Vera Holtz
Atriz estreia na capital paulista um espetáculo filosófico inspirado em obra do pensador israelense Yuval Harari, sobre os rumos da humanidade
ESCANEIE E OUÇA A PLAYLIST INSPIRADA NA REGIÃO DE CAMPINAS NO 29HORAS PLAY JANEIRO/2023 distribuição gratuita em viracopos
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Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo, Paula Calçade e Pedro Barbastefano Júnior
redação Paula Calçade (editora de redação); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Helena Cardoso (repórter)
Colaboradores André Hellmeister, Chantal Brissac, Didú Russo, Felipe Morais, Georges Henri Foz, Greg Estrada, Gustavo Rodrigues, IMS, Juliana Simões, Luiz Toledo, Patricia Palumbo, Pro Coletivo, Tecla Music Agency
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FOTO ALE CATAN FOTO DIVULGAÇÃO FOTO MACROVECTOR | FREEPIK 05 17 Marketing & marcas Inteligência Artificial e Internet das Coisas em alta no mercado FOTO LOVECAMERA | FREEPIK Foto da capa: Ale Catan Agora é agro Perspectivas para o agronegócio em 2023 11 FOTO DIVULGAÇÃO 10 Vozes da cidade 12 Capa Artista múltipla, Vera Holtz estreia a peça "Ficções", em São Paulo, e fala de projetos no cinema para o novo ano
Campinas Spa Ateliê Beauty oferece diferentes tratamentos em dois endereços Dicas de passeios gastronômicos em família pela cidade de Campinas
Hora
Publisher Pedro Barbastefano Júnior
JANEIRO 2023 3 #156/30 JANEIRO
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2023
hora
CAMPINAS
O MELHOR DA REGIÃO
Energias renovadas
BEM-ESTAR O Ateliê Beauty é um misto de spa com ambiente de beleza. Em dois endereços em Campinas, no Cambuí e no Galleria Shopping, a empresa – que chegou ao mercado em 2017 e é comandada pelos irmãos e empresários Isa e Rodrigo Santini – conta com profissionais capacitados para a realização de diversos procedimentos, como massagens relaxantes, reflexologia dos pés, esfoliação corporal, tratamentos faciais, limpeza de pele, drenagem linfática e bronzeamentos. No menu de terapias, destaque para o Body Slim Isa Santini – um procedimento que associa a drenagem linfática com massagem modeladora. O cuidado individualizado e a atenção aos detalhes completam a experiência nos spas, que contam ainda com chás próprios, playlists especiais e confortáveis salas de espera para acompanhantes.
AVENIDA BAILARINA SELMA PARADA, S/ Nº (GALLERIA SHOPPING), JARDIM NILÓPOLIS RUA JOAQUIM NOVAES, 102, CAMBUÍ
FOTO DIVULGAÇÃO
Para admirar e preservar
TODOS OS DIAS, saracuras do cerrado saúdam o amanhecer com seu canto característico e tucanos pousam sobre os galhos de frondosas árvores para saborear seus frutos, enquanto marias-leque-do-sudeste, anhambezinhos e arapongas do horto voam despreocupadas pelo horizonte verdejante. É essa a paisagem costumeira da Pousada Salve Floresta, complexo ecoturístico que, há quase 30 anos, atrai ornitólogos, observadores de aves e turistas apaixonados pela vida natural para o modesto município de Tapiraí, no Vale do Ribeira. A pouco menos de 3 horas de São Paulo, o eco lodge – fundado em 1994 pelo sociólogo e ambientalista Antonio Carlos Soares com fins de preservação e pesquisa ambiental – oferece pacotes de hospedagens e day-use em meio a remanescentes de Mata Atlântica.
Do alto de uma torre de observação de 14 metros de altura, os visitantes podem assistir ao voo de mais de 300 espécies de aves nacionais. Já da varanda dos charmosos chalés disponíveis para aluguel no espaço, é possível contemplar os hibiscos florescendo nos jardins da propriedade. “Toda essa variedade de espécies é fruto de um trabalho intensivo de reflorestamento, que temos realizado na região desde a década de 1990”, explica Antonio. É ele quem lidera o grupo germanobrasileiro de pesquisadores que redesenham, anualmente, o planejamento sustentável do complexo. “Hoje, fazemos todo o tratamento biológico das águas da pousada com apoio da Universidade da Cidade de São Paulo – a Unicid –, bem como a separação do lixo.”
