VIK MUNIZ
Em sua nova exposição, em cartaz na cidade, ele transforma dinheiro em arte para, em seguida, transformar sua arte em dinheiro
VIAGEM
A fascinante natureza do Salar de Uyuni e a arquitetura singular de Sucre, na Bolívia
SPABRIL/2023 distribuição gratuita no aeroporto de congonhas
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WWW.29HORAS.COM.BR
@revista29horas
#159 ABRIL 2023 @29horas
Publisher Pedro Barbastefano Júnior
Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo, Paula Calçade e Pedro Barbastefano Júnior
redação Paula Calçade (editora de redação); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Vivian Monicci (repórter)
Colaboradores André Hellmeister, Chantal Brissac, Didú Russo, Felipe Morais, Georges Henri Foz, Greg Estrada, IMS, Juliana Simões, Luiz Toledo, Marcel Vincenti, Patricia Palumbo, Pro Coletivo
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COMERCIAL comercial@29horas.com.br
equiPe: Eduarda Delacalle (eduarda. delacalle@29horas.com.br), Giulia Barbastefano (giulia.barbastefano@29horas. com.br), Paulo Silva (paulo.silva@29horas. com.br)
Gerente reGional Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br)
rio de Janeiro – Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br)
Jornalista resPonsável
Paula Calçade MTB 88.231/SP
29HORAS é uma publicação da MPC11 Publicidade Ltda.
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Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista, São Paulo — Cep: 01406-200 Tel.: 11.3086.0088 Fax: 11.3086.0676
Hora H
Páscoa o ano todo: chocolaterias artesanais para se deliciar
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Capa
Vik Muniz expõe na galeria Nara Roesler sua nova série
"Dinheiro Vivo"
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Viagem
O equilíbrio perfeito entre Sucre e o Salar de Uyuni, dois destinos imperdíveis na Bolívia
Agenda 29h
Dicas para todos os dias do mês
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COLUNAS 26
HORAS DE VOO Novas conexões entre Brasil e Caribe
BOM DE COPO Os melhores vinhos para o outono
BON VIVANT A nova arte de tomar café da manhã
MOBILIDADE Soluções para evitar impactos climáticas nas cidades
HORA LIVRE Crônica de Luiz
Toledo
FOTO FABIO GHIVELDER
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Foto da capa: Mario Canivello
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FOTO DIVULGAÇÃO FOTO GIACOMO BUZZAO | UNSPLASH ABRIL 2023 3
A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO.
Destaques do Bom Retiro, deliciosas chocolaterias em São Paulo, o novo mercado de produtos com cannabis no Brasil, e um giro por Campos do Jordão e Jurerê Internacional
H hora
PESSOAS E IDEIAS | PASSEIOS | TURISMO | PÁSCOA
Visto com arte
ARTE O Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, no bairro de Santo Amaro, inaugurou uma mostra permanente com 22 painéis de Eduardo Kobra, que reproduzem murais do artista urbano brasileiro nos Estados Unidos, país onde ele tem 50 obras, o maior número depois do Brasil. A exposição já pode ser conferida por solicitantes de visto na cidade e faz parte das celebrações pelo bicentenário das relações diplomáticas Brasil-EUA. Os Estados Unidos foram um dos primeiros países a reconhecer a Independência do Brasil e hoje figuram entre seus principais parceiros em áreas que vão de comércio e segurança a turismo, cultura e educação. As reproduções expostas incluem “A Bailarina”, obra localizada em Miami, na Flórida; e “Os Corajosos de 11/09” e “Gênio Andando de Bicicleta” (foto), murais em Nova York.
CONSULADO DOS EUA: RUA HENRI DUNANT, 500, SANTO AMARO
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Estratégica fashion
A influenciadora e empresária Isa Domingues é referência em live shopping no Brasil. Em pouquíssimos anos, ela já lançou tendências e desbravou inovações na internet
ADA VEZ MAIS COMUNS DESDE A PANDEMIA – quando o comércio online ganhou força expressiva – os vídeos em tempo real e que permitem a interação se transformaram em uma mina de ouro para alavancar as vendas e aproximar as marcas dos consumidores. Nesse universo, um nome é pioneiro: Isa Domingues, influenciadora e empresária mineira de 33 anos, que acumula quase um milhão de seguidores no Instagram.
Apaixonada por moda, Isa começou a investir na internet e viu as portas se abrirem em 2018. “Acabei viralizando com o meu primeiro quadro no Instagram, chamado Desafio, no qual ajudava as mulheres a se vestirem de maneira prática e rápida, montando diferentes looks com uma mesma peça de roupa. Na época, os vídeos curtos não eram algo comum, mas eu já pesquisava bastante sobre novas tendências de conteúdo mundo afora”, conta. Em 2020, ela se deparou com o grande fenômeno de live shopping, que tinha força na China, e percebeu que não havia ninguém fazendo algo parecido por aqui.
Determinada a tirar o projeto do papel, a empresária foi em busca de marcas parceiras e desenvolveu o Provador Live. “A inteligência artificial auxiliou as marcas a se conectarem com o seu público de forma mais eficaz”, analisa Isa, que garantiu uma média de 120 mil visualizações por live. Entre as empresas que já trabalharam com ela, estão Riachuelo, Rommanel, Amaro, Arezzo, Schutz, John John, Lancôme, entre outras. Em apenas um mês, o formato explodiu no país e se tornou o principal produto da Oli Video Shop, sua empresa de tecnologia.
“A nossa geração aprendeu a contar histórias com vídeos curtos pelas redes sociais. Isso me inspirou a criar a Oli Short –uma plataforma de vídeos interativos que eleva a experiência de compra e engajamento de um site e aplicativo – para que as empresas possam oferecer a experiência do TikTok e do Reels dentro dos seus sites”, explica a empresária. “Nossos clientes têm conseguido aumentar a taxa de conversão em até 37% usando esse formato”, finaliza.
POR VIVIAN MONICCI
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PESSOAS E IDEIAS
PÁSCOA
Pedacinho do céu
É possível ter um gostinho da Páscoa o ano todo em chocolaterias artesanais que criam produtos que são um deleite para a boca e para os olhos. Conheça alguns endereços exclusivos em São Paulo
Mica Crafted Chocolates
“Fazemos chocolates legais para pessoas legais”. É assim que a descolada Mica se define. No mercado desde 2018, a marca tem como diferencial os bombons pintados à mão com pincéis, esponjas e pistolas, e produtos embalados um a um – tudo bem artesanal e artístico. Além de loja, o espaço físico em Pinheiros ainda é fábrica, café e galeria. Para a data mais doce do ano, a Mica foge do óbvio com o lançamento de seu ovo de batata chips, que traz a junção da casca de chocolate ao leite e da castanha de caju com chocolate branco caramelado e com a crocância da batatinha chips.
�F Rua Artur de Azevedo, 1.199, Pinheiros. Tel. 97620-0210.
Cau Chocolates
Em uma simpática casa roxa no Jardim Paulista, você encontra a Cau – marca fundada por Renata Feffer, em 2007. Entre as opções mais vendidas estão o pão de mel recheado e os rochedos de macadâmia e pipoca. Mas há uma variedade enorme de produtos, como bombons, frutas recheadas, flores de chocolate e barras. Para esta Páscoa, a Cau traz um catálogo extenso de ovos recheados com sabores como pão de mel, torta de limão, pistache, flor de sal e marzipã.
�F Rua Peixoto Gomide, 1.740, Jardim Paulista. Tel. 3081-9820.
Di Siena
Com mais de 30 anos de história, a marca de chocolates finos é tradicional no bairro de Perdizes e está sempre recheada de gente, especialmente em datas comemorativas. Além dos ovos, colombas, cestas decoradas e panetones, os carros-chefes da Di Siena são os bombons sortidos a granel, sendo os de nuts, ganache 70% cacau e mousse de chocolate os mais vendidos atualmente. A Páscoa da Di Siena destaca os ovos de mousse de chocolate e de crocante ao leite, que são sempre best-sellers.
�F Rua João Ramalho, 1.060, Perdizes. Tel. 3861-7460.
Fruto do Cacau
Chocolatier desde 1985 e de origem libanesa, Cristina Mansour sempre foi apaixonada pela iguaria e se propõe a trazer produtos nobres de diferentes partes do mundo para a sua marca, como halawi (doce do oriente médio), amardim (pasta de damasco típica do Oriente), pistache e gergelim. Cada chocolate é feito manualmente, o que torna a produção ainda mais especial e exclusiva. Os sabores inusitados também estão presentes nos ovos de Páscoa da marca, como o recheado de halawi com pistache e o trufado de damasco.
�F Rua Joinville, 528, Paraíso. Tel. 5083-0271.
POR VIVIAN MONICCI
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Em sentido horário, fachada da Oficina Cultural Oswald de Andrade; pastéis de queijo meia cura do bar Carmem; drinques e pratos do Shoshana Delishop
PASSEIO
A porção cool do Bom Retiro
Ao lado do comércio popular da tradicional Rua José Paulino, o bairro tem também enederços descolados, como restaurantes de culinária judaica e coreana, centros culturais e bares com ótimos drinques
A PLURALIDADE CULTURAL presente no Bom Retiro é pulsante e renova constantemente o bairro, que é conhecido por lojas de tecidos e vestidos, restaurantes e bares asiáticos e comércio eletrônico, em São Paulo. Entre suas movimentadas ruas, a revista inglesa "Time Out" já considerou a Três Rios a sétima mais cool do mundo, em razão da concentração de lugares que remontam à história da região – de imigrantes fugidos de guerras, revoluções e crises econômicas, que se fixaram por ali em busca de oportunidades de trabalho nas indústrias. Hoje, os diferentes pontos perpetuam esse passado através de gerações de comerciantes, chefs e artistas.
A Oficina Cultural Oswald de Andrade chama a atenção na Três Rios. Instalado em um edifício de 1905, o lugar sedia exposições, espetáculos de dança e peças de teatro. Em abril, a programação inclui a segunda edição
da Feira de Artes Gráficas da Oswald, que acontece entre os dias 13 e 15, com oficinas no ateliê de gravura; e a mostra “Monumento das bandeiras da Diversidade”, que destaca símbolos da comunidade LGBTQIA+ no pátio do local. É possível acompanhar os cursos, workshops, peças e mostras no site www.oficinasculturais.org.br.
A poucos metros dali, o restaurante de comida judaica Soshana Delishop é destaque instagramável no bairro. Inaugurada em 1991, a casa fechou temporariamente durante a pandemia e reabriu em agosto do ano passado. O cardápio segue sem carne suína, em respeito à tradição judaica. Entre os principais, vale pedir a Lubia – uma salada de feijão com especiarias, ervas e brotos com ajlouk de potiron (purê de abóbora apimentado). Para finalizar, a sobremesa Laranja do Kibutz se destaca – uma laranja brulée, com açúcar de
cardamomo, água de flor de laranjeira e farofa de biscoito de azeite.
