Alanis
Guillen
M A I O / 2 0 2 2 dist rib uiçã o grat uita em vi racopos
Estreando no horário nobre como uma das estrelas do remake da novela “Pantanal”, a jovem atriz escancara as urgências ambientais do bioma
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MAI O 2 022
Sumário
WWW.29HORAS.COM.BR
@revista29horas
FOTO GLOBO | JOÃO MIGUEL JÚNIOR
12 Capa
# 1 4 8/2 1 MAIO 2 022
Estreante no horário nobre, atriz Alanis Guillen dá vida à inesquecível Juma Marruá na nova versão da novela "Pantanal"
@29horas Publisher Pedro Barbastefano Júnior Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo, Paula Calçade e Pedro Barbastefano Júnior redação Paula Calçade (editora de redação); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Helena Cardoso (repórter) Colaboradores André Hellmeister, Anelise Zanoni, Didú Russo, Felipe Morais, Georges Henri Foz, Greg Estrada, Gustavo Rodrigues, IMS, Juliana Simões, Luiz Toledo, Mário Oliveira, Patricia Palumbo, Procoletivo, Tecla Music Agency P U B L I CI DADE CO M E RCI AL comercial@29horas.com.br equiPe: Rafael Bove (rafael.bove@29horas. com.br), Bruno Gardini (bruno. gardini@29horas.com.br), Giulia Barbastefano (giulia.barbastefano@29horas.com.br), Gustavo Weiss (gustavo.weiss@29horas.com. br)
rio de Janeiro – Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br) Jornalista resPonsável Paula Calçade MTB 88.231/SP
Fazenda Lano Alto tem opções de hospedagem nas alturas FOTO DIVULGAÇÃO
A revista 29 HOR AS respeita a liberdade de expressão. As matérias, reportagens e artigos são de responsabilidade exclusiva de seus signatários.
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Agora é agro A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO.
FOTO DIVULGAÇÃO
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Ambientes agradáveis e pet friendly em Campinas
Hora Campinas
2 9 HO RAS é uma publicação da MPC11 Publicidade Ltda.
Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista, São Paulo — Cep: 01406-200 Tel.: 11.3086.0088 Fax: 11.3086.0676
09 Vozes da cidade
Investir em fertilizantes é ponto estratégico no país
17 Marketing & marcas
Marcas com propósitos bem definidos conquistam o público
FOTO WALDEMAR BRANDT | UNSPLASH
CaMPinas – Marilia Perez (marilia@ imediataonline.com.br), Mariana Perez (mariana@imediataonline.com.br)
FOTO DIVULGAÇÃO
Gerente reGional Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br)
Foto da capa: Maria Magalhães
hora
FOTO DIVULGAÇÃO
Cestas afetivas
CAMPINAS O MELHOR DA REGIÃO
PRESENTES Feitas com delicados detalhes em madeira, as cestas da Per Tutti são presentes por si só – e, mais ainda, quando recheadas de guloseimas e pensadas para celebrar ocasiões especiais. No mês de maio, a loja apresenta um catálogo exclusivo para o Dia das Mães, com entrega para a região metropolitana de Campinas. Dentre os combos disponíveis, destaque para a Cesta Nápoles, que vem com sachês de chá e drip coffee, suco de laranja natural, baguete, pain au chocolat, queijo e salame fatiados, e pode ser incrementada com uma caneca de cerâmica e um vaso com mini-orquídeas. Os preços variam de R$ 100 a R$ 400, e as encomendas devem ser feitas com pelo menos três dias de antecedência pelo Instagram @pertutti.cestas.
