29HORAS - agosto 2022 - ed. 151 - SP

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SP

AGOSTO/2022

d i st r i b u iç ão g r at u i ta no a ero p o rto d e co n g onhas

Lucas Di Grassi Piloto da Fórmula E atua também como embaixador da ONU para o Meio Ambiente e é um incentivador dos carros elétricos. “Essa tecnologia limpa é capaz de transfomar a vida das pessoas”

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é pra ser


AG OSTO 2 022

WWW.29HORAS.COM.BR

28 Viagem

FOTO TON ARAÚJO

# 1 51 AGOSTO 2 022

Sumário

FOTO DIVULGAÇÃO

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Após dois anos fechado, Valle Nevado reabre suas pistas de ski para a temporada de inverno chilena

@revista29horas @29horas Publisher Pedro Barbastefano Júnior

07Hora H

Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo, Paula Calçade e Pedro Barbastefano Júnior redação Paula Calçade (editora de redação); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Helena Cardoso (repórter) Colaboradores André Hellmeister, Chantal Brissac, Didú Russo, Felipe Morais, Fernanda Meneguetti, Georges Henri Foz, Grazy Pacheco, Greg Estrada, Gustavo Rodrigues, IMS, Juliana Simões, Luiz Toledo, Patricia Palumbo, Pro Coletivo, Tecla Music Agency

FOTO ROKIT VENTURI RACING

Awake Health propõe experiência de spa em meio a jardins naturais

32 Capa

P U B L I CI DADE CO M E RCI AL comercial@29horas.com.br

Ídolo da Fórmula E, Lucas Di Grassi é porta-voz da mobilidade sustentável no Brasil e no mundo

equiPe: Rafael Bove (rafael.bove@29horas. com.br), Eduarda Delacalle (eduarda. delacalle@29horas.com.br), Felipe Passos (felipe.passos@29horas.com.br), Giulia Barbastefano (giulia.barbastefano@29horas. com.br) Gerente reGional Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br) CaMPinas – Marilia Perez (marilia@ imediataonline.com.br), Mariana Perez (mariana@imediataonline.com.br) rio de Janeiro – Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br) Jornalista resPonsável Paula Calçade MTB 88.231/SP

A revista 29 HOR AS respeita a liberdade de expressão. As matérias, reportagens e artigos são de responsabilidade exclusiva de seus signatários. Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista, São Paulo — Cep: 01406-200 Tel.: 11.3086.0088 Fax: 11.3086.0676

A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO.

FOTO AMANDA FRANCELINO

2 9 HO RAS é uma publicação da MPC11 Publicidade Ltda.

Foto da capa da edição CGH e VCP: Rokit Venturi Racing

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Agenda 29h

Dicas para todos os dias do mês

COLUNAS

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INSTANTE FOTOGRÁFICO Música de Matheus Aleluia no IMS

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HORAS DE VOO Congonhas ganha modernas áreas de escape

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BOM DE COPO Pequenas vinícolas produzem excelentes rótulos

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BON VIVANT Restaurantes aconchegantes para dias de frio

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MOBILIDADE Ônibus elétricos ganham espaço no Brasil

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FORA DE SÉRIE O que assistir no streaming neste mês

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HORA LIVRE Crônica de Luiz Toledo



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INSTANTE FOTO G R Á FICO

MATHEUS ALELUIA IDEALIZADOR JULIANO GENTILE

FOTO IAGO MATI

Compositor, percussionista, cantor e contador de histórias, Mateus Aleluia é nome central da música brasileira. Em suas obras, o artista, nascido em Cachoeira, na Bahia, aproxima os sons sagrados dos terreiros de Candomblé aos ritmos dos sambas de roda, além das tradições de Angola, país onde viveu por cerca de 20 anos. Os sons, as cores e as ancestralidades evocados pela produção de Mateus podem ser conferidos no espetáculo audiovisual “Espíritos Sem Nome”, que o Instituto Moreira Salles (IMS) lançou no seu canal de YouTube. Ao longo do vídeo, o cantor interpreta músicas de diferentes fases de sua carreira, tendo como inspiração a exposição do fotógrafo baiano Mario Cravo Neto (1947-2009), exibida entre novembro de 2021 e abril de 2022 no IMS Rio.

Frame do espetáculo "Espíritos Sem Nome", de Mateus Aleluia

�F IMS NO YOUTUBE www.youtube.com/c/imoreirasalles


Música clássica, arquitetura, solidariedade e reinauguração de casarões cheios de história e arte

hora

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P E S S O A S | C U LT U R A | PA S S E I O | G A S T R O N O M I A

Mente e corpo sãos

BEM-ESTAR A recém-inaugurada Awake Health é a primeira clínica de medicina integrativa de São Paulo, e oferece pacotes de day-use para um detox completo do corpo e da mente. Imersos em meio a jardins de amplificação sensorial, os visitantes podem experimentar sessões de acupuntura, crioterapia, meditação e alinhamento energético, sob orientação de uma equipe multidisciplinar que integra médicos, nutricionistas e terapeutas holísticos. No check-out, vale uma parada no “fit café” do espaço, onde os pratos são elaborados apenas com alimentos orgânicos e in natura sob consultoria do chef especialista em nutrição funcional Renato Caleffi. Destaque para as crepiocas glúten-free e para os shots imunizantes ricos em vitamina C.

FOTO DIVULGAÇÃO

AWAKE HEALTH: RUA COLÔMBIA, 271, JARDIM PAULISTA, TEL 11 3181-6055. AGENDAMENTOS EM WWW.AWAKEHEALTH.COM.BR.


FOTO HELENA WOLFSON

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PESSOAS E IDEIAS

Originalidade e glamour Conhecida por romper os estereótipos da música clássica, a aclamada pianista Khatia Buniatishvili se apresenta no Brasil neste mês

POR CHANTAL BRISSAC

FOTO DIVULGAÇÃO

A AGENDA DE KHATIA SEGUE INTENSA EM AGOSTO, como é praxe na sua rotina. Ela

toca em Buenos Aires no dia 5; voa para o Rio de Janeiro para um concerto no dia 7 no Theatro Municipal; dois dias depois mostra seu talento na Sala São Paulo, em duas noites; no dia 17 está em La Roque d'Anthéron, na Provence, na França; e depois brilha na Dinamarca e na Áustria. Considerada uma das maiores celebridades do universo do piano, Khatia Buniatishvili, nascida há 35 anos na Geórgia – um pequeno país situado no Cáucaso –, cresceu em uma família focada na música e na cultura. Seus primeiros acordes foram aos três anos. Nos anos 1990, durante a guerra civil na Geórgia, ela e a irmã Gvantsa estudaram piano com a mãe, que se esforçou para proteger as filhas da violência e do caos nas ruas. “Nossas únicas saídas eram ir de casa para a escola ou de casa para o conservatório”, ela lembra. Aos seis anos, Khatia tocou com a Orquestra de Câmara de Tbilisi, capital da Geórgia, e aos dez fez sua estreia internacional. Aos 19, ganhou uma bolsa para estudar em Viena e, aos 21, debutou no Carnegie Hall. Ela faz mais de cem espetáculos por ano, nas principais salas de concerto do mundo, e já lançou oito álbuns. O mais recente é “Labyrinth”, de 2020, pela Sony Classical. Em São Paulo, no concerto promovido pela Cultura Artística, e no Rio, Khatia apresenta obras de Erik Satie, Frédéric Chopin, Johann Sebastian Bach, Franz Schubert, François Couperin e Franz Liszt. Peças do grande repertório pianístico que ela toca com sensibilidade e paixão. Na interpretação, ela defende o direito de “reapropriar cada obra e realizá-la sem necessariamente respeitar a tradição”. Suas performances são únicas e intrigantes, e a perfeição, tão valorizada nesse universo, não é uma questão. “Mais importante é fazer arte. Você pode tocar o público quando dá tudo o que tem, tudo o que você é, como se fosse a última vez. É assim que eu vivo no palco.” Embaixadora da Plan International, ONG focada na infância, Khatia Buniatishvili também é comprometida com a causa dos refugiados sírios e se apresenta em shows solidários à Ucrânia, como aconteceu recentemente em Paris, onde a pianista mora há dez anos.


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ARQUITETURA

PA S S E I O

Cafezinho com bichanos

Recanto arquitetônico

Incorporadora Idea!Zarvos inaugura galeria interativa, com maquetes de prédios icônicos de São Paulo e espaço para debates sobre urbanismo

Com um menu excêntrico e uma área especial onde felinos para adoção andam soltos e interagem com os visitantes, Gatchá leva o conceito asiático de “cat café” para o centro de São Paulo

POR HELENA CARDOSO

O MAIS NOVO ESTANDE DE VENDAS da Idea!Zarvos – incorpoFOTOS HELENA CARDOSO

radora responsável pelo desenho de alguns dos mais icônicos prédios da capital paulista – é, na verdade, uma pomposa casa arborizada nos Jardins. Inaugurada no início deste ano e aberta diariamente para visitas gratuitas, das 9h às 19h, a Galeria Idea!Zarvos reúne detalhes sobre os principais lançamentos da construtora em um espaço de mais de 3 mil m2, pensado também para abrigar exposições, rodas de conversa e palestras sobre arquitetura, urbanismo e arte. Os eventos acontecem em um curioso anfiteatro de formato circular posicionado entre belíssimos jardins a céu aberto, no centro da galeria. "Aqui nós reunimos quase semanalmente estudiosos e entusiastas para discutir o plano diretor da cidade e debater os rumos da arquitetura mundial", conta Antônio Zarvos, sócio-fundador da companhia e mantenedor do espaço que, ao longo do ano, também deve funcionar como showroom oficial da marca. “As salas da galeria serão nossa vitrine. Nelas, apresentaremos um apartamento decorado para cada um dos seis edifícios que projetamos lançar em 2022”, explica. Reconhecida por seus designs abertos e completamente integrados à natureza, a incorporadora ainda aproveita o espaço da recém-aberta galeria para celebrar seus 17 anos de história, com a exposição fixa “Fragmentos de Metrópole”. Ao longo de toda a extensão da casa, fotos, croquis e maquetes rememoram os mais notáveis edifícios construídos pela incorporadora na Vila Madalena e outros bairros nobres da capital. "É um memorial, para nós e para os paulistanos amantes de urbanismo”, finaliza Antônio.

