Copyright2012 por Milton Vieira da Silva (S.V. Milton). Todos os direitos em língua portuguesa reservados por: A. D. SANTOS EDITORA Al. Júlia da Costa, 215 80410-070 - Curitiba - Paraná - Brasil +55(41)3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br
Capa: Igor Braga Diagramação: Manoel Menezes Acompanhamento editorial: Priscila R. Aguiar Laranjeira Impressão e acabamento: Gráfica Impressul
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) SILVA, Milton Vieira da Os inimigos ocultos do seu negócio / Milton Vieira da Silva – Curitiba: A. D. SANTOS EDITORA, 2012. 152 p. ISBN – 978.85.7459-286-3
CDD 220 1. Estudos Bíblicos
2. Interpretação Bíblica
CDD 299.6 1. Religiões da África Negra
2. Religiões comparadas 3. Doutrina
1ª Edição: Abril / 2012 – 3.000 exemplares. Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.
Edição e Distribuição:
Prefácio
Na convivência constante no mundo dos negócios, aprendi que os inimigos das empreitadas humanas não são apenas o que vemos ou aquilo que se pode apalpar, avaliar, analisar e solucionar com um conhecimento específico, com a orientação de um profissional ou um curso de administração. Deparei inúmeras vezes com fatos simplesmente inexplicáveis que só poderiam ser uma conspiração de forças ocultas, desencadeadas no mundo invisível para atrapalhar a vida de suas vítimas. Às vezes, esses desencontros e revezes nos negócios acontecem sem nenhum motivo aparente, mas basta a inveja de alguns, o ciúme, sentimentos de vingança contra uma bobagem qualquer para potencializar as ações das castas infernais contra quem luta para ganhar honestamente seu pão diário. Um dos maiores problemas que percebi é a falta de crédito na possibilidade de má influência oriunda do mundo sobrenatural pela maioria dos empresários. Isso dificulta uma ação decisiva no sentido de anular essas forças através de um trabalho de ordem espiritual, como a oração, o jejum, a batalha espiritual, intercessão, anulação das forças através da ordenança em nome de Jesus e outras providências que exigem dons específicos como a revelação concedida pelo Espírito Santo. Entretanto, sou testemunha da conversão de muitos empresários que eram totalmente incrédulos e se renderam à fé em Jesus Cristo depois
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de verem seus negócios prosperarem após um trabalho efetivo de anulação de influências malignas. Com a experiência de acompanhar casos assim, aprendi que o alicerce da mudança está numa experiência pessoal do empresário com Deus. Entre diversos exemplos, está o de um empresário do ramo de ferro velho cujo negócio ia de mal a pior. Com enorme estoque de peças de automóveis para desmanche, aquele homem estava à beira do desespero. Seu negócio começou a despencar quando um concorrente abriu um negócio próximo ao seu. Para maior apreensão desse empresário, soube que alguns de seus clientes, depois de perguntarem o preço da mercadoria, iam comprar no concorrente por um preço maior, algo incompreensível no universo do raciocínio humano, já que o desejo das pessoas é sempre pagar menos se a mercadoria tem a mesma qualidade. Sem dinheiro, algumas vezes até mesmo para pagar luz e água, ele cedeu ao desespero temendo o colapso inevitável do seu negócio. Já não dormia, seu semblante revelava uma tristeza visível e as muitas noites choradas, temendo o desmoronamento do seu negócio, o fim de tanta luta e de tudo que construíra. Vendo a angústia do filho e a ruína inevitável, sua mãe, que era evangélica, compartilhou o problema com um grupo de irmãos e pediu orações. Uma semana depois, um dos componentes do grupo, sentiu o desejo de orar no interior da empresa e, durante as orações, o Espírito Santo revelou que o empresário deveria mudar o seu negócio para outra cidade. Alguns dias depois, alguém comentou com o dono da empresa sobre uma cidade que estava crescendo, cerca de duzentos quilômetros de distância. Imediatamente este homem sentiu no coração um forte desejo de conhecer aquela cidade, cujo nome não lhe saía da cabeça. ii