Todo esse cuidado ecológico se expande também à cozinha, afetiva e sazonal, que privilegia ingredientes típicos da Mata Atlântica, cultivados ali mesmo, em hortas orgânicas nos arredores da pousada. As PANCs (plantas alimentícias não-convencionais) são as estrelas do menu – há sempre uns fritadinhos de peixinho-da-horta, para harmonizar com as doses de caipirinha de folha de tangerina servidas a qualquer hora do dia.
Entre as refeições, que podem ser degustadas no salão principal ou em mesinhas ao ar livre, vale mergulhar na piscina do complexo, passar um tempinho relaxando na sauna ou até mesmo se arriscar em trilhas pela mata fechada. Todas as tardes, guias ambientais comandam caminhadas até poços ou cachoeiras da região. “Esses monitores-preservadores são, em sua maioria, ex-caçadores, que foram agregados à luta de conservação”, conta. Para completar a programação, a dica é agendar um horário para conhecer as comunidades do Ribeirão da Anta, onde moradores de comunidades ribeirinhas organizam passeios de caiaque pela Represa do CBA.
Funcionando em esquema de pensão completa, as casinhas da Pousada Salve Floresta têm diárias a partir de R$ 700. Para conferir a disponibilidade de datas nos meses de janeiro e fevereiro, acesse www. salvefloresta.com.
Em Tapiraí, Pousada Salve Floresta oferece hospedagens que aliam contemplação da natureza e atividades de conservação ambiental
HOSPEDAGEM
POR HELENA CARDOSO
DIVULGAÇÃO
Acima, chalés para hospedagem na Pousada Salve Floresta, em Tapiraí, e tucano em meio à área preservada no Vale do Ribeira
FOTOS
MOSTRA A CÉU ABERTO
Lixo reciclado transformado em arte
Exposição “Zoo Urbano”, em cartaz até março no parque Mundo das Crianças, em Jundiaí, apresenta esculturas gigantes de animais feitas com materiais descartados e agora ressignificados por artistas locais
POR KIKE MARTINS DA COSTA
O PARQUE MUNDO DAS CRIANÇAS, espaço público com entrada gratuita e brinquedos (inclusive aquáticos) que ocupam uma área de 170 mil m² à beira da represa que abastece a cidade de Jundiaí, apresenta até o fim de março a exposição do “Zoo Urbano”. Nessa mostra a céu aberto, os visitantes podem conhecer e se encantar com dez animais gigantes feitos com materiais reciclados e esculpidos por diferentes artistas brasileiros.
Entre eles, o Gato Salem (da série “Sabrina, Aprendiz de Feiticeira”) feito por Sueli Parisi com 116 quilômetros de fitas VHS recolhidas do lixo e ressignificadas. Outro animal em exposição é uma anta enorme e recheada de garrafas de bebidas produzida pelo artista Betto Damasceno, que faz um alerta às pessoas que dirigem após a ingestão de álcool. E tem ainda um macaco cujas orelhas são telefones antigos – obra assinada pelo artista Subtu –, uma arara concebida por Fábio Souza, um beija-flor criado por Rita Caruzzo, um peixe engendrado por Renê Muniz e uma capivara de autoria de Fernando Berg.
“O ‘Zoo Urbano’ tem como principal objetivo a consciência coletiva e o engajamento dos indivíduos, comunidades,
empresas e artistas. As obras gigantes geram, além de uma diversão, um grande impacto aos visitantes e, por serem feitas com materiais reciclados, proporcionam reflexões quanto a transformar o lixo em obra de arte. “Transformar o plástico em plástica”, comenta o curador da exposição, Roberto Parisi.
O parque Mundo das Crianças tem entre suas atrações uma parede de escalada, quadras esportivas, pista de skate, fontes interativas para a garotada se refrescar, trilhas de caminhada, ciclovia, playgrounds, uma casa na árvore e áreas verdes para lazer, cultura e aprendizagem. Um dos objetivos do local é desenvolver atividades educacionais voltadas ao meio ambiente, de modo interativo e divertido, para estimular a imaginação, a criatividade e o movimento de visitantes de todas as idades.
