Copyright2012 por Hedy Maria Scheffer Silvado e Luiz Roberto Soares Silvado Todos os direitos em Língua Portuguesa reservados por:
Capa: Igor Braga Diagramação: Manoel Menezes
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Coordenação editorial: Priscila R. Aguiar Laranjeira Impressão e acabamento: Gráfica Impressul
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Silvado, Hedy Maria Scheffer e Silvado, Luiz Roberto Soares Casamento – O que levar na mala além dos doces e dos quilos a mais / Hedy Maria Scheffer Silvado e Luiz Roberto Soares Silvado – Curitiba: A. D. SANTOS EDITORA, 2012. 128 p. ISBN – 978.85.7459-270-1 1. Amor
2. Casamento – aspectos religiosos
3. Comunicação no casamento
4. Felicidade
5. Cônjuges CDD 248.884
1ª Edição: Abril / 2012 – 3.000 exemplares. Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.
Edição e Distribuição:
Dedicatória D
edicamos este livro aos nossos filhos: Fernando e sua esposa Yvia, Eloísa e àquele com quem partilhará sua vida, crendo que o Senhor vai aplicar aos seus corações os princípios aqui contidos para que eles tenham uma família segundo o coração de Deus, que faça diferença neste mundo onde os valores estão invertidos ou se perderam.
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Agradecimentos A
gradecemos a Deus que durante nossa vida conjugal tem confirmado a promessa feita quando decidimos nos casar – “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês', diz o SENHOR, 'planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.” (Jeremias 29.11) – e agora nos permite compartilhar um pouco do muito que temos aprendido. Agradecemos aos irmãos da Igreja Batista do Bacacheri que nos têm estimulado a prosseguir ministrando para casais e aos incansáveis Edemilson Pinto Vieira e Conceição Fugmann na coordenação da transformação das palestras em manuscritos, à Priscila Laranjeira no trabalho de edição do material e à Marilena de Oliveira, Clarice de Oliveira e Celita Chueiri Ramos da Silva que participaram deste projeto. Deus abençoe suas vidas e ministério! Família é um dom precioso de Deus, a célula da sociedade, a menor unidade da igreja de Cristo. Ela forma, informa, incentiva e apoia os seus membros a desenvolverem todo o potencial que Deus lhes concedeu, mas família equilibrada não vem de graça. É só observar o que está acontecendo na sociedade em geral. Precisamos investir tempo em favor de nossa família, orar por ela e nos instruirmos para sermos melhores cônjuges e melhores pais.
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Nada do que está escrito aqui é só teoria. Nós experimentamos cada passo e com a graça de Deus continuamos casados e felizes depois de quase 33 anos. Aos jovens casais que lerem este material, peço-lhes que trabalhem preventivamente. Aos que tem mais anos de estrada, aceitem o desafio de colocar em prática os princípios aqui contidos, pois não há relacionamento que não possa ser melhorado ou transformado pelo poder de Deus. Nossa maior recompensa será saber que a leitura deste livro trouxe um novo sentido para sua vida em família. Deus os abençoe, transforme e edifique. Hedy e Pr. L. Roberto Silvado.
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Prefácio C
asamento – uma grande ideia de Deus, instituída, primeiramente, para que o homem não ficasse só, pois isso não “era bom”. O propósito seguinte era preservar a espécie, mas como Deus nos ama muito Ele também instituiu o casamento para alegria do ser criado. Desde os primórdios manter um casamento saudável mostrou-se um verdadeiro desafio. Homens e mulheres são muito diferentes, mas, uma vez unidos são os dois “uma só carne”. Há que se cuidar um do outro, amando e respeitando a individualidade. Uma tarefa nada fácil, diga-se de passagem. Hedy e L. Roberto Silvado compartilham experiências de sua vida conjugal, os problemas enfrentados e as soluções encontradas e o fazem de uma maneira prática, dinâmica e divertida. Ensinam que o propósito de Deus para a vida a dois permanece o mesmo e, que cabe a nós colocarmos em prática o que a Bíblia ensina. Não podemos permitir que os distorcidos ensinamentos da mídia destruam o nosso relacionamento. Precisamos atentar para o que seja bom, perfeito e agradável, ou seja, a vontade de Deus. Por que permitirmos que os eventos externos interfiram em nossa casa? Por que transformamos situações cotidianas em verdadeiros “cavalos de batalha”? Como priorizar o que é prioritário? Que bagagem estamos levando para a nossa vida em comum?
