Copyright©2013 por Welington Buchacra e Márcio Roberto Vieira Valadão
Capa: Luciano Buchacra
Imagens internas: adquiridas no shutterstock
Finalização de Capa: Igor Braga
Todos os direitos em Língua Portuguesa reservados por:
Diagramação e projeto gráfico: Luciano Buchacra
A.D. SANTOS EDITORA Al. Júlia da Costa, 215 80.410.070 – Curitiba – Paraná – Brasil +M 55 (41) 3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br
Finalização de diagramação: Adilson Proc Revisão Ortográfica: Maria de Lourdes Dutra Lima Quéfren de Moura Acompanhamento Editorial: Priscila Laranjeira Impressão e acabamento: Gráfica Reproset
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) BUCHACRA, Welington; VALADÃO, Márcio Roberto Vieira As marcas da igreja – Por onde passa deixa transformação / Welington Buchacra e Márcio Roberto Vieira Valadão – Curitiba : A.D. Santos Editora, 2013. 16x23 cm. ; 216. ISBN 978-85.7459- 325-8 1. Teologia Social Cristã (Atitudes do Cristianismo frente aos assuntos seculares e às outras religiões). 2. Teocracia. I. Título. CDD 261 1ª Edição: Julho / 2013 – 3.000 Exemplares As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas da versão Almeida Revista e Atualizada (ARA), salvo indicação específica, e visam incentivar a leitura das Sagradas Escrituras. Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.
Edição e Distribuição:
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Índice
Introdução
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1. As marcas da santidade
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2. As marcas do altar
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3. As marcas da graça
53
4. As marcas da oração
75
5. As marcas dos que choram
95
6. As marcas da prosperidade
111
7. As marcas da alegria
131
8. As marcas da vitória
149
9. As marcas da cura
169
10. As marcas da bênção
189
conclusão
205
bibliografia
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“Também eu te digo que tu és Pedro, igreja, e as portas do inferno
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e sobre esta pedra edificarei a minha não prevalecerão contra ela.”
(Mt 16.18)
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“As Marcas da Igreja – por onde passa deixa transformação” traz para você a força da igreja local, uma instituição espiritual que, em toda a história da humanidade, expressa os atributos de Deus, cuja missão é resgatar o perdido e trazer de volta o Reino de Deus. É muito importante para todos os membros dessa grande assembleia entender o que Deus quer que aprendamos sobre a Igreja, um lugar onde os cristãos buscam viver os princípios e preceitos do Reino de Deus. A Igreja é o corpo vivo de Cristo e, através da sua força propulsora, alimentada pela Palavra de Deus, e com a ajuda do Espírito Santo, por onde passa deixa sua marca de transformação. Cada parágrafo foi escrito não “Cheia de vida de Deus, apenas como uma teoria abstrata, teoria semântica, mas acreditamos que é uma a Igreja dissipa as trevas, revelação, uma inspiração sobre a Igreja do cancela o mal, expulsa a Senhor Jesus Cristo, pois mesmo passando escuridão...” pelas fornalhas, transpondo as montanhas, saltando as muralhas, resistindo a vaidade de reis e prevalecendo sobre a religiosidade, está e continuará transformando vidas para a glória de Deus. Para alguns, como os religiosos, a igreja é um ponto de chegada, mas, para outros, ela é um ponto de partida. Estes são os que entraram pela Porta e foram marcados para sempre. A sua força é imensurável, o seu poder é indestrutível, a sua base é o amor e os seus pilares estão cravados na Rocha – Jesus.