PARQUE MUNDO DAS CRIANÇAS
Rodovia João Cereser, km 64, Jundiaí. Acesso gratuito de terça a sexta-feira, das 7h às 17h, mediante agendamento obrigatório pelo site www.mundodascriancasjundiai.com.br/agendamento
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PARA OS CAMPINEIROS
Patrícia Paes e Vinícius Collina, comida boa tem que ser, ao mesmo tempo, rica em sabores e gentil com o organismo. É por isso que, desde 2014, o casal se dedica à criação de blends de temperos originais, utilizando apenas ervas finas, frescas e selecionadas, e sem a adição de quaisquer aditivos químicos ou conservantes. Esse é o mote dos produtos da Pitada Natural, marca alimentícia com produção fincada em Campinas e vendas por e-commerce para todo o Brasil.
“Apesar de sermos arquiteta e engenheiro por formação, sempre gostamos muito de cozinhar e, no dia a dia, percebíamos que era muito difícil encontrar à venda temperos prontos que não fossem ultra processados e exagerados
GASTRONOMIA
Saborosamente saudável
Marca campineira Pitada Natural investe em linhas de temperos prontos 100% naturais e com baixo teor de sódio
POR HELENA CARDOSO
em sódio, glutamato e outras substâncias prejudiciais à saúde. A solução prática, nesse caso, não costumava ser vantajosa, então decidimos transformar uma necessidade pessoal em plano de negócio”, explicam.
Hoje, já são mais de 50 itens no catálogo, entre temperos clássicos – como cúrcuma, páprica, chimichurri, curry, pimenta, alho e cebola em pó – e mix originais. “O Tempero da Vovó é o nosso líder de vendas. Completíssimo, é composto por uma mistura de alho, cebola, cebolinha, salsa, casca de laranja, orégano, gengibre, mostarda, manjericão, tomate, alecrim, canela, louro, cominho, noz-moscada, páprica doce e louro”. A marca também apresenta sua própria linha de granolas e pastas doces e salgadas – que vão de tahines a cremes de amêndoas, amendoim e macadâmias.
Todos esses produtos são preparados em Campinas, em uma fábrica própria de 1.200 m². “É ali que acontece a moagem e a mistura dos ingredientes e o envase dos produtos. Gostamos de estar à frente de todas as etapas do processo de produção, para garantir que, além de proporcionarem refeições saudáveis, esses temperos serão cultivados de maneira sustentável e ecologicamente preocupada, com redução de resíduos e descarte adequado.”
Orgânicos, os produtos da Pitada Natural não podem permanecer por muito tempo nas prateleiras dos hipermercados e, por isso, estão à venda somente pelo site www.pitadanatural. com.br. “Isso garante que tudo chegue o mais fresco possível em até três dias úteis na casa do cliente, e provoque uma experiência de sabor mais autêntica.”
FOT
Temperos, granola e caldo de legumes da marca Pitada Natural. Abaixo e à esquerda, os sócios Patrícia Paes e Vinícius Collina
ISADORA SILVEIRA 8 HORA CAMPINAS
FOTOS
Amor equestre
Complexo oferece diferentes modalidades de equitação e hipismo no interior paulista, e desenvolve até competições entre alunos e atletas da região
POR PAULA CALÇADE
EM MEADOS ANOS 1830, Domitila de Castro, a marquesa de Santos, descobriu o ancestral prazer de montar a cavalo no campo da Luz, que deu origem ao Clube de Corridas Paulistano, que mais tarde passou a se chamar Jockey Club da Mooca – o percussor do Jockey Club de São Paulo. Muitos anos depois, essa prática europeia firmou tradição em terras brasileiras e caiu no gosto local. Foi assim que confederações, clubes e até condomínios passaram a oferecer aulas de equitação, treinamentos de hipismo clássico, e competições foram cada vez mais estimuladas, principalmente no estado de São Paulo.
O Centro Hípico Damha, parte do Parque Eco Esportivo Damha, em São Carlos – a 230 km da capital paulista e a 140 km de Campinas – é um desses lugares onde é possível aprender e explorar os esportes a cavalo. O lugar possui uma estrutura especializada para um atendimento de alto nível com pista de areia, pista de grama, redondel, baias ventiladas e piquetes para o pensionato de equinos. Por ali, há ainda tratamento de equoterapia e aulas de equitação para todas as idades.
