29HORAS - outubro 2021 - ed. 141/15 - Campinas

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Iozzi Monica

ESCANEIE E OUÇA A PLAYLIST INSPIRADA NA REGIÃO DE CAMPINAS NO 29HORAS PLAY

O U T U B R O / 2 0 2 1 dist ri buiçã o grat uita em vi racopo s

Com seu humor sarcástico, a atriz mostra versatilidade em estreias na Amazon, no Canal Brasil e no cinema




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Sumário

FOTO DIVULGAÇÃO

OUT UB RO 2 02 1

# 1 41 /1 5 OU TUB RO 2 02 1 WWW.29HORAS.COM.BR

@revista29horas @29horas Publisher Pedro Barbastefano Júnior Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo, Paula Calçade e Pedro Barbastefano Júnior redação Paula Calçade (editora de redação); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Helena Cardoso (estagiária) Colaboradores André Hellmeister, Anelise Zanoni, Didú Russo, Georges Henri Foz, Juliana Simões, Luiz Toledo, Patricia Palumbo, Procoletivo, Tecla Music Agency P U B L I CI DADE CO M E RCI AL comercial@29horas.com.br equiPe: Rafael Bove (rafael.bove@29horas. com.br), Angela Saito (angela.saito@29horas. com.br)

11 Hora Campinas

Gerente reGional Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br)

Jornalista resPonsável Paula Calçade MTB 88.231/SP

2 9 HO RAS é uma publicação da MPC11 Publicidade Ltda.

06 Capa

FOTO GUSTAVO ARRAIS

rio de Janeiro – Rogerio Ponce de Leon (rogerio.leon@viccomunicacao.com.br)

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Monica Iozzi interpreta papéis para além da comédia e não abre mão de debates

A revista 29 HOR AS respeita a liberdade de expressão. As matérias, reportagens e artigos são de responsabilidade exclusiva de seus signatários.

Vozes da cidade Passeios divertidos para reunir toda a família

FOTO DIVULGAÇÃO

A primeira estufa urbana da região é inaugurada

CaMPinas – Marilia Perez (marilia@ imediataonline.com.br), Mariana Perez (mariana@imediataonline.com.br)

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Agora é agro Agricultura molecular transforma plantas em imunizantes

A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO.

Foto da capa: Carlos Sales

Styling: Bruno Uchôa | Make: Edu Hyde

FOTO DIVULGAÇÃO

Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista, São Paulo — Cep: 01406-200 Tel.: 11.3086.0088 Fax: 11.3086.0676



CAPA

O equilíbrio leve e profundo de

Monica Iozzi

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ONA DE UM HUMOR MORDAZ, Monica

Iozzi tem opinião formada sobre quase tudo. E sempre foi assim. Nascida em Ribeirão Preto, tinha apenas oito anos quando liderou sua primeira “revolução feminista”. “Fui a primeira coroinha menina da igreja que a minha família frequentava. Nunca fui religiosa, mas queria me exibir no altar, e só via meninos ali. Então eu chamei o padre em um cantinho, argumentei indignada e ele cedeu”, lembra. Foi essa personalidade embativa que, anos depois, usou para enquadrar políticos no Congresso, na época em que foi a única repórter mulher do “CQC” – programa da Rede Bandeirantes que trazia luz à tragicomédia da política nacional. Sempre envolvida em assuntos que, para muitos, podem parecer espinhosos, Monica sabe muito bem aliar delicadeza e intensidade – e faz questão de mostrar isso em seus muitos e diversos projetos. Fez o Brasil rir como apresentadora do “Vídeo Show”, tornou-se ícone de

A APRESENTADORA E ATRIZ NASCIDA EM RIBEIRÃO PRETO EXPLORA OUTROS GÊNEROS PARA ALÉM DA COMÉDIA, NÃO ABRE MÃO DE DEBATER POLÍTICA E EXALTA A POTÊNCIA TRANSFORMADORA DO BOM-HUMOR

