Casada com Ele | Letícia Perdonsin

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DECLARAÇÃO

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Maria Regina Corrêa

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)

Perdonsin, Letícia

P433c Casada com Ele: aventuras de uma vida a dois / Letícia Perdonsin – Curitiba, PR: AD Santos, 2023

168 p. : 14 x 21 cm

ISBN 978-65-89636-45-8

1. Casamento – Aspectos religiosos – Cristianismo I. Título. CDD 248.4 Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

1ª edição: Maio de 2023

A. D. SANTOS EDITORA

Al. Júlia da Costa, 215 80410-070

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Agradecimentos

Adorei o desafio de tirar este livro do mundo das ideias e vê-lo ganhando vida nas páginas do computador. Novas aventuras e peripécias te esperam e tenho certeza de que você vai se divertir e ser impactado por Deus em sua leitura!

Quero, antes de tudo, agradecer as pessoas que fizeram esse manuscrito tornar-se realidade. Meu marido ainda continua sendo o principal incentivador desse projeto. Obrigada amor! Dedico a você esta obra. Agradeço aos meus filhos por me apoiarem e me deixarem escrever em silêncio no meu quarto ou no escritório. Amo vocês. Preciso também dizer obrigada aos meus pais e a minha sogra que me auxiliaram cuidando das crianças e da casa. O que seria de mim sem vocês?

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Uma mensagem da autora para você!

No processo de finalização da escrita resolvi viajar e passar um tempo em uma cidade maravilhosa aqui perto de casa. Foram cinco dias especiais que me impulsionaram a escrever. Podia ouvir ao longe as vacas mugindo e os pássaros cantando enquanto digitava! Com certeza esse novo ar me ajudou a concluir essa obra. Obrigada primos Marquinhos e Carla pela hospedagem, pelo carinho e pelos almoços deliciosos. Vocês foram bênçãos em minha vida. Obrigada minha amiga Renata que ajudou a revisar esse livro antes de ser entregue para a avaliação da editora. Deus te colocou em meu caminho! Que Ele te retribua com muito mais!

Por fim, agradeço às minhas leitoras. Leitores também, claro. Recebi muitos testemunhos e comentários sobre o meu primeiro livro Apaixonada por Ele1 que encheram minha vida de propósito e realização. Deus falou e consolou muitas pessoas, assim como fez comigo. O que mais ouvi foi: “Nossa, minha vida é muito parecida com a sua”. Pois é, no fundo, na nossa essência, somos muito parecidos. Por vezes pensamos que estamos sozinhos, perdidos em nossos pensamentos e fracassos, mas não. Quando contamos nossa história, percebemos que nossa dor também pode ser a de outra pessoa. E assim, compartilhando o processo de cura e restauração, Deus também pode abençoar nosso próximo.

Com esse objetivo, continuo escrevendo. Você vai perceber nesse livro que Deus queria restaurar outras áreas em minha vida. O trabalho dEle nunca acaba. Estamos constantemente em obra. Nosso papel é estar debaixo de Sua vontade e ouvir a Sua orientação em obediência. Afinal de contas, Ele sabe o melhor 1

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PERDONSIN, Letícia. Apaixonada por Ele. Curitiba: AD Santos Editora. 2020.

caminho, mesmo que não entendamos completamente o que está fazendo no momento. Nesse processo, amadurecemos e exercitamos a nossa fé.

Prontos para mais aventuras? Vamos lá?

Obrigada mais uma vez. Beijos e ótima leitura!

