Superando obstáculos na vida e na pista, a paulistana quer mostrar toda sua ousadia e seu talento na Olimpíada de Tóquio
ESCANEIE E OUÇA A PLAYLIST INSPIRADA NA REGIÃO DE CAMPINAS NO 29HORAS PLAY
J U L H O / 2 0 2 1 dist ri buiç ão gr at uita em viracopos
Leticia Bufoni
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Sumário
FOTO DIVULGAÇÃO
JUL HO 2 02 1
# 1 3 8/1 2 J ULHO 2 02 1 WWW.29HORAS.COM.BR
@revista29horas @29horas Publisher Pedro Barbastefano Júnior Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo, Paula Calçade e Pedro Barbastefano Júnior redação Paula Calçade (editora de redação); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Helena Cardoso (estagiária) Colaboradores André Hellmeister, Chantal Brissac, Georges Henri Foz, Juliana Simões, Luiz Toledo, Nick Johnston, Procoletivo, Tecla Music Agency
11 Hora
P U B L I CI DADE CO M E RCI AL comercial@29horas.com.br equiPe: Rafael Bove (rafael.bove@29horas. com.br), Angela Saito (angela.saito@29horas. com.br)
Campinas
Sítio do Carroção, em Tatuí, reabre com atividades para as férias de julho
Gerente reGional Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br) CaMPinas – Marilia Perez (marilia@ imediataonline.com.br), Mariana Perez (mariana@imediataonline.com.br)
2 9 HO RAS é uma publicação da MPC11 Publicidade Ltda. A revista 29 HOR AS respeita a liberdade de expressão. As matérias, reportagens e artigos são de responsabilidade exclusiva de seus signatários.
06 Capa Leticia Bufoni é referência no skate e se prepara para a Olimpíada
da cidade 16 Vozes Lugares para praticar esportes em Campinas
FOTO DIVULGAÇÃO
Jornalista resPonsável Paula Calçade MTB 88.231/SP
FOTO JÚLIO DETEFON (CBSK)
rio de Janeiro – Rogerio Ponce de Leon (rogerio.leon@viccomunicacao.com.br)
Foto da capa: Atiba Jefferson | Red Bull
17 Agora é agro
Usinas de de cana-de-açúcar podem ajudar a reduzir chances de racionamento e apagões
A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO.
FOTO DIVULGAÇÃO
Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista, São Paulo — Cep: 01406-200 Tel.: 11.3086.0088 Fax: 11.3086.0676
A T EGRA T E M O ORGULHO D E A P R E S E N TA R U M N OVO E M P R E E N D I M E N T O PA R A C A M P I N A S :
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BREVE LANÇAMENTO: CONDOMÍNIO ALENZA CAMBUÍ . Incorporadora responsável: TGSP-101 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA., pessoa jurídica de direito privado com sede no município de São Paulo, estado de São Paulo, na Avenida das Nações Unidas, nº 14.261, 14º e 15º andares, Ala B, Condomínio WTorre Morumbi, Vila Gertrudes, CEP 04794-000, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 13.661.492/0001-08. Projeto Arquitetônico: LE ARQUITETOS. Projeto Paisagístico: MARCELO NOVAES. Projeto de Arquitetura de Interiores: DEBORA AGUIAR. Sua comercialização será realizada somente após o registro do Memorial de Incorporação no Cartório de Registro de Imóveis competente. As informações constantes no Memorial de Incorporação e nos futuros Instrumentos de Compra e Venda prevalecerão sobre as divulgadas neste material. Todas as imagens e perspectivas aqui contidas são meramente ilustrativas. As tonalidades das cores, formas e texturas podem sofrer alterações. Os acabamentos, quantidade de móveis, equipamentos e utensílios serão entregues conforme o Memorial Descritivo do empreendimento e Projeto de Decoração. Os móveis e utensílios são sugestões de decoração com dimensões comerciais e não fazem parte do Contrato de Aquisição da Unidade. As medidas dos apartamentos são internas e de face a face. A vegetação exposta é meramente ilustrativa, apresenta o porte adulto de referência e será entregue de acordo com o Projeto Paisagístico, podendo apresentar diferenças de tamanho e porte. Demais informações estarão à disposição no futuro plantão de vendas. Este material é preliminar e está sujeito a alteração sem aviso prévio. * O hall do elevador social e depósito da unidade estão inclusos na área privativa da unidade.**Os stands de vendas estão funcionando com horário restrito e com capacidade de 40% de sua ocupação total. Horário de funcionamento: das 9h às 20h. A entrada de clientes nos stands irá se dar mediante a aferição da temperatura, higienização das mãos e uso de máscara facial. Caso o protocolo não seja respeitado ou o cliente apresente temperatura corporal acima de 37,5°, a entrada no stand de vendas será vetada. Futuras intermediações: LG MOTA CRECI J-30012 e vendas: TEGRA VENDAS CRECI SP: J-28.638.