POR

HELENA CARDOSO

empoderamento em “Dona do Pedaço” (2019), na pele da blogueira Kim Ventura, e, em dezembro, invade as telonas como Dona Luísa, mãe da dona do Limoeiro, bairro de “Turma da Mônica - Lições”. Para 2022, ela prepara sua estreia no streaming em “Novela”, série de humor da Amazon Prime Video com produção do Porta dos Fundos, na qual interpreta uma roteirista que sonha emplacar um folhetim no horário nobre. Em seguida, chega aos cinemas como uma workaholic que tem que lidar com as delícias e as dores da maternidade, no filme de Dainara Toffoli, “Mar de Dentro”. Para completar, em janeiro do próximo ano estreia "Fala Mais Sobre Isso, Iozzi", programa do Canal Brasil idealizado e apresentado por ela, que promete combinar política e descontração em episódios semanais com convidados ilustres. Em entrevista à 29HORAS, Monica falou sobre militância, posicionamento político, assédio, e refletiu sobre sua carreira e os rumos do país – sem renunciar ao bom-humor de sempre.

FOTO CARLOS SALES | STYLING BRUNO UCHÔA | MAKE EDU HYDE

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CAPA

FOTO GLOBO | DIVULGAÇÃO | VICTOR POLLAK

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É impossível desvincular sua carreira do universo político. Quando criança, você já se interessava pelo tema? Na sua casa, a política era muito presente? Minha família tem origem simples, meu pai era eletricista e minha mãe, dona de casa, então eles não se envolviam tanto nessas questões. Mas me lembro de, ainda muito pequena, começar a gostar de política por conta própria. Aos oito anos de idade, eu era meio obcecada pelo horário eleitoral. Achava aquilo tudo muito esquisito. Eu via todas aquelas figuras histriônicas e quase teatrais – se lembra do Dr. Enéas nos anos 1990? – e sentia como se estivesse acompanhando um roteiro de novela. Mas nunca foi apenas um entretenimento, algo ali já me instigava.

Um de seus trabalhos mais marcantes foi justamente nessa área, como repórter do 'CQC'. Hoje, o programa não está mais no ar, mas os eventos tragicômicos da política continuam. Conte algum acontecimento recente que você adoraria ter tido a oportunidade de cobrir. Sinceramente, nós estamos vivendo um momento tão assustador e distópico que todo dia surge alguma pauta absurda. É só fazer plantão no cercadinho do presidente para ter acesso a um estoque interminável de escândalos. Mas, falando de momentos específicos, acho que teria sido muito interessante cobrir os bastidores da CPI da Covid. No “CQC”, a gente adorava colocar contra a parede pessoas que davam declarações divergentes, e nessa comissão isso aconteceu aos montes. Também queria ter tido a oportunidade de acompanhar a onda de manifestações pró-regime militar que tomou o país nas últimas semanas. Essa verve enlouquecida e inacreditável de retrocesso daria um quadro, no mínimo, bizarro.

Neste momento de polarização e extremismos que estamos vivendo no Brasil, ainda é possível extrair humor da política? Com certeza. O humor é um instrumento político poderosíssimo. Há uma capacidade transformadora e instigante no “rir do absurdo”. O que o Marcelo Adnet faz, por exemplo, com as sátiras, imitações e toda aquela ironia crítica é genial. E eu acredito muito que esse tipo de humor, consciente e ácido, tem o poder de fazer com que as pessoas comecem a prestar mais atenção nas atrocidades que estão acontecendo.