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6 Agradecimentos 3 Capítulo 1 Documento – o retorno 8 Capítulo 2 Na Rocha é mais seguro 16 Capítulo 3 Lagartos me mordam! 24 Capítulo 4 Mergulho perigoso 32 Capítulo 5 No cartório 40 Capítulo 6 E agora? 48 Capítulo 7 No mercado 52 Capítulo 8 Milionário ou Missionário? 58 Capítulo 9 Oferta inesperada 64 Capítulo 10 No consulado americano 68 Capítulo 11 Esqueceram de mim 76 Sumário
7 Capítulo 12 Não acredito no que estou vendo! 82 Capítulo 13 A abominável Letícia das Neves 88 Capítulo 14 Deus abre portas 94 Capítulo 15 Onde é essa tal de Finlândia? 100 Capítulo 16 Sem rumo 112 Capítulo 17 Ladeira abaixo 120 Capítulo 18 Welcome gringos!!! 124 Capítulo 19 As 12 tribos de Israel 130 Capítulo 20 Positivo ou negativo? 140 Capítulo 21 O milagre das aulas de biologia 148 Capítulo 22 Agora eu quero ver! 154

Capítulo 1

Documento – o retorno

“Eu poderia ter escolhido uma cidade menos gelada para viver, não é mesmo?”

Foi essa frase que passou pela minha mente no momento em que o vento congelante tocou meu rosto. A ponta do nariz estava fria como um picolé e por mais que eu esfregasse as mãos na velocidade do Flash2, elas não aumentavam de temperatura. Na verdade, acho que essa estratégia não funciona. Desconfio que os efeitos sejam apenas psicológicos.

De longe consegui avistar o ônibus. O sinal havia acabado de fechar e ele precisou esperar mais uns minutos na esquina. Murphy3, por favor, me deixe em paz, pelo menos uma vez!

Acenei com o braço para que o motorista parasse o veículo e me deixasse entrar. A catraca emperrou na hora que fui passar. Voltei um pouco para trás. Tentei de novo. Entretanto, outro solavanco me impediu de passar. A luzinha da geringonça insistia em ficar vermelha. As pessoas no ônibus olhavam em minha direção com semblantes de interrogação, tentando entender o porquê de eu estar “empacada”.

– Calma moça, não vai quebrar a catraca, disse o cobrador fazendo piada.

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2 The Flash: um super-herói fantasiado que combate o crime com o seu poder de se mover em velocidades inacreditáveis. 3 Lei de Murphy: Qualquer coisa que possa ocorrer mal, ocorrerá mal, no pior momento possível.

Apesar de eu estar brava, sorri e falei sem graça: Quem nunca, né?

Voltei dois passos. Os passageiros atrás de mim estavam impacientes. Respirei fundo e passei com calma. A luzinha ficou verde e o cobrador deu uma piscadinha para mim e soltou:

Viu? Tudo dá certo quando estamos mais tranquilos.

Fingi que não ouvi, claro. Não sorri e nem dei a entender que ele tinha razão. Deixei o cobrador no vácuo sem sentir remorso. Era muito cedo para que eu estivesse de bom humor. Queria mesmo é ficar em silêncio até o meu destino no centro da cidade.

O dia de fazer o segundo documento de identidade havia chegado. Já estava mais madura e sabia que essa segunda experiência não seria tão embaraçosa quanto a primeira. O que poderia ser pior que virar piada da escola quando se tem 12 anos? Toda a sua turma tirando sarro da sua cara? Creio que esse bullying histórico foi o marco de minha existência. O momento de reviver essa experiência estava se aproximando. Meu coração começou a bater mais forte.

Com 21 anos eu havia aprendido algumas coisas sobre autoestima. Quando me olhava no espelho, lembrava do Salmos

139. Lia e relia quantas vezes fossem necessárias. Trazia à memória o dia que Deus me abraçou e me contou as verdades sobre quem eu era. Meu peito aquecia toda vez que lembrava.

Circulei aquele trecho em minha Bíblia, grifei com um marcador

CASADA COM ELE 10
***

fluorescente, desenhei flechas em volta. Escrevi sobre esse Salmo em meus diários. Lembrava como Deus mostrou Seu amor de uma forma tão especial. A Palavra de Deus era viva, eu conseguia sentir a transformação através do Espírito Santo. Se eu precisava de uma “lavagem cerebral”, teria que valer a pena. E essa com certeza valia:

“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir. Como são preciosos para mim os teus pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles!”4.

