29HORAS - novembro 2023 - ed. 166 - RJ

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RJ

N OV E M B RO/2 02 3

d i st r i b u i ç ão g r at u i ta n o a ero p o rto sa n to s d u mont

Eduardo

Sterblitch Além de cantar e dançar no musical ‘Beetlejuice’, em cartaz na cidade, ele mostra toda a sua versatilidade em papéis sérios na TV e no cinema

vire e leia a

29H SP


NOVEMBRO

CLASSIFICAÇÃO

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L

VEM AÍ

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CLASSIFICAÇÃO

PARCEIROS:

REALIZAÇÃO:

HOTEL OFICIAL:

PARCEIROS DE MÍDIA:

GASTRONOMIA:

CUIDADOS E HIGIENE:

PROMOÇÃO:

INFRAESTRUTURA E TI

VENDA DE INGRESSOS:


Sumário

NOV E MB RO 2 02 3

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WWW.29HORAS.COM.BR

FOTO DIVULGAÇÃO

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# 1 66 NOV EMB RO 2 02 3

Hora Rio

@revista29horas

Mostra de Angelo Venosa na Casa Roberto Marinho

@29horas

Publisher Pedro Barbastefano Júnior Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo, Paula Calçade, Pedro Barbastefano Júnior e Ricardo F. Marques redação Paula Calçade (editora executiva); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Vivian Monicci (repórter) Colaboradores André Hellmeister, Chantal Brissac, Didú Russo, Georges Henri Foz, Karen Kohatsu, Luiz Toledo, Patricia Palumbo, Ricardo Silvestre P U B L I CI DADE CO M E RCI AL comercial@29horas.com.br Gerente são Paulo Giulia Barbastefano (giulia.barbastefano@29horas.com.br) Gerente reGional Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br) Jornalista resPonsável Paula Calçade MTB 88.231/SP

12 Capa Eduardo Sterblitch reflete sobre sua multiplicidade nas telas e no palco

11 Vozes da cidade

Lugares para curtir a natureza e a gastronomia no Rio

17 Economia

Criativa

A potência da comunicação antirracista

A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO.

Foto da capa: Thalles Leamari

FOTO ALEXANDRE MACIEIRA | RIOTUR

Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista, São Paulo — Cep: 01406-200 Tel.: 11.3086.0088 Fax: 11.3086.0676

FOTO ISTOCKPHOTO

A revista 29 HOR AS respeita a liberdade de expressão. As matérias, reportagens e artigos são de responsabilidade exclusiva de seus signatários.

FOTO MAURICIO FIDALGO | TV GLOBO

2 9 HO RAS é uma publicação da MPC11 Publicidade Ltda.



A festa do melhor da gastronomia, um show para os fãs de jazz e uma dica de hotel bem bacana

hora

FOTO SAMUEL ANTONINI

O M E L H O R D A C I D A D E M A R AV I L H O S A

Japa que explora a diversidade do mar

LEBLON A grande maioria dos restaurantes japoneses foca seus cardápios quase inteiramente no atum e no salmão. Uma pena, já que a diversidade de espécies no mar é tão grande e deveria ser mais bem explorada. No Mitsubá, os pratos são preparados com os mais variados peixes da costa brasileira, como carapebas, cavalas, prejerebas, piraúnas, pargos, xereletes, sororocas, olhetes e graçainhas, entre outros tantos. O usuzukuri (foto), por exemplo, é feito com finíssimas fatias do melhor peixe branco do dia acompanhado de molho ponzu. O menu-degustação tipo omakasê da casa custa R$ 360 por pessoa e inclui delicias preparadas por Eduardo Nakahara, que em 2017 representou o Brasil na World Sushi Cup, em Tóquio. MITSUBÁ: Avenida Ataulfo de Paiva, 270, Leblon, tel. 21 2264-1232.


HO R A R I O P OR KIKE MA RTIN S DA COSTA

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L E B LO N

Baixa gastronomia e alta botecagem No recém-inaugurado Tin Tin, na badalada Rua Dias Ferreira, os apetitosos petiscos são preparados com a técnica e o esmero que são as marcas do trabalho do chef Rafa Gomes Os irmãos Bruno e Bernardo Malta, em parceria com o chef Rafa Gomes (dos restaurantes Tiara e Itacoa), acabam de inaugurar o Tin Tin, um botequim com alma carioca. O bar é o lugar perfeito para quem busca comida boa, chope gelado e um ambiente descontraído para aquele encontro pós-praia ou uma noite entre amigos. O menu da casa foca em petiscos tradicionais da baixa gastronomia carioca, como a panelinha de moela, os torresmos, os espetinhos de camarão e a linguiça acebolada. Tem também releituras, como os pastéis de arraia de Caraíva e os bolinhos de arroz crocante com salmão. Para bebericar, o bar tem chopes cremosos e geladinhos e drinques assinados pelo mixologista Lelo Forti – incluindo versões criativas das indispensáveis caipirinhas e de clássicos como Bloody Mary, Gim-Tônica e Negroni.