Também de cara nova no Bom Retiro, o chinês Summer Bar enfatiza no menu os whiskies premium, como Royal Salute, além de drinques com gim e vodca. E o moderninho Carmem ressalta petiscos e drinques que misturam influências brasileiras e internacionais, como os pasteis de queijo meia cura com kimchi (acelga fermentada coreana), a croqueta de mortadela com mostarda da casa e as caipirinhas com diversas frutas.
FOTOS DIVULGAÇÃO Oficina
Rua
Cultural Oswald de Andrade
Três Rios, 363, Bom Retiro Soshana Delishop Rua Correia de Melo, 206/212, Bom Retiro Summer Bar Rua Prates, 481, Bom Retiro Carmem Rua Silva Pinto, 429, Bom Retiro
POR PAULA CALÇADE
10 HORA H
De volta às raízes
Um fim de semana em Campos do Jordão é ideal para recarregar as energias, ficar imerso na Serra da Mantiqueira e experimentar a deliciosa gastronomia local
POR VIVIAN MONICCI
SORTUDOS AQUELES que conseguem escapar em direção à Serra da Mantiqueira sempre que possível e redescobrir seus encantos. A cadeia montanhosa faz parte dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e concentra muitas cidades charmosas pelo caminho, como é o caso de Campos do Jordão, a cerca de 180 km de carro da capital paulista.
Além do badalado centrinho, o Capivari – recheado de lojas e opções gastronômicas variadas –, Campos tem atrações para os amantes de natureza e aventura, como o Parque Estadual de Campos do Jordão, também conhecido como Horto Florestal. Com mais de 8 mil hectares, a unidade de conservação abriga área remanescente da Mata Atlântica, com imponentes araucárias e mais de 186 espécies de
aves e animais ameaçados de extinção, como a onça-parda, a jaguatirica e o papagaio-de-peito-roxo.
É, sem dúvida, um dos passeios imperdíveis na região, especialmente em épocas mais quentes e ensolaradas, já que oferece atividades como arvorismo, trilhas, cachoeiras, tirolesa, roteiros de bike e restaurantes deliciosos a céu aberto.
DO CAMPO À MESA
No Horto Florestal, não deixe de almoçar no Restaurante Dona Chica, do chef Anderson Oliveira, natural de Campos do Jordão. O cardápio segue o conceito sustentável do campo à mesa, com ingredientes frescos colhidos na horta do próprio espaço, e tem como base a comida afetiva de família
– com receitas passadas de geração em geração. O chef não utiliza produtos industrializados e prestigia itens da Mantiqueira, fortalecendo a economia local.
Este ano, o grupo Dona Chica Alimentação de Campos do Jordão, cujo nome é uma homenagem à bisavó de Anderson, comemora dez anos de operação. Para coroar o momento, foi inaugurado no início de março o novo Dona Chica na Horta, dentro do Espaço Chão no bairro dos Mellos, na zona rural. Aninhado em uma grande estufa de legumes e hortaliças, o local também segue o conceito farm to table.
“O Dona Chica na Horta é um projeto de vida muito especial. Sua essência é um domingo em casa, onde a gente coloca o que tem de melhor no meio da mesa”, explica o chef. “Para mim é uma imensa alegria abrir uma unidade no bairro dos Mellos, pois nele tenho as minhas referências familiares, meus avós são de lá e nossa história começa ali. Podemos dizer que o Dona Chica volta para o seu chão”.
Entre as opções do variado menu
ESCAPADA
FOTOS VIVIAN MONICCI E DIVULGAÇÃO
12 HORA H
estão receitas típicas da região, como grelhados feitos na parrilla, legumes frescos na brasa, purês e novas criações vegetarianas e veganas. Na ala das bebidas, cervejas produzidas na Serra e novos drinques com e sem álcool são apresentados com ingredientes locais.
Para completar a experiência, há uma Feira de Orgânicos e um Empório com produtos artesanais como azeites, queijos, geleias e vinhos, além de um espaço de brincar para crianças. No Dona Chica na Horta, os animais de estimação são muito bem-vindos e têm até um menu especial preparado pelo chef.
ALTA GASTRONOMIA E REFÚGIO URBANO
Para quem não abre mão de uma experiência gastronômica sofisticada, o restaurante de vanguarda Puriman é uma opção interessante. Comandado pelo chef João Izar – com passagens pelos restaurantes Evvai, Tuju, Loup, Corrutela e Dinner in the Sky, todos na capital –, o espaço desenvolve uma cozinha de pesquisa e produto baseada também na valorização de pequenos produtores e de insumos da Serra da Mantiqueira, extraídos de forma consciente.
O grande destaque é o menu degustação, que muda a cada estação e pode ser harmonizado, mas há cardápio à la carte com criações contemporâneas, além de café da manhã. Por lá, destaques para a bochecha de BBQ, pêra e bernaise; arroz pomodoro, boursin e manjericão; pudim de cítricos e sorvete de baunilha do cerrado.
Nesse mesmo conceito de refúgio elegante – a poucos metros da Praça do Capivari – o Hotel Boutique Quebra-Noz foi inaugurado em 2019 e está perfeitamente integrado à natureza, respeitando a geografia do local e com arquitetura que prioriza materiais como aço, o vidro e a madeira.
Em meio aos 9 mil m² de área verde e às centenárias árvores que envolvem a propriedade, o lugar dispõe de acomodações confortáveis, que podem abrigar de três a cinco pessoas – caso do charmoso Araucária Bungalow, que possui 100 m² distribuídos em dois andares com um total de dois quartos, dois banheiros com chuveiro, sala de estar com mini-copa e varanda exclusiva com vista para o bosque.
O hotel conta ainda com uma piscina aquecida com borda infinita em pedras naturais e salinizadas, spa, academia, sauna, quadra de beach tenis, trilha, biblioteca, adega com mais de 300 rótulos, espaços para as crianças e bicicletas para passeios em meio à bela paisagem de Campos do Jordão.
Dona Chica na Horta
Rua Elídio Gonçalves da Silva, 800, Bairro dos Mellos - Campos do Jordão, SP.
Tel. 12 99714-0019.
Restaurante Dona Chica
Avenida Pedro Paulo, S/N, Horto Florestal - Campos do Jordão, SP.
Tel. 12 99731-3953.
Puriman
Rua Embuia, 190, EmbaixadorCampos do Jordão, SP.
Tel. 12 99619-9689.
Hotel Boutique Quebra-Noz
Rua Arnola, 100, Capivari - Campos do Jordão, SP.
Tel. 12 3663-4889.
Diárias: A partir de R$ 950.
VIVIAN MONICCI E DIVULGAÇÃO
FOTOS
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Na outra página, novo restaurante Dona Chica na Horta e o chef Anderson Oliveira. Nesta página e em sentido horário, pudim de cítricos, cozinha e chef João Izar do Puriman; e piscina e bangalôs do Hotel Boutique Quebra-Noz
Up in the air
Muito procurados por aqueles que desejam ver São Paulo sob uma nova perspectiva, os voos panorâmicos de helicóptero podem ser personalizados
A CAPITAL PAULISTA merece ser descoberta de vários ângulos. Uma visão muito impactante é de cima, diretamente das nuvens, em um voo panorâmico de helicóptero. Seja a lazer ou apenas para um deslocamento executivo mais rápido, existem empresas especializadas no segmento que estão prontas para atender essa demanda.
Há 23 anos no mercado, a Helimarte Experience está disponível apenas para fretamento completo. Oferece desde o voo panorâmico mais simples, com duração de 20 minutos, até experiências mais elaboradas, que podem incluir voo de até uma hora, jantar romântico e pernoite em hotel de luxo, como Unique Garden e Tivoli Mofarrej. São vários pacotes disponíveis, inclusive para o litoral e o interior do estado, mas o cliente pode personalizar. Suas aeronaves têm capacidade para três ou cinco passageiros.
Com mais de oito mil voos realizados,
a High Class tem uma frota com helicópteros que acomodam de uma até seis pessoas. Os passeios nas alturas têm duração de 20 ou 30 minutos e podem fazer parte de um pacote mais completo, com jantar e pernoite no Grand Mercure Ibirapuera. Para os que desejam fazer uma viagem até o litoral, há voos de 35 minutos e que podem incluir almoço ou jantar e pernoite. A empresa também disponibiliza táxi aéreo executivo e serviços para eventos corporativos.
Outra que segue a mesma linha é a VoeSP que, além de táxi aéreo, oferece voos panorâmicos pela cidade de 10, 20 ou 30 minutos, pacotes românticos e corporativos, passeios para os amantes de futebol – passando pelos pontos turísticos de São Paulo e pelo estádio de sua escolha –, além de viagens para o litoral e Mairiporã. Há, ainda, planos empresariais, com cotas de até 50 horas mensais, e cursos para pilotos.
Helimarte Experience
Avenida Olavo Fountoura, 1.078, Campo de Marte, Santana. Tel. 2221-3200.
Voo panorâmico (valores para até 3 pessoas): de R$ 1.800 (20 minutos) a R$ 4.100 (60 minutos).
High Class Helicópteros
Avenida Olavo Fontoura, 1.078
Campo de Marte, Santana. Tel 3863-2061.
Voo panorâmico: a partir de R$ 1.930.
VoeSP
Avenida Olavo Fontoura, 1.078
Campo de Marte, Santana. Tel. 2659-1001.
Voo panorâmico por pessoa: de R$ 699,99 (10 minutos) a R$ 1.499,99 (30 minutos).
CIDADE
POR VIVIAN MONICCI
FOTOS DIVULGAÇÃO
FOTO EDGARD LOURENÇO DIVULGAÇÃO
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Helicópteros da empresa Helimarte Experience e vista aérea de São Paulo
Mercado criativo, solução inovadora
Estimulando o empreendedorismo, a Stages possibilita a criação de lojas online de vídeos por criadores de conteúdo que buscam independência e meios de gerar renda online
O BRASIL É UM DOS MAIORES MERCADOS de criadores de conteúdo do mundo. Há cerca de 20 milhões de criadores no país, conforme pesquisa recente da Factworks for Meta. Com o crescimento das redes sociais baseadas no compartilhamento de vídeos, o país viu surgir uma nova geração de produtores de conteúdo que vem conquistando cada vez mais espaço e audiências.