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A analogia da mala e do que levamos nela nos ajuda a visualizar que essencial é encher a vida com coisas boas: lembranças, filhos, aprendizado, com o outro e com tudo aquilo que nos ajuda a permanecer inteiros. Os doces, as roupas e os quilos a mais fazem parte da bagagem, mas é muito mais que isso. É tempo de resgatar o amor, o respeito e os valores do casamento à moda de Deus. É tempo de amar o próximo como você ama a si mesmo. É tempo de investir em ter uma vida plena. O Editor
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Índice Capítulo 1 Escolhas e Prioridades _______________________________________ 1 Capítulo 2 Uma aldeia global _________________________________________ 33 Capítulo 3 Vivendo de maneira a agradar a Deus __________________________43 Capítulo 4 As marcas de uma família feliz________________________________57 Capítulo 5 As obras da carne e o fruto do Espírito _________________________67 Capítulo 6 Priorizando o que é prioritário, mais uma vez. ____________________85 Capítulo 7 Ah! O amor... ____________________________________________ 93 Conclusão ______________________________________________ 117
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Capítulo 1
scolhas e Prioridades
Lembranças...
ESCONDE-ESCONDE noite , quanto a luz apagava, uma das nossas brincadeiÀ ras preferidas era esconde-esconde. E era só cair um temporal, coisa bem comum em Curitiba, que as luzes da nossa rua apagavam (até hoje não sei porque, pois nas outras ruas do bairro havia luz). Normalmente eu estava só com as crianças. Lembro-me de uma vez ficar segurando a risada porque eles passavam pelo banheiro e não me viam deitada na banheira. Num terceiro e quarto round da brincadeira, é claro que a Eloísa foi se esconder lá. E é claro que ela foi achada. Muita zangada ela perguntava: “Como é que a mãe se escondia lá e a gente não achava? Agora eu me escondo, o Nando acha e a mãe me acha, não quero mais brincar com vocês!” Quando perguntei aos meus filhos que recordações eles tinham da infância. Eles citaram o esconde-esconde no escuro e disseram que não sabiam quem se divertia mais, eu ou eles!
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O monstro do castelo
Sexta-feira tem sido o dia de folga do Roberto há anos. Como nossos filhos iam para a escola à tarde, eles acordavam de manhã e iam para a nossa cama. É claro que não demorava muito para eu me levantar. Enquanto eu fazia o nossa café da manhã com panquecas e ovos mexidos, o Roberto ficava brincando com eles de "Monstro do Castelo". O castelo era nossa cama. Eles entravam por baixo das cobertas para cutucar o monstro e o monstro agarrava um deles que se debatia e pedia socorro. O irmão libertava a irmã, mas ele ficava preso e vice-versa. E essa brincadeira durava até eu chamar para o café. Quando eles demoravam, eu ia até o quarto e acabava presa também. Quantas gargalhadas gostosas! Quantos momentos de pura brincadeira! Através dessa brincadeira, eles aprenderam que um precisava cuidar do outro, defender dos monstros que aparecem na vida.
Surpresa no acampamento
Nosso filho Fernando sonhava em acampar... Eu e meu esposo nunca gostamos de aventuras sem conforto. Certa vez num bazar da igreja, o Fernando quis comprar uma barraca. Como estava barata, compramos. Aí começou a ladainha: “Quando vamos acampar?” Meu esposo contou algumas de suas infelizes experiências com barraca na praia, mas vendo a frustração do garoto teve uma brilhante ideia: “Vamos acampar no quintal, que tal?” Os olhinhos dele brilharam. O pai e ele montaram a barraca, colocaram um colchão dentro, levaram
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sacos de dormir, televisão e lanterna. Passaram a noite na barraca, Roberto, Fernando e Eloisa, depois de assistirem TV e conversarem muito, adormeceram. Na noite seguinte eu dormi lá fora com eles e o Roberto dormiu dentro de casa. E assim fomos nos revezando. Fizemos isso até que um dia que o jardineiro veio fazer o jardim e teve que desmontar a barraca. Sabem o que havia embaixo da barraca? Um filhote de jararaca! O jardineiro achou um ninho no terreno baldio ao lado de casa! Assim acabaram-se os nossos acampamentos no quintal!