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Tin Tin Botequim Rua Dias Ferreira, 135, loja A, Leblon.

B A R R A DA T I J U C A

Doçuras que fazem o seu dia mais feliz

A nutricionista Letícia Fassio é quem comanda os trabalhos no Let’s Café, que tem em seu cardápio sobremesas e bolos com um apelo afetivo e saudável O Let’s Café é um dos melhores deliveries de doces artesanais e afetivos do Rio de Janeiro. Tudo tem um jeitinho caseiro, um frescor marcante e a assinatura da nutricionista Letícia Fassio, que aposta em insumos de qualidade e evita conservantes, corantes, gordura hidrogenada e aditivos químicos. Em seu cardápio de gostosuras, os destaques são os bolos de laranja, de cenoura com brigadeiro, de milho com calda de goiabada, Formigueiro e Red Velvet. A lista inclui ainda a cheesecake de frutas vermelhas (com base de biscoito belga Lottus Biscoff) e a equilibrada Tarte au Citron, finalizada com merengue suíço maçaricado. Para quem está atrás de algum salgado bem caprichado, Letícia prepara também pães de queijo tipo Gougère, quiches de alho-poró, de bacalhau e de brie com geleia de damasco.

Let’s Café Avenida Pref. Dulcídio Cardoso, 2.500, Barra da Tijuca. Pedidos pelo aplicativo Goomer ou pelo telefone/whatsapp 21 98258-8477.


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C O PA C A B A N A

Festa da gastronomia latino-americana Rio de Janeiro sedia pela 1ª vez a premiação da Latin America’s 50 Best Restaurants, que inclui a realização de jantares preparados por premiados chefs internacionais

Acima, Tomas Kalika, do Mishiguene; abaixo, Janaína Torres Rueda, da Casa do Porco; e Pía León, do Central

Na última semana deste mês de novembro, o Rio de Janeiro será a capital da gastronomia latino-americana. É que acontece na cidade a premiação do Latin America's 50 Best Restaurants. Criado em 2013, o ranking será divulgado em uma noite de gala no Belmond Copacabana Palace Hotel, na terça, dia 28. Em 2022, o peruano Central, comandado por Virgilio Martínez e Pía León, encabeçou a lista. O único brasileiro no Top 10 do ano passado foi o paulistano Casa do Porco, que ficou na 4ª posição. A propósito, no evento carioca, a chef Janaína Torres Rueda será anunciada como a Best Female Chef do continente. Ativista da gastronomia social, ela é a décima a receber o prêmio.

Além da cerimônia de entrega dos prêmios aos melhores da região, o evento movimenta a cena gastronômica carioca, com a realização dos jantares da série 50 Best Signature Sessions. O Naturalie Bistrô, da chef Nathalie Passos, recebe o colombiano Alvaro Clavijo (do El Chato, de Bogotá) e Tássia Magalhães (do paulistano Nelita) no sábado, dia 25, para um jantar baseado em vegetais. O preço por pessoa é R$ 600. No Hotel Fairmont, o evento Tomas ao Cubo reúne três chefs xarás no domingo, 26: Thomas Troisgros (que comandou o estrelado Olympe), Tomas Kalika (do Mishiguene, de Buenos Aires) e Tomás Bermúdez, do La Docena, de Guadalajara. Em formato de coquetel, com serviço volante de mini-porções, o encontro acontece ao pôr do sol, à beira da piscina do hotel, com vista para a praia de Copacabana, música ao vivo e DJ. O ingresso custa R$ 1.000 por pessoa. No Oteque, do chef Alberto Landgraf, o jantar do dia 26 é preparado a seis mãos, com a colaboração de Pía León (do peruano Central) e Santiago Lastra (do Kol, de Londres). Para participar, cada comensal deve desembolsar R$ 3.000 – o valor inclui a harmonização com vinhos. No Lasai, Rafa Costa e Silva recebe o lendário chef espanhol Andoni Luis Aduriz, do Mugaritz, de San Sebastián. O jantar do dia 29 tem também a colaboração do chileno Rodolfo Guzmán, do Boragó, de Santiago. O valor de R$ 2.950 por pessoa inclui as bebidas. Também no dia 29, o restaurante Sud Passaro Verde sedia um jantar comandado por três ganhadoras do prêmio Latin America’s Best Female Chef: a gaúcha radicada no Rio de Janeiro Roberta Sudbrack (vencedora em 2015), Narda Lepes (a escolhida de 2020, que comanda o Narda Comedor, de Buenos Aires) e Janaína Rueda, d'A Casa do Porco. O menu com seis pratos custa R$ 600 por pessoa (valor que não inclui as bebidas).