Gatinhos para adoção e doces à base de chá verde, no Gatchá

INSTALADO EM UMA CHARMOSA LOJINHA de dois andares no

FOTO FRAN PARENTE

Galeria Idea!Zarvos Rua Sampaio Vidal, 978, Jardins, tel. 11 4750-2708.

segundo piso da Galeria Metrópole – símbolo arquitetônico paulistano a pouco mais de 200 metros da Praça da República –, o recém-inaugurado Gatchá é o primeiro "cat café" da cidade de São Paulo. Inspirado em um modelo de negócios já bastante popular no Japão, o espaço reúne em um ambiente temático duas paixões orientais: gatos e matchá. Por ali, os visitantes ficam à vontade para brincar com felinos em um amplo mezanino, enquanto, no andar de baixo, provam algumas guloseimas elaboradas a partir dessa milenar erva asiática. “O matchá nada mais é que um chá-verde em pó, que tem conquistado cada vez mais adeptos no Brasil. Aqui na Gatchá, ele colore os cookies, brownies, brigadeiros, macarons e bombons que repousam nas vitrines, além de servir de base para bebidas lácteas únicas”, explica Lucas Rosa, idealizador do lugar. Dentre as esverdeadas opções do menu, destaque para o equilibrado Afogatchá, que combina o amargor de uma xícara de matchá quente à doçura refrescante de uma bola de sorvete de baunilha, e sai por R$ 16. Após saciar o estômago, os clientes são convidados a tirar os sapatos e subir, de meias e em silêncio, para o segundo andar, onde sete dóceis gatinhos permanecem soltos e à espera de visitas, de segunda a sábado, das 10h30 às 17h30. Um ticket de R$ 15 dá direito a 15 minutos de permanência no cantinho felino, e parte do dinheiro arrecadado com as entradas é revertido em doações para a ONG Abrigo Anjo Gabriel. "Todos os nossos gatinhos estão Gatchá para adoção. A ideia é que, com a parceria Galeria Metrópole, da ONG e dos clientes, a Gatchá seja uma Avenida São vitrine de incentivo à adoção responsável Luiz, 187, 2º andar, Centro. no bairro", conclui Lucas. H. C.



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FOTO KATT YUKAWA | UNSPLASH

Movimento Arredondar converte moedas em doações para projetos sociais

S O L I DA R I E DA D E

Ajuda que cabe no bolso À frente do Movimento Arredondar, o empreendedor social Ari Weinfeld incentiva consumidores brasileiros a doarem os centavos do troco para projetos sociais

podem arredondar compras online, faturas e boletos no app das principais instituições financeiras do país.

POR HELENA CARDOSO

Por quais trâmites deve passar uma empresa que deseja se afiliar ao projeto?

SEGUNDO A CARTILHA do Movimento

Arredondar, grandes mudanças podem nascer dos menores gestos. “O mecanismo é simples: ao passar pelo caixa de nossas lojas parceiras, os consumidores têm a opção de arredondar o valor quebrado de suas compras e reverter os centavos remanescentes em microdoações para uma das mais de 60 ONGs com que contribuímos”, explica o economista e empreendedor social Ari Weinfeld. É ele quem encabeça o projeto sem fins lucrativos que, desde 2011, marca presença no check-out das principais redes varejistas do país – dentre elas, gigantes como Burger King, Petz, GOL Linhas Aéreas e Pão de Açúcar. Em entrevista à 29HORAS, Weinfeld refletiu sobre o “jeitinho brasileiro” de pensar a solidariedade e contou mais detalhes sobre o programa – que, em 10 anos de atuação, já foi responsável por realocar para ações humanitárias e ambientais cerca de R$ 8 milhões de reais, em centavos arredondados. Confira trechos dessa conversa a seguir:

Como o Brasil se relaciona, hoje, com a solidariedade? Somos um país naturalmente solidário, mas ainda muito seletivo. Só costumamos presenciar grandes mobilizações em situações de calamidade. Tornar a doação um hábito social ainda é um desafio, e é por meio desse pilar que agimos. Mas eu sinto que temos vivido anos surpreendentemente empáticos. A pandemia incentivou muitos brasileiros a olharem com mais carinho para a filantropia.

Aliás, como o Movimento Arredondar passou pela pandemia, com a queda de compras no varejo? Durante o período de lockdown, a arrecadação em lojas físicas caiu exponencialmente. Com a paralisação do varejo – que correspondia a mais de 90% da nossa fonte de repasse –, o jeito foi investir no digital. Expandimos nossa atuação para o check-out de sites de e-commerce e aplicativos de bancos. Agora, os consumidores

Basta se inscrever no nosso site (www.arredondar.org.br), escolher com quais causas e ONGs deseja contribuir e receber todo o treinamento técnico para instalação do nosso sistema. Às empresas aderidas também é oferecido suporte jurídico e contábil para manutenção do projeto. Tudo, é claro, gratuitamente. Não são cobradas taxas nem mensalidades das varejistas parceiras.

Qual é o impacto de ações como a do Movimento Arredondar para as empresas? Além de ajudar a transformar realidades, marcas que investem em solidariedade adquirem inúmeras vantagens competitivas – que vão desde a redução de problemas com troco até uma maior chance de elegibilidade por investidores, que estão cada vez mais desejosos por atrelar sua imagem a empresas engajadas e socialmente disponíveis. Apostar em ações humanitárias é investir no futuro!



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FOTOS @ORAFADANDREA

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C U LT U R A

Festas dentro da história Central oferece agenda de baladas, shows e eventos em prédio quase centenário da capital paulista, que vale a visita para além do rolê

POR PAULA CALÇADE

EM EDIFÍCIO HISTÓRICO na Praça da Ban-

deira, onde funcionou a RedBull Station por dez anos, o Central agora é um novo polo de inovação e cultura para São Paulo, recheado com uma programação ainda mais ativa. O empreendimento é comandado pelos empresários Chico Lowndes, Leo Sanchez e Eduardo Papel, e se abre para festas, shows, exposições, feiras criativas, ativações customizadas de marcas contando com infraestrutura diversificada em seus 2 mil m2 de área construída. Tombado como patrimônio cultural, a edificação foi restaurada pelo escritório de arquitetura Triptyque com objetivo de ressignificar a história do local, que já foi a subestação Riachuelo – de onde a energia era transformada e utilizada para iluminar postes do centro e mover o transporte público da Praça da Bandeira. Com capacidade para receber 1.200 pessoas, o espaço tem três andares, que

podem ser usados separadamente. Destaque para o terraço que garante uma vista única para prédios icônicos da capital, para o Terminal Bandeira e para as Avenidas 23 de Maio e Nove de Julho, e onde acontecem festas com DJs em eventos privados, além do super bem equipado estúdio de gravação do local, que já recebeu grandes nomes da música brasileira como Elza Soares, Baiana System, Tulipa Ruiz e Emicida. O Central conta ainda com um espaço para shows mais intimistas e baladas, e ambientes reservados que funcionam como camarotes para pequenos encontros com decoração vintage e surpreendente. Em agosto a programação do lugar inclui as festas Air (05/08), Mais+ (06/08), Spot (12/08), Down Town (13/08), Sangra Muta (19/08) e Rey Castro (20/08), e é possível acompanhar futuras agendas em @central_1926 no Instagram.

De cima para baixo, "camarote", estúdio de gravação, terraço e fachada do Central, em São Paulo

Central Praça da Bandeira, 137, Anhangabaú


Na conquista de cada cliente, um capítulo da nossa história.

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FOTO DIVULGAÇÃO

FOTO CAIO BRITO E JOÃO PEDRO ALBUQUERQUE

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Fachada e sala de conservação de filmes da Cinemateca Brasileira

C U LT U R A

de Cinema Ambiental e do 33º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, em sessões gratuitas abertas ao público”, antecipa Dora Mourão, diretora da Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC), instituição que hoje toma a frente da gestão do espaço. A partir de setembro, o espaço também sedia a Mostra de Cinema Ídiche, com palestras do professor Robert Peña, e uma repescagem dos filmes do Festival Varilux. Todos os eventos são gratuitos e a distribuição de ingressos acontece uma hora antes da exibição na bilheteria do espaço. Mesmo com as perdas após consecutivos desastres, o acervo da Cinemateca ainda concentra mais de 250 mil rolos de filmes nacionais e estrangeiros e mais de um milhão de documentos, entre roteiros, cartazes e livros da área.

E o cinema renasce Reformado após desastres, prédio da Cinemateca Brasileira volta a receber grandes eventos e mostras audiovisuais POR HELENA CARDOSO

NA NOITE DO DIA 29 DE JULHO DE 2021,

a Cinemateca Brasileira – o maior acervo audiovisual da América do Sul, fixado em São Paulo – enfrentava o quinto incêndio desde sua fundação, em 1940. Isso poucos meses após sofrer um alagamento, denunciar negligências administrativas e agonizar com o atroz corte das verbas destinadas à cultura. Agora reconstituído e sob nova direção, o histórico casarão já está apto a receber eventos de grande porte e, a partir de agosto, volta a ser parada obrigatória no roteiro das principais mostras audiovisuais do país. “Ao longo de todo este mês, a Cinemateca exibe títulos da 11ª Mostra Ecofalante

Cinemateca Brasileira Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino, tel. 5906-8100. Programação completa no instagram @cinemateca.brasileira.

Imponente construção da década de 1930 passou por intenso restauro e, desde 2020, é também sede do Paço das Artes, agora aberto para exposições presenciais POR PAULA CALÇADE

EM TEMPOS DE CASARÕES FAMOSOS no

Higienópolis por histórias de arrepiar, transmitidas em podcasts de sucesso, vale mesmo visitar uma casa em nada abandonada, e muito viva com uma programação artística aberta ao público no bairro. O Casarão Nhonhô Magalhães, de 1937, na rua Albuquerque Lins, foi restaurado pelo Shopping Pátio Higienópolis (proprietário do espaço), e agora é o Casarão Higienópolis – que acolhe eventos de marcas, casamentos, jantares e encontros culturais em seus andares superiores, e no térreo abriga o Paço das Artes.

Com mais de 50 anos de história, o Paço das Artes – instituição que pertence à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo – conquistou sua primeira e definitiva sede, depois de passar pelo MIS e pela USP. Neste mês, o lugar recebe a Temporada de Projetos, iniciativa reconhecida por abrir espaço no circuito cultural para jovens artistas brasileiros. O público pode conferir, gratuitamente, cinco projetos individuais e um trabalho coletivo de curadoria com obras de todas as regiões do Brasil. O projeto curatorial escolhido para participar neste ano é a exposição coletiva “ferramenta ferragem ferrugem”, da curadora Ana Elisa Lidizia, que trata da visibilidade da escrita por meio da imagem e, por consequência, os novos cenários da linguagem e das artes. A curadora selecionou obras de Clara Machado, Helena Trindade, Maré de Matos e Rebeca Carapiá. Paço das Artes Rua Albuquerque Lins, 1.345, Higienópolis.