HO RA CAMP INAS
FOTOS DIVULGAÇÃO
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PA S S E I O
Banquete medieval em Vinhedo Com design arquitetônico inspirado em construções da Idade Média, Castelo dos Vinhais promove charmosos cafés da manhã em meio à natureza
POR HELENA CARDOSO
VISITAS A CASTELOS MEDIEVAIS não
são experiências restritas ao turismo europeu. A apenas 80 km da capital paulista, por exemplo, o Castelo dos Vinhais exibe arquitetura inspirada nas construções do Velho Continente e, desde fevereiro de 2022, tem aberto seus portões para turistas que desejem apreciar itens da gastronomia artesanal em um ambiente cercado de verde e com forte atmosfera histórica. Construído na década de 1980 e conhecido por abrigar os eventos corporativos, as festas de debutante e os casamentos mais luxuosos de Vinhedo, o espaço agora promove também fartos cafés da manhã coloniais, com menus semanais dignos da realeza. São mais de 50 variedades de delícias, entre bolos e pães caseiros, biscoitos, frutas, geleias, salgados e
sanduíches, que podem ser degustadas aos sábados e domingos, das 8h às 10h, em um salão climatizado ou em um imponente jardim, permanentemente decorado com carruagens que remontam à época feudal. Depois de comer, os visitantes ficam livres para explorar os quase 20 mil m2 de área verde que circundam a propriedade, relaxar às margens de um laguinho com gansos ou, ainda, subir às torres do castelo e apreciar a vista panorâmica da região. Os salões do interior do castelo são reservados para eventos privativos. Conseguir uma data para celebrar por ali é um desafio na maior parte do ano, com agenda disputada sobretudo nos meses de maio e dezembro. No entanto, quem tiver sorte de visitar o espaço nos raros dias sem festas marcadas pode também caminhar por dentro do
edifício, que conta com outros detalhes clássicos das construções medievais, como passagens secretas, muralhas, pontes e calabouços cenográficos. Para aproveitar toda essa experiência, é necessário desembolsar em torno de R$ 135 por comensal. Os ingressos – que também dão direito a uma vaga exclusiva no estacionamento do castelo – devem ser comprados antecipadamente pelo site www.castelodosvinhais.com.br. Crianças de até 5 anos não pagam entrada, e todos os ambientes são pet friendly.
CASTELO DOS VINHAIS
Rua Arnaldo Roque Brisque, 301 Altos do Morumbi, Vinhedo Whatsapp (19) 97168-8579
FOTOS DIVULGAÇÃO
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A LANO-ALTO, EM CATUÇABA, no topo da
H O S P E DAG E M
Descanso e delícias lá no alto Fazenda em distrito de São Luiz do Paraitinga oferece opções de cabanas imersas na montanha, além de queijos e doces para encher a mala na volta
POR PAULA CALÇADE
Cabanas e cesta de produtos orgânicos da fazenda Lano-Alto, em Catuçaba
Serra do Mar – a duas horas e meia de São Paulo e a três horas de Campinas – é lugar para relaxamento no campo e degustação de produtos saborosos feitos artesanalmente. Com nascentes de água e cachoeiras rodeando a fazenda de vegetação preservada, as opções de hospedagem por ali são rústicas e acessadas por uma trilha de 15 minutos. A Cabana do Mato acolhe até quatro pessoas, com cooktop e pia, banheiro com água quente e despensa com itens para cozinha. Não há wi-fi e pressa alguma, o local é ideal para quem quer desconectar. Já a Cabana Morro Acima recebe até seis hóspedes, dispõe de frigobar, banheiro completo e acesso à internet. Com o valor extra de R$ 100 por pessoa e alternativa estratégica para o café da manhã e lanches durante o descanso na Lano-Alto, os visitantes também recebem uma cesta para alegrar a hospedagem, com itens como iogurte, queijo, leite cru, manteiga, ovos, doce de leite, mel, mostarda fermentada, café especial, ricota e pão caseiro. De acordo com a estação do ano, pode-se incluir ainda verduras, massas e grãos, como macarrão, polenta e pipoca. Para aqueles que quiserem experimentar os produtos sem se hospedar, é possível realizar a compra online (www. lanoalto.com), reservar os produtos e organizar caronas coletivas para a retirada das delícias frescas na fazenda. FAZENDA LANO-ALTO
www.lanoalto.com Diárias a partir de R$ 800. Reservas via Arbnb.