Fairmont Hotel: Avenida Atlântica, 4.240, Copacabana, tel. 21 2525-1232. Lasai: Rua Conde de Irajá, 191, Botafogo, tel. 21 3449-1854. Sud, o Pássaro Verde: Rua Visconde de Carandaí, 35, Jardim Botânico, tel. 21 3114-0464. Oteque: Rua Conde de Irajá, 581, Botafogo, tel. 21 3486-5758. Naturalie Bistrô: Rua Visconde de Caravelas, 5, Botafogo, tel. 21 2537-7443.


HO R A R I O P OR KIKE MA RTIN S DA COSTA

COSME VELHO

GLÓRIA

As formas e os volumes de Angelo Venosa FOTO DIVULGAÇÃO

Casa Roberto Marinho abriga exposição que traça uma panorâmica da obra desse artista nascido em São Paulo, mas que viveu e produziu suas esculturas mais importantes no Rio

O jazz sensual e suingado de Diana Krall Cantora e pianista canadense traz para o palco da Vivo Rio seu repertório que inclui sucessos como “The Look of Love”, “Let’s Fall in Love” e “Summertime”

Até o dia 12 de novembro, a Casa Roberto Marinho apresenta a exposição “Angelo Venosa, Escultor”, que reúne 85 trabalhos produzidos entre 1970 e 2021, quando finalizou suas últimas obras antes de morrer, em outubro de 2022. Venosa teve pouca influência das experiências neoconcretas tridimensionais que privilegiavam o plano e não o volume. Ele fazia uma abordagem heterodoxa dos elementos clássicos da escultura: o volume, a massa, o peso. Suas obras resultam de uma artesania própria, que enfatiza o volume, a presença física entre uma forma abstrata ou representação de uma entidade orgânica. Ao longo de cinco décadas, ele utilizou materiais como bronze, mármore, aço, madeira, ossos, piche, areia, gesso, cera de abelha, bandagens, galhos, fibra de vidro, tecidos e arame. Apesar do aspecto artesanal de sua obra, o escultor sempre esteve atento às tecnologias digitais e, em seus últimos anos de vida, incorporou a impressão 3D à sua rotina, no ateliê que mantinha no bairro do Jardim Botânico.

Casa Roberto Marinho Rua Cosme Velho, 1.105, Cosme Velho, tel. 21 3298-9449. Ingressos a R$ 5 ou R$ 10 (entrada gratuita às quartas-feiras).

A canadense Diana Krall começou a estudar piano ainda criança e, aos 15 anos, já se apresentava localmente, investindo no jazz e em suas variações, como a Bossa Nova – não por acaso, um dos maiores hits de sua carreira é “The Boy from Ipanema”, gravada em 2009. Seu lançamento mais recente, o álbum “This Dream of You", foi aclamado pela crítica e pelo público. Sua arte transcende qualquer estilo musical único e a tornou uma das artistas mais reconhecidas de nosso tempo, ganhadora de dois Grammys, nove discos de ouro, três de platina e sete multiplatina. O jornal “The New York Times” a definiu com perfeição: “Diana possui uma voz ao mesmo tempo fria e sensual, combinada com uma fantástica sofisticação rítmica”. Dia 15 de novembro, Lady Krall faz um show na Vivo Rio, com um repertório elegante e variado. A apresentação é parte do projeto Open Jazz, concebido pela Dançar Marketing. Os ingressos (com preços entre R$ 200 e R$ 1.200) podem ser adquiridos pela plataforma Sympla.

Vivo Rio Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo.