Você já chegou a comentar que se arrepende de ter aberto tanto espaço, no 'CQC', para as falas de Jair Bolsonaro. Se pudesse retornar ao ar, sua abordagem seria diferente? Para você, qual é o limite da liberdade de expressão? Eu sempre me pergunto isso. Naquele

momento, as matérias que eu fazia eram muito no intuito de denunciar o visível despreparo daquele, na época, deputado federal. O que não imaginava era que, ao invés disso, eu pudesse estar entregando um megafone na mão dele e dos seus discursos de ódio. Pode parecer uma comparação meio forçada, mas na Alemanha a população é proibida de fazer qualquer apologia ao nazismo. Aqui, talvez tenha chegado a hora de agirmos assim também. Não há mais escolha além de ser intolerante com pessoas intolerantes. Hoje, eu provavelmente teria preferido abafar muitos absurdos que ele disse contra a população LGBTQIA+, as mulheres, e as falas a favor da ditadura...

Na equipe do 'CQC', você passou três anos e meio como repórter em Brasília. Como foi a experiência de ser uma das poucas mulheres no ambiente


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Foram anos de muito aprendizado pessoal. Até aquele momento, eu nunca tinha trabalhado em um lugar onde o sexismo era tão claro e a misoginia, tão gritante. Para você ter uma noção, na época em que estive em Brasília, não existia nem banheiro feminino no Senado. Toda a estrutura do ambiente político foi construída de maneira a manter as mulheres, e todas as minorias, longe dali. Isso sem contar todos os galanteios desagradáveis, os “presentinhos” e os vários momentos em que me chamaram de “minha filha” e “menina” ao invés de Monica. Por tudo isso, eu posso dizer que foi no Congresso que tomei consciência de que o feminismo seria a minha luta para a vida toda.

Antes da pandemia, você participou da série “Assédio”, com direção de Amora Mautner. Qual é a importância de se falar sobre assédio e abuso? Eu não conheço nenhuma mulher que nunca foi assediada. Até minha sobrinha de 13 anos já tem algumas histórias assim para contar. É preciso expor essa realidade, e a série faz isso com maestria. Também me deixa grata a forma como a produção conseguiu trazer uma mensagem de força feminina. Apesar de todas as personagens terem sofrido violência, elas estão longe de serem representadas com fragilidade. A série traz essa mensagem de que não podemos nos calar e que, unidas, conseguimos fazer com que as engrenagens comecem a mudar. Acho que muito disso vem da

Na outra página, Monica Iozzi na novela "A Dona do Pedaço". Abaixo, a atriz apresenta o programa "Vídeo Show", com colegas da TV Globo

FOTO GLOBO | DIVULGAÇÃO | TATA BARRETO

majoritariamente masculino do Congresso?


CA PA

FOTO SERENDIPITY INC

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direção feminina, a Amora trouxe esse olhar de dentro para o tema.

Se posicionar e falar sobre política pode parecer espinhoso para muitos, mas você consegue equilibrar leveza e profundidade. Na sua rotina, o que você faz para se desligar um pouco das notícias e do que acontece no país? É difícil me desconectar de tudo, mas toda noite eu me sento no sofá e devoro as plataformas de streaming. Tenho mergulhado fundo no cinema brasileiro, que é a área em que mais quero trabalhar na vida. Estou assistindo desde Mazzaroppi até Anna Muylaert, Renata Pinheiro e Felipe Bragança, revendo tudo, estudando e me apaixonando de novo pela nossa arte. E eu também jogo muito video-game! Tenho um aparelho que reproduz os jogos dos anos 1980 e 1990, e sou fissurada.

Essa sua dualidade também aparece nas telas. Seus próximos projetos no cinema são muito diferentes entre si. Em qual gênero você se sente mais confortável atuando? Eu amo a magia da comédia, mas sou grata por, agora, poder explorar outros caminhos. Em “Novela”, minha personagem é leve e engraçada; em “Mar de Dentro”, vivo um drama absoluto; e em “Lições”, me delicio com a doçura maternal da Dona Luísa. Todas elas mostram lados meus que vão além do humor escrachado, que fez muitas pessoas me conhecerem. Antes de comediante, eu sou atriz, e quero experimentar de tudo.

