29HORAS - junho 2022 - ed. 149 - Campinas

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Emicida Na música, na TV, nos games e no palco do festival João Rock, o rapper paulistano aposta na diversidade. “Eu sou muitos”, diz

ESCANEIE E OUÇA A PLAYLIST INSPIRADA NA REGIÃO DE CAMPINAS NO 29HORAS PLAY J U N H O / 2 0 2 2 distribu iç ão gr atu ita em Vir aco p o s


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Dicas no seu tempo ACONTECE EM 29 SEGUNDOS Influenciadores genuínos compartilham suas dicas favoritas em vídeos curtos. Escaneie e assista ao conteúdo na íntegra!

SUCO DE UVA COM CHIA

STROGONOFF NO TATINI

CARNE LOUCA DO CHEF

GEXPERIENCE

Small Acts Foods, ensina a

Strogonoff do Tatini, no

vó, o Paulo Zegaib, chef do

temático da Globo, que

fazer um saboroso suco de

Jardim Paulista, é a dica do

Restaurante Dinho’s, prepara

permite ao público vivenciar

uva com chia, super fácil e

restaurateur Georges Henri

uma deliciosa receita de

os conteúdos da marca de

rápido. É só separar as uvas

Foz. A casa oferece clássicos

Carne Louca na panela de

maneira única. No local,

mais maduras que você tiver

da gastronomia italiana e

pressão, a combinação

você pode assumir o papel

em casa e colocá-las no

mantém a tradição de finalizar

perfeita para o seu lanche.

de protagonista de séries,

liquidificador, sem acrescentar

as receitas na frente do

Aprenda em 29 segundos!

novelas, programas e muito

água. Experimente!

cliente em réchaud. Confira!

#bemestar

#gastronomia

Nininha Lacombe

Georges Henri Foz

A Nininha Lacombe, da

@smallactsfoods

Experimentar o saboroso

@ghfoz

Com gostinho de comida de

#gastronomia

Paulo Zegaib

@restaurantedinhos

O gexperience é um espaço

mais. Assista a experiência! #entretenimento

Rafael Oliver @oliver_


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QUER FICAR POR DENTRO DAS MELHORES DICAS? ACESSE A NOSSA PLATAFORMA NO QR CODE AO LADO E CONHEÇA LUGARES INCRÍVEIS, RECEITAS DELICIOSAS, EXPERIÊNCIAS IMERSIVAS, E MUITO MAIS!


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Sumário

FOTO CAMILA CARA

JUNHO 2 022

# 1 49/2 3 J UNHO 2 022 WWW.29HORAS.COM.BR

@revista29horas @29horas Publisher Pedro Barbastefano Júnior Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo, Paula Calçade e Pedro Barbastefano Júnior

12 Capa

redação Paula Calçade (editora de redação); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Helena Cardoso (repórter) Colaboradores André Hellmeister, Didú Russo, Felipe Morais, Georges Henri Foz, Grazy Pacheco, Greg Estrada, Gustavo Rodrigues, IMS, Juliana Simões, Julya Vendite, Karen Kohatsu, Luiz Toledo, Patricia Palumbo, Pro Coletivo, Tecla Music Agency

Atração confirmada no Festival João Rock, em Ribeirão Preto, Emicida retorna aos palcos e à capa da 29HORAS após dois anos de pandemia

P U B L I CI DADE CO M E RCI AL comercial@29horas.com.br equiPe: Rafael Bove (rafael.bove@29horas. com.br), Eduarda Delacalle (eduarda. delacalle@29horas.com.br), Giulia Barbastefano (giulia.barbastefano@29horas. com.br)

rio de Janeiro – Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br)

05 Hora

10 Vozes da cidade

Lugares românticos para um dia dos namorados em Campinas

Campinas Cajá Juá é marca de cosméticos naturais com sede em Jaú

Jornalista resPonsável Paula Calçade MTB 88.231/SP

FOTO DIVULGAÇÃO

CaMPinas – Marilia Perez (marilia@ imediataonline.com.br), Mariana Perez (mariana@imediataonline.com.br)

FOTO DIVULGAÇÃO

Gerente reGional Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br)

Foto da capa: Ênio Cesar; assistente de fotografia: Rafael Mattar; beleza: Regiane Alexandre (Juba Trançadeira); barba: Mara Afro Soull; produção: Raissa Fumagalli; assistente de produção: Laura Freitas; Emicida veste Haye Clothing

2 9 HO RAS é uma publicação da MPC11 Publicidade Ltda.

