espaço que a delimita, o espaço que ela decidiu ocupar, na fazenda, com os filhos, ao lado do marido – Mr. and Mrs. Richard Johnson. Francesca pensava em Robert diariamente - já não eram duas pessoas... Um verdadeiro hino ao amor.

ESBOÇAR O AMOR

06 agosto 2012 2012 // 22 22 13 agosto


FOTÓGRAFO

O vinho e os mortos TEXTO / Urbano Bettencourt FOTO / Filipa Toledo

Deixem aos mortos o vinho amargo do silêncio, a taça onde uma flor de sangue aos poucos se desfolha. Deixem aos mortos o vinho amargo do silêncio, a taça onde uma flor de sangue aos poucos se desfolha: a paz de pinho que lhes coube é apenas a face iluminadas do engano, o óleo perverso com que o Anjo da Unção lhes tocou a fronte e os membros de naufragados além dos trópicos. E saibam os vivos, ao menos, escutar o eco do seu apelo na voz do Profeta que habita as ruínas breves sobre o Fanal. É Ele quem decifra os sinais das nuvens e das aves, em cujo rumo antevê os passos do homem; Ele traça um círculo na poeira do chão e aí despeja pedaços de conchas, pedras miúdas do mar, palavras que desenham o andamento dos dias, a sua perdição irreparável.

Desce depois às súbitas esquinas da Cidade e os seus olhos transparentes e doces são quase a derradeira súplica do deserto e da sua aflição: “Mãe: quando voltares, traz-me na mão um pouco de mar.” Outras vezes, Ele sobre às mais altas muralhas da memória. O vento agita-lhe os cabelos revoltos que um dia terá e lança aos quatro ventos os seus Versos para andar na rua: “Sem nada para vos contar, meus amigos, regresso. Os dias estão sujos na Castelo da Atlântida. Os peixes comprimem-se dentro do aquário. Quando dos vidros se quebram, os peixes a nada se prendem; deslizam pelos esgotos que conduzem a oeste. Nadam um pouco antes de morrerem seremos no oceano. (…) Podeis ir, meus amigos. No regresso dizei-me e mostrai-me o que trareis de alforges. Confiai nos caminhos que são bons e seguros e guardados pelo Espírito. Mas não tenteis conciliar selva com mar, disso vos advirto, meus amigos. Horácio: o Castelo da Atlântida está fendido. Guarda todos os teus filhos debaixo do capote ao subires às ameias.”

13 agosto 2012 / 23


PUBLICIDADE

Livraria

SEA

Livraria Obras Católicas

Rua Carreira dos Cavalos, 39 e 41 9700-167 Angra do Heroísmo • Telefone / Fax: 295 214 199


OPINIÃO

Para que serve a Filosofia ? TEXTO / Melânia Pereira*

De todos os serviços que se podem prestar à humanidade, nenhum é tão nobre como o que se ocupa do cuidado de fazer prevalecer a verdade. Um dos recursos que a humanidade dispõe para realizar tal tarefa é através do ensino da Filosofia. Uma sociedade que privilegia a Filosofia contribui para que os seus projectos educacionais sejam bem sucedidos, pois englobam a aquisição de conhecimentos universais e conduzem inevitavelmente à descoberta de novos horizontes de saber. A Filosofia torna-se, assim, uma ferramenta imprescindível para o progresso e para a evolução dos sistemas socioculturais das sociedades. Sem um compromisso com a verdade livre de quaisquer instrumentalizações, sem uma ética que promova os valores humanos, sem a compreensão da estrutura conceptual do pensamento e sem uma actividade intelectualmente crítica, não é possível alcançar padrões sociais de excelência. As sociedades carecem cada vez mais de cidadãos responsáveis e com capacidade crítica para ajudarem no seu crescimento humano e socioeconómico. Uma das funções da Filosofia é habilitar ou mesmo reabilitar o cidadão para o exercício de uma maior consciencialização da sua realidade, ou seja, provocar uma mudança de paradigma que conduzirá a um maior enriquecimento dos seus valores e a um aperfeiçoamento das suas potencialidades não só a nível humano, mas de todo o sistema global. O próprio processo evolutivo do pensamento racional depende da realização nos sistemas educativos da actividade filosófica, pois é a esta que cabe a missão de promover uma acção humana consciente e livre. Assim, como uma bússola, a Filosofia orienta para o caminho de uma verdade mais clara e objectiva, para a liberdade de pensar e para a reflexão dos princípios que determinam as estruturas sociais. A Filosofia poderá ser o farol das sociedades mergulhadas na obscuridade das suas próprias razões ou “desrazões”, mas que não deixam de aspirar à reforma dos seus ideais. A Filosofia poderá efectivamente permitir a realização do ideal kantiano: “ a saída da menoridade aos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si mesmos” e, assim, permitir uma nova época de iluminismo às sociedades. * Curso de Filosofia e Cultura Portuguesa na Universidade dos Açores, Pólo de AH 13 agosto 2012 / 25


