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NOVEMBRO/2024 distribuição gratuita no aeroporto santos dumont
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Atriz é aclamada em festivais internacionais e se torna candidata ao Oscar por seu trabalho no filme “Ainda Estou Aqui”, que chega este mês aos cinemas
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Publisher Pedro Barbastefano Júnior
Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Leonardo Chebly, Luiz Toledo, Paula Calçade, Pedro Barbastefano Júnior e Ricardo F. Marques
redação Paula Calçade (editora executiva); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Vivian Monicci (repórter)
Colaboradores André Hellmeister, Aniela Jordan, Chantal Brissac, Didú Russo, Georges Henri Foz, Janaina Pereira, Karen Kohatsu, Luiz Toledo, Patricia Palumbo
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Jornalista resPonsável Paula Calçade MTB 88.231/SP
29HORAS é uma publicação da MPC11 Publicidade Ltda.
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Parceria dos mixologistas
Gabriel Santana e Andressa Cabral, Bar Oti é inaugurado em Ipanema
da
Passeios para aliviar a correria e o estresse no Rio
Capa
Vestindo um elegante blazer da grife italiana Bottega Veneta, a atriz Fernanda Torres esteve na exibição de 'Ainda Estou Aqui' no London Film Festival
Indústria cutural no Brasil cresce com o envolvimento coletivo 12
Pizzaria carioca entre as melhores do mundo, musical sobre Tom Jobim e tudo sobre a Cúpula do G20
BARRA DA TIJUCA Inspirado no sucesso dos cinemas lançado em 1993 e estrelado por Robin Williams, “Uma Babá Quase Perfeita” virou musical na Broadway em 2019 e agora tem uma montagem no Teatro Multiplan, no shopping Village Mall. Na versão brasileira, a história do homem que se disfarça como uma excêntrica babá britânica para ficar perto dos seus filhos após um complicado divórcio é protagonizada por Eduardo Sterblitch. O elenco conta também com Rainer Cadete, estreando em musicais no papel do Tio Frank Hillard. A direção é de Tadeu Aguiar, a produção é capitaneada por Renata Borges, o texto é de Karey Kirkpatrick e John O'Farrell e as músicas e letras são assinadas por Karey e Wayne Kirkpatrick.
TEATRO MULTIPLAN: Avenida das Américas, 3.900, Barra da Tijuca, tel. 21 3030-9970. Ingressos de R$ 20 a R$ 350.
JARDIM BOTÂNICO
Comandada pelo paulistano Pedro Siqueira, a Ella acaba de ser incluída na prestigiosa lista da Top100 Pizza, premiação que ranqueia as pizzarias mais incríveis do planeta
Inaugurada em 2017 no Jardim Botânico, a Ella foi a primeira pizzaria napolitana do Rio de Janeiro. Quem pilota o forno a lenha da casa é o chef Pedro Siqueira, que também comanda a Massa Trattoria, no Leblon. Agora em outubro, ele foi incluído no seleto ranking do Top100 Pizza, premiação global realizada na Itália. O restaurante figura na 79ª posição e tem a glória de ser o único representante do Rio de Janeiro na lista.
Na Ella, as pizzas são elaboradas com massa de fermentação espontânea e lenta (no mínimo 48 horas), sem aditivos químicos e conservantes. As coberturas incluem clássicos — como a Margherita e a Marinara — e outras mais inovadoras, como a Bella Caponata (de abobrinha, berinjela, cogumelos, cebola, tomatinhos e ervas) e a Parma (com tiras de presunto cru, lascas de Grana Padano e folhas de rúcula). Paulistano, Pedro Siqueira virou carioca em 2007, quando saiu de São Paulo para trabalhar na cozinha do restaurante Fasano Al Mare (no Arpoador).
Ella Pizzaria
Rua Pacheco Leão, 102, Jardim Botânico, tel. 21 3559-0102.
