29HORAS - janeiro 2020 - ed. 123 - RJ

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RJ

JANEIRO/2020

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Menino do sertão,

Jesuíta Barbosa explode nas telas e nos palcos do Brasil

Vire e leia a Veja o vídeo com a ator

29H SP


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JANE I RO 2 02 0

06 Jesuíta

#123 JANEIRO 2 02 0 WWW.REVISTA29HORAS.COM.BR

Barbosa

/revista29horas

O ator pernambucano conquista o Brasil com seu talento nos palcos e nas telas

@revista29horas PUBLISHER Pedro Barbastefano Júnior CONSELHO EDITORIAL Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo e Pedro Barbastefano Júnior REDAÇÃO Chantal Brissac (diretora de redação); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Paula Calçade (repórter); João Benz (estagiário); Rose Oseki (diretora de arte); Karen Suemi Kohatsu (designer) COLABORADORES Adonis Alonso, André Hellmeister, André Yoshikawa, Claudio Franchini, Danilo Borges, Enrico Carnevalli, Fabio Audi, Fernanda Meneguetti, Georges Henri Foz, Júlia Storch, Julya Zancoper, Letícia Novais, Leonardo Boconi, Luiz Toledo, Patricia Palumbo, Pro Coletivo, Raphael Calles P U BLI CI DADE CO M ERCI AL comercial@29horas.com.br GERENTE Rafael Bove EQUIPE: Angela Saito, Tereza Virginia GERENTE REGIONAL Giovanna Barbastefano (giovanna@29horas.com.br) RIO DE JANEIRO – Rogerio Ponce de Leon (rogerioponcedeleon@gmail.com) ASSISTÊNCIA COMERCIAL Liana Pereira (liana.pereira@29horas.com.br) IMPRESSÃO E ACABAMENTO Plural Indústria Gráfica Ltda JORNALISTA RESPONSÁVEL Chantal Brissac (MTB 15.064) DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E EXCLUSIVA NAS SALAS DE EMBARQUE E DESEMBARQUE DOS AEROPORTOS DE CONGONHAS E SANTOS DUMONT.

Foto acima e da capa: Fabio Audi

2 9 HOR AS é uma publicação mensal da MPC11 Publicidade Ltda.

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A revista 29 HOR AS respeita a liberdade de expressão. As matérias, reportagens e artigos são de responsabilidade exclusiva de seus signatários. Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista, São Paulo — CEP: 01406-200 TEL.: 11.3086.0088 FAX: 11.3086.0676

Hora Rio

cidade

Restaurante Ino

Museu de Arte do Rio

Foto Alexandre Macieira / Riotur

Foto Filico

MISTO

A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO.

16 Vozes da

Sumário


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“NÃO SOU UMA CELEBRIDADE” UM DOS GRANDES TALENTOS DA NOVA GERAÇÃO DE ATORES, O PERNAMBUCANO JESUÍTA BARBOSA É PURA PROFUNDIDADE, SIMPLICIDADE E INTELIGÊNCIA

POR RODRIGO GRILO FOTOS FABIO AUDI

DESDE QUE IRROMPEU NO TEATRO, NO CINEMA E NA TEVÊ, há onze anos, ele só tem chamado a atenção. Ano após ano, Jesuíta Barbosa colhe elogios de diretores, cineastas e atores com quem contracena. O jovem de 28 anos que cresceu no sertão de Pernambuco, filho de uma cabeleireira e um bancário, é conhecido por sua grande entrega ao encarnar seus personagens. Como seu próprio nome deixa antever, Jesuíta cresceu em um ambiente católico. Foi batizado, crismado, fez primeira comunhão e participou de grupos musicais religiosos. Tinha futuro na igreja, não fosse o teatro descoberto na adolescência, que o tomou por inteiro, sem reservas. Com sua inteligência cênica, hoje ele se multiplica em papéis e cenários diversos. Até o final de outubro de 2019, estrelou o musical “Lazarus”, último trabalho do cantor inglês David Bowie (1947-2016). Também causou como o militar homossexual Fininha em “Tatuagem”, no filme de Hilton Lacerda, atuação que o fez conquistar, com apenas 22 anos, o prêmio de melhor ator nos festivais de Cinema do Rio e de Cinema de Língua Portuguesa, em 2013. Um ano depois, estreou na TV em “Amores Roubados”, da Globo. E emendou, na mesma emissora, “Rebu” (2014), “Ligações Perigosas”, “Justiça” e “Nada Será Como Antes” (2016), além de “Onde Nascem os Fortes” (2018). No cinema, esteve em grandes produções como “O Grande Circo Místico” (2018), “Malasartes e o Duelo com a Morte” (2017), “Reza a Lenda” (2016), “Praia do Futuro” (2014) e “Serra Pelada” (2013). Em 2019, experimentou ser protagonista da Globo na novela “Verão 90”. No papo a seguir, Jesuíta fala da sua criação no Nordeste, de como o coletivo cearense As Travestidas expandiu os seus sentidos e a sua consciência como ator e explica por que, em sua opinião, o feminino é a energia mais poderosa do mundo.

