Geografia Bíblica Sistematizada

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Copyright©2013 por Francisco de Abreu Neto Todos os direitos em Língua Portuguesa reservados por: A.D. SANTOS EDITORA Al. Júlia da Costa, 215 80410-070 – Curitiba – Paraná – Brasil + 55 (41) 3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br

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Projeto Gráfico: MANOEL MENEZES Coordenação Editorial: PRISCILA LARANJEIRA Impressão e acabamento: GRÁFICA EXKLUSIVA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Abreu Neto, Francisco de Geografia Bíblica Sistematizada – Uma abordagem histórico-geográfica da Terra Santa – Francisco de Abreu Neto, A.D. Santos Editora, 184 páginas. ISBN – 978.85.7459-315-9 1. Bíblia – História dos eventos bíblicos 2. História de Israel CDD 221.83 1ª edição: Agosto / 2013 – 3.000 exemplares. Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte. As fotos são do acervo pessoal do autor, salvo exceções.

Edição e Distribuição:


Agradecimentos

Ao Eterno, por tudo que, sem qualquer merecimento, recebi! Ao meu querido pai, Saint-Clair, pelo modelo de caráter. À minha mãe Lêda, guerreira na criação de nove filhos e que, por sua fidelidade ao Senhor, serviu-me de exemplo maior. À minha amada esposa Dida, responsável por todos momentos felizes que vivi a partir de 30/04/1977. Aos filhos Céles Aline e Ricardo, Rodrigo e Ana Carolina, Guilherme e Natasha (estes dois últimos os responsáveis por transformarem um calhamaço de folhas manuscritas em páginas legíveis). Aos quatro primeiros, a gratidão por presentes maiores: as netas Sara, Ester, Débora e Gabriela. Aos irmãos e irmãs, cunhados e cunhadas, companheiros de todas as horas. Até mesmo para correção ortográfica de textos. Que o diga, a querida cunhada Maristela. A cada aluno do curso de Geografia e História Bíblica ao longo de todos estes anos que, com seus sorrisos e palavras de incentivo, sempre colaboraram. Entre todos eles, o mais especial: Sr. Abel Pena. À Escola Dominical da Igreja Presbiteriana do Cariru/Ipatinga – Minas Gerais, por confiar-me tão nobre ministério. À Priscila Barreto, parceira de grandes momentos na Terra Santa ao longo destes anos. Aos amigos da AD Santos, responsáveis por realizarem este grande sonho.

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Uma palavra... É com um inenarrável e incomensurável prazer que escrevo estas palavras. O simples fato de ele ser escrito representa uma grande vitória diante da relutância do Professor Abreu. Foram anos de insistência e de persistência para que este “filho” fosse gerado. Considero-me um privilegiado por ter, a apenas “uma ligação telefônica”, um professor competente, brilhante e tão usado por Deus. São vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana de disponibilidade para um dos seus mais inconvenientes e entusiastas alunos: eu. Isto, pelo simples motivo de ele ser meu pai. Enquanto seus alunos o têm por um dia e durante o período de sua aula. Eu o tenho a qualquer dia e a qualquer hora. Durante nossas viagens a Israel, os outros “peregrinos” o tinham por alguns minutos para tirar suas dúvidas. Eu o tinha ainda dentro do meu quarto. Aprouve ao Senhor que eu nascesse em um lar cristão. Mais honrado e agradecido ao meu Deus sinto-me por ter herdado esta grande paixão pela geografia e pela história do povo de Deus. Sim, esta paixão corre nas veias de meu genitor e a mim foi passada pela concepção. Ao abrir o livro, abra também sua mente e seu coração para que o Rei dos Reis possa adentrar em ambos. Pegue juntamente com ele a sua Bíblia e leia os textos citados com toda calma e mansidão. Ore e peça a Yahweh que desvende os seus olhos “para que contemple as maravilhas da Tua lei1”. 1