Acima, Parque Eco Esportivo Damha. À esquerda, competição de hipismo clássico no complexo
Profissionais ensinam modalidades para adultos e crianças. O hipismo clássico, que desenvolve saltos com obstáculos e em velocidade, é lecionado a partir dos 7 anos. Para crianças menores, é oferecido a iniciação em equitação. Os alunos são frequentemente estimulados a participar de campeonatos hípicos em cidades da região, além do campeonato interno, a Copa Damha de Hipismo, realizada diversas vezes ao ano.
O espaço conta com 34 baias e piquetes (onde os cavalos se alimentam) distribuídos em uma área de aproximadamente 210 mil m², dispostos em dois pavilhões, garantindo o conforto dos animais. Lá, é possível alugar um espacinho para seu próprio cavalo em um esquema que inclui tratador, alimentação completa, serragem (para cocheiras) e atendimento veterinário.
CENTRO HÍPICO DAMHA
Rodovia SP 318, km 234 (Estrada São Carlos – Ribeirão Preto)
Parque Eco-Esportivo Damha, São Carlos Tel. 16 2106-6053.
ESPORTE
DIVULGAÇÃO 9
FOTOS
Vozes da cidade
Mesa com toda a família
Passeios gastronômicos para todos os gostos para este mês de férias escolares e descanso para muitos, em Campinas
Kilimanjaro
“Um restaurante único: quando vou ao Kilimanjaro, os sabores que os pratos de lá possuem sempre proporcionam uma nova descoberta. O lugar conta com um cardápio saudável e balanceado, algo que prezo muito, e meu filho também ama as opções infantis! Destaque para o bowl de falafel com mix de folhas verdes, para o polvo grelhado e para a maravilhosa salada de figo e parma.”
Galleria Shopping - Avenida Iguatemi, 777, Vila Brandina
Iki Japanese Cuisine
“Para os amantes da comida japonesa, o IKI apresenta uma variedade de pratos, desde os mais conhecidos pelo público brasileiro até as mais tradicionais da cultura do país asiático. Eu amo! Recomendo o atum shissô, que é um tartar levemente picante em uma base de tempurá crocante."
Avenida José de Souza Campos, 1.321, Dahruj Tower - Cambuí
Filet & Cia
“Desconheço um self service melhor! Um restaurante tradicional de Campinas, com um bufê extremamente completo e opções excelentes de carnes feitas na hora. O ambiente é rústico e muito acolhedor, com vários toques de natureza, é um local excelente para almoços no dia a dia.”
Rua Doutor Emílio Ribas, 891, Cambuí
Olivetto
“Ótimo para os apreciadores da alta gastronomia e de um bom vinho, o Olivetto possui um menu repleto de pratos da cozinha internacional. Ir a esse restaurante é sempre uma experiência única! Para mim, é sinônimo de qualidade e sabor, e é o lugar ideal para um jantar em família em uma data especial.”
Avenida Coronel Silva Telles, 843, Cambuí
*VERI QUIRINO é empreendedora, fundadora da marca de semijoias de mesmo nome. É apaixonada pela cidade onde ela e sua empresa nasceram, Campinas.
KILIMANJARO
OLIVETTO
FILET & CIA
IKI JAPANESE CUISINE
POR *VERI QUIRINO
As dicas e os segredos de quem adora a região
FOTOS DIVULGAÇÃO
10 HORA CAMPINAS
Agora é agro
Prosa rápida
Abatedouro
As perspectivas de 2023 para o agronegócio
Expectativa para este ano que se inicia é de uma safra recorde de grãos e crescimento de 2,5% no PIB agropecuário, mesmo com as incertezas que pairam no ambiente doméstico e no cenário econômico internacional
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), 2023 será um ano desafiador, por causa de questões internas do país e em razão do cenário externo. No ambiente doméstico, há incertezas sobre a política fiscal do novo governo e é certo que as autoridades do Banco Central terão de manter os juros básicos da economia em níveis elevados por um bom período, gerando mais custos para a contratação de empréstimos bancários e crédito para consumo, custeio e investimento.
Já no cenário internacional, as previsões de desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) de alguns dos principais parceiros comerciais do Brasil – como China, Estados Unidos e União Europeia – podem ser sinônimo de redução nas exportações brasileiras. Além disso, segue a incerteza sobre a disponibilidade de fertilizantes
e insumos causados pelo conflito sem um fim aparente entre a Rússia e a Ucrânia.