FOTO CINTHIA BUENO | MIS

A casa da arte

FOTO DIVULGAÇÃO | BIA STEIN | MIS

ARTE

Casarão Higienópolis e exposição da Temporada de Projetos de 2022, do Paço das Artes


FOTO ANDRÉ KLOTZ

FOTOS DIVULGAÇÃO

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No alto, o prédio principal do Six Senses Botanique; acima, uma sessão de yoga no spa e, à esquerda, o restaurante Mina

E S C A PA D E L A

Templo do luxo na Mantiqueira sob nova direção Agora parte da rede Six Senses, o Botanique, instalado em meio a 2,5 milhões de m2 de vegetação nativa em Campos do Jordão, vai mudando aos poucos o seu foco – mas sem perder jamais o charme e o título de melhor hotel da região

POR KIKE MARTINS DA COSTA

NO FINAL DE 2020, Fernanda Ralston

Semler vendeu seu elegante e exclusivo hotel, o Botanique, para um grupo de investidores que fechou um acordo de gestão do empreendimento com a Six Senses, rede com sede em Cingapura e especializada em hotéis, spas e resorts que promovem uma conexão com a natureza e com a comunidade onde estão instalados. Assim nasceu, em fevereiro de 2021, o Six Senses Botanique. A magnífica paisagem da Mantiqueira é a mesma de antes, as vinte suítes e espetaculares villas ainda estão lá também, mas muita coisa está mudando. Em breve, o hotel vai dobrar de tamanho, ganhando mais 20 villas. O restaurante Mina, onde o

talentoso chef Gabriel Broide brilhou por anos com sua gastronomia “farm to table”, agora está em busca de um novo comandante. E a Casa de Vidro está meio esquecida, com seu telescópio inoperante pela falta de uma peça. Como bem definiu o gerente-geral Dominic Scoles, o Botanique está numa fase de adaptação ao conceito Six Senses. “Todos os nossos hotéis têm como foco o bem-estar e a sustentabilidade. Queremos que aqui também seja assim”, conta o executivo que já trabalhou em unidades da rede no Vietnã e nas Maldivas. Agora cada hóspede recebe o atendimento personalizado de um Gem (Guest Experience Maker) e tem acesso

a diversas opções de atividades – ou experiências, como eles preferem dizer. Isso inclui um piquenique, um passeio a cavalo, a visita a uma das vinícolas ou um dos produtores de azeite da região, uma sessão de yoga, um rolê radical por uma trilha de bike, uma happy hour com petiscos e drinques harmonizados, uma interação com as cabras da fazenda ou ainda um workshop de produção de cosméticos naturais no Alchemy Bar – com direito a massagem esfoliante na sequência! Na reforma, que deve começar em 2023 e consumir R$ 80 milhões, o spa será ampliado, a academia de ginástica não ficará mais escondida lá longe do prédio central e outras melhorias serão implementadas para elevar ainda mais o conforto e o bem-estar dos hóspedes. Com diárias que começam na faixa dos R$ 2.800, o Six Senses Botanique é um empreendimento que não tem nada similar na região. Mexer em time que está ganhando é sempre desafiador, mas a expectativa é que, no futuro, o hotel fique ainda melhor do que foi e do que é hoje. Six Senses Botanique Rua Elídio Gonçalves da Silva, 4.000, Campos do Jordão, tel. 12 3662-5800.


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HO RA H

FOTOS DIVULGAÇÃO

Chef Lorena Dayse e seus pratos de origem piauiense servidos em 12 tempos

GASTRONOMIA

O primeiro menu degustação de Teresina Sem negar sua terra, chef autodidata serve pratos de inspirações variadas no restaurante Piancó, na capital piauiense

POR FERNANDA MENEGUETTI

NA BEIRA DO RIO CANINDÉ, NO PIAUÍ, agri-

cultores para espantar o sono e possíveis animais vorazes faziam a dança do cavalo manco, ou melhor, do piancó. Até hoje há quem imite esses passos para agradecer a boa colheita. E há quem use o nome brincalhão para batizar o próprio restaurante. No caso, Lorena Dayse, 38 anos, enfermeira e vice-campeã do MasterChef, em Teresina. “Antigamente, eu via um risoto e já recorria ao Youtube. Quando entrei no programa comecei realmente a estudar, porque eu não tinha técnica de nada, mas como dava aula preparatória para concurso, técnica de estudo era comigo mesmo!”, revela a proprietária do Piancó e de um delivery comfort que infusiona raízes locais com desejos e memórias gustativas da cozinheira, o Made in Piauí. “Ao mesmo tempo que fazemos

arrumadinho e arroz maria isabel, dois dos maiores clássicos piauienses, temos um poke bem fresco, que mata nosso anseio de praia nesse nosso calor”, explica ela. Cria da pandemia, o serviço antecedeu seu restaurante que, agora, completa um ano. Até a abertura do Piancó, vale dizer, a cidade não tinha sequer menus degustação. Vai daí que o pioneiro adotou um modelo igualmente precursor: para introduzir os comensais, aposta numa sequência generosa, em um passeio pela energia de ingredientes da terra da chef. Por pouco menos de R$ 200 (por mais R$ 50 faz-se a harmonização), em seis tempos e 12 receitas, Lorena traz bode, galinha caipira, cajuína, feijão verde, tamarindo, carne de sol, polvo e camarão do Delta do Parnaíba de maneira envolvente e,

surpreendentemente, leve. Apesar disso, um pouco pela apresentação inovadora, outro tanto pela falta de hábito, “o pessoal ainda tem medo”. O que não tem, porém, é temor de lotar imóvel imenso no bairro do Planalto, que acomoda espaçosamente 80 pessoas de uma só vez. Mais: 100% dos comensais prova o caldinho afrodisíaco de boas-vindas, o que significam quase 2 mil “shots” ao mês. Do que ele é feito? Em grande parte, de bode, a mesma proteína que protagoniza os dois maiores hits da casa: o pastel e o “picolé”. “No começo eu tinha quase que dar comida para o povo ter coragem de provar, mas eles viraram marcas do Piancó”, diverte-se a autora. “Quando eu era pequeninha, minha diversão era ir para o Mercado da Piçarra. A minha brincadeira preferida não era boneca, era pegar feijão preto e branco, meter a mão e misturar. Hoje, minha brincadeira é misturar os meus sabores preferidos e fazer com que as pessoas se encantem”, confessa a ainda enfermeira praticante que, seja no hospital ou no restaurante, gosta mesmo é de acalentar gente.

Restaurante Piancó Rua Juiz João Almeida, 2287, Planalto, Teresina, tel (86) 99970 - 1641


O plural de música é gente

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CO LUNA

Horas de voo

POR

FOTO DIVULGAÇÃO INFRAERO

Kike Martins da Costa

Congonhas ganha novas e modernas áreas de escape Implantação do sistema EMAS, que garante mais segurança a pousos e decolagens, é concluída nas cabeceiras 35L e 17R; aeroporto paulistano é o primeiro da América Latina equipado com essa tecnologia de retenção e frenagem de aviões No início de julho, foi concluída a segunda etapa das obras de modernização da pista do Aeroporto de Congonhas. Em 2020, foi feita a recuperação total da pista principal de pousos e decolagens, incluindo a aplicação da Camada Porosa de Atrito (CPA). Agora foi finalizada a implantação do sistema EMAS (Engineered Material Arresting System) na cabeceira 35L da pista principal do aeroporto. Na cabeceira 17R, o sistema já está pronto desde março deste ano. O EMAS pode ser usado em caso de emergência e consiste em novas áreas de escape com blocos de concreto que se deformam quando uma aeronave ultrapassa o limite final da pista, aumentando a segurança para pousos e decolagens. Esse sistema já é adotado em diversos aeroportos da Europa e dos Estados Unidos. Foram investidos R$ 122,5 milhões para a implementação, que possui uma área de escape de 72 m x 47,4 m de

dimensão na cabeceira 17R e de 64 m x 47,4 m na cabeceira 35L. Ambas as estruturas são sustentadas por vigas e pilares capazes de suportar aeronaves e veículos comumente utilizados no aeroporto. Completam o projeto obras nas pistas de taxiamento nas regiões próximas aos EMAS. Fazem parte ainda do conjunto de entregas as obras realizadas nos últimos três anos a revitalização do pátio de aeronaves, o novo balizamento noturno da pista, a recuperação de toda sinalização de pistas e pátios e a construção de taludes nas cabeceiras da pista. Isso sem falar no retorno da operação internacional da aviação geral executiva, suspensa desde a década de 1980. O terminal dedicado aos jatinhos conta agora com instalações para a Polícia Federal, Receita Federal, Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Radar Qatar Campeã No Airline Ratings Awards 2022, a Qatar Airways conquistou pela 2ª vez o prêmio de Companhia Aérea do Ano e, pela 4ª vez, o de Melhor Classe Executiva. A premiada QSuite oferece uma experiência de Primeira Classe na cabine da Classe Executiva, que conta, por exemplo, com camas de casal e painéis de privacidade que permitem que os passageiros de assentos adjacentes criem seu próprio “quarto”.

Jet-set Entre os dias 9 e 11 de agosto, acontece mais uma edição da Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition), a maior feira de Aviação de Negócios da região. O evento, realizado no Aeroporto de Congonhas, vai reunir os principais fabricantes e fornecedores de produtos e serviços da aviação executiva. A Labace 2022 dará destaque a novidades como o compartilhamento de aviões e a chegada de aeronaves tipo eVtol (electric vertical take-off and landing).

Brasil-Guiana A Anac autorizou a Air France a operar voos entre os aeroportos de Belém e Caiena, na Guiana Francesa. A rota será realizada por aeronaves Airbus A320, com capacidade para 174 passageiros. Com essa novidade, quem mora na Região Norte e deseja fazer uma viagem internacional ganha mais uma opção. Atualmente, apenas a ligação entre Belém e Lisboa é oferecida aos nortistas que pretendem ir à Europa.



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Bom de copo

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Didú Russo

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Os tesouros brasileiros Entre tantas opções de grandes produtores nacionais, vale descobrir vinhos de pequenas vinícolas espalhadas pelo país

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Os vinhos brasileiros nunca estiveram em fase tão boa, tanto pela diversidade como pela qualidade. Gosto sempre de destacar as novidades dos pequenos produtores, que são a maioria no país, mas a minoria no mercado. Talvez o amigo leitor não saiba, mas o Brasil ostenta nada menos do que mil produtores de vinho, mas apenas cinquenta deles detêm 90% de toda a venda de vinhos brasileiros. Portanto quem precisa de divulgação são os pequenos! Prestigie, experimente e visite esses produtores.

Dez vinhos imperdíveis

Fiz uma lista a seguir, com dez vinhos que me surpreenderam recentemente e inverti a proporção – apenas um é de grande produtor. São todos vinhos extraordinários, de qualidade e personalidade, muitos de fermentação espontânea – aquela não manipulada e que acontece com as próprias leveduras das uvas e do ambiente onde são vinificadas. São vinhos sinceros e autênticos. Procure nos sites ou busque no Google, pois os preços variam de site para site. Muitos deles também são vendidos pelo Facebook ou Instagram das vinícolas. Experimente os pequenos e bons produtores brasileiros, você vai se surpreender. Saúde!