Sl 119:18

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Também não se trata apenas de um simples texto pedagógico, mas sim da história de um povo escolhido, do qual você também pode fazer parte. Julgo que o texto aproxima-se mais de um “diário romantizado” com vistas a cobrir todos os locais nos quais o povo de Deus peregrinou. Você aprenderá, de forma sistematizada e roteirizada, sobre os aspectos geográficos relativos às Sagradas Escrituras – especialmente ao Antigo Testamento –, bem como sobre a vida do Mestre. Nesta missão, você contará com alguns recursos visuais como mapas e ilustrações. Volte a eles sempre que possível e necessário. Ainda, neste percurso, recomendo-lhe o uso da imaginação. Feche os olhos e busque visualizar as cenas descritas pelo autor parafraseando o Livro dos Livros. Entretanto, espero sinceramente que você tenha o privilégio de não mais apenas imaginar tais locais, mas sim, possa de fato visitar a maravilhosa terra. Por fim, você abarcará alguns fatos que compuseram a história do povo hebreu desde o ano 63 a.C até os dias contemporâneos e que refletiram diretamente na atual conjuntura do Oriente Médio, bem como ainda aprenderá sobre o moderno Estado de Israel. Posso garantir-lhe que, após vinte oito anos de convivência, o autor não é nem um pouco arrogante ou orgulhoso de pensar que tudo sabe. Toda e qualquer crítica para ele é sempre bem vinda. Apontamentos de erros só servem para o nosso crescimento, desde que feitos com amor e sabedoria. Quanto ao mais, aproveite ao máximo. Leia e releia o livro. Deixe-o sempre à mão durante a sua prática devocional e que o Senhor lhe dê graça e entendimento. Guilherme Abreu

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Prefácio Tarefa das mais delicadas e tormentosas, a de corresponder à honra com que ora fui distinguido: a incumbência de escrever o prefácio deste livro! Sinto-me, neste momento, como o mais privilegiado dos fãs, a quem está sendo concedida oportunidade singular, qual seja, a de registrar oficialmente palavras que, se não revelam à altura, ao menos descortinam algumas nuances sobre seu grande professor... O autor deste livro é mais que um homem de extrema erudição e domínio das Sagradas Escrituras (às quais se liga “umbilicalmente”, haja vista que nasceu em pleno domingo, em horário de Escola Dominical, e sua casa, à ocasião, era a própria igreja!), mais que um profissional secular notável e zeloso em toda sua trajetória laboral (em vinte anos de atuação junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, despontou como um dos fiscais mais combativos e vigorosos de tal instituição, sendo digno de nota que nunca se valeu de sequer um dia de atestado ou afastamento médicos durante todo esse interregno), mais que um exímio professor (a quem foi dispensado de modo abundante o dom de ensino, fato comprovado por milhares de vidas edificadas através de suas preciosas lições semanais, ano a ano), mais que um pai de família irrepreensível (daqueles que não se cansam de expressar seu amor por palavras, orações, atitudes e serviço, à sua esposa e a seus filhos). Não obstante tantos atributos louváveis, ele é mais do que isso pra mim: é o meu herói de carne e osso, meu grande amigo, meu provedor de esperança e alegria, um pai que sempre foi espelho humilde, esforçado e valoroso do amor do Pai para mim, vii


minha maior referência terrena, a quem (junto com outra estimada pérola de minha vida, minha mãe) devo o que tenho, o que vivo, o que sou... A bússola que sempre proporcionou direção e alento à caminhada da minha existência. Sem sombra de dúvidas, uma expressão condizente do “homem bem-aventurado”, tão bem descrito no Salmo 01... um daqueles homens “dos quais o mundo não é digno” (Hb 11:38). Estou convicto de que esta obra, fruto de tantas manhãs, tardes e noites investidas a fio diante do Texto Sagrado, e concebida com temor e tremor para a glória do Eterno, lhe proporcione alimento para a alma e para o espírito. É o desejo deste aficcionado, que, agradecido e emocionado, louva ao Deus de Abraões, Isaques e Jacós – o Deus de todos nós! – pelo prazer de ser filho de quem é... Do irmão, amigo e filho, Rodrigo Abreu Presbítero e Evangelista da Igreja Presbiteriana do Brasil