Algumas vezes os pensamentos sobre ser feia e inútil retornavam - não posso afirmar que mudei instantaneamente, como num passe de mágicamas cada vez que esses sentimentos me cercavam e queriam me derrubar, eu orava e pedia para que Jesus renovasse minha forma de pensar...

Algumas vezes os pensamentos sobre ser feia e inútil retornavam – não posso afirmar que mudei instantaneamente, como num passe de mágica – mas cada vez que esses sentimentos me cercavam e queriam me derrubar, eu orava e pedia para que

4 Salmos 139.13-17.

1. DOCUMENTO - O RETORNO 11

Jesus renovasse minha forma de pensar: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2) Sentia que havia uma força que tentava me fazer voltar à forma antiga de ser, mas lembrava que eram mentiras e que precisava crer na verdade. Isso só foi possível através da oração diária e do meu relacionamento com o Pai.

Após meu status de Solteira ser transformado para Casada, era hora de trocar aquela foto medonha que me perseguia no R.G. Com o tempo aprendi que, em 90% dos casos, as pessoas não ficam bonitas quando tiram fotos para documentos. Por que não me avisaram antes, né? Essa tal 3x4 acaba com a autoestima da maioria dos seres viventes do Planeta Terra. Os 10% que se salvam devem ser os atores de Hollywood e as modelos de passarela. Para nós, simples mortais, só nos resta aceitar que somos lindos e amados por Deus e pelos nossos pais, mesmo que isso não fique tão óbvio em um documento. É a melhor oportunidade para colocar o Salmos 139 em prática! Toda vez que precisar tirar uma 3x4, lembre-se de lê-lo ou memorizá-lo antes de sair de casa. Anota aí essa dica poderosa!

Finalmente o ônibus havia chegado à praça central. Lá estava eu, novamente, na fila para fazer o documento de identificação. Iria adicionar mais um sobrenome aos dois que já tinha. Inesperadamente, algo surgiu em minha mente.

CASADA COM ELE 12

Sabe quando você tem aqueles momentos que parece que já viveu? O tal do déjà-vu5? Como se estivessem sendo revividos? O cérebro fica confuso e parece que você tem um poder paranormal de ver o futuro. Isso é superlegal, né? Parece que estava fazendo parte de um filme e podia mudar o que iria acontecer. Quase me senti no Matrix6 em que meus movimentos estavam em câmera lenta e lembrava do Keanu Reeves desviando das balas de um revólver se jogando para trás, vagarosamente, com aquela capa preta embaixo de uma chuva torrencial. Meus movimentos estavam lentos e premeditados. Então, de repente, eu voltava para a realidade, ficava um tempo perdida querendo que aquele momento durasse mais um pouco. Mas não era possível. Eu estava estática – tentando processar o que havia acontecido por uns segundos. Então aquele instante acabava.

As memórias da minha primeira experiência estavam aparecendo e meu cérebro teve um rápido lapso. A fila andou e não me mexi. O rapaz de trás cutucou meu ombro mostrando que podia ir para a frente. Agradeci. Ainda estava um pouco confusa tentando fazer minha alma voltar ao corpo. Eu não estava no filme do Matrix, infelizmente!

O rapaz do Instituto de Identificação chamou meu nome para ir até o primeiro guichê. Assinei o documento com uma rubrica, porque o nome de casada era muito longo. Inventei uma assinatura simples que era parecida com a da minha mãe. Nunca

5 Déjà vu: forma de ilusão da memória que leva o indivíduo a crer já ter visto (e, por ex., já ter vivido) alguma coisa ou situação de fato desconhecida ou nova para si; paramnésia.

6 Matrix: filme lançado em 1999 do gênero ficção científica. Matrix é um mundo de uma realidade simulada criada por máquinas que querem dominar a raça humana. Nele, alguns personagens possuem uma percepção aumentada. Quando um deles leva um tiro, por exemplo, eles conseguem mover-se em câmera lenta e desviar-se do projétil.