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CAPA
L
ETICIA BUFONI SEMPRE SOUBE muito bem quem
era e o que queria. Nascida em Vila Matilde, na zona leste de São Paulo, foi a primeira menina da vizinhança a substituir as bonecas pelas manobras de skate. “Moleca”, crescida entre os meninos nas calçadas paulistanas, teve que ralar e se ralar muito para confrontar o machismo que até hoje predomina no esporte e se firmar entre os maiores nomes do circuito mundial.
Skatista profissional desde os quatorze anos de idade, quando foi convidada a ir para os Estados Unidos para competir, pela primeira vez, no X-Games (torneio conhecido como as “Olímpiadas dos esportes radicais”), Leticia se tornou um símbolo da luta feminina no esporte. Seja pelo cabelo rosa – que, mais do que sua marca registrada, virou carimbo da presença das mulheres na modalidade –, seja pelo prestígio ao redor do
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“Vai ter
uma nação inteira
torcendo por mim”
RECORDISTA DO CIRCUITO MUNDIAL DE SKATE, LETICIA BUFONI ESTREIA A CATEGORIA NA OLIMPÍADA DE TÓQUIO E É A GRANDE APOSTA DO BRASIL NA MODALIDADE
HELENA CARDOSO
mundo. E não é à toa que ela é considerada uma das maiores da história: aos 28 anos, Leticia ocupa o quarto lugar no ranking de melhores do globo e tem seu nome estampado no Guinness World of Records, como maior campeã do circuito mundial – são onze medalhas ao todo, conquistadas ao longo de nove anos de competições. Para completar a já extensa coleção de conquistas, a skatista se prepara para tentar o ouro
olímpico em Tóquio. Pela primeira vez, o skate integrará a lista de modalidades dos Jogos. Neste ano, as competições ainda não rendem medalhas oficiais, mas a paulistana já é a grande aposta brasileira na categoria. Em entrevista para a 29HORAS, Leticia Bufoni reflete sobre sua trajetória profissional, comemora a “invasão feminina” na modalidade e fala sobre suas expectativas para a Olimpíada de Tóquio.
FOTO ATIBA JEFFERSON | RED BULL
POR
CAPA
Você tem lembrança do dia em que subiu em um skate pela primeira vez? Como e quando foi?
FOTO STEVEN LIPPMAN | RED BULL
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Minha relação com o skate é tão intensa e íntima que, inclusive, tenho a sensação de que essa paixão sempre foi parte de mim. É difícil lembrar de um momento em que isso não era parte do meu estilo de vida. Mas posso dizer que as primeiras lembranças que eu tenho do esporte são de meus amigos do bairro manobrando e eu ali, assistindo. Eu, na verdade, era a menina da bola, queria ser jogadora de futebol. Mas, chegou a era do skate, todos os meus amigos compraram um e me deixaram jogando bola sozinha. Foi aí que decidi entrar na onda também, só para não perder a brincadeira, e acabei ficando melhor que eles. Foi amor à primeira manobra.