Chefs do Recife e de São Paulo vêm ao hotel Janeiro para preparar jantares exclusivos com várias etapas e coquetéis elaborados com destilados nipônicos
Nesses meses de novembro e dezembro, o hotel Janeiro será o palco da experiência efêmera OM.akase, que exalta a culinária japonesa e o Omotenashi, a arte de servir. O nome é uma referência a Oscar Metsavaht, designer e artista responsável pela concepção do hotel. Nos dias 7 e 8 de novembro, o consagrado chef André Saburó, de Recife, é quem prepara os jantares dentro desse projeto. Ainda em novembro, o chef Toshi Kawanami (que dirige o pequeno e promissor restaurante paulistano Yunagi Edomae-Zushi) comanda os jantares dos dias 28, 29 e 30. E, para finalizar, a chef Mari Saito chega junto com o chef Wadson Vaz, do Sushi Vaz (com unidades em São Paulo e no Rio), para encerrar a programação, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro.
Os banquetes são servidos para apenas oito pessoas em cada um dos dois turnos de cada noite (o primeiro às 19h e o segundo às 21h30). Tudo começa na varanda, com coquetéis elaborados com uísque e saquê japoneses, e prossegue no espaço The Little Pool Bar, com uma vista deslumbrante para a praia do Leblon. As joias gastronômicas são servidas em peças criadas pela ceramista
nipo-paulistana Hideko Honma. O pacote que inclui o menu em várias etapas e o welcome drink custa R$ 890 por pessoa, sem as taxas.
GLÓRIA
Famosa mundialmente pelo sucesso “Somewhere
Only We Know”, a banda Keane celebra na Vivo Rio as duas décadas desse marcante lançamento
Lançado 2004, o álbum de estreia da banda britânica Keane, “Hopes and Fears”, catapultou o quarteto pop ao topo das paradas no Reino Unido e teve mais de 10 milhões de cópias vendidas pelo mundo todo – em grande parte pela repercussão causada pelo hit “Somewhere Only We Know”. Agora, duas décadas depois, o vocalista Tom Chaplin, o guitarrista Jesse Quinn, o baixista e tecladista Tim Rice-Oxley e o baterista Richard Hughes rodam o planeta com uma turnê celebrando o 20º ano daquele lançamento que mudou para sempre suas vidas.
Em seu tour pelo Brasil, eles se apresentam dia 7 de novembro na Vivo Rio, e no dia 9 em São Paulo (no Espaço Unimed). “Ainda me sinto muito conectado às músicas desse álbum”, diz o vocalista Tom Chaplin. “Quando eu as canto ao vivo, elas ainda me surpreendem, e algo vai me atingir que não havia me atingido antes, como uma nova forma de ouvir a música.”
Vivo Rio
Avenida Infante Dom Henrique, 85 (Aterro do Flamengo), Glória. Ingressos de R$ 165 a R$ 620.
Coxinhas, bolinhos de bacalhau e outros salgadinhos clássicos do Bar Urca agora podem ser pedidos em versão ‘mini’, para comer ali mesmo ou para viagem
Instalado desde 1939 em uma casa tombada e reconhecida como Patrimônio Cultural, Histórico e Turístico do Estado do Rio de Janeiro, o Bar e Restaurante Urca acaba de completar 85 anos de atividades. Para celebrar esse marco, o estabelecimento acaba de lançar versões “mini” dos petiscos que fizeram a história da casa e já se tornaram clássicos.
Os famosos bolinhos de bacalhau, os exclusivos bolinhos da Terrinha (recheados com queijo Serra da Estrela e linguiça portuguesa), as bolinhas de queijo e as coxinhas agora podem ser servidas em formatos menores, ideais para compartilhar no bar, levar para
casa ou mesmo abastecer eventos. Eles estão disponíveis em porções com seis, doze e cinquenta unidades. Para quem está com voo saindo do Aeroporto Santos Dumont, as caixinhas são perfeitas como para quem quiser levar um “kit viagem”.
Para os que preferem degustar no local mesmo, a dica é encontrar um lugar junto à mureta debruçada sobre a Baía de Guanabara e pedir uma cerveja gelada para vivenciar uma daquelas experiências genuinamente cariocas.
Bar Urca
Rua Cândido Gaffrée, 205, Urca, tel. 21 2295-8744.
