A QUEM HONRA, HONRA by A.D.Santos Editora

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Capa: Igor Braga

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Diagramação e projeto gráfico: Adilson Proc

A.D. SANTOS EDITORA Al. Júlia da Costa, 215 80.410.070 – Curitiba – Paraná – Brasil +M 55 (41) 3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br

Revisão: Roberto Carlos de C. Gomes. Acompanhamento Editorial: Priscila Laranjeira Impressão e acabamento: Gráfica Exklusiva

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ZAMBISSA, Simão Alberto A quem honra, honra / Simão Alberto Zambissa – Curitiba: A.D. Santos Editora, 2013. 14x21 cm. ; 96p. ISBN 978-85.7459- 320-3 1. Vida cristã privada 2. Normas de conduta cristã. I. Título.

CDD 248

1ª Edição: Junho / 2013 – 2.000 Exemplares Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:

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Sumário

Dedicatória . ....................................................................... 5

Agradecimentos . ................................................................ 7

Prefácio ............................................................................. 9

Palavras iniciais ................................................................ 13

1. Recuperando valores básicos para uma boa convivência ................................................. 15 2. Trajetória Ministerial .......................................................... 47 3. Providência Divina ............................................................ 81 4. No Senhor sempre gratos .................................................. 85

Considerações Finais ........................................................ 91

Referências ...................................................................... 95

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Dedicatória

Cristãos de todas as gerações e nações, salvos em Cristo Jesus, verdadeiros servos e servas no Senhor, cuja responsabilidade consiste em resgatar os valores básicos de uma sociedade carente de princípios. A estes homens e mulheres, a nossa eterna gratidão.

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Agradecimentos

Deus, pela inspiração e pela capacitação na execução desta obra. Aos meus pais, Alberto Paca (in memoriam) e Madalena Samba, que desde os primeiros dias de vida me ensinaram a trilhar no caminho da fé, seguindo os passos do mestre. A minha querida esposa Maria Lueta Zambissa e aos meus filhos Dingloy, Guiguina, Helezescky e Maluzzy, razão do meu viver pela compreensão e pelo incentivo. Aos irmãos que prontamente se dispuseram a colaborar neste projeto, minha gratidão. Ao amigo, conselheiro e pastor Rev.º Messias Anacleto Rosa que com carinho aceitou meu convite para elaborar o prefácio desta obra. À Editora A. D. Santos que, por acreditar neste ministério, gentilmente se dispôs a publicar esta obra na intenção de instigar os cristãos a crerem nos impossíveis de Deus. Ao leitor, parceiro fiel, que fará desta literatura um recurso prático no resgate de valores básicos para uma boa convivência em um mundo carente de respeito às pessoas.

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Prefácio

o dia a dia, na correria, na pressa, no acúmulo de tarefas a impressão que temos é que não vamos dar conta. Sem percebermos vamos fazendo o que é urgente e deixamos de lado o que é importante. Quantos valores negligenciamos? Creio não ser saudosismo, mas os mais idosos se lembram de um tempo em que era feio mentir, ficar devendo, chegar atrasado, não respeitar os pais, não se levantar para cumprimentar uma senhora, não dar lugar para uma grávida, faltar com o respeito às autoridades. Os filhos tinham o hábito de pedir a bênção aos pais na hora de dormir e quando se levantavam pela manhã. Ao tomarmos as refeições, primeiro os mais velhos se serviam. Os alunos se levantavam quando a professora entrava na classe. Expressões como: agradecer, respeitar, valorizar, honrar, obedecer, submeter-se vão caindo em desuso, perdendo a sua importância. Como nos faz bem observar cônjuges onde um honra o outro: maridos amando, respeitando, promovendo, valorizando a sua esposa, tratando-a com doçura, delicadeza, considerando-a como vaso mais frágil. É bom ver maridos românticos escrevendo bilhetes, enviando flores, falando palavras de elogio. Prazeroso também ver esposas sábias, doces, amigas, mulheres de oração, que não sejam amargas, rixosas e que respeitam seus maridos. Como é inspirador ver os filhos que honram aos seus pais, ouvindo seus ensinamentos e conselhos! Meu velho pai sempre dizia: “o respeito cabe em todo lugar”.