Naquela época, você já imaginava que o skate faria parte do seu futuro profissional? Eu nunca imaginei que o skate pudesse ser uma profissão. Naquela época, não tinha YouTube, Facebook e, muito menos, acesso a informações sobre o esporte. O que eu via era o que passava, muito de vez em quando, na televisão. Minhas primeiras referências foram o Bob Burnquist e o Sandro Dias, mas até então não tinha visto nenhuma mulher no esporte, em quem pudesse me inspirar ou que me instigasse a me imaginar trabalhando nisso um dia.
O skate não costuma ser um esporte usual para despertar a paixão de uma criança - não como o futebol, ou o vôlei, por exemplo. Como foi a reação da sua família quando você começou a pensar em seguir essa carreira? No começo foi bem difícil. Meu pai não gostava nem um pouco da ideia e me proibia de andar. Ele ficava muito incomodado, porque eu era a única menina do bairro “fazendo coisa de menino”. Teve um dia que ele ficou tão irritado
que pegou uma serra e cortou meu skate ao meio. Eu chorei por horas, mas no dia seguinte consegui um shape (prancha de madeira) emprestado e rodinhas, e montei um skate novo. Depois disso ele percebeu que não tinha como me separar do esporte, e virou meu maior apoiador. Foi ele quem me acompanhou na minha primeira competição internacional, em 2007.
O skate ainda é um esporte majoritariamente masculino? Ou a participação das mulheres já avançou nessa modalidade? Você, de certa forma, foi uma pioneira... O skate feminino tem crescido muito nos últimos anos, e sou muito grata em saber que contribuí para isso. Não fui a primeira mulher a me arriscar na modalidade, muitas outras vieram antes de mim, mas eu sei que a minha presença foi importante nesse movimento. A primeira vez que eu vi mulheres competindo foi em um DVD, que ganhei de um amigo meu. Era um compilado de várias manobras incríveis feitas por mulheres. De todas que apareciam no
vídeo, só uma era brasileira. Foi justamente ela, a Tatiane Marques, que virou minha inspiração. É importante ver pessoas como você alcançando coisas grandes e eu fico muito feliz por ter virado esse tipo de inspiração para muitas outras meninas.
Neste ano, você completa metade da sua vida morando nos EUA. Como é manter o espírito brasileiro morando fora do país? Eu amo Los Angeles e não pretendo me mudar daqui tão cedo. Mas, por mais que eu more aqui há muito tempo, a minha alma é sempre brasileira. A Califórnia é a minha base agora, mas a Vila Matilde é minha raiz. Minha família inteira ainda está no Brasil, e ela me traz a memória de onde eu vim. Além disso, é muito reconfortante poder viajar com a seleção e estar em contato direto com pessoas que fazem um trabalho tão lindo no esporte, levantando a bandeira da minha origem. Competir pelo Brasil é, com certeza, uma forma de me sentir sempre em casa.
FOTO ATIBA JEFFERSON | RED BULL
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Acima, a paulistana treinando em pistas em Los Angeles, nos EUA
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CA PA
Você se divide entre treinar em pistas brasileiras e competir em Los Angeles. Como é a relação do Brasil com o skate? É diferente ser skatista no Brasil e no exterior? O que muda? Essa diferença já foi muito mais gritante. Hoje em dia, o Brasil tem mudado bastante a forma de enxergar o esporte. Mas, ainda assim, aqui nos Estados Unidos é muito mais fácil encontrar pistas públicas, patrocínio e apoio. Eu penso que, se eu não tivesse me mudado para Los Angeles, talvez eu não estivesse ainda trabalhando com skate, seria muito mais difícil levar esse sonho adiante. Todas as competições ainda são no exterior e, aqui, o skate aparece muito mais na mídia. No Brasil, falta muito investimento em estrutura, temos poucas pistas e, mesmo as que existem, não têm qualidade suficiente para abrigar competições.