Mesmo com esses perrengues, o agronegócio brasileiro este ano deve crescer até 2,5% em relação a 2022, segundo as estimativas da CNA, apesar da alta nos custos de produção e da eventual baixa nos preços globais das commodities agrícolas. Esse seria um resultado fantástico – ainda mais depois da queda prevista de 4,1% no PIB agropecuário de 2022, após recordes registrados em 2020 e 2021. O tombo em 2022 foi causado pela forte elevação nos preços de defensivos e fertilizantes, além das colheitas abaixo do esperado em atividades importantes, como a soja e a cana-de-açúcar.
A estimativa para a safra de grãos 2022/2023 é de um aumento de 15,5% em relação à safra 2021/2022, atingindo 313 milhões de toneladas.
A Frimesa acaba de inaugurar em Assis Chateaubriand, no Oeste do Paraná, a maior unidade de processamento de suínos da América Latina. Nessa fase inicial, o novo frigorífico vai abater cerca de 4 mil suínos por dia. Quando estiver em pleno funcionamento, serão abatidos e processados 15 mil. A Frimesa é uma central formada por cinco cooperativas agropecuárias: Copagril, C.Vale, Copacol, Lar e Primato.
Brazilian generation
A exportação de sêmen bovino brasileiro alcançou o maior volume da história, no período acumulado de janeiro a setembro, segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia).
Nesses nove meses, foram embarcadas 361.056 mil doses de sêmen com aptidão de corte e 345.828 mil doses com aptidão para leite, totalizando 706.884 mil doses. Em relação ao mesmo período de 2021, o crescimento foi de 11,8% em sêmen para corte e de 4,4% em sêmen para leite.
Mandioca para todos
A cada ano, cerca de 268 milhões de toneladas de mandioca são produzidas no mundo todo, e a Nigéria ocupa o topo entre os maiores produtores de mandioca do planeta, com 47,4 milhões de toneladas.
Com produção de 30,2 milhões de toneladas, a Tailândia vem em segundo lugar, seguida pela Indonésia (23,9 milhões de toneladas). Na quarta posição, aparece o Brasil, com 21,5 milhões de toneladas. Angola completa o Top Five, com 16,4 milhões de toneladas.
COLUNA
kikecosta@uol.com.br 11
POR Kike Martins da Costa
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O aqui e o agora de uma artista potente
DONA DE UMA CAPACIDADE CRIATIVA IMPRESSIONANTE E MULTIPLATAFORMA HÁ MUITO TEMPO, A ATRIZ VERA HOLTZ ESTREIA A PEÇA “FICÇÕES” NA CAPITAL PAULISTA E NÃO DESCARTA AS INÚMERAS POSSIBILIDADES DO ACASO E DA INTUIÇÃO EM SUA RECHEADA CARREIRA
SOBRE UM PALCO ILUMINADO, ao som imponente de um único violoncelo, Vera Holtz se permite assumir qualquer forma. Ali ela vira bicho. Vira planta. Vira objeto de cena, matéria-prima teatral, ferramenta do espetáculo. Canta, recita, seu corpo e sua voz em movimento, ressoando. “Nessa artesania preciosa que é o teatro, sou um instrumento”, explica a atriz, que hoje investe toda sua versatilidade em cena, na peça “Ficções”, em cartaz no Teatro FAAP, em São Paulo. Com texto e direção de Rodrigo Portella, o monólogo livremente inspirado no best-seller “Sapiens - Uma Breve História da Humanidade”, de Yuval Noah Harari, propõe reflexões a respeito da evolução humana e suas ilusões. “Aqui versamos sobre a capacidade do ser humano de criar e crer, além das consequências, nas ficções que cria.”
Com 69 anos de idade e quase 50 de carreira, Vera bem entende dos poderes de uma força criativa pulsante. Nascida e crescida nas bordas de Tatuí, no interior de São Paulo, fez de sua capacidade imaginativa uma plataforma propulsora. Aos 20 anos, pôs a casa e o acaso na mala e se mudou para a capital. Formou-se nas Artes Plásticas, Dramáticas e nas da reinvenção. De lá para cá, adicionou 55 peças teatrais, 28 filmes e 40 produções televisivas no currículo, viveu personagens icônicas em telenovelas premiadas e angariou seus 1,2 milhão de seguidores no Instagram, na pele da “Vera Viral”, uma “entidade criativa, fotográfica e crítica que se apropria das redes como forma de expressão”. Em fotografias superproduzidas de cunho crítico, reflexivo e incrivelmente cênico, ela parece instituir às redes o teatro estático. “É como se fosse um único frame de uma esquete que a minha intuição me pede para apresentar ao público.”