5 Pinot Noir – De Lucca (Caçapava do Sul, Rio Grande do Sul)

DIDÚ RUSSO é editor do site didu.com.br

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Nuances Cabernet Franc – Vinhos da Rua do Urtigão (Taquara, Rio Grande do Sul)

2 Vitale Pinot Grigio – Valparaiso (Barão, Rio Grande do Sul) 3 Sangiovese Zanotto – Campestre (Vacaria, Rio Grande do Sul) 4 Espumante Évidence Cuvée Sur Lie - Salton (Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul)

6 Cabernet Franc – Vivente (Colinas, Rio Grande do Sul) 7 Merlot – Casa Viccas (Serafina Côrrea, Rio Grande do Sul) 8 Riesling Italico – Dominio Vicari (Monte Belo do Sul, Rio Grande do Sul)

9 Teroldego – Negroponte Vigna (Vacaria, Rio Grande do Sul) 10 Sangiovese – Leone di Venezia (São Joaquim, Santa Catarina)

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Noite Villa-Lobos

Osesp e São Paulo Cia. de Dança De 15 a 18 de setembro, na Sala São Paulo Praça Júlio Prestes, 16 INGRESSOS À VENDA

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Cassoulet e tarte tatin do Le Jazz

Aconchego paulistano Nesta época do ano, nem os restaurantes cheios e barulhentos conseguem afastar os clientes friorentos à procura de uma boa mesa para se aquecer Pode falar o que quiser, mas em São Paulo é assim: no frio, o que decide onde vamos almoçar ou jantar é o aconchego do lugar. É normal: assim como na primavera gostamos da luz e do frescor dos terraços, no inverno queremos os bistrôs, as osterias e outros redutos gastronômicos acolhedores. Não importa se o ambiente é um pouco apertado ou se o ruído das vozes está acima do normal – aliás esses detalhes, que normalmente nos incomodam, passam a ser até bem-vindos. O importante é a sensação de estar a salvo do frio da rua e frente a um cardápio com pratos apetitosos. A gastronomia evoluiu e o conceito de cantina e osteria também. Não param de abrir casas que podemos

denominar como representantes da nova geração das então cantinas, mas com ambiente e cardápio atualizados. Nessa levada, recomendo o Piccolo – que é a versão mais descontraída e intimista do restaurante Piú – e o Moma (Modern Mama Osteria), que conta com dois endereços na cidade (Itaim e Pinheiros). Para se ter ideia, o Moma tem à frente de sua cozinha os premiadíssimos Salvatore Loi (ex-Fasano) e o Paulo Barros (fundador do Due Cuochi). Tanto no Piccolo como no Moma, os cardápios vão de polentas de diferentes sabores até tagliatas, cordeiros, massas e ragus de todos os tipos. Vale muito a pena e os preços são bastante honestos! Menos moderno e praticamente

GEORGES HENRI FOZ é publicitário, restaurateur e empresário franco-brasileiro.

igual há 30 anos, também gosto do Nello’s, em Pinheiros. Uma cantina como antigamente, bem simples e super acolhedora com menu de massas tradicionais bem-feitas e com preço mais do que justo. E em um meio termo entre esses dois estilos de italianos e muito adequado para o inverno, está o Modi Giardino, em Perdizes. Vá de polenta com linguiça para entender a qualidade desses embutidos de produção selecionada. Se a vontade de se esquentar remete a um bistrô francês, penso que o Le Jazz é o que mais atende a esse desejo. Falo das unidades de Pinheiros e dos Jardins, mais acolhedoras do que as que estão em shopping. Aliás, não sou fã de restaurantes em shoppings, muito menos no inverno! Ali, para se aquecer, é só optar por uma boa sopa de cebola, por um steak au poivre ou a la moutarde, por um escondidinho de rabada ou até mesmo por um belo cassoulet. É sempre uma satisfação! Outro bistrô, menos variado, mas que também cumpre o estilo com uma boa sopa de alho poró ou um belo steak ao molho de champignon, é o Rendez Vous, na Fradique Coutinho. Para não dizer que valorizo somente opções franco-italianas, também dou o maior destaque a um bom restaurante alemão, como o Winduck, em Moema, onde um paprika schnitzel ou um belo kassler resolvem esse assunto com muito sabor. E, claro, essa é a época certa para tomar um belo vinho tinto! Saúde!


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12 DE OUTUBRO CENTRO ESPORTIVO TIETÊ - SP VENDAS ABERTAS: TICKETSFORFUN.COM.BR APOIO:

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TICKETSFORFU N.CO M.BR Classificação etária: 16 anos desacompanhados. De 5 a 15 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais. Não será permitida a entrada de menores de 5 anos. A Entrada Social é uma categoria que oferece desconto de 45% no preço do ingresso inteiro mediante doação para um programa social de R$10,00. O período de vigência da Entrada Social será até 21/09/2022 e está sujeita a disponibilidade de ingressos. ESTE EVENTO REQUER AUTORIZAÇÕES ESPECÍFICAS. CONSULTE O SITE E ACOMPANHE A ATUALIZAÇÃO SOBRE A EXPEDIÇÃO DE ALVARÁS RELACIONADOS AO EVENTO. Vendas através dos canais: site (sujeito à taxas) - ticketsforfun.com.br e Bilheteria Oficial (sem taxas) - Teatro Renault - Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - República - São Paulo (SP). O evento será filmado, gravado e fotografado, para posterior divulgação em qualquer veículo de comunicação. Ao comparecer ao evento, você autoriza e cede o uso gratuito de sua imagem, nome e voz, sem limitação, sem que caracterize uso indevido de imagem e sem que deste uso decorra qualquer ônus e/ou indenização. O uso abusivo de álcool é prejudicial à saúde e é vedado o porte e o consumo de drogas, substâncias entorpecentes ou de efeitos análogos. A T4F está acompanhando todos os protocolos de segurança contra covid-19 definidos pelo governo para adotar as medidas vigentes no período do festival.

18 ANOS. APRECIE COM MODERAÇÃO.

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Pro Coletivo

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Ônibus elétrico fabricado pela empresa Eletra, de São Bernardo do Campo

Rumo à descarbonização O esforço global para enfrentar as mudanças climáticas envolve a eletrificação das frotas de ônibus, que começa a ganhar espaço no Brasil Enquanto um ônibus elétrico reduz as emissões em mais de 184 toneladas de gás carbônico na atmosfera, o equivalente ao plantio de 1.311 árvores por ano, um ônibus comum consome 90 litros de diesel em um dia de operação. Além de sustentáveis, mais econômicos e silenciosos, os ônibus elétricos apresentam melhor desempenho e menor custo de manutenção. Na América Latina, o país que lidera a operação de ônibus elétricos é o Chile, com 819 veículos em atividade. Em seguida vem a Colômbia, com 588; o México, com 409; e o Brasil, com 350. Já a cidade de Shenzen, na China, destaca-se por ser a primeira metrópole do mundo com 100% da frota de ônibus composta por veículos elétricos. Em seis anos, a cidade eletrificou toda sua frota municipal, e conta hoje com mais

de 18 mil ônibus elétricos circulando, em um protagonismo que superou as marcas do continente europeu. Além disso, a cidade chinesa converteu toda a sua frota de 22 mil táxis para veículos elétricos. O tema vem ganhando corpo no Brasil, com diversas cidades realizando testes com ônibus elétricos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Brasília. A capital paulista conta com apenas 219 ônibus elétricos em sua frota, que reúne 14 mil ônibus. Mas de acordo com o Programa de Metas da prefeitura paulistana, até 2024 ao menos 20% da frota deverá ser de ônibus elétricos, cerca de 2.600 veículos. Para alcançar esse objetivo, a prefeitura anunciou uma parceria com a chinesa Higher Bus, que deve entregar duas mil unidades nos próximos dois

anos. Em 2048, a projeção é ter uma frota 100% eletrificada. Um destaque no estado de São Paulo é a cidade de São José dos Campos, que em novembro de 2021 comprou 12 ônibus elétricos articulados da BYD (Build Your Dreams), com capacidade para transportar 170 passageiros. Francisco Christovam, Presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), também ressalta o inspirador exemplo da empresa Eletra, sediada em São Bernardo do Campo, que há 22 anos se dedica à montagem de ônibus elétricos. Líder nacional em tecnologia de transporte sustentável, o grupo mudou-se em julho para um novo espaço, onde terá capacidade de produzir 150 ônibus elétricos e híbridos por mês, ou até 1.800 por ano. Para Christovam, a história da Eletra mostra como a eletrificação do ônibus é importante no setor, mas segundo ele ainda é necessária a consolidação de um tripé: disponibilidade, confiabilidade e razoabilidade. “Precisamos de mais opções tecnológicas e dentro de parâmetros aceitáveis de custo. Não será possível chegar a um bom termo sem planejamento e políticas públicas bem estruturadas. Mas isso não muda o fato de que precisamos migrar, com urgência, para um transporte coletivo limpo nas cidades brasileiras.”

O PRO COLETIVO ajuda as pessoas a aproveitar a vida se locomovendo de forma inteligente.


Classificação etária: 16 anos desacompanhados. De 5 a 15 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais. Não será permitida a entrada de menores de 5 anos.*Clientes next têm benefícios exclusivos de 15% de desconto na compra de ingressos durante a pré-venda e de 10% de desconto na compra de ingressos durante as vendas gerais, e direito ao parcelamento em até 3 vezes sem juros (vendas limitadas a 4 ingressos por CPF). Demais clientes têm direito ao parcelamento em até 2 vezes sem juros (vendas limitadas a 6 ingressos por CPF). A Entrada Social é uma categoria que oferece desconto de 45% no preço do ingresso inteiro mediante doação para um programa social, de R$10,00 para o Ingresso de Sábado ou Domingo e de R$20,00 para o Passaporte. O período de vigência da Entrada Social será até 23/09/2022 e está sujeita a disponibilidade de ingressos. ESTE EVENTO REQUER AUTORIZAÇÕES ESPECÍFICAS. CONSULTE O SITE E ACOMPANHE A ATUALIZAÇÃO SOBRE A EXPEDIÇÃO DE ALVARÁS RELACIONADOS AO EVENTO. Vendas através dos canais: site (com taxas) - ticketsforfun.com.br e Bilheteria Oficial (sem taxas) - Teatro Renault - Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - República - São Paulo (SP).


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V IAGEM

VIAGEM

Um paraíso repleto de neve Após dois anos fechado para visitas, Valle Nevado reabre seus hotéis, restaurantes e pistas de esqui para turistas estrangeiros durante a alta temporada de inverno nas cordilheiras chilenas

POR HELENA CARDOSO*

PERCORRER A SINUOSA ESTRADA de 60 km que serpenteia a

Cordilheira dos Andes a partir de Santiago, no Chile, pode ser um passeio custoso para os turistas de estômago sensível. As sessenta curvas que salpicam a via fazem com que o trajeto de pouco mais de uma hora pareça quase tão radical quanto o destino. A vista, porém, costuma compensar o caminho turbulento. No fim da estrada, o panorama de um céu azul quase sem nuvens recortado por montanhas cobertas de neve recepciona os viajantes que chegam ao Valle Nevado durante os meses de inverno. Fincado no coração da cordilheira, a aproximadamente 3 mil metros de altitude a partir do nível do mar, esse majestoso complexo turístico funciona desde 1988 em uma área de mais de 900 hectares escarpada entre as montanhas, e dispõe de três hotéis, seis restaurantes e mais de 40 pistas de esqui e snowboard, que se abrem à disposição do público entre os meses de julho e setembro – ou enquanto houver neve suficiente recobrindo o solo e permitindo a prática segura de esportes radicais. Aliás, é essa adrenalina que, anualmente, atrai milhares de esquiadores de todo o mundo para o topo dos Andes. Detentor da maior área esquiável da América do Sul (desbancando, inclusive, a tradicional Bariloche, na Argentina), o Valle tem


Na outra página, vista para os hotéis do Valle Nevado. Aqui, em sentido horário: cabine para fotos na entrada do complexo; loja para aluguel de roupas e equipamentos de ski; passeio de gôndola; e prática de ski e snowboard nas pistas nevadas

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pistas versáteis, que se adaptam aos mais variados níveis de expertise. Enquanto aprendizes esquiam na tranquilidade de regiões de média altitude, o público mais experiente fica à vontade para se arriscar a altas velocidades em vias mais íngremes, acessadas por meio de teleféricos. E, embora não seja necessário pagar para usufruir das pistas (a entrada no Valle é 100% gratuita), é possível – e bastante recomendado, sobretudo aos esportistas de primeira viagem – contratar aulas com os instrutores do complexo antes de se jogar de cabeça na neve. Tíquetes para duas horas de classes de esqui ou snowboard custam em torno de 87 mil pesos (R$ 470) para adultos e 72 mil (R$ 390) para crianças, com aluguel de equipamentos essenciais – botas, esquis e bastões – já incluso no valor. Quem precisar, também pode arrendar roupas e luvas térmicas, capacetes e antiparras no Ski Rental do complexo, por um valor à parte que varia ao longo da temporada.