Esta é a 33ª edição dos Jogos Olímpicos e a primeira vez que o skate entra como
modalidade oficial. Por que demorou tanto para que o skate fosse formalizado como um esporte olímpico, na sua opinião? Já faz quase quinze anos que o Comitê Olímpico planeja colocar o skate na lista olímpica, mas nunca acontecia. Acho que essa demora se deve muito ao fato de que o skate não tinha, até então, uma federação que representasse internacionalmente o esporte ou um circuito mundial consolidado, como acontece com o surfe ou o futebol. Nós tínhamos grandes prêmios mundiais, mas todas essas competições eram independentes e não se organizavam em um circuito grande e sólido. Por isso acredito que demorou tanto para nossa reivindicação ser ouvida. Mas eu penso que esse é o momento certo para começar. Hoje temos competidores muito fortes e experientes, e muito mais mulheres no esporte.
Você é recordista no X-Games, é
veterana das competições internacionais e agora estreará nas Olimpíadas. Depois de tantas vitórias no esporte, o que você espera sentir de novidade nos Jogos de Tóquio? Tóquio vai ser uma experiência única. Sinto que vai ser um marco para a história do skate, que ainda é visto como um esporte marginal e menor por muita gente ao redor do mundo. Além disso, essa vai ser a primeira vez que vou ter uma nação inteira me assistindo e torcendo por mim.
E podemos esperá-la em Paris em 2024? Com certeza! Quero passar por pelo menos mais uma experiência olímpica, dessa vez valendo ouro e pódio. Acho que seria um jeito lindo de fechar minha carreira. E, bom, talvez eu esteja um pouco velha para isso, com 35 anos, mas em 2028 o plano é que os Jogos ocorram em Los Angeles. Já estarei por aqui… Quem sabe eu não vou para mais uma?
FOTO BRENO BARROS | REDEDOESPORTE.GOV.BR
Letícia Bufoni conquista o segundo lugar no Street League de Skate, realizado no Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, em 2019
hora
FOTO DIVULGAÇÃO
Engenho gourmet
CAMPINAS
O MELHOR DA REGIÃO
BEBIDAS O Engenho Dom Tápparo inaugura em Campinas a 12ª unidade da marca. Localizada no Cambuí, a loja conta com mais de 40 opções de bebidas que prometem agradar a todos os paladares. Além da ampla variedade de cachaças premium, o local oferece coquetéis alcoólicos, licores, vinhos e gins. Há ainda itens de empório, como molhos, pimentas, geleias, especiarias, antepastos, temperos, farofas e doces caseiros. Destaque para o Kit Cachaça Cabaré, que leva uma cachaça Cabaré Extra Premium – envelhecida 15 anos em barris de carvalho europeu –, dois copos e uma caixa personalizada.
ENGENHO DOM TÁPPARO CAMPINAS – RUA DR. VIEIRA BUENO, 174 – CAMBUÍ, CAMPINAS
HO RA CAMP INAS
FOTOS DIVULGAÇÃO
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À esquerda, Roberta Gomes aplicando sua tecnologia de análise de fios; acima, entrada do Hair Concept, em Campinas
NEGÓCIOS
Cabeça iluminada A empresária Roberta Gomes acaba de chegar em Campinas com sua marca internacional, focada em cuidados capilares personalizados
POR CHANTAL BRISSAC
ELA É CARIOCA, mas vive como cidadã do
mundo. Roberta Gomes tem 43 anos, mora em três países – Brasil, Estados Unidos e Emirados Árabes – e passa boa parte do seu tempo nos ares, ainda que seja muito pé no chão. “Vivo nos aeroportos, entre voos, para monitorar as fábricas e os salões”, conta. A Hair Concept, sua rede especializada em produtos e tratamento para saúde capilar, emprega 200 funcionários em doze unidades espalhadas por cinco países. Além dos três acima, Qatar e Bahrein.
