Copyright©2017 por Thiago de Melo Costa Pereira Todos os direitos reservados por: A. D. Santos Editora Al. Júlia da Costa, 215 80410-070 Curitiba – Paraná – Brasil +55(41)3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br
Capa: Leila Lis Editoração: Manoel Menezes Revisão: Karolina Becker Trápaga Coordenação Editorial: Priscila Laranjeira Impressão e acabamento: Gráfica Exklusiva
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) PEREIRA, Thiago de Melo Costa Pereira BIBLIOQUÍMICA – Evidências das Ciências Biomédicas na Bíblia / Curitiba: A.D. Santos Editora, 2013 – 248 páginas. ISBN – 978.85.7459-425-5 1. Aspectos Religiosos – Cristianismo 2. Vida Espiritual I. Título CDD – 152.46 1ª Edição: Maio de 2017. Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.
Edição e Distribuição:
Contatos com o Autor: pereiratmc@gmail.com (27)99237-2981 / (27)98801-4092
“Em nome da ciência eu proclamo a Jesus Cristo como Filho de Deus. Meu senso científico, que valoriza muito a relação entre causa e efeito, compromete-me a aceitá-lo como fato. Minha necessidade de adorar encontra nEle a mais plena satisfação.” (Louis Pasteur, 1822 – 1895), conhecido como o “Pai da Microbiologia”
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Dedicatória
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ste livro é dedicado com muito amor ao Eterno, Maravilhoso e Glorioso Salvador Jesus Cristo, que pelo seu infinito amor me sustenta a cada dia e me inspira a contemplar a beleza da sua Criação. Louvado seja Seu Santo Nome eternamente! “…Não tem sabedoria aquele que dá ao homem o conhecimento?” Salmos 94.10b À Letícia “Mulher virtuosa, quem a achará?” Obrigado meu Deus, porque o Senhor “achou” Letícia para mim! Sem ela, esse livro não teria nem começado. Amor, apoio, incentivo são suas marcas em minha vida. Te amo demais da conta! À Lara e Emanuel Meus amores. Nossas inspiradoras e preciosas “flechas”! Manifestações claras da graça de Deus em nossa família. Que o papai e mamãe consigam sempre inspirá-los a adorar e louvar o nosso Criador! Aos meus pais, irmãs e cunhados Que ao lerem esse livro, certamente olharão para trás e verão como é fundamental “instruir o filho no caminho em que deve andar”. Obrigado minhas irmãs e cunhados! A oração e a alegria de vocês também são meu incentivo. À irmã, amiga e professora Dra. Juliana Hott, professora de Anatomia da UFES, que pelo seu conhecimento bíblico e fisiológico também foi indispensável para revisão e formatação desse livro. Há amigos mais chegados que um irmão! Registro aqui meu sincero obrigado. Aos irmãos da Primeira Igreja Batista da Praia da Costa Onde o Senhor determina a Sua bênção e a Sua unção na minha vida. v
Obrigado pelo apoio e ensinamentos ao longo de todos esses anos. Aos pesquisadores e acadêmicos, Este livro é especialmente para vocês! Que seja um incentivo para que vocês examinem as Sagradas Escrituras e se alimentem Dela! “Para que todos vejam, e saibam, e considerem e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isso...” (Isaías 41.20)
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Prefácio
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u sempre comento que na ciência, preciso de provas para crer nos resultados da pesquisa, mas que quanto a Deus, não preciso ver para crer, pois as provas de sua existência são infinitamente inquestionáveis. Como cientista na área de saúde, o resultado de cada uma de minhas 135 publicações científicas internacionais, na busca pelas causas e pelo tratamento da hipertensão arterial e aterosclerose, me levou ao convencimento de que a beleza e harmonia percebidas na diversidade da natureza, não seriam possíveis sem o toque da mão de um ser supremo, o nosso Deus. Por isso, é crescente o número de cientistas que deixa de ser ateu e passa a acreditar que tudo que há no universo só pode ser obra de um único Criador. Neste sentido, podemos afirmar que cada criatura gerada e desenvolvida no útero de uma mãe é um milagre arquitetado por Deus. A constatação de que o coração em um ser humano ultrapassa um total de 3 trilhões de batimentos aos 80 anos de idade e que os rins nessa mesma idade já filtraram 5 bilhões de litros de sangue, são outros exemplos de milagres da natureza orquestrada pelo Criador. Apesar dos comentários acima, eu sentia que faltava em minhas mãos um material que pudesse ler ou didaticamente utilizar com o propósito de mostrar que não há nenhum conflito entre ciência e religião. Em outras palavras, os avanços da ciência e os ensinamentos das Escrituras Sagradas sempre caminham juntos e tampouco há contradição entre ser cientista e ser cristão ao mesmo tempo. No entanto, ainda que inequívocas as constatações de que as palavras de nosso Deus escritas no Livro Sagrado nos ensinam aquilo que as investigações científicas nos mostram, faltava um instrumento demonstrando esta conexão entre ciência e Bíblia. É neste vácuo do conhecimento científico que surge a obra inspiradora Biblioquímica, do jovem cientista Thiago de Melo Costa Pereira. Conheci o Dr. Thiago desde quando este iniciou seu mestrado em 2002 e prosseguiu no doutorado em Fisiologia em meu laboratório de pesquisas translacionais, na Universidade Federal do Espírito Santo. Nestes 15 vii