Um milagre canino
Tínhamos um lindo cão dálmata, Prince era o seu nome. Um dia notei que uma das suas pintas da pálpebra estava crescendo. Levei ao veterinário e veio a notícia que ele deveria ser operado para coletar material e ver o que era aquilo, mas parecia um melanoma (Câncer). Ele foi operado e quando cheguei com ele em casa, Eloísa e Fernando estavam me esperando. Levei o cão para o canil meio grogue da anestesia. As crianças vieram agradar seu cão e eu lhes contei que o veterinário havia dito que ele não teria mais que seis meses de vida, que o tumor era grande e já tinha ramificações no cérebro. Ele ficaria com um olho menor que o outro, pois o veterinário teve que tirar um pedaço da pálpebra. As crianças começaram a chorar. O Fernando disse: "mãe vamos impor nossas mãos e orar". Nós três nos ajoelhamos em volta dele, colocamos nossas mãos na sua cabeça e meu filho começou sua oração: "Senhor, não permita que meu cachorro morra, eu não estou preparado para perdê-lo. O Senhor pode curá-lo se quiser. Por favor, eu amo o Prince, cura meu cão!" Eu e a Elô estávamos soluçando. Nesse momento meu esposo chegou e levou um susto. Os três ajoe-
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lhados no canil? Orando e chorando? O Prince deve ter morrido. Foi muito triste a cena e linda ao mesmo tempo. A fé de meu filho foi testada. Os pais incrédulos cruzaram o cão assim que ele melhorou. Nasceram 11 filhotes! Ficamos com uma cadela, pois o Prince não passaria de seis meses, mas ele não morreu! O veterinário queria que as crianças fossem orar pelos bichinhos em fase terminal, pois o que aconteceu com o Prince foi um milagre! Ele morreu em consequência do câncer sim mas, três anos depois, na idade que a maioria dos dálmatas morre. Como Deus foi misericordioso com meu filho! Ele teve uma experiência com Deus muito forte aos nove anos. Ele viu um milagre e viu seu cão morrer como outro cão, de velho, três anos depois quando ele estava preparado. Estas lembranças nos vem à cabeça quando iniciamos esta nossa conversa séria sobre casamento. Elas nos trazem à memória que, ao assumirmos a aliança chamada matrimônio, nos comprometemos a depender de Deus, constituirmos uma família, ensinar aos nossos filhos valores e princípios eternos, princípios estes que estão registrados na Palavra de Deus. A vida conjugal é como arrumar as malas para uma viagem. No primeiro momento pensamos apenas no que levar: roupas, calçados, protetor solar, se a viagem for para a praia, casacos bem quentes, se nossa direção for para locais gelados. O início da viagem é divertido, prazeroso e todos estão animados, mas se a estrada for longa, pode haver desvios e cansaço no caminho... O que fazer, então? Parar, dar uma descansadinha, renovar o fôlego e os ânimos e continuar. A jornada chamada casamento é uma verdadeira caixa de surpresas. Frequentemente, nos deparamos com algo inesperado, que pode ser ou não agradável. Mas, vale à pena investir tempo e esforços, pois casamento é tudo de bom!
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Casamento – O que levar na mala além dos doces e dos quilos a mais
A vida adulta é feita de escolhas e nem todas são agradáveis. Por isso mesmo, é importante termos dentro de nós um sistema de valores já articulado que nos permita tomarmos essas decisões. Como cristãos temos um excelente ajudador que é o Espírito Santo de Deus. Como participantes de uma comunidade de fé temos um sistema de apoio maravilhoso, um grupo de irmãos que orarão comigo, me ajudarão com a sua sabedoria no compartilhar e no caminhar juntos, mas no frigir dos ovos creio que descobriram que, no final das contas quem toma a decisão são vocês. Quem vai arcar com as consequências positivas e negativas são vocês. Isso é vida adulta. Então, vamos conversar sobre isso e tentar fugir desse modelo rígido que é comum encontrarmos. As prioridades estão definidas: Deus, família, profissão e igreja. Algumas pessoas têm isso como um negócio monolítico, outros chegam até a colocar Deus, igreja, família e profissão. Ainda há uma terceira ordem de prioridades, que normalmente não é colocada publicamente: profissão, Deus, família e, para alguns a profissão é a coisa mais importante do mundo, mas a vida não é tão rígida assim. Certamente já descobriram isso. A vida é um pouco mais gelatinosa, tem movimento, não é estática. A nossa proposta é considerarmos o fato de que a vida é dinâmica e que estamos o tempo todo lidando com exceções. Já percebeu? Você estabelece prioridades e quando vê tem uma exceção chegando em seu caminho. E como lidamos com a exceção? Você se organiza todo e de repente como é que lida com o que não está no planejamento? Por isso, precisamos trabalhar para que as prioridades não se invertam. Muitos se afastam de Deus, da igreja, sem nunca ter parado para dizer, “quero me afastar de Deus, me afastar da igreja”, mas quando olham para trás, percebem que aos pouquinhos foram se afastando,
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porque as decisões foram surgindo: em um domingo era um churrasco, no outro era um aniversário, outro dia foi um feriado em que foi visitar os pais e daí num outro domingo houve um trabalho urgente a ser feito, porque foi preciso fazer extra na empresa. Quando percebem já faz seis meses que não vão à igreja, que não vão a um culto, a um encontro... Uma noite cheguei muito tarde em casa; na outra estava viajando pela empresa, quando vejo fazem quatro meses que não vou a igreja. Não é assim que acontece? Você não ora uma noite porque um dos cônjuges foi dormir mais cedo; não ora na outra noite porque um foi tomar banho e enquanto tomava banho o outro dormiu; na outra noite havia tido uma “encrenquinha” e o outro não estava muito a fim de conversar e quando vê faz um mês que o casal não ora junto. As exceções vão se somando e quando notamos, o copo transborda. A nossa luta é priorizar o que é prioritário e trabalhar mantendo o foco.
