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Hora Rio
ARTISTA
DE MÚLTIPLOS TALENTOS, LUCY ALVES FECHA 2022 EM UM MOMENTO MAIS DO QUE ESPECIAL DA SUA VIDA, CONSOLIDANDO SUA CARREIRA MUSICAL E, COMO ATRIZ, PROTAGONIZANDO A NOVELA EXIBIDA NO HORÁRIO
MAIS NOBRE DA TV BRASILEIRA
POR KIKE MARTINS DA COSTA
NASCIDA EM JOÃO PESSOA há 36 anos, a pequena Lucyane Pereira Alves chamava a atenção desde os 4 aninhos de idade com seu talento ao tocar violino no Projeto Formi guinhas, na Orquestra Infantil da Paraíba e na Camerata Izabel Burity. Em 2013, tornou-se nacionalmente conhecida ao brilhar com sua voz e sua sanfona no “The Voice Brasil”.
De lá para cá, muita coisa aconteceu em sua trajetória pro fissional, que não mais se limita à música: atualmente, a linda e arretada Lucy Alves entra toda noite na casa de milhões de bra sileiros interpretando a corajosa Brisa – protagonista da novela “Travessia”, da TV Globo.
Vivenciando um período absolutamente especial em sua jor nada, ela abriu espaço em sua atribulada agenda de gravações para falar de seus projetos, de sua música, de fake news, das coisas boas que deseja para todo mundo em 2023 e da representativi dade que sua presença em um papel de destaque agrega à princi pal novela da TV. “Precisamos nos reconhecer na TV, no cinema, na música e mostrar a cara desse país tão grande e diverso.”
Veja os principais trechos da entrevista que ela concedeu à 29HORAS:
Há menos de 10 anos, o Brasil te descobriu, no “The Voice” de 2013. De lá para cá, você lançou quatro álbuns, se apresentou duas vezes no Rock in Rio, foi indicada ao Grammy Latino, entoou na Marquês de Sapucaí o enredo da Imperatriz Leopoldinense, fez teatro, estrelou uma minissérie na Netflix e atuou em cinco novelas. E no final deste mês vai ser a convidada especial de Roberto Carlos em seu especial natalino. Lá atrás você conseguia imaginar que tudo isso um dia fosse acontecer?
Não imaginava tantas conquistas desse nível, dessa dimensão. Meus caminhos foram sendo construídos de uma forma fluída, mas claro, sempre querendo produzir e fazer o que mais amo – que é arte. E aí tudo foi se conectando. Viver fazendo o que gosto é muito pra zeroso e não há limites quando há desejo e sonhos. Sigo construindo e sonhando.
O que ainda te falta, já que, com apenas 36 anos, você já coleciona mais reali zações do que artistas com décadas de carreira? Qual o seu sonho ainda não concretizado? Quem são seus grandes ídolos na música e nas artes dramáticas?
Pretendo fazer filmes, produzir tri lhas e fazer concertos pelo mundo. Gostaria de roteirizar, atuar, cantar e produzir algum filme qualquer dia também. Eu amo nossos artistas bra sileiros acima de tudo, então sempre tive muita paixão por Gilberto Gil, Gal Costa, Bethânia, Luiz Gonzaga e Sivuca. Michael Jackson, Stevie Won der e Rosalía são outros que amo. Da nova geração aqui do Brasil, eu adoro o trabalho da Agnes Nunes, Xamã e Glória Groove. Fernanda Montenegro, Glória Pires, Marieta Severo e Antônio Fagundes são referências fortes na
dramaturgia para mim. Na real, muita gente me inspira.
Nesse exato momento, você se sente mais atriz ou mais cantora? Se mais para a frente na sua trajetória profissional você tiver que optar por um desses dois caminhos, já tem alguma ideia de qual será a sua escolha? Ou você acredita que essas duas carreiras podem seguir em paralelo, indefinidamente? Não consigo mais dissociar uma coisa da outra, na verdade. Sou uma artista de múltiplas possibilidades. Amo cantar, compor, fazer shows e adoro atuar tam bém. Vivo experiências de vida nunca tidas nas novelas. Isso me faz crescer imensamente. Não me vejo escolhendo um ou outro. Eu sou os dois.
Em alguns trabalhos, aliás, você teve a oportunidade de exercitar esses seus
dois talentos, como na peça “Nuvem de Lágrimas”, na minissérie “Só Se For Por Amor” e até na sua participação com leoa em “The Masked Singer”. Essa é a sua praia, é onde você se sente mais à vontade? Ou é apenas mais uma possibilidade profissional? Fale um pouco mais de como foi a experiência de atuar e cantar em “Só Se For Por Amor”. Foram trabalhos onde pude usar muitas das ferramentas que carrego comigo. Eu gosto disso porque tenho a oportu nidade de fazer as coisas que eu mais amo de uma só vez! Estar em “Só Se For Por Amor”, na Netflix, foi muito lindo. Trata-se de uma série bem brasi leira com muitos talentos diferenciados envolvidos. Foi doce, leve e uma home nagem ao Brasil.
Você surgiu como sanfoneira, mas pouca gente sabe que você é formada
A partir do alto, no sentido horário, Lucy como atriz ao lado de Domingos Montagner em cena da novela "Velho Chico" (2016); como cantora e sanfoneira no "The Voice Brasil" (2013) e como atriz, cantora e sanfoneira na minissérie "Só Se For Por Amor (2022), da Netflix
em música e sabe tocar mais de dez instrumentos, como violino, piano e guitarra. Na sua autoavaliação, em qual deles você manda melhor? Em qual deles você imagina uma música quando está compondo, quando está sonhando?