anos de convívio como irmão, amigo e orientador científico desse investigador, tenho notado que dentre as suas características mais notáveis, destacam-se a sensibilidade pelo amor e respeito ao próximo, a sua inteligência e percepção de que a ciência é necessária para o bem-estar da humanidade e independência econômica de nosso país. Ao longo das páginas dos capítulos desta obra, o leitor perceberá que está diante de uma grande lente de aumento sobre as evidências de que a mão de Deus está em todo o conhecimento gerado pelas pesquisas dos cientistas, em concordância com o que está descrito nas páginas do Livro da Vida. A leitura desta obra inédita, nos leva a refletir sobre nossa origem, nossa vida, nosso universo e nosso papel nesta vida. Portanto, convido mesmo aqueles que ainda não acreditam na existência de um ser supremo que comanda o universo, que nos criou e que tem ao seu lado o seu filho Jesus Cristo, o qual pagou na cruz pelos nossos pecados, a lerem esta magnífica, contagiante e reveladora obra do brilhante cientista Thiago Melo Costa Pereira. Elisardo Corral Vasquez, PhD Mestre e Doutor em Fisiologia, pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. Pesquisador nível 1 do CNPq. Professor titular da Universidade Vila Velha, Professor Emérito pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
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Sumário
Dedicatória..............................................................................................v Prefácio..................................................................................................vii Introdução
“A Bíblia e a ciência são contraditórias?”.......................................... 11 Capítulo 1
“Células: bibliotecas vivas criadas!” (Portanto, não evoluídas)......... 17 Capítulo 2
Como fomos formados? existem fundamentos científicos para as descrições bíblicas?............................................................... 31 Capítulo 3
Mosaisação ou pasteurização?.......................................................... 71 Capítulo 4
A Bíblia e as suas orientações sanitárias: algum absurdo?................. 81 Capítulo 5
“Comer mel demais não é bom...verdade mesmo?”....................... 135 Capítulo 6
O cordão de três dobras... bioquímica pura!.................................. 147 Capítulo 7
“Os perigos do etanol revelados na Bíblia”..................................... 165 Capítulo 8
“Sal da terra” − que comparação reveladora!.................................. 199 Referências Bibliográficas (além da Bíblia)...................................... 211
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Introdução “A BÍBLIA E A CIÊNCIA SÃO CONTRADITÓRIAS?”
Textos bíblicos:
Deuteronômio 12.4; Provérbios 18.13; Isaías 40.8 e 24-26; Romanos 1.20; Colossenses 1.16-17; Colossenses 2.3; Hebreus 11.3. Versículo-chave:
Romanos 1.20 “Pois desde a criação do mundo os atributos INVISÍVEIS de Deus, seu ETERNO PODER e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis.” “For since the creation of the world God’s invisible qualities – his eternal power and divine nature – have been clearly seen, being understood from what has been made, so that people are without excuse.” Nesse primeiro capítulo, eu o convido a valorizar o Escultor de toda a ciência e não apenas a sua obra (a ciência propriamente dita). Desprenda-se dos “pré-conceitos”.
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s livros antigos geralmente empoeiram nas prateleiras. Comumente, parecem ser mais valorizados por historiadores, antropólogos e outros curiosos da área. Em nossas residências, normalmente armazenamos essas obras mais por um vínculo emocional do que pela importância do seu conteúdo muitas vezes obsoleto, ultrapassado. Aliás, as edições mais novas vêm sempre com abordagens mais interessantes, não 11
Biblioquímica
é mesmo? Entretanto, a Bíblia foge desse raciocínio. Ainda que escrita há séculos, apresenta informações científicas harmoniosas com o mundo contemporâneo. Aliás, este é o mistério desse livro e uma das razões por que ainda é o livro mais vendido no mundo. Ainda que a Bíblia Sagrada não tenha sido escrita com as características clássicas humanas de um livro científico contemporâneo, certamente ela pode ser até hoje uma fonte abundante de inspiração para antropólogos, historiadores, filósofos, educadores, cosmólogos, entre outros. Só para dar um exemplo, você sabia que o oceanógrafo Matthew Fontaine Maury (1806-1873), conhecido como o “pai da oceanografia”, disse que teve a inspiração e motivação para explorar as correntes e os ventos marítimos após a leitura de um trecho da Bíblia? Meditando no capítulo 8 de Salmos, ficou atento ao versículo 7 que dizia: “Todos os rebanhos e manadas, e até os animais selvagens, as aves do céu, os peixes do mar e tudo o que percorre os caminhos dos mares...”. Anos depois, Maury conseguiu mapear as rotas marítimas (“caminhos” do mar), permitindo assim que navios viajassem mais rapidamente ao longo dos oceanos (Frances, 1969; Sun, 2015). A palavra “ciência” deriva do termo latino “scientia” que significa conhecimento ou saber. Atualmente se designa por ciência todo o conhecimento adquirido através do estudo ou da prática, baseado em princípios cartesianos. Assim, as ideias perpassariam basicamente pela observação e experimentação, sendo a força motriz da capacidade das pessoas de entender o mundo através de suas próprias faculdades mentais. Observe o seguinte versículo escrito em Daniel, capítulo 12, versículo 4: “E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará”. O interessante é que na profecia de Daniel não se fala em criação da ciência, mas sim sua multiplicação. Por quê? Porque Deus é o Pai da Ciência, do conhecimento, do saber. Ele é o escultor! Portanto, o que fazemos hoje com a ciência? Apenas multiplicamos aquilo que o Criador já fez! Apesar da Bíblia não ser um livro científico, concordo com uma afirmação feita há mais de 100 anos por um médico e farmacologista britânico (Thomas Lauder Brunton) e o educador norte-americano Andrew Dickson White, co-fundador da Universidade de Cornell nos Estados Unidos (1865): 12