Além da sua estreia nos streamings, um de seus próximos projetos é o “Fala Mais Sobre Isso, Iozzi”, programa sobre política que marca sua volta à TV como apresentadora. Por que esse retorno à política, por que

Monica no papel de Dona Luísa, no filme "Turma da Mônica - Lições"

agora e por que em um programa com esse formato? Eu sinto que, no Brasil, ainda há muita gente que não se interessa por política, seja porque já está completamente descrente dos rumos do governo, ou porque realmente não entende como o mecanismo funciona. Meu desejo é, justamente, trazer a discussão política para mais perto do público, de uma forma didática, simplificada e que faça com que todos se sintam pertencentes a esse espaço, porque todos somos. Quero que o público se sinta em uma mesa de bar discutindo com os amigos. Juntamos uma galera incrível, de Pedro

Bial a Djamila Ribeiro, Majur e Jubi do Bairro, para debater temas muito diversos e que dialogam diretamente com o nosso dia a dia, como “qual é a relação entre política e religião?” ou “o que podemos esperar da política no futuro?”.

E, para você, o que podemos esperar da política no futuro? É difícil demais fazer qualquer tipo de previsão, mas o que eu espero é que as instituições voltem a se fortalecer no Brasil. Sem isso, é impossível começar a cavar uma saída desse buraco. E o primeiro passo para tudo voltar aos eixos é ter a nossa democracia de volta.


hora

CAMPINAS

O MELHOR DA REGIÃO

Primeira fazenda urbana de Campinas – aquelas em que os alimentos são cultivados na cidade, próximos de onde as pessoas irão consumi-los – é inaugurada no Parque D. Pedro Shopping, na Estrada das Árvores. A novidade ocupa um espaço de 1.300 metros quadrados para o cultivo mensal de mais de 30 mil pés de hortaliças livres de agrotóxicos, como alfaces, mostarda e agrião, que chegam fresquinhas à mesa de centenas de consumidores. O box com hortaliças, por exemplo, custa a partir de R$ 42,90. Além da estufa, o local tem uma loja e uma praça, que funciona como espaço para convivência, atividades e eventos. COMPRAS

FOTO DIVULGAÇÃO

Estufa na cidade

PRAÇA BEGREEN – AV. GUILHERME CAMPOS, 500 - JARDIM SANTA GENEBRA (ESTRADA DAS ÁRVORES), CAMPINAS. QUARTA-FEIRA A DOMINGO, DAS 11H ÀS 19H30


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HO RA CAMP INAS

ARTE

Tudo junto e misturado Galerìa 1212 propõe experiência que une cultura, música e gastronomia em ponto já conhecido de Campinas

FOTOS RECREIO CLUBBER | DIVULGAÇÃO

POR PAULA CALÇADE

Quarteto de empresários à frente da casa, brechó e área comum da Galerìa 1212

COM UMA AMPLA VARANDA AGRADÁVEL, e vista para a Avenida Norte Sul — coração pulsante e um dos símbolos de Campinas —, é inaugurada a Galerìa 1212, um espaço multifuncional que abraça a arte e a gastronomia em suas mais variadas formas, como brechó, loja de discos, música ao vivo, bar de drinques e intervenções artísticas para atender diferentes públicos da cidade. O lugar é a quarta empreitada do grupo formado pelos empresários Salin Miguel, Juka Pinsetta e Antonio Carlos Diaz Diaz, que também tem como integrante a DJ e fomentadora cultural Eli Iwasa. “Quando inauguramos um novo negócio, certamente torcemos para que seja um sucesso, mas foi muito além do que estávamos esperando ou até preparados. Realmente foi um boom, uma baita explosão. Acho que as pessoas estavam carentes de algo novo e totalmente diferente do que existe aqui na região”, conta Iwasa. Entre os destaques do espaço está o brechó Era Outra Vez, que atua em parceria com influenciadoras como Gio Morete, permitindo uma imersão nos garimpos de moda consciente, em que peças selecionadas de acervos pessoais são expostas. O brechó recebe ainda marcas como Chaouiche, Skull e Gare, de Adriana Vidotto. Colecionadores de vinil e apreciadores de boa música também ganham uma atmosfera especial: a Show Me Your Case, loja do DJ Mimi. Com curadoria aguçada, o acervo reúne discos de música eletrônica, música brasileira, rock, soul, funk, entre clássicos e novidades. Outro espaço na Galerìa 1212 dedicado à música é a Rádio Frida, que apresenta entrevistas dinâmicas, programações musicais e outros formatos flexíveis seja ao público presente dos finais de tarde até a noite, e para a audiência de ouvintes digitais, pela plataforma Twitch. Para acompanhar as compras e o som, o restaurante do local oferece opções como smash burgers de gado britânico, assinados por Fernando Possenti, enquanto Érica Formighieri é a responsável por pizzas desenvolvidas com ingredientes frescos, tudo acompanhado por drinques autorais. Também há o Café 56, com cardápio próprio, e uma tabacaria para completar o passeio. Galerìa 1212 Rua Antonio Lapa, 146, Cambuí, Campinas Todos os dias, das 10h às 23h59