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Índice 1. INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1 1.1– Método de Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2. OROGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 2.1– Abarim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.2– Pisga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 2.3– Monte Nebo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2.4– Gileade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 2.5– Basã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 2.6– Monte Hermom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2.7– Monte Carmelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2.8– Monte Ebal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 2.9– Monte Gerizim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 2.10– Monte Gilboa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 2.11– Monte Hor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 2.12– Monte Horebe e Monte Sinai . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 2.13– Monte Moriá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.14– Monte Ofel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 2.15– Monte Sião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 2.16– Monte das Oliveiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 2.17– Monte Seir. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 2.18– Monte Tabor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 2.19– Montanhas de Efraim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 2.20– Outeiro de Moré . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2.21– Montanhas de Ararate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 2.22– Montes da Judeia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 2.23–Monte da Tentação ou Monte Quarentano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 2.24– Monte das Bem-Aventuranças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 2.25– Masada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 2.26– Mapa de Orografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

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3. HIDROGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 3.1– Mar Mediterrâneo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 3.2– Rio Jordão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 3.3– Lago Hula ou Hulé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 3.4– Mar da Galileia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 3.5– Mar Morto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 3.6– Rio Zerede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 3.7– Rio Arnom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 3.8– Rio Jaboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 3.9– Rio Jarmuque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 3.10– Rio do Egito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 3.11– Porto de Jope. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 3.12– Golfo de Ácaba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 3.13– Fonte de Harode . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 3.14– Ribeiro Quisom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 3.15– Rio Yarkon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 3.16– Ribeiro Querite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 3.17– Mapa de Hidrografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

4. ESTUDO DOS VALES, PLANÍCIES, DESERTOS E OUTROS ASPECTOS GEOGRÁFICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 4.1– Vale de Acor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 4.2– Vale de Aijalom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 4.3– Vale do Cedrom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 4.4– Vale de Elá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 4.5– Vale de Hinom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 4.6– Vale de Jezreel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 4.7– Vale de Soreque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 4.8– Vale dos Refaim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 4.9– Planície da Filístia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 4.10– Planície de Sarom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 4.11– Sefelá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 4.12– Arabá. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 4.13– Deserto de Judá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 4.14– Deserto do Neguev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 4.15– Deserto da Peregrinação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117

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4.16– Clima de Israel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 4.17– Distâncias de Jerusalém . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 4.18– Altitudes em Israel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 4.19– Grutas de Qumrã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129

5. O POVO JUDEU: ANO 63 A.C AOS DIAS ATUAIS . . . . . . 135 6. ISRAEL ATUAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .149 6.1– Limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149 6.2– Território. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150 6.3– A Organização Político-Administrativa do Estado de Israel . . . . . . . . . . . 150 6.4– A Legislação Vigente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 6.5– O Povo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 6.6– Religião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154 6.7– Distribuição Populacional de Israel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154 6.8– Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156 6.9– Moeda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 6.10– As Forças de Defesa de Israel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 6.11– Transporte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 6.12– O Ressurgimento do Hebraico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 8. GLOSSÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .167

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1. Introdução Você pode chegar a Eretz Israel2 (Terra de Israel) de várias formas. Por três vezes, atravessei a fronteira Egito/Israel de Taba para EilAt De outra vez, atravessei a fronteira Jordânia/Israel (fronteira Sheik Hussein), porém a mais utilizada é a chegada pelo aeroporto de Tel-Aviv. Não importa como e por onde chegamos à Terra Prometida, o que se passa pela nossa mente, e os sentimentos que afloram em nós são indescritíveis neste momento. Não tente conter as lágrimas porque elas são simplesmente inevitáveis. Como professor de Geografia e História Bíblica do Antigo Testamento, gostaria de trabalhar com os aspectos geográficos de forma que contemplassem os fatos históricos a partir do livro de Gênesis. Contudo, várias dificuldades aparecerão à nossa frente, tal como o fato de o mesmo local aparecer em vários momentos da história. Por esse motivo, buscaremos conhecer a geografia de Israel – atrelada às citações dos fatos ali ocorridos e suas respectivas referências bíblicas explicitadas no texto ou ainda em notas de rodapé – de uma forma sistematizada e conjugada à história do povo de Deus. Separaremos a Orografia (“descrição dos montes”) da Hidrografia (“descrição dos rios, lagos e mares”), bem como os desertos, os vales, planícies e demais aspectos geográficos, formarão um terceiro capítulo apartado. Por fim, estudaremos de maneira resumida a história do povo judeu desde o ano 63 a.C até os dias atuais e ainda o moderníssimo Estado de Israel. 2

Para a maioria dos israelenses, simplesmente Haaretz – a Terra.