FOTOS HELENA CARDOSO

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V IAGEM

FOTO HELENA CARDOSO

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FOTO NILS SCHLEBUSCH

FOTO PABLO AZOCAR

Mas se engana quem pensa que turista que não esquia está fadado a dias de tédio por ali. Além de passear por um charmoso boulevard com lojinhas e apreciar relaxantes mergulhos na piscina aquecida, os menos aventureiros também podem preencher suas manhãs com sessões em grupo das tradicionais “caminhadas em raquetas”. Nesse tranquilo programa guiado pelas montanhas (que custa em torno de R$160), as turmas conhecem os principais mirantes do complexo enquanto ouvem histórias sobre a região. Para um pouco mais de adrenalina, desça de jardineira até a Curva 17, área do complexo de onde partem as famosas “gôndolas” – teleféricos de cabine fechada, que proporcionam uma incrível visão área do Valle. O passeio tem como ponto final o bar Bajo Zero, especializado em lanchinhos rápidos, cafés e chocolates quentes. Já se o cansaço após um dia inteiro na neve pedir por refeições mais fartas, reserve horário em um dos disputadíssimos restaurantes do complexo. Preferido dos visitantes, o La Fourchette abre apenas para o jantar e oferece boefs bourguignons, sopas e outros clássicos da culinária francesa, sempre acompanhados de uma boa taça de Carménère, vinho feito com esssa variedade de uva que é quase uma exclusividade do Chile. Já o charmoso Monte Bianco serve jantares italianíssimos em três tempos. Para a entrada, vá de carpaccio de salmão; depois, invista em um dos risottos da casa; e, para fechar, prove a panacotta com sorvete de framboesa.

Dias gelados e noites quentes Uma vez fechadas as pistas, às 17h, a vida noturna do Valle se acende. No 4° andar do hotel Tres Puntas – o três estrelas do complexo, com diárias a partir de US$ 200 por pessoa em quarto duplo –, um moderníssimo pub funciona madrugada adentro, com mesa de bilhar, fliperama, karaokê, drinques e DJ com um set recheado de músicas brasileiras. Bebericar um pisco sour ao som de Anitta pode ser uma maneira interessante de finalizar o dia.

Em sentido horário: Hotel Puerta del Sol e um de seus quartos para duas pessoas; piscina aquecida; quarto com varanda do Hotel Valle Nevado; massagem no spa do Valle; pub Tres Puntas; e a Pizza de La Huera, do restaurante Monte Bianco


FOTO HELENA CARDOSO

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Para os turistas que querem mais de um dia de diversão no Valle, a dica é se hospedar por lá mesmo. O Hotel Puerta Del Sol é o maior do complexo e o preferido dos visitantes. Com diárias a partir de US$ 240 e serviços quatro estrelas, o espaço funciona em sistema de meia pensão, com café da manhã e jantar inclusos. Já no cinco estrelas Valle Nevado, os pernoites saem por US$ 325, e os hóspedes podem desfrutar de spa, fitness center e salas de cinema 3D. Com quartos exclusivos equipados com varandas com vista para o pôr-do-sol entre as montanhas, o hotel é o único do complexo que funciona em esquema ski-in/ ski-out, oferecendo aos hóspedes acesso direto às pistas. Após dois anos de portas fechadas devido às restrições impostas pela pandemia, os três hotéis do Valle se preparam para um recorde de reservas em 2022. O público mais aguardado é brasileiro, que deve representar cerca de 60% dos visitantes – por isso, não se espante se escutar mais português do que espanhol por ali… Por enquanto, ainda há datas disponíveis para reserva durante esta temporada, que podem ser consultadas em www. vallenevado.com.

FOTO PABLO AZOCAR

FOTO@IGNACIODIAZSB

*A repórter viajou a convite do Valle Nevado Ski Resort


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Disruptivo no pódio LUCAS DI GRASSI É O MAIOR VENCEDOR DA CATEGORIA DE CARROS ELÉTRICOS NO AUTOMOBILISMO, E SEU IMPACTO VAI MUITO ALÉM DAS PISTAS, COMO PORTA-VOZ DA TRANSFORMAÇÃO NA MOBILIDADE EM TODO O PLANETA POR

FOTO SAM BAGNALL | LAT IMAGES | VENTURI FE

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PAULA CALÇADE

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OERÊNCIA É ALGO QUE TORNA ALGUÉM SINGULAR. O piloto

paulistano de Fórmula E Lucas Di Grassi – vestindo sua camiseta estampada com o slogan “As mudanças climáticas são reais” – parece, à primeira vista, um rapaz sem muita pretensão aos discursos fervorosos em prol da sustentabilidade, mas

consciente daquilo que nos cerca. Ao receber a equipe da 29HORAS em seu apartamento nos Jardins, em São Paulo, no início de julho, demonstra profundo entendimento sobre o impacto que as escolhas individuais e coletivas trazem à sociedade e ao planeta. Ele sabe mesmo de dados, de engenharia, de tecnologia e de gestão, que embasam seus pontos de vista. Entre prateleiras cheias de troféus e 35 capacetes de inúmeras corridas e feitos em sua carreira, que começou profissionalmente há 20 anos, Lucas relembra os tempos de Fórmula 3, Fórmula 2 e da Fórmula 1, em que foi piloto oficial da Virgin Racing, e de testes da Renault e da Pirelli, entre 2005 e 2011. O piloto, que completa 38 anos neste mês, fez carreira no automobilismo em diferentes categorias, e se manteve em destaque ao longo de todo esse tempo – algo incomum para muitos, em um esporte que demanda investimento e dedicação física e mental, além de bons relacionamentos para patrocínios e formação de equipes.


FOTO ADAM PRETTY | GETTY IMAGES

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FOTO ARQUIVO PESSOAL

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Depois de tantos feitos – como o segundo lugar na lendária corrida de 24h de Le Mans do Campeonato Mundial de Endurance da FIA, na França, em 2014 – Lucas Di Grassi é determinado ao mirar o próximo pódio mais desejado. “Quero vencer de qualquer jeito a primeira corrida de Fórmula E no Brasil, no ano que vem, eu já venci a primeira da história, na China”. Se tudo correr como o planejado, a disputa já tem data e local, será em 25 de março de 2023, no Anhembi, em São Paulo.

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Em sentido horário, Lucas Di Grassi em um kart, aos 3 anos de idade, em 1987; piloto é campeão, em 2016; no pódio de Fórmula E, com seu filho Leonardo; projeto Polo Norte; com Felipe Massa no Formula E, no Zurich E-Prix 2018; e correndo Le Mans, em 2014

Com 12 equipes e 24 pilotos no grid, a Fórmula E se tornou destino das melhores equipes e dos grandes talentos do automobilismo mundial. A primeira corrida de carros elétricos aconteceu em Pequim, no Parque Olímpico da cidade, em 2014. O calendário inaugural trouxe a categoria para 14 países e corridas no coração das principais metrópoles do mundo, incluindo Londres, Miami e Berlim. A história da categoria se confunde com a de Lucas, que é o principal vencedor desde o início, por 12 vezes, e aquele mais votado no Fanboost – o primeiro recurso no esporte que permite que os fãs tenham um papel ativo na corrida votando para conceder um impulso extra aos pilotos favoritos durante as disputas. “Acredito na tecnologia, na transição para carros elétricos que a mobilidade urbana global já está passando, ajudei a desenvolver a categoria e corro há 8 anos nela, desde o começo”, enfatiza. Apesar de ainda soar como novidade para

FOTO AUDI COMMUNICATIONS MOTORSPORT

O automobilismo do futuro


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FOTO ADAM WARNER | LAT PHOTOGRAPHIC

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o público brasileiro, a Fórmula E já teve e tem outros pilotos do país entre os destaques, como Nelson Piquet Jr, Felipe Massa e Bruno Senna. Hoje, Lucas Di Grassi corre pela Venturi, depois de anos representando a Audi. “Minhas memórias mais marcantes na categoria com certeza foram a primeira vitória e quando ganhei o campeonato em 2017, no Canadá, onde fiz duas corridas com a perna quebrada, sem saber, e ainda assim fui para o pódio”, lembra. Plataforma para o desenvolvimento de tecnologias tão importantes para a mobilidade, a Fórmula E reflete inovações que já estão nas ruas e que ainda farão parte da rotina de milhares de pessoas. Foi assim com inovações como espelho retrovisor, cinto de segurança, motor a turbo e freios ABS, que foram inventados e utilizados primeiro no automobilismo, antes de fazer parte da vida de todo motorista. “Correr de carro é solucionar problemas de forma mais eficiente e rápida, e a sociedade tem muitos problemas, como a poluição do ar provocada pela queima de combustíveis fósseis.”

Carbono zero É preciso ir além do discurso e agir. Em 2016, o piloto levou um carro de corrida para acelerar na calota polar ártica. O objetivo era chamar a atenção para a aceleração do derretimento do gelo e o consequente aquecimento global. “Foi uma grande aventura!”, diz. Confirmando o alerta, em agosto de 2020, um estudo revelou que a calota gelada da Groelândia não deve mais voltar aos níveis normais. Por ações como essa e por ser a personalidade brasileira que mais defende internacionalmente a transformação dos carros em veículos elétricos, Lucas foi apontado como embaixador do Programa da Organização das Nações Unidas Para o Meio Ambiente. O foco do trabalho em palestras e articulações é a luta para melhora da qualidade do ar nos grandes centros. Segundo a ONU, a poluição atmosférica causa mais de 4 milhões de mortes anualmente. “Essa tecnologia literalmente melhorará a vida das pessoas!” A pandemia pode ter paralisado as corridas de Fórmula E, assim como as de outras categorias, mas a mente e a interlocução do piloto não pararam. Em 2020 e 2021, Lucas Di Grassi realizou o Zero Summit – evento que reúne ideias e tecnologias voltadas para um futuro com redução drástica de carbono na atmosfera. “Foi o primeiro evento totalmente focado nisso, é um


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FOTO SAM BAGNALL | LAT IMAGES | VENTURI FE

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FOTO ALASTAIR STALEY | LAT IMAGES | VENTURI FE

Acima, carro da Venture na Formula E 2021-2022; à esquerda, o piloto no pódio neste ano, na Arábia Saudita

grande orgulho”, celebra. A programação promove o encontro de líderes dos setores público e privado que acreditam em inovação para melhorar a qualidade de vida, e terá uma nova edição ainda neste ano.