O modelo dos círculos concêntricos.
Círculos concêntricos: diz-se de curvas, círculos ou superfícies que têm o mesmo centro.
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O princípio dos Círculos Concêntricos de Ernest Mosley é fascinante porque tem a dinâmica de uma pedra caindo num lago. Quando a pedra cai em um lago provoca círculos concêntricos. Você vê os movimentos produzidos por uma pedra que cai na superfície de um lago. A vida tem movimento, não é estática e ao mesmo tempo produz círculos concêntricos. Você tem vários círculos ao redor da pedra que cai e Mosley sugere que temos esses círculos que são os mais próximos da pedra central e há também os mais afastados. Devemos trabalhar com as prioridades. Eis alguns princípios genéricos que nos ajudarão a manter o equilíbrio da vida e lidar com as exceções por entender que existe esse movimento na vida. Então, lido com as exceções por causa do movimento da vida e retorno para o equilíbrio dos círculos.
Lar cristão e prioridades
“Prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus, em Cristo Jesus” (Filipenses 3:14).
Existem princípios bíblicos que nos ajudam a colocar realmente as prioridades em ordem. Quando você olha para os círculos concêntricos se pergunta qual é o círculo central? É a pessoa cristã. Quem é? Você! Você é prioridade, sabe por quê? Caso não esteja bem, o seu relacionamento com seu cônjuge não estará bem. É preciso estar bem consigo mesmo, então, se você não anda bem procure tratamento, busque ajuda! Encontre um conselheiro, uma terapia. Não fique empurrando com a barriga e fingindo que está tudo bem porque quer fazer o seu cônjuge feliz. Não permaneça em uma situação que lhe causa mal e traz malefícios, procure ajuda, porque a sua vida emana
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de quem você é. E uma pessoa cristã precisa emanar Cristo. Você precisa refletir sua relação com Deus! O relacionamento “PRA CIMA” é entre você e Deus, é vertical, se este relacionamento estiver bem o seu relacionamento horizontal, que é entre você e o seu cônjuge estará bem, pois brota dessa relação vertical. Que o círculo vem logo depois? É a pessoa do seu cônjuge, é o relacionamento prioritário que vem na sequência. Quando estou bem comigo mesmo, fica mais fácil me dar bem com minha esposa, com meu esposo e daí investir nesse relacionamento. Depois do cônjuge, vem a pessoa do pai ou mãe, então, por exemplo: Certo casal tem um filho com pouco mais de três anos de idade e nesta fase da vida, a presença da criança tende a inverter essa ordem. Sabe o que vai acontecer se os pais não estiverem atentos? O filho vai ficar no círculo central da vida de seus pais. Deus dá filho para quem é maduro, essa é a ideia. Alguns casais prejudicam o relacionamento conjugal porque colocam os filhos para dormir na cama, impedindo que o relacionamento conjugal, inclusive na área sexual, prevaleça. O casal deixa de relacionar-se em detrimento dos filhos, mas os filhos existem porque o relacionamento conjugal existe. É por isso, que alguns casais, quando os filhos casam e partem para constituir sua própria família ou para viver suas carreiras, um olha para o outro e diz: “quem é você mesmo?” O relacionamento deles se restringiu aos filhos. O que fazer, então? Fortalecer o relacionamento conjugal; priorizá-lo e depois vêm os filhos. O seu relacionamento na igreja é resultado de sua vida familiar. Por mais preciosa que seja a vida na igreja, as pessoas,
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as celebrações nunca devem ter precedência sobre a vida familiar. O bom relacionamento na igreja deve ser consequência de sua vida em família! Você também tem vida profissional e o seu relacionamento com o trabalho, com a profissão escolhida deve ter lugar determinado em sua vida, deve estar no lugar correto em sua lista de prioridades. Quando a vida profissional é usada para crescimento pessoal, para sustento da família, Cristo vai transbordar e abençoar a sua vida profissional. Muitos cristãos invertem esse processo e ao fazer isso, acham que vão ganhar dinheiro e abençoar a igreja. Quem disse que Deus precisa de dinheiro? Falta a perspectiva correta de Reino. O objetivo de estar integrado no Reino de Deus, envolvido na comunidade cristã, é que eu seja fortalecido na minha fé e ajude na expansão do Reino de Deus. Quando digo igreja, estou falando em comunidade de fé, não é institucionalização. Há também a pessoa comunitária. Como profissional competente, influencio a vizinhança, influencio o condomínio onde moro, influencio a sociedade onde estou integrado, esta é a proposta círculos concêntricos.