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I PA N E M A

Conforto e elegância natural no Arpoador O lifestyle carioca é materializado em hotel que oferece acomodações muito próximas à praia e serviço na areia

POR PAULA CALÇADE

É clichê ressaltar as belas paisagens cariocas, em especial aquelas que incluem a praia de Ipanema e o Morro Dois Irmãos. Mas o que realmente é autêntico é ter uma experiência de serviço de praia e muito conforto pé na areia em uma das regiões mais turísticas do Rio de Janeiro. E esses são os grandes destaques do Hotel Arpoador, com quase 50 anos de história, fruto de um cuidadoso projeto familiar.

O local carrega o mesmo nome da famosa faixa litorânea que vai de Copacabana a Ipanema – considerada um dos berços do surfe na cidade. Toda estrutura do hotel foi pensada para traduzir esse estilo praiano e a essência da vida marítima, desde a sua concepção, assinada pelo arquiteto Thiago Bernardes, até a escolha dos materiais utilizados. Os ambientes contemplam piso em madeira (alusão a um deque de barco), palha, fibras, linho e algodão. Já no lobby – onde também se encontra ao fundo o Arp Bar – é possível avistar o movimento da orla e sentir a maresia. No último andar, o terraço debruçado sobre o mar traz uma piscina triangular com uma das vistas mais deslumbrantes do Rio. Por ali, é servido um completo café-da-manhã à la carte com buffet complementar, que evidenciam opções veganas. A preocupação com a saúde e o bem-estar se entrelaçam com a elegância natural do hotel, que oferece ainda um espaço dedicado a wellness com sauna, sala relax para massagem e outra para

exercícios. O lugar disponibiliza também uma programação com experiências diversas para hóspedes, clientes e convidados do hotel, como práticas de yoga. Todos esses serviços podem ser adquiridos pelo e-commerce: www.cityandsea.shop O Arpoador apresenta 49 quartos aconchegantes, divididos em cinco categorias, sendo as mais emblemáticas a Arpoador – suíte única com ampla sala de estar integrada ao quarto e varanda debruçada sobre o mar, espaçoso banheiro com banheira e box com chuveiro duplo, em que há possibilidade de integração ao quarto grande ao lado, totalizando 75 metros quadrados. Há ainda o quarto com 24 metros quadrados, que possui janela e banheiro com vista para a praia. Todos contam com cabeceiras de palha de taboa confeccionadas por artesãos, máquinas de café expresso e amenities.

Hotel Arpoador Rua Francisco Otaviano, 177, Ipanema. Tel. 21 2529-1000. Diárias a partir de R$ 950.


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HO R A R I O

L E B LO N

Versão carioca de restaurante familiar

De volta às origens, chef Sei Shiroma estreia na gastronomia japonesa com o novo restaurante Suibi, que começou em Nova York

FOTOS RAFAEL MOLLICA

POR PAULA CALÇADE

Há 10 anos à frente das famosas pizzarias Ferro e Farinha, com quatro unidades no Rio de Janeiro, o chef nova-iorquino Sei Shiroma agora abre o Suibi – restaurante de culinária japonesa e autoral, na badalada rua Dias Ferreira, no Leblon. A casa é uma homenagem a seus pais, que tinham uma sushi house, que foi sucesso por quase 30 anos em Nova York. “Aprendi muito da culinária oriental à medida que crescia e observava tudo o que acontecia na cozinha do restaurante dos meus pais”, lembra. As receitas, feitas com técnicas e preparos asiáticos, são todas executadas pelo chef, que também costuma brincar com combinações inusitadas. “Gosto de experimentações com molhos, usar, por exemplo, o hollandaise num ussuzukuri de salmão”, conta. No menu, destaque para os dumplings, com recheios e tipos variados, como o Rangoo, recheado de caranguejo, repolho e gochujang tropical; o Cheung Fun, de massa de arroz recheado de wagyu, tahine de missô e shoyu de abacaxi. Outra sugestão é o Shumai, de wagyu, portobello, mostarda de ostra e gochujang tropical. A cozinha quente também se

evidencia no cardápio, com pratos preparados em uma grelha a carvão, de onde sai a deliciosa dupla de Ostras Hibach, grelhadas com molho kaki cremoso e Grana Padano (foto acima). Os fãs de Ramen podem experimentar ainda opções do dia assinadas por Sei Shiroma, e outras indicações como o Kimchi Ramen, de caldo apimentado com barriga de porco, ovo marinado, shimeii, kimchi e massa de ramen. A coquetelaria do Suibi é assinada por Vitoria Kurihara, campeã da edição nacional do World Class 2023. Para o novo restaurante, ela desenvolveu criações como o Eminem Highball, que combina gim, xarope de matcha, limão e soda de melaço cantaloupe; o Strawberry Fields Forever, um coquetel que traz vodca com a doçura do chá de morango e a complexidade cítrica da lima kafir, ramazzoti rosado e limão; e o Ykigai, feito com cachaça ouro combinada com suco de maracujá, xarope de gengibre, cordial de hibisco e hanaume.