Nas últimas semanas, Roberta tem circulado mais pelo Aeroporto de Viracopos, já que acaba de inaugurar um novo espaço em Campinas, no hotel Royal Palm Plaza. Aberto para hóspedes e clientes da região, o salão oferece, além dos serviços básicos de beleza, a detalhada análise diferencial dos fios e do couro cabeludo, com cuidados personalizados e uso de tecnologia de ponta. Todos os procedimentos seguem protocolos e cumprem as regras estabelecidas pela OMS e pela Prefeitura de Campinas. “É um conceito inovador que permite
recriar o cabelo saudável e perfeito com o qual você nasceu”, explica. A empresária começou cedo nessa área. E mergulhou de cabeça por necessidade própria: “Fui mãe aos 14 anos e, apesar de não recomendar essa experiência para ninguém, a maternidade precoce me fez entender que eles dependiam inteiramente de mim. Criei meus quatro filhos sozinha, por ser separada do pai deles. Isso foi um grande incentivo para entrar no ramo da beleza e me especializar em cosmetologia e tricologia.” Depois de ter lançado várias marcas de produtos para cabelos nos Estados Unidos, onde mora desde 2008, Roberta acordou um dia com um sonho. “O Hair Concept surgiu em um sonho. Nele, a gente personalizava os produtos e cada profissional estava setorizado com uma responsabilidade, exatamente como é hoje. Foram quatorze meses para projetar esse conceito, não existia nada parecido no mundo”, conta. A primeira unidade foi montada em 2016, na Flórida. A segunda em São Paulo e a terceira no Qatar, pois ela já atua no Oriente Médio há doze anos com a marca RG Cosmetics. “Costumo dizer que meu coração é dividido em três: Brasil, EUA e Oriente Médio”, define Roberta, que quando não está ocupada gerenciando as empresas da RG Holding, não abre mão de ficar em casa curtindo a família e aprendendo a nova arte de ser avó com Sophia, sua primeira neta, de um ano e meio.
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PA S S E I O
Interior visto do céu Em passeios matinais de balão, turistas podem sobrevoar paisagens bucólicas de Campinas e arredores
POR HELENA CARDOSO
SE NO INÍCIO DA PANDEMIA o grande desejo
FOTOS DIVULGAÇÃO E ELIZA DIAMOND | UNSPLASH
turístico era se refugiar na tranquilidade campestre, hoje a tendência continua sendo essa, mas sem as limitações de estar preso ao chão. Em maio, a rede hoteleira Vitória Concept inaugurou um programa especial de balonismo pela região de Campinas, em parceria com o restaurante Vila Paraíso e a agência de turismo Nextour. Além de aproveitar o ar puro do interior, os turistas podem sobrevoar as mais belas paisagens do Circuito das Águas e experimentar uma nova e libertadora modalidade de turismo de experiência. Os voos do programa ocorrem logo nas primeiras horas da manhã, com saída de
São Paulo marcada para as 3h30. Quem for direto de Campinas, deve estar pronto às 4h30. O ponto de encontro do grupo é o Restaurante Vila Paraíso, localizado no distrito campinense de Joaquim Egídio – a apenas 31 km do aeroporto de Viracopos. Dali parte uma van para a cidade de Jaguariúna, onde tem início o passeio aéreo. A duração do voo varia entre 45 e 60 minutos. Durante o percurso, os turistas têm visão aérea de fazendas e belíssimos campos agrícolas. Cada balão comporta grupos reduzidos de até seis pessoas e o uso de máscara é obrigatório. Antes de voltar para casa, os clientes são convidados a fazer um pit stop no Restaurante Passeios de balão sobrevoam campos agrícolas, em Campinas
Vila Paraíso. Lá, podem apreciar um café da manhã colonial, com direito a todas as delícias artesanais da Padoca do Vila. Os sanduíches, bolos e sucos naturais são degustados ao ar livre, em meio à incomparável vista da Área de Proteção Ambiental da cidade. Quem quiser expandir a experiência por alguns dias pode escolher o pacote completo, que inclui hospedagem no Concept Campinas e um catálogo de atividades extra a serem realizadas dentro e fora do hotel – que vão desde trilhas até day spa. Os clientes também desfrutam de jantares, servidos pelos premiados restaurantes Bellini (especializado em cozinha contemporânea) e Kindai (de culinária japonesa), parceiros do projeto. Os passeios ocorrem nos dias 31 julho, 28 de agosto, 25 de setembro, 30 de outubro, 27 de novembro e 18 de dezembro. O pacote-experiência inclui traslados de ida e volta (São Paulo/ Campinas), assistência de van, equipe para buscar os passageiros no local do pouso e seguro aventura. Os preços variam e as reservas podem ser feitas por meio dos e-mails vendascampinas@vitoriahoteis.com.br e reservascampinas@ vitoriahoteis.com.br, ou pelo telefone (19) 3755-80003.