Nesta entrevista exclusiva à 29HORAS, Vera Holtz recordou sua infância no interior, refletiu sobre o futuro da humanidade e de suas ficções – estejam elas dentro ou fora das telas –, elucubrou sobre o papel das redes sociais na opinião pública e deu detalhes sobre suas futuras produções. Confira a seguir trechos dessa conversa:
FOTO ALE CATAN
POR HELENA CARDOSO
12 CAPA
Você nasceu e cresceu em Tatuí; depois, se mudou para a capital; e, agora, flui entre SP e Rio. Que memórias você carrega dessa infância no interior? Há algo de Tatuí que permanece na Vera cosmopolita de hoje? Onde, hoje, se sente em casa?
Nasci e cresci entre Tatuí, Pereiras e municípios adjacentes, na década de 1950, filha da geração criativa e combativa do pós-guerra. Minhas memórias no interior são de absoluta liberdade. De sair para lavar roupa com as lavadeiras, tirar leite da vaca, comer toda fruta direto do pé. Ali aprendi tudo que sei sobre a natureza humana e o meio ambiente, naquela aldeia de ascendência italiana onde todos tinham autonomia para me criar e me instruir. Dali, aos 20 anos de idade fui para São Paulo estudar Artes Dramáticas na USP e depois segui para o Rio, onde consolidei meus contatos profissionais e minha carreira. Hoje, fluo entre todos esses
pontos e percebo que esse espectro de moradia é muito amplo para mim. Eu moro em todo lugar que me acolher e me permitir criar conexões. Tenho lares em todo canto. Mas dos 60 para cá, tenho sentido aquela profecia mitológica se concretizando: dizem que os elefantes sempre voltam às origens, e eu me percebo nessa fase, de retorno.
Quando a arte entra na sua vida? Desde cedo, eu e minhas quatro irmãs aprendemos música, no Conservatório de Tatuí. Eu estudava piano com a tia Rita, que também era professora de canto lírico, e tio Rolf, pintor de natureza morta, me incentivou a amar as Artes Plásticas. O teatro veio me capturar depois.
Por falar em teatro, você acaba de estrear em São Paulo a peça “Ficções”, inspirada no livro “Sapiens”, de Yuval Noah Harari. Como surgiu o convite
para essa produção? Você já tinha contato com essa obra?
Já conhecia o livro e presenteei muitas pessoas com ele. Muito me encanta poder refletir sobre essa capacidade do ser humano de criar e crer no que cria – e sobre como isso pode influenciar o comportamento de gerações, e criar obstáculos à nossa evolução. Quando Rodrigo Portella, o diretor e roteirista, me convidou, ele não tinha nada planejado, só sabia que queria uma mulher, um Sapiens fêmea, para contar essa história e provocar essa reflexão. Aceitei de cara.
Aliás, aproveitando o ensejo da peça: a que rumo caminha a humanidade? A quais ficções estamos submetidos hoje?
Tudo que nos cerca, e não é natureza, é ficção, criação do ser humano. Religiões, leis, idiomas, o nome de todas as coisas e todas as ideologias: são todas ordens
FOTO ALE CATAN 14 CAPA
imaginárias que criamos e em que cremos coletivamente. Acredito que, hoje, estamos em um momento de ruptura. No caminho para transformação de vários dos nossos sistemas de crenças. Não sei ao certo a qual destino esse caminho nos levará, mas creio que a evolução é o motor.
Você já antecipou que, logo após “Ficções”, pretende partir para mais um projeto no teatro: uma peça-adaptação da obra “Finnegans Wake”, de James Joyce. Como você escolhe as peças e os papéis aos quais se lançará?
Por incrível que pareça é minha intuição quem escolhe. Antes de tomar qualquer decisão, eu sempre peço um tempo para sentir o que aquele trabalho espera de mim e se é realmente de mim que ele espera algo. Sou flexível, porém rigorosa. Gosto de receber a proposta e deixá-la em efervescência. Se essa obra permanecer reverberando dentro de mim nos dias que se seguirem, eu sei que devo acolhê-la. Se ela não se fixar, prefiro deixá-la ir. E não há problema algum nisso. Os papéis têm vida própria.