Recentemente, você foi protagonista de novela da Globo em “Verão 90”. O que experimentou a partir daí? A minha avó, para quem pedi que me assistisse pela TV, parou de ver a novela porque estava me achando muito ruim, maldoso (risos). Eu achei fantástico e argumentei: “Mas, vó, tô fazendo a novela para a senhora ver”. E ela: “Não vou ver mais isso, não. Nojento!” Acabou comigo, foi engraçado. Bom, os paparazzi não me perseguiam pelas ruas (risos). Dei sorte. Apesar de não me achar reservado demais, eu não sou uma celebridade, não virei essa coisa. E também não acho que seja parte do meu trabalho. Mas sempre tive curiosidade de fazer novela. Houve, sim, uma superexposição que não havia experimentado. Por outro lado, é algo que vem e vai rapidamente.

Você nasceu e se criou no Nordeste. Retorna às suas raízes com frequência? Nasci em Salgueiro, mas cresci em Parnamirim, sertão de Pernambuco, para onde viajei no início do ano passado. É nossa


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função, enquanto ser humano, resgatar a memória. Quando percebemos que não mais recordamos ou não temos uma memória afetiva sobre algum momento da vida, da infância, de uma descoberta, do crescimento, da passagem do tempo, a gente começa a morrer por dentro. Prefiro viver bastante, guardando boas memórias. Por isso, retorno para lá. Hoje, engraçado, estava lembrando da casa de uma tia. É o local do qual mais me recordo, onde cresci com primos. Esses lapsos vêm com força quando eu estou muito cansado.

Fale um pouco mais da sua criação por lá.

profissão, mas sabem que, provavelmente, terão de procurar outra. A minha família primava que eu fizesse uma faculdade que me desse retorno rápido, pudesse me sustentar. A cabeça das pessoas é nesse lugar: trabalho não tem a ver com diversão; é suor, sofrimento. Demorei um tempo para entender que o meu trabalho poderia ser algo que me deixasse são, mais forte e que eu pudesse me divertir com ele.

Como você passou pela adolescência? É uma das fases mais difíceis da vida. A obrigação de definir a profissão a ser exercida no futuro é bem debilitada no sistema educacional vigente. Capitalista, ele prega que temos de ser alguma coisa definida e para sempre. Com a tecnologia, porém, as pessoas estudam de olho em uma

Foi aí que procurou o teatro? O teatro foi um portal para mim desde a quinta série. No colégio, ele era oferecido aos sábados. Quando eu não me saía bem em exatas, o colégio me proibia de fazê-lo. O que hoje é o meu trabalho era, naquela época, tirado de mim. É um

FOTO DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

FOTO ALEXANDRE ERMEL

FOTO DIVULGAÇÃO/FLÁVIO GUSMÃO

Minha família materna é de Pernambuco e a paterna do Ceará. Eu ficava dividido entre os estados. Até que uma hora nos

estabelecemos em Fortaleza, para que eu fizesse o ensino médio. No sertão pernambucano, porém, pude crescer em meio a muito primo, ocupar a rua. Parnamirim é pequena e pude usar a cidade inteira para correr e brincar de tudo. Era um espaço de tranquilidade, longe de perigos. A família se dividia por todo o município, a cidade era nossa.

FOTO FLAVIA CANAVARRO

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erro educacional não valorizar as artes, a educação artística como um todo, seja musical, visual, enfim, a educação primordial para qualquer um se perceber diferente do outro. No fim das contas, acabei fazendo faculdade de teatro. Demorou, mas percebi que poderia trabalhar com teatro e conhecer pessoas que se sustentavam com a arte.

O que o teatro entrega a você? Adoro perceber o meu corpo no teatro. Ele fica dilatado, diferentemente do audiovisual, cuja forma de atuar é mais minimalista, naturalista. O teatro pede uma vivacidade, uma dilatação de energia que vira quase um exercício físico. O meu corpo responde bem e a minha mente fica mais tranquila. Em “Lazarus”, eu cantei na peça e não acreditava que poderia cantar bem daquele jeito no palco. Também pintei o cabelo de loiro, talvez para me aproximar do personagem, ou do Bowie mesmo.