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HO RA CAMP INAS
O SÍTIO DO CARROÇÃO, um acampamento
PA S S E I O
Clima de
aventura e descoberta Sítio do Carroção, no interior de São Paulo, recebe crianças durante as férias de julho com inúmeras atividades ao ar livre e de puro conhecimento
POR PAULA CALÇADE
Aquário de água doce, esqueleto de Tiranossauro Rex, lagoa e pátio central do Sítio do Carroção, em Tatuí, no interior de São Paulo
localizado em Tatuí, a 120 km de Campinas, chegava a receber 300 alunos por dia para atividades extracurriculares antes da pandemia. Ao longo de 2020, o local passou por adaptações e reabre com passeios educativos e divertidos para as crianças, além de uma experiência de descanso para os adultos. Nas férias de inverno, crianças e adolescentes de 5 a 16 anos podem explorar o maior aquário de água doce do Brasil, com 180 mil litros de água alimentados por duas cachoeiras. Nele vivem tucunarés, cacharas, piranhas, cascudos e muitas outras espécies de peixes. No Sítio, os pequenos ainda podem se divertir em trilhas cinematográficaa e em verdadeiro estilo “Indiana Jones”, com bússolas e mapas em busca por tesouros perdidos, além de terem a chance de descer em alta velocidade por um tobogã com 103 metros, que passa por dentro de uma caverna. Destaque também para a experiência única de avistar um esqueleto de um enorme Tiranossauro Rex no parque paleontológico do local. As atividades foram ajustadas com menor capacidade – agora cada grupo pode ter até 18 pessoas – uso de máscara obrigatório e uma equipe médica sempre disponível. Fora da temporada de férias escolares, os pais também podem se hospedar no Carroção. São 25 quartos confortáveis e uma área externa com piscina, onde são servidos drinques. O restaurante do sítio apresenta um menu à la carte que remete aos sabores do Brasil, da Itália e do Mediterrâneo, e a adega inclui rótulos das principais vinícolas do mundo. O Sítio do Carroção opera com o sistema all inclusive. Os hóspedes contam com cinco refeições diárias, acompanhamento de monitor 24h, translado de São Paulo, jogos e festas temáticas. SÍTIO DO CARROÇÃO
Praça da Bandeira, 32 Tatuí (SP) tel. 15 3305-2000
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Tour enogastronômico
Vinhedos Guaspari, em Espírito Santo do Pinhal
GASTRONOMIA
Em meio às terras altas de Espírito Santo do Pinhal, a Vinícola Guaspari se abre para visitas guiadas e degustações de seus premiados vinhos que expressam o terroir especial dessa região cuja paisagem é composta por olivais, ciprestes e velhas construções
FOTOS DIVULGAÇÃO
POR KIKE MARTINS DA COSTA
EM OUTUBRO do ano passado, a
conceituada revista britânica “Decanter” estampou pela primeira vez em sua história uma vinícola brasileira. Era uma matéria sobre a vinícola Guaspari e, mais especificamente, seus vinhos elaborados com uvas Syrah em uma bonita propriedade nas terras altas do município de Espírito Santo do Pinhal, a apenas 120 km do aeroporto de Viracopos. A fazenda, que desde o século XIX produz cafés de alta qualidade, começou em 2001 sua história na produção de vinhos. Hoje, a área ocupada pelos vinhedos (50 hectares) já é maior do que a ocupada pelos cafezais (23 hectares). A vinícola, onde as uvas são processadas e os vinhos descansam e maturam antes do consumo, está instalada na antiga tulha de café. Tudo ali foi feito com capricho e detalhismo. Muitos visitantes se sentem na Toscana – a paisagem tem, além de vinhedos, um olival de onde saem azeites espetaculares, construções antigas em terracota ou pedra e ciprestes que adornam