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A quem honra, honra

Honrar o pobre, a viúva, o órfão, o idoso é dever de todos. Hoje vemos com tristeza jovens da nossa sociedade queimando índios, mendigos, como se fossem lixo. Honrar é respeitar e valorizar a vida, é lutar pela igualdade, pelos direitos do mais fraco. Honrar é distribuir a justiça para todos, é saber que Deus não faz acepção de pessoas. Honrar a Deus é obedecê-lo, é levar a sério os seus mandamentos, é amá-lo de todo o coração, força, alma e entendimento: “Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mateus 22.36-40). Os que honram a Deus também honram ao seu próximo: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1João 3.14-18). “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1 João 4.7-8). Tive o privilégio de conhecer o Pastor Simão Alberto Zambissa ainda estudante no Seminário Teológico de Londrina-PR. Tenho partilhado da amizade e do convívio com sua esposa e filhos. Zambissa tornou-se um amante do saber. Já cursou vários cursos superiores, trata-se de um mestre. Como esposo e pai vive aquilo que ensina. Li esta obra fazendo anotações. Sua leitura nos motiva a colocar em prática atitudes que ornamentam o nosso caráter como

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Prefácio

cristãos. Parabenizo o escritor pelo seu corajoso e valioso trabalho. Seja este livro uma boa semente que frutifique a cem por um. Deus abençoe tanto o autor como o público leitor. Vamos voltar às antigas veredas. Assim Deus nos abençoe. Revº Messias Anacleto Rosa Outono de 2012.

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Palavras Iniciais

eu querido pai Alberto Paca (in memoriam) dizia: “Quando sair de uma aldeia não ofenda o soba1 para que quando quiser voltar às portas não se fechem e impeçam o seu retorno”. Com esses ensinamentos aprendi a lição de casa, portanto procuro não maldizer as pessoas que um dia se preocuparam comigo e (ou) com as comunidades onde exerci o meu pastorado. Preservo esses ensinamentos até porque por onde Abraão, o herói da fé, passou sempre edificava um altar ao Senhor como sinal de sua devoção a Deus. E mais, sei que nossas atitudes são sementes que germinam, crescem, florescem e dão muitos frutos. Vou mais além, semear é opcional, mas a colheita é obrigatória. Colhemos tudo o que semearmos. Logo, os termos ingratidão, falsidade ou mesmo tirar vantagem sobre os outros não fazem parte de minha vida. Sou sempre grato a Deus e a todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram, colaboram e (ou) colaborarão no meu pastorado. Minha gratidão a Deus e a todos é eterna e se estende também a seus descendentes. Aliás, o Quem honra, honra foi escrito com o propósito de agradecer aos timóteos2 da vida que por onde eu Segundo a tradição africana, soba é a nomenclatura dada ao responsável pela administração de uma aldeia. O soba tem a responsabilidade de julgar e tomar as decisões referentes aos moradores da aldeia, ou seja, é ele quem tem o poder de autorizar ou não a integração de novos moradores e a reintegração daqueles que deixaram de morar na comunidade. 2 Timóteos é o termo usado para referir-me aos homens e mulheres que nas horas difíceis do ministério se dispõem a socorrer ou ajudar. 1