1. DOCUMENTO - O RETORNO 13

consegui fazer aqueles rabiscos mirabolantes que circulam o nome e o cortam ao meio de uma forma que ficasse legal. Toda vez que tentava inventar alguma coisa, as letras ficavam embaralhadas e parecia que minha assinatura havia sido elaborada durante um terremoto.

Então me dirigi para a parte das impressões digitais e, por fim, para a foto. Incrível como as pessoas que trabalham nesse tipo de estabelecimento estão – a maior parte do tempo – sem nenhum pingo de paciência e cordialidade para tratar as pessoas. “Próximo!”, falou asperamente a mulher do guichê, parecendo ser a milésima vez. “Pode sentar ali”, apontou sem sequer olhar para mim.

Respirei fundo e pensei: calma Letícia, vai dar tudo certo! Apenas faça cara de “paisagem”. Sentei-me na cadeira, coloquei meus cabelos atrás da orelha e me concentrei. A mulher não falou nada e se preparou para fotografar. Sem querer, prendi minha respiração. Não sei o que aconteceu na hora. Só sei que essa foi a minha reação. Então ela apertou o botão da câmera algumas vezes. Ainda sem acreditar que tive aquela ideia genial de não respirar durante a foto, fiquei pensando que o resultado não seria nada bom. Tive que esperar, novamente, uns 10 dias por mais esse desfecho fotográfico. Quando recebi o documento em mãos, percebi que minha foto parecia de uma mulher prestes a mergulhar uns 20 metros de profundidade. Segurei muito bem todo o ar dentro dos meus pulmões! Foi hilário! Eu ri muito da minha própria foto! Sem ter meus “amigos” para tirar sarro de mim, fiquei gargalhando sozinha. Realmente não tenho o dom de ser fotogênica. Lembrei do Salmos 139 e comecei a recitá-lo em

CASADA COM ELE 14

minha memória sem parar. A “lavagem cerebral” estava funcionando! Consegui dar risada de algo que, se fosse um tempo atrás, só poderia me fazer chorar.

1. DOCUMENTO - O RETORNO 15

Capítulo 2

Na Rocha é mais seguro

Quando acordei e olhei pela janela, o dia estava nublado e chuvoso. Do alto da pousada onde estava, conseguia ver toda a praia. O local era cheio de chalés de tijolinho à vista e havia uma piscina externa com cadeiras para tomar sol. As palmeiras enfeitavam todo o caminho pelas escadas que chegavam até nosso quarto. Ainda era cedo. Voltei a deitar mais um pouco. Podia ouvir a chuva mansinha caindo lá fora e o barulho das folhas das árvores se mexendo com o vento.

Quando deitei a cabeça no travesseiro, olhei para o lado e vi o Israel. Quase tomei um susto. Ainda não estava acostumada a dividir minha cama com ninguém. Era estranho, mas tinha um homem deitado ali e era meu marido! Meu esposo! As cenas da festa de casamento repassavam em minha cabeça muitas vezes e demorei um pouco para dormir. Agradeci a Deus por ter cuidado de nós até ali e por estarmos naquele lugar tão maravilhoso.

O que ninguém conta sobre o dia do casamento é que é um dos dias mais lindos e cansativos da vida. Com certeza você deve e precisa curtir cada momento, mas confesso que no final da festa eu estava implorando para tirar os sapatos e aquele vestido apertado, e cair na cama para acordar dali um mês. Entretanto –claro – meu marido, tinha outros planos. Quando me olhava com aquele sorrisinho maroto a cada 5 minutos, eu também sabia que ele queria que a festa acabasse logo. Então, no primeiro dia de

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casada estava aprendendo uma importante lição: por mais que eu estivesse cansada e quisesse dormir, agora não era hora de pensar apenas em mim. Não estava mais sozinha e precisava pensar em meu marido. Suspirei e pedi forças a Deus para me ajudar a não dormir no caminho do restaurante até o hotel.