“Tom Jobim Musical” conta a história do maestro e compositor em uma montagem recheada de canções que se tornaram clássicos brasileiros e universais
Em cartaz até fevereiro no Teatro Casa Grande, “Tom Jobim Musical” é um espetáculo que traz ao palco a história desse gênio da música brasileira, vivida entre o Rio e Nova York, assim como a Bossa Nova, que surgiu na praia de Ipanema e conquistou o mundo. O texto é assinado pelo produtor musical e jornalista Nelson Motta e pelo ator e dramaturgo Pedro Brício, e a montagem é dirigida por João Fonseca. A superprodução conta com 27 atores e 15 músicos e direção musical de Thiago Gimenes.
O musical embarca os espectadores numa jornada pelas melodias atemporais e letras poéticas que definiram uma era. Da criação da icônica “Garota de Ipanema” a sucessos como “Desafinado”, “Samba de Uma Nota Só” e “Chega de Saudade”. A peça é narrada pelo grande amigo Vinicius de Moraes (interpretado por Otávio Muller) e a música de Tom é a protagonista do espetáculo, mas o homem bonito e charmoso também está lá, aquele que era popular e erudito, maestro e boêmio, carioca e universal. Elton Towersey é quem encarna Tom em cena, e Jean Amorim faz o papel de João Gilberto.
IPANEMA
Premiado mixologista paulistano Guilherme Santana faz parceria com a carioca Andressa Cabral e, juntos, eles inauguram o bar Oti
O bar Oti nasceu de uma parceria entre Andressa Cabral (do Meza) e o premiado mixologista Gabriel Santana (dos paulistanos Santana, Cordial e Sarau). A casa tem todo seu conceito baseado na brasilidade. A carta de drinques, assinada por Gabriel, faz o uso de ingredientes bem brasileirinhos, como o tamarindo, o dendê e a castanha de baru. O coquetel Vieux Oti, por exemplo, é feito com cachaça lavada no dendê, bourbon whiskey, conhaque de alcatrão, vermute rosso, conhaque Benedictine e bitter de banana, enquanto o Limonada de
Ingressos de R$ 21 a R$ 320.
Coco mistura tequila, coco, orgeat de baru e Cointreau. E tem ainda o Nuts, que combina cachaça, spicy rum, tamarindo, cajuína, amendoim e rapadura.
O cardápio de comidinhas criado por Andressa inclui delícias como o pirarucu defumado com emulsão de castanha de caju, banana caramelada e urucum, o escabeche de trilha com coalhada da casa e uvas verdes ou ainda a rabada rôti, servida com aioli de gim e picles de cenoura.
Oti Coquetelaria Brasileira
Rua Barão da Torre, 247, Ipanema.
BARRA DA TIJUCA
Na Confeitaria Caramelo, os doces assinados pelo chef Pedro Frade são preparados com os melhores ingredientes e são tratados como preciosas joias
Na doceria Caramelo, instalada no BarraShopping e comandada pelo chef confeiteiro Pedro Frade, a vitrine expõe “joias” elaboradas com ingredientes selecionados, muita técnica, visual caprichado e altas doses de criatividade. Para esta estação, as delícias que já se tornaram clássicos da casa — com os macarons e as verrines — ganham a companhia de seis novos doces, como o Floresta Negra, releitura do bolo homônimo que lá é montado com biscuit de chocolate na base, uma camada de creme de chocolate dark, outra de mousse de baunilha e, para completar, geleia de cereja amarena.
Outras novidades apetitosas são a tortinha de chocolate e cupuaçu (finalizada com uma folhinha de ouro) e a torta de abacaxi com coco, composta por uma massa de amêndoas coberta com creme de baunilha, geleia de abacaxi, chantilly de coco e um fatia de abacaxi caramelizado. Já para os chocólatras, a sugestão é o Paris-Brest de Gianduia, com finíssima massa choux recheada com cremoso de chocolate e avelã.
Confeitaria Caramelo
Avenida das Américas, 4.666 (BarraShopping, loja 152), Barra da Tijuca, tel. 21 3556-4026.