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Geografia Bíblica

Como estudiosos do Antigo Testamento, não devemos s esquecer que a história de Israel transcende o seu território. Vejamos como isso se dá. O patriarca Abraão saiu de Ur dos caldeus, local situado na Baixa Mesopotâmia (atualmente território do Iraque) e se deslocou pelo Vale do Rio Eufrates em uma jornada de 965 km até a cidade de Harã3 (divisa entre os territórios atuais da Síria e da Turquia). Dali, Abraão e seu sobrinho Ló, com os seus familiares, servos e todos os seus bens foram para Canaã (atual Israel) estabelecendo morada em Siquém, depois em Betel e, em seguida, no Deserto do Neguev. De lá, eles partiram para o Egito e, finalmente, retornaram para Canaã4. Observando o mapa (MAPA DO CRESCENTE FÉRTIL) da página 64, constatamos que Abraão deslocou-se de uma extremidade do chamado “Crescente Fértil” até a outra. Este arco imaginário em forma de “lua crescente”, criado por um arqueólogo americano, James Henry Breasted5, abrange a região do globo onde surgiram as maiores civilizações da antiguidade. A Mesopotâmia (região entre os rios Tigres e Eufrates) sempre fez parte da história de Israel. Jacó fugindo à ira do seu irmão Esaú morou por vinte anos em Harã6, onde constituiu sua família. Da Mesopotâmia, vieram os “chicotes” para castigar um povo de dura cerviz (os assírios7 da Alta Mesopotâmia que levaram as “dez tribos” ou “Reino do Norte” em 722 a.C para o cativeiro, assim como os caldeus8 da Baixa Mesopotâmia que leva3

Bíblia Thompson, página 1537.

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Gn 12

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James Henry Breasted foi um dos membros mais conhecidos da Universidade de Chicago. Escritor e divulgador de livros foi ainda o primeiro professor de Egiptologia da América. Extraído do sítio da Universidade de Chicago.

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Gn 27:43

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2 Rs 15:29

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2 Rs 25:1. A Bíblia Vida Nova, p.867. A terceira incursão caldeia à Jerusalém ocorreu em 586 a.C., marcando a data de sua queda, ou seja, o fim do processo de levada dos

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1. Introdução

ram “Judá” ou “Reino do Sul” para o cativeiro a partir de 607 a.C). Em relação à Jordânia, fico perplexo ao ler os vários roteiros de viagens à Terra Santa que chegam às minhas mãos e, neles, constatar que, em sua maioria, este país não está incluído. Entretanto, você pode se questionar: Por que ir à Jordânia? As razões são óbvias e numerosas, senão vejamos: – Às margens do Rio Jaboque, Jordânia, temos a oportunidade de nos lembrar de que ali Jacó lutou com o Senhor. Daquela luta, surgiu o nome maior da nação: Israel9. – Onde está o Monte Nebo do qual Moisés avistou a Terra Prometida10? – Como esquecer que as tribos de Rúben e Gade e a meia tribo de Manassés moraram no território da Jordânia11? E ainda que todas as tribos entraram em Canaã atravessando o território da Jordânia12? – Onde viveram os juízes Jair e Jefté? O primeiro tinha cidades em Gileade13, Jordânia, e o segundo um bandoleiro que se transformou em um juiz14 também na Jordânia. – Como deixaríamos de lembrar que da terra de Moabe, Jordânia, saiu Rute e sua linda história de fidelidade, além de ser aquela que, ao se casar com Boáz, tornou-se ancestral do rei Davi e do nosso Senhor Jesus? – Jordânia15 a terra dos médicos e do Bálsamo de Gileade. Como deixar de visitá-la? – Onde Davi buscou abrigo16 para si e para sua família quando fugia do rei Saul? E quando fugia17 também de Absalão? – Onde o profeta Elias foi transladado ao céu em um carro de fogo18? – Onde o nosso Senhor Jesus foi batizado? O texto de João19 afirma que João Batista batizava do outro lado do Jordão, na Jordânia.