11 Agora é agro Guerra da Ucrânia causa escassez global de grãos

A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO.

17 Marketing & marcas

Celebridades e influenciadores podem contribuir para o sucesso de campanhas publicitárias

FOTO DIVULGAÇÃO

Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista, São Paulo — Cep: 01406-200 Tel.: 11.3086.0088 Fax: 11.3086.0676

FOTO FREEPIK.COM

A revista 29 HOR AS respeita a liberdade de expressão. As matérias, reportagens e artigos são de responsabilidade exclusiva de seus signatários.


hora

CAMPINAS

O MELHOR DA REGIÃO

Com potencial anti-inflamatório, a argila costuma ser item básico das rotinas de skincare - e, na Cajá Juá, serve de base para cosméticos em pó e blends terapêuticos feitos com ingredientes naturais e pensados para atender às necessidades dos mais diversos tipos de pele. Se o desejo é minimizar rugas, opte pelo concentrado de argila amarela. Já para peles propensas à acne, os sabonetes em pedra de argila verde com leite de coco são a escolha ideal. Com sede em Jaú e pontos de venda em Bauru e Campinas, a loja tem, ainda, opções de óleos vegetais e mix de ervas para escalda-pés, que também podem ser comprados online pelo Instagram @cajajua_, com entrega para todo o Brasil. BEM-ESTAR

FOTO DIVULGAÇÃO

Beleza natural

CAJÁ JUÁ – AV. MARTIN AFONSO, 264, PARQUE TAQUARAL, CAMPINAS (SOLO DA CULTIVA) AV. NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, 11-53, JARDIM AMERICA, BAURU (CASA AUTORAL)


HO RA CAMP INAS

FOTOS INSTAGRAM

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DIA DOS NAMORADOS

Romance com tempero caipira Com cardápio pensado para encontros a dois, Cafezal Bar dispõe de mesas à luz de velas e música ao vivo para os apaixonados POR HELENA CARDOSO

O RESTAURANTE CAFEZAL BAR tem ambiente intimista ideal para

uma noite romântica com ares campestres. Com decoração rústica inspirada no visual charmoso de antigas fazendas do interior, o lugar promove jantares à luz de velas com receitas da alta gastronomia caipira em pratos individuais ou porções generosas para dividir. As estrelas do menu são as criações originais, como o Nhoque Maria Bonita, com mandioquinha e carne seca, e o Filé Fragola – medalhão ao molho de morango, gengibre e toque de coentro, servido com risoto de aspargos e queijo brie –, que podem ser harmonizados com os vinhos, as caipirinhas, as cervejas, os licores e os drinques da casa. Entre as bebidas, destaque para o autoral Cafezal Mule, elaborado com rum, melaço de cana, suco de limão e espuma de cidreira. Para intensificar o clima de romance, grandes clássicos da MPB, do blues, do jazz, do pop e do rock são executados ao vivo, em pocket-shows acústicos que acontecem todas as noites a partir das 19h.

Nas fotos, a cheesecake de frutas vermelhas e o coquetel Cafezal Mule CAFEZAL BAR

Rua Dr. Diogo Prado, 40 Cambuí, Campinas. Aberto de terça a sábado Reservas pelo tel. 16 3253-0306

DESIGN

PEÇAS INTERNACIONAIS e nacionais produzidas em vários

Novo polo de decoração A recém-inaugurada On Decor oferece peças para todos os ambientes de casa, além de móveis para espaços corporativos, e se torna a maior loja do setor no país

FOTO DIVULGAÇÃO

POR PAULA CALÇADE

estados brasileiros agora estão mais próximas dos clientes da região metropolitana de Campinas. A On Decor, em Valinhos, é a maior loja de decoração de ambientes do Brasil e conta com um espaço com mais de 3 mil metros quadrados. Por ali, o público encontra mais de 12 mil itens para áreas internas e externas. A proposta do lugar é apresentar produtos com valores competitivos, de lembranças a peças de designers e artistas. Localizada na Rodovia Francisco Von Zuben, um ponto estratégico de acesso a Campinas e a outras cidades, próximo ao entroncamento do anel viário José Roberto Magalhães Teixeira, a loja é a segunda unidade da On Decor, que está presente também na cidade de Porto Ferreira, conhecida como a capital da Cerâmica no país. Nos espaços distribuídos pelo local, os clientes podem simular o ambiente da casa ou escritório, com manuseio e combinação de peças. Outra novidade é o espaço com vasos e plantas ornamentais, onde o consumidor escolhe os produtos e arranjos e já pode sair com os vasos prontos. A On Decor dispõe ainda de café, espaço kids e estacionamento coberto com 200 vagas. ON DECOR