Eu amo tocar instrumentos. Por muito tempo gostei muito mais de tocar do que de cantar. Eu acho que mando muito bem no bandolim, no baixo e na san fona. Sinto muito prazer e realmente acho que mando bem. Adoro compor no piano e no violão. Sempre procuro esses dois e, depois da música pronta, vejo em qual outro instrumento ficaria mais interessante.
Você despontou nacionalmente como uma forrozeira bem “raiz”, apostando numa sonoridade tradicional e em clás sicos do gênero. Mais recentemente, vem investindo em canções mais pop, com toques de piseiro e até de música eletrônica. Para onde caminha o forró, a seu ver?
O forró hoje ganhou grandes proporções
e faz parte da música pop brasileira. Tive a oportunidade de viver seu lado mais raiz, com o grupo musical que tinha com a minha família – o Clã Brasil –, e hoje também canto e toco o forró do meu jeito, com todas as influências que absorvo por aí. O forró, assim como o samba, é um gênero forte que sempre terá a sua batida inicial mantida. Varia ções sobre ele sempre surgirão, afinal o novo sempre vem. Mas fico feliz com o espaço, com o reconhecimento e com o momento que o forró vem vivenciando. É um gênero muito brasileiro e repre sentativo da nossa gente. Espero que ele ganhe fortemente o mundo, assim como o funk, por exemplo, que vem rompendo barreiras.
Em “Perigosíssima”, o álbum que você lançou em meados deste ano, você interpreta canções que revelam uma mulher independente, quente, empoderada e livre. Você também é assim, ou é mais um personagem?
Sou total “Perigosíssima”! Uma mulher assim muitas vezes é considerada um
“abuso” diante da sociedade. Eu sou dona das minhas vontades e decisões, sou independente, faço o que quero e cada vez mais me utilizo disso tudo para ser empoderada e livre nesse mundo machista, misógino e, muitas vezes, repressor. Seguimos em frente!
E na TV, agora como a Brisa da novela “Travessia”, você acredita que tem algo de seu na personagem? O que a Lucy e a Brisa têm em comum?
Acho que ambas somos mulheres cora josas, destemidas, fortes e doces.
Na sua opinião, a sua presença como protagonista na principal novela do horário nobre é mais um ‘statement’ da Globo pela diversidade? Estava faltando Brasil na TV brasileira, tão rica em estrelas e galãs com traços europeus?
Acho que estava faltando mais Brasil na telinha, sim. Que bom que há esse movimento pela mudança. Precisamos nos reconhecer na TV, no cinema, na música e mostrar a cara desse país tão
grande e diverso. As pessoas precisam ver que é possível. Estar na novela, nesse horário, significa falar para muita gente, e eu me sinto feliz de poder representar tantos e tantas.
Como você reage às ofensas que vêm sendo direcionadas aos nordestinos pelas pessoas que não se conformam com o resultado da eleição para Presidente da República, por exemplo?
Muito triste. O preconceito sempre exis tiu e, atualmente, vimos muitos que também tinham preconceito velado se expor. Ainda é uma realidade. Nós, nor destinos, ainda sofremos preconceito pelo sotaque e por vir de onde viemos. Essas atitudes só ratificam que uma nova mentalidade no nosso governo era urgente. Não dá para apoiar esse tipo de pensamento porque nós aqui queremos inclusão, amor, igualdade e não-violência. Seguimos lutando.
Voltando à novela – mas também mantendo um pé na nossa realidade – o que você acha que as fake news têm de mais perigoso e de mais danoso?
As fake news têm o poder de arruinar vidas e nos mantêm aprisionados em bolhas de inverdades, incitando a igno rância. Nosso país ainda está apren dendo a lidar com esse tipo de situação, que é uma realidade no mundo todo. Na minha opinião, só a educação e a busca incessante por fontes verdadeiras de notícias podem amenizar esse caos. Vivemos um novo momento e, de fato, uma “Travessia”. Acho que o ponto alto desse folhetim é alertar as pessoas do que não fazer, e como é importante estarmos atentos a esse novo momento para não alimentar novos desastres.
E o que você acha da imprensa sensacionalista que persegue celebridades, invade a privacidade dos famosos e expõe sua intimidade?
Acho muito triste para quem é vítima disso. Temos que ficar vigilantes 24h e às vezes nos privar de certas ocasiões para não sermos meros alvos de cliques sedentos por views, mesmo que custe a felicidade de alguém. O bagulho é louco.
Vivemos com cautela exacerbada.
Nesses tempos de intolerância, divisão e polarização – mas também de reflexão e de ponderação – quais são os seus anseios para 2023? O que você deseja para o Brasil e para o mundo neste novo ano que logo mais se inicia?
Eu sou muito esperançosa de ver um mundo mais inclusivo e justo para todos. Queremos liberdade para ser quem somos, e poder aproveitar a vida da melhor maneira, sem medo, sem guerra, sem fome, sem injustiça. Que remos paz.
Por fim, gostaria que você tentasse explicar para as suas milhares de fãs qual é a sensação de terminar o ano sendo cortejada pelo Rei Roberto Carlos em rede nacional e ser também disputada toda noite pelo Chay Suede e pelo Rômulo Estrela?
Hahahaha! Estou muito bem mesmo. Cantar com o Rei Roberto Carlos é um sonho, e fecho 2022 com chave de ouro! Foi um ano muito, muito bom para mim! Para além de dois pares gatos e cheirosos [risos] ganhei dois amigos sensacionais. Brisa passa muito bem e Lucy também está feliz.
Lucy Alves em imagem produzida para o encarte de seu álbum "Perigosíssima" FOTO MARCELO ZILIO | DIVULGAÇÃOabra
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