Bowie é uma referência para você? Hoje, estou bem por dentro da obra dele, mas, antes, não. Tinha referência icônica do Bowie no mundo pop. Só que ele tem um trabalho plástico muito bonito. Foi importante ler e pesquisar sobre o artista e as suas canções. Gosto muito de “Sunday”, estou bem viciado nessa música. Não curto dizer que sou eclético (risos), mas ouço muita coisa, como Caetano Veloso; a irmã dele, Bethania; Gal Costa, Devendra Banhart e o Thiago Nacarato, um cantor português.

Você vive bastante na ponte aérea, já morou no Rio e agora está em São Paulo. Como vive as duas cidades? Amo o Rio e também gosto de São Paulo, uma cidade construída com muito trabalho. São Paulo foi construída por nós, nordestinos. Nas duas capitais, vivo de um jeito simples, curto ficar em casa. Limpo as coisas, cozinho. Faço um risoto bom, viu? E preparo uma moqueca, quando quero festejar algo. Me faz bem, é quase uma feitiçaria. Na outra página e no sentido horário, Jesuíta com Irandhir Santos no filme "Tatuagem"; com Wagner Moura em "Praia do Futuro"; no musical "Lazarus"; e ao lado de Marina Ruy Barbosa na minissérie "Justiça", da TV Globo


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Se não fosse artista, o que gostaria de ser? São tantas as possibilidades na arte. Há o bailarino, o ator, o artista circense. Depois de ver um grupo de bailarinos atuando em um filme, decidi que queria dançar e provocar sensações com o movimento, com o corpo. Eu seria bailarino, se não fosse ator.

(que interpreta o cangaceiro Lunga em “Bacurau”), grande ator e diretor da capital cearense, e tem um repertório bem interessante de teatro transformista e sobre a questão de gênero. O coletivo me possibilitou uma salvação; fazer o contrário do que o mundo pré-datado, ditado pelo Estado e pela Igreja, costuma impingir. Foi a partir d’As Travestidas que passei a entender o feminino. E entendi, nessa sociedade extremamente machista e violenta, que existe uma beleza e grandiosidade no feminino. Ela é tão absurdamente grande e fantástica que precisa ser condenada pela sociedade, porque do contrário ela toma para si o poder. O feminino é a energia mais poderosa do mundo.

Como frear a reprodução de arquétipos como macho, fêmea, gay, hétero, homossexual etc.? Pela educação. Quando souberem que educar é conhecer a ciência. Quando começarmos a discutir gênero e entender as diferenças de sexualidade, a sociedade será menos doente e mais acolhedora. A gente tem um déficit gigante na educação, e não apenas em termos de sexualidade. Hoje, por exemplo, o acesso à arte tem sido restringido. Há cortes de incentivo ao audiovisual e a censura está dando as caras novamente no nosso país.

Considera-se feminista? Não me coloco como feminista, porque sou homem e, portanto, não posso sê-lo. Não quero tomar para mim essa bandeira, porque é delas. Mas é minha função, também enquanto homem, dar vigor ao poder feminino. A forma como eu me percebo hoje e a criação que recebi da minha mãe me colocam em função de defender o meu lado feminino, defender a mulher.

A arte o destravou de lugares que o sufocava? Completamente. É nela que a gente encontra a dureza da busca pela verdade, pelos nossos demônios, a nossa morada nesse planeta estranho e bonito ao mesmo tempo. Arte consolida disparidades, a beleza, a feiúra, os medos e a coragem. Possibilita uma leveza ao nos livrar da ignorância, da verdade única estabelecida pelas instituições sociais e religiosas, porque questiona. Ir ao cinema e sair de lá completamente mudado, ouvir uma música que nos transforme, são provas de sua força.

Foi no coletivo “As Travestidas” que você deu os primeiros passos como ator. Qual a importância dessa experiência? As Travestidas é um coletivo de Fortaleza com uma importância imensa no Ceará. É formado por diversos atores e atrizes e coordenado pelo Silvero Pereira

Aos 28 anos, seus trabalhos têm sido muito elogiados. O que espera que o correr do tempo entregue a você? Espero muito não. O que interessa é o caminhar, não o correr dos anos. Quero que o tempo possibilite a percepção das coisas e que elas não passem despercebidas. Gosto de viajar pelo interior do Brasil, quero conhecer praias e mais ainda o sertão do Nordeste, onde se vive outro tempo. A caatinga é o nosso deserto, não existe em outro lugar. Só de imaginar que plantas passam anos ali esperando uma chuva e, ainda assim, permanecem verdes... Além de interessante, essa vegetação é a metáfora do povo nordestino, resistente e forte.