PARTIDAS

LUGARES e PARTIDAS TEXTO / OlegĂĄrio Paz

‘Lugares e Partidasâ€? estrebucham na memĂłria dele, mas o septuagenĂĄrio ainda consegue recordar alguns e pela ordem com que lhe foram preenchendo a vida. ‘Tempo I’ Na terra, havia a horta que lhe ensinou a mondar batatas, a cooperativa de laticĂ­nios onde, Ă s vezes, antes da escola, ia comprar a ‘troca’ das sopas de pĂŁo de milho, e aquela casa malcheirosa duma Rua da vila onde vendiam o queijo que nĂŁo tinha condiçþes de embarque. E partiu. Na outra ilha, o palĂĄcio e um grande salĂŁo com ‘carteiras’ individuais para estudar latim e tudo, uma hora antes do pequeno-almoço, e uma rua da cidade onde, ao saĂ­rem a passeio, os

‘estorninhos’ formavam filas por tamanhos a começar pelos mais pequenos, e um jardim prĂłximo da MemĂłria encabeçado pela estĂĄtua dum preto que vomitava ĂĄgua para o tanque verde de limos. AĂ­ se fez gente. E partiu. Na ilha maior, tinham fundado o colĂŠgio onde os pais com mais posses punham os filhos a estudar como alunos externos, lado a lado com os que acreditavam ter vocação para o serviço da Igreja, e uma procissĂŁo com muita gente a caminhar de joelhos atrĂĄs da imagem do Senhor, e uma lagoa a oferecer trutas a quem as corricasse, e muitos outros motivos de grande atração turĂ­stica. Sete anos. E partiu. De novo na ilha onde crescera, apareceu um jornal que registava os atropelos de que eram vĂ­timas os trabalhadores desta e das outras ilhas, e andava um Fiat 600 a acarretar cimento para o parque infantil da comunidade de Santa Luzia e um jogador de futebol encarregado de vigiarlhe o condutor e uns ditos lavradores da Ribeirinha que queriam enforcar no Alto das Covas os padres comunistas, e um aviĂŁo que trouxe e despejou no aeroporto de Lisboa mais de cem respeitĂĄveis açorianos. E partiu de vez. ‘Tempo II’ Nesta outra banda, o septuagenĂĄrio refez a vida e licenciou-se e fez

UniĂŁo GrĂĄfica Angrense Unipessoal Lda. publicidade@auniao.com Rua da Rosa, 19 9700-171 Angra do HeroĂ­smo Telefone: 295 214 275 Fax: 295 214 030

UNIĂƒO GRĂ FICA ANGRENSE, UNIPESSOAL, Rua da Rosa, 19 | Apartado 49 9700-171 ANGRA DO HEROĂ?SMO Tel. 295 214 275 | Fax 295 214 030 E-mail: auniao@auniao.com www.auniao.com

L.DA

TAXA PAGA

PORTUGAL CONTRATO 200018151

UFDJEPT Q B S B DPSUJOBT DPSUJOBEPT FTUPSFT JOUFSJPSFT KBQPOFTBT MÂźNJOBT WFSUJDBJT S P M P WBSĂ?FT DBMIBT BDFTTĂ?SJPT

DPNQSJNFOUPT F M B S H V S B T

3VB EB &TQFSB "OHSB E 5FMFGPOF 'BY

envelopes • papel de ca carimbos • convites • cas cartazes • flyers • folhe


mestrado e lecionou e reformou-se. Anda redescobrir o campo num pequeno monte alentejano e atirar-se às raízes açorianas patentes nas palavras dos poetas, os da sua ilha, por exemplo: António Ramiro, Artur Goulart, Belmira de Andrade, Correia de Melo, Fernando Lemos, Filomena Serpa, João de Matos Bettencourt, JosÊ da Cunha de Lacerda, Leocådia Regalo, Maria Luísa Soares, Nuno à lvares Mendonça... Vive entre a vila de Mora e a cidade da Amadora, com a mulher e um gato.