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Todos aqueles que um dia resolveram não mais conviver com as dores causadas pelo inimigo, ao passarem pelos umbrais da Porta, tiveram suas vidas transformadas. Cheia da vida de Deus, a Igreja dissipa as trevas, cancela o mal, expulsa a escuridão, chama para fora aqueles que estão refugiados em cavernas, desperta aqueles que estão na zona de conforto e protege como uma redoma todos aqueles que se submetem ao senhorio de Cristo. Mulheres estéreis agora geram seus filhos; os paralíticos voltam a andar; os cegos voltam a enxergar; os excluídos são reintegrados; os escravos são livres; e os miseráveis sentam-se à mesa do Rei. Todos caminham marcados pelo amor e pela misericórdia do Pai. Pessoas que antes eram marcadas pelos seus fracassos e pecados, agora andam livres da culpa e deixam as marcas de Cristo por onde passam – uma atitude de um povo separado. “Embora sejamos salvos individualmente, como cristãos nascemos em uma comunidade. E, assim como um bebê precisa nascer em um contexto familiar para experimentar a plenitude de sua nova vida, cada um de nós precisa transformar-se em um membro funcional da nova família de Deus, a Igreja, para experimentar a plenitude da nova vida em Cristo.” (Evans, 2005, p. 11) Aqueles que fazem parte da Igreja do Senhor, o Corpo de Cristo, são os embaixadores de Deus aqui na Terra. A Igreja é a boca de Deus que direciona, a mão que ergue o caído, os ouvidos para os que clamam. Um povo separado, santo, que reverbera o pedido do Filho: “Venha o teu reino; faça-se a tua vontade assim na terra como no céu” (Mt 6.10). “Os excluídos são Nossa expectativa é que você reintegrados; os escravos seja um canal de Deus, uma inspiração são livres; e os miseráveis transformadora, e que leve a vida e a sentam-se à mesa do Rei.” alegria de Deus, uma alegria perene. Venha marcar uma geração! Não fique apenas lendo histórias dos heróis da fé. Começamos a escrever a nossa história quando ajudamos alguém a escrever a sua história. Venha escrever a sua história, entre para a assembleia, onde você fará parte de um povo que carrega “As Marcas da Igreja”. “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18)
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Que você possa aprender e crescer com a leitura de cada capítulo. Que cada parágrafo seja uma inspiração para que você escolha o melhor – Jesus, o Senhor da Igreja. Receba a marca de Deus em sua vida. Os autores
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Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.”
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Será que estamos preparados para ver Deus? Será que estamos preparando nossos filhos para ver Deus? Será que estamos preparando nossas ovelhas para ver Deus? Será que estamos preparando nossa geração para ver Deus? Será que estamos deixando um legado para a geração futura ver Deus? “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hb 12.14) A santidade é celebrada no céu como um dos aspectos do caráter divino. Isaías teve o privilégio de ver os serafins prostrados em torno do trono de Deus, clamando uns aos outros: “Santo, Santo, Santo” (Is 6.3). Isaías, ao contemplar a santidade de Deus, expressou-se dessa forma: “Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Is 6.5). João também teve uma visão e disse: “E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.” (Ap 4.8) “A santidade de Deus é infinita, a santidade finita deve sentir-se eternamente reverente na presença da santidade infinita. Jó diz: ‘Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso,