Quinze dias depois ele estava no local, conheceu as possibilidades, investigou toda a potencialidade oferecida, e saiu de lá com uma inquebrantável convicção de que deveria mudar-se. As portas se abriram e tudo transcorreu de maneira tão favorável que, em menos de dois meses, ele estava instalado naquela cidade. Seu negócio começou a prosperar tanto que, dentro de um ano, havia recuperado suas perdas, investido mais na empresa e conquistado enorme freguesia. Ele, que era indiferente às questões espirituais, percebeu que tudo o que acontecera não poderia ser resultado de mero acaso. Deveria haver algo sobrenatural dirigindo os acontecimentos, uma força invisível anulando todos os empecilhos que estavam atrapalhando sua vida. Há algum tempo, tive a oportunidade de visitar este empresário. Estivemos com ele alguns dias, conhecemos o seu negócio e presenciamos a sua vida espiritual, a profunda mudança que se processara em seu interior a respeito da fé, das questões espirituais e a concepção de valor que se deve dar a tudo que procede do alto, do plano invisível, das forças que podem atuar tanto para o bem como para o mal. Pessoas que já viveram experiências como a deste homem e outras tantas ainda mais intensas, não ignoram que não se deve negligenciar algo só porque não se vê, mas pode-se sentir e sofrer as consequências de suas influências. O melhor disso, é que se pode escolher e receber ajuda e usufruir seu indispensável benefício em todas as áreas do cotidiano da vida. A Bíblia enfatiza que o homem não é como os cavalos que precisam de freio na boca para ser governados (Pv 26.3). Se alguém quer renunciar a sua condição de pessoa racional, ignorar certas realidades da vida como a influência do sobrenatural no mundo natural, é um problema pessoal. Entretanto, iii
conscientemente, ninguém precisa de cabresto. O entendimento de que existe algo além dos sentidos é exclusivo do ser humano, exatamente porque o raciocínio é o sistema revelador de que homens e mulheres são diferentes dos animais, não são desprovidos da percepção; e isso deve funcionar como um sistema de defesa contra os ataques do desconhecido, mormente no âmbito sobrenatural em que é impossível lutar com as mãos e a força física não vale, absolutamente, nada. O primeiro apelo é que você lance fora tudo que possa impedir o exercício da fé sem barreiras, quer de ordem cultural, religiosa ou preconceituosa. Será impossível qualquer mudança se não houver abertura da mente para levar em consideração a possibilidade de influências negativas do invisível em seu negócio. Um incontável número de pessoas prefere ficar sofrendo a admitir a existência daquilo que não acredita e permanece firme na convicção de que as possibilidades se circunscrevem exclusivamente ao que é real, concreto, palpável. Isso, lamentavelmente, além de impedir a ação do Espírito Santo na solução do problema, é o empecilho maior na obtenção de respostas por que, como tornar concreto algo que não se crê e nem se espera? Nenhum ser humano, vivo ou morto, é ou foi suficientemente sábio para entender os mistérios do desconhecido, apesar de toda evolução do mundo moderno. Por isso, não se pode descartar quaisquer possibilidades e devem-se encarar todos os fatos, compreendendo-os ou não, com muita humildade, base fundamental do aprendizado. Uma mente refratária àquilo que não pode compreender jamais se abrirá a experiências novas e perderá a chance de receber algo de fontes muitas vezes negligenciadas, escarnecidas, rejeitadas e até condenadas por não se poder ver e apalpar. iv
Quero passar a minha experiência para você, na certeza de que irá ajudá-lo caso esteja passando por problemas que parecem não ter fim. Vou expor casos que podem ser tomados como base ou podem ser os mesmos que você enfrenta. Através deste texto, haverá inúmeras revelações de como pessoas saíram de situações adversas para um tempo de prosperidade e vitórias em seus propósitos. Algumas passagens bíblicas serão citadas, confirmando que Deus sempre desejou o bem daqueles que o amam e estão dispostos a seguirem suas orientações. O Antigo e o Novo Testamento trazem textos instigantes sobre questões em que se devem meditar muito e onde os porquês podem não encontrar explicações satisfatórias, mas a sua observação dá enormes resultados. Uma dessas questões é a purificação exigida no Antigo Testamento para que o povo judeu entrasse na presença de Deus. Hoje, essa purificação se faz através da Igreja, um privilégio garantido pelo sacrifício vicário de Jesus e estendido a todos os que crerem nessa realidade histórica. Pode-se, então, compreender que o empresário será puro e terá seus negócios sob proteção divina através da Igreja, não como instituição terrena ou observação da mera religiosidade, mas com a aceitação do senhorio de Jesus em sua vida, a entrega total ao direcionamento do Espírito, sem deixar-se levar pelas tentações mundanas como os vícios, a vida vazia, os sentimentos impuros. Ao observar uma conduta realmente digna da pessoa humana racional, você poderá ter absoluta certeza de que Deus será o dono do seu negócio e Ele, certamente, não desejará que sua empresa vá a pique porque garante que “em tudo que crê, assim será contigo”.