FOTO DIVULGAÇÃO

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Piscinas e "praias" do parque aquático Olimpia Hot Beach TURISMO

Praias paulistas a 500 km do litoral Com parques aquáticos imunes à crise hídrica, a cidade de Olímpia se consolida como balneário mais requisitado do interior do estado

POR KIKE MARTINS DA COSTA

NA SEGUNDA METADE do século passado, a Petrobras prospectou várias áreas no interior do estado de São Paulo. No município de Olímpia (a 440 km da capital e 360 km de Campinas), não encontrou petróleo, mas a empresa descobriu que o subsolo da região escondia outro tesouro: uma enorme fonte de águas termais, com temperaturas entre 25°C e 50°C. De olho na exploração dessa riqueza de inestimável valor, um grupo de empresários e fazendeiros resolveu criar nos anos 1980 um clube para os moradores desfrutarem das águas quentes. Três décadas depois, a cidade abriga dois enormes parques aquáticos, que chegaram a receber, antes da pandemia, mais de 2 milhões de visitantes por ano, quase 40 vezes a população da cidade, que tem 54 mil habitantes, segundo o censo de 2016 do IBGE. E onde se hospeda toda essa gente? A cidade acaba de ultrapassar Aparecida do Norte no ranking de municípios paulistas com mais acomodações: em Olímpia são 30 mil leitos, enquanto em Aparecida são “apenas” 21 mil. Olímpia possui a 2ª maior estrutura hoteleira do estado, só atrás da capital.

Alguns megaresorts surpreendem por seus números superlativos: o Olímpia Park Resort, por exemplo, possui 912 apartamentos; o Wyndham Olímpia Royal Hotels oferece 960 apartamentos, e o recém-inaugurado Solar das Águas Enjoy Park Resort, com 1.000 suítes, tem capacidade para receber até 6 mil hóspedes. Os dois grandes parques aquáticos que disputam a preferência de quem visita Olímpia são o Thermas dos Laranjais e o Hot Beach. O Thermas, inaugurado em 1987, é maior da América Latina e um dos mais visitados do mundo. São mais de 50 atrações para todos os públicos e idades espalhadas por uma área de mais de 300 mil m². Os destaques são os brinquedos radicais, como o Lendário (toboáguas com looping e quedas de até 28 metros de altura), a montanha-russa aquática (mais de 300 metros de pura adrenalina) e a piscina para sufistas, com ondas artificiais. Mais novo e em operação desde meados de 2017, o Hot Beach é o preferido das famílias com crianças pequenas. São 90 mil m² com cerca de 20 atrações. A garotada se esbalda na ampla área infantil, e os jovens e adultos têm à sua disposição várias prainhas, rio com correnteza, toboáguas e muito espaço para relaxar em meio ao verde e à onipresente água quente. Neste momento de crise hídrica, de ondas de calor assolando a Região Sudeste do país mesmo no inverno e de gasolina a R$ 7 o litro, Olímpia e suas “praias” se consolidam cada vez mais como o destino mais procurado por quem vive no noroeste de São Paulo, no Mato Grosso do Sul ou no sul dos estados de Minas Gerais e Goiás.