Rod. Francisco Von Zuben, 1.296, Vila Faustina II, Valinhos tel. 19 99646-8481


Há 10 anos, a Aeroportos Brasil Viracopos se empenha em transformar a sua viagem em uma experiência inesquecível. Seguimos decolando juntos, cada vez mais alto. Nossa história não faria sentido sem você. Obrigado!


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HO RA CAMP INAS

L I T E R AT U R A

Poesia

sob medida Irmãs de Mogi Mirim se inspiram em histórias de afeto para produzir poemas originais personalizados, escritos por encomenda e com entrega para todo o Brasil POR HELENA CARDOSO

UMA POESIA EXCLUSIVA, embalada para presente e moldada para ter o caimento perfeito e atender às expectativas de um remetente único. Esse é o tipo de mimo à venda na Manas Escritas, loja virtual de poemas elaborados sob demanda pelas irmãs e redatoras mogimirianas, Lívia Mota e Natália Moreti. Escritos a quatro mãos, os textos são inspirados em relatos narrados pelos próprios clientes no momento da compra. “Eles nos contam sobre a pessoa que querem presentear e nós nos encarregamos de, juntas, traduzir essas memórias em rimas”, contam. Após esse primeiro contato, a dupla tem até sete dias úteis para a composição. Uma vez prontos, os versos são encaminhados à calígrafa Ana Paula Boli, que os redige manualmente em papel de carta, usando a técnica de lettering – modalidade de escrita artística. Ao final de todo o processo, os bilhetes são distribuídos à moda antiga: enviados pelo correio para todo o Brasil ou entregues em mãos, para moradores de Campinas e região. Quem preferir, também pode escolher materializar os poemas em quadrinhos de madeira e porta-retratos ou, ainda, usá-los para estampar ecobags, canecas e camisetas. Os preços individuais de confecção variam de R$ 100 a 400, dependendo da extensão do texto e do tipo de material escolhido. Para realizar as encomendas, basta entrar em contato pelo instagram @manas.escritas ou pelo site www.manasescritas.com.br.

Irmãs de Mogi Mirim Lívia Mota (esquerda) e Natália Moreti (direita) são as "Manas Escritas"

M O DA

Elegância nos pés Grife de calçados Alexandre Birman inaugura sua primeira loja no interior paulista, em shopping de Ribeirão Preto POR HELENA CARDOSO

RECONHECIDO BRASIL AFORA por suas criações autênti-

cas – que, inclusive, já enfeitaram os pés de estrelas de Hollywood, influenciadoras e divas dos palcos, como Julia Roberts, Kim Kardashian e Anitta –, o designer mineiro de calçados de luxo Alexandre Birman abre sua primeira loja autoral no interior de São Paulo. Instalada desde o final de março no piso superior do Shopping Iguatemi Ribeirão Preto, a nova filial expõe os últimos lançamentos nacionais e internacionais da grife e outros ícones atemporais da marca. Dentre as opções expostas nas vitrines, estão sandálias, scarpins, botas e sapatos sociais em couro e suede, confeccionados artesanalmente e com matérias-primas finas. “É a nossa primeira boutique fora de uma capital. Já são mais de dez lojas espalhadas pelas Américas, de Brasília a Miami, mas essa representa um divisor de águas no processo de expansão da empresa, que está fluindo para além dos centros comerciais óbvios”, explica Birman que, desde 2011, assume também o cargo de CEO do grupo Arrezzo&Co – o maior conglomerado nacional de empresas do setor de calçados, do qual fazem parte grandes marcas como Schutz, Anacapri e Vans. “Ribeirão Preto sempre foi um de nossos grandes pontos de venda online, desde a nossa fundação em 1995, e agora ganha um ambiente full-experience para imergir no universo da marca. Esperamos que o espaço impulsione mais diversas intervenções no interior paulista e em vários outros interiores pelo Brasil.”