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Princípios básicos
1. O controle das prioridades deve ser de dentro para fora. Quando focamos tudo em nós, somos taxados de egoístas. Para que tal não aconteça, saímos do foco e colocamos o outro em primeiro lugar, mas biblicamente isto não funciona. Jesus disse: “amai ao próximo como a si mesmo”. Isso significa que eu preciso me amar primeiro e colocar-me no centro. Mas, esta centralização deve ser de acordo com a Palavra de Deus, guardando o coração: “Acima de tudo guarde o seu coração, pois dele procedem as fontes da vida”. Provérbios 4:23 Guarde o seu coração, o seu relacionamento com Deus. O que está em seu coração? Quem está em seu coração? O que reside no seu coração? “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo Santo no Senhor”. Efésios 2:20 e 21 Quem é santuário do Senhor? Sou eu, não é o templo. Como é que está sua vida com Deus? Sua comunhão diária com Deus? É na comunhão diária com o Pai Celestial que você se fortalecerá. Você tem gasto tempo lendo a Palavra de Deus e orando? Quanto mais sabe da Palavra hoje do que sabia há um ano? Você tem memorizado versículos? Ou pelo menos tem
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procurado saber o significado? Versículo decorado é uma arma que Deus nos dá na hora da aflição, na hora da angústia, na hora do conflito. Invista em você! Deixe que o círculo central controle os demais. Nunca deixe que a preocupação com o círculo exterior tire a sua atenção de um círculo interior, essa é a essência desse princípio. Como funcionário de uma empresa você faz parte do “clube dos funcionários” e se envolve com os projetos do clube dos funcionários. Talvez um deles seja reciclagem em uma favela ou vila mais carente. Você se envolve tanto com o projeto que isso começa a prejudicar o seu desempenho como funcionário. O que é que está fazendo? Está invertendo as prioridades do círculo, não é verdade? E isso vai prejudicar o seu rendimento como funcionário, porque está quebrando o princípio do círculo! Não há nada de errado apoiar o projeto de reciclagem daquela favela, é uma ação comunitária. Mas, quando me envolvo tanto nessa ação comunitária, que começo a prejudicar a minha atuação nos projetos da empresa, estou invertendo as prioridades. O princípio número um nos ajuda a perceber quando estou invertendo as prioridades. O que fazer? Reduzir o meu envolvimento no projeto de reciclagem, arrumar mais gente para trabalhar. Por quê? Porque, se assim não proceder, vou colher as consequências. Quando começo a me envolver nos projetos da igreja, me encho de atividades! Estou comprometido com todos os ministérios da igreja, mas não tenho mais tempo para jogar bola com meu filho; não tenho mais tempo para sair com minha esposa... O que estou fazendo? Estou invertendo uma prioridade e, certamente colherei problemas por causa disto. Estou fazendo alguma coisa errada? Não. Mas, estou invertendo uma prioridade, então o princípio é nunca deixar que o círculo exterior tire a
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minha atenção de um círculo interior. Essa pressão é permanente. Dá para perceber isso? Vocês sentem a pressão? Isso é um princípio, é genérico, é algo que daqui para a frente você poderá continuar aplicando. 2. Um círculo interior fraco limita o potencial dos círculos exteriores. Quando um círculo interior fraco limita o potencial dos círculos exteriores o que acontece? Vamos analisar este ponto. Quando você tem um péssimo casamento como será a relação com os filhos? Péssima! Quando pai e mãe têm uma péssima relação, se tratam super mal, não se respeitam, gritam um com outro, mentem um para o outro, como é a relação com os filhos? É ruim, claro. Vocês já viram pais que fazem fofoca, contam coisas ruins da mãe para o filho? Ou a mãe conta para a filha coisas ruins do pai? Depois querem que os filhos entrem como aliados numa verdadeira guerra conjugal? Você acaba