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me abomino e me arrependo no pó e na cinza.’ (Jó 42.5-6). Não há como comparar o finito e o infinito. Jamais virá o tempo em que as criaturas poderão contemplar face a face a santidade infinita de Jeová, sem ficarem como pessoas dominadas por uma harmonia de prazer por demais intenso, sendo impossível suportá-la com tranquilidade. O céu parece não conseguir suportá-la sem irromper em rompantes de enlevo inexprimíveis.” (Finney, 2001, p. 253) O desejo de Deus é que a nossa casa seja um pedaço do céu aqui na Terra. Ele quer que o lugar em que você habita seja fértil e produtivo, que o Espírito Santo reine nele e que seja o lugar onde você tenha liberdade para falar das verdades do Senhor. Que as pessoas, ao olharem para você, possam ver uma pessoa feliz porque teme ao Senhor. “Bem- aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos teus caminhos! Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem. Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da sua mesa. Eis como será abençoado o homem que teme ao Senhor!” (Sl 128.1-4) Uma das maiores riquezas que você tem é a sua casa, a sua família. Nada, nada mesmo, se compara à sua família. Quando você está bem, quando a sua casa está em ordem, certamente tudo vai bem. Mas, se você estiver vivendo problemas dentro de casa, é provável que tudo vá mal. Quando marido e mulher estão brigados, ainda que orem, não verão as coisas mudarem, porque há um céu de bronze sobre eles, e, por isso as suas orações não são respondidas. A sua família continua desorganizada e infeliz porque Deus não pôde realizar o sonho dEle em sua casa. Em primeiro lugar, é necessário que você reconheça onde está o erro e decida consertar. Tudo na vida é uma questão de escolha, de decisão. Você pode continuar caindo e levantando, levantando e caindo; ou viver uma vida avivada e equilibrada, sempre cheio do poder de Deus. SEMPRE AVIVADO O avivamento não se resume no tempo em que você está cantando ou dançando na presença do Senhor. O avivamento deve estar presente no seu dia a dia. Mas, quantas vezes têm acontecido de você sair da igreja, e no momento de ir embora, você já começar a resmungar, reclamar, blasfemar: alguém pisou no seu pé, você não gostou de alguma coisa, o pastor não terminou na hora
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certa – alguma coisa começou a acontecer. Depois, você chega em casa e quanta discussão! Acessos de raiva frequentes... Onde está o avivamento? Quantos homens casados trazem para os filhos e para as esposas palavras de maldição! Depois, se queixam e se perguntam: “O que há de errado com minha esposa? O que há de errado com meus filhos? Eu não lhes deixo faltar nada! Na igreja, agem tão corretamente, oram e glorificam o nome do Senhor... mas, no dia a dia, dentro de casa, são implicantes com coisas tão bobas, tão sem sentido, como: ‘O bife ficou pequeno, queria um maior’... Essas besteiras!” Então você se enfurece e perde a bênção. Vigie! Você não tropeça nas montanhas, mas sim nas pedrinhas. O avivamento não é um sentimento para durar um dia. Pelo contrário; o avivamento deve extravasar, deve jorrar de forma intensa, começando em sua vida, em sua casa. Mas, para isso, é necessário que você se humilhe e se arrependa diante de Deus. “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” (2Cr 7.14) A “terra” é a sua vida, a sua casa. A santidade é a característica desse avivamento, porque a santidade é a característica primeira de Deus. O PECADO Um dos grandes desafios no mundo de hoje é o de termos uma visão clara e correta sobre a santidade. Para isso, precisamos começar abandonando o pecado. Precisamos confrontar nossos erros e saber que eles são os maiores responsáveis pelo nosso afastamento do Pai Celestial. Quando pecamos, transgredimos a lei, perdemos o alvo. “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.” (1Jo 3.4) Infelizmente, muitos são aqueles que, com pensamentos deturpados e ideias distorcidas, estão edificando suas casas na areia, mas aqueles que estão focados em Deus, cuja escolha é fazer a vontade dEle, estão edificando suas casas na Rocha. “Pontos de vista mal definidos acerca do pecado são a origem da maioria dos erros, das heresias e das doutrinas falsas de nossos dias.