HO RA CAMP INAS
FOTO GUSTAVO MORITA
FOTO ESTUDIOMIO
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Azeite de oliva Orfeu e colheita em olival na Fazenda Rainha, em São Sebastião da Grama TESOURO GOURMET
Azeites com DNA paulista Porção da Serra da Mantiqueira na divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo vem se consolidando como uma região produtora de excelentes azeites brasileiros. É lá que nascem os dourados, aromáticos e premiados óleos de oliva da Orfeu
POR KIKE MARTINS DA COSTA
OS MELHORES TERROIRS para as lavouras de cafés especiais
são também ideais para o cultivo de oliveiras e para a produção de azeites de alta qualidade. Com isso em mente, o Grupo Orfeu, famoso pela excelência de seus premiados cafés, vem substituindo desde 2009 o cafezal da Fazenda Rainha, em São Sebastião da Grama, por um magnífico olival. É ali que nascem os azeites Orfeu, lançados comercialmente no mercado apenas em 2020. Graças às elevadas altitudes da Serra Mantiqueira – algo entre 1.250 e 1.450 metros acima do nível do mar –, aos solos vulcânicos e às baixas temperaturas do inverno da região, as azeitonas de variedades espanholas (como Arbosana e Arbequina), italianas (como Coratina e Grappolo) e gregas (Koroneiki) crescem e desenvolvem toda a riqueza e a potência de seus excepcionais aromas e sabores. Não por acaso, um dos rótulos da Orfeu foi eleito no prestigioso concurso italiano EVO International Olive Oil Contest como o melhor azeite da América Latina. Em competições da Argentina e de Israel, os azeites Orfeu já conquistaram outros prêmios e distinções. Em um lugar estrategicamente construído logo na
entrada da propriedade, as azeitonas são processadas imediatamente após a colheita feita manualmente, para preservar todo o frescor das frutas. Além dos azeites varietais e de um exclusivo blend, a Orfeu lança nesta safra 2022 um microlote especial de apenas 1.700 garrafas, elaborado unicamente com azeitonas da casta Picual, de elevada picância e equilibrado amargor. A propósito, as elegantes garrafas que acondicionam os azeites da Orfeu são manufaturadas na Itália e importadas diretamente da Europa. Outra joia da Fazenda Rainha é a capela de Santa Clara, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Com suas paredes brancas, a construção se destaca na paisagem, em meio às verdejantes montanhas da Mogiana Paulista, a 160 km de Campinas e a 250 km de São Paulo. Os seis rótulos da nova safra de azeites Orfeu estão disponíveis para compra por meio do e-commerce da marca (https://loja.cafeorfeu.com.br). As garrafas de 350 ml de Koroneiki, Arbosana, Arbequina e Coratina custam R$ 189, o Blend da Safra sai por de R$ 219 e o Microlote Picual está à venda por R$ 249.
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FIGA
POR *CAROLINE COPPI
Agradáveis e pet friendly
Restaurantes e lojas no Cambuí recebem toda a família, inclusive os filhinhos de quatro patas
TB ALTA CONFEITARIA
Figa “A Figa, que é a loja de uma super amiga minha, a Giuliana Monteiro, traz a moda carioca para Campinas, com looks descontraídos para passear e trabalhar na cidade. O local também está sempre preparado para receber nossos pets, com potinho de água, petiscos e todo o conforto para os bichinhos.” Rua Dr. Vieira Bueno, 349, Cambuí
TB Alta Confeitaria “Por ali, a Sky, minha cachorrinha, aproveita para descansar enquanto eu como um pedaço da maravilhosa torta banoffee, além do bolo de cenoura, que sempre está quentinho com uma deliciosa cobertura de chocolate!"