Inclusão de verdade “Não penso que o caminho seja levantar cartazes para uma maior inclusão no automobilismo, a diversidade vai prevalecer quando houver condição de maior igualdade na base, abrindo oportunidades desde o colégio para as meninas, por exemplo, ficarem mais próximas de karts, e educar engenheiras que integrarão as equipes”,

reflete o piloto, que não vê imposições de leis e regras como um caminho eficaz e perene. Para isso, mais uma vez Lucas agiu. “Criamos o primeiro campeonato mundial de patinete elétrico, em que homens e mulheres competem juntos, e a última campeã foi uma mulher!”, conta. O Electric Scooter Championship (eSC) foca tanto no esporte quanto no incentivo à implantação da micromobilidade em todo o mundo. O campeonato de patinetes elétricos, projetados pela equipe Williams de F1, utiliza novos equipamentos de alta performance para competir no coração das principais cidades do mundo. A iniciativa tem Lucas Di Grassi como sócio e embaixador mundial, a primeira etapa aconteceu


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De pai para filhos

FOTO AUDI AG

Casado com a artista plástica e designer gráfica Bianca Diniz Caloi, Lucas Di Grassi é pai de Leonardo, com 4 anos, e Beatriz, nascida no ano passado. Em constante aprendizado, já que vê a educação como algo que não termina, o piloto agora se dedica à paternidade com atenção. “Acredito no conceito de desenvolvimento, a grande diferença é o quanto você trabalha um talento”, explica. “Fazer com que a criança resolva problemas e estimule sua mente por meio de interesses que ela tem, é algo que tento fazer dentro casa!”

Tanto é que o casal escreveu e ilustrou o livro “Os três porquinhos espaciais”, em que recontam a clássica história infantil, mas com elementos siderais, aproveitando o interesse de Leonardo pelos planetas e pelas estrelas. O menino, inclusive, recebeu esse nome pela admiração do pai a Da Vinci. “Digo com toda a certeza de que hoje trabalho para ter recursos para dar a educação que os meus filhos quiserem, esse é meu maior objetivo!” Para o garoto que começou correndo de kart em Itu, em São Paulo, e tinha, claro, Ayrton Senna como referencial, o trabalho nas pistas e fora delas segue trazendo muito impacto. “Senna morreu quando eu tinha 9 anos, vi o Brasil ficar de luto por dias, foi muito marcante para o menino Lucas, lá atrás pensei ‘se eu tiver 1% do impacto dele, está de ótimo tamanho”, conta. A melhor parte é que os frutos dessa dedicação não somente os fãs de automobilismo colhem, e as transformações e inovações fomentadas pelo piloto trazem muito mais que 1% de impacto. E os números não mentem.

Lucas discursa no Climate Week NYC; e com sua esposa Bianca, grávida do filho Leonardo, abençoado pelo papa Francisco, em Roma, em 2018 FOTO AUDI COMMUNICATIONS MOTORSPORT

em Londres, e a segunda na Suíça, neste ano. No dia 20 deste mês, a terceira corrida acontecerá na Itália. “Vimos um nicho, muitas pessoas têm contato com patinete, porque utilizam a micromobilidade nas cidades, é barato começar e crescer na categoria, o que torna tudo muito mais democrático, acessível e inclusivo do que nas grandes categorias automobilísticas.”


DESTAQU E CARROS E L É T R I COS

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Carros elétricos precisam de um choque no Brasil PREÇOS ELEVADOS AINDA EMPERRAM A POPULARIZAÇÃO DOS AUTOMÓVEIS MOVIDOS A ENERGIA ELÉTRICA, MAS AS PERSPECTIVAS PARA O FUTURO SÃO POSITIVAS POR

KIKE MARTINS DA COSTA E HELENA CARDOSO

ASSIM COMO O LUCAS DE GRASSI, cada vez mais pessoas estão abandonando os carros com motores movidos por combustíveis fósseis e aderindo aos carros elétricos. Recente estudo da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) revelou que o impacto do uso de um automóvel em relação ao aquecimento global é muito menor no caso dos elétricos. A equação “do poço à roda” considera o total de emissão de carbono de um automóvel somando os gases que o veículo emite pelo escapamento mais o impacto que a produção do seu combustível gera no meio ambiente. Os elétricos geram 10% das emissões produzidas por um carro a gasolina. Afinal, quando está rodando, está em modo zero emissão – nem escapamento tem! Sua pegada de carbono deve-se unicamente à sua montagem e à produção da energia que carrega as suas baterias. No Brasil, as vendas de carros elétricos ainda são pequenas, mas com ótimas perspectivas para o futuro. Em 2021, elas responderam por apenas 1,8% do total de automóveis emplacados. Mas, de janeiro a maio de 2022, elas tiveram um aumento de 57% em relação a igual período do ano passado. Nos Estados Unidos, a

participação dos carros elétricos no mercado total foi de 4,5% em 2021, e na Alemanha, de 26%. Esse é o futuro! O Brasil tem hoje 70 modelos disponíveis entre os 100% elétricos (conhecidos pela sigla BEV); os híbridos (HEV, que têm motor a combustão e elétrico, com bateria autorrecarregável); e os híbridos plug-in (PHEV, que também recarregam na tomada). Esse número deve ficar próximo de 100 até o fim do ano com a chegada de novos produtos já anunciados por montadoras como GM, Renault, Stellantis e Caoa-Chery. É da Caoa-Chery, por exemplo, o iCar, compacto que acaba de ser lançado como o automóvel elétrico mais barato do mercado brasileiro. Mas, ainda assim, seu preço começa na faixa dos R$ 140 mil! O modelo elétrico mais vendido no país no primeiro semestre deste ano, o Volvo XC40, custa pelo menos R$ 310 mil. E o arrojado Tesla Model S, que teve 18 unidades vendidas por aqui nesse mesmo período, não sai por menos de R$ 1,5 milhão! Enquanto os valores cobrados por esses modelos mais modernos e ambientalmente corretos não baixarem, o domínio dos carros movidos a gasolina vai continuar no Brasil. A boa notícia é que a relação de preços entre elétricos


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Mudança à brasileira Fora da Europa e da Ásia, a japonesa Toyota tem se ancorado nos modelos híbridos. “Eles são a melhor opção para países como o Brasil, por exemplo, onde investir na popularização de carregadores e postos de abastecimento de baterias elétricas demandaria muito tempo”, explica Masahiro Inoue, presidente da marca para a América Latina e Caribe. Até 2028, o plano é disponibilizar pelo menos uma opção híbrida para cada modelo de veículo já comercializado pela empresa no país.

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e carros a combustão já vem diminuindo. Em 2019, o elétrico mais barato à venda no país era o JAC iEV, que também custava R$ 140 mil –valor 4,88 vezes maior do que o do modelo a combustão mais barato na época, o Chery QQ, vendido a R$ 28,7 mil. Hoje, o iCar custa “só” 2,23 a mais do que o Mobi, o mais em conta entre os carros a combustão (R$ 62,7 mil). Um carro popular no Brasil tem preço equivalente ao do Microlino, que é uma reencarnação mais charmosa da velha e boa Romi-Isetta e que está sendo lançado na Itália pela Micro Mobility. A versão modernosa dessa máquina capaz de transportar dois passageiros custa € 12 mil, algo como R$ 65 mil. Os preços dos elétricos caem com o aumento de escala de produção e a redução do custo da bateria. E, por falar em baterias, a Bravo Motor Company (BMC) e a Rockwell Automation acabam de anunciar a construção de uma 'gigafábrica' de baterias e veículos elétricos em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Com um investimento de US$ 4 bilhões, planeja montar 22 mil carros elétricos e 44 mil baterias por ano a partir de 2024, com ampliação da capacidade até 2029, quando o projeto estará concluído. Agora, se você não quer esperar a chegada do Microlino ou a queda dos preços dos carros elétricos até níveis mais razoáveis, saiba que já é possível alugar um. A locadora Movida tem 600 modelos elétricos híbridos e elétricos em sua frota de 191 mil veículos. No ano passado, a empresa inaugurou na Zona Leste uma loja-conceito com 11 carregadores de alta velocidade e ultrarrápidos, que permitem uma carga completa em apenas 40 minutos! No alto, à esquerda, o iCar, da Caoa-Chery; nesta página, o Model S da Tesla e o Microlino

Premium e versátil Entre as marcas de luxo, a McLaren lança por aqui o híbrido Artura (foto), preservando a conhecida engenharia superleve da marca. O motor elétrico tem tamanho semelhante ao de um disco de freio e, com apenas 15 kg, permite viagens de até 30 quilômetros em modo elétrico quase silencioso. Um piloto do Artura pode ajustar o motor elétrico para priorizar autonomia ou potência, ou ainda optar por desligar o motor de combustão interna. Embaixador da McLaren Automotive, o piloto brasileiro Bruno Senna fez a primeira exibição dinâmica do Artura na América do Norte, pilotando o modelo no Autódromo Internacional de Miami.


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CO LUNA

Fora de série

POR

Kike Martins da Costa

HQ sombria e saga na Terra Média geram séries FOTOS DIVULGAÇÃO

Outras boas produções disponíveis no streaming são o último trabalho de Ray Liotta antes de morrer e a trama policial dirigida por Antonio Campos e interpretada por grandes atores de Hollywood

"SANDMAN”

"A ESCADA”

"OS ANÉIS DO PODER”

Netflix

HBO Max

Amazon Prime Video

A aguardada adaptação das sombrias HQs de Neil Gaiman estreia no dia 5 de agosto. “Sandman” conta a jornada de Sonho, também conhecido como Morpheus e interpretado na telinha pelo ator britânico Tom Sturridge. Aprisionado por 70 anos devido a um ritual que tinha como objetivo prender sua irmã, a Morte, Sonho enfim consegue se libertar e volta ao Sonhar, um espaço que não é um mundo físico como a Terra, mas sim um reino que compreende contos e pesadelos, tecido no frágil tear das mentes adormecidas A primeira temporada dessa nova série tem 11 episódios.

Baseada em fatos reais, essa série tem oito episódios dirigidos por Antonio Campos (filho do jornalista Lucas Mendes, do “Manhattan Connection”) e encenados por um elenco estelar que inclui Colin Firth, Toni Collette, Juliette Binoche e Parker Posey. Para completar, Harrison Ford é um dos produtores-executivos. A produção conta a história de um escritor com aspirações políticas que, em 2001, é acusado pela morte de sua mulher, encontrada sem vida ao pé da escada da residência do casal. Mesmo com um ritmo um pouco arrastado, a trama é recheada de reviravoltas e surpresas.

A série “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder”, a mais cara já produzida para o streaming, ostentando um orçamento de US$ 500 milhões, terá oito episódios liberados pela plataforma a partir do dia 2 de setembro. A trama se passa milhares de anos antes da aventura de “A Sociedade do Anel” – primeiro volume da trilogia assinada pelo escritor britânico J.R.R. Tolkien – na chamada Segunda Era da Terra Média. O foco da história nesta nova saga concebida para a tela pequena é mostrar a forja dos icônicos Anéis do Poder, além da ascensão do Lorde das Trevas Sauron e a Última Aliança de Elfos e Homens.

"BLACK BIRD” Apple TV Essa série de suspense foi o último trabalho do ator Ray Liotta (de “Os Bons Companheiros”), morto em maio, aos 67 anos. A produção, com seis episódios, segue Jimmy Keene (Taron Egerton, de “Rocket Man”), um jogador de futebol americano preso por tráfico de drogas. Para reduzir sua pena, ele aceita uma proposta do FBI: se aproximar de Larry Hall, que matou 14 mulheres, para obter uma confissão do serial killer. Liotta interpreta um ex-policial que é o pai de Keene. A trama é baseada na biografia escrita pelo jornalista Hillel Levin em parceria com o próprio Keene.