HO RA CAMP INAS

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PA S S E I O

Aprendizado divertido na Toca da Raposa Reserva ambiental combina lazer e educação ambiental em atividades para toda a família

POR HELENA CARDOSO

Arvorismo e animais do criadouro conservacionista da reserva ambiental, em Juquitiba EM JUQUITIBA, a 140 km de Campinas,

a reserva ambiental Toca da Raposa é destino de passeios educativos em família com direito a interação com animais silvestres em meio à natureza. São aproximadamente 100 mil m² de área preservada, cercados pela majestosa cobertura vegetal da Mata Atlântica. Embaúbas, manacás, caneleiras, cedros e samambaiçus compõem o visual sublime da flora da reserva. O espaço que, antes da pandemia, costumava receber cerca de 600 crianças em excursões escolares semanais, agora funciona apenas aos finais de semana e com capacidade de público reduzida a oito famílias por dia. O distanciamento entre visitantes é monitorado e o uso de máscaras é obrigatório em áreas de uso comum. As visitas duram em torno de seis horas e as opções de lazer são inúmeras. Um escorregador gigante turbinado com farinha, um brinquedão feito de pneus, um deque para banho de esguicho e uma estrutura radical de mini arvorismo fazem a alegria da criançada. As famílias ainda recebem uma cesta recheada de petiscos para montar o próprio piquenique nos gramados da reserva. O kit de delícias inclui café, sucos, frutas, pães artesanais doces e salgados, geleias, tortinha de legumes

e bolo caseiro – tudo já incluso no valor do ingresso. O grande destaque da visita é a caminhada pelo criadouro conservacionista da Toca. O local abriga cerca de 90 animais silvestres, incluindo mamíferos, aves e répteis, resgatados pelo Ibama de situações de maus-tratos, tráfico e caça predatória – e que, por esse motivo, não estão aptos a retornar à natureza. Nesse ambiente, os visitantes podem interagir com araras, corujas, lagartos senis, jabutis gigantes, saguis e até tirar fotos com o charmoso Wolverine – gavião de cauda branca que perdeu a asa em um acidente com linha de cerol. A partir de outubro, os pequenos também poderão viver momentos de exploração à la Indiana Jones no “Go Outside!”, mais nova atração do espaço, realizada em parceria com a National Geographic. Transformados em “detetives da natureza” e dotados de mochila, boné e estilingue para dispersão de sementes, os jovens exploradores partem em uma trilha interativa pela Mata Atlântica e aprendem sobre consciência ambiental e preservação, sem abrir mão da brincadeira. Toca da Raposa Rodovia Régis Bittencourt, km 323 Bairro das Senhorinhas, Juquitiba Whatsapp: (11) 995050-0559 www.tocadaraposa.com.br


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À esquerda e acima, Paolo Faroni e Rafael Martins, idealizadores da marca, apresentam a van e o balcão da Winemove

NEGÓCIOS

Vinhos itinerantes Adega sobre quatro rodas viaja pelo interior de São Paulo e marca presença em feiras, shoppings e eventos corporativos