Na comédia “Duas Irmãs e um Casamento”, Maitê Proença e Debora Olivieri abordam temas sérios como a solidão e o etarismo de maneira afetuosa, inteligente e divertida
Em cartaz no Teatro Clara Nunes até o dia 24 de novembro, a peça “Duas Irmãs e um Casamento” é a comédia mais recente do dramaturgo inglês Peter Quilter. Na montagem brasileira, Maitê Proença e Debora Olivieri interpretam respectivamente Catarina e Rosa, as duas irmãs do título, que se reúnem numa casa de campo para organizar um casamento. Catarina, sofisticada e bem-sucedida, tem múltiplos divórcios no currículo, enquanto Rosa, solteira e independente, tem uma visão não convencional da vida. Neste reencontro, elas relembram o passado e confrontam seus medos e anseios através de confissões hilariantes e memórias evocadas. De maneira emocionante e divertida, a peça aborda questões como a sororidade, o etarismo, a autoestima, os desejos, o amor e a complexidade dos laços familiares. A direção é de Ernesto Piccolo e Peter Quilter é o mesmo autor de “Duetos”, grande sucesso protagonizado por Patricya Travassos e Eduardo Moscovis, que já atraiu mais de 100 mil espectadores nas 14 cidades onde foi encenado.
Teatro Clara Nunes
Rua Marquês de São Vicente, 52 (Shopping da Gávea), Gávea, tel. 21 2274-9696. Ingressos de R$ 20 a 150.
Museu de Arte Moderna, no Aterro Flamengo, sede da cúpula do G20
PARQUE DO FLAMENGO
Encontro acontece no Museu de Arte Moderna nos dias 18 e 19, após muitos debates sobre o combate à fome e à miséria, além de questões geopolíticas, socioeconômicas e ambientais
O G20 é um grupo composto por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia. Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial. A presidência do G20 é rotativa e renovada anualmente. Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, coube ao Brasil exercer a presidência do G20, e é para marcar o final desse período que acontece nos dias 18 e 19 deste mês a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro.
A Cúpula, ou “summit”, é a reunião entre os chefes de Estado ou de Governo dos países-membros e é, como o nome diz, o ponto mais alto das centenas de reuniões preliminares do grupo de países para discutir não só questões macroeconômicas, mas também temas como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia e meio ambiente. É na Cúpula que os chefes de Estado e de Governo aprovam os acordos negociados ao longo do ano, e apontam caminhos para lidar com os desafios globais.
O combate à fome e à pobreza é a prioridade da
presidência brasileira no G20. Ao longo deste último ano, muitas iniciativas foram propostas e discutidas para angariar recursos e conhecimentos para a implementação de políticas públicas eficazes para a redução da insegurança alimentar e da miséria no mundo. A fome e a subnutrição são consequências diretas da pobreza e da desigualdade, e para reduzir essas mazelas, as reuniões preliminares do G20 contaram com a participação de instituições como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outras questões urgentes também devem ter deliberações anunciadas durante a Cúpula do G20 no Rio, como o combate à corrupção, a transição energética, a emergência climática e o papel dos órgãos internacionais na contenção de guerras e conflitos.
Os encontros entre os líderes mundiais serão realizados no bonito prédio do Museu de Arte Moderna, no Aterro do Flamengo. Interdições e desvios serão implementados nos dias 18 e 19 na área, portanto quem mora ou pretende passar pela região nessas datas deve se programar. Nesses dois dias, será feriado municipal na cidade do Rio de Janeiro. As operações no Aeroporto Santos Dumont devem ter interrupções.
PAULA PRANDINI*
Lugares para aliviar o estresse, curtir boa música e bons drinques, e ainda contemplar a natureza e o pôr do sol na Cidade Maravilhosa
Deck do MGallery Santa Teresa
“O hotel MGallery é um verdadeiro refúgio na cidade e conta com um deck maravilhoso em sua piscina, com uma vista de tirar o fôlego e um pôr do sol daqueles. Nem parece que você está em um centro urbano e, de quebra, ainda servem deliciosos drinques e petiscos por lá!”
Rua Alm. Alexandrino, 660, Santa Teresa
Quiosque Sel d’Ipanema
“Um lugar perfeito, no coração da praia de Ipanema, para apreciar o pôr do sol no melhor estilo carioca: com o pé na areia! Com cardápio assinado por Carlos Cordeiro e a tutela do Fairmont Rio, o quiosque apresenta um ambiente muito agradável, sempre com pequenos shows e a vista linda do Morro Dois Irmãos.”