Introdução
“A Bíblia está repleta de diversas verdades científicas”. Surpreendentemente, essa frase não ficou ultrapassada pelo tempo. Diversos princípios da ciência moderna estão registrados muito antes de qualquer cientista confirmá-los experimentalmente. Confesso que não vejo a hora de você folhear as próximas páginas para certificar-se disso... “A verdade é que à medida que a ciência avança, ela descobre o que foi dito há milhares de anos na Bíblia”. Trechos do livro “Fatos Científicos na Bíblia” (Ray Comfort)
Este livro nasceu a partir de uma inquietação que convive comigo há alguns anos como pesquisador e professor universitário cristão da área biomédica. Tenho percebido que uma grande parte de colegas pesquisadores, professores e alunos (ainda que cristãos genuínos como eu) têm valorizado demais a ciência e a razão humana em busca de respostas subestimando a própria Palavra de Deus. É como se estivessem cometendo “suicídio intelectual” se tentasse compatibilizá-las. Curiosamente, não os vejo como ‘culpados’, mas como ‘réus’ de uma geração impulsionada fortemente pelos “baby boomers”1 acompanhado pelo silêncio proporcional daqueles que poderiam ter mantido a defesa da fé com a Bíblia em meados da metade do século XX. Como consequência, em nosso atual século frequentemente observa-se um acanhamento desmedido de apresentar a Palavra de Deus, sobretudo diante dos ateístas, como se eles tivessem provas inequívocas referentes à inexistência de Deus, da origem de tudo pelo “Big Bang” e a evolução como um processo natural e provado ao longo de bilhões de anos. Ao mesmo tempo, temos igrejas lotadas de cristãos assíduos que até testemunham das maravilhas de Deus em suas vidas entre as quatro paredes dos templos, mas encaram a Bíblia como que seus registros fossem apenas uma coletânea de linguagens alegóricas, subjetivas e divergentes da ciência moderna, valorizando até mais um simples sal grosso na sua mesa de escri1
O termo em inglês “baby boomers” pode ser traduzido como “explosão de bebês”. Refere-se a pessoas nascidas entre 1943 e 1960 na Europa (especialmente Grã Bretanha e França), Estados Unidos, Canadá ou Austrália. Depois da segunda guerra mundial estes países experimentaram um súbito aumento de natalidade, que ficou conhecido como baby boom. Como resultado, os “baby boomers” foram fortes alvos de campanhas de marketing e planos de negócios (WILLETS, 2010). 13
Biblioquímica
tório ou horóscopo de jornal do que os registros bíblicos como princípios verdadeiros, morais e de fé. Neste livro, pretendo expor alguns desses fatos que apesar de não terem sido declarados nos moldes clássicos científicos, estão completamente de acordo com os fatos contemporâneos da ciência biomédica, como se fossem inéditos. Assim, a verdadeira ciência e a Bíblia não entram em conflito – mas, são simplesmente complementares. Defendo arduamente que a humanidade precisa tanto da Bíblia como da ciência “multiplicada”, para entendermos melhor tudo aquilo criado por Ele, fonte de toda ciência e saber. É preciso examinar as escrituras! Ela não apenas fornece argumentos e ideias para o homem hebraico analfabeto e recém-egresso do cativeiro no Egito, mas também apresenta uma mensagem transcendental para as futuras gerações. A leitura bíblica também revela premissas sociais, culturais e científicas (Vale e Delfino, 2003), muitas vezes subestimadas pelo problema do anacronismo na interpretação dos acontecimentos. É como dizer que em 1500 Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil. Será mesmo verdade? Ou ele e suas naus apenas aportaram em uma extensão de terra desconhecida no sul da Bahia? O ouro realmente foi explorado em Minas Gerais ou no Espírito Santo? Sabendo-se que até 1759 o Brasil ainda era dividido em capitanias hereditárias, o Espírito Santo era o detentor de grande parte do território de extração do ouro! Inclusive, serviu de “barreira verde” posteriormente para impedir o escoamento fácil do Ouro para a Europa... E quando se fala de uma mulher com fluxo de sangue atrás de Jesus no meio de uma multidão? Qual a visão dos homens judeus perante uma mulher com essa atitude, ainda “contaminada” com o sangue? Em suma, nesse momento, inspiro-me nas palavras de Salomão que disse em Provérbios: “Quem responde antes de ouvir comete insensatez e passa vergonha” (Provérbios 18.13). Nos próximos capítulos, você será apresentado às implicações da bioquímica e da medicina descritas na Bíblia e a sua relevância para a ciência biológica e médica moderna, através de comparações teórico-práticas atuais. Terei por objetivo surpreendê-lo através de evidências para você refletir: “Como um povo tão primitivo poderia saber de tantos assuntos coerentes com a ciência biomédica contemporânea? Só poderia ser mesmo a revelação do Criador”! 14
Introdução
Saliento que minha ênfase será dada a assuntos biomédicos por ser minha área de formação. Dessa forma, quero frisar que esse livro não exaure as verdades bíblicas relacionadas à ciência contemporânea. Desde já indico outros autores como Norman Geisler, Frank Turek, Philip Yancey, Ben Hobrink e três brasileiros muito competentes – o mestre em Física nuclear Adauto Lourenço, o paleontólogo/teólogo Dr. Rodrigo Silva e o professor Dr. Marcos Eberlin, os quais foram fontes importantes de inspiração para mim desde o início da minha carreira acadêmica e para a publicação desse livro. Espero que esta obra alargue as possibilidades de muitos estudiosos e seja mais um incentivo para que pesquisadores de outras áreas da ciência investiguem riquezas de detalhes tão coerentes com os conhecimentos contemporâneos.