LEVE ALIMENTAÇÃO
Rua Dr. José Inocêncio de Campos, 25, Cambuí
Leve Alimentação “Quando estou com a minha cachorrinha, aproveito para almoçar na Leve Alimentação, já que ela ama ficar no deck, que é um espaço muito gostoso. No restaurante, meu prato predileto é a panqueca de frango com cream cheese ao pesto, acompanhada de grão de bico com brócolis ao alho. Recomendo!" Rua Antônio Lapa, 905, Cambuí
Marcello Campos Joalheria “Outra loja que eu frequento, mesmo que para tomar um capuccino, é a Marcello Campos Joalheria. Lá, sou muito bem recebida, tanto quando vou com as minhas filhas, ou com a minha filha de quatro patas! Na loja, adoro as joias de ouro nude, que é uma coloração de ouro exclusivo, são super discretas e elegantes.” Avenida José de Souza Campos, 867, Cambuí é engenheira química e proprietária do Laboratório Ambiental Quimi Quali, em Campinas.
*CAROLINA COPPI
MARCELLO CAMPOS JOALHERIA
FOTOS DIVULGAÇÃO
Vozes da cidade
As dicas e os segredos de quem adora a região
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kikecosta@uol.com.br
COLUNA
Agora é agro
POR
FOTO DIVULGAÇÃO
Kike Martins da Costa
Prosa rápida Show do trilhão
Produzir fertilizantes é uma questão estratégica para o país Enquanto o Brasil vende ou desativa fábricas de adubos, guerra entre Rússia e Ucrânia provoca a escassez desses insumos – o que acaba agravando a pobreza extrema e a fome pelo mundo Segundo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, a invasão da Ucrânia pela Rússia vai impactar não só esta como também as próximas safras de alimentos, por causa da elevação nos preços dos fertilizantes. O Banco Mundial projeta que uma elevação de 1% nos preços dos alimentos pode lançar mais 10 milhões de pessoas na pobreza extrema no mundo. Em 2021, o Brasil gastou US$ 15,2 bilhões em importações de adubos e fertilizantes químicos, valor 90% maior que o gasto em 2020. O país adquiriu de países como Rússia, Ucrânia, China, Lituânia e Canadá cerca de 41,5 milhões de toneladas de fertilizantes – 22% a mais do que no ano anterior. Enquanto o Brasil aumenta sua dependência de importação desses insumos essenciais para o agronegócio, unidades de produção de fertilizantes instaladas no país são desativadas ou vendidas. Esse é o caso
da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras (Fafen), em Araucária, no Paraná, fechada em março de 2020. Ela sozinha abastecia 30% das necessidades brasileiras de ureia e amônia. A outra cartada errada do governo federal foi a recente venda para o grupo russo Acron da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Um dia as autoridades que decidem sobre os rumos do agronegócio brasileiro vão perceber que a produção de fertilizantes é uma questão estratégica, não apenas mais uma conversa de camelô ou uma simples questão de compra e venda no exterior. A falta de fertilizantes no país pode gerar – além da fome e do desemprego – a perda de clientes acostumados a comprar os produtos agrícolas brasileiros. Quando a gente não vai lá e vende, outro vendedor aparece com a mesma mercadoria.
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2022 deve alcançar R$ 1,227 trilhão, 2,4% acima do obtido em 2021, que foi de R$ 1,199 trilhão. Os produtos com melhor desempenho devem ser o algodão em pluma, a banana, a batata, o café (conillon e arábica), a cana-de-açúcar, o feijão, a laranja, o milho, o tomate e o trigo. Culturas como a soja e o arroz devem agregar valores menores do que os atingidos em 2021.
Devo, não nego Segundo a 2ª edição do Estudo de Inadimplência do Produtor Rural da Serasa Experian, 15,8% dos trabalhadores do campo estavam com dívidas em março deste ano. Em comparação com a primeira onda do levantamento, feita em junho de 2021, houve uma queda de 0,1 ponto percentual. A notícia boa é que esse número é bem menor que o verificado na população geral do país - que tem cerca de 40% de endividados.
Celulite na coxinha Pesquisadores da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural e da Embrapa Suínos e Aves divulgaram que os abatedouros brasileiros registram perdas anuais de mais de US$ 10 milhões de dólares por causa da celulite em frangos. A doença é um processo infeccioso e inflamatório que, através de bactérias, invade o tecido subcutâneo devido a cortes e arranhões da pele, formando placas fibrino-caseosas que podem se estender até os músculos.