No entanto, muitos ainda enfrentam desafios para monetizar seu trabalho e transformá-lo em uma fonte de renda. “A aplicação de novas tecnologias e novos formatos pode ser uma importante aliada no desenvolvimento desse mercado, impulsionando ainda mais a produção de conteúdo de qualidade no país”, conta Leonardo Sampaio, CEO da Stages – empresa que escolheu o Brasil como o primeiro mercado no mundo para se estabelecer e lançar seu serviço para a Creator Economy.
A Stages possibilita a criação de lojas online de vídeo por criadores de conteúdo – seja em formato de site (com a possibilidade de domínio próprio) ou um aplicativo – que buscam independência e novos formatos, diretamente com suas audiências e sem o intermédio de uma rede social. “Não temos participação nenhuma no faturamento do produtor em sua loja. Nós criamos o espaço virtual para que ele colo que o preço que quiser e faça o conteúdo que desejar. Não
vamos censurar nem colocar anúncio no meio”, explica.
O primeiro mês de assinatura é grátis e disponibiliza tudo o que é necessário para criar e lançar uma loja de vídeos, incluindo um painel de gestão integrada da ferramenta e cursos exclusivos sobre como monetizar conteúdo online, pela Stages Academy. Com isso, é possível começar a faturar com vídeos desde o primeiro dia da assinatura do plano que, ao final de 30 dias, passa a custar R$ 49,90.
Para publicar conteúdos, o criador precisa realizar uma recarga de minutos, por meio de um plano pré-pago, no valor de R$ 50 (já incluído nos 30 dias grátis), que fornece 90 minutos de upload de vídeos e lives, e possibilita que as audiências possam assistir até 9 mil minutos corridos de streaming de vídeos e lives. Caso o tempo disponível esgote – sinal de que a audiência comprou tudo o que estava disponível – basta efetuar uma nova recarga de minutos.
“Já temos mais de três mil lojas criadas com a Stages. É um serviço super inclusivo, que contempla criadores que têm de 10 mil a um milhão de seguidores”, afirma o CEO. O grande destaque do momento na Stages é o comentarista de futebol Paulo Vinícius Coelho, que produz conteúdos diários no Canal do PVC junto à Stages.
TECNOLOGIA
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HORA H - BRANDED
Leonardo Sampaio, CEO da Stages 15
FOTOS
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CONTENT Stages BY 29HORAS Acesse o site
À esq., cultivo de cânhamo para a indústria de papel e tecidos; abaixo, o milagroso óleo de canabidiol
Feiras focam em negócios da 'economia canábica’
Eventos reúnem empresários e cientistas do Brasil e do exterior para apresentar os benefícios da descriminalização dessa planta estigmatizada para a saúde humana e para a economia do país
AO SER DESCRIMINALIZADA e regulamentada, a cadeia produtiva da cannabis pode injetar até US$ 30 bilhões (algo como R$ 160 bilhões) na economia brasileira, segundo estudos de mercado. Uma mudança na legislação poderia ainda reduzir a criminalidade do país, trazer benefícios à saúde humana, gerar empregos e criar oportunidades para as indústrias têxtil, papeleira e de biocombustíveis.
De olho nisso, dois eventos em São Paulo vão agregar os interessados em conhecer e investir na economia canábica. Nos dias 13, 14 e 15 de abril, a Hemp Fair promete ser a maior feira do tema no Brasil. O evento deve receber comitivas de 25 países, apresentando inovações com a cannabis para uso medicinal, industrial e recreativo. Serão cerca de 120 estandes expondo produtos e serviços, além de palestras,
rodadas de negócios, conferências médicas e científicas, worshops e ações de networking. A realização da feira é da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann) e deve integrar médicos, farmacêuticos, psicólogos, veterinários, associações de pacientes, donos de headshops, engenheiros agrônomos, empreendedores e industriais de vários segmentos.
Depois, nos dias 4 e 5 de maio, a Medical Cannabis Fair reúne no Expo Center Norte cerca de 100 marcas, que exibirão seus negócios na área medicinal e em setores industriais canábicos – das tecnologias de cultivo aos poderes curativos do óleo de canabidiol, do uso das fibras do cânhamo na área têxtil à cosmetologia. Durante os dois dias de evento, 70 speakers de 30 países apresentarão soluções para o uso medicinal da cannabis para diferentes
necessidades patológicas e novos negócios industriais. A entrada é gratuita nos dois dias.
Mais de 100 países no mundo já regularam de alguma forma a cannabis e o cânhamo e arrecadam milhões em impostos com isso. Manter essas estigmatizadas plantas na ilegalidade é dar apoio às falidas políticas de combate às drogas que por décadas apenas geraram violência e mortes.
Hemp Fair Brasil
De 13 a 15 de abril.
Mais informações em www.hempfair.com.br. Ingressos a R$ 30, na plataforma Sympla.
Medical Cannabis Fair
Dias 4 e 5 de maio. Inscrições pelo site www.medicalcannabisfair.com.br ou pelo tel. 2089-8500. Entrada gratuita.
PLANET HEMP POR KIKE MARTINS DA COSTA
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MARO 21.04 Zé Ibarra 05.05 BNegão e Seletores de Frequência 04.05 Áurea Martins 11.05 Flora Matos 13.05 João Donato e Jards Macalé 18.05 e muito + Nos encontramos na música
Areias catarinenses e ventos internacionais
Baladas com DJs famosos, beach clubs, restaurantes com menus do mundo todo, hotelaria à beira mar e refúgios próximos, além de mansões e carros importados, fazem de Jurerê um lugar constantemente buscado por festeiros
A PRAIA DE JURERÊ, em Florianópolis, ainda é destino badalado para quem gosta de música eletrônica, bastante estrutura pé na areia e luxo. É justo dizer, no entanto, que é preciso separar joio do trigo para encontrar o que de fato oferece conforto e experiência autêntica em meio à conhecida ostentação local. Passando por reformas desde o final de 2021, o lugar descontinuou o “Internacional” do nome, criado há décadas para se diferenciar da vizinha Jurerê Tradicional, e agora virou apenas “Jurerê In”, o que promete ser o prenuncio de novidades na região.
As mudanças já deram mais espaço para a circulação de pessoas e destacam serviços próximos à praia. Foi colocado um palco para shows, um parquinho infantil e uma estrutura de madeira de dois andares para abrigar uma grande praça de alimentação ao ar livre. E o Open Shopping ainda é um lugar bastante agradável para um sorvete e drinques ao fim da tarde, com cadeiras e
mesas convidativas e diferentes lojas, principalmente de moda verão e marcas brasileiras.
Por ali, quatro restaurantes chamam a atenção, o italiano Olivia Cucina, o mediterrâneo Jay Bistrô e os japoneses Noma e Kuay Kitchen, que são boas opções nas proximidades de um dos hotéis mais conhecidos, o IL Campanario Villaggio Resort. De frente para a praia, o local oferece também opção de day use, que inclui café da manhã, acesso às piscinas, sauna seca e úmida, espaço kids, e empréstimo de cadeiras e guarda-sóis – pelo valor de R$ 300 reais por pessoa.
Outra opção em “Jurerê In” é o hotel Beach Village, que dispõe de suíte com vista para o mar e espaços para eventos corporativos e culturais. O hotel ainda apresenta o “cardápio de aventuras”, com diversas alternativas de passeios por Florianópolis e suas ilhas, como trilhas, cavalgadas, aluguel de lanchas e roteiros feitos de canoas, além de voo
TURISMO POR PAULA CALÇADE
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De cima para baixo, vista aérea de Jurerê Internacional; sushi de vieiras canadenses defumadas e salão do asiático Kuay Kitchen
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panorâmico de parapente e helicóptero.
Para aqueles que buscam refúgio depois da badalação e não dispensam uma atenção ao mobiliário assinado por designers brasileiros nas acomodações, o Fuso eleva qualquer nível de hospedagem na região. São apenas quatro bangalôs – de 70 a 168 metros quadrados – no Morro do Forte, vila de pescadores com a privilegiada localização entre a tradicional Praia do Forte e Jurerê Internacional. O hotel é vizinho da centenária Fortaleza de São José da Ponta Grossa, o Forte erguido no século 18 e tombado em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
IL Campanario Villaggio Resort
Avenida dos Búzios, 1.760 - Jurerê Internacional, Florianópolis. Tel 48 3261-6000. Diárias a partir de R$ 500.
Beach Village
Alameda César Nascimento, 646Jurerê, Florianópolis. Tel 48 3261-5100. Diárias a partir de R$ 400.
Fuso Concept Hotel
Serv. José Cardoso de Oliveira, 633, Praia do Forte, Florianópolis. Tel. 48 3380-3200. Diárias a partir de RS 2.800.
MESES DE CURTIÇÃO
Conhecida por trazer atrações internacionais para Jurerê desde 2006, a Posh Club promove baladas luxuosas no verão, são 22 noites de festa ao ano. Nesta temporada, já passaram pelo club DJs como Laolu, Michael Canitrot, Black Coffee e Jack-E – famosos por tocarem em Ibiza, Mônaco, St. Tropez e Miami. Em abril, a programação se encerra com festas em todos os finais de semana e é possível garantir ingressos em www.poshclub.com.br. A Posh passará a ser o primeiro club brasileiro de luxo a abrir uma filial na Europa. A inauguração está marcada para julho em Algarve, Portugal.
Em sentido horário, bangalô e piscina do hotel Fuso, próximo à praia do Forte; recepção do Beach Village e área comum e piscina do Il Campanario, em Jurerê
FOTOS DIVULGAÇÃO
Horas de voo
Martins da Costa
Radar
Sin conexión
Aéreas ampliam conexões
entre o Brasil e o Caribe
Azul, Gol, Avianca e Copa ligam o Brasil a vários destinos na região. Escolha a ilha que combina mais com o seu perfil e siga as nossas dicas para pegar a rota mais prática até esses paraísos de águas cristalinas
Depois de anos explorando os resorts do Nordeste, agora os viajantes brasileiros se preparam para conquistar o Caribe. Apesar da relativa proximidade com o Brasil, as ilhas nunca foram muito exploradas pelos turistas brazucas. Mas agora esse quadro pode mudar, e algumas companhias aéreas estão trabalhando para isso, facilitando o acesso para quem busca águas tranquilas, quentinhas e cristalinas.
A partir de junho, a Azul vai começar a operar um voo semanal entre BH-Confins e a ilha de Curaçao. A saída será sempre aos sábados. A mesma Azul também opera voos para Nassau, nas Bahamas, em parceria com a JetBlue. O chato é que, para fazer a conexão em Fort Lauderdale, na Flórida, o viajante precisa ter um visto válido para entrar nos EUA – objeto tão incomum na bolsa do cidadão brasileiro quanto aquela nota de R$ 200 do lobo-guará.