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Capítulo 1
“CÉLULAS: BIBLIOTECAS VIVAS CRIADAS!” (Portanto, não evoluídas)
Textos bíblicos:
Gênesis 1.1; Gênesis 6.14; Jó 12.7-10; Salmos 8.6; Salmos 97.6; Salmos 139.14, 23-24; Provérbios 1.7; Provérbios 25.2; Eclesiastes 1.10; Eclesiastes 11.5; Isaías 51.6; Daniel 12.4; Colossenses 1.16; Colossenses 2.3 e 8; Hebreus 1.10-11 Romanos 1.20 Versículo-chave:
Salmos 97.6 “Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos veem a sua glória.” “The sky declares his justice, and all the nations see his splendor.” Nesse capítulo, quero que você analise bem profundamente quando Paulo disse aos romanos que os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina são compreendidos através de tudo o que foi criado! Louvado seja o Criador!
Deus, o maior e melhor bioengenheiro. Quer saber por quê?
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lguma vez na sua vida certamente você se perguntou (ainda que obtivesse respostas pouco esclarecedoras) como uma semente se transforma numa árvore, como um inseto se desenvolve, de que 17
Biblioquímica
forma um ovo gera uma ave ou como um óvulo fertilizado se transforma em um bebê “completo” entre 36 a 40 semanas? Até hoje, embora muitos se debrucem nessas possíveis explicações, de antemão, o livro de Eclesiastes adianta uma resposta bem sucinta e honesta para isso: “Assim como você não conhece o caminho do vento, nem como o corpo é formado no ventre de uma mulher, também não pode compreender as obras de Deus, o Criador de todas as coisas.” (Eclesiastes 11.5) Parece uma resposta tão intangível, “tão desanimadora” de Salomão não é mesmo? Ainda mais para aqueles que trabalham diariamente com a área científica como nós pesquisadores... Por que não entenderíamos essas coisas se a ciência tem avançado tanto como vemos por aí? Afinal, são tantas evidências, somos tão ensináveis, estudamos e aprendemos tanto... De fato, é notório como a ciência tem se multiplicado, assim como foi dito no livro de Daniel (12.4). Acontece que quanto mais conhecemos, percebemos que precisamos conhecer muito mais! No livro de Provérbios (25.2), foi dito que a glória de Deus estaria nas coisas encobertas e o nosso papel seria de apenas DESCOBRI-LAS! Sim! Precisamos cada vez mais nos surpreender com toda a obra da criação! Em Colossenses 2.3, Paulo também afirma que em Cristo estão escondidos TODOS os tesouros da sabedoria e do conhecimento. Diante disso, permita-me fazer uma analogia: imagine que estivéssemos estudando sobre uma circunferência. Quanto mais soubéssemos sobre ela, mais ela cresceria (ou seja, o 2π r aumentaria). Entretanto, tenho um simples esclarecimento pra você: nossa ignorância reside na área dessa circunferência. Aí complicou tudo! Isso porque matematicamente, estamos diante de um grave desafio: como a área é calculada pelo π r2 (você se lembra da fórmula matemática da área da circunferência?), quanto mais aumentamos a circunferência, mais a área da nossa ignorância aumenta. Dessa forma, endosso as palavras de Salomão supracitada em Provérbios e de Pasteur quando disse: “Um pouco de ciência nos afasta de Deus; muito, nos aproxima”. Para que eu compartilhe mais sobre essa ideia de alguns princípios biológicos, permita-me voltar ao ano de 1665, quando o Brasil estava sendo colonizado há quase dois séculos pelos portugueses. Nessa época, o físico e matemático inglês Robert Hooke tinha feito a primeira referência a algo 18
I. Células: bibliotecas vivas criadas!
chamado “célula” ao observar num microscópio rudimentar um pequeno fragmento de cortiça (tecido suberoso retirado do caule de certas árvores). Como a cortiça apresentava um imenso número de pequeninas cavidades, as denominou como “células”. Após essa descoberta e com o aperfeiçoamento do microscópio, outros cientistas observaram que naqueles espaços vazios da cortiça existira um conteúdo preenchido por um material gelificado denominado “citoplasma”, o qual envolvia outra estrutura denominada posteriormente de “núcleo”. Nesse núcleo haveria, então uma substância responsável pelas características genéticas, mas que só foram inicialmente elucidadas a partir da segunda metade do século XIX. Portanto, não se assuste: há menos de 70 anos se sabe que todos os seres vivos, sem exceção, têm DNA escondido dentro de cada uma de suas células. Pode ser bactéria, mosca, cão, cana-de-açúcar, flor, Aedes aegypti, dinossauros ou você mesmo! Até os vírus (HPV, Zika, Chikungunya, HIV...), que não são bem seres vivos (e nem células), também têm DNA ou uma molécula parecida com ela (ácido ribonucleico ou RNA).