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CAPA
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Força indomável COM A ATRIZ ALANIS GUILLEN NA PELE DA PROTAGONISTA JUMA MARRUÁ, REMAKE DA NOVELA “PANTANAL” REVISITA O BIOMA APÓS TRÁGICAS QUEIMADAS DE 2020, LEVANTA REFLEXÕES SOBRE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E PROPÕE UMA EXPERIÊNCIA CINEMATOGRÁFICA NAS TELINHAS
HELENA CARDOSO
Q
UANDO FOI EXIBIDA PELA PRIMEIRA VEZ, em 1990, na extinta TV Man-
chete, “Pantanal” conquistou multidões. A trama, escrita por Benedito Ruy Barbosa com doses cavalares de tragédia e lirismo,
atingiu picos de audiência, desbancando a até então imbatível Rede Globo. "Acredito que a explicação para esse sucesso estrondoso tenha sido a curiosidade saciada de uma nação que pouco se conhece. A novela descortinou as paisagens singulares de uma região que representa muito o nosso país, mas sobre a qual a maioria dos brasileiros quase nunca ouvia falar. Pela primeira vez, ali, o Pantanal e suas riquezas e urgências foram posicionados no centro das discussões midiáticas”, comenta Alanis Guillen, atriz escalada para protagonizar o enredo, agora revisitado pelo roteirista Bruno Luperi. Aos 23 anos e com apenas um trabalho televisivo anterior no currículo – “Malhação - Toda Forma de Amar” (2019), da qual foi, também, protagonista –, a paulista de Santo André faz sua estreia no horário nobre na pele da heroína Juma Marruá. “Esta é uma das minhas primeiras experiências artísticas e já um dos meus maiores desafios. A história de Juma é tão cheia de simbolismos e folclore, que me sinto na responsabilidade social de representar culturas e vozes que vão muito além de mim”, comenta a atriz, que, todas as noites, invade as telas globais com os cabelos cacheados se rebelando contra o vento, sempre descalça e usando quase nenhuma maquiagem. “Juma é livre, e isso aparece no seu figurino simples, no seu jeito rústico de andar e se comunicar, e na sua força indomável.”
FOTO GLOBO | JOÃO MIGUEL JÚNIOR
POR
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CAPA
FOTOS GLOBO | JOÃO MIGUEL JÚNIOR
À direita, Alanis e o ator Pedro Novaes, seu par romântico em "Malhação"; e bastidores de "Pantanal"
Para vestir a trajetória épica da personagem – que, reza a lenda, herdou da mítica mãe, Maria, a habilidade de se transformar em onça quando ameaçada –, Alanis optou por se despir de quaisquer artifícios técnicos. “A Juma foi nascida e criada no cenário selvagem do Pantanal, vive em meio aos bichos, como um deles, e está sempre acesa em seus sentidos mais primitivos. Enchê-la de preciosismos seria trair a sua essência, que é crua e ainda não foi atravessada pela modernidade e suas futilidades.” O percurso até essa construção artística exigiu um retorno às suas características mais instintivas. “Passei dias andando descalça e noites inteiras imersa na natureza, aguçando minha visão noturna. Experimentei, ainda, aulas de equitação e de kung fu – arte marcial chinesa cujos golpes são intimamente inspirados pelas movimentações animais.” Durante o estudo, a atriz também voltou a ingerir proteína animal, hábito que havia abandonado há alguns anos. “Queria me lembrar da sensação da fibra em contato com a boca, sentir os efeitos desses nutrientes no meu organismo. A carne é um alimento pesado, que nos puxa à matéria, e Juma, em toda a sua rusticidade, me pediu por esse vigor.”
Vivência imersiva Crescida às bordas da metrópole paulista, Alanis desbravou o Pantanal pela primeira vez já a caminho dos sets de filmagem, instalados em fazendas do município de Aquidauana, no interior do Mato Grosso do Sul. “Foi uma experiência única que mesclou choque e contemplação. É, na mesma proporção, um cenário de calmaria e aventura. Não me surpreende que um ambiente tão rico tenha enchido os olhos do público em 1990 e volte a deslumbrá-lo agora”, reflete.