Na ilha onde crescera, apareceu um jornal que registava os atropelos de que eram vĂ­timas os trabalhadores desta e das outras ilhas. E partiu. E partiu. E partiu de vez.

GUIA TRANSPORTE

2

FOTOS: JOĂƒO COSTA

NÂş

Director: Pe. Manuel

Carlos 2010

GRĂ TIS

_____________________________

Morada __________________________________________________________________________________________

___________________________

Data

U. G. A. • Contribuinte nº 512 066 981 • Rua da Palha, 11-17 • Angra do Heroísmo

• Aut. Minist. 2-3-88 • 1 bl. c/ 50x3 ex. • 6-2008

Os bens/serviços foram colocados à disposição do cliente nesta data

hora. de alteraçþes de última porÊm, a existência

AGUENTA VERDOS

Viatura nº __________ Matrícula ________ – ________ – ________ O Condutor _____________________ Data ______ /______ /______ Local de Carga ______________________________________ Hora ________ h ________ Recebido por ______________________________ Local descarga ______________________________________ Hora ________ h ________ Entregue por _______________________________

O Jornal a UniĂŁo e a UniĂŁo GrĂĄfica AngrenseFAYAL SPORT deseja aos seus leitores e clientesFactos

um

e Figuras

Armando Amaral

Santo Natal eo Melhor 2011

CARN AL 2 0 AV 1 0

0 1 1

Guerrilhas, N.º 34 – Terra-Chã • 9700-685 Angra do Heroísmo Telefone / Fax 295 331 469 • Telmóveis: 969 028 777 / 969 239 333 E-mail: cabral.luis@live.com.pt

JANEIRO

S — T — Q — Q — S — S F D 2

3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16

17 18 19 20 21 22 23

24 31 25 — 26 — 27 — 28 — 29 — 30 —

ABRIL

4 11 18 F — S — 5 12 19 26 — T — 6 13 20 27 — Q — 7 14 21 28 — Q — 8 15 F 29 — S 1 9 16 23 30 — S 2 D 3 10 17 P — —

JULHO

4 11 18 25 — S — 5 12 19 26 — T — 6 13 20 27 — Q — 7 14 21 28 — Q — 8 15 22 29 — S 1 9 16 23 30 — S 2 D 3 10 17 24 31 —

OUTUBRO

COM O PATROCĂ?NIO:

TOTAL . . . .

, , , , , , , ,

os quais salvaguardaram,

IVA em regime de isenção

. . . . . . . .

pelos seus elementos,

, , , , , , ,

Importância

foram disponibilizadas

P. UnitĂĄrio

e os Bailinhos de Carnaval

Designação

referentes às Danças

Contribuinte n.Âş Quant.

S — T — Q — Q — S — S 1 D 2

3 10 17 24 31 4 11 18 25 — F 12 19 26 — 6 13 20 27 — 7 14 21 28 — 8 15 22 29 — 9 16 23 30 —

FEVEREIRO

7 14 S — 8 15 T 1 9 16 Q 2 Q 3 10 17 S 4 11 18 S 5 12 19 D 6 13 20 S — T — Q — Q — S — S — D F S T Q Q S S D

21 28 22 — 23 — 24 — 25 — 26 — 27 —

— — — — — — —

MAIO

9 16 23 30 2 3 10 17 24 31 4 11 18 25 — 5 12 19 26 — 6 13 20 27 — 7 14 21 28 — 8 15 22 29 —