Curiosidade: Arca de Noé e a estrutura celular Baseado na estrutura celular descrita anteriormente, deparei-me com uma curiosidade revelada em Gênesis, que na realidade, representa um feito grandioso de Deus. Em Gênesis 6.14, Deus anuncia o dilúvio e orienta Noé sobre a impermeabilização da arca. A orientação divina foi revestir a arca por dentro e por fora com piche, uma resina retirada de árvores cuja aparência pegajosa e viscosa pudesse impedir a passagem facilitada de água por ela. Veja que interessante: sendo as células sanguíneas constituídas de 70% de água e arrastadas por um líquido contendo 70% de água, por que a estrutura da célula se mantém preservada, armazenando organelas, macromoléculas, eletrólitos e inclusive a água? Porque por dentro e por fora contém também um tipo de estrutura lipofílica (que tem afinidade por lipídios) que impede a passagem de água! Nesse caso não é o piche para que as células não fossem tão rígidas. Para o “design” de células que são mais maleáveis, deveríamos possuir membranas mais fluidas. Para isso, o Senhor incorporou nas membranas ácidos graxos com duplas ligações (insaturados) associados com um pouco de colesterol, mantendo a fluidez necessária para as membranas. Acha mesmo inacreditá19
Biblioquímica
vel animais serem orientados para entrar aos pares na arca? Então, peço para que você urgentemente abra um livro de bioquímica ou biologia molecular e perceba a regulação espetacular que existe para controlar a entrada e saída de biomoléculas nas células e em suas respectivas organelas. É Deus mais uma vez se revelando nas coisas visíveis e invisíveis (Cl 1.16). Como lhe havia dito, as evidências sobre o DNA têm seu ponto de partida através de Mendel em 1866. Entretanto, ao meu ver, o ápice da descoberta ocorre em 1953, quando dois biólogos moleculares, James Watson e Francis Crick (com um belo “empurrão” de uma pesquisadora chamada Rosalind Franklin), publicaram dados fundamentais para que pudéssemos entender um pouco mais sobre a imensa complexidade da vida. Eles elucidaram a estrutura molecular do ácido desoxirribonucleico, mais conhecido com a sigla “DNA” já citada anteriormente. Nove anos depois, eles ganharam o prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina (1962). Para quem tiver interesse em aprofundar em datas importantes de descobertas sobre o DNA, acesse um site muito interessante que conta de forma bem animada esta brilhante história: http://www.dnai.org/timeline
Figura 1. O modelo original de DNA proposto por James Watson e Francis Crick. Ao lado, a estrutura do DNA em maior detalhe. Fontes: http://dataphys.org/list/watson-and-cricks-3d-model-of-dna/ e http://cultura.secular.com.br/02-nov2003/dna.html
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I. Células: bibliotecas vivas criadas!
Por que sendo um livro que aborda sobre Bíblia, eu precisaria entrar em tantos detalhes sobre DNA? Quando as bases do Darwinismo foram criadas através da publicação do livro “A Origem das Espécies” em 1859, pouco do que vou apresentar nesse capítulo estava descoberto. E só para lembrar, Darwin, a bordo do famoso navio Beagle não teve a oportunidade de vivenciar isso. Portanto, as conjecturas darwinianas eram baseadas em observações da época, sem qualquer conhecimento sobre o DNA. O curioso é que sendo a Bíblia mais antiga que o livro de Darwin, posso lhe garantir que ela está bem mais atualizada que o livro do chamado “pai da evolução”. Ao longo do texto, irei lhe apresentar alguns argumentos para que reflita sobre isso. Sendo os seres vivos formados por células, o funcionamento delas depende de uma programação prévia que está de acordo com uma espécie de hardware presente em cada uma delas, denominado DNA. Trata-se de uma estrutura molecular extremamente estável para armazenamento de informações que são requisitadas por toda a vida. Portanto, precisam estar armazenadas a “sete-chaves”, com todo o cuidado. Da mesma forma, creio que certamente você possui em sua residência itens que não podem ser perdidos facilmente tais como fotos antigas, documentos impressos, backup do computador com arquivos importantes... Estes, nós guardamos em locais bem seguros (ou até contratamos serviços “in cloud” para maior segurança, não é?). De forma análoga, o grande Autor do design inteligente criou o DNA. Ele é constituído por uma espécie de escada em espiral com 2 “corrimões” formados por nucleotídeos contendo as famosas bases nitrogenadas representadas pelas letras A (adenina), T (timina), C (citosina) e G (guanina) e “degraus” estabelecidos por ligações de hidrogênio (Figura 1), formando assim o código genético. Em 1957, Crick sugeriu que essa sequência linear dos “degraus químicos” formaria as instruções de codificação para a produção de proteínas que foram conhecidos posteriormente como genes. “Gooool! Certa resposta!” Curiosamente, somente na década seguinte (1960) é que esse código genético começou a ser ainda mais compreendido. Só para se ter uma ideia da dimensão das características dessa descoberta, pense agora na riqueza de recursos que os computadores nos fornecem atualmente. Sejam as informações na forma de sons, imagens ou textos em notebooks, tablets, smartphones, etc., todas elas são processadas através de um código binário de 0 e 1 (Bell et al., 2006). No caso das células 21
Biblioquímica
vivas, esse código é realizado pelas letras A, T, C e G. Portanto, se comparássemos o código molecular à linguagem humana, o texto necessário para descrever a construção de uma bactéria (de apenas 4 milhões de pares de bases) encheria um livro de mil páginas! E de humanos? Quanto seria? É surpreendente! Observe a figura 2! Em 1988, um grupo de cientistas decidiu que seria importante conhecer em detalhes o DNA do ser humano. Para realizar esse desejo, era preciso também desenvolver as tecnologias necessárias para determinar a sequência dos A, T, C e G nos cromossomos de uma espécie. Portanto, este projeto denominado “Genoma” visava elucidar todo o DNA contido no núcleo de uma célula reprodutiva. Dessa forma, o grupo se mobilizou convencendo deputados e senadores do congresso norte-americano, empresários e seus colegas, sendo oficialmente lançado em 1990 pelo governo dos EUA. Na ocasião, a previsão era que o empreendimento terminasse em 2005, com um custo final de 3 bilhões de dólares. Finalmente, a sequência do genoma humano foi publicada em 2003; por um preço final de 2,7 bilhões de dólares (Figura 2). Após 10 anos, é bem verdade de que essa análise já ocorre de forma bem mais eficiente2.