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Saiba antes de ler
Este conteúdo trata de assuntos de ordem espiritual. Abrange a luta entre o bem e o mal que se trava no plano invisível e fala da possibilidade de seres de outra dimensão atrapalhar os negócios das pessoas humanas na Terra, provocando irradiação de más influências por sua índole perversa. Esta malevolência seria característica de entidades que se destacaram na História por suas artimanhas, sutilezas e enganos, exclusivamente para “matar, roubar e destruir”, conforme enfatiza o próprio Jesus no evangelho segundo João (10.10). A intenção não é demovê-los das suas crenças, mas alertar para a existência dos muitos mistérios entre o céu e a terra. Embora se estude o assunto do ponto de vista espiritual, não é intenção descartar causas materiais dos problemas na administração de negócios, nem criar uma neurose em relação ao exposto. É fundamental distinguir uma coisa da outra, mas tratar ambas com conhecimento e seriedade. Por isso, a leitura deve ser feita levando-se em conta quatro aspectos que embasam o tema: 1. Como dissemos, abrangemos aqui assuntos de ordem espiritual, totalmente fundamentados em dezenas de textos da Bíblia Sagrada e levantando a hipótese de forças poderosas do mundo invisível estar sugestionando pessoas susceptíveis para fazerem ou desejarem o mal a outras, prejudicando seus negócios e vida particular. Aqueles que podem ser influenciados por ações maléfivii
cas do mundo sobrenatural, são, em sua maioria, gente de caráter duvidoso, traumatizadas e cheias de ressentimentos, espargindo energias negativas nos ambientes por onde passam. Trata-se, não raramente, de homens e mulheres escravos das ilusões infames deste mundo, desejos pérfidos e espiritualmente incapazes de perceber e corrigir seus erros pelo acentuado egoísmo. 2. Não é preciso crer exatamente, mas pelo menos admitir a existência de um mundo espiritual paralelo ao mundo real e a existência visível. Admitir que esta outra dimensão seja habitada, tanto por seres do mundo superior como os anjos e outros do mesmo gênero mencionados na Bíblia, como por seres inferiores, também descritos nas Escrituras e apontados como causadores de todo tipo de mal aos seres humanos na Terra, principalmente aos que não observam vida espiritual abundante. 3. Problemas causados na esfera do sobrenatural apresentam algumas características que os distinguem entre os mais corriqueiros: dificuldade de percepção da sua origem; dificuldades de compreendê-los e solucioná-los. Surgem repentinamente sem motivo aparente e acontecimentos adversos que causam constantes prejuízos, devem ser investigados com mais atenção, não descartando a possibilidade de que algo estranho esteja ocorrendo e a necessidade de se buscar auxílio também no âmbito espiritual através de pessoas cristãs autênticas e credenciadas no ministério de libertação. 4. Crer que estas forças malignas possam estar atrapalhando seus negócios e que elas podem ser anuladas através
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da fé com orações de intercessão por equipe ou individualmente, desde que feitas por pessoas credenciadas. Admitir que essa ajuda é de fundamental importância na busca de livramento para determinadas situações, problemas que parecem nunca se resolverem. Admitir a existência de mundos paralelos habitados por seres espirituais incorpóreos não configura um atraso cultural, nem ignorância dos avanços tecnológicos e científicos, mesmo porque ainda não provaram a impossibilidade de tal hipótese, mas uma demonstração de abertura para avaliação mais ampla de todas as possibilidades. Entretanto, é fundamental estabelecer-se uma fronteira bem demarcada entre o bom senso e o fanatismo, este extremamente prejudicial ao desenvolvimento de uma visão clara daquilo que esteja ocorrendo e a melhor solução possível para o caso. A prioridade é manter o equilíbrio, indispensável para discernir o que possa realmente favorecer a busca de um bom resultado, ao mesmo tempo em que separar o que parecer nocivo. Por exemplo, identificar pessoas que aparentemente desejam ajudar, mas no íntimo, estão com más intenções ou não estão preparadas para um embate de ordem espiritual. Além disso, poderá haver outros fatores dificultando a chegada a um bom termo naquilo que se pretende, exigindo bastante atenção e conjecturas sobre diversas circunstâncias que se apresentam em situações de dificuldades. Em todo o texto, a ênfase é exclusiva nas questões espirituais, sempre considerando a eventual opressão de entidades sobrenaturais sobre pessoas, influenciando-as a cometerem erros condenáveis para prejudicarem outros, conforme corroboram as narrativas bíblicas, nunca contra a pessoa como ser humano; mas nas ações condenáveis do ponto de vista da moral e da ética, contrariando as leis constituídas e o respeito humaix