Quando finalmente a festa acabou, Israel pegou nosso carro alugado e nos dirigimos para lá. Colocamos nossas malas naquele carrinho e fizemos o check-in. Meu coração estava saindo pela boca. Subimos o elevador olhando um para o outro, parecendo crianças pequenas prestes a entrar em um playground. Paramos em frente à porta do nosso quarto e pedi para ele me pegar no colo – sim (já me conhece?), eu sou bem brega e adoro clichês. Ele me olhou com cara de espanto e falou:

– Como vou te carregar com este vestido enorme?

Calma. Explico o porquê do espanto na pergunta do meu recém-marido. O ano em que nos casamos foi 2004 e os vestidos tinham aquela armação enorme por debaixo da saia e tinham muitas camadas de forro. Parecia que estava vestindo um guarda-chuva enorme de cabeça para baixo, com um volume exorbitante. Imagina a dificuldade quando precisei ir ao banheiro no restaurante algumas horas antes? Minha mãe precisou ir comigo para erguer toda aquela parafernália.

Não me recordo o que respondi, só sei que pulei no colo dele e o Israel não teve outra opção a não ser me segurar. Vi que estava fazendo bastante força e que deu uns dois passos para trás antes de ir para frente. Ele não havia deixado a maçaneta aberta para ser mais fácil de entrar e, nesse momento, achei

CASADA COM ELE 18

que ia me derrubar. Disfarçadamente deu um chutinho na porta para que abrisse melhor. Ele respirou fundo, me ergueu mais uma vez e entrou. Mal havíamos passado por ela e logo o Israel me colocou no chão, aliviado. Fiquei feliz por não ter caído e quebrado alguma parte do corpo. Seria um pouco trágico para esse momento tão esperado, não é mesmo?

Pétalas enfeitavam o chão pelo caminho que levavam até a cama de casal. Lembro de achar ela enorme. Espumante e taças estavam sobre a mesa. Olhei para meu marido e pensei: É agora né?

Querido(a) leitor(a), uma pausa para esse momento memorável.

Sei que, talvez agora, você fique curioso para saber como foi nossa primeira noite de núpcias. Talvez você tenha dúvidas sobre esse assunto. Ou quem sabe você queira conversar sobre isso com alguém. Eu podia dar detalhes que fariam esse livro vender mais por ter dado uma “apimentada” na história. Mas não vou fazer isso. Existem coisas que são íntimas e devem ficar somente entre mim e meu marido, entendem? Sei que vocês vão compreender minha posição. Entretanto, há algo que desejo compartilhar.

Em meu livro “Apaixonada por Ele” conto como um dos princípios que eu e o Israel concordamos é que teríamos relação sexual somente após o casamento. Não foi fácil – quase tivemos que comprar um extintor para apagar o fogo durante o namoro – mas, enfim, conseguimos! Ainda cremos que essa área tão importante da vida precisa ser abençoada por Deus antes que ela inicie.

2. NA ROCHA É MAIS SEGURO 19

O que posso ressaltar aqui é que vale a pena esperar. Por mais clichê que essa frase possa parecer e por mais que a maioria do resto do mundo não pense dessa forma – eu ainda digo que vale a pena. Não vai dar tudo certo no começo – já quero dizer isso claramente – mas é muito bom aprender aos poucos sobre esse assunto com alguém que queira um compromisso sério com você. Sei que esse tipo de pensamento está fora de moda. Sei que estamos no século XXI. Também entendo que pessoas que pensam dessa forma são comumente ridicularizadas e sofrem preconceito. Compreendo totalmente, acredite em mim. Mas não se deixe influenciar pela maneira como as pessoas vivem.

Ter relações sexuais somente após o casamento é um assunto que perdeu a importância em um mundo no qual ninguém espera por mais nada. O tal do imediatismo. Quer provar? Prove. Quer ver como é? Veja. Quer saber se é bom? Faça. Mas não é simples assim. Não é possível se relacionar com alguém através do sexo e achar que é apenas um contato físico e descartável.