procurando uma desculpa no círculo exterior para justificar a fragilidade do interior. Quer ver um exemplo? “Não iguale o seu compromisso com os seus projetos e atividades da igreja, com o seu relacionamento e lealdade em Cristo”. O que acontece? Tenho uma vida cristã vazia. Vou à igreja, sou envolvido, mas eu não tenho vida cristã. Não leio a Bíblia, não tenho um relacionamento vivo com Deus, não tenho uma vida de oração. Não posso dizer que ouço respostas de Deus, que Ele fala comigo pela Palavra, não tenho um caminhar diário com Deus, então me envolvo na igreja, tento usar o círculo exterior para substituir a fragilidade do círculo interior. Havia uma senhora que conheci quando era criança. Ela ficava na igreja de segunda à sexta-feira, além do final de sema-
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na. Um dia ela estava na igreja e ligaram porque o filho dela estava encima do telhado e estava jogando pedras na casa do vizinho. As crianças estavam aprontando, e claro, nosso pastor disse assim: “Irmã, por favor, não venha aqui durante a semana, fique em casa, cuidando dos seus filhos. Vir no final de semana está ótimo!” Mas o que é que acontecia? Ela voltava e ficava direto na igreja, pois era uma forma de fugir de alguma coisa que talvez não gostasse muito e que acontecia em sua casa. Ela dava a desculpa de estar trabalhando na Obra do Senhor! É fácil você substituir o estar ocupado na Obra com o relacionamento com Deus: “Mas, estou fazendo a obra de Deus, como é que não tenho um relacionamento com Ele?” Muitos ainda pensam que, trabalhando bastante e contribuindo com valores significativos, estarão fazendo o seu melhor para o Reino. O que fazem? Entram de cabeça no trabalho, atropelando tudo o que vêm pela frente: cônjuge, filhos, tempo de comunhão com Deus... Com a justificativa de que estão angariando fundos para a Obra. Mas, quando agem dessa maneira tornam o relacionamento doméstico frágil e essa fragilidade se transforma em fuga. Círculo interior fraco limita o potencial dos círculos exteriores, por isso, não tente fazer compensações, cuidado com isso. A proposta para o tempo de reflexão é que seja uma reflexão pessoal ou com o cônjuge, mas também pode ser desenvolvido em grupo.
Tempo de reflexão: 1. Como o modelo concêntrico pode nos ajudar nas escolhas de prioridades? Analise os dois princípios aprendidos.
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2. Como é que esses dois princípios podem ajudar você a escolher, a lidar com prioridades na vida? 3. Você tem encontrado situações com as que temos descrito? Em quais você se vê? 4. Você tem invertido a ordem das prioridades? Como fazer para retomar o rumo certo? Após considerarmos estes pontos, pensem: quem vai ajudá-lo a retornar para o equilíbrio? Seu cônjuge. Este é o papel do cônjuge. Por quê? Porque se o seu cônjuge não atentar para a necessidade de retomar à ordem correta das prioridades, você pode se acostumar, principalmente se gosta da sua profissão, e sabe que sempre pode ganhar mais dinheiro. Como profissional liberal ou autônomo, você está ciente que se der aulas em mais uma faculdade quando sai do trabalho regular, ganhará mais. Sabe que se fizer uma pós-graduação, que é justificável para obter uma promoção ou estar preparado para concorrer a mais uma promoção na empresa, seu salário vai melhorar. Você está ciente de que sempre pode fazer mais, no entanto, a questão é se isso é equilibrado, se esse é o momento, se dentro das prioridades faz sentido. Para evitar que tais excessos aconteçam, somos uma equipe, um time. Quando você tiver que lidar com essa mudança, se conseguir desenvolver um bom diálogo, uma conversa franca, absolutamente honesta com seu cônjuge ficará bem mais fácil manter o equilíbrio. Mais importante ainda é manter uma conversa com Deus, e a intimidade com Deus não pode ser negligenciada, porque o risco é muito grande.
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