Se eu não os puder vestir, eles vão caber em outro alguém. Há tantos talentos neste país!
Aliás, de Mãe Lucinda (em “Avenida Brasil”) a Candê (em “Passione”), são muitas as faces que você vestiu ao longo desses mais de 40 anos de carreira. Você costuma pegar para si características das personagens que interpreta? De que forma essas ficções se unem para compor a Vera real? Na realidade, acho que ao invés de me emprestarem características ou comportamentos específicos, as personagens que vivo me expandem. Existem infinitas possibilidades de dinâmicas emocionais a serem atingidas pelos seres humanos, que vão desde a depressão profunda até a euforia. Eu sinto que meu trabalho me permite fluir por essa linha, em todos os seus níveis e espectros. Cada persona me exige um estado psíquico, social, filosófico e técnico diferente, e, através dela, vou expandindo meu repertório humano – afinal, a humanidade é a matéria-prima do meu trabalho. Em “Mulheres Apaixonadas”
(2003), por exemplo, vivi a Santana, uma mulher alcoolista, que tinha que lidar com a solidão de seu vício e tudo que derivava dele. Em “A Lei do Amor” (2016), tomei a pele de uma assassina, e precisei mergulhar em seu interior para racionalizar o que motivava seus crimes. No fim, minhas personagens são um exercício de empatia tremendo. Acho que esse é o grande legado que elas deixam para a Vera daqui de fora.
Nos últimos anos, você também se destacou por sua atividade nas redes sociais. A Vera Viral foi um hit! Como e por que surgiu esse projeto? De onde vêm as inspirações para essas criações?
A Vera Viral é uma entidade própria, que age em seu próprio tempo e à sua própria ordem e gosto. Eu não mando nela, ninguém manda. Ela aparece quando a intuição pede, quando uma ideia vem, quando uma imagem se forma na minha cabeça e eu preciso que ela seja expandida para além de mim, nas redes sociais. Aliás, ela nasceu nas redes e quer permanecer ali. Ela não produz a todo momento, não segue a lógica da
Na outra página e à direita, Vera reproduz cenas da peça "Ficções", com direção de Rodrigo Portella
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FOTO ALE CATAN
Produções fotográficas da "Vera Viral" no Instagram. De cima para baixo, "Fado da Gratidão", "Pensamento Rizomático" e "Untitled"
correria que a internet quer impor. Nela, encontrei uma forma de colocar em prática toda a capacidade criativa que deixo guardada aqui desde a faculdade de artes plásticas. As inspirações? Elas vêm do mundo, do noticiário, das ruas, de quem está ao meu redor. Nunca sei quando e como essa personalidade vai se expressar, ela só aparece. Acho que é por isso que ela fez tanto sucesso. Por isso e pela nossa produção primorosa, que fica a cargo dos talentosíssimos Renato Santoro (o fotógrafo), Charles Asevedo e Evaldo Mocarzel, que é quem titula as obras.
Na sua opinião, como as redes sociais ajudam – ou atrapalham – o trabalho de um artista hoje? Mais que um obstáculo ou uma dádiva, as redes sociais são, para mim, uma forma de se ler o mundo. Assim como um livro, um telejornal ou uma novela, a internet é uma janela para a realidade. E das poderosas, pois condensa todo tipo de gente, todo tipo de informação e todo tipo de crença. As redes sociais criam contratos de pensamento para além da realidade – veja as ficções de Harari aqui, novamente (risos) –, que influenciam, sim, a arte e o trabalho dos profissionais da área. Não podemos nos manter alheios a isso. Hoje não se lê mais tanto quanto antes: preferem-se os caracteres rápidos. Também não se tolera muito a monotonia: é preciso que os diretores audiovisuais escrevam capítulos mais dinâmicos, pensem em enquadramentos mais atrativos e desenvolvam conteúdos mais cativantes ainda. A arte tem se adaptado a esse novo combinado social e seguido seu rumo.
E quanto à TV? É um desejo voltar às telinhas? Aliás, como você tem
percebido o mercado televisivo com a chegada dos streamings? Para você, qual é o futuro das telenovelas nacionais?