AGO 2022

agenda

29H

P R O G R A M A S PA R A TO DA S A S H O R A S D O M Ê S

BOAS CARNES EM ÓTIMA COMPANHIA Claude e Thomas Troisgros trazem para o Itaim a CT Boucherie, que há anos faz sucesso no Rio com seus excelentes grelhados e seu original rodízio de acompanhamentos, como as lentilhas com bacon, o chuchu gratinado com queijo Gruyère e o risoto de quinoa com cogumelos.

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DANÇA

AO AR LIVRE

GASTRONOMIA

SHOW

Grupo Corpo encena duas coreografias no Teatro Alfa Pág. 45

Arena XP tem restaurante, quadras e área para shows Pág. 46

Vila Anália reúne várias operações em um só lugar Pág. 47

Mallu Magalhães volta a se apresentar no Brasil Pág. 48


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POR KIKE MARTINS DA COSTA

FOTO JR. ESTRUC

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t e rç a

Noites quentinhas

Celebrando os 20 anos de sua loja, a chef confeiteira Carole Crema recheia sua vitrine com segunda receitas clássicas da marca. É possível encontrar por lá ícones como a torta de marzipã com chocolate, a torta de maçã invertida caramelizada, o brigadeiro de colher servido em copinhos de chocolate, os cupcakes praliné, os bombons de caipirinha, a torta de alfajor, o puxapuxa de macadâmia e a Whoopie Pie. �F Rua da Consolação, 3.161, Jardins, tel. 3088-7172.

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FOTO KFARO

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Lady sings

quarta

Coisa de louco Os irresistíveis sandubas do Trem Doido são montados com... pão de queijo! Vale muito a pena provar o cheese burger, o bacon burger e o cheese salada, mas reserve espaço para o PDQ Falafel (com bolinhos de falafel, queijo, alface, tomate e a maionese), o PDQ Pernil (com pernil desfiado, couve crispy e molho barbecue) ou o PDQ Caprese (com mozzarella de búfala, tomate-cereja e pesto). De sobremesa, aposte no PDQ de doce de leite ou no PDQ de Romeu & Julieta. �F Rua Lisboa, 306, Pinheiros, tel. 99481-1005.

Sem parar

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A norte-americana Madeleine Peyroux é a atração desta noite no palco do Bourbon Street Music Club. Além de cantar – em inglês e em francês – e tocar violão, é ela quem compôs vários dos hits que a fizeram ser conhecida internacionalmente, como “Dance Me to the End of Love”, “Don’t Wait Too Long” e “I’m All Right ”. Madeleine é especialmente admirada e adorada por seu estilo e sua voz, que em muito remete ao timbre da diva do jazz Billie Holiday. Ingressos a R$ 320. �F Rua dos Chanés, 127, Moema, tel. 5095-6100.

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s e xta

No filme “Trem-Bala”, que estreia este fim de semana nos cinemas, Brad Pitt interpreta Ladybug, um assassino azarado em final de carreira. Ele é recrutado por Maria Beetle (Sandra Bullock) para coletar uma maleta em um trem-bala indo de Tóquio para Morioka. Mas nem tudo sai conforme o planejado. A bordo do trem está uma bomba que explode se a composição trafegar a uma velocidade inferior a 80 quilômetros por hora. Vai ser preciso bem mais do que apenas um rostinho bonito para escapar dessa…

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Sweet twenties

Enquanto perdurar o inverno, o restaurante Terraço Itália vai seguir oferecendo receitas para quem quiser se aquecer e recuperar as energias consumidas pelos dias e noites de frio. Entre as sugestões do chef Pasquale Mancini estão a sopa tipo minestrone de vegetais com crocante de parmesão, a sopa de aspargos com pancetta, os capeletti de vitela em caldo de carne, o spaghetti a carbonara e o risotto de peras, nozes e queijo gorgonzola. �F Avenida Ipiranga, 344, 41º andar, Centro, tel. 2189-2940.


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Banquete japa

domingo

O Kuro é como um porta-joias: um pequeno compartimento que abriga preciosidades. No balcão com apenas oito lugares, o sushiman Henry Miyano e o chef Gerard Barberan executam e servem as maravilhas que compõem o omakase da casa, que só atende quem fez reservas para as 19h ou para as 21h. Os sushis são elaborados com peixes extremamente frescos. Os pontos altos do menu são o atum gordo chamuscado em carvão binchotan e o tamagoyaki, omelete japonês com sabor mais adocicado. �F Rua Padre João Manuel, 712, Jardins, tel. 3062-5241.

s á b a do

Novo normal

Posh spot

O recéminaugurado Gioia é um misto de piano bar, restaurante e clube privê, com ambiente intimista e poucos lugares – é recomendável fazer reserva. O menu criado pelo chef Denis Orsin (ex-Piccini) foca em comidinhas ideais para compartilhar, como o Salmone Stagionato (salmão defumado servido com blinis, crème fraîche, blinis e caviar Ossetra). Do bar pilotado pelo bartender Celso Junior (ex-Astor), saem coquetéis clássicos como o Fitzgerald, o Clover Club e o Old Fashioned. �F Rua Dr. Melo Alves, 301, Jardins.

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Após temporada de sucesso no Rio, a peça “Ponto a Ponto – 4.000 Milhas” chega a São Paulo. Em cartaz até o dia 21 no teatro B32, o espetáculo tem texto da norteamericana Amy Herzog e é protagonizado por Luiz Fernando Guimarães e Bruno Gissoni. Guimarães interpreta Vera, uma idosa que recebe a visita inesperada do neto Léo, personagem de Gissoni. O diálogo entre os dois revela o abismo entre gerações e evidencia o que separa e une as pessoas. Ingressos de R$ 30 a R$ 140. �F Avenida Brig. Faria Lima, 3.732, Itaim.

segunda

Antes da sesta O restaurante espanhol Me Vá renovou seu menu executivo servido nos almoços durante a semana. O valor de R$ 58 inclui entrada, prato principal e sobremesa. Quem paga R$ 78 recebe também uma taça de vinho e uma água. Dá para optar entre o bife à milanesa com batatas bravas, o peixe com purê de batata-doce e legumes na brasa, o spaghetti com lulas salteadas ou ainda o Picadinho Me Vá, acompanhado de arroz, farofa de alho e ovo frito com gema mole. �F Rua Ferreira de Araújo, 285, Baixo Pinheiros, tel. 3816-0588.


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POR KIKE MARTINS DA COSTA

Fiesta caribeña

O recém-inaugurado Guapísima, irmão caçula do Bonita Bar & Cozinha, tem como temática a arquitetura cubana, mas isso é quase imperceptível – a não ser pelos arcos na entrada. O local é uma boa opção para o happy hour. Depois, a partir das 22h, as luzes vão diminuindo e o volume do som sobe até a casa virar uma balada. Para beliscar, aposte no tartar de atum com crocantes de tapioca. Para bebericar, prove o Grasshopper, à base de gim, licor de cacau, hortelã e limão. �F Rua Min. Jesuíno Cardoso, 25, Itaim.

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Conhecido pelos seus brunchs com bowls de frutas, toasts e ovos preparados à perfeição, o Botanikafé acaba de inaugurar sua 4ª unidade. A nova filial funciona dentro do complexo esportivo Calçadão, que tem 8 quadras de areia (para beach tennis e futevôlei) e 5 para tênis. O menu tem ainda pokes, sandubas e pratos orientais como o japonês Shogayaki (à base de carne bovina e arroz tipo gohan) e o malaio Nasi Goreng (com camarões e arroz frito). Para beber, oferece ótimos sucos e cafés. �F Avenida Nicolas Boer, 120, Barra Funda, tel. 96494-2423.

Sexy nights

sábado

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De volta ao Brasil após um giro pela Europa, Johnny Hooker traz sua turnê “Estandarte” ao palco da Casa Natura Musical. A apresentação marca o lançamento do novo álbum do artista, “Ørgia”, inspirado no livro “Orgia – Diários de Tulio Carella”, que narra as aventuras sexuais do dramaturgo argentino pelo Recife em 1960. A obra é um clássico do universo LGBTQIA+. No show, Hooker passeia por gêneros como o brega, o forró, o samba e o pop. Ingressos de R$ 40 a R$ 180. �F Rua Artur de Azevedo, 2.134, Pinheiros.

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Food break

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Churrasco high tech A Fogo de Chão reinaugurou a unidade da Avenida dos Bandeirantes, que agora conta com uma fachada totalmente reformada e novidades tecnológicas no interior do restaurante. O grande destaque da revitalização é aquisição de um Dry Age Cabinet, um refrigerador para cortes nobres, em que as carnes selecionadas, como T-Bone e Tomahawk, ficam armazenadas em um locker e passam pelo processo de maturação a seco, mantendo temperatura e umidade controladas durante 32 dias. No menu, o Wagyu é a estrela. �F Av. dos Bandeirantes, 538, Brooklin, tel. 5505-0791.


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domingo

Estudo teatral

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Aposta certeira

O restaurante Apó, com cozinha contemporânea autoral que valoriza os ingredientes brasileiros, orgânicos e de pequenos produtores, teve seu cardápio inteiramente renovado pelos chefs Bruno Assis e Rafaella Aguiar. Uma das mais saborosas novidades é o Cocho: pastrami de rosbife marinado em redução de ostras e especiarias, molho de tomates assados, servido com aligot de inhame e emulsão de cebolas caramelizadas. �F Rua Ministro Jesuíno Cardoso, 115, Itaim, tel. 98280-3303.

segunda

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Gerald Thomas está de volta à cena teatral paulistana, com o espetáculo “F.E.T.O. (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)”, em cartaz até o dia 28 no Teatro Anchieta, dentro do Sesc Consolação. A peça é livremente inspirada em “Doroteia”, de Nelson Rodrigues, e conta com um time de atores de peso, como Fabiana Gugli, Rodrigo Pandolfo, Raul Barreto e a norte-americana Lisa Giobbi, que também assina a coreografia e a codireção. Ingressos a R$ 50. �F Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, tel. 3234-3000.

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Seu francês

O chef Francisco Farah e o empresário Pedro Grando, os responsáveis pelo sucesso do restaurante Teus, agora comandam outro empreendimento gastronômico na mesma rua: o Votre, inspirado nas brasseries francesas, mas com jeitinho brasileiro. Aposte em hors d’oeuvres como o patê de fígado de pato com picles e torradas ou os mexilhões com molho de açafrão e batatas fritas. De principal, prove o pato com laranja ou o peixe do dia grelhado e servido com farofa de camarão. �F Rua Natingui, 1.548, Baixo Pinheiros.

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Som & movimento

Até o dia 21, os bailarinos do Grupo Corpo apresentam no palco do Teatro Alfa duas coreografias de seu repertório: “Onqotô” (de 2005) e Gil (de 2019, criada a partir de composições de Gilberto Gil, como “Tempo Rei” e “Andar com Fé”). Com 46 anos de história, a companhia mineira de dança reflete em suas criações a diversidade e complexidade do país com criatividade, precisão e rigor técnico. Ingressos de R$ 50 a R$ 200. �F Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, tel. 5693-4000.