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JOGO RÁPIDO Apelido “Jesus. Mas nunca tive cabelo comprido”. Mania “Sexo. É uma mania saudável”. Superstição “Não tenho. Mas não passo embaixo de escada, não” (risos).

Fé “Não adoro um Deus. Estou pesquisando a ciência, entendendo a natureza, as plantas, o silêncio. Tudo isso me provoca muitas sensações e emoções que não me deixam cético. Preciso entender muito sobre o universo, o tamanho e o tempo das coisas”. Vaidade “Minha vaidade é mais relacionada à saúde e menos à beleza externa”. Traço marcante “Às vezes, sou imediatista, ríspido demais. Isso não é muito bom, não. Tento ponderar as minhas falas e moderar o que ouço, para conseguir entender e responder melhor. Daqui a pouco, quem sabe, faço uma terapia. Tive uma sessão boa contigo, agora. Quer ser meu terapeuta?”


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Literatura, museus, restaurantes, samba, cafés em família e uma vista incrível da cidade

hora

FOTO DIVULGAÇÃO

O M E L H O R D A C I D A D E M A R AV I L H O S A

Para o alto e avante!

GAMBOA A partir de agora, quem visitar o Rio de Janeiro poderá proferir a lendária frase do Super-Homem. É que acaba de ser inaugurada a Rio Star, a maior roda gigante da América Latina, com 88 metros de altura – o equivalente a um prédio de 25 andares. Cada uma de suas 54 cabines climatizadas acomoda oito pessoas. A volta completa demora 15 minutos. Instalada no Porto Maravilha, oferece vistas da Baía de Guanabara, da Ponte Rio-Niterói e da Cidade do Samba. O ingresso custa R$ 59 na bilheteria e R$ 49 se for comprado no site riostar.tur.br. RIO STAR: Avenida Rodrigues Alves, 455, Gamboa.


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HORA RIO

FOTOS REPRODUÇÃO

O livro é recheado de fotos e ilustrações de capas de revistas da época, como a Fon Fon (à esq.), que contava com caricaturistas e poetas de renome entre seus colaboradores. Abaixo, livro de Alvaro Moreyra, Ruy no detalhe e a capa de "Metrópole à Beira-Mar", com ilustração do grande J. Carlos, feita em 1927

Na era de ouro Recém-lançado, o livro “Metrópole à Beira-Mar”, do escritor e jornalista Ruy Castro, é um delicioso e apaixonante retrato do Rio de Janeiro dos anos 1920 Uma viagem pela atmosfera fervilhante de um Rio de Janeiro que se encontrava em plena vanguarda. O novo livro de Ruy Castro, “Metrópole à Beira-Mar” (Companhia das Letras), transporta majestosa e deliciosamente o leitor a um cenário surpreendente: os acontecimentos no Rio entre o Carnaval de 1919 e a Revolução de 1930. “Era uma cidade que estava começando tudo, em verdadeira ebulição. E que acolhia pessoas como

Villa-Lobos, Carmen Miranda, Cecília Meirelles, Di Cavalcanti, Francisco Alves, J. Carlos, Manuel Bandeira, João do Rio, entre tantos outros gênios da literatura, da música, do teatro, das artes e da ciência”, diz o escritor. Esses são os personagens de Ruy, biógrafo de grande talento e um dos melhores textos da literatura brasileira. Neste novo livro, de quase 500 páginas, ele faz uma saborosa reconstituição histórica da era de ouro carioca, entrelaçando eventos políticos e culturais à trajetória dos personagens — os lembrados e os esquecidos —, que fizeram e mudaram a história.

FOTOS DIVULGAÇÃO

L I T E R AT U R A


NEGÓCIOS

Paulo e um dos pratos do restaurante Ino: lula grelhada com molho de queijo pecorino e pimenta