AGOSTO

8 F 1 9 16 2 3 10 17 4 11 18 5 12 19 6 13 20 7 14 21

22 29 23 30 24 31 25 — 26 — 27 — 28 —

— — — — — — —

NOVEMBRO

7 14 21 28 S — 8 15 22 29 T F 9 16 23 30 Q 2 Q 3 10 17 24 — S 4 11 18 25 — S 5 12 19 26 — D 6 13 20 27 —

— — — — — — —

MARÇO

7 14 S — T 1 E 15 9 16 Q 2 Q 3 10 17 S 4 11 18 S 5 12 19 D 6 13 20

21 28 22 29 23 30 24 31 25 — 26 — 27 —

— — — — — — —

JUNHO

6 R 20 27 — S — 7 14 21 28 — T — 8 15 22 29 — Q 1 9 16 F 30 — Q 2 S 3 F 17 24 — — S 4 11 18 25 — — D 5 12 19 26 — —

SETEMBRO

5 12 S — 6 13 T — 7 14 Q — 8 15 Q 1 9 16 S 2 S 3 10 17 D 4 11 18

19 26 — 20 27 — 21 28 — 22 29 — 23 30 — 24 — — 25 — —

DEZEMBRO

5 12 19 26 — S — 6 13 20 27 — T — 7 14 21 28 — Q — Q F F 15 22 29 — 9 16 23 30 — S 2 S 3 10 17 24 31 — D 4 11 18 N — —

Desejamos Boas Festas e um Feliz Ano Novo

Design & ImpressĂŁo: UNIĂƒO GRĂ FICA ANGRENSE

arta • cartþes • facturas • recibos • guias remessa samento • postais • autocolantes • calendårios • livros etos • revistas • jornais • boletins • e muito mais . . .

PUBLICIDADE

UniĂŁo GrĂĄďŹ ca Angrense

CONTRIBUINTE N.Âş 999 999 999

Rua da Rosa, 19 • 9700 Angra do Heroísmo Telefone: 295 214 275 • Fax: 295 214 030 Nome __________________________________________________________________________________________

Todas as informaçþes

BOà B " EP )FSPÇTNP

PARTIDAS


ENTRETENIMENTO / OPINIÃO ÓCIOS / OPINIÃO

“A cultura do espírito identificar“Citação e/ou frase aqui.” se-á com a cultura do desejo.” Salvador Dali

CARTOON CARTOON

QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO

A MAOS CARNAÇONARIA VAIS SÃO INFLUUM BOM A ENCIA TEMA PARA POLÍTICA AS FESTAS PORTUDA PRAIA? GUESA? SIM SIM NÃO NÃO

ONLINE ONLINE

AS MAIS VISTAS AS MAIS VISTAS

FESTAS DA PRAIA Título AquiDA VITÓRIA CARNAVAIS DA TERCEIRA, DO BRASIL E DE VENEZA NO CORTEJO DE ABERTURA

87 (53,05%)

77 (46,95%) TOTAL: 164 (100%)

Título Aqui

Das Festas da Praia 2012 FESTIVAL DE FOLCLORE FORA DO PROGRAMA

I am a fan of

KAWAII TEXTO / Frederica Lourenço

Kawaii: adjectivo japonês utilizado para definir uma variante de ilustração manga (banda desenhada japonesa), muito colorida, animada e infantilizada. Os japoneses utilizam muito este tipo de desenho, de características simples, para comunicarem entre eles, substituíndo-a pelo alfabeto comum. Há, no mundo, milhares e milhares de artistas kawaii, gente bem disposta e com espírito infantil, que aplica depois os seus desenhos redondos e fofos num sem número de objectos, que são depois vendidos por todo o mundo. A mais famosa mascote kawaii é a conhecidíssima Hello Kitty (propriedade da Sanrio), gatinha amorosa de laço vermelho e jardineiras azuis, que tem uma legião de fãs infindável, espalhada pelo mundo. É o boneco mais vendido de sempre! Outro personagem não menos famosa é o Pokemon (aquele monstro de bolso amarelo), que tem a honra de ser uma estrela dos ares, já que é a atracção principal dos aviões da All Nipon Airways. 07 maio 2012 / 28 13 agosto 2012 / 28


CULTURA

JOGO DUPLO O filme italiano “Jogo Duplo”, parcialmente filmado na Terceira e que conta no seu elenco com actores locais, já está disponível em DVD.