Considerado pela Unesco Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera, e conhecido por ser, ao mesmo tempo, o menor bioma brasileiro e a maior planície de inundação do mundo, o Pantanal chama a atenção, sobretudo, pela riqueza de sua biodiversidade. Nos quase 250 mil km² de extensão que o compreendem (e extravasam as fronteiras brasileiras para cobrir, ainda, o norte do Paraguai e o leste da Bolívia), vivem pelo menos 4.700 espécies de plantas, aves, mamíferos,
répteis, anfíbios e variedades de peixes de água doce – muitas delas raríssimas e ameaçadas de extinção. No remake de 2022, com direção de Walter Carvalho, a fauna e flora da região ganham ainda mais cores e nuances, devido ao aperfeiçoamento inédito das técnicas de captação de imagens. “Hoje temos toda uma gama de tecnologias a nosso favor”, comenta o diretor artístico, Rogério Gomes. É ele o responsável por monitorar os takes, que têm atraído olhares curiosos pelo
minucioso realismo. “Nosso primeiro capítulo – que foi ao ar em 28 de março e está disponível na Globoplay – foi inteiramente produzido em 8K, tecnologia de altíssima resolução nunca antes explorada pelos Estúdios Globo.” Na produção dos outros episódios, foram utilizadas câmeras portáteis à prova d’água para a captura de imagens submersas e drones para garantir clipes em profundidade. “O objetivo, além de propor novos paradigmas cinematográficos às novelas da emissora, é, realmente, transportar os espectadores para o Pantanal em uma vivência imersiva que ultrapasse a frieza das telas”, comenta.
Grito de socorro e trégua E, se na década de 1990 “Pantanal” conseguiu pôr em foco nacional as demandas ribeirinhas, a expectativa é que, revivida em 2022, posicione os holofotes sobre as carências de um bioma que urge por socorro. De acordo com levantamentos feitos pela
Scientific Reports, cerca de 4,5 milhões de hectares do bioma foram devastados por incêndios ao longo de todo o ano de 2020. Essa sequência de desastres – que estampou os jornais por meses e, segundo estimativas do Ibama, foi responsável por dizimar ao menos 65 milhões de vertebrados e 4 bilhões de insetos nativos – acendeu sinais de alerta por todo o país. Sobretudo quando o Ministério Público do Mato Grosso do Sul apurou que quase 60% dos focos de incêndio provavelmente foram provocados por ações humanas. “Reverter esse cenário não é tarefa simples, mas temos conseguido avanços importantes”, comenta Gustavo Figuerôa, biólogo e diretor de comunicação da SOS Pantanal, uma das principais organizações não-governamentais com atuação sustentável nas planícies pantaneiras. Além de manter à disposição brigadas de incêndio treinadas para minimizar danos, a ONG atua na produção de conteúdos sobre o bioma, auxilia no mapeamento regular da cobertura vegetal da região e estimula FOTO SOS PANTANAL | GUSTAVO FIGUEIRÔA
FOTO FOTOLIA
FOTO SOS PANTANAL | GUSTAVO FIGUERÔA
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De cima para baixo, onçapintada, tuiuiú e área devastada por queimadas, clicada com a ajuda de drones pela instituição SOS Pantanal
CAPA
FOTOS LUCIANO CANDISANI E GUSTAVO FIGUEIRÔA
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De cima para baixo, planícies alagadas do Pantanal e torre para observação de pássaros, em Campo Grande
a promoção de políticas públicas que aliem economia, bem-estar social e sustentabilidade. “Graças ao trabalho de instituições como a nossa, cerca de 275 mil animais foram salvos nos últimos anos, seja por auxílio veterinário ou pelo estabelecimento de rotas de fuga seguras que os permitiram se esquivar dos focos de chamas. Apesar de não