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G A ST R O N O M I A N O C I R C U I TO DA S Á G UA S

Pedacinho da Itália em Serra Negra Restaurante La Terraza, agora administrado pelos mesmos donos de dois dos mais concorridos bares do centrinho da estância hidromineral – o Café Boteco e o Americana –, serve gostosas receitas italianas em ambientes pra lá de agradáveis

POR KIKE MARTINS DA COSTA

A ESTÂNCIA HIDROMINERAL de Serra

Negra é conhecida há décadas pelas propriedades de suas águas, pelo seu café de alta qualidade produzido em terrenos de altitude na Mantiqueira e por suas rotas ecológicas, de aventura e de turismo rural. Mas há cerca de dois anos vem atraindo também visitantes por causa das bem executadas receitas de sotaque italiano servidas em um estabelecimento que é mais do que um simples restaurante: o La Terraza. Instalado em um terreno com cerca de 5 mil metros quadrados às margens da estrada que vem de Amparo, o local tem um projeto paisagístico que remete aos “giardinos” da Toscana e dois salões – um interno com ambiente intimista e outro que, como o nome já prenuncia,

é um gostoso terraço com cadeiras forradas de pele de ovelha para garantir o conforto dos clientes mesmo nas tardes e noites de inverno. A cozinha é comandada pelo chef Allan Trigo, que já trabalhou em casas de sucesso na capital, como o Nino, o Così e o Etto. No menu, as entradas mais pedidas são a burrata com tomatinhos confitados e pesto de manjericão, a polenta com ragu de linguiça artesanal e o raviolone de gema mole, servido com uma saborosa fonduta de queijo. Entre os principais, vale provar a cotoletta suína com risotto de limão siciliano, o ossobuco com risotto de açafrão, a truta da Mantiqueira com risotto de aspargos ou a tagliata de entrecôte com risotto de parmesão e

Espaço do La Terraza e tagliata com risoto de parmesão do restaurante

mollica (espécie de farofa de pão e alho típica do sul da Itália). Para quem quiser apenas uma boa massa, as melhores sugestões são os fagottini de cordeiro, o papardelle com frutos do mar e os tortelli de brie e damasco. De sobremesa, tem tiramisù, mousse de chocolate com avelãs e gelato de paçoca. Nas noites mais frias, o local é perfeito para quem aprecia uma fumegante fondue. Outra característica interessante do restaurante é usar em suas receitas ingredientes da região, como manteiga e queijos da Fazenda Atalaia (de Amparo) e linguiças de Bragança Paulista, sem falar nas brejas da cervejaria artesanal Dortmund e dos gins e cachaças da microdestilaria BullHof – ambas de Serra Negra mesmo. Da próxima vez que você passar pelo Circuito Paulista das Águas, não deixe de programar um pit stop no La Terraza, que é um programão perfeito para um preguiçoso almoço em família “no campo” ou um jantar romântico a dois. LA TERRAZA

Rua Nelson Bruschini, 60, Serra Negra, tel. 19 98896-0866.


HO RA CAMP INAS

Vozes da cidade

As dicas e os segredos de quem adora a região

MARIA ANTONIETA

POR *ALESSANDRA REIS

Os lugares mais românticos de Campinas

Para este mês dos namorados, docerias, cafés, lojas e ambientes exclusivos para surpreender quem ama

Maria Antonieta “Um lugar intimista onde eu adoro tomar café da manhã é o Maria Antonieta, no Cambuí! Costumamos chegar bem cedinho para comer um queijo quente de gruyére, tomar um cafezinho e um delicioso suco de framboesa! De sobremesa, recomendo o maravilhoso pain au chocolat para dividir.”

MÔ RENAUX

Rua Coronel Quirino, 1.239, Cambuí

Mô Renaux “Ainda aproveitando a comilança, amo saborear um doce na Mô Renaux, que faz verdadeiras obras de arte! São as melhores sobremesas da cidade! As cestas de “Dia dos Namorados” são ótimas para presentear e ainda vem com foto do casal e balões da Aline Balões. Por ali, adoro o strudel de maçã e a granola deles é a melhor que já experimentei na vida." Rua Padre Almeida, 646, Cambuí

Casa Marcello Campos “Para quem aprecia um bom vinho e gosta de rótulos incríveis, a sugestão é a Casa Marcello Campos. O atendimento personalizado é direcionado para cada paladar. O local foi inaugurado neste mês como um ambiente de muita s experiências, para além de um empório, e reúne arte, vinhos e decoração, tudo alinhado ao mundo das joias, que é a essência da marca Marcello Campos.” Avenida José de Souza Campos, 867, Cambuí

*ALESSANDRA REIS

é campineira e designer de joias.