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A quem honra, honra

passo se preocupam comigo e com a minha família. Como esquecer de irmãos e irmãs que nos momentos mais difíceis de vida, desde a formação acadêmica escolar até o exercício do pastorado, envidaram esforços para me ajudar? É impossível. Eles fazem e sempre farão parte da minha história. Esquecê-los seria o mesmo que apagar a própria história. Para elucidar melhor os fatos como eles ocorreram, pretendo anexar algumas cartas recebidas quando seminarista. Talvez alguns colaboradores e parceiros já estejam na glória, com Cristo. Todavia, constar seus nomes nesta obra e as cartas que eles endereçaram a mim será uma grata homenagem para os seus descendentes. Assim, espera-se que o leitor entenda que, além da homenagem àqueles que não mediram esforços para exercitar o amor ao próximo, esta obra se propõe a incentivar o resgate de palavras como gratidão, obrigado, muito obrigado, Deus te abençoe e outras da mesma categoria que sumiram no cotidiano de quase todos. Mas o que é, afinal, honrar, muitos indagarão? Segundo o termo grego honrar guarda a ideia de obedecer, escutar, prestar atenção. Sabendo do significado e da importância do resgate da palavra honrar, o Quem honra, honra pretende discutir os termos referindose à honra devida a Deus, aos pais, aos líderes espirituais, aos patrões, aos amigos e a todos que, de uma forma ou de outra, marcaram nossa experiência de vida e ministerial. Ademais, honrar a Deus e aos pais é um princípio bíblico que consta no décimo mandamento (Êxodo 20:12) e está novamente reforçado no Novo Testamento (Efésios 6:1-3). Em suma, o sucesso ministerial do servo do Senhor está na valorização de pequenos detalhes. Honrar aqueles que de uma maneira ou de outra fizeram, fazem e (ou) farão parte da nossa história de vida, alegra o coração de Deus. Para isso, resgate com urgência os valores básicos como respeito, agradecimento, honra e obediência, visando construir uma sociedade mais humana e mais justa. Boa leitura a todos!

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1 Recuperando valores básicos para uma boa convivência

ritmo acelerado da convivência social, na atualidade, é assustador. Tudo começa e termina rápido. As mudanças são constantes e os relacionamentos entre os semelhantes são praticamente descartáveis. Tudo acontece velozmente e dissipa rapidamente. Como cultivar termos como gratidão, obrigado, por favor, dá-me licença e outros do gênero? Aliás, não é nenhuma novidade que os termos em questão estão cada vez mais em desuso, ou melhor, banidos da convivência coletiva. Como cultivar termos como gratidão, obrigado, por favor, dá-me licença e outros do gênero?

Podemos até enfrentar mudanças abruptas e imprevisíveis, mas jamais perder o essencial, o amor e o respeito com a humanidade. Alguém já disse: “Posso morar numa casa mais ou menos, numa cidade mais ou menos, mas não posso amar mais ou menos”. O amor deve ser sincero e verdadeiro. Quem ama verdadeiramente a Deus e ao próximo se dispõe a honrá-los, isto é, a tratá-los com dignidade e reconhecimento. O apóstolo Paulo ao escrever aos irmãos de Roma, advertiu: Amai-vos cordialmente e uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito,

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servindo ao Senhor; regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes, compartilhai as necessidades dos santos, praticai a hospitalidade; abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis (ARA3, Romanos 12.10-14). Movidos por essa inquietação, o Quem honra, honra se propõe a suscitar discussões como esta, visando ao resgate de valores básicos que permitem ao homem, feito à imagem e semelhança de Deus, lutar pela dignidade, pelo respeito e pela compreensão entre os semelhantes. É perceptível que a ausência desses valores pode gerar, também, a falta da solidariedade e da humanização entre os iguais. Muito me angustia, quando em pleno ônibus, vejo jovens, adolescentes, pré-adolescentes e mesmo cristãos agindo com a indiferença em relação ao próximo. Refiro-me ao comportamento daqueles que nos transportes coletivos ocupam os assentos reservados para mulheres grávidas, idosos e portadores de necessidades especiais. Esse tipo do comportamento revela que vivemos em uma sociedade carente de virtudes básicas para uma convivência. A prova mais evidente desse comportamento é o fato de que não se respeitam mais as mulheres grávidas, os idosos e os deficientes físicos. O que falar dos cidadãos saudáveis que fingem não conhecer que os assentos especiais, por lei, são reservados aos idosos, às mulheres grávidas e aos deficientes físicos? Onde irá parar a famosa sociedade moderna e altamente informatizada que relega os sentimentos, as emoções e a solidariedade a segundo plano? Só de pensar nisso, fico sem palavras e como cristão e humano que sou, às vezes, perco a esperança de viver em uma sociedade civilizada e solidária, onde o amor, a igualdade, a justiça e o respeito tornam-se ações práticas, longe de quaisquer promessas. ARA – sigla usada nesta obra para referir-se à Bíblia Revista e Atualizada no Brasil.