Suibi Rua Dias Ferreira, 45, Leblon.


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Vozes da cidade FO TO

As dicas de quem adora o Rio

TO ÁS

FOTO CREATIVE COMMONS

M RA

NGEL

POR MARTINA BARTH D’AVILA*

Autenticidade carioca

“Recebo muitos amigos estrangeiros, e uma experiência inesquecível para todos é a visita ao Jardim Botânico. Tenho uma preferência pelas trilhas mais elevadas, situadas na parte mais afastada do jardim; são tranquilas, sombreadas e menos frequentadas.”

TEATRO MUNICIPAL

Rua Jardim Botânico, 1.008, Jardim Botânico

Centro “Quem visita o Rio de Janeiro não pode deixar de explorar o Centro da cidade. Um passeio por essa região deve incluir paradas no Real Gabinete Português, Largo da Carioca e o Convento de Santo Antônio, Teatro Municipal, Paço Imperial, CCBB, Convento de São Bento, Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio (MAR) e o CRAB (Centro de Referência do Artesanato Brasileiro).”

ATERRO DO FLAMENGO

Praça Floriano, Centro

FOTO PANORAMIO | CREATIVE COMMONS

JARDIM BOTÂNICO

Jardim Botânico

FOTO RIOTUR

Passeios que evidenciam o melhor da história do Rio, além de pontos que ressaltam a evolução cosmopolita da cidade

Aterro do Flamengo “O maior parque urbano público do Rio foi concebido pela arquiteta Maria Carlota Costallat de Macedo Soares, com o paisagismo projetado por Burle Marx. O lugar se estende desde o Aeroporto Santos Dumont até o início da Praia de Botafogo. Sugiro seguir pela orla da praia e voltar pelo interior do parque. ” Avenida Infante Dom Henrique, Parque do Flamengo FOTO DIVULGAÇÃO

Gastronomia carioca “Sinto alegria ao testemunhar a evolução da nossa cidade como um centro de gastronomia cosmopolita, ao mesmo tempo que mantém suas raízes. Na alta gastronomia, destaco o Lasai, comandado pelo chef Rafa Costa e Silva. Mas se você busca uma opção descontraída, o Jobi oferece um chope bem gelado acompanhado de pernil e empada de camarão.” Lasai - Largo dos Leões, 35, Humaitá Jobi - Avenida Ataulfo de Paiva, 1.166, Leblon

*MARTINA BARTH D’AVILA é executiva de marketing e comunicação com mais de 20 anos de experiência em grandes eventos e no mercado de luxo.

RESTAURANTE LASAI


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CAPA


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EDUARDO SE DIVERTE ENCABEÇANDO O ELENCO DE UM MUSICAL INSPIRADO NA COMÉDIA “OS FANTASMAS SE DIVERTEM”, EDUARDO STERBLITCH MOSTRA QUE É UM ATOR COMPLETO. VERSÁTIL E MULTITALENTOSO, FORA DO PALCO ELE INVESTE EM PERSONAGENS MENOS CÔMICOS E MAIS DRAMÁTICOS, COMO O POLICIAL SÉRGIO NA SÉRIE “OS OUTROS” E O BANDIDO HERMÓGENES, EM UMA INOVADORA VERSÃO PARA O CINEMA DA OBRA DE GUIMARÃES ROSA

POR KIKE MARTINS DA COSTA

FOTO LEO AVERSA

E

M 1988, MICHAEL KEATON interpre-

tou o aloprado fantasma Beetlejuice no filme “Os Fantasmas se Divertem”, dirigido pelo excêntrico Tim Burton. Trinta anos depois, em 2019, o filme inspirou um musical da Broadway, indicado a oito Tony Awards. Até o dia 10 de dezembro, no teatro da Cidade das Artes, quem dá nova vida ao personagem é Eduardo Sterblitch, ator de 36 anos que – não por coincidência – é uma figura excêntrica. No palco, ele atua, canta, dança, emociona e faz rir. Tudo ao mesmo tempo, em uma versão abrasileirada da história do fantasma fanfarrão que “baixa” em um casarão assombrado toda vez que alguém grita o seu nome três vezes. Nascido no Rio de Janeiro e conhecido nacionalmente desde que estreou no “Pânico na TV”, em 2009, de lá para cá Edu já mostrou sua verve em várias comédias no cinema e na TV, além de ter feito participações hilariantes e memoráveis em programas como “Amor & Sexo”, “Popstar” e “The Masked