Há anos, a Gol tem dois voos diretos por semana ligando São Paulo (Guarulhos) a Punta Cana, na República Dominicana. E, para quem quiser
programar uma viagem a Aruba (foto) ou para ilha de San Andrés, basta fazer uma escala em Bogotá e pegar um voo regional da Avianca até um desses paraísos.
Agora, se a ideia é ir a St. Maarten, Jamaica ou Cuba, o melhor caminho é passando pelo aeroporto de Panamá City – uma escala que não é tão fora da rota. A Copa Airlines tem voos diários para esses três destinos caribenhos, além de ligar seu hub na América Central a várias cidades brasileiras, como São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Manaus.
Miami também pode ser a parada estratégica da sua viagem ao Caribe. Assim como Fort Lauderdale, exige um visto válido para entrada ou escala nos Estados Unidos, mas em compensação tem conexão direta com várias ilhas encantadoras do Mar das Caraíbas: Gran Cayman, Antigua, Ilhas Virgens, Santa Lúcia, Bermudas, St. Croix, Grenada e muito mais…
Prepare a camisa florida, os óculos escuros, o chapéu Fedora e boa viagem!
A companhia aérea Viva Air suspendeu suas operações. Segundo o comunicado emitido pela empresa colombiana, complicações financeiras a impedem de honrar as passagens já vendidas. A única possibilidade de voltar a realizar os voos seria após uma integração com a Avianca – fusão que enfrenta barreiras governamentais para sua aprovação. Até o final de fevereiro, a Viva Air operava voos entre o aeroporto de Guarulhos e a cidade de Medellín.
Verão à grega
A Air Europa ampliou a rede de destinos que serão atendidos pelos aviões da companhia na próxima temporada do verão europeu. A partir de junho, a empresa terá aviões conectando Madri-Barajas a Santorini. A Air Europa opera voos diretos de São Paulo e de Salvador para seu hub na Espanha e, de lá, os passageiros brasileiros terão a oportunidade voar para a paradisíaca ilha grega. Serão três operações semanais, até setembro, com Boeings 738-800.
Terminal rodoaéreo
O Aeroporto Internacional de Florianópolis quer funcionar também como rodoviária. De seu terminal intermodal, com dez plataformas, a ideia é ter ônibus para Itajaí, Bombinhas, Porto Belo, Blumenau, Garopaba e Criciúma. Em novembro, a Viação Catarinense já iniciou a operação da rota entre o Floripa Airport e Balneário Camboriú. A rodoviária principal da cidade, a de Rita Maria, fica a 13 km do aeroporto, no centro da capital catarinense.
22 COLUNA POR Kike
kikecosta@uol.com.br
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Bom de copo
Taças para o outono
Cada estação do ano traz características distintas aos vinhedos, que refletem na produção e no consumo de rótulos em diversas regiões
O mundo do vinho tem algo de especial. Se visitarmos o mesmo vinhedo em épocas do ano diferentes – especialmente no hemisfério norte, onde as estações são bem demarcadas – visitaremos lugares distintos. Entramos no outono, momento em que se promovem as podas nas videiras, para prepará-las para o inverno – quando as plantações adormecem em uma espécie de meditação para se renovarem e trazer a vida novamente, explodindo em flores e frutos na primavera. No verão, acontece a colheita e tudo volta ao seu ciclo.
Nós, consumidores, tendemos a preferir alguns estilos de vinho conforme a estação, com os espumantes rosés e brancos no verão e na primavera e optamos por tintos no outono e no inverno. Confesso que, indiferentemente da época, minhas
DIDÚ RUSSO é editor do site didu.com.br
escolhas são mais em função do momento e da harmonização. Tenho consumido mais brancos do que tintos e mais evoluídos do que jovens e frescos, esses últimos que também vão bem nesta estação do ano.
Os vinhos têm a capacidade de oferecer sensações diferentes conforme a idade. Na juventude, ficam evidentes aquele frescor e vivacidade e, depois, no amadurecimento, a complexidade e exuberância se ressaltam. Sugiro, a seguir, alguns rótulos para a entrada do outono, entre estilos distintos.
Na Natural Vinci, indico o Solo Rosso G 2019, do produtor natural Maurizio Ferraro, custa R$ 331 e vale cada gota. Um espetáculo de uva do Piemonte de corpo leve e harmoniza com aperitivos, embutidos, caponatas e pão com calabresa. Já na Prem1um Wines, sugiro o espetacular Vinha do
Infante, da Quinta do Infantado. É orgânico, delicioso, fresco e equilibrado, e sai pelo valor de R$ 194. Um vinho perfeito para as receitas de bacalhau nesta Páscoa!
E o biodinâmico excepcional do Ernesto Catena, o vinho Animal, custa R$ 194 na Mistral e é um Malbec super fresco, intenso e equilibrado. Esse vinho fica maravilhoso com um queijo emental, com choripan e com as carnes grelhadas. Na De la Croix vinhos, indico o delicioso e fresco Travers de Marceau, um vinho de Saint Chinian (AOC), do Languedoc-Roussillon, das uvas Syrah, Mourvèdre, Carrignan e Cinsault. Sai das mãos do talentosíssimo Monsieur Rimbert e faz sucesso com as térrines, com carnes curadas, com pato, é bem versátil.
No Brasil, recomendo o surpreendente e natural Vitale Pinot Noir, da Valparaiso, um delicioso e fresco Pinot, de fermentação espontânea e uvas orgânicas, que fica um espetáculo com aperitivos, com sanduíches e salada de batatas. Custa R$ 130 no site do produtor.
Por fim, indico um orgânico espanhol de Garnacha e Syrah, que sai por R$ 112 na La Pastina e vale muito a pena. É o Venta La Vega Adaras Aldea em Almansa de El Mugrón e que tem por trás o talento do craque Raul Perez. Aproveite as luzes do outono e saúde!
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POR Didú Russo
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Bon vivant
Dignos de endereços parisienses
O gosto do paulistano por cafés da manhã mais sofisticados faz restaurantes e bistrôs investirem em espaços acolhedores e elegantes e alavanca produção própria
Quem mora em São Paulo sempre teve à disposição uma boa padaria para tomar o seu café da manhã. Mas até pouco tempo atrás, o cafezinho, o suco e o sanduíche ou pão com manteiga na chapa era coisa de 10 minutos e com um custo em torno de 20 ou 25 reais o combo. Só se viam as mesas lotadas aos finais de semana e ainda assim em dias de sol.
Mas o gosto por pães artesanais, baguetes, croissants e tapiocas não só veio para ficar, como tornou a refeição matinal um programa para se curtir sem pressa e, por que não, para ver e ser visto. Contrariamente às boulangeries em Paris – onde os clientes compram seus croissants e baguettes para consumir nas suas casas – os lugares que abriram em São Paulo passaram a oferecer salões e terraços agradáveis, tornando esse programa tão glamouroso ou mais do que almoçar em um lugar da moda.
Os cardápios ficaram mais amplos e sofisticados acompanhando as tendências de fitness, de sem glúten e de orgânicos, que até então mal existiam. E junto também evoluiu a oferta de doces. No lugar do sonho, da tortinha de morango e do suspiro, entraram tartelettes, éclairs e outros doces sofisticados que justificam a nomenclatura de pâtisserie. É evidente que os restaurantes e os bistrôs notaram esse movimento e passaram a se interessar por esse ticket médio que dobrou e gira, hoje, em torno de 50 reais para o mesmo combo, podendo chegar a mais.
O elegante restaurante Maní inaugurou há alguns anos a Padoca do Maní na mesma rua e vive lotada. O chef Erick Jacquin, proprietário dos
restaurantes Président, Ça Va, Lutetia e da rede Ça Va Café, montou a sua própria produção para abastecer seus restaurantes e seus cafés no intuito de baixar custos e garantir a qualidade. E a novidade recém-inaugurada é a boulangerie do grupo Le Jazz, que conta com quatro bistrôs de sucesso focados na culinária francesa.
A Boulangerie Le Jazz está na Rua Joaquim Antunes, a meia quadra do primeiro endereço do grupo que foi, junto com o extinto Le Vin, responsável pela difusão da bistronomia em São Paulo. O bairro de Pinheiros foi estratégico por ainda não ter por ali uma Galeria dos Pães que o Jardins tem, uma Julice Boulangère da Vila Madalena, uma Jules l’Art du Pain de Moema ou uma Mr Baker ou uma A Fornada do Itaim.
O grupo não apenas passa a explorar o nicho das padarias como também elimina um fornecedor e um custo importante, já que como todo bom bistrô francês não se pode faltar pão e manteiga na mesa. A novidade em relação às outras boulangeries é que a Boulangerie Le Jazz conta com um formato que permite atender ainda um bufê de almoço durante a semana, um brunch aos sábados e domingos e por que não um drinque de fim de tarde.
A verdade é que gostei do lugar pelos produtos que experimentei, mas também pela configuração que permite fazer uma refeição rápida fora de hora, olhando para o movimento da calçada em um bairro cada vez mais interessante. E verdade seja dita, comi um croque madame digno de um café parisiense.
À la prochaine!
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georgeshenrifoz@gmail.com
POR Georges Henri Foz
GEORGES HENRI FOZ é publicitário, restaurateur e empresário franco-brasileiro.
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Acima, ovos benedict e suco detox, e salão da Boulangerie Le Jazz, em Pinheiros
a urgência de adaptar as cidades para as mudanças climáticas
Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Nabil Bonduki foi relator do Plano Diretor e Secretário de Cultura de São Paulo. Na entrevista a seguir, ele reflete sobre o modelo urbano das cidades e a relação com os alagamentos, que também envolvem uma mobilidade focada no automóvel.
O que deve ser feito para evitar tragédias como a de São Sebastião, já que os eventos climáticos extremos serão cada vez mais comuns?
É essencial garantir que as cidades sejam mais permeáveis e arborizadas. As Áreas de Proteção Permanente (APP), faixas nas beiras dos córregos e rios, precisam ser protegidas e/ou recuperadas. As águas pluviais devem ser retidas nos lotes (e reutilizadas), antes de chegarem nos sistemas de drenagem, evitando os alagamentos. A impermeabilidade está vinculada ao modelo de desenvolvimento urbano do
século 20, voltado para o automóvel, que gerou avenidas nos fundos de vale e estacionamentos nos subsolos, que são péssimos para a drenagem urbana.
Na mobilidade, o que é importante fazer?
Promover a transição energética, abandonando gradativamente os combustíveis fósseis, e priorizar os modais coletivos e ativos. Trens, metrôs, ônibus elétricos, bicicletas e andar a pé são as melhores alternativas; o automóvel é a pior e precisa ser desestimulado.
É possível mudar essa lógica?