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Recuperando valores básicos para uma boa convivência

A prova mais evidente desse comportamento é o fato de que não se respeitam mais as mulheres grávidas, os idosos e os deficientes físicos. O que falar dos cidadãos saudáveis que fingem não conhecer que os assentos especiais, por lei, são reservados aos idosos, às mulheres grávidas e aos deficientes físicos?

Na minha humilde constatação, a sociedade civilizada está quase em extinção. A situação é cada vez mais desesperadora, pois nem os cristãos conhecedores da verdade se portam com educação. É necessário um comportamento cristão e decente para despertar entre os iguais um comportamento respeitoso e humano. Assim, perguntamos: em nosso lugar qual seria a reação de Jesus? As evidências de falta de respeito, acabo de crer que o mundo virou de ponta cabeça. E esse tipo de comportamento nos impulsiona para uma urgente reflexão, a fim de que resgatemos valores aparentemente simples, porém indispensáveis para uma convivência harmoniosa e exemplar. Na falta de respeito mútuo, a sociedade perdeu o espírito de honradez. O que significa honrar? Significa reverenciar, estimar e valorizar. É dar respeito. Honrar inclui também a escuta, prestar atenção e submeter-se à autoridade. Podemos não concordar com as decisões daqueles que são nossos líderes, mas devemos respeitá-los. Isso é honrar. Além do mais, eles têm a responsabilidade de cuidar de nossa vida espiritual e, no devido tempo, Deus irá lhes cobrar pelas decisões erradas que, talvez, têm tomado. Sendo dessa forma, a atitude de confrontá-los na intenção de destituí-los do ministério ou da função que exercem não contribui em nada no plano espiritual. Agora, talvez, esteja na hora de indagar: qual tem sido sua constatação a respeito do assunto? As pessoas têm exercitado a obediência e, consequentemente, escutado seus líderes espirituais como manda a Bíblia? Como se pode falar na honra aos líderes se os liderados não lhes obedecem como deveria? A situação é ainda complexa, pois nem os livros didáticos fazem questão de enfatizar, como outrora, a prática de boas maneiras

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na convivência entre os homens. A ética é praticamente inexistente. Os princípios morais estão praticamente banidos de quase todos os segmentos da sociedade e, na falta desses princípios, a fé cristã sofre banalizações inadmissíveis. O mais grave de tudo: a sociedade contemporânea não estabelece limites, ou seja, para ela tudo é permitido. Os princípios morais estão praticamente banidos em quase todos os segmentos da sociedade e, na falta desses princípios, a fé cristã sofre banalizações inadmissíveis. O mais grave de tudo, a sociedade contemporânea não estabelece limites, ou seja, para ela tudo é permitido.

Para muitos adultos, jovens e adolescentes, a reverência é coisa do passado. Infelizmente, um comportamento desse tipo só tende a fragilizar a fé cristã. Enquanto a Palavra de Deus exige seriedade, a sociedade moderna incita-nos a tirar vantagem a qualquer custo. A situação é, de fato, preocupante, porque nas igrejas cristãs contemporâneas, pouco se fala em santificação e no arrependimento de pecados. Talvez, porque as igrejas temem perder seus adeptos. Tem-se a impressão que o número é mais importante do que a qualidade. A busca pelo crescimento numérico é inevitável, pois a cobrança do ministério dos pastores, e demais obreiros, sempre recai sobre o número de membros que sua igreja tem. Faz tempo que as mensagens da cruz, do arrependimento e da santificação deixaram de ser pregadas. De maneira abrupta elas foram extintas dos púlpitos de vários pastores, isto porque elas exigem do pecador a renúncia de pecados, portanto não conseguem atrair multidões. Aliás, atualmente, o interesse de muitos líderes consiste em barganhar com Deus. Pode-se, no entanto, dizer que o foco de muitas igrejas evangélicas contemporâneas é atrair multidões não se importando com a qualidade. A respeito desse assunto, o leitor pode obter maiores informações sobre a temática lendo o Resgate da voz profética perdida, publicado pela AD Santos Editora. Ainda no que tange à recuperação de valores básicos para se promover uma convivência harmoniosa que está quase em extinção,