Figura 2. Versão impressa do genoma humano em exposição no museu Welcome Collection, em Londres. O genoma inteiro ocupa “apenas” 118 grossos volumes como os 2 Parece tudo um avanço imenso não é? Porém a nova notícia é que novos equipamentos que elucidam a sequência de DNA (sequenciadores) já são capazes de sequenciar um genoma humano em um só dia, a um custo de menos de 6 mil dólares em reagentes! (Pena, 2010) 22
I. Células: bibliotecas vivas criadas!
da imagem acima contendo aproximadamente 3 bilhões de caracteres. E tudo isso de informação cabe dentro de UMA célula! Ao lado, uma das páginas desse livro mostrando a sequência do genoma através das letras A, T, C e G (adenina, timina, citosina e guanina). Figura adaptada de: http://labiotech.eu/history-of-biotech-25-years-of-the-human-genome-project e https://wellcome.ac.uk/press-release/human-genome-editing-research-should-proceed-say-leading-uk-science-bodies.
Com o avanço das pesquisas e com o genoma elucidado, pode-se comprovar que realmente uma célula humana típica contém uma fita de DNA com cerca de 3 bilhões desses “degraus” químicos medindo cerca de 2 metros dentro de um núcleo de aproximadamente 0,000005 a 0,000010 metros (ou 0,005 mm a 0,01 mm)! (Alberts, 2002; Deweese et al., 2008). Isso mesmo! Fique à vontade para ler novamente essa frase para sua melhor compreensão! E isso só é possível através de um grau máximo de compactação do DNA envolto em proteínas, formando os famosos 23 pares de cromossomos (Figura 3). O mais fantástico está em imaginar que cada célula da mesma espécie armazena a mesma “biblioteca” (ou o mesmo genoma) da célula vizinha. E por que elas seriam diferentes se são formadas pelo mesmo DNA? Porque embora a “biblioteca” (sequência de genes) seja a mesma, os “livros lidos” (genes expressos) não. É como um livro de receitas: o prato do dia dependerá da escolha da cozinheira. É fato que numa típica cozinha brasileira, arroz e feijão não podem faltar, mas o acompanhamento varia bastante. Os genes são assim. Alguns são mais permanentes (constitutivos, como o arroz e feijão) nas células, enquanto outros são variavelmente expressos, definindo, portanto, o tipo de célula em questão. Resumindo, o que diferencia um neurônio e um glóbulo branco de uma pessoa não é o DNA, mas o repertório de genes que eles expressam. É por isso que hoje se identificam tão facilmente crimes através de células do folículo piloso, pedaços de pele, ossos, dentes: em todas essas células, o DNA de uma mesma pessoa é o mesmo! Ou seja, toda essa complexidade é repetida em cada uma dos 100 trilhões de células do corpo! Com o genoma elucidado, também foi possível afirmar que podemos apresentar entre 25.000 a 40.000 genes para expressar cerca de 100.000 proteínas e que, surpreendentemente, a diferença entre humanos é de apenas 0,1% na sequência genômica (Lander et al., 2001; Naylor et al., 2001).