Possível é, mas é necessário um esforço conjunto do poder público, do setor privado e dos cidadãos. Os governos precisam sair do discurso e da demagogia e priorizar os investimentos em transporte coletivo movido a energia limpa. Os modais coletivos e ativos precisam ter faixas exclusivas para aumentar velocidade e segurança. Significa reduzir drasticamente os investimentos voltados para os carros e limitar seu espaço no viário, além de aumentar o seu custo para circulação.
Como educar a população para usar
ajuda as pessoas a aproveitar a vida se locomovendo de forma inteligente.
menos o carro?
Com educação desde a primeira infância para criar uma nova mentalidade. Precisamos formar pessoas que estejam conscientes de que a mudança é inevitável para sobreviver no planeta. Sem apoio da população, as mudanças não serão viabilizadas do ponto de vista político.
O que é prioritário fazer em São Paulo nesse sentido?
Por um lado, investir na formação de professores e na cultura urbana, contribuir na formação de uma mentalidade baseada na sustentabilidade. Por outro, promover um novo modelo de desenvolvimento, contendo o crescimento horizontal da cidade, ocupando terrenos e edifícios vazios ou subutilizados e adensando ao longo do transporte coletivo, de modo que a moradia esteja mais próxima do trabalho. O transporte coletivo precisa ter conforto, rapidez, segurança e custo acessível. As ciclovias e calçadas precisam ser mais seguras, iluminadas e articuladas. Sem melhores condições, o cidadão continuará desejando usar o automóvel. A formação para a cidadania será insuficiente.
O PRO COLETIVO
À esquerda, Nabil Bonduki
FOTOS DIVULGAÇÃO E NELSON ANTOINE | SHUTTERSTOCK
CONHECIDO POR CONCEBER OBRAS DE ARTE COM CHOCOLATE, DIAMANTES, MOLHO DE TOMATE OU LIXO, VIK MUNIZ AGORA USA
DINHEIRO PICADO PARA MONTAR IMAGENS DOS ANIMAIS QUE ESTAMPAM AS CÉDULAS DO NOSSO BONITO E DESVALORIZADO REAL. AS OBRAS FICAM EXPOSTAS NA GALERIA NARA ROESLER ATÉ O DIA 22
HÁ QUATRO DÉCADAS, Vicente José de Oliveira Muniz faz a gente pensar com suas obras de arte feitas com materiais inusitados. Hoje, seus trabalhos são expostos nos principais museus e galerias do planeta. Em 2010, seu trabalho no lixão do Gramacho gerou o longa “Lixo Extraordinário”, que concorreu ao Oscar de Melhor Documentário. Agora, com 61 anos, o artista nascido em São Paulo e radicado no Rio expõe na galeria Nara Roesler (no Jardim Europa, na capital paulista) a série “Dinheiro Vivo”, com imagens compostas com fragmentos de dinheiro que seriam descartados pela Casa da Moeda, mas em suas mãos ganharam novo valor e novos significados.
“Dinheiro Vivo” se divide em duas partes. A primeira traz representações dos animais que estampam as cédulas do dinheiro brasileiro: a tartaruga marinha da nota de R$ 2, a garça da cédula de R$ 5, a arara (R$ 10), o mico-leão-dourado (R$ 20), a onça-pintada (R$ 50), a garoupa (R$
100) e o lobo-guará (R$ 200). Mesmo triturado e sem valor financeiro, esse dinheiro serve para articular uma nova imagem, com aspectos metalinguísticos e novos simbolismos.
No segundo grupo de trabalhos, Muniz recria pinturas e gravuras de paisagens brasileiras do século 19, feitas por pintores viajantes como o alemão Johann Moritz Rugendas, o norte-americano Martin Johnson Heade e o francês Félix Taunay. Essas recriações também conferem a essas pinturas tão famosas novas interpretações e novas perspectivas. Afinal, dinheiro vivo (feito de papel) é sinônimo de floresta morta.
Em entrevista que concedeu à 29HORAS, Vik fala do processo de criação dessas novas obras, de suas próximas exposições na Europa e da sua dificuldade para se adaptar a esses tempos modernos em que tudo deixa de ser físico e analógico para se tornar digital e imaterial – como a música, os livros e o próprio dinheiro. Veja a seguir os principais trechos dessa conversa:
FOTO FABIO GHIVELDER POR KIKE
MARTINS DA COSTA
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Você realizou o sonho de muita gente: entrou na Casa da Moeda e saiu de lá carregando sacos de dinheiro! Como foi que você fez isso?
Pouco antes da pandemia, estava participando da organização de uma mostra com obras feitas a partir das cinzas do Museu Nacional, destruído em um incêndio em novembro de 2018, para angariar fundos para a recuperação da instituição. Um dos lugares que cogitamos para sediar a exposição foi o Museu da Casa da Moeda, na Praça da República, no centro do Rio. As negociações para fazer a mostra ali não avançaram, mas quando estive lá no museu, me convidaram para visitar a gráfica da Casa da Moeda, no subúrbio de Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Como sou muito curioso, fui lá! É impressionante ver como o dinheiro é produzido. As prensas são gigantescas, e o trabalho ali é fantástico. Ao ficarem prontas, as pranchas com as notas de dinheiro são examinadas por dezenas de mulheres muito minuciosas. Se tiverem qualquer defeito minúsculo, são descartadas e trituradas. Ao final da visita, me deram de presente um pacotinho, do tamanho de um saco de pipoca, com dinheiro picado. Perguntei se eles poderiam me dar mais e eles responderam que sim, que eu poderia retirar ali o quanto quisesse. No dia seguinte, enchi duas vans com 14 pacotes de dinheiro triturado, dois sacos com fragmentos de cada cédula!
Como surgiu a ideia de fazer arte com dinheiro? Você acha o dinheiro brasileiro bonito?
Acho lindo o dinheiro brasileiro. Lá em casa, tenho uma gaveta onde guardo algumas notas que trago das minhas viagens pelo mundo. Minha filha, Nina, chama o dólar de “dinheiro de velho” – por causa das efígies de ex-presidentes que ilustram as cédulas – e o real ela apelidou de “dinheiro de bicho”, por causa dos animais estampados nas notas. É muito mais bonito um dinheiro de bicho do que um dinheiro de velho, né não? O dinheiro é um material sempre carregado de simbolismos. Eu gosto de criar as minhas obras a partir de elementos assim, como os diamantes que compõem o rosto de Liz Taylor, o lixo que forma as imagens dos catadores do Jardim Gramacho e o açúcar usado para “retratar” as crianças dos canaviais e engenhos caribenhos.
Existem pelo mundo vários museus de numismática (dedicados aos aspectos artístico, histórico e econômico das cédulas e moedas). Ou seja, dinheiro é arte. E arte também é dinheiro – pinturas, esculturas e NFTs são ativos cada vez mais valorizados. Essa exposição é sobre isso, sobre o valor do dinheiro e da arte?
Prefiro não direcionar o pensamento de quem visita minhas exposições. Cada um processa de um jeito as minhas obras. Dinheiro e pinturas ou fotografias são meros produtos, como outros quaisquer. Mas esses três, especificamente, são carregados de significados e valores – subjetivos ou objetivos. O dinheiro tem isso bem claro, ele tem o seu valor estampado, com destaque. Já uma imagem ou uma escultura só atinge o
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status de obra de arte e um alto valor agregado quando tem um outro sentido, além daquele óbvio, de ser um pedaço de papel impresso ou de um bloco de bronze modelado. A arte tem uma qualidade reflexiva, um fetiche, uma série de interpretações e entendimentos. Essa proposta de fazer dinheiro com dinheiro e expor numa galeria certamente abarca essa discussão do valor do dinheiro como arte e da arte como dinheiro, mas essa é apenas uma das muitas leituras possíveis. Sou um artista plástico, mas não sou um Michelangelo. Mais do que criar peças de rara beleza, crio situações que estimulam reflexões.
Com esses animais feitos de dinheiro, vai ficar mais fácil para as pessoas compreenderem que a fauna brasileira é um valioso patrimônio nacional?
Para mim, só o fato de termos esses animais nas notas já deixa evidente que a nossa fauna é uma das maiores riquezas do país. Só não compreende isso quem confunde meio ambiente com meio de pagamento. Mas eu prefiro não induzir ou direcionar o olhar e a compreensão de quem admira essas imagens. Como já disse, quero que cada um tenha a sua
interpretação, minha proposta é que isso gere uma reflexão diferente em cada pessoa que aprecia as minhas obras.
E, com as reproduções feitas em dinheiro de pinturas de Rugendas e Taunay, a sua ideia foi mostrar que a floresta em pé tem um valor bem maior do que o de áreas devastadas? Sim, sem dúvida, mas novamente acho que não cabe a mim “explicar” essas imagens. Essas releituras não são “manifestos” ambientais. O que vejo de interessante nessas obras é que elas foram feitas com pedaços de floresta derrubada –dinheiro, afinal, é um pedaço de árvore, é feito de celulose. Essa renovação, essa reciclagem, é uma abordagem recorrente no meu trabalho. E é importante também lembrar que as obras originais que deram origem a esses meus mosaicos foram feitas por pintores europeus que participaram, no fundo, de expedições que tinham um considerável cunho comercial. Com essas obras, eles passavam duas mensagens para a corte europeia: a primeira era “vejam quanta beleza, como são exóticos os trópicos”, o que é perfeitamente OK. Mas a segunda era mais na linha “vejam quanta coisa tem aqui para vocês explorarem. Venham!”
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Na página à direita, a releitura de Vik Muniz para uma pintura do alemão Johann Moritz Rugendas; acima, seus mosaicos feitos com dinheiro picado e reproduzindo a garça da nota de R$ 5, a tartaruga marinha da cédula de R$ 2, a garoupa da nota de R$ 100 e a onça-pintada da cédula de R$ 50
Você criou essas obras durante a pandemia, quando o dinheiro vivo passou a ter menos valor –o dinheiro eletrônico está cada vez mais popular e as cédulas e moedas são consideradas algo sujo e infecto. Nesse aspecto, a série “Dinheiro Vivo” tem a ver com “Lixo Extraordinário”, com o material utilizado em suas obras ganhando uma segunda chance, uma “nova vida”?
Sim, essa minha série de trabalhos é sobre isso, sobre a materialidade e sobre uma segunda vida e um novo valor dado a um material que perdeu sua função original. Eu ainda ando sempre com dinheiro no bolso, mas as notas e moedas estão em extinção, como os animais que estão estampados nas cédulas. Cada vez mais, os pagamentos são feitos com transferências, pix, QR codes e criptomoedas. O dinheiro vivo é como um cartão-postal – está fora de moda, caiu em desuso. Na pandemia, então, ele era inútil, nada era pago da forma tradicional. Nasci e cresci no mundo analógico, e estou sofrendo com essa transição para o imaterial, para o etéreo, para essa época em que as coisas deixam de ter um lastro real – na hora de pagar, na música, na fotografia, na leitura... Agora tudo é digital!