Nossa vida é composta por três áreas: emocional, física e espiritual. Quando nos relacionamos sexualmente com alguém achamos que apenas uma área é afetada, mas é muito mais que isso. Entregar o corpo físico é fácil, mas entregar a alma e a mente é um assunto mais delicado. Algumas pessoas vão tentar te convencer a não se envolver emocionalmente com a pessoa, sem neuras e apenas por diversão, entende? Esse é o grande perigo. Não é possível separar algo que funciona como um “todo”. Não somos robôs com botões de desligar. Se você entregar seu corpo físico, pode ter certeza de que suas emoções e espírito serão diretamente afetados.

CASADA COM ELE 20

Acredito que através do casamento recebemos a benção para ter relação sexual de uma forma completa, que engloba essas três áreas. Não apenas a intimidade do toque físico, mas também o contato das emoções do casal e do espírito de cada um. É um ato muito mais especial e sagrado do que imaginamos. Quando colocamos nossa vontade debaixo das mãos dEle, Ele proporciona essa forma de conexão em um relacionamento.

Jesus cuidou de mim e quer cuidar de você. Eu achava que muitas coisas se resolveriam no meu namoro se eu entregasse apenas “meu corpo físico”. No começo poderia ter disfarçado nossas falhas de relacionamento e, quem sabe até, impedido um término de namoro que acabou acontecendo. Eu poderia ter usado o sexo para segurar meu namorado. Talvez funcionasse por um tempo, mas sei que essa relação estaria sendo construída sobre um solo movediço. Estaria alicerçada na areia, e quando as ondas batessem sobre nós, ela desmoronaria.

O Espírito Santo me ensinou que o problema era mais profundo e delicado. Deus queria cuidar da minha alma quebrada pela falta de perdão. Queria me ensinar que apenas colocando Cristo em primeiro lugar minha caminhada teria significado real. Jesus queria que eu entendesse sobre meu valor através dos olhos dEle, antes de tentar encontrar em um relacionamento humano. Creio que um relacionamento bem solidificado é aquele que tem Cristo com base. Ele é construído sobre a Rocha:

“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.

2. NA ROCHA É MAIS SEGURO 21

Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.

Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia.

Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda”.

Mateus 7.24-27

Então, após quase 6 anos de relacionamento – entre idas e vindas – estávamos vivendo nosso primeiro momento de casados, só nós. Que alegria estava sentindo. As borboletas em meu estômago estavam a mil por hora. Acho que a essa altura elas haviam sido transformadas em libélulas – talvez mariposas – e mal cabiam dentro de mim.

Então, após quase 6 anos de relacionamento – entre idas e vindas – estávamos vivendo nosso primeiro momento de casados, só nós. Que alegria estava sentindo. As borboletas em meu estômago estavam a mil por hora. Acho que a essa altura elas haviam sido transformadas em libélulas

– talvez mariposas – e mal cabiam dentro de mim.

Israel foi até o espumante e o retirou do balde com gelo. Leu o rótulo fingindo que entendia o que estava escrito nele. Fez piadinha lendo o nome em outro idioma. Me encarou levantando as sobrancelhas com seu olhar

41. Preparou as taças e pegou o saca-rolhas. Chacoalhou a garrafa sorrindo igual criança. Colocou

CASADA COM ELE 22

o polegar bem na abertura do vasilhame. Fechei um dos meus olhos antecedendo o estouro iminente: pop!

– Viva nós! Disse meu marido.

– Viva nós! Respondi.

Brindamos. Tirei meus sapatos e os joguei longe. Eles saíram girando pelo ar. Finalmente pude colocar meus pés, literalmente, no chão.

– Você pode me ajudar a abrir esse vestido que está me matando a horas? Perguntei.

– Mas é pra já! Respondeu o Israel, feliz da vida.

2. NA ROCHA É MAIS SEGURO 23
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