Avenida Vieira Souto, R. Maria Quitéria, 00, Qc 11 e 12 E/f A, Ipanema
“Verdadeiro ponto de encontro e um clássico fim de tarde carioca, a Mureta da Urca pode parecer um lugar despretensioso, mas conta com a paisagem deslumbrante do Aterro do Flamengo, da Urca e do Pão de Açúcar. Ao redor, você também encontra vários belisquetes e cervejas geladas!”
Rua Cândido Gaffree, 205, Urca
Varanda do Páreo
“O Jockey é um clube no coração da Gávea, com as bênçãos da vista do Cristo Redentor. Um fim de tarde na varanda do Páreo, seu restaurante, é delicioso. O lugar oferece uma comida japonesa muito bem-feita e uma ótima carta de vinhos. Se der a sorte de assistir a uma corrida de cavalos, você estará em um verdadeiro camarote!”
Rua Mário Ribeiro, 410, Jockey Club Brasileiro, Lagoa
*PAULA PRANDINI é a chef à frente do Empório Jardim e do Stuzzi, no Rio de Janeiro
As dicas de quem adora o Rio
CAMALEOA QUE ENCARNA
PERSONAGENS TÃO DIFERENTES COMO A NEURÓTICA VANI DE “OS NORMAIS”
E A INGÊNUA CARULA DE “A MARVADA
CARNE”, A ATRIZ FERNANDA TORRES
BRILHA COMO PROTAGONISTA DE “AINDA ESTOU AQUI”, FILME DE WALTER SALLES QUE ESTREIA ESTE MÊS
NOS CINEMAS E FOI SELECIONADO
PARA REPRESENTAR O BRASIL NA CORRIDA POR UMA VAGA NO OSCAR
FPOR JANAINA PEREIRA , DE VENEZA
ERNANDA TORRES JÁ DISSE que vive numa linha fina entre o cult e o popular. A declaração, feita em 1998 no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, faz sentido. Fernanda trilhou um caminho onde o teatro e o cinema tiveram mais relevância em sua carreira do que fazer novelas — gênero que ainda eleva a maioria dos atores e atrizes brasileiros ao status de popstar. Ainda assim, se tornou conhecida do grande público graças a papéis como a neurótica Vani da sitcom “Os Normais” (2001-2003) e a divertida Fátima, da série de TV “Tapas & Beijos” (2011-2015). Atriz, roteirista, escritora e apresentadora, Fernanda Torres está no centro das atenções da mídia brasileira e internacional — e não seria exagero dizer que com a mesma força de uma protagonista de novela. Seu novo filme, “Ainda Estou Aqui”, vem causando impacto por onde é exibido desde sua estreia mundial, no Festival de Veneza, em setembro. Prêmio de melhor roteiro no festival de cinema mais antigo do mundo, o longa marca o retorno da parceria de Fernanda com o cineasta Walter Salles, que a dirigiu ao lado de Daniela Thomas (que também faz parte da equipe de “Ainda Estou Aqui”) em “Terra Estrangeira”, de 1994. “É um filme sobre uma família feito por uma família de cinema”, comenta Salles.
“Ainda Estou Aqui” é o longa brasileiro mais comentado do ano e um dos mais vistos no mundo. No Rotten Tomatoes, famoso site que reúne críticas internacionais, já chega em 89% de aprovação. Representante nacional a uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025, vem percorrendo diversos festivais de prestígio – já passou por Toronto, San Sebastian, Biarritz, Pingyao, Zurich, Nova York e Londres; e estreia nos cinemas em todo o Brasil no dia 7 de novembro.
O filme é baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva e conta a história de sua família. Na trama, ambientada no Rio de Janeiro de 1970, os Paiva vivem sob a tensão da ditadura militar. Um dia, Rubens, o pai de Marcelo, é levado de casa e nunca mais volta. Cabe a sua mãe, Eunice, cuidar dos cinco filhos e lutar para esclarecer o que aconteceu com seu marido.