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FOTO MAURO HLANDA

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Pig little lies

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Açougue com grife

Sucesso há 12 anos no Rio, a CT Boucherie acaba de desembarcar em SP, com suas ótimas carnes e seu original rodízio de acompanhamentos. No restaurante com a grife Troisgros, que funciona em anexo ao Chez Claude, o cliente escolhe seu grelhado (que pode ser uma saborosa fraldinha, uma suculenta NY Strip ou um exagerado Prime Rib – além de opções suínas e de pescados) e é assediado com uma sequência de deliciosos molhos e guarnições, como polenta cremosa, quiabos refogados, arroz maluco, chuchu gratinado, purê de mandioquinha e risoto de quinoa. �F Rua Prof. Tamandaré Toledo, 25, Itaim, tel. 3071-4228.

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Filha de Iansã

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FOTO RICARDO DANGELO

Maria Bethânia se apresenta hoje e amanhã no palco do Vibra São Paulo. A diva baiana canta canções de seus mais recentes álbuns e grandes sucessos que marcaram sua carreira, como “Reconvexo”, “Olhos nos Olhos”, “Negue” e “Estado de Poesia”, entre tantos. Interpreta ainda canções inéditas em sua voz, como “Galos Noites e Quintais” (de Belchior) e “Está Escrito”, de Xande de Pilares. Ingressos de R$ 100 a R$ 800. �F Avenida das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro.

FOTO BRUNA GUERRA

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Janaína Rueda e as mulheres da brigada da Casa do Porco assinam o novo menu degustação do local, recémeleito o 7º melhor do mundo, segundo a revista britânica "Restaurant". Clássicos como o sushi de papada, o torresmo com goiabada e porco de Sanzé permanecem, mas ganham a companhia da mandioca do Sítio Rueda em várias texturas com bacon artesanal e o dalplin de porco com ricota, couve e purê de feijão. O banquete custa R$ 220 por pessoa. �F Rua Araújo, 124, Centro, tel. 3258-2578.

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Praia de paulista

Acaba de ser inaugurada a Arena XP, complexo de entretenimento, lifestyle e esporte localizado no coração do Condado Farialimer. O empreendimento tem cerca de 4 mil m2 de área, seis quadras de beach tennis e futevôlei, restaurante da rede de comida funcional Nattu, um balcão de drinques (o Bardarena), uma loja de artigos esportivos da Decathlon e uma área para shows e eventos com capacidade para 1.500 pessoas. A arena funciona todos os dias, das 6h à meia-noite. �F Avenida Brig. Faria Lima, 3.825, Itaim.

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Fatias de alegria

Guilherme, Marcus, Danilo e Vitor Temperani acabam de abrir o Vila Anália, um complexo gastronômico que consumiu investimentos de R$ 14 milhões e abriga o restaurante francês Merci (com cozinha chefiada por Thiago Cerqueira), o japonês Susume (onde brilha o sushiman Fábio Sinbo), o italiano Temperani (comandado por Antonio Maiolica) e o espanhol Tapas 93, pilotado por Ligia Karazawa. Tem ainda loja de vinhos, uma apetitosa vitrine de doces e drinques assinados por Márcio Silva. �F Rua Cândido Lacerda, 33, Tatuapé, tel. 2373-5378.

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A mania das pizzas vendidas em fatias, como nos EUA, está cada vez mais difundida por aqui. Prova disso é a Paul’s Boutique, recém-aberta pelo coreano Paul Cho (ex-Braz Elétrica e treinado na Roberta’s, no Brooklyn novaiorquino). A casa prepara pizzas com 45 cm de diâmetro (10 cm a mais que o padrão paulistano), que ficam expostas numa vitrine. O cliente tem à sua escolha “sabores”, como margherita, stracciatella ou picante (com linguiça diávola e picles de jalapeño). �F Rua Dr. Renato Paes de Barros, 167, Itaim.

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Arte callejera

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Jeunesse dorée

O Tropikkal Bar é a nova baladinha dos Jardins. A casa capricha na música (garantida pela DJ residente Marina Diniz), nas comidinhas criadas pelo chef Ernesto Soares e nos drinques assinados por Ravenna Martins. Para petiscar, aposte nos pastéis de carne louca ou nas lulinhas braseadas. Para bebericar, prove o Selva (à base de gim, xarope de ervas, limão, bitter de laranja e uvas verdes) ou o Tropical, que mistura Lillet, gim, xarope de gengibre, limão siciliano e tônica. �F Rua Vittorio Fasano, 35, Jardins.

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Fora do circuito

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Top jap

O Grupo Saints (Tartuferia San Paolo, Boteco São Bento e São Conrado Bar) acaba de inaugurar o restaurante Yu – ‘excelência’ em japonês. No bonito e moderno salão, destaca-se a simpatia do gerente Helio Alves, o Tigrão (ex-Kosushi). Da cozinha, comandada por José Maria Azevedo (ex-Nagayama), saem bem executados sushis e sashimis feitos com peixes fresquíssimos. A carta de drinques é assinada pelo barman Laércio Zulu, com coquetéis clássicos e autorais. �F Rua Jerônimo da Veiga, 121, Itaim, tel. 3167-7774.

sexta

Até o dia 9 de outubro, o Museu de Arte Brasileira da FAAP apresenta a exposição “Urbana”, com cerca de 40 obras de Tec, artista argentino radicado em São Paulo e conhecido por suas intervenções no asfalto e nas empenas de edifícios paulistanos. A mostra reúne trabalhos que extrapolam a técnica tradicional – sobre tela, com uso de tinta acrílica – e ganham destaque em outras superfícies, como murais, fotografias, instalação, video e site-specific. Entrada gratuita. �F Rua Alagoas, 903, Higienópolis, tel. 3662-7198.


POR KIKE MARTINS DA COSTA

28 Radicada em Portugal e sem fazer shows no Brasil desde 2018, Mallu sába d o Magalhães volta à sua terra natal para divulgar seu mais novo álbum, “Esperança”. A cantora sobe hoje ao palco do Tokio Marine Hall para apresentar novidades como “América Latina” e “Pé de Elefante”, além de velhos sucessos, como “Velha e Louca”, “Mais Ninguém” e “Navegador”. Hoje com 29 anos, é ela quem assina a cenografia e a direção musical do show. Ingressos de R$ 50 a R$ 200.

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FOTO PAULINHO DE JESUS

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Instalada no piso inferior do Aeroporto de Congonhas, a Spark Burger tem cardápio assinado pelos chefs cariocas Andrea Tinoco e Pedro Machado e sandubas feitos com carne bovina argentina ou uruguaia. As sugestões da casa são o Spark Burger (pão, hambúrguer de 150 g, salada, queijo, molho especial e bacon) e o Spark Mex, incrementado com queijo cheddar, guacamole, vinagrete e crispies de batata-doce. Tem ainda hot dogs, wraps'n'salads e gostosos milk-shakes. �F Avenida Washington Luís, s/nº, tel. 93208-2674.

Belgian connection

Idealizado pelo casal Charlotte De Cort e Victor Magri – ela belga, ele brasileiro –, o restaurante Motique é uma agradável surpresa. O cardápio inspira-se na diversidade global, mas prioriza ingredientes e fornecedores locais. Para beliscar, tem manjubinhas fritas para chuchar no molho tártaro. De principal, aposte no Stoofvlees, cozido belga de carne bovina com cerveja e mostarda, escoltado por batatas fritas. Outras boas pedidas são o bowl de noodles e a salada de couve-flor. �F Rua Simão Álvares, 985, Pinheiros.

�F Rua Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro, tel. 2548-2541.

Flying burgers

Yom tov!

A Z Deli Sandwiches agora serve, aos finais de semana, cafés da manhã e brunches, com clássicos judaicos e norte-americanos assinados por Julio Raw, incluindo ovos (fritos, mexidos ou pochê), toasts e blueberry pancakes, além de bebidas como Mimosas, Cosmopolitans, Bloody Marys, cafés, sucos e chocolate quente. Se a fome for grande, prove o completo L.E.O. - um prato com ovos mexidos, salmão defumado, cebola caramelizada, creme azedo, dill, picles e torradas de bagel. �F Rua Bento Freitas, 314, República.

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Mallu mulher

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Bons drinques

Após o sucesso do Piccini Cucina, nos q ua rta Jardins, os mesmos sócios acabam de inaugurar o Piccini Bar. Com coquetelaria caprichada – não deixe de provar o Curta, feito com Lillet, suco de maracujá e clara de ovo – e ambiente intimista garantido pelos sofás de veludo vermelhos de veludo. A carta de bebidas é assinada pelo mixologista Valdemir Cabral (ex-Riviera). Para petiscar, o cardápio oferece delícias como as tartines de atum com ovas de mujol e os canapés de carpaccio.

�F Rua Dr. Renato Paes de Barros, 177, Itaim.

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Age nd a 29h

FOTO AMANDA FRANCELINO

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São Paulo

MUSICAL

ÚLTIMAS SEMANAS QUI E SEX - 21h SÁB - 16h E 21h | DOM - 19h

APRESENTADO POR:

APOIO CULTURAL:

PRODUÇÃO:

24 ESTREIA 02 E

25 DE AGOSTO DE SETEMBRO MUSICALQUACURTA SHOW E QUI -TEMPORADA 21h

INFANTIL

ESTREIA 10 DE SETEMBRO CURTA TEMPORADA

INGRESSOS:

MANTENEDOR:

50%

DE DESCONTO PATROCÍNIO:

HOTEL OFICIAL:

APOIO:

REALIZAÇÃO:

clube

MAIS INFORMAÇÕES (11) 3448-5061

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CO LUNA

Hora livre Talheres. Eu já tinha visto aquele olhar. No Instituto Butantã. Dentro de um aquário de vidro, a rãzinha, de costas para a cobra, olhava para fora com a cara colada ao vidro. Seus olhos brilhavam de pânico. Ainda sem fome, a cobra dormia. Pois eram assim os olhos da loirinha que, de dentro do restaurante, olhava para a rua, o nariz colado ao vidro. Entrando no restaurante, pude ver a cena toda. O acompanhante da garota era um jovem, bonito e bem vestido. Mas que comia muito feio. Usava o garfo como uma pá. Segurava o talher com a mão fechada. Aproximava o rosto do prato e enchia a boca com duas ou três garfadas seguidas. Enquanto isso, a garota olhava para fora, seu prato intacto. Tento imaginar o que aconteceu: eles se conheceram na noite anterior, numa balada ou algo do tipo. O papo rolou, talvez algo mais tenha rolado, e eles marcaram um almoço no dia seguinte. E o que poderia ter sido uma linda história de amor levou uma garfada. Fiquei com pena dela, dele e dos dois. O que poderia ter sido não foi. Algo inversamente parecido aconteceu num jantar oferecido por um embaixador brasileiro. Junto com o prato de ostras, foram servidas aquelas cumbuquinhas com lavanda para limpar os dedos. Um dos convidados pegou a sua cumbuca com as duas mãos e bebeu a água morna com lavanda. O embaixador, indiferente ao silêncio constrangido dos outros convivas, pegou sua cumbuca com o mesmo gesto e com a mesma sede também bebeu seu conteúdo.

texto

Luiz Toledo

yestoledo@gmail.com arte

André Hellmeister andre@collages.com.br




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