RODADO NA TERCEIRA A obra de Alberto Anzani foi rodada, em parte, nos arredores da Praia da Vitória, Porto Martins e Angra do Heroísmo. A película conta com a participação dos acto-

EM DVD res terceirenses Sandra Meneses, Valter Peres, Duarte Trindade e Raquel Pinheiro em papeis principais e dos “figurantes” Ildeberto Toste Pamplona, Maria Lúcia Sousa, Ricardo Martins, Eduardo Contente, Antero Ávila, Evandro Machado, Márcio Cota e Bráulio Brito O filme foi exibido no ano passado na Terceira.

AÇORES e Bragança “Pontos Incomparáveis” é o nome da exposição de Catarina Valadão aberta ao público até 31 de Agosto no núcleo museológico de São Bartolomeu. Esta exposição de oito fotografias mostra as semelhanças e diferenças da paisagem natural de Portugal nos seus extremos, Açores e Bragança. A 1 de Setembro, Catarina Valadão vai inaugurar mais uma exposição no mesmo espaço, altura em que irá lançar igualmente um livro. Catarina Valadão, natural de São Bartolomeu, é fotógrafa profissional e formada em escrita criativa, tendo lançado em 2001 o seu primeiro livro “A imagem da poesia”. É autora de dois blogs de escrita, http://asvozesdossonhos.blogspot.com/ e http:// odevaneiodaspalavras.blogspot.com/ e outros tantos dedicados à fotografia http://catarinavaladao-fotografia.jimdo.com/; http://www.flickr.com/photos/catarinavaladao/ 13 agosto 2012 / 29

A sede do Alpendre em Angra do Heroísmo recebe, no dia 15 de Agosto, pelas 21h30, mais uma edição da iniciativa “Amostra-me Cinema Português”, uma organização da Associação Cultural Burra de Milho. “Tabu”, a terceira longa-metra gem de Miguel Gomes que venceu o prémio FIPRESCI e o Prémio Alfred Bauer no Festival de Cinema de Berlim, é a película escolhida para o mês de Agosto. Protagonizado por Teresa Madruga, Laura Soveral, Ana Moreira, Carloto Cotta, Ivo Müller, Isabel Cardoso e Manuel Mesquita, e dividido em duas partes (Paraíso Perdido e Paraíso), “Tabu” começa por nos apresentar Aurora enquanto idosa já meio senil, tal como a sua empregada Santa e a sua vizinha Pilar. No leito de morte, Aurora pede a Pilar para contactar um homem, Gian Luca Ventura. Ventura e Aurora conhecemse dos tempos em que ambos tinham fazendas na África colonial portuguesa e por lá tiveram uma relação intensa que entretanto se diluiu até à inexistência.


CULTURA

Apparat TEXTO / Adriana Ávila

Apparat é o nome de palco de Sacha Ring, um músico alemão, a residir atualmente em Berlim. Em 2001 lançou o seu primeiro álbum intitulado Multifunktionsebene (Techno e IDM), pela Shitkatapul, editora da qual é co-fundador com Marco Haas. Sacha Ring é um artista bem conceituado dentro da música eletrónica mundial, tendo já colaborado com ilustres nomes tais como Ellen Allien. A primeira vez no ano de 2003, com o álbum Berlinett e, novamente, em 2006, em Orchestra of Bubbles. Mais tarde já em 2009, lançou um disco com o pseudónimo de Moderat posteriormente colaborou com o

CANDIL DE LA CALLE coletivo Modeselektor, na produção de um disco também com o mesmo pseudónimo. Sob a identidade Apparat, destaque para o seu mais recente EP Candil De La Calle com quatro temas, inclusive alguns deles contam com remisturas de outros artistas.

ELECTRÓNICA A Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira recebe, de 17 a 22 de Setembro uma acção de formação em produção de música electrónica, a cargo de Manuel Calapez. O workshop abordará várias componentes de produção aplicadas na remistura de um tema. Inscrições até 13 de Setembro.

MACHADO ÁVILA Esta patente no Museu da Graciosa a exposição “Vida e Obra de Manuel Machado Ávila, 1916 – 2001”. Trata-se de uma exposição que visa homenagear Manuel Machado Ávila, que viveu a maior parte da sua vida na ilha. Nas áreas da arquitectura, da construção e fiscalização, a obra de Machado Ávila é extensa e múltipla. Experimentou ainda o desenho, a pintura e a escultura, deixando marcas nos muitos projectos que assinou. A exposição poderá ser visitada nesta instituição até ao dia 30 de Novembro.