O diretor Walter Salles orienta Fernanda Torres no set de
Walter Salles era amigo de infância de Marcelo Rubens Paiva e de uma de suas irmãs, Ana Lúcia. O diretor levou sete anos para transformar “Ainda Estou Aqui”, o livro, no filme que hoje faz sucesso mundo afora. O roteiro premiado em Veneza, assinado por Murilo Hauser e Heitor Lorega, foi escrito 15 vezes. E o que mais chama a atenção na história é a forma como Eunice encarou o desaparecimento do marido, o ex-deputado Rubens Paiva: sem drama, ela se tornou advogada de direitos civis aos 48 anos e nunca deixou de lutar para que a morte de Rubens fosse reconhecida. A forma como Fernanda Torres interpreta Eunice é o destaque do filme, o que faz da atriz, aos 59 anos, uma forte candidata na temporada de premiações, podendo repetir o feito de sua mãe, Fernanda Montenegro, que foi indicada ao Oscar de melhor atriz em 1999 por “Central do Brasil”, também de Walter Salles. “A Nanda é uma camaleoa. Ela pode fazer a Vani de biquíni e a Eunice contida, séria”, comenta Marcelo Rubens Paiva.
O reconhecimento pelo desempenho de Fernanda em “Ainda Estou Aqui” já
começou: uma das premiações mais relevantes do cinema, o Critics Choice Awards (onde apenas críticos de cinema e televisão podem votar e escolher seus favoritos no ano) a elegeu Melhor Atriz em Filme Internacional na 4ª edição da Celebração do Cinema e da Televisão Latina, em cerimônia realizada em outubro, em Los Angeles, a capital mundial do cinema.
“Não é nenhuma loucura dizer que a performance da Nanda nesse filme é uma das melhores do ano, que está lá com a Nicole [Kidman, pelo filme ‘BabyGirl’] e Angelina [Jolie, pelo filme ‘Maria’]. E eu fico feliz por ela”, comenta Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva no filme.
Mesmo com tantos elogios, Fernanda Torres é cautelosa sobre prêmios e indicação ao Oscar. Para ela, que já conquistou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes em 1986 por sua atuação em “Eu Sei Que Vou Te Amar”, de Arnaldo Jabor, o sucesso de sua interpretação em “Ainda Estou Aqui” se deve exclusivamente à personagem. “É a Eunice. Ela é incrível. Eu fiquei impressionadíssima com ela. Sempre
soube que ‘o pai do Marcelo sumiu’ e que ‘foi morto pela ditadura’. Mas isso sempre foi pouco... é como se fosse um headline sem a matéria principal. Até que o Marcelo escreveu esse livro. Ninguém sabia [como era a família Paiva]. Ele escreve um livro e conta não só como o pai dele desapareceu, mas como era a vida deles antes e durante o Golpe de Estado com o Rubens no Congresso [Rubens Paiva foi cassado em 1964], o exílio, a volta, e sobre a descoberta do próprio Marcelo que a grande heroína da família era a mãe dele. Então, se você não sabia muito do Rubens Paiva, da Eunice Paiva você sabia nada, até esse livro aparecer.”
Fernanda conta como veio o convite para interpretar Eunice Paiva: “Fiquei muito surpresa quando o Walter me chamou. Ele me convidou para um almoço e eu achei que ele ia me convocar para escrever algo, um roteiro para ele... Quando ele falou que era para interpretar a Eunice, eu tomei um susto!” Ela destaca ainda que a construção da personagem foi delicada: “Eu me lembro que fui olhar [material sobre a Eunice] e a primeira coisa que pensei é ‘tenho que estar preparada para a primeira leitura, eu não posso ir nem para a primeira leitura sem saber nada sobre Eunice’. Aí eu peguei a Helena Varvaki, que é uma preparadora de atores extraordinária. Durante um mês a gente leu o roteiro... ela foi importantíssima para mim, para fazer todo o filme... aí eu li [o roteiro] e começou um longo processo de todos nós, porque o Walter fez um filme quase como um documentário. Quando entram as fotos reais no fim, você não sente ‘ah esses são os personagens reais’, parece que você viu aquelas pessoas durante todo o filme, é uma coisa estranha!”
Fernanda Torres divide com a mãe o papel de Eunice. Nos minutos finais de “Ainda Estou Aqui”, é Fernanda Montenegro quem aparece como a personagem. Comento que o nome de sua mãe foi aplaudido na sessão de imprensa do Festival de Veneza. Ela sorri e diz que na sessão de gala isso também aconteceu.