Singer Brazil”. Atuou também em uma novela (“Éramos Seis”) e, mais recentemente, começou a interpretar personagens mais sérios, como o policial Sérgio da tensa série “Os Outros” (Globoplay) e o bandido Hermógenes do longa “Grande Sertão: Veredas”, dirigido por Guel Arraes e com estreia prevista para o primeiro semestre de 2024. Em entrevista à 29HORAS, Eduardo Sterblitch fala sobre sua preparação e seu trabalho de criação para o musical “Beetlejuice”, sobre seus personagens mais “sérios” e sobre a sua estreia como o papai do pequeno Caetano – fruto de seu relacionamento com a artista plástica e atriz Louise D’Tuani. Confira os principais trechos dessa conversa nas páginas a seguir.

“Beetlejuice, o Musical” na Cidade das Artes Avenida das Américas, 5.300, Barra da Tijuca, tel. 21 3328-5300. Sessões de quinta a domingo até 10 de dezembro. Ingressos de R$ 100 a R$ 300.


Você se define como comediante, ator, apresentador, performer, gênio ou apenas um cara meio abestado? Eu prefiro não me definir, mas me identifico como um criativo. No fundo, o que eu quero ser é um artista brasileiro. Penso que os artistas brasileiros são os melhores do mundo, porque eles têm uma habilidade muito grande de lidar com o erro e possuem uma enorme capacidade criativa.

Reza a lenda que o seu interesse pelo humor e pela atuação surgiu quando você se encantou com o show da dupla de palhaços Xuxu & Xuxuzinho, contratada para animar a festinha do seu 3º aniversário – pelo menos é isso que consta no seu verbete na Wikipedia! Você tem alma de palhaço? Eu sou um palhaço, com certeza – estudei para ser palhaço! Sou um palhaço quando exploro o humor físico, que não é tão falado. Eu recorro a essa formação em todos os meus trabalhos, todos os meus personagens têm um pouco desse palhaço que tenho dentro de mim. Até os dramáticos.

Agora no musical “Beetlejuice”, o que você traz da sua personalidade para o personagem? O diretor do espetáculo, Tadeu Aguiar, disse que “a montagem tem um olhar brasileiro, um humor nosso, de artistas com características histriônicas”. De que forma a sua excentricidade e sua loucura enriquecem o personagem? O conceito da composição do meu Beetlejuice tem como base a mistura de todos os personagens que existem dentro de mim, que podem existir dentro de mim. Meu fantasma nesse musical é a mistura de todas essas vozes, timbres, gestos, energias, ritmos e dinâmicas. Foi essa a sacada que eu tive para criar o meu Beetlejuice, um personagem cheio de camadas. O do filme é uma coisa, o da Broadway é outra e o daqui da montagem brasileira é uma terceira versão – cada uma com suas peculiaridades.

Foi difícil para você chegar a um bom resultado ao misturar interpretação,

FOTO RAPHAELDIAS | TVGLOBO

CAPA

FOTO ESTEVAM AVELLAR | TVGLOBO

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Nesta página, no alto, Eduardo na competição musical "Popstar"; acima, com Tatá Werneck na série "Shippados"; na outra página, de cima para baixo, na série "Os Outros"; no filme "Grande Sertão"; na novela "Éramos Seis" com Maria Eduarda de Carvalho; e como Freddie Mercury Prateado, do "Pânico"

canto e dança no palco, tudo ao mesmo tempo? Sou de uma geração formada no Tablado. Minha tia era professora e dava aulas lá. Ela sempre repetia que ‘o artista completo tem de saber cantar, dançar e interpretar’. Tento muito fazer tudo isso – que nem os palhaços, que têm de saber fazer cascata, acrobacias e tocar um instrumento. No palco, eu me esforço ao máximo para fazer de tudo, para ser um artista o mais completo possível e encher de orgulho os meus ancestrais. A preparação para esse espetáculo foi como a de um verdadeiro atleta, bem puxada – até para que tenha fôlego, não faleça ou me lesione e possa cumprir a missão durante toda a temporada.