VULCÃO dorme

PUBLICIDADE

“Adormecido” é o nome de um documentário “poético e experimental” realizado por Paulo Abreu sobre o vulcão dos Capelinhos. Rodado no Faial em Outubro de 2011, utiliza também imagens de arquivo das erupções daquele vulcão em 1957 e 1958. Este filme é a primeira produção do 9500 Cineclube, de Ponta Delgada, tendo sido exibido em vários festivais a nível nacional.


OPINIÃO / AGENDA OPINIÃO / AGENDA

CASAS MODULARES COODO TEXTO / Rildo Calado

O atelier de arquitectura esloveno Coodo desenvolveu uma linha de unidades modulares, sempre com o mesmo conceito formal, capazes de se adaptarem a qualquer “ideia”. Cada unidade pode ser costumizada mediante as necessidades e especificidades desejadas pelos seus proprietários, de forma simples; esta linha inclui um pavilhão – elemento poliva-

lente, que pode ser adaptado a qualquer uso, uma pérgola, uma cozinha de verão, pequenas unidades habitacionais, e uma unidade residencial. A Coodo propõe projectos “chave na mão”, sendo que as propostas englobam todo o desenvolvimento de projecto de interior: o branco, cromados e o zebrano, fazem das escolhas do projecto. http://coodo.si

HEADLINE HERE MONTE VERDE

Lores aut quidebis dis nitatem et que pel ime nosseO Monte Verde cesecto Festival etum terá lugar diasacesto 16, 17 quam, officae rae nos quibus equaspiet 18 de Agosto na Praia do Monte Verde, Ribeira faccum iligenimi, sam et, quidebitis antia Grande – São Miguel.

TITLE HERE

16 a 18 DE AGOSTO

Xeratem quost Os Amigos da Maia autemos dipsam comimagnam, o apoio dooffic Cluut

dolorestibus conseActividades paralelas quate int entus quo relacionadas comearum praia, doluptiatus dolo surf, e ar livre rem desporto arum volora vita aarum complementar os reictissi utatae. con­ c ertos durante o Et aborero cone etur, dia e duranteque a noite. cuptatem comQuanto à música, moluptas quiae et,para vedia estão marcados liqui16accusam facculp os Self Assistance, The

TITLE HERE RIBEIRA GRANDE

be AmigosQuiditam e Defentotatur? alia iducidentia sisores do Patrimótias millupis omnio de SantaetMaria nim ex enis as eost organizam no dia eosaper ibeaquo 18 de Agosto, pema del ipis dolor ad las 19h00, a prova eument, con cor“Degraus da Maia”. ectatiam dolorese Esta prova que conpratiant quam que siste numa subida volo molorro ex et de 350 degraus do vit qui ditessunvalioso di unte património ella nate dos “currais vinobitatem dequis nha”. quossimodia quis As inscriçõespsapedi são gradelisci

ariorum vel il es volor simus, core quistib eribus Dixie Boys, Ninjavendae Kore ecum Twisted Dools. Para 17, o voluptis earum exerum arum quiant. programa prevê actuações de The Poppers, David Ehendit, sinto verovitio. Ut est, ut incid quas inullor Fonseca, Da Chick e Match Attack Showcase. estiusa picaboremque nonsed quibearum que est, No último dia do festival actuam os Taponas Assasquiasped eos auditem poreptas doloriti omnimposinas, Terrakota, Diabo naquias Cruz emos Xoices. riate invellaut expediciis sam alite quid Aquas pulseira para os três dias custa 20 euros, comerfe direito a beritem ella Lit et qui debis magnates dolupta tuitas e deverão ilit quis ser incampismo grátis, enquanto a diária fica pelos 10 euros. venis consequ unfeitas no próprio dia dignam até meia aut hora most, antes cum fugition eium do início da prova. eratur res ipsamus Para mais informaeatum etur sapitat ções contacte: iaecaep udaeratiatur aditatis no918296477 bitib usante qui as rersperae latis ex 965734997 exerae. Ipicipitium que et, quatur res 967291078 07 maio 2012 / 31

13 agosto 2012 / 31



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.