Para ser bem sincera, o que tenho engatilhados são trabalhos cinematográficos, já em vias de lançamento. Em fevereiro, sai pela Roseira e pela Kinossaurus Filmes, “Tia Virgínia”, um longa com direção de Fabio Meira, que encabeço ao lado de Louise Cardoso e Arlete Salles. Mais para frente, também lanço com a O2 Filmes o documentário ficcional “Quatro Irmãs”, de Evaldo Mocarzel. Aqui, revivemos a história da minha família, nos arredores de Tatuí. Quanto ao retorno às novelas, não sei ao certo quando virá – mas também não acho que esse tipo de narrativa esteja fadada ao esquecimento. Na verdade, sinto que o mercado se beneficiou bastante com a chegada do streaming e seus formatos inovadores, que podem muito bem ser aplicados à TV aberta. Vejo que as novelas, clássicas, como conhecemos, nunca morrerão. Tivemos aí “Pantanal”, uma produção tão diferenciada, com seu próprio ritmo narrativo, que conquistou o Brasil justamente por essa pureza e liberdade. Para mim, enquanto houver alguém criando e disposto a se dedicar às novelas, elas resistirão, com público cativo.
Bom, e depois de tantos trabalhos renomadíssimos, papéis inesquecíveis e prêmios, o que Vera ainda sonha realizar?
Eu nunca fui uma pessoa de criar expectativas. Acho a coisa mais linda quem tem seus sonhos da vida. Mas eu nunca fui assim. Sou uma pessoa motivada. Quando algo vem a mim, mergulho por inteira naquilo, no presente. Não me atrai pensar no amanhã. Estou sempre aqui e agora. O acaso me basta.
REPRODUÇÃO | INSTAGRAM
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16 CAPA
Marketing e marcas
O que vem por aí no marketing digital?
As tendências que movimentarão a comunicação e os negócios em 2023
Todo o início de ano, empresas de pesquisas em marketing publicam alguns conceitos que serão os mais falados nos próximos meses, seja ressaltando os que no ano anterior ganharam força – como, por exemplo, o Metaverso em 2022 – seja destacando termos promissores, como Internet das Coisas e Inteligência Artificial, que estão em alta com a chegada do 5G. Há ainda temas que ganham presença no exterior e em breve devem chegar ao Brasil.
Profissionais de estratégia de marcas, comunicação e negócios – perfil em que me enquadro há 22 anos – ficam de olhos bem abertos nesses estudos, pois deles, podem sair insights poderosos para a comunicação das marcas com as quais trabalharemos. Reuni, a seguir, algumas tendências para o marketing digital em 2023.
Propósito sai da frase e vira ação
“Marcas sem propósito, são marcas sem alma”, já dizia o empresário Jaime Troiano. É preciso que o propósito dos negócios pare de ser apenas o lucro, e seja aplicado internamente, aumentando o engajamento da equipe. É necessário comunicá-lo de forma clara, principalmente nas redes sociais, para engajar as pessoas e as novas gerações.
“A experiência é o novo marketing”
Steve Cannon, CEO da Mercedes-Benz, disse a frase
acima em um evento em Detroit, e eu passei a adotá-la como um mantra e aconselho você a fazer o mesmo. Dados são fundamentais, aliás, marketing que trabalha sem dados é um marketing que se baseia em achismos! Use os dados, personalize a experiência e tenha muito mais resultado do que usar o influenciador da moda para fazer um post de seu produto.
Melhore seus textos
Copywriting é um termo que deve se aprofundar muito neste ano. O texto publicitário é fundamental, é um chamariz de uma campanha, que gera o desejo. A venda se dá com um copy bem feito e bem distribuído em vários canais, online e offline, para construir uma história.
Storytelling
Nunca as histórias venderam tanto! Toda vez que alguém fala “era uma vez…” seu cérebro te leva para a sua cama, onde seus pais liam algum clássico infantil antes de você dormir. Acertei? Isso acontece porque o nosso cérebro ama uma boa história, e quando as marcas contam bem uma narrativa, engajam mais do que se imagina.
Pense estrategicamente com essas tendências!
Feliz 2023!
FELIPE MORAIS é publicitário, sócio da FM CONSULTORIA e autor de livros de marketing digital e futebol (www.felipemorais.com).
COLUNA POR Felipe
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