CASA MARCELLO CAMPOS

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kikecosta@uol.com.br

COLUNA

Agora é agro

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POR

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Kike Martins da Costa

Prosa rápida Mais empregos

Guerra na Ucrânia causa escassez global de grãos ONU alerta para os impactos da falta de cereais como trigo e milho nos seus programas de combate à fome e crise estimula agricultores brasileiros a aumentar a área dedicada à triticultura aqui no país Apesar da invasão russa, a Ucrânia segue exportando parte de sua produção agrícola, explorando rotas alternativas, principalmente por terra, via Romênia, já que a Rússia bloqueou os portos ucranianos no Mar Negro e no Mar de Azov. Só no mês de abril, o país conseguiu escoar mais de um milhão de toneladas de grãos. Ainda assim, quase 25 milhões de toneladas de grãos estão presos no país e não conseguem deixar a Ucrânia devido aos problemas na infraestrutura logística, segundo a FAO – agência de alimentos da ONU (Organização das Nações Unidas). Por causa disso, as cotações internacionais de algumas commodities agrícolas vêm registrando seguidas altas – a Ucrânia foi o quarto maior exportador mundial de milho na temporada 2020/21 e o sexto maior exportador de trigo, segundo dados do International Grains Council. Na tentativa de arranjar uma

solução para esse problema, o secretário-geral da ONU, António Guterres, mantém intensos contatos com Rússia, Ucrânia, Turquia, Estados Unidos e União Europeia para restaurar a exportação de grãos ucranianos e evitar uma piora na crise alimentar global. Isso é fundamental para a continuidade do Programa Mundial de Alimentos da ONU, que abastece cerca de 125 milhões de pessoas no mundo todo – em especial na África – e adquire 50% de seus grãos da Ucrânia. A falta de trigo no mercado mundial repercute até no Brasil. De olho nos preços em alta desse cereal, triticultores de estados como Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Piauí vêm ampliando sua área de cultivo. Dessa forma, a safra 2022 deve ser a maior da história do país, com um aumento de 20% em relação à de 2021.

No primeiro trimestre de 2022, a população ocupada no agronegócio brasileiro somou 18,74 milhões de pessoas, aumento de 6,2% frente ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agronomia da USP (Cepea). O número foi o maior para esse período desde 2016, quando a população ocupada no setor agropecuári totalizou 18,75 milhões de brasileiros.

Leiteria A vaca Iluminada é a nova recordista brasileira em produção de leite. O recorde foi batido no 42º Concurso Leiteiro, realizado no início de maio durante a 87ª ExpoZebu, em Uberaba. A vaca da raça Gir Leiteiro, de 8 anos e no quarto parto, alcançou a marca de 80,150 kg de leite por dia. Iluminada é de propriedade da Fazenda Fundão de Pains (MG). Ela é filha do touro Teatro da Silvânia, famoso por sua excepcional genética e pela incrível capacidade de transmitir seu potencial a suas crias.

Farra do algodão Segundo estimativas da FAO e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), a produção mundial de algodão deve atingir 28,4 milhões de toneladas em 2030, e o Brasil deverá produzir 12,5% da produção mundial. Atualmente, os estados de Mato Grosso e Bahia concentram 90% da produção do país, de acordo com dados da Embrapa.


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CAPA

Muitas vezes

Emicida

COM PARTICIPAÇÃO CONFIRMADA NO FESTIVAL JOÃO ROCK, EM RIBEIRÃO PRETO, O RAPPER VOLTA AOS PALCOS APÓS DOIS ANOS DE PANDEMIA E APROVEITA O MOMENTO CRIATIVO PARA SE LANÇAR EM PROJETOS QUE VÃO MUITO ALÉM DA MÚSICA