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Se um homem não percebe a natureza perigosa da doença de sua alma, ninguém poderá admirar-se de que ele se contente com remédios falsos ou imperfeitos. Acredito que uma das principais necessidades da igreja, neste nosso século, tem sido e continua sendo um ensino mais claro e completo sobre o pecado.” (Ryle, 1987, p. 28) O nosso entendimento sobre o pecado tem definido que pecado são apenas aquelas coisas bem “cabeludas” que se faz, e, na verdade, não é o que a Palavra de Deus nos ensina. O pecado é uma deformação moral que, para muitos, está presente apenas em um grupo de pessoas – o que não é verdade. O pecado é uma deformação presente em toda humanidade. Nós, cristãos, não somos perfeitos e sempre precisamos melhorar; mesmo se nossas escolhas forem sempre corretas, não seremos perfeitos. Podemos usufruir muito do perdão de Deus, sem ser pessoas perfeitas. Nossas escolhas fazem a grande diferença em nós. A nossa vontade pode até se inclinar para o que nos dá prazer, e as tentações podem sempre apontar o caminho largo da “felicidade” momentânea, mas a grande diferença será se escolho ou não errar. A nossa motivação em dizer não para o pecado deve ser aquela que move Deus para perto de nós: eu escolho não pecar por causa de Deus, por causa do Seu amor. À medida que vejo o amor de Deus intrínseco à Sua lei, não consigo ver impossibilidades em dizer não para o pecado, e não vejo dificuldade de correr, mesmo que eu perca a roupa do corpo. Podemos evitar os caminhos escuros, e podemos também rejeitar as luzes coloridas e brilhantes de neon, cuja direção desvirtua e é perigosa. “Os cristãos, sem dúvida, não são perfeitos. Sempre haverá a necessidade de aprimoramento. Mas existe uma grande diferença entre não ser perfeito e ser ‘só perdoado’, como hoje normalmente se entende essa expressão. Você pode ser muito mais que perdoado sem ser perfeito. Você pode talvez ser uma pessoa em que a vida eterna de Jesus predomina, mas ainda assim terá espaço para crescer.” (Willard, 2001, p. 56) Temos de tomar cuidado com a afirmação “moderna” de que o pecado não é pecado. Mesmo os pecados cometidos por ignorância eram, no Antigo Testamento, tratados como pecados e precisavam ser expiados. “Disse mais o Senhor a Moisés: Quando alguém cometer ofensa e pecar por ignorância nas coisas sagradas do Senhor, então, trará ao Senhor, por
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oferta, do rebanho, um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, como oferta pela culpa. Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas, e ainda acrescentará o seu quinto, e o dará ao sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da oferta pela culpa, fará expiação por ele, e lhe será perdoado. E, se alguma pessoa pecar e fizer contra algum de todos os mandamentos do Senhor aquilo que se não deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo, será culpada e levará a sua iniquidade. E do rebanho trará ao sacerdote um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação, para oferta pela culpa, e o sacerdote, por ela, fará expiação no tocante ao erro que, por ignorância, cometeu, e lhe será perdoado. Oferta pela culpa é; certamente, se tornou culpada ao Senhor.” (Lv 5.14-19) Quando andamos no temor do Senhor, jamais brincamos com o que é sagrado, jamais justificamos nossos erros e pecados, e sempre procuramos o caminho do arrependimento, e não o caminho das justificativas humanas. PRECISO ME ARREPENDER A necessidade de arrependimento, de lágrimas e de acerto de vida diante do Senhor não termina quando a pessoa se converte. Arrependimento é uma atitude que deve ser constante, algo pleno em sua vida, dia após dia. O local de arrependimento é dentro de casa. É você se voltar para sua esposa e dizer: “Perdoe-me”, e vice-versa. É você, como pai, como mãe, pedir perdão aos seus filhos, e os filhos pedirem perdão aos pais. Arrependimento é mudança de comportamento. Se você tem o costume de assistir a filmes pornográficos ou de folhear revistas de conteúdo impróprio dentro de sua casa, e seus filhos sabem, eles não acreditam na sua fé. Você precisa experimentar algo chamado arrependimento. Não basta apenas reconhecer o erro; é necessário arrependimento, transformação de vida, conversão e mudança de comportamento. “Ser honesto é uma questão extremamente importante para o homem lutando com pecado sexual. A honestidade começa examinando o próprio coração, sua vida idealizada e seus atos. Nesse processo, o homem que deseja ao Senhor humilhar-se-á e firmar-se-á na conclusão inevitável: ‘Não sou tão espiritual quanto imaginava ser. Se eu quiser mudar, terei de parar de enganar a mim mesmo e aos outros. Estou onde estou espiritualmente. Manter uma perspectiva presunçosa de minha espiritualidade só está atrapalhando qualquer