POR HELENA CARDOSO

UMA VAN VERMELHA, personalizada

e altamente instagramável passou a compor a paisagem de São José dos Campos, município do interior de São Paulo, a menos de duas horas de Campinas. Trata-se da Winemove, adega em formato de truck que viaja pela cidade e arredores, e propõe uma nova experiência sensorial para o consumo de vinhos, combinando elegância e praticidade. “A inspiração nasceu durante uma viagem para o sul da França alguns anos atrás, esse modelo de enonegócios em quatro rodas é comum por lá”, conta Paolo Faroni, idealizador da marca e empresário no setor de vinhos há mais de 20 anos. Apostando na retomada do setor de eventos e no aquecimento do mercado vitivinícola – que, inclusive, vem crescendo desde o

início da pandemia –, em julho de 2021 colocou o primeiro carro da Winemove nas ruas. Com a proposta de desmistificar o consumo do vinho como um hábito elitizado, as harmonizações podem ser apreciadas em parques, shoppings, estacionamentos, condomínios, feiras e eventos sociais e corporativos. O funcionamento é parecido com o dos populares food trucks: "O cliente escolhe o que deseja e consome ali mesmo". Cada bar tem capacidade para abrigar, de uma vez, 200 garrafas de 24 rótulos diferentes, entre tintos, brancos, rosés e espumantes. Há opções de safras nacionais e importadas com preços a partir de R$ 49. Além de espaço para as bebidas, o veículo possui freezer compacto para armazenar petiscos, forno para pratos quentes e uma

máquina climatizadora, que permite o consumo do vinho em taças sem prejudicar a qualidade do produto. Dentre as delícias gastronômicas que podem ser degustadas nos arredores da van, estão quatro variedades de tábuas de frios e empanadas de sabores sortidos. Sempre em movimento, o wine bar já fez paradas em Taubaté e São Paulo, e o plano é rodar todo o interior nos próximos meses. “Nós viajamos entre os municípios e informamos nossa localização do dia nas redes sociais”, explica. Para cada pit-stop, a carta de vinhos é escolhida a dedo pelo sócio e sommelier Rafael Martins, levando em conta o tipo de evento, o perfil dos consumidores, possíveis gostos e sazonalidades. O sucesso já rende frutos e os planos de expansão da marca incluem a abertura de franquias. “A partir de fevereiro de 2022 pretendemos expandir o número de caminhões em algumas centenas, espalhadas por todo o país”. Além de gerenciar as vendas físicas no bar, os franqueados terão acesso a workshops e confrarias, e contarão com suporte contínuo de sommeliers. O valor estimado para investimento inicial é de R$ 305 mil e é possível preencher um pré-cadastro de interesse no site www.winemove.com.br.


HO RA CAMP INAS

As dicas e os segredos de quem adora a região

Vozes da cidade

LAGOA DO TAQUARAL

FOTO FLICKR

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POR *FLÁVIO AGUIAR

Diversão e experiências únicas

Passeios em Campinas e região que agradam toda a família FOTOS DIVULGAÇÃO

Lagoa do Taquaral e Praça Arautos da Paz “Também conhecida como Parque Portugal, a Lagoa do Taquaral é super agradável e, aos finais de semana, é possível visitar a réplica de uma caravela - um passeio interessante para contar às crianças sobre história do Brasil. Perto dali, aos domingos de manhã, a Praça Arautos da Paz é perfeita para toda a família andar de bicicleta, patins e patinete.” Lagoa Taquaral – Av. Dr. Heitor Penteado, 1671 – Pq. Taquaral Praça Arautos da Paz – Praça Arautos daPaz, Vila Nogueira

Observatório Pico das Cabras “Combinando conhecimento, ciência, lazer e divertimento, o Observatório Pico das Cabras proporciona descompressão da correria da cidade grande em meio ao verde. Além do parque com trilhas, pedras e jardins, vale a pena conhecer o museu de astronomia, que desperta a curiosidade dos pequenos."

OBSERVATÓRIO PICO DAS CABRAS MUNDO ANIMAL LANCHONETE TEMÁTICA

Estrada do Capricórnio, s/nº, Joaquim Egídio

Mundo Animal Lanchonete Temática “O propósito é oferecer ao público uma refeição diferenciada, em um ambiente temático inspirado na selva, que agrada os pais também! Com direito a espaço kids e um cardápio divertido com nome dos animais, o restaurante é parada obrigatória na região para quem tem crianças em casa!" Rua Dr. Otávio Mendes, 46, Botafogo

Passeio de Maria Fumaça “Na Estação Anhumas, a Maria Fumaça tem viagens para Jaguariúna, cidade vizinha à Campinas. Os trens charmosos e a vapor viajam à moda antiga por fazendas e paisagens únicas. Um dos vagões ainda funciona como restaurante.” Rua Dr. Antônio Duarte da Conceição, 150 Jardim Madalena

é fundador da Dentro da História, empresa de livros infantis e clube de leitura, e pai de 3.