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Recuperando valores básicos para uma boa convivência

continuo crendo no que o educador Paulo Freire chamou de inédito viável. Segundo a concepção pedagógica freireana, inédito viável é a concretude de algo que humanamente pode parecer impossível de ser realizado, mas tem-se a esperança de que é possível. Sou otimista porque a Escritura Sagrada é enfática: “Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lucas 1.37). E mais do que isso, a fidelidade e a misericórdia de Deus no cumprimento de suas promessas estão garantidas na Bíblia. “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Isaías 55.11). Enfim, se Deus é fiel, cabe ao cristão honrá-Lo de todo o seu coração, de todo o seu entendimento e com todos os seus bens.

1.1 Honra a Deus O homem foi criado para celebrar louvores ao Deus Eterno. Logo, honrá-Lo está latente na estrutura do homem criado à imagem e semelhança de Deus. O Senhor vibra quando o seu povo O adora de todo o coração. A propósito, Deus assim se expressou: “[...] ao meu povo que formei para mim para celebrar o meu louvor” (Isaias 43.21). É um privilégio do homem honrar ao Criador em tudo, desde o planejamento até a execução de seus projetos. Assim, torna-se imprescindível que Deus assuma o controle da vida humana em todas as dimensões. Para que os sonhos e os projetos do homem se realizem, de maneira segura e eficiente, é fundamental que ele se coloque no centro da vontade de Deus. De fato, Deus merece a honra completa do homem criado a Sua imagem e semelhança. A honra deve estar evidente nas atitudes e nas ações. Honrar a Deus somente com as palavras, estando o coração distante, é abominável, segundo o ensinamento bíblico. Advertiu o profeta Isaías: O Senhor disse: visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o

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seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens [...]. Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e as suas próprias obras fazem às escuras, e dizem: Quem nos vê? Quem nos conhece? (ARA4, Isaías 29.13-15). Para que os sonhos e os projetos do homem se realizem de maneira segura e eficiente, é fundamental que ele se coloque no centro da vontade de Deus.

Honrar a Deus em todos os seus feitos é um privilégio do cristão. Ensinou o sábio Salomão: “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares” (BEG5, Provérbios 3.9). O ensinamento de Salomão é prudente, pois tudo o que temos e somos vem do Senhor. Nada nesta vida pertence ao homem. Tudo vem do Senhor. Ele é o dono do ouro e da prata (Ageu 2.8), portanto honrá-Lo é um privilégio e um dever de todo cristão. Na Bíblia encontramos ainda vários exemplos de personagens que souberam honrar a Deus, conforme veremos na sequência. O exemplo desses homens e servos de Deus deve ser seguido com firmeza e amor por todos os cristãos. Afinal de contas, Deus, ao criar o homem, o fez com o objetivo de prestar-Lhe adoração. Diante disso, o homem criado por Deus assume a condição de eterno adorador. Isso implica dizer que o louvor é uma das heranças que acompanhará o homem para a eternidade. Portanto, adorar a Deus constitui a expressão diária e continua na vida humana. Adoração deve fazer parte da convivência diária do homem criado como mordomo do Senhor. “Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu viver” (Salmos 146.2). Nessa perspectiva, faremos uma súmula aos personagens bíblicos conhecidos como heróis da fé, a exemplo de Abraão, o pai de muitas nações, e outros. ARA – sigla usada para referir-se a Bíblia Revista e Atualizada no Brasil. BEG – sigla usada para fazer referência à Bíblia de Estudos de Genebra.

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