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crescimento real. A verdade é que meu coração está cheio de perversidade. Meu pensamento tornou-se cada vez mais deformado. Eu magoei Deus e minha família com meus atos. Preciso arrepender-me’. Ser brutalmente honesto consigo mesmo é essencial, mas é só o começo.” (Gallagher, 2003, p. 70) Filhos que crescem presenciando desavenças, brigas e confusões entre os pais não vão aceitar a disciplina deles. Estes não veem no dia a dia de seus pais o testemunho de fé que deveriam ter, e, por isso, se tornam revoltados. Arrependimento é mudança – é exatamente uma volta para o Senhor. Deus é Onisciente, sabe de todas as coisas. Deus sabe das coisas das quais você precisa se arrepender, das coisas que você precisa tirar da sua casa, tirar da sua vida. Em diversas situações, o Espírito Santo fala que você precisa se arrepender. Você até reconhece isso, mas não toma uma decisão. Deus vê todas as coisas: Ele vê o pecado que torna a sua casa seca e estéril. O poder e a unção do avivamento cessarão se você não fizer uma limpeza espiritual em sua casa, e, principalmente, em você. “Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.” (2 Pe 2.21-22) LAR FÉRTIL OU ESTÉRIL? Um dos sinais de uma casa espiritualmente conturbada – que chamamos de lar estéril – é quando não há lugar para a oração. Há uma atmosfera pesada, como se algo permanecesse no ar. Você chega em casa e briga sem motivo, sendo que antes estava tão bem! De onde vem essa repentina e frequente mudança de humor? Você precisa começar a perceber o que está errado em sua vida ou em sua casa e que necessita ser mudado. Gritar e amaldiçoar são atitudes negativas e, consequentemente, destrutivas. Será que você tem prazer em estar em casa? Prazer em estar com a família? Seus filhos têm prazer em tê-lo como pai, como mãe? Porque a beleza da casa são as pessoas. Será que estão a brotar, a florescer, amadurecendo apropriadamente? Ou o crescimento tem sido atrofiado por palavras e por ações
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destruidoras? Será que a esposa tem sentido alegria e prazer em dedicar sua vida em função do bem-estar da família? “Donas de casa têm sido desrespeitadas e ridicularizadas por anos. Mulheres que se realizaram como companheiras de seus maridos, apoiandoos, e como mães, encorajando seus filhos, frequentemente têm sido alvos de piadas e zombarias. Muitas mães se deixaram influenciar pela propaganda negativa – e começaram a se sentir frustradas. Algumas chegaram a ponto de se sentirem ressentidas pelos anos que dedicaram à criação dos filhos.” (Swindoll, 2002, p. 52) Deus lhe dá, por meio de Sua Palavra, todas as respostas de como acabar com a esterilidade em sua casa. “Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão: Quando entrardes na terra de Canaã, que vos darei por possessão, e eu enviar a praga da lepra a alguma casa da terra da vossa possessão, o dono da casa fará saber ao sacerdote, dizendo: Parece-me que há como que praga em minha casa.” (Lv 14.33-35) O livro de Levítico, dado por Deus a Moisés com o objetivo de instruir o povo hebreu antes que entrasse na Terra Prometida, já prenunciava os acontecimentos futuros. Os habitantes de Canaã eram ímpios. Eles praticavam todo tipo de imoralidade e idolatria. Quem sabe você já começou a perceber a praga na sua casa? Sua casa não tem sido aquele “céu” que a Bíblia descreve? Sua vida familiar deve ter o retrato do Salmo 128, que, em seu verso 3, diz: “Tua esposa, no interior da tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa.” INCREDULIDADE E MURMURAÇÃO Ao se deparar com esta situação: “Há um praga em minha casa”, alguma coisa está acontecendo. Você não pode ficar inerte. Então, você se pergunta: “Essa praga foi colocada por quem?” “Quando entrardes na terra de Canaã, que vos darei por possessão, e eu enviar a praga...” (Lv 14.34) Deus está dizendo: “Eu vou enviar.” Se você ler esse trecho fora do contexto bíblico poderá pensar que toda essa situação de praga foi Deus quem colocou. Todavia, não é exatamente do modo como você está pensando. Vamos verificar o contexto.