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Figura 3. Graus de compactação do DNA mostrando, por fim, um cromossomo. Um nucleotídeo é formado por uma base nitrogenada (adenina, timina, citosina ou guanina), uma desoxirribose e um fosfato. Modificado de http://www.ufv.br/dbg/genetica/cap1.htm e ohhaitrish.wordpress.com
Toda essa complexidade das células não para por aqui. Ainda preciso frisar que somente há menos de 100 anos os cientistas puderam “invadir” a área da biologia molecular. E a cada dia, as novas publicações científicas só nos surpreendem com mais requintes de organização e regulação moleculares/celulares. Nesse contexto, trago um exemplo dessa complexidade que me faz lembrar do texto de Salmos 139:23-24: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos e vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.” Da mesma forma que o salmista declara a necessidade do coração ser sondado continuamente para que não caísse em caminhos maus, assim também ocorre com o DNA. Esta molécula contendo quase 3 bilhões de A, T, C e G precisa ser vigiada constantemente para que não sofra modifi24
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cações (mutações) que poderiam comprometer em pouco tempo a vida da célula. Mas, como isso acontece? É importante frisar que as alterações na sequência de bases do DNA podem até ser frequentes, mas as mutações são eventos raros. Espera aí! Que contradição é essa? Calma! É porque a grande maioria das alterações que surgem no DNA são imediatamente CORRIGIDAS, evitando que próximas gerações celulares sejam acometidas. Dentre várias proteínas que fazem isso, dou como exemplo uma importante enzima denominada DNA polimerase que passa sondando cada “caminho mau” e guiando-o pelo caminho eterno (poupando da morte). Por exemplo, as bases nitrogenadas podem perder um grupamento amina, nesse caso, uma citosina pode se transformar em uracila. E agora? A presença de uracila na dupla hélice de DNA é reconhecida como erro (até porque você se lembra que DNA não tem uracila,) e põe em ação um conjunto de proteínas do sistema de reparo que removerão a uracila e adicionarão uma nova citosina no local, recuperando o par original “C-G”. Atualmente, já se sabe que o acúmulo de mutações nas células é tão perigoso que todas as espécies conhecidas possuem diversos mecanismos para reduzir ao máximo a possibilidade de ocorrer mutações. Além disso, outro fato sensacional é que o mecanismo de reparo de DNA é considerado um sistema importantíssimo para assegurar a genuína longevidade: ou seja, vive mais quem é mais revisado, corrigido, sondado! (MacRae et al., 2015). Que coisa fantástica ocorre a nível molecular, não é? Pois, da mesma forma, comparo esse mecanismo perfeito de correção com a nossa vida perante o nosso Deus: em nosso dia a dia, podemos até cometer falhas, requerendo reparos imediatos. O que não podemos deixar é acumular os erros (como a mutação no DNA), que podem ser letais para nós. Portanto, enquanto o DNA é corrigido por várias enzimas como a DNA polimerase, apresente-se diante de Deus para Ele sondar o seu coração, ver se há algum caminho mau, corrigi-lo e guiá-lo para o caminho ETERNO! Creio que um de nossos grandes defeitos é a postura que adotamos perante assuntos que desconhecemos. Neste caso, acreditamos que os eventos para que aquilo aconteça sejam irrelevantes, desprezíveis ou até fáceis de explicar. E assim, perdemos a noção da complexidade. E, aí vai um exemplo: se já visitou uma grande fábrica de automóveis e acompanhou a produção de apenas um deles passo a passo, você certamente ficou impres25
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sionado com o extremo grau de organização e precisão na montagem. Posso lhe garantir que o funcionamento de uma célula é muito, muito, muito (e MUITO) mais complexo e dinâmico que uma fábrica de automóveis. Imagine só: caso eu colocasse todas as peças da fábrica “soltas” num terreno e esperasse bilhões de anos, será que com o passar do tempo essa fábrica seria organizada suficientemente para produzir um carro? Perceba que na minha proposta eu ainda dei uma colher de chá: já comecei com as peças prontas. Com as células, a proposta mais crida e aceita por tantos “estudiosos” é que desde o arranjo molecular até a formação do organismo vivo tenha ocorrido através da sucessão de arranjos aleatórios. Meus caros leitores: seria mesmo o tempo a melhor explicação para todas as formas de vida que contemplamos no Universo? Como reflexão, deixo aqui uma frase de Louis Pasteur que até hoje insiro nas minhas assinaturas eletrônicas: “As futuras gerações algum dia vão rir da tolice dos filósofos materialistas modernos. Quanto mais estudo a natureza, mais fico maravilhado com os feitos do Criador. Oro enquanto estou trabalhando no laboratório.” (Louis Pasteur) Convém ainda frisar que cada espécie diferente possui distinta sequência e quantidade de DNA. Por conseguinte, a cópia do DNA que precede a divisão celular é diferente entre cada organismo. Por exemplo, o DNA na bactéria Escherichia coli é composto de “apenas” 4 milhões de pares de bases e todo o seu genoma tem, no máximo, 1 mm de comprimento. É por isso que algumas bactérias podem copiar todo o seu DNA e dividirem-se em duas células a cada 20 minutos! Uma pergunta que queria fazer para os apoiadores da teoria evolucionista: como explicar que seríamos formados a partir de ancestrais com apenas 4 milhões de pares, considerando que isto corresponderia a apenas cerca de 0,1% do genoma humano? Aliás, é claro que mutações não têm capacidade de gerar novos planos corporais, pois estes eventos aleatórios necessitariam de novas informações complexas e específicas para daí formarem novas estruturas. Quero agora tentar considerar até onde Darwin tinha razão: por definição, a seleção natural seria meramente um processo seletivo daquilo que já é existente, ou seja, a seleção foi desenvolvida a partir da informação genética já existente! Jamais seria um processo criativo! Portanto, a seleção natural poderia explicar apenas a SOBREVIVÊNCIA dos mais aptos (ou 26