POR

HELENA CARDOSO

O

JEITO TRANQUILO, O RISO FÁCIL E A VOZ MANSA

de Emicida talvez não sejam as características mais intuitivamente associadas a um rapper. Nascido Leandro Roque de Oliveira, nas quebradas do Jardim Cachoeira, na Zona Norte paulistana, ele recusa rótulos. É cantor, mas também escritor, produtor e comentarista com cadeira cativa no "Papo de Segunda", programa do canal GNT. Canta rap, samba, pop, reggae e o que mais vier, e coloca seus versos no mundo para ocuparem todos os espaços – sejam as batalhas de rima das calçadas, o pomposo Theatro Municipal, os palcos indie-eletrônicos do Lollapalooza, ou ainda o tradicional Rock In Rio. Por tudo isso, talvez não surpreenda que tenha sido batizado como “embaixador das ruas”. “A linguagem da calçada é a diversidade, por isso sou vários”, explica o artista, que, no dia 11 de junho, se aventura também pelos palcos do interior paulista no festival João Rock, conhecido por, tradicionalmente, reunir em Ribeirão Preto grandes nomes do pop e do rock nacionais. “Estarei lá, cantando ao lado dos meus irmãos Criolo e Céu. É um grande momento de ocupação e pertencimento para o rap,

e fico feliz de ser parte disso”, comenta. Neste ano, o line-up do evento inclui, ainda, shows de Pitty, Barão Vermelho, Erasmo Carlos e Gabriel, O Pensador. Capa de uma edição online da 29HORAS em junho de 2020, Emicida retorna às nossas páginas para falar sobre transformações e permanências. De lá para cá, ele foi muitos. Virou bonequinho de animação para um show exclusivo dentro do jogo Fortnite; integrou por seis meses o grupo de estudos sociais da Universidade de Coimbra; firmou parceria com os engravatados do Nubank em um projeto que visa levar educação financeira aos moleques da quebrada; e agora se lança produtor e está por trás do álbum “O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim”, de Alaíde Costa – disponível desde maio nas plataformas digitais. Nesta nova conversa, o cantor revisa seus feitos ao longo dos mais de 10 anos de carreira, celebra os diversos espaços conquistados e medita sobre seus muitos papéis, e fala sobre o poder transformador da arte e a dádiva da paternidade – o que diz ser sua mais grata permanência. Confira trechos da entrevista a seguir:

Fotos da capa e desta abertura: Ênio Cesar; assistente de fotografia: Rafael Mattar; beleza: Regiane Alexandre (Juba Trançadeira); barba: Mara Afro Soull; produção: Raissa Fumagalli; assistente de produção: Laura Freitas; Emicida veste Haye Clothing


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CAPA

FOTO ÊNIO CESAR

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Na última vez que conversamos, em 2020, vivíamos a primeira onda pandêmica. Naquela época, você nos falou um pouco sobre quem era Emicida. De lá para cá, algo nessa definição mudou? Quem é o Emicida hoje, depois disso tudo? Eu acho que nem conheço mais aquele Emicida (risos). Mudar é inevitável. Havendo ou não pandemia, o tempo da vida pede metamorfose. Eu me conectei muito com a natureza nos últimos anos e ela tem me ensinado a ouvir e respeitar o tempo das coisas. Depois de meses de incerteza, a gente também aprende a se olhar no espelho e refletir sobre o que realmente tem feito de bom no mundo. Questionei muito a minha arte e o que ela tem movido. Tudo isso me fez uma pessoa mais sensível, saca? Só não consigo afirmar ao certo quem eu sou, porque amanhã é capaz de eu já ter mudado de novo. No dia seguinte, eu me sinto outra pessoa, ‘tô’ sempre em manutenção.

É perceptível a sua relação com metamorfoses, afinal, tem se lançado em carreiras múltiplas. O que o motivou a assumir o posto de produtor do novo álbum de Alaíde Costa? Aos 86 anos de idade, Alaíde é um fenômeno. Um poço de doçura, solidez e sensibilidade. Artista de uma época em que nem um estúdio chique salvava a pele de quem não sabia o que estava fazendo. Cantora íntegra que, apesar de ter cantado ao lado de nomes imensos, como Vinícius de Moraes e Tom Jobim, não alcançou o protagonismo que merecia e teve de se manter e divulgar sozinha, sem ajuda de gravadoras e agentes. Produzir o álbum de Alaíde, hoje, é dar vazão a uma força tremenda que por tempos foi escondida. Saio do estúdio com os olhos cheios de brilho e lágrimas, e com gana para continuar.