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O povo de Israel poderia ter saído do Egito e entrado em Canaã com uma marcha de apenas alguns dias, porém levou quarenta anos. Eles não entraram na terra por causa de sua incredulidade e porque murmuraram contra o Senhor. Quando os doze homens foram espiar a terra que Deus havia lhes prometido, apenas Josué e Calebe creram que o poder de Deus era maior do que os gigantes e obstáculos que habitavam aquela terra. Os demais homens infamaram a terra, dizendo que aquele povo era de grande estatura, mais forte que Israel. O poder de Deus era, é e continuará sendo maior do que você crê e vê. Josué e Calebe foram os únicos que saíram do Egito e entraram em Canaã, juntamente com os outros menores de vinte anos e os que nasceram durante a peregrinação, porque creram no poder de Deus. Todos os outros morreram no caminho, porquanto não creram em Deus e murmuraram. “Depois, disse o Senhor a Moisés e a Arão: Até quando sofrerei esta má congregação que murmura contra mim? Tenho ouvido as murmurações que os filhos de Israel proferem contra mim. Dize-lhes: Por minha vida, diz o Senhor, que, como falastes aos meus ouvidos, assim farei a vós outros. Neste deserto, cairá o vosso cadáver, como também todos os que de vós foram contados segundo o censo, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes; não entrareis na terra a respeito da qual jurei que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. Mas os vossos filhos de que dizeis: Por presa serão, farei entrar nela; e eles conhecerão a terra que vós desprezastes. Porém, quanto a vós outros, o vosso cadáver cairá neste deserto. Vossos filhos serão pastores neste deserto quarenta anos e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que o vosso cadáver se consuma neste deserto. Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades e tereis experiência do meu desagrado. Eu, o Senhor, falei; assim farei a toda essa má congregação, que se levantou contra mim; neste deserto, se consumirão e aí falecerão.” (Nm 14.27-35) Os cananitas tremeram quando souberam que os filhos de Israel eram um grande exército que marchava para Canaã e que em apenas quarenta dias eles estariam possuindo suas casas. Ouviram falar que Deus habitava no meio deles e lhes aparecia face a face, e de como os livrara dos egípcios, abrindo o mar Vermelho e fazendo perecer o exército de Faraó. Com o intuito de derrotar o povo hebreu, os cananitas tomaram ouro e prata e transformaram em ídolos demoníacos e eróticos, colocando-os
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exatamente sob as paredes da casa, entre o tijolo e o reboco. Esconderam esses ídolos porque pensaram que os israelitas somente estariam de passagem por Canaã, e assim poderiam, depois, voltar e reaver os seus tesouros. Eles tiveram quarenta anos, e não apenas quarenta dias, para encher as suas casas de coisas malignas. Quanto mais colocamos nossa esperança na matéria, mais teremos dificuldade em ver o que há depois do deserto. O foco do nosso olhar deve ser o Eterno, e não o brilho da matéria. Nossa confiança independe das circunstâncias, ou teremos dificuldade de andar sobre as águas e afundaremos na primeira adversidade. Deus está nos treinando para darmos o primeiro passo da fé, depois vem o segundo, e o terceiro, e assim sucessivamente. As circunstâncias passam, mas o que importa é que não estamos sendo guiados por elas, mas sim pelo Soberano Deus. DEUS TUDO VÊ Há um processo químico usado quando se fazem determinados exames que consiste em injetar no organismo uma substância corante para realçar alguma parte doente do corpo, com a finalidade de ser visualizada através de aparelhos especializados e, então, ser devidamente combatida. Isso é necessário porque só podemos ver o que está materialmente visível. A praga descrita no livro de Levítico seria como essa substância corante que realçaria a doença. Nas casas onde houvesse ídolos ou coisas malignas, as pragas apareceriam, em forma de manchas esverdeadas ou avermelhadas, indicando onde havia sido escondida alguma coisa demoníaca que poderia até estar incrustada no meio do alicerce da casa. Seria como se o Senhor dissesse: “Esconderam ali!” Funcionaria como uma reação química: alguma coisa aconteceria no mundo natural. “Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão: Quando entrardes na terra de Canaã, que vos darei por possessão, e eu enviar a praga da lepra a alguma casa da vossa possessão, o dono da casa fará saber ao sacerdote, dizendo: Parece-me que há como que praga em minha casa. [...] O sacerdote ordenará que despejem a casa, antes que venha para examinar a praga, para que não seja contaminado tudo que está na casa; depois, virá o sacerdote, para examinar a casa, e examinará a praga. Se, nas paredes da casa, há manchas esverdeadas ou avermelhadas e parecem mais fundas que a parede, então o sacerdote sairá da casa e a cerrará por sete dias.” (Lv 14.33-38)
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