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Geografia Bíblica

– Ir à Jordânia e conhecer Petra é algo maravilhoso. Descer caminhando pelo desfiladeiro de Siq ficará para sempre gravado em sua memória. – Bem como conhecer Jerash é estar diante de uma cidade romana tão bem preservada, que nem mesmo na Itália encontraremos outra que possa se igualar. Amman, sua capital, é de uma beleza sem igual. Encontra-se assentada sobre colinas majestosas. É a antiga Rabá-Amom (Cidade das Águas), depois Filadélfia (nos dias de Alexandre) e finalmente Amman. – Parte da atual Jordânia já pertenceu a Israel (o território acima do Rio Arnom até as proximidades do Monte Hermom, conquistado por Moisés, que deu este território para as tribos de Rúben, Gade e a metade da tribo de Manassés). Estas porções de terra foram por Moisés conquistadas das mãos dos reis Seom (amorreu) e Ogue (rei de Basã)9. No Egito, a família de Jacó, em um período de quatrocentos e trinta anos10, transformou-se em um povo de mais de dois milhões de pessoas, que foram libertadas dos egípcios por Moisés. Com a conquista da Babilônia, em 539 a.C, o rei medo-persa, Ciro, começou o segundo império mundial. Em 537 a.C, um decreto de sua autoria permitiu o retorno dos judeus para Jerusalém. Entretanto, boa parte resolveu ir para a Pérsia, onde aconteceu a história de Ester11. Outros povos vizinhos entrelaçaram suas histórias à do povo de Israel. O rei Hirão da Fenícia (atual Líbano) enviou madeira e servos para construir um palácio para o rei Davi12, e, ainda, fez um acordo com Salomão, através do qual fornecia

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Js 12:1 a 6.

10

Ex 12:40

11

Et 1:2 e 3.

12

2 Sm 5:11

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1. Introdução

madeira e outros materiais para a construção do templo e de todos os palácios construídos13. Os livros de 1 Reis e 2 Reis, bem como 1 Crônicas e 2 Crônicas contam os vários momentos da história da Síria, envolvida com a história de Israel. Da Península da Arábia, Salomão recebeu a Rainha de Sabá, com os seus inúmeros presentes. Ela morava na extremidade sul desta península, no atual Iêmen. Lembrando que a terra de Canaã era passagem das caravanas que vinham da Arábia.

1.1 – MÉTODO DE ESTUDO Para facilitar o entendimento, ao fazermos este estudo, sempre vamos analisar os fatos aliando suas dimensões geográficas e históricas. Conforme descrito acima, em alguns momentos sairemos do território atual de Israel, iremos à Jordânia, (cujo território foi habitado por duas tribos e meia de Israel) também ao Egito em busca do monte onde Moisés recebeu as Tábuas da Lei e, também, à região do Ararate, em busca do local onde a Arca de Noé repousou após o dilúvio. Na primeira parte, faremos um estudo sobre os montes, ou seja, estudaremos a Orografia (oros – montes e grafia – descrição) de Israel. Entretanto, seus montes não serão apresentados em ordem alfabética, mas na verdade agrupados por uma conexão histórica entre si. Na segunda parte, estudaremos sua Hidrografia (hidro – água e grafia – descrição). Devemos sempre nos lembrar da importância da água para a vida. Veremos o papel dos rios e dos lagos em uma terra tão desprovida deste recurso.