Você também acaba de fechar uma parceria com o Nubank, para produção de conteúdo sobre educação financeira. Conte um pouco sobre esse projeto e o que ele representa para você. Sou descendente de camelô, então minha primeira noção de administração financeira veio das ruas. Aprendi que, se eu comprasse algo por um real, eu teria que vender por dois, senão no fim do dia minha família não ia ter o que jantar. Essa parceria foi a oportunidade que a gente encontrou de falar sobre grana com uma galera que, como eu, aprendeu tudo o que sabe na marra de sobreviver. Vamos criar conteúdo, transmitir informação sem tabus, “romper essa bolha” e dar subsídios para que essas pessoas possam transformar suas realidades com mais consciência e autonomia.

Bom, seja como parceiro do Nubank ou como professor na Universidade de Coimbra, você realmente tem rompido bolhas, fluindo pelos espaços sociais e conversando com públicos muito diversos, da galera da quebrada aos

engravatados “faria limers”. Como você equilibra suas raízes com esses novos espaços ocupados? Eu volto para a casa e lembro que sou só uma pessoa. O que bagunça a gente é quando a parada do ego começa a tomar conta, e eu não tenho isso. O ego me cabe muito bem quando eu estou no estúdio ou no palco, mas é como se, quando eu saísse de lá, eu pendurasse essa fantasia do lado de fora da porta de casa, calçasse meus chinelos e lembrasse que sou só um operário da música, oferecendo meus serviços. Acho que o que me permite trocar ideia com essa galera tão diversa é o respeito. As pessoas se sentem lisonjeadas quando são respeitadas, e aí elas param para te escutar. Abaixam a armadura, esquecem que a gente foi programado para discordar e ficam disponíveis. A arte tem uma capacidade muito bonita de criar pontes, e sinto que ela me ofereceu um pouco desse poder quando me fez artista.

São diversos, também, os palcos onde você tem cantado suas rimas. Do Theatro Municipal ao Lollapalooza e, agora, no João Rock, em Ribeirão Preto. Qual é o significado de levar o rap para esses ambientes que, originalmente, não eram “casas de rap”? É engraçado porque, ao longo da minha trajetória, eu me apresentei em pouquíssimos palcos de rap. A expectativa que o Brasil tinha a respeito do gênero era muito diferente


FOTO DIVULGAÇÃO

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FOTO CAMILA MAIA | GNT

FOTO REPRODUÇÃO | INSTAGRAM

Na outra página, o cantor ao lado de Alaíde Costa. Em sentido horário, Emicida em show no Fortnite; ele jogando video game em casa; e ao lado dos colegas do programa "Papo de Segunda", do canal GNT

da música que eu apresentava. Sempre trouxe influências do jazz, do samba, do reggae, então minhas rimas eram tidas como filhas ilegítimas. Mas a verdade é que eu nunca fui apegado a rótulos, não tenho esse purismo. Se um dia a arte que eu fizer não for mais chamada de rap, está tudo certo. Só preciso que ela continue refletindo quem eu sou e o que quero dizer. Mas é impossível falar que não estou emocionado por ter alcançado esses espaços, sobretudo ao lado de irmãos do rap, como Djonga, Matuê, Filipe Ret, Cynthia Luz e tantos outros que batalharam demais pelo gênero. Palcos assim amplificam discursos, e isso é uma conquista para a música como um todo.

Recentemente, outro palco peculiar em que você pisou foi, aliás, em outra dimensão! Como foi a experiência de fazer

um show virtual dentro do jogo Fortnite? Sabemos que você é vidrado em games… Foi um momento histórico! Fui o primeiro artista brasileiro a fazer isso – na gringa, Travis Scott, Ariana Grande e Drake chegaram antes de mim (risos). Em parceria com a Epic Games e com a ajuda da equipe incrível do Lab Fantasma – hub de entretenimento que, desde 2009, mantenho ao lado do meu irmão, Evandro Fióti –, eu fui transformado em bonequinho de animação e pude cantar obras que marcaram minha carreira para pessoas do mundo inteiro, em tempo real, por meio de uma plataforma pela qual sempre fui fissurado. Além de ter sido um passo muito importante para a arte – que tem se adaptado de formas inimagináveis à dominação digital –, foi uma conquista pessoal e tanto. Tenho certeza de que o Emicida criança, que não tinha


CAPA

FOTO CAMILA CARA

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Emicida no palco do Lollapalooza 2022, em março

videogame, mas filava espaço no fliperama para jogar, deve ter ficado orgulhosão.