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seja, como certos genes beneficiam certos tipos de criaturas a viver num ecossistema específico), mas não a ORIGEM dos mais aptos! Evolução é apenas uma teoria, não um fato! Diante disso, por que não apresentá-la aos alunos da mesma forma? Um fato que me incomoda é que as escolas e universidades ensinam o darwinismo de forma tão dogmática como se fosse uma área do conhecimento repleta de provas e sem chance de contestações. Eu inclusive fui fruto desse “bombardeio” de tais informações durante minha formação acadêmica, ainda que não conseguisse e nem conseguirei “engoli-las”. Compartilho aqui algumas perguntas que você também deveria ter feito aos seus educadores: A) Como é que as forças físicas e bioquímicas conseguiram, simultaneamente e na mesma área geográfica, desenvolver o aparato complementar necessário para a reprodução sexual entre as espécies? Seriam sistemas inteligentes para conseguir planejar futuros acoplamentos temporais perfeitos entre machos e fêmeas? Ou seja, machos e fêmeas evoluíram simultaneamente para que pudessem se reproduzir em seguida? Já pensou se fosse o contrário? O macho já evoluído aguardando a evolução por mais alguns bilhões de anos da fêmea ou vice-versa? Estranho, não? B) Se as vias são aleatórias, por que hoje continuamos observando a perpetuação das espécies sem seres vivos de “transição”, inclusive sem evidência de fósseis respectivos? C) Se a reprodução assexuada já gera um satisfatório sucesso reprodutivo comparada a reprodução sexual (como observamos em bactérias), como é que a última se tornou suficientemente vantajosa para ser selecionada? Quem poderia antever a vantagem da variabilidade genética? D) Quando olho para um simples rolo de papel higiênico, tenho certeza absoluta que ele foi produzido, compactado através de um processo criativo. Afinal, será que em bilhões de anos seria formado um rolo de papel higiênico totalmente compactado como aparece numa embalagem de supermercado? Como é que o código genético de 3 bilhões de pares de bases do homem surgiu? Da simples aleatoriedade? O tempo resolveria tudo isso? E de todas as outras espécies (ainda que sejam menores)? 27
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Observe essa frase do professor Emérito de Bioquímica da Colorado State University, Franklin M. Harold: “Temos que admitir que atualmente não existe nenhuma explicação darwiniana em torno da evolução de qualquer sistema bioquímico ou celular – apenas uma variedade de especulações esperançosas.” (Harold, 2001) E) Onde estão publicadas as provas científicas originadas pela teoria da evolução? Dr. Marc Kirschner, fundador do Departamento de Biologia Sistemática na Universidade de Harvard afirmou: “De fato, durante os últimos 100 anos, praticamente toda a biologia progrediu independente da teoria da evolução, exceto a própria biologia evolucionária. Nem a Biologia Molecular, nem a Bioquímica nem a Fisiologia levaram em conta a teoria da evolução para as suas descobertas.” F) Como é que as mutações – classificados como “acidentes” na cópia da sequência do DNA (trocadas, deletadas ou acrescentadas, duplicação de genes, inversão cromossômica, etc.) – gerariam os enormes volumes de informação de DNA nos sistemas biológicos? G) Se o DNA tem a “receita” de armazenar o código para a síntese de proteínas e ao mesmo tempo ele precisa de uma diversidade de proteínas já existentes para que a informação nela contida possa ser “lida”, de que forma por processos aleatórios tais proteínas foram produzidas? H) O que nos faz capazes de reprovar uma atitude de roubo, estupro ou uma atração sexual de uma filha pelo seu pai? Como é que o arranjo de prótons, nêutrons e elétrons geraria por evolução a mente, a inteligência, o propósito, o altruísmo e a moralidade? Como a evolução requer como conceito a adição de novas informações ao longo do tempo para que espécies possam evoluir para novas espécies, é claro que a evolução darwiniana é impossível. Afinal, até hoje não temos provas biomoleculares para isso. Dessa forma, a resposta mais razoável à questão da origem da informação genética é que ela foi pré-programada nos genomas das espécies por um Criador, no princípio de tudo. Portanto, não havendo até hoje nenhuma evidência para indicar que novas informações possam surgir naturalmente e ao mesmo tempo haven28
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do provas abundantes para justificar a proposição de que a informação, onde quer que seja, é sempre o produto de um design extremamente inteligente (Margulis e Sagan, 2002; Sanford, 2008). Por que não ficarmos com as evidências? Creio que parte dessa resposta foi desenvolvida por Paulo na carta aos Romanos: “Desde que Deus criou o mundo, as suas qualidades invisíveis, isto é, o seu poder eterno e a sua natureza divina, têm sido vistas claramente. Os seres humanos podem ver tudo isso nas coisas que Deus tem feito e, portanto, eles não têm desculpa nenhuma. Eles sabem quem Deus é, mas não lhe dão a glória que ele merece e não lhe são agradecidos. Pelo contrário, os seus pensamentos se tornaram tolos, e a sua mente vazia está coberta de escuridão [...] Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente” (Romanos 1.20,21 e 25). Então será que a Bíblia, escrita há tantos anos, poderia nos trazer algo mais coerente sobre a formação da vida? Veremos melhor isso no próximo capítulo.
Para você refletir: Quando arqueólogos encontram em escavações utensílios ou fragmentos de cerâmicas muito antigas com marcações, desenhos, símbolos desconhecidos, atribui-se invariavelmente que foram confeccionados pelo homem de alguma civilização pregressa. Você já pensou se um arqueólogo “revolucionário” apresentasse uma ideia de que a formação dos utensílios e fragmentos de cerâmica fossem obras do acaso, oriundos da formação aleatória por bilhões de anos? Seria uma proposta muito improvável e até mesmo ridícula, não é mesmo? Agora, por que quando vemos a complexidade da formação do DNA e suas regulações em apenas uma célula, atribui-se tudo isso a processos acidentais que evoluíram com o passar de bilhões de anos? Seria isso razoável? Coerente? Científico? É preciso meditar sobre esse assunto. Continua...
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