Essas obras na exposição são peças únicas, ou são comercializadas reproduções numeradas de cada “mosaico”?
Quais estão vendendo mais?
Não quero ser visto como um às das colagens, dos mosaicos, das artes manuais. Sou um artista plástico, e me defino como fotógrafo. Cada uma dessas montagens feitas com dinheiro picado foram fotografadas e ganharam seis reproduções em fine art. São essas peças numeradas que estão sendo comercializadas pela galeria. Quando selecionamos o material que iria compor a exposição, imaginava que os animais fossem vender bem mais do que as florestas, principalmente a onça (da nota de R$ 50) e a garoupa (da nota de R$ 100). Mas, como
a gente nunca consegue prever o que vai acontecer, estamos vendo um equilíbrio entre a venda das imagens dos bichos e as releituras das pinturas antigas dos artistas viajantes europeus. Quem está surpreendendo mesmo é a tartaruga marinha (das notas de R$ 2). Acho que ela é a nossa campeã de vendas!
Você já pensou em criar obras com cabelos e unhas, com imagens que gerem reflexões sobre o universo da beleza?
Já trabalhei com material humano há alguns anos. Foi um trabalho que fiz para o MIT (Massachusetts Institute of Technology), com material celular. Eram obras em escala microscópica. Nunca pensei em trabalhar com unhas, pele e cabelos humanos. Considero substratos meio nojentos. Mas talvez fosse interessante brincar com essas matérias-primas que geram asco para refletir sobre a beleza…
O que você está preparando para o futuro próximo? Em quais projetos você está trabalhando no momento?
Para este ano, o que posso te dizer é que vou dar continuidade a duas séries que já expus, mas que ainda não explorei todas as suas possibilidades. Estou falando de “Superfícíes” (com fragmentos de obras de arte utilizados para compor imagens realistas) e “Fotocubismo” (fruto de uma longa pesquisa em torno de obras clássicas do cubismo, assinadas por mestres como Picasso, Braque e Gris). Além disso, estou com várias exposições programadas na Europa. A galeria Ben Brown, de Londres, vai exibir os trabalhos da série “Fotocubismo”; o Museu do Prado, de Madri, vai expor obras da série “Verso” (que explora o lado de trás de quadros de Da Vinci, Rembrandt, Van Gogh e Klimt, entre outros); e terei uma retrospectiva da minha trajetória em cartaz na inauguração do Centro Cultural Santander, no país basco. 2023 está sendo um ano bem intenso!
FOTO REPRODUÇÃO
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Autorretrato de VIk Muniz, produzido em 2012 como parte da série "Pictures of Magazines"
GOVERNO
REALIZAÇÃO
DO ESTADO DE SÃO PAULO, POR MEIO DA SECRETARIA DE CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA, E FUNDAÇÃO OSESP APRESENTAM APOIO
salasaopaulo.art.br
VIAGEM
Opostos complementares
Destino romântico e acolhedor, a cidade boliviana de Sucre reúne construções históricas em branco que formam uma arquitetura singular. Em um interessante equilíbrio, o Salar de Uyuni, também na Bolívia, é lugar de natureza desértica verdadeiramente encantadora
POR MARCEL VINCENTI
POR UMA FELIZ COINCIDÊNCIA, a cidade de Sucre tem um nome que, em francês, significa “açúcar”. Nada mais propício: esse centro urbano da Bolívia – a distantes 550 km de La Paz e a 480 km de Santa Cruz de La Sierra– tem suas paisagens tomadas por edifícios pintados de branco e é dominado por um ambiente metaforicamente doce.
Sucre é acolhedora e oferece um clima agradável durante grande parte do ano. Seu compacto centro histórico, considerado Patrimônio Mundial pela Unesco, é perfeito para ser conhecido em tranquilas caminhadas. E, nessas andanças, o turista se depara com algumas das mais belas joias arquitetônicas da América do Sul.
A Bolívia, por sua vez, é famosa por sua enorme variedade de paisagens – e, além da “cidade de açúcar”, abriga um enorme deserto de sal: o Salar de Uyuni. Trata-se de um lugar completamente diferente de Sucre, assim como são opostos os sabores doces e salgados.
No Salar, as obras da natureza substituem as construções humanas e encantam os visitantes: seu solo salino, plano e branco, parece se estender ao infinito, em um cenário que lembra um território extraterrestre. E na época de chuvas, quando surge um espelho d'água sobre esse terreno, com as nuvens refletidas no chão, o viajante sente que está caminhando no céu, em uma experiência turística única no mundo.
Sucre é história. O Salar é natureza. Mais do que antagônicos, porém, os dois destinos são complementares. E devem fazer parte de qualquer viagem à Bolívia.
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CIDADE BRANCA
Sucre não tem esse nome em homenagem ao açúcar e à França. O município foi batizado dessa maneira em referência ao marechal Antonio José de Sucre, herói do processo de independência boliviano. E uma imersão na história da Bolívia é o que espera quem estiver disposto a desbravar esse lindo centro urbano do país.
O coração de Sucre é a Plaza 25 de Mayo, densamente arborizada e onde se reúnem diariamente, para bater papo, muitos dos habitantes locais. Escute as conversas: além do espanhol, a língua quíchua ainda é falada nessas ruas, por uma numerosa população indígena.
De um lado da praça, surge a fotogênica Catedral Metropolitana, erguida a partir do século 16 e que abriga uma célebre imagem da Virgem de Guadalupe. São tantas as joias que adornam a santa que os nativos afirmam, às vezes sérios, às vezes brincando, que a dívida externa da Bolívia poderia ser paga com a venda das peças. No outro canto da praça, está um dos mais importantes museus do território boliviano: a Casa de la Libertad, edifício onde ocorreu a assinatura da ata de independência do país, em 1825 – e que hoje exibe objetos que contam a saga da Bolívia na busca pela liberdade.
Os prédios históricos de Sucre são pintados de branco para dar uniformidade visual à cidade e, entre eles, se destacam as edificações religiosas. Fundado no século 18 por frades carmelitas, o convento San Felipe de Neri abriga um belíssimo pátio com arcadas e estilo neoclássico – e tem um terraço, acessível a turistas, que proporciona a melhor vista do centro histórico.
Já a Basílica de San Francisco exibe lindos exemplos de arte mourisca e altares em estilo barroco. Os arcos brancos que decoram a rua da igreja são uma das mais famosas imagens de Sucre. E a Iglesia de la Merced possui também um belo altar barroco e pinturas do famoso artista boliviano Melchor Pérez de Holguín.
Para curtir novas vistas panorâmicas de Sucre, suba a rua até o Mirador de la Recoleta, localizado à sombra dos morros Sica Sica e Churuquella e que é adornado
Na outra página, vista panorâmica da arquitetura histórica de Sucre. Nesta página e de cima para baixo, Plaza 25 de Mayo; Casa de la Libertad; e Catedral Metropolitana
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com um fotogênico conjunto de colunas. A visão, de lá de cima, é incrível. E há um lugar que disputa com a Plaza 25 de Mayo o título de área verde mais bonita da cidade: o Parque Bolívar, recheado de alamedas e que tem, junto à sua paisagem, o imponente prédio da Corte Suprema de Justiça.
Sucre abriga ainda bons restaurantes –principalmente nos arredores da Plaza 25 de Mayo – onde é possível provar saborosas receitas locais. Invista na cazuela de maní (sopa que mistura verduras, amendoim, carne, batata desidratada e grão-de-bico), no picante de lengua (língua de vaca com molho de tomate apimentado e servida com batata desidratada) e, logicamente, nas deliciosas salteñas (empanadas de massa levemente adocicada e recheadas com carne e caldos bem condimentados).
ENTRE O SURREAL E O FASCINANTE
Um deserto de sal com mais de 10 mil km² e localizado a mais de 3.500 metros sobre o nível do mar. Na época das chuvas, geralmente entre dezembro e março, o solo branco e extremamente plano fica coberto por uma lâmina de água que reflete, com perfeição, as cores e nuvens do céu. E, no resto do ano, um período mais seco faz com que o chão adquira um fotogênico aspecto árido, que lembra outro planeta.
Esse é o Salar de Uyuni, que, por causa de sua enorme extensão, é explorado por turistas a bordo de carros 4x4, em roteiros guiados por agências de viagem. Os tours costumam sair da cidade de Uyuni, que fica perto do Salar – e, geralmente, duram entre dois e quatro dias.
Há muitas atividades para realizar nesse tempo: antes de chegar ao deserto de sal, os passeios visitam um cemitério de locomotivas no meio de uma área desértica, em uma paisagem que lembra um filme de apocalipse. Já no meio do salar, é possível sair do carro e subir, a pé, uma íngreme ilha de cactos gigantes. E, nos arredores do deserto de sal, existem fantásticas lagoas coloridas, cheias de flamingos e rodeadas por montanhas. Os roteiros também incluem visitas a gêiseres e piscinas naturais de águas termais – onde é possível dar um mergulho.
Acima, Salar de Uyuni; Basílica de San Francisco, em Sucre; e as apetitosas salteñas, empanadas típicas da região. Na outra página, paisagens desérticas do Salar de Uyuni
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Não muito longe do Salar fica o surreal Deserto Salvador Dalí, que, com sua coloração com diversos tons de marrom e formações rochosas de aparência exótica, lembra um quadro do próprio Dalí. Explorar toda essa região exige muitas horas passadas dentro dos veículos 4x4. Mas tudo vale a pena. Durante o dia, repare como o céu sobre o Salar de Uyuni tem um azul diferente, mais intenso do que o visto em outros lugares do mundo. E, à noite, maravilhe-se com a quantidade de estrelas perfeitamente visíveis sobre sua cabeça. O fascínio é garantido.
DICAS IMPORTANTES
Reserve pelo menos oito dias para visitar Sucre e Salar de Uyuni, incluindo o tempo de locomoção entre os destinos. E, nesse roteiro, Sucre merece ser visitada antes, por uma razão: a cidade está a uma altitude mais baixa (cerca de 2.800 metros sobre o nível do mar) do que o Salar de Uyuni (que fica a mais de 3.500 metros de altura). Chegar a Sucre primeiro ajuda o turista a se adaptar melhor aos efeitos negativos da altitude no corpo. Partindo de São Paulo, a melhor opção é pegar um voo direto para Santa Cruz de La Sierra e, de lá, outro voo até Sucre. Uyuni, por sua vez, também é servida por um aeroporto. Mas há muitos turistas que vão de ônibus desde Sucre. A viagem por terra, porém, é cansativa, chegando a durar mais de oito horas. Para percorrer o Salar, agências podem ser contratadas na própria cidade de Uyuni. E os passeios quase sempre incluem pernoite em hotéis feitos de sal, que ficam no meio do Salar.