FOTO JOÃO BENZ

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No eixo RioSão Paulo

Paulo Ouro Preto é um autêntico “paulioca”: carioca da gema, ele vive na ponte aérea e está sempre na capital paulista. Formado no MIT, com passagens na direção de várias empresas – trabalhou treze anos na Vale –, Paulo é investidor em São Paulo do grupo St. Marché, que inclui, além dos supermercados da rede, o complexo gastronômico Eataly e o Empório Santa Maria, na avenida Cidade Jardim. Já no Rio, ele está à frente do restaurante Ino, aberto há um ano e meio na rua Conde de Irajá. “Essa rua virou a Dias Ferreira de Botafogo, repleta de restaurantes estrelados do Rio”, lembra Paulo, citando, entre outros, o Lasai e o Irajá. “Sempre tive vontade de ter um restaurante exclusivo, pequeno e artesanal, para trabalhar com produtores regionais e receitas tradicionais italianas. O Ino nasceu desse sonho”. Um sucesso na cidade, o Ino traz pratos como o nhoque recheado com queijo canastra, o carpaccio crocante, com grana padano e mostarda caseira tartufo, e o ragu de cordeiro no Malbec cozido por 12h e finalizado com saladinha fresca de agrião e cebola roxa, entre outras delícias. E é no próprio Ino que Paulo expressa sua mais recente vocação, a arte. Há poucos anos, ele transformou seu hobby em um trabalho sério. Virou artista plástico e ilustrador, sendo representado no Rio pela galeria Samba Arte. Suas obras estão espalhadas pelo salão do restaurante, mostrando mais uma face talentosa desse investidor/empresário/artista e gourmet. “Aprendi a valorizar o que realmente importa, fazer o que eu mais gosto. Se me perguntam hoje, eu digo sem medo: vá atrás do que te completa, arrisque, mergulhe, pois a vida é uma só”. INO

Rua Conde de Irajá, 115, Botafogo, tel 21 3549-5806

FOTO FILICO

Um mix de investidor, empresário, gourmet e artista plástico, Paulo Ouro Preto procura fazer de sua vida uma obra de arte


HORA RIO

Vozes da cidade

POR HELOISA SEIXAS

Um trio imbatível Museu de Arte do Rio “Todos que amam o Rio estão convocados a, neste verão, ir visitar o Museu de Arte do Rio, uma das atrações do Porto Maravilha. E isso porque esse museu de sigla tão sugestiva – MAR – andou ameaçado de fechar, por causa da inépcia da Prefeitura. Seu acervo permanente, assim como as exposições temporárias, sempre valem a pena. Sem falar na vista que se tem do terraço”. Praça Mauá, 5, Centro.

Bar Luiz “Pelo mesmo motivo – a ameaça de fechar –, vale a pena ir almoçar no tradicionalíssimo Bar Luiz (fundado em 1887), com seu chope mais que gelado, sua salada de batata (cuja receita é secreta) e aqueles simpáticos garçons que ainda se vestem de summer (paletó branco). Em janeiro, o Bar Luiz vai participar da Olimpíada de Botequim (vários bares da cidade participam), com competições de porrinha, totó e chope a metro, entre outras modalidades “esportivas”. Rua da Carioca, 39, Centro.

Samba do Trabalhador “No verão, com temperatura média ambiente passando muito dos 40, o Samba do Trabalhador, no Clube Renascença, não é para amadores. Mas é garantia de diversão e alegria, como em poucos lugares do Rio. A roda de samba inventada por Moacyr Luz acontece toda segunda-feira de tardinha e já se tornou uma das mais deliciosas tradições cariocas”. Rua Barão de São Francisco 54, Andaraí.

HELOISA SEIXAS é autora de mais de vinte livros, entre

romances e volumes de contos e crônicas

As dicas e os segredos de quem adora o Rio

FOTOS ALEXANDRE MACIEIRA E MARINA HERRIGES/RIOTUR / DIVULGAÇÃO

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FOTOS RODRIGO AZEVEDO, LIPE BORGES / DIVULGAÇÃO

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POR MARCELO CHEKER

Lugares pet friendly Rosita “Além da comida, que é excelente, essa casa fica no Shopping Downtown, um local animado, seguro e pet friendly. Lembrando que é saudável passear diariamente com os cães, que têm mais oportunidades de socializar”. Av. das Américas, 500, bloco 21, lojas 126 e 127, tel. 21 3084-5202

Pizzaria Domenica “A casa fica em Ipanema e é recém-inaugurada, mas já me conquistou de cara. Sentamos na varanda e a equipe foi extremamente carinhosa com toda minha família, especialmente com a Tequila. Recomendo fortemente”. Rua Maria Quitéria, 132, Ipanema, tel. 21 3435-0046

Beco do Café “Meus dois filhos são pequenos ainda e sempre querem ficar na companhia da nossa mascote. O Beco é um lugar que dou preferência, justamente por tornar minha experiência mais prazerosa”. Città America - Avenida das Américas, 700, Loja 105H, Barra da Tijuca, tel. 21 3030-5363

Angu do Gomes “É um bar pet friendly com um bom número de mesas na calçada. Faz o melhor angu do Rio e é um bom lugar para papear e tomar um ou dois chopes”. Rua das Palmeiras, 80, Botafogo, tel. 21 3647-8687

MARCELO CHEKER é proprietário do Centro Veterinário Barra

da Tijuca e “pai” da Tequila, sua cadelinha da raça Shih-tzu


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