as estradinhas de terra que serpenteiam pela região. Agora, depois de um ano fechada ao público por causa da pandemia, a vinícola reabre para tours enogastronômicos. Seguindo todos os protocolos de segurança, as visitas devem ser agendadas. Nem pense em aparecer sem ter feito reserva previamente. Além de aprender sobre o cultivo de uvas e todo o processo de produção de vinhos, o visitante ainda tem a oportunidade de degustar os rótulos surpreendentes da Guaspari (pronuncia-se “Guaspári”). Há quatro opções de experiências, que custam de R$ 98 a R$ 680. Agora no mês de julho – época da colheita nos vinhedos – é oferecida a experiência “Visita da Vindima – Sabores da Fazenda”, sempre aos sábados e domingos, a partir das 9h30. A visita inclui recepção com café especial da fazenda e bolo caseiro, passeio pelo vinhedo guiado por um profissional da vinícola com direito a “colheita simbólica”, visita à sala de tanques de fermentação e à cave de barricas e garrafas e, por fim, uma degustação dos vinhos com queijos artesanais, uma visita à lojinha e um almoço harmonizado com salada da horta e uma feijoada completa. De sobremesa, doces da fazenda. Por esse pacote completo, cada pessoa deve desembolsar R$ 680. Além dos premiados vinhos feitos com uvas Syrah, a Guaspari tem ainda brancos elaborados com as perfumadas Chardonnay, com as frescas Sauvignon Blanc e com as complexas Viognier. Entre os tintos, aposte no Vista da Mata, uma intensa assemblage de Cabernets Franc e Sauvignon.
VINÍCOLA GUASPARI
Rua Pedro Ferrari, 300, Parque do Lago, Espírito Santo do Pinhal, tel. 19 3661-9190. Reservas pelo site enoturismo@vinicolaguaspari.com.br
HO RA CAMP INAS
FOTO GABRIEL TARSO
Vozes da cidade
As dicas e os segredos de quem adora a região
POWERBLOC
POR ARETHA DUARTE*
Corpo e mente em equilíbrio Dicas de lugares para se cuidar e se divertir muito em Campinas e região
CLÍNICA OMNIS
PowerBloc “O ginásio de escalada PowerBloc é o maior do interior de São Paulo. Focado principalmente em boulder – escalada de blocos de 3 a 4 metros de altura, sem corda, com quedas amortecidas por um colchão -, atende desde iniciantes até quem está bem treinado.” Rua Rafael Sampaio, 187, Vila Itapura, Campinas (SP)
Clínica Omnis “A proposta da Clínica Omnis é promover uma reconexão entre o ser humano e seu equílibro físico, espiritual e emocional. Lá tem atendimento de fisioterapeuta, osteopata, yoga. O médico Thiago Lacerda me auxilia para que eu me sinta mais forte e produtiva.” Rua Piquete, 1.076, Jardim Itamarati, Campinas (SP)
Brasuca “O Brasuca é um bar que promove eventos e atividades muticulturais. Localizada em uma das principais esquinas de Barão Geraldo, a casa é toda de madeira com teto de sapê, numa área com mais de mil metros quadrados. Por ali, encontro as melhores aulas de dança e um ambiente descontaído ao som de ótima música brasileira.” Avenida Santa Isabel, 800, Barão Geraldo, Campinas (SP)
Restaurante Sumirê “O Restaurante Sumirê é referência na culinária japonesa em Campinas e região. Com mais de 19 anos de atuação na cidade, utiliza ingredientes frescos da mais alta qualidade e reúne profissionais que proporcionam uma refeição com rapidez e excelência.” Avenida Dr. Romeu Tortima, 304, Barão Geraldo, Campinas (SP)
*ARETHA DUARTE é campineira, formada em Educação Física e acumula experiência de uma década no montanhismo. Acabou de chegar ao cume do Everest, tornando-se a primeira mulher negra latino-americana a escalar a maior montanha do mundo.