O trabalho minucioso de reconstrução de época em “Ainda Estou Aqui” também chama muita atenção. Impossível assistir ao filme e não ficar impressionado com a riqueza de detalhes, que transporta o espectador para dentro da história. Fernanda Torres conta como foi esse processo no dia a dia das filmagens.
“Quando assisti ao filme pela primeira vez, pensei ‘nossa, não pareço eu!’ Parecia um documentário! Teve uma loucura porque ensaiamos naquela casa. O [diretor de arte] Carlos Conti colocava cigarro apagado nos cinzeiros. Tudo era real. A Amanda Gabriel, que era preparadora de elenco e trabalhou principalmente o sentido de família, esteve até o fim com a gente. Nós começamos a conviver com as crianças [que interpretam os filhos de Rubens e Eunice] naquela casa, cozinhar, conviver como família. A vitrola que aparece no filme não era apenas uma vitrola. Era uma vitrola que alguém da família trouxe, as coisas tinham cheiro e tinha o processo de repetir todas as fotos minuciosamente. É um trabalho incrível, e o elenco também embarcou nesse universo”, revela.
Até mesmo a forma como o filme foi rodado, segundo Fernanda, fez toda a diferença para sua interpretação. “Começamos a filmar em Super 8. Foi um longo processo minucioso e tem o fato de ser em película. Quando se filma em digital, tem um lado incrível que é poder repetir em cima, sem parar, você pode criar coisas incríveis em digital. Mas em película tem um momento sagrado do take. Porque se você errar, ou alguém errar, vai ter que tirar o rolo, voltar... Então cria-se, e o Walter sempre criou, uma espécie de sacralidade para a cena. Concentração. Isso tudo foi ajudando a gente, a roupa velha, a casa, tudo com vida...”
Como Walter Salles conhecia e frequentou a casa dos Paiva, isso também tornou todo o projeto muito particular, o que fez com que a relação da atriz com o diretor tivesse um outro olhar por parte dela. “Era quase um fetiche do Walter recriar aquela casa. E ele foi tirado daquela casa. Não foi só a família. O desaparecimento do Rubens fechou aquela casa para ele. Aquela foi a casa que abriu para o Walter a Tropicália, o mundo fora da casa dele, que era muito mais rígida. Ele tinha um fetiche de recriar aquilo.”
Com a ascensão da extrema direita em diversas partes do mundo, a trama de “Ainda Estou Aqui”
ganha contornos ainda mais atuais. Se em Veneza os jornalistas italianos viram semelhanças entre o que o filme apresenta e a atual situação política do país, em outras cidades onde já foi exibido, o longa causa a mesma sensação de revisitar um passado que ainda está presente.
“É uma história sobre o presente, sobre as escolhas que a gente está fazendo no presente. É um filme, primeiramente, sobre memória. Porque parece que a gente perdeu [a memória]. Engraçado que a minha mãe fala isso também. Ela fala ‘eu sou do tempo da bomba atômica. Desde a bomba atômica até agora o homem desenvolveu questões como direitos humanos, igualdade, tudo isso veio depois do trauma da bomba atômica’. Mas eu não sei se foi depois das Torres Gêmeas. Não sei quando isso começou a não ser mais importante. E atualmente não se tem mais essa memória. Os direitos humanos parecem que viraram uma perfumaria da esquerda”, analisa Fernanda. Para a atriz, a atual situação do mundo está relacionada à trama de
“Ainda Estou Aqui”. “Um filme como esse lembra que você mesmo sendo branco, de elite, pode viver sob uma ditadura militar. A Eunice lembra também o que era a mulher no seu papel de dona de casa. A Eunice representa muitas coisas e, especialmente, o quanto a mulher caminhou. E tudo isso que está sendo jogado como lixo de esquerda, tudo foi distorcido! É um filme que procura relembrar e colocar no lugar de novo o que é o quê, e através do sentimento de uma família com a qual todo mundo pode se identificar.”
Eunice Paiva só conseguiu o reconhecimento da morte de seu marido em 1996. “Ainda Estou Aqui”, que começa mostrando a alegria e união dos Paiva, aborda também como a família viveu momentos difíceis até o dia em que o governo reconheceu que Rubens Paiva estava morto. Mas, durante toda a história, Rubens nunca deixou de estar presente. E essa sensação de ausência e presença que o público sente, também
respectivamente em
e
fez parte da interpretação de Fernanda Torres.