superar as taxas de mortes, ainda é um saldo positivo que deve ser levado em conta.” A rotina de gravações da nova versão da novela tem se adaptado às atuais condições pantaneiras. “De 1990 para cá, a região ficou 20% mais seca, realidade que será percebida no visual mais alaranjado das cenas e trará novos desafios para os personagens da trama”, revela o autor, Bruno Luperi. O uso de animais em cena também reflete as demandas desse “novo mundo”. A maioria dos bichos é criada em computação gráfica durante o processo de pós-produção e apenas uma parte deles é realmente trazida à frente das câmeras. “Nesses casos, gravamos com animais silvestres trazidos para o set por representantes de ONGs e criadouros
de conservação, e integramos à equipe duas veterinárias e uma bióloga, que acompanham e conduzem as filmagens de modo que o animal esteja sempre confortável.” Transportada para um século 21 assolado pelas mudanças climáticas, pelas batalhas sanitárias contra a Covid-19 e por guerras internacionais, a nova versão de “Pantanal” surge, para Alanis Guillen, como um projeto sócio-político-ambiental. “Meio humana, meio bicho, Juma Marruá é um lembrete de que todos nós estamos integrados à natureza e devemos, quanto mais breve, nos reconectar a ela e a seus chamados. A personagem é um grito de socorro e trégua, pelas nossas matas devastadas e por nossos animais extintos, que eu espero muito que ressoe e seja ouvida para muito além das fronteiras do nosso Centro-Oeste”, finaliza.
felipe@felipemorais.com
COLUNA
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POR
FOTO ISTOCKPHOTO
Marketing e marcas
Felipe Morais
Qual é o seu propósito de marca? Para descobrir a essência e as intenções de sua empresa, é necessário olhar para dentro e, assim, não perder oportunidades nas transformações digitais Para quem acredita que propósito é apenas “um conceito de marketing útil para palestras, livros e artigos” – e nada aplicável à sua empresa – penso que, ao ler os parágrafos abaixo, a sua percepção vai mudar, pois uma coisa eu te garanto: propósito é dinheiro na mesa! Um estudo da Troiano Branding mostrou que as 60 empresas mais bem listadas na Bolsa de Valores têm uma intenção clara e bem explicada para os consumidores, ou seja, não ter propósito pode fazer a sua empresa perder negócios. Propósito não é frase bonita na parede da sala de reunião, mas, sim, atitude de marca! Pessoas desejam marcas que tenham posicionamentos, do contrário, sua empresa será mais uma na imensidão de seu segmento, sem nenhum valor agregado; perceba que no mundo do entretenimento, por exemplo, pessoas com atitude se sobressaem àquelas que não a tem. Segundo o empresário Jaime Troiano, “marcas sem propósito, são marcas sem alma”, e dessa forma simples ele resume uma grande verdade do marketing moderno, algo que a Transformação Digital trouxe com as novas perspectivas para o
universo do engajamento, entendimento, pesquisas, análises, tecnologias, comportamentos e, claro, vendas. Para mim, a principal evolução se dá no direcionamento das estratégias: no começo era o marketing voltado ao mercado, em que se entendia a demanda e, então, criava-se o produto. Depois, o marketing se voltou ao produto, e esse era o centro de tudo. Hoje, a marca e seu propósito se destacam. E o propósito não se cria, ele é descoberto! Nós, profissionais de branding, somos grandes “Indiana Jones”, pois tudo o que precisamos para construir e posicionar uma marca está dentro da empresa, basta escavar. A intenção e a essência se encaixam nisso, em ir a fundo para achar, e não é falando com duas ou três pessoas que você vai descobrir. Existem algumas perguntas básicas para chegar às intenções da marca: uma, prática, é “Por que, um dia, o(a) fundador(a) dessa empresa acordou e pensou em criar essa marca?”; outra, mais romântica, é: “O que o mundo perde se a sua empresa desaparecer?” E, por fim: “O que a sua empresa faz para mudar o mundo?” São perguntas abertas e ajudam a desvendar os propósitos.
FELIPE MORAIS é publicitário, sócio da FM CONSULTORIA e autor de livros de marketing digital e futebol (www.felipemorais.com).
A 29HORAS CONVIDA VOCÊ A GIRAR A REVISTA E VIAJAR PELAS NOVIDADES DE SÃO PAULO