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O ócio criativo
Morando e batalhando em São Paulo, os rapazes da banda baiana Vivendo do Ócio já conseguem manter as contas em dia graças aos shows e acabam de retornar de um giro pela Europa
Texto PEDRO FERNANDES pfernandes@grupoatarde.com.br Fotos MARCO AURÉLIO MARTINS mmartins@grupoatarde.com.br
T
rabalho, ao contrário do que o nome da banda pode sugerir, é o que não falta para o quarteto formado por Jajá Cardoso (voz e guitarra), Diego Reis (bateria) e pelos irmãos Luca (baixo e vocal) e Davide Bori (guitarra). Se começaram meio que por brincadeira, para se divertir, tocando em casa, depois de vencer o festival GAS Sound, promovido pelo Guaraná Antarctica, e gravar o disco Nem Sempre Tão Normal e assinar contrato com a Deck Disc, viram que precisavam encarar a ideia com seriedade. “Quando não rolava show, a gente não tava nem aí”, confessa Jajá. Para não perder o bonde, eles se mudaram para a capital paulista, onde há mais oportunidades de divulgação do trabalho e mais casas para tocar. No começo, para complementar o orçamento, chegaram até a fazer trabalhos de figuração em co-
merciais de TV. Hoje, já conseguem fechar as contas só com os shows. E ainda sobra uma grana para investir na banda. “Se a gente ficasse em Salvador, as chances seriam menores. Iríamos tocar sempre nos mesmos lugares”, diz o vocalista. Depois de um ano dividindo uma casa de três quartos no bairro de Pompeia, eles já colhem bons resultados. Além da média de quatro shows por mês, conseguiram uma vaga para se apresentar no Brazilian Day de Londres. Uma vez que estariam por lá, aproveitaram para vender outros shows, como o que fizeram no Dublin Castle,emCamdenTown,pubporondejápassaram nomes de peso, como Amy Winehouse e Arctic Monkeys, e no Festival International De La Musique, em Den Haag, na Holanda. “Gostei muito de tocar em Londres. Queria saber o que os ingleses achariam do nosso som, que tem muitas influências da música feita lá”, diz Diego.
Espertos que são, levaram a tiracolo o fotógrafo Rafael Kent, que fez imagens da banda nos shows e nas cidades por onde passaram. Elas vão ser usadas em pelo menos três clipes.
FAÇA VOCÊ MESMO Engana-se quem pensa que esse sucesso é resultado do trabalho de uma vasta equipe. Na Vivendo do Ócio, além de tocar, cada um tem uma função extra. Davide cuida da parte comercial, fazendo contatos e fechando a agenda de shows. Jajá e Luca dividem os trabalhos de design do material impresso e virtual e de relacionamento com a imprensa; enquanto Diego fica com a função de relações públicas. “Quando tem uma festa para ir, ou entrar no camarim de alguém para levar o CD, sou eu que vai”, explica o baterista. Para eles, cada oportunidade, por menor que seja, precisa ser aproveitada. «