*FLÁVIO AGUIAR

PASSEIO DE MARIA FUMAÇA


kikecosta@uol.com.br

COLUNA

Agora é agro

POR

FOTO DIVULGAÇÃO

Kike Martins da Costa

Prosa rápida Emprego no campo O número de pessoas ocupadas no agronegócio em junho deste ano foi de 18 milhões, um aumento de 7,9% ante os 16,73 milhões de 2020, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura da USP, em Piracicaba. Todos os segmentos tiveram alta no número de ocupados, mas o avanço principal foi registrado na pecuária.

Produção de vacinas é a nova missão do Agro Agricultura molecular transforma plantas em remédios e imunizantes. Empresa do Canadá desenvolveu biovacina contra a Covid, que já está em testes aqui no Brasil Pesquisadores do mundo todo – ou pelo menos dos países que acreditam e investem em Ciência – estão usando a engenharia genética e a biologia sintética para produzir remédios e vacinas em plantações, transformando vegetais em verdadeiros biorreatores naturais. No Canadá, por exemplo, a empresa Medicago está realizando os testes clínicos de uma vacina sintetizada em plantas para combater a Covid-19. O imunizante imita a camada externa do vírus para estimular a resposta imunológica em humanos e foi desenvolvido em apenas três semanas usando técnicas da chamada “agricultura molecular”. Voluntários brasileiros estão participando desses testes, que foram autorizados pela Anvisa. Os testes das fases 1 e 2 já demonstraram que ela é segura. Na fase 3, será avaliada a eficácia do imunizante. A

Medicago é líder em tecnologia à base de plantas e, em 2009, produziu uma vacina contra o H1N1 em apenas 19 dias! Surgida em 1986, a agricultura molecular ganhou impulso na década passada, quando o Food and Drug Administration (FDA), órgão equivalente à Anvisa nos Estados Unidos, aprovou a primeira proteína terapêutica derivada de plantas para a utilização em humanos. Outra possibilidade que se abre com essas técnicas da agricultura molecular é o desenvolvimento de biomedicamentos comestíveis. As pessoas com diabetes poderão comer pêssegos geneticamente modificados e aposentar as injeções de insulina. Ou, em vez de tomar no braço uma vacina contra a gripe, as pessoas só terão de beber um suco imunizante feito com laranjas com genes “editados”.

Diversificação A Camil acaba de fechar a aquisição da marca de café Seleto, que pertencia à JDE Brasil, dona de outras marcas, como Pilão, Pelé e Moka. O valor da transação não foi informado. A Camil é uma tradicional produtora de arroz e feijão, e recentemente adquiriu a companhia de massas Santa Amália por R$ 260 milhões, em um claro movimento de diversificação de seu portfólio.

Vacas loucas O Ministério da Agricultura confirmou dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (doença da vaca louca) em frigoríficos do Mato Grosso e Minas Gerais. Por causa disso, as exportações de carne bovina para a China (o maior importador desse produto) foram temporariamente suspensas. A Secretaria de Defesa Agropecuária já confirmou que esses dois casos são isolados e atípicos. Nos últimos 25 anos, apenas seis casos dessa doença foram registrados no país. Essas duas ocorrências de agora se referem a vacas de idade já avançada e de descarte, que não eram mais úteis na produção de bezerros ou de leite.

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A 29HORAS CONVIDA VOCÊ A GIRAR A REVISTA E VIAJAR PELAS NOVIDADES DE SÃO PAULO


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