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1 Rs 5:10

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Geografia Bíblica

Na terceira parte, passaremos pelos seus demais aspectos geográficos como os vales, os desertos, as planícies, as depressões, dentre outros. Por fim, na conclusão de nosso estudo, apresentaremos um capítulo contando a história dos judeus do ano 63 a.C até os dias atuais, bem como um panorama do moderno Estado de Israel. Devemos ainda ressaltar um importante aspecto relativo ao estudo da Geografia de Israel, não só como a discrepância entre dados colhidos e pesquisados bem como o significado dos nomes bíblicos, pois as línguas hebraica, aramaica e grega são por demais complexas e as suas respectivas traduções e transliterações encontram significativas dissensões entre os mais variados autores, estudiosos e linguistas. Solicito ao leitor que compreenda a grande dificuldade enfrentada por todos aqueles que se aprofundam nesse estudo. Sob essa perspectiva, nenhum país do mundo pode ser comparado a Israel, pois as divergências beiram ao absurdo. Ao citarmos, por exemplo, a distância entre um local e outro, deparamos com inúmeras fontes (dicionários bíblicos, atlas, Bíblias de estudo e outros livros) com números imensamente variados. Por esse motivo, resolvemos também trabalhar de uma forma simples, porém segura: tomamos um mapa com a chancela do Ministério do Turismo de Israel e lançamos mão de sua escala. Desta forma, em muitos casos, deixamos de lado as divergências entre as diversas fontes e obtivemos resultados que podem ser conseguidos e conferidos pelo próprio leitor através de uma régua escolar e uma simples calculadora.

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2. Orografia 2.1 – ABARIM Em Números 27:12, o Senhor diz a Moisés que deveria subir ao Monte Abarim, com a finalidade de avistar toda a Terra Prometida. Já em Deuteronômio 3:27, o Senhor manda que suba ao cume de Pisga e, lá chegando, levantasse os seus olhos e visse toda a terra que aquela nação liderada por ele iria tomar posse. Ainda, em Deuteronômio 34:1, o Texto Sagrado menciona que Moisés subiu das campinas de Moabe ao Monte Nebo, onde avistou toda a terra que os filhos de Israel iriam conquistar sem a sua presença e liderança. Sem a sua presença? Moisés e Arão foram rebeldes nas águas de Meribá25 e, por isso, perderam o privilégio de atravessar o Jordão para a tão sonhada conquista. Contudo, o principal questionamento que ainda persiste: Afinal, onde subiu Moisés? No Abarim, no Pisga ou no Nebo? Abarim significa “os de além”, ou seja, trata-se de uma cordilheira (conjunto de montanhas) localizada no lado leste do Mar Morto e do lado leste do Rio Jordão, na sua porção sul. Embora em Números 27:12, a palavra Abarim esteja precedida da palavra monte no singular, não temos dúvida de que se trata de um conjunto de montanhas. A terminação em “m” transliterada26 possui um número plural, ou seja, trata-se de uma grande 25

Nm 20

26

Transliteração, segundo o Dicionário Aurélio Online é a “transcrição feita com transposição das letras de um alfabeto para outro”. Já Wycliffe (página 1993) atesta que “(...) na transliteração, uma palavra é transposta de uma língua para outra através da escrita

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Geografia Bíblica

área montanhosa e não somente uma montanha. Do mesmo modo, encontramos a Cordilheira do Hermom com 32 km de largura (leste-oeste) por 8 km de comprimento (norte-sul), sendo chamada de Monte Hermom. Assim, podemos concluir que em uma das inúmeras montanhas do Abarim, Moisés avistou a Terra Prometida. Mas, e os termos Pisga e Nebo?

2.2 – PISGA A palavra Pisga significa “divisão”. Quando lemos Deuteronômio 34:1, constatamos que Moisés subiu das campinas de Moabe ao Monte Nebo, que é o cume de Pisga, ou seja, o Monte Nebo é o ponto mais alto de uma região montanhosa chamada Pisga, que ficava ao norte da Cordilheira do Abarim. Existe algum relato bíblico que nos permite encontrar a localização de Pisga? Sim. O próprio versículo primeiro do capítulo 34 de Deuteronômio afirma que o local do Abarim, onde Moisés subiu, ficava defronte de Jericó. Assim sendo, de Jericó, quando olhamos para as montanhas da Jordânia, sabemos que estamos diante de Pisga.

2.3 – MONTE NEBO Esta palavra significa “elevação”. Trata-se de um monte com 802 metros de altitude27. Portanto, podemos afirmar que Moisés subiu ao Monte Nebo, que é o cume de Pisga, localizado, com letras ou caracteres que mais se aproximam de seu valor fonético. Em outras palavras, a tradução procura uma equivalência ideológica e a transliteração uma equivalência fonética. O resultado líquido da transliteração é a recombinação de muitas palavras estrangeiras em outras línguas”. Logo, não possuímos caracteres gráficos para representar determinados sons oriundos de alguns idiomas estrangeiros. Assim, a transliteração de uma palavra permite a escrita em nosso idioma materno da maneira como a escutamos. 27

Atlas Vida Nova: Da Bíblia e Da História do Cristianismo, página 9.