Em “The Masked Singer”, “Amor & Sexo” ou mesmo em “Shippados” e “Éramos Seis” deu para perceber que você é um mestre no improviso e nos

chamados “cacos”. Você gosta de atuar sempre com essa liberdade total? E como está se saindo em um musical, em que tudo é cheio de marcações e praticamente não dá para sair do script? Acho importante você estar muito dentro do roteiro, do script, da direção e de tudo o que está acontecendo para que o “caco” surja naturalmente. Eu me esforço para estar sempre absolutamente seguro do texto para que o improviso faça sentido e não seja só uma brincadeira aleatória, mas ajude a dar um respiro e enriqueça a história que está sendo contada. E “caco” não é necessariamente alguma palavra ou algo a ser dito. Pode ser uma forma diferente de se movimentar, de parar, de encostar no cenário. Para mim, é um recurso importante para evidenciar que o ator está vivo em cena, não é um ser que trabalha de forma repetitiva e mecânica.


FOTO MAURICIO FIDALGO | TVGLOBO

FOTO RAQUEL CUNHA | TVGLOBO

FOTO DIVULGACAO

FOTO JOAO MIGUEL JUNIOR | TVGLOBO

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Já na série “Os Outros”, da Globoplay, você interpretou o ex-policial Sérgio, um personagem-chave nessa trama que é bem séria, sem espaço para o humor. Foi difícil segurar a onda, ainda mais para você, que é um cara engraçado? Ao contrário do que muita gente pensa – assim como você –, eu não sou um cara naturalmente engraçado. Sou uma pessoa extremamente infantil, e talvez essa minha criança interior bem presente passe aos outros a falsa impressão de que sou divertido e brincalhão desde o momento em que acordo e até a hora em que vou dormir. Eu apenas sou livre, faço o que estou a fim, sem muitos bloqueios. Não ligo para o que a sociedade pensa de mim. Aliás, acho a sociedade absurda e só trabalho para ela! A trama de “Os Outros”, naquele condomínio surreal, é uma amostra perfeita desse absurdo todo. Mas, voltando à sua pergunta, para mim é mais fácil fazer um personagem dramático do que um na chave do humor. Afinal, o drama está muito mais presente nas nossas vidas, não é?

Esse mesmo tom dramático também é a tônica da versão moderna de “Grande Sertão: Veredas”, que você acaba de rodar com Caio Blat, Luiza Arraes e Luis Miranda, não? O que podemos esperar da sua atuação como o bandido Hermógenes e desse filmaço dirigido por Guel Arraes, ambientado nas periferias urbanas da atualidade? Em “Grande Sertão” a proposta é mais operística, é uma saga, uma coisa mais “hiper”. É supersônica, é uma linguagem diferente e muito instigante. É difícil de achar o tom certo, e para mim foi um desafio muito maneiro de encarar, quase uma guerra mesmo. Essa ideia de transpor a trama – que originalmente é ambientada no sertão mineiro – para uma comunidade periférica chamada Grande Sertão, que é supervigiada e militarizada, foi simplesmente genial! Meu personagem, o Hermógenes, que também é conhecido como “Demo”, é um diabo que toca o terror na área. Tive que mudar meu corpo, fiquei fortão


CAPA

FOTO MAURICIO FIDALGO | TVGLOBO

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Acima, Eduardo Sterblitch no programa "The Masked Singer"; abaixo, Louise D'Tuani, sua esposa, com o filhinho do casal, Caetano

Em março deste ano, você e sua esposa [a atriz e artista plástica Louise D’Tuani] trouxeram ao mundo o pequeno Caetano. Como você está se saindo no papel de pai? É muito bom ser pai e estou fazendo o possível para me sair bem, estou dando tudo de mim. Acho que não estou indo mal, mas a verdade é que só vai dar para saber se estou desempenhando bem esse papel quando o Caetano crescer. Apenas ele está habilitado para avaliar a minha performance. A opinião dele é a que interessa. A minha não vale nada, não importa.

Olhando para trás, você tem mais orgulho ou arrependimento de ter participado do “Pânico na TV”? Quais são as melhores lembranças que você tem daquele período e como você avalia os posicionamentos reacionários que aquela turma acabou assumindo nesses últimos anos? Eu amo ter o “Pânico na TV” no meu currículo, tenho muito orgulho de ter feito parte daquele fenômeno. Foi a minha faculdade na televisão, entrei com 17 anos e foi lá que comecei a

editar, escrever roteiro, dirigir, produzir e atuar, sempre com total liberdade. No ar, a gente não contava uma piada, a gente “sangrava” ela, muitas vezes extrapolava e passava dos limites, mas depois pedia desculpas no ar e seguia em frente. Tenho muitas lembranças maravilhosas daquele período, e alguns traumas – mas eu coleciono traumas de todo lugar: da faculdade, da vida amorosa, do trabalho... Enfim, sou muito grato por tudo que eu aprendi e vivi lá. Quanto aos recentes posicionamentos políticos da turma, prefiro não opinar.