BRASUCA
RESTAURANTE SUMIRÊ
FOTOS DIVULGAÇÃO
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kikecosta@uol.com.br
COLUNA
Agora é agro
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POR
FOTO DIVULGAÇÃO
Kike Martins da Costa
Prosa rápida Mango hype Enquanto a Marfrig avança sobre a BRF, sua arquirrival JBS anuncia a compra da Rivalea, líder na criação e processamento de carne de porco na Austrália, responsável por 26% dos suínos processados no mercado local. Com essa aquisição, a JBS diversificará seus produtos no país e no Sudeste Asiático.
Sem apagão
Vem aí mais uma gigante entre as agroindústrias Marfrig, potência das carnes bovinas, adquire uma significativa participação na BRF, líder no mercado de aves e suínos. Se a fusão for concluída, vai dar origem a uma poderosa empresa com faturamento anual de mais de US$ 20 bilhões Em um movimento que surpreendeu muita gente, a processadora de carnes Marfrig, do empresário Marcos Molina, abocanhou mais de 30% das ações da empresa de alimentos BRF. A Marfrig é 100% focada em carne bovina e é dona de marcas como Montana e Bassi. Já a BRF trabalha apenas com carne de frango (entre 70% e 80% da receita) e carne suína (entre 20% e 30%). Uma empresa complementa o portfólio da outra, e uma eventual união entre as duas geraria pouca sobreposição geográfica, uma vez que as operações da Marfrig se concentram na América do Norte (70% da receita) e América do Sul (30%), enquanto a BRF — controladora das marcas Sadia e Perdigão — tem sua atuação mais limitada ao Brasil (80% da receita) e ao Oriente Médio. A nova empresa formada pela fusão já nasceria como uma das cinco
maiores empresas de proteína do planeta, com um faturamento anual de mais de R$ 100 bilhões (ou cerca de US$ 20 bilhões), mais de 50 unidades produtivas e mais de 120 mil colaboradores. A Marfrig informa que — ao menos no curto prazo — não pretende interferir diretamente nos rumos da BRF ou eleger membros para o Conselho de Administração. A aquisição dessa significativa participação na empresa seria apenas um “investimento estratégico”. Mas a posse de mais de 30% das ações garante à Marfrig um enorme poder de fogo nas assembleias e nas tomadas de decisão do Conselho da BRF. A aquisição, fusão ou seja lá qual nome tiver essa operação, ainda não está concluída. O desfecho deve acontecer neste segundo semestre de 2021. E certamente vai colocar mais uma gigante do agronegócio brasileiro em destaque no cenário mundial.
Neste momento em que os reservatórios das usinas hidrelétricas estão esvaziados e em situação periclitante, as usinas de processamento de cana-de-açúcar podem ajudar a reduzir a chance de apagões e racionamento de energia elétrica no Brasil. A eletricidade de biomassa, gerada a partir do bagaço de cana, custa menos da metade daquela produzida nas centrais térmicas movidas a gás, diesel e carvão. As usinas sucroalcooleiras, concentradas no Centro-Sul, podem entregar energia por algo entre R$ 300 e R$ 400 por mega watt-hora, enquanto hoje há usinas térmicas com custo superior a R$ 1.000 por MWh.
Lanche venenoso O uso de agrotóxicos no país é tão descontrolado que eles aparecem até em vários alimentos processados. Análise feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) detectou a presença de resíduos de herbicidas de alta toxicidade em produtos como as bebidas de soja da Batavo, os cereais matinais Nesfit, os snacks Baconzitos (da Pepsico), os biscoitos Triunfo (da Arcor) e Oreo (da Mondeléz) e nas bisnaguinhas Panco, Seven Boys (da Wickbold) e Pulmann (da Bimbo).
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