Mesmo em épocas mais quentes do ano, as noites podem ser muito geladas na andina Bolívia: leve roupas para frio, junto com calçados de caminhada, óculos de sol, boné e protetor solar.
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FOTO JEREMIE AOUATE | UNSPLASH
PÁSCOA
Carole Crema capricha nos ovos de chocolate
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29H agenda
PROGRAMAS PARA TODOS OS DIAS DO MÊS
DOS GAMES PARA AS TELAS DE CINEMA
Os divertidos encanadores Mario e Luigi são os protagonistas do longametragem “Super Mario Bros”, que reproduz nas salas do cinema o colorido e as doidas situações deste joguinho eletrônico que é adorado por milhões de fãs pelo mundo todo.
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ARTE
Mostra interativa passeia pelo universo de Picasso
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GASTRONOMIA
Azay aposta em deliciosas receitas do Mediterrâneo
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MÚSICA
Deep Purple é destaque do mega-show Monsters of Rock Pág. 47
FOTO DIVULGAÇÃO ABR 2023
Páscoa chocolatuda
Para esta Páscoa, a premiada confeiteira Carole Crema preparou várias novidades. Entre elas, o ovo de chocolate com casca recheadíssima de creme de pistache com puxa-puxa de mel, o ovo feito com casca de chocolate ao leite recheado de pipoca caramelizada (foto) e o ovo Unicórnio - feito com chocolate ao leite cravejado de marshmallows, suspiros, honeycombs, confeitos coloridos e chocolate branco.
sábado
�F Rua da Consolação, 3.161, Jardins, tel. 3088-7172.
Cuida bem de mim
Sucesso nos cinemas em 1992, “O Guarda-Costas” foi um marco na carreira da diva Whitney Houston. Agora, a história de amor vivida por ela e Kevin Costner ganha uma versão musical, em cartaz no Teatro Claro até o dia 9. O elenco é encabeçado por Leilah Moreno, que interpreta a superstar Rachel Marron, e Fabrizio Gorziza, que dá vida ao segurança Frank. Na trilha, hits como “I Will Always Love You” e “I Have Nothing”. Ingressos de R$ 50 a R$ 200. �F Rua Olimpíadas, 360 (Shopping Vila Olímpia).
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Sabores latinos
A Gelato Boutique, onde a chef Márcia Garbin prepara suas criativas receitas só com os melhores ingredientes do mercado brasileiro e internacional, acaba de lançar a linha Valores, com delícias elaboradas com os cacaus selecionados e sustentáveis da empresa República del Cacao. Vale muito a pena provar o gelato de chocolate branco peruano com milho tostado e rapadura e o gelato de chocolate equatoriano ao leite caramelizado.
�F Rua dos Pinheiros, 444, Pinheiros, tel. 3541-1532.
Azay guardiã
O recém-inaugurado Azay é um restaurante que foca em receitas da cozinha mediterrânea, em especial da região do Levante. Comandado pelo restaurateur Lalo Zanini e pelo chef Kleber Klock, tem como destaques o hommus (servido com vinagrete, sumac e sementes de romã), a fresquíssima salada grega (com tomates, queijo feta, azeitonas e pepino), suculentos shawarmas de cordeiro e o apetitoso polvo com especiarias, acompanhado de purê de grão-de-bico.
�F Rua João Moura, 591, Pinheiros, tel. 91718-0591. 4 terça
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domingo
FOTO @STUDIO PRIMO
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Rubra rubiácea
A Red Coffee & Co. nasceu em 2019, num casarão no Alto da Boa Vista.
Agora a marca chega a Pinheiros. Para acompanhar os ótimos cafés da casa – torrados e moídos na “matriz” da zona Sul – o novo endereço tem um cardápio de delicinhas, como o pão de milho, o pão de queijo e os bolos de banana vegano ou de chocolate meio amargo com café. Da carta de drinques, a dica é o Dayse (um gim-tônica incrementado com purê de pêra e limão siciliano).
�F Rua Francisco Leitão, 120, Pinheiros, tel. 2372-4003.
5 quarta
Picassolândia
Quem visita a exposição “Imagine Picasso” se vê imerso em meio a uma cenografia inspirada no universo onírico e pictórico do grande mestre andaluz da pintura Pablo Picasso (1881-1973). Pedagógica em substância e emotiva na forma, a exposição apresenta o trabalho de Picasso em toda a sua potência. Mais de 200 obras são projetadas, ao som de composições de Satie e Ravel. Em cartaz até 9 de maio no shopping Morumbi. Ingressos de R$ 40 a R$ 120.
�F Avenida Roque Petroni Jr., 1.089, Brooklin.
7 sexta
Quem quer bacalhau?
As duas unidades do tradicional restaurante português Bacalhau, Vinho & Cia preparam um menu especial para esta Páscoa, com deliciosos pratos à base de bacalhau. Entre eles, a bacalhoada a Gomes de Sá (com lascas do peixe, gratinadas ao forno com alho, cebolas, pimentões, azeitonas, molho de tomate, leite de coco e coentro) e a posta de bacalhau com batatas ao murro, alho em fatias, brócolis e azeitonas.
�F Rua Barra Funda, 1.067, Barra Funda, tel. 3826-7634. Rua Joaquim Floriano, 541, Itaim, tel. 3071-4077.
sábado
Game on
“Super Mario Bros - O Filme” é uma produção baseada nos videogames da Nintendo. No longa, Mario (Chris Pratt) e seu irmão Luigi (Charlie Day) são encanadores no Brooklyn (NY). Um dia, os dois vão parar no reino dos cogumelos, governado pela Princesa Peach (Anya TaylorJoy), mas ameaçado pelo rei dos Koopas, Bowser (Jack Black), que faz de tudo para assumir o comando do lugar. Aí, quando Luigi é raptado pelo monstruoso Bowser, Mario se engaja na luta para deter o tirano e reestabelecer a paz.
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FOTO MÁRCIO HIROSSE
9 domingo
Páscoa lusitana
O restaurante Rancho Português acaba de inaugurar mais uma unidade, agora na saída de São Paulo para Belo Horizonte. Para este domingo de Páscoa, a casa oferece deliciosas opções, como o leitão à Bairrada (carro-chefe do menu), o bacalhau à portuguesa (postas com batatas cozidas, brócolis, ovo, pimentão, cebola, salsinha e alho) ou ainda a paleta de cordeiro cozida ao vinho tinto. A adega abriga cerca de 800 vinhos portugueses.
�F Rodovia Fernão Dias, km 70, Mairiporã, tel. 2858-4902.
11 terça
Les délices de Tássia
Vinhos reais
A Evino, maior e-commerce de vinhos do país, agora tem também uma loja física, recém-inaugurada em Pinheiros. A flagship store ocupa uma casa de dois andares e é um convite às descobertas. Na entrada, funciona um wine bar; no 1° andar, uma mesa com especiarias convida os visitantes a exercitar o olfato para a apreciação dos vinhos. Ali do lado, o espaço Hot Sales traz as melhores ofertas do site, beneficiando o público online e offline. �F Rua Dep. Lacerda Franco, 482, Pinheiros, tel. 3815-6122.
Goró no Giro
A Mag Market é o braço de negócios da chef Tássia Magalhães dedicado à boulangerie e à pâtisserie. Com inspiração francesa e ingredientes brasileiros, o menu da casa inclui croissants com amêndoas ou com presunto Parma e queijo Canastra, pães de fermentação natural (como baguetes, brioches e focaccias), tortinhas de chocolate com pistache ou de tomate com castanha do Brasil. A vitrine exibe ainda mil-folhas, entremets, éclairs, bombons e bolos.
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Instalado na esquina que abrigou até recentemente o Tartar & Co., o Giro é um bar dos mesmos donos do hostel City Lights e do Botanikafé –instalados ali do lado. Nas mesinhas espalhadas pela varanda e pelo parklet são servidos ótimos drinques (como o Basil Smash e o Quero-Quero, à base de cachaça, maracujá e rapadura - foto) e tentadores petiscos, como os bolinhos de arroz, as lulinhas à dorê e os sandubas de mozzarella de búfala com tapenade de azeitona.
�F Rua Renato Paes de Barros, 433, Itaim, tel. 9509-8598.
�F Rua Padre Garcia Velho, 26, Pinheiros, tel. 98701-7810.
Gelo, ação & emoção
Até o dia 23, o espetáculo “Frozen In Concert” será apresentado dentro de uma grande tenda armada no Parque Villa-Lobos. Com história inspirada no longa de animação “Frozen – Uma Aventura Congelante” e direção de Ulysses Cruz, a montagem reúne 20 atores e uma orquestra com 67 músicos executando a trilha - tudo ao vivo. Luzes e efeitos especiais tornam a experiência ainda mais memorável para toda a família. Ingressos de R$ 37,50 a R$ 300.
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�F Avenida Prof. Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto de Pinheiros.
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Burning man
O peruano Renzo Garibaldi é conhecido por ser um chef com incrível habilidade para trabalhar com carnes especiais e maturadas. Além de comandar as grelhas da steakhouse Osso, agora ele pilota também o Incêndio, que serve de segunda a sexta, das 12h às 15h30, um menu com entrada, principal e sobremesa a preços entre R$ 49 e R$ 140. Não deixe de provar a porchetta, a salada de quinoa com carne dry-aged, os choripanes e os suculentos hambúrgueres.
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�F Rua dos Pinheiros, 808, Pinheiros, tel. 3062-4209.
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Jubileu da Bráz
Comemorando seus 25 anos, a Bráz lança duas novas pizzas na “matriz” de Moema, onde tudo começou. A primeira é a 50Top, elaborada com molho de tomate San Marzano e 5 queijos artesanais: Tulha, Cuesta Azul, ricota de búfala Almeida Prado, Fior di Latte da Bonfiore e Catupiry. A segunda é a Cosacca, que homenageia a 1ª receita de que se tem notícia na história das redondas – coberta com molho de tomate especial San Marzano, queijo Tulha, azeite e manjericão orgânico.
�F Rua Graúna, 125, tel. 5561-1736.