Por falar em games, tem sobrado tempo para jogar ou a agenda de shows está apertada demais para isso? Têm sido meses realmente muito cheios, e ainda bem. Hoje, se eu jogo, é para passar mais tempo com as minhas filhas. Elas também amam, e eu uso esse momento para criar memórias com elas. Nossos preferidos são Fortnite, Cuphead e It Takes Two.

E qual conselho você mais gosta de dar para Estela e Teresa, suas filhas? Conselho? Eu não me coloco nessa posição, não. Sou, no máximo, um curador. Ofereço a elas o que, dentro das minhas muitas limitações, são o melhor de mim. Quando uma criança chega ao mundo, nasce uma oportunidade de melhorar tudo por aqui. Na figura delas, eu ganhei duas chances de salvar o mundo, e me sinto super poderoso e frágil ao mesmo tempo por isso. Mas se eu tivesse que dizer alguma coisa, seria simplesmente: “Obrigado. Vocês salvaram a minha vida, e isso é o mundo para mim.”

Save the date! Confira a agenda de shows de Emicida para este mês e para o segundo semestre.

11/06

Emicida + Criolo + Céu no Festival João Rock (show inédito), Ribeirão Preto/SP

18/06

Sesc Rap Festival, Brasília/DF

02/07

Festival Turá, São Paulo/SP

20/08

Festival Mov. Cidade, Vitória/ES

27/08

Festival Sarará, Belo Horizonte/MG

04/09

Rock In Rio

23/09

Festival MADA, Natal/RN


felipe@felipemorais.com

COLUNA

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POR

Felipe Morais

FOTO REPRODUÇÃO

Marketing e marcas

Como identificar personalidades que dialogam com a sua marca? Influenciadores e celebridades podem agregar verdade a campanhas (isso se a escolha entre eles for feita pensando no propósito e no DNA da empresa) Há um exercício que muitos professores de branding fazem, que consiste em personificar uma marca usando uma celebridade para isso. Por exemplo, se a sua empresa tem um DNA mais ligado ao humor, como a Skol ou a Havaianas, faz todo o sentido um, ou uma, comediante de stand-up participar de uma campanha da marca. A Nespresso, por outro lado, pensando no requinte e na sofisticação, trouxe o ator George Clooney para as suas campanhas pelo mundo. Essa é uma estratégia que, quando bem usada, faz as marcas saírem ganhando. Todos nós somos marcas, e as

celebridades apenas são marcas mais famosas que nós. Quando uma empresa usa seus atributos emocionais e racionais em harmonia, elas geram o que chamamos de "verdade da marca". E quando encontram celebridades com a mesma verdade, o casamento é quase imediato e perfeito. Ao analisar o propósito da marca, entendemos o seu papel no mundo e, com isso, a sua verdade, e essa precisa estar alinhada à verdade da personalidade escolhida para representar a marca - do contrário, a parceira pode ser um grande fracasso. Temos um forte conceito que se faz

fundamental para criar o elo de marcas com celebridades: arquétipos. As marcas devem ter seu arquétipo muito bem definido, assim saberão como atingir seus consumidores onde realmente importa: no subconsciente, onde 95% das nossas decisões são tomadas. Arquétipos representam as mensagens que queremos passar. Como o de “bobo da corte”, que simboliza a comédia, a exemplo da Skol. Alinhada a esse arquétipo, Danilo Gentili ou Tatá Werneck caberiam facilmente na comunicação, pois toda a atmosfera da marca passa pela comédia. Se a Nespresso contratasse um dos dois por causa de audiência, fugiria totalmente da verdade de sua marca, já que essa navega no campo do arquétipo do “dominante”. A gestão de marca é entender a fundo esses pontos para não construir um branding no campo do oportunismo e da mentira, o que em época de redes sociais é impensável, uma vez que rapidamente as pessoas quebram narrativas mentirosas. Fica o recado: influenciadores com milhões de seguidores nem sempre trazem a verdade da marca. O “boom” da mensagem deles para seus fãs não duram mais do que três dias. E a sua marca é eterna enquanto dure.

FELIPE MORAIS é publicitário, sócio da FM CONSULTORIA e autor de livros de marketing digital e futebol (www.felipemorais.com).


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