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2. Orografia

como já vimos, na parte norte da Cordilheira de Abarim. E não em três formações geográficas diferentes (ao mesmo tempo no Abarim, no Pisga e no Nebo, mas sim em apenas uma formação geográfica). A primeira vez em que estava preparando-me para subir ao Monte Nebo, ainda em Amman, capital da Jordânia, não resistindo à emoção e à ansiedade, no café da manhã, indaguei à nossa guia Maria Pilar, que se tornou uma querida amiga, como estaria o céu no Monte Nebo naquele dia. Ela, evidentemente, leu os meus pensamentos e respondeu: “O céu estará cheio de nuvens”. Esta subida ao Monte Nebo, bem como as outras que fiz depois, ocorreu no mês de junho, ou seja, época de verão naquela região do Globo. O relato daqueles que sobem ao monte na primavera é que, nesta estação, podemos avistar o Hermom, toda a terra adjacente ao Carmelo, as montanhas de Samaria e Judá, o Neguev e o Mar Morto. Estas formações geográficas correspondem exatamente a tudo aquilo que Moisés contemplou. Lembremo-nos do impressionante fato de que embora Moisés estivesse com cento e vinte anos, a sua visão era perfeita 28. Voltemos à primeira subida ao Monte Nebo. O ônibus nos levou até ao topo, poucos metros (sem subida) separava-nos do seu mirante. Pedi ao meu filho caçula, Guilherme, que apreendesse com a filmadora como fora a visão que Moisés teve da Terra Prometida, cena que vemos descrita em Deuteronômio29. Do topo do Monte, meus olhos percorreram toda aquela região montanhosa em direção ao norte, onde está a Cordilheira do Hermom30. Dali, minha visão dirigiu-se para o oeste, buscando as terras de Naftali, Efraim, Manassés, passando pelo Carmelo e 28

Dt 37:4

29

Dt 34:1 a 4.

30

No verso 1, Dã é citada aos pés do Hermom.

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Geografia Bíblica

Mar Mediterrâneo31. Adiante, passando pela Terra de Judá e o Deserto do Neguev, o Mar Morto e a cidade de Jericó ali bem próxima, logo do outro lado do Rio Jordão. Quando terminei, não conseguia conter as lágrimas por estar ali, no mesmo lugar onde Moisés, o servo de Yahweh, viveu a emoção de ver o presente que o Senhor entregava à Israel.

2.3.1 – CURIOSIDADE HISTÓRICO-GEOGRÁFICA Ao término da peregrinação de quarenta anos após a saída do Egito, o povo de Israel acampou no Vale do Rio Zerede, ao sul do Mar Morto32. Este riacho marcava o limite sul do território dos moabitas, que se estendia até o Rio Arnom. Seguindo para o norte, o povo de Israel não passou dentro do território dos moabitas (descendentes de Ló com a sua filha mais velha). Esse desvio ficou registrado por Moisés, em Deuteronômio33, e foi confirmado por Jefté em Juízes34. Saindo do Vale do Rio Zerede e desviando-se do território dos parentes moabitas, Israel acampou em Sitim, que se situava nas campinas de Moabe, defronte de Jericó. Foi de lá que Moisés partiu para o Monte Nebo no cume de Pisga. Se este local fica ao norte do Rio Arnom, como esta campina pode ser chamada como “de Moabe”? A resposta é dada pela história. Basta lermos Números 21:26, cujo relato nos dá conta da conquista efetuada pelo rei Seom, o rei amorre, que tomara o território ao norte do Rio Arnom do rei moabita, ante31

No Texto Sagrado, chamado de Mar Ocidental.

32

Nm 21:12

33

Dt 2:26

34

Jz 11:16 a 18. O versículo 18 do capítulo 11 de Juízes atesta que o Rio Arnom era o limite norte dos moabitas.

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