Galeto, porco e boi
Ritual na tela
Até 11 de junho, o Masp apresenta a exposição
domingo
A rede de restaurantes Di Paolo, famosa por sua culinária italiana típica da Serra Gaúcha, acaba de turbinar sua tradicional sequência, que inclui saladas, polenta, massas e tem seu ápice com o galeto primo canto. Ela continua sendo servida, ao preço de R$ 105 por pessoa. Mas agora, quem quiser incrementá-la com linguiça toscana e dois cortes de carne bovina da raça Angus (bife ancho e picanha) pode fazê-lo, por R$ 155 nessa chamada Sequência Premium.
�F Rua Morás, 53, Alto de Pinheiros, tel. 5555-2868.
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“Mahku: Mirações”, que marca os dez anos do coletivo Movimento dos Artistas Huni Kuin, que traduz em desenhos os cantos do povo indígena Huni Kuin, que habita a selva do Acre. As 120 pinturas realizadas pelo grupo originam-se tanto dos mitos como das experiências visuais geradas pelos rituais de nixi pae, que envolve a ingestão de ayahuasca – as chamadas mirações, que dão nome à mostra. Ingressos a R$ 60. �F Avenida Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. 3149-5959.
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FOTO GUI GALEMBECK
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Oriente-se!
O restaurante Dasian agora serve um caprichado menu executivo nos almoços de segunda a sexta-feira.
Por R$ 120, o cliente pode se deliciar com entrada, prato e sobremesa com a assinatura do talentoso chef Flávio Miyamura. De entrada, aposte nos tacos de atum ou na salada de folhas com lascas de pato laqueado. Entre os pratos, peça o salmão grelhado com yuzu, o Dasian ribeye ou o Pad Thai (macarrão tailandês de arroz) com frutos do mar.
�F Avenida Brig. Faria Lima, 3.732, Itaim, tel. 5182-4552.
Astro dos teclados
Nascido na República Tcheca e radicado em Viena, na Áustria, o pianista Rudolf Buchbinder é um dos performers mais lendários de nossa época. Suas interpretações das sonatas de Ludwig van Beethoven tornaram-se referências mundiais. Com 77 anos de idade e mais de 60 de carreira musical, hoje à noite Buchbinder se apresenta na Sala São Paulo, num recital que tem uma série de obras do compositor alemão no repertório. Ingressos de R$ 50 a R$ 500. �F Praça Júlio Prestes, 16, Luz, tel. 3777-9721.
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Joss rara
A diva britânica Joss Stone está rodando o mundo para comemorar seus 20 anos de carreira. Foi em 2003, aos 15, que ela lançou seu primeiro álbum “The Soul Sessions”. Agora com 35 anos de idade, a cantora e compositora que coleciona hits e prêmios faz um showzaço na Vibra São Paulo. Com seu vocal poderoso e cheio de suíngue, ela interpreta canções que passeiam do hip hop ao R&B, como “You Had Me” e “The Answer”. Ingressos a partir de R$ 265. �F Avenida Nações Unidas 17.955, Santo Amaro.
Parakalo
O salão da Petro’s Greek Tavern é um pedacinho da Grécia em Pinheiros. O menu foca em clássicos da cozinha mediterrânea, como a moussaka, os souvlakis (espetinhos) de peixe, frango, pernil suíno ou carne bovina, as spanakopitas (folhados de espinafre), os cones de lulas empanadinhas e as saladas de pepino com folhas verdes, queijo feta e azeitonas. Tudo bem leve, fresco e saboroso. Para beber, vinhos servidos em jarra, conforme o costume grego.
�F Rua Virgílio de Carvalho, 137, Pinheiros, tel. 3898-5890.
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FOTO BASTIAN HUBER
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Metal em campo
Acontece hoje na Arena
Allianz Parque, a partir das 11h30, a 7ª edição do Monsters of Rock.
O line-up desta celebração roqueira inclui bandas que compõem a realeza do rock, como Kiss, Scorpions e Deep Purple (foto). Além dessas, a programação inclui ainda apresentações do speed metal do Helloween, do som progressivo da Symphony X e da rainha do metal Doro Pesch. Será mais uma edição histórica do festival, com certeza. Ingressos de R$ 240 a R$ 2.500.
�F Avenida Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca.
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Deliciosas redondas
A Gattofiga Pizza Bar, na Vila Clementino, apresenta um interessante menu de pizzas individuais, que passam por processo de maturação e fermentação mais lenta. Destaque para os sabores pancetta, que leva gorgonzola, pancetta artesanal, tomilho e geleia de alho com pimenta calabresa; e a pizza gattofigga, que combina molho de tomate, burrata, pesto de manjericão e nozes. A casa dispõe também de uma extensa adega, com rótulos na grande maioria italianos, além de portugueses e argentinos.
�F Rua Luís Góis, 1625, Vila Clementino.
Metido pra carat
Carat é o mesmo que quilate, medida de peso para pedras preciosas. Este é também o nome de um empreendimento que, em seus quatro andares, abriga restaurante, espaços para festas e eventos e, no rooftop (também conhecido como lage), uma baladinha. Um dos carroschefes do cardápio do restaurante é o tomahawk bovino servido com folhas de ouro, como naquele restaurante turco frequentado por gente endinheirada e sem noção. Aqui o prato custa R$ 490.
�F Alameda Campinas, 1.631, Jardim Paulista, tel. 91332-7429.
Estreia no varejo
Completando 75 anos, a importadora de alimentos e bebidas La Pastina celebra o marco com a inauguração de sua 1ª flagship store, a Casa La Pastina. Com dois andares e 620 m2, o espaço inclui empório, café, wine bar, restaurante, panetteria, rotisserie, gelateria e escola de gastronomia. No restaurante Enosteria, de culinária mediterrânea, quem pilota as caçarolas é o chef Douglas Benatti. O empório tem cerca de mil produtos, vindos de 14 países diferentes.
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�F Rua Oscar Freire, 574, Jardins, tel. 5039-4397.
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DIVULGAÇÃO FOTO TUCA REINES 24
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Japa show
O Susume é o excelente restaurante de alta culinária japonesa que funciona dentro do complexo gastronômico Vila Anália. Da cozinha comandada pelo chef Fábio Sinbo (ex-Kinoshita) saem maravilhas como o issuzukuri de peixe branco com yuzu, o polvo grelhado e perfumado com azeite de shissô, o spicy tempura de camarão e o black cod em molho de manteiga e missô. Consulte o maître sobre as opções de omakasê (menu-degustação).
�F Rua Cândido Lacerda, 33, Jardim Anália Franco, tel. 2373-5378.
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Formas de amor
“A Herança”, sucesso na Broadway e em cartaz até o dia 30 no Teatro Vivo, é um espetáculo sobre o amadurecimento e o amor. O ator Bruno Fagundes e o diretor Zé Henrique de Paula são os idealizadores do projeto, cujo elenco tem ainda Reynaldo Gianecchini, Marco Antônio Pâmio, Rafael Primot e André Torquato, entre outros. Com temática LGBTQIA+ e 330 minutos de duração, a peça é encenada em 2 partes, apresentadas em dias diferentes. Ingressos a R$ 100. �F Avenida Chucri Zaidan, 2.460, Brooklin, tel. 3279-1520.
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Brisa roqueira
Felicidade verde
O Green Kitchen é um restaurante de gastronomia plant based, saborosa, saudável, multicultural e contemporânea. Da cozinha comandada pelo chef Vitor Asprino saem gostosuras como o mac’n cheese em molho aveludado de queijo de castanha de caju, a milanesa de frango vegetal com salada de batata ou ainda os tortelloni recheados com ricota de amêndoas. O cardápio tem também bowls quentes e frios, saladas e hambúrgueres veganos.
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�F Rua Benjamim Egas, 275, Pinheiros, tel. 95064-0702.
Com mais de 40 bandas em quatro palcos, a 1ª edição do festival Summer Breeze acontece hoje e amanhã no Memorial da América Latina. No line-up, o trash metal do Sepultura, o grunge do Stone Temple Pilots, o powermetal alemão do Blind Guardian, o metalcore da britânica Bury Tomorrow, o hard rock do Skid Row, o powermetal finlandês do Stratovarius e os icônicos australianos do Parkway Drive. Ingressos de R$ 350 a R$ 2.300.
�F Avenida Mário de Andrade, 664, Barra Funda.
domingo
Fusão Peru-China
O restaurante Cantón, do chef Marco Espinoza, acaba de ganhar um endereço em Moema. Especializado na culinária chifa, serve receitas que fundem as culinárias peruana e chinesa. A 1ª unidade paulistana do Cantón funciona desde 2021 em Perdizes. No novo salão, decorado com um enorme dragão e lanternas chinesas, são servidas delícias como os wontons fritos com molho de tamarindo, o atum Kaytén (foto) e o famoso pato de Pequim acompanhado de panquequinhas e salada de pepino.
�F Avenida Juriti, 587, Moema, tel. 5051-9755.
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FOTO ELVIS FERNANDES
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FOTO ANDREAS LAWEN
Hora livre
Meu primo botou um ovo. Uma história real, pascal e, óbvio, oval. A sala da casa era imensa, pé-direito de uns 20 metros, portas de uns 5, em uma das paredes havia um relógio enorme, que meu pai chamava de “o grande ditador” (visitei a casa depois de adulto e as dimensões não eram bem assim). No final de um interminável corredor ficava a cozinha. Uma espécie de usina de alimentação, com panelas chiando e tachos fumegando 24 horas, sob o comando da Benedita, a preta mais preta que eu conheci, dona dos dentes mais brancos que eu já vi – e que nunca viram um dentista. Se você tocar este sininho que está em cima da mesa da cozinha, terá uma surpresa. Tocou? Então olhe ali na porta que dá para o quintal: este coelho chama-se Serafim. Atendendo ao seu chamado, ele veio buscar seu prêmio. O melhor fica no quintal, mas vamos voltar para a sala, onde o meu primo Luiz Sérgio, o dono desta história, está nos esperando. Desde que chegou, ele sentou quieto na poltrona, emburrado. Ninguém sabia o que ele tinha. Nem com a chegada do nosso tio ele melhorou. Tio, você sabe, é a melhor coisa que pode acontecer entre um pai e um avô. Com cara de quem sabe que algo está errado, ele começou a mexer no Luiz Sérgio, nas almofadas da poltrona. Ele não sabia o que estava procurando, até que encontrou. Triunfante, ele levantou o braço e, mostrando sua descoberta a todos, declarou: – O Luiz Sérgio botou um ovo. Ainda está quente. O detalhe da quentura do ovo foi coisa de gênio. Ao segurar o ovo que ele mesmo botou, meu primo sarou.
Naquele domingo a história foi contada e recontada muitas vezes. E continua até hoje.
Feliz Páscoa.
Feliz abril novo.
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texto Luiz Toledo yestoledo@gmail.com arte André Hellmeister andre@collages.com.br