“Eu fiquei surpresa, sabe, porque o Rubens entra lá no começo [do filme], e depois o Selton some. Para minha tristeza, eu senti fortemente quando ele foi embora. E depois tem um longo filme que a gente tinha que fazer. E aquele filme luminoso lá do início ficou lá. Quando juntou eu fiquei surpresa e impactada de como o Rubens é presente no filme. Ele não é algo que ficou no passado. Você sente a falta dele como a Eunice sente, como os filhos sentem. Isso aconteceu, ele não é um coadjuvante. O Rubens é protagonista com a Eunice. Isso é uma coisa bonita. Ele continua presente.”
A parceria com Selton Mello é elogiada por ela, que não perde a oportunidade de terminar a entrevista brincando com o tempo de filmagem que eles tiveram neste que é o primeiro filme original Globoplay, com distribuição internacional da Sony Pictures. “Selton tem um excelente papel. Ele trabalhou apenas poucos meses, e eu ainda estava lá”, conclui, aos risos.
Aniela Jordan
Ferramentas de transformação, a arte e a cultura se materializam em projetos relevantes para o país, que apenas são possíveis com o envolvimento coletivo
Fui apresentada aos palcos pela minha irmã, a bailarina Dalal Achcar, e fiquei fascinada imediatamente. Porém, minha carreira aconteceu atrás dos palcos. E fui e sou muito feliz assim! Passei 20 anos à frente do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, começando como iluminadora e terminando como diretora de produção. Montei diversas óperas e balés, recebi inúmeras companhias internacionais. Aprendi muita coisa que, hoje, coloco em prática na Aventura – empresa que fundei há 15 anos, com meu sócio Luiz Calainho. Produzimos mais de 40 espetáculos e reabrimos teatros icônicos no país! Não foi fácil superar as barreiras que enfrentei por ser mulher em um contexto majoritariamente masculino. Hoje, tenho o privilégio de ter pessoas incríveis comigo, que apostam na cultura como ferramenta de transformação. Parte importante dessas conquistas vem do patrocínio de marcas comprometidas, sem as quais não poderíamos manter nossos projetos, que são essenciais na construção de um cenário cultural vibrante e democrático.
O futuro é promissor e cabe a nós, gestores, artistas, produtores e marcas, garantir que seja repleto de novas histórias. Por falar em próximos passos, acabamos de anunciar a reabertura do icônico Teatro Alfa, agora
Apresentação de peça infantil no Eco Villa Ri Happy, no Rio de Janeiro
integrado ao Beyond The Club – um clube de alta experiência em lazer, esporte, bem-estar e entretenimento, em São Paulo. O teatro, com duas salas – com 1.110 lugares e 200 lugares –, receberá um novo nome, após o roadshow para naming rights e patrocínios, liderado pelo meu sócio Luiz Calainho, Co-CEO da Aventura.
Esse ano também celebramos os oito anos do Teatro Riachuelo Rio, que ultrapassou a marca de 1 milhão de espectadores. Em novembro, parte da programação especial será em homenagem ao Mês da Consciência Negra, com a tão esperada volta de “Macacos”. Teremos também o espetáculo “Musicais in Concert”, com a orquestra Petrobras Sinfônica e grandes nomes do musical brasileiro. Já no Teatro Adolpho Bloch, no Rio, os espetáculos vão de clássicos até produções contemporâneas, com opções de altíssima qualidade.
E, na a EcoVilla Ri Happy, que tem como missão manter uma curadoria cuidadosa para o público infantojuvenil, preparamos uma agenda cheia de atividades e espetáculos de fim de ano.
Vamos juntos! Afinal, a cultura é um substantivo feminino cujo resultado só acontece no coletivo. Ainda bem!
ANIELA JORDAN é presidente do Instituto Evoé, diretora artística da Aventura e diretora da EcoVilla Ri Happy, único hub cultural voltado exclusivamente para crianças no Rio.
A REVISTA E VIAJAR PELAS NOVIDADES DO AEROPORTO DE CONGONHAS