E agora, olhando para a frente, onde você imagina que o Eduardo Sterblitch estará em 2033? Ele será visto recebendo um prêmio na cerimônia do Oscar, vai comandar um talk-show dadaísta no Metaverso ou estará morando em um sítio em Lumiar, se divertindo com seus sete filhos? Cara, adorei essa ideia de fazer um talk-show dadaísta no Metaverso! Mas acho que ficaria ainda mais interessante se ele fosse transmitido direto de um sítio em Lumiar inserido dentro do ambiente do GTA [Grand Theft Auto] e com todos os meus nove filhos ao redor. Na verdade, o que eu quero é estar trabalhando, realizando sonhos

FOTO REPRODUÇÃO INSTAGRAM

para dar vida e veracidade a esse vilão da história.

que ainda nem cheguei a sonhar. Quero ser surpreendido e surpreender. E para isso preciso ter ideias, trabalhar para seguir em frente, sem perder a pedalada do mundo. Quero estar criativo e conseguindo me comunicar com a galera. Quero fazer todo mundo se divertir, se sentir provocado, se emocionar, se inspirar... A vida é muito pouco revolucionária, então cabe a nós, artistas, criar algumas cenas e canções para – de alguma forma – driblar o inexorável tédio.


@ricardosilvestre

COLUNA

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POR

Ricardo Silvestre

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Economia Criativa

Comunicação antirracista é oportunidade

A única maneira de se desenvolver comunicação e publicidade antirracista é incluindo vozes negras nos bastidores das criações Qual a importância do povo preto no mercado criativo? Essa é uma pergunta que, com certa frequência, atravessa meu caminho, em entrevistas, painéis e conversas informais. E a minha resposta é sempre a matemática simples. Pessoas negras (autodeclaradas pretas ou pardas), segundo o IBGE, constituem 56% da população brasileira. Isso corresponde a cerca de 120 milhões de habitantes. São indivíduos que compram, comem, acessam a internet, consomem produtos de mídia e têm objetos de desejo. Consumidores negros chegaram a movimentar R$ 1,7 trilhão na economia do país em 2021, de acordo com o Instituto Locomotiva. Logo, se uma fatia tão expressiva do nosso público

consumidor é negra, era de se pensar que esse valor se refletisse na publicidade. A importância da população preta no diálogo da indústria criativa com o público reside não apenas no consumidor, mas em quem produz essa comunicação. Aos poucos, percebe-se que a única forma de se desenvolver comunicação e publicidade antirracista é incluindo vozes negras nos bastidores dessas criações, nos brainstormings, nas mesas de criação e nas lideranças de equipe. Plataformas globais, como o Google com o seu Black Creator Program, já entenderam o potencial de criadores negros de conteúdo e seu poder de contribuição à Creator Economy. Bons

exemplos já vêm surgindo por aqui também. Em 2022, a agência Black Influence coordenou a campanha de lançamento da primeira linha para a pele negra da Nivea. Nosso trabalho girou em torno não apenas do marketing de influência, mas da estratégia de lançamento, com esforços que repercutem nas redes sociais até hoje. Fomos responsáveis ainda por treinamentos internos de diversidade na empresa, capacitando funcionários de diferentes níveis hierárquicos na comunicação inclusiva. Segundo pesquisa recente do Festival Negritudes Globo, 47% das pessoas negras brasileiras acreditam que a discriminação racial vivida durante as compras afeta diretamente sua saúde mental e autoestima. Ou seja, ajustes como os da Nivea, de dentro para fora, são urgentes nas empresas, para que o discurso inclusivo não fique apenas na publicidade. Todas as mudanças que julgo necessárias e que compartilho nesta coluna são, na verdade, oportunidades às marcas. De abraçarem novos talentos em seus times e campanhas e dialogarem efetivamente com a população. São caminhos, inclusive, de lucro. A inclusão é sobre trazer mais gente para a conversa e ampliar possibilidades. Meu desejo como publicitário é para que não deixemos passar essa chance.

RICARDO SILVESTRE é o fundador da Black Influence, maior agência da América Latina focada em influenciadores pretos e em comunicação antirracista.


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