no, aos quais todos devem dedicar-se mutuamente. Quando citamos deuses, religiões, práticas não cristãs e nos referimos eventualmente a dogmas religiosos, não estamos discriminando quaisquer segmentos religiosos ou pensamentos; mas ao que poderá haver por trás de rituais e cultos exóticos do ponto de vista bíblico, respeitando a liberdade de expressão e livre escolha daquilo que for mais desejável e adequando à fé individual. Diante de todo mal que persiste sobre a Terra, parecendo muito mais fácil recrudescer do que recuar; é de fundamental importância entender a possibilidade de manifestações oriundas de realidades não discerníveis pelo raciocínio lógico. É preciso entender a obsessão de seres de outras dimensões, cuja existência foge totalmente à concepção humana natural, havendo total ignorância sobre as faculdades destas criaturas, os limites de capacidade e os poderes, descritos como vários na literatura tradicional e na Bíblia. Visto como uma realidade que o tempo não anulou e o avanço técnico-científico ainda não provaram tratar-se de uma total ignorância dos nossos antepassados, o livro será extremamente útil e adequado para melhor entendimento desta questão, indubitavelmente, uma das mais polêmicas da história humana. S. V. Milton
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Índice
1. Desafiando Gigantes ______________________________________ 1 2. Os inimigos ocultos através da História _________________________7 3. Deus e o diabo em o Novo Testamento ________________________24 4. De onde surgem os inimigos ocultos? __________________________33 5. Como surgem os inimigos ocultos ____________________________57 6. Sinais do ataque do oculto__________________________________ 73 7. Feche a porta na cara do diabo ______________________________82 8. Estudando os inimigos ocultos_______________________________91 9. Responda à altura aos ataques do diabo_______________________101 10. Cuidado com os símbolos ocultos __________________________108 11. Não dê um salto no escuro
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12. Não se perca em vãs superstições __________________________124 Obras consultadas _________________________________________ 137
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1. Desafiando Gigantes
ocê que é empresário ou empresária há bastante tempo, não V precisará fazer muito esforço mental para recordar inúmeras passagens marcantes no exercício das suas atividades. Quanto mais inusitada foi a situação, menos se esquece a experiência, lembrando-as nitidamente décadas depois, com muita riqueza de detalhes. Vou citar um exemplo que provavelmente você já tenha vivido mais de uma vez, principalmente se for do tipo intuitivo ou se for dotado de aguçada percepção. Quase a tota-
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lidade das pessoas que trabalham com negócios de diversos tipos, já viveu uma situação até certo ponto comum, como um forte sentimento íntimo de que não deveria ter feito determinado negócio. Sentiu que não deveria confiar em alguém, aceitar alguma promessa ou abrir uma linha de crédito para pessoas que não lhe transmitiram paz e serenidade, parecendo ter-se acendido no seu íntimo uma lâmpada de alerta. Comumente, o comerciante, industrial, ou seja, qual for o ramo de negócios, guarda para si essas impressões e se arrisca, mesmo pensando que no mundo dos negócios é preciso correr riscos. O pior dessa atitude destemida é que, mais à frente, é bem possível que se lamente e diga: “Bem que alguma coisa estava me dizendo para não fazer este negócio”. As chances de se errar e levar prejuízos quando se atropela uma intuição são enormes! É impossível prever-se a porcentagem das probabilidades do negócio dar errado, mas pode acabar, inevitavelmente, produzindo resultados efetivamente contrários aos que se esperava, principalmente se a transação for aparentemente um bom negócio. Não raramente, essa intuição poderá não ser da pessoa diretamente envolvida no negócio, mas de alguém muito próximo, um parente, um amigo ou até alguém da empresa, cujo alerta é frequentemente recebido com um simples “impressão sua.” Entretanto, você já pode ter se arrependido, mais de uma vez, por não seguir a advertência de alguém com acentuada intuição, desejoso de ajudar, às vezes até por estar no mesmo barco. Essa convicção de que algo poderá dar errado parece manifestar-se em momentos extremos, no caso de um acidente com pessoas queridas, ou em situações corriqueiras, como acabar de pensar em algum conhecido e este aparecer repentinamente. Não é nosso objetivo elaborar um estudo demorado da 2
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intuição, percepção extra-sensorial, paranormalidade, sexto sentido, revelação espiritual, auto-sugestão ou sabe-se lá qual o nome mais adequado para esse pouco entendido fenômeno. Apesar disso, para o tema em foco, uma ou duas perguntas tornam-se indispensáveis. “Essa percepção interior não seria um aviso de entidades de outra dimensão?” “Não seria um dom especial, um agraciamento do mundo invisível por motivos inexplicáveis?” Se você já foi alertado por uma percepção além dos sentidos numa situação qualquer, certamente sentiu, depois do prejuízo, uma cruciante decepção muito mais parecida com uma espécie de autocensura do que tristeza, como se estivesse dizendo para si mesmo: “Bem feito! Quem manda não seguir suas intuições”? Como estudioso da questão posso afirmar que nenhuma pessoa deve desprezar seu sexto sentido, fraco ou acentuado, em quaisquer situações. Fundamentalmente porque essa convicção íntima é um poder, uma arma dos humanos dada por Deus para vencer uma força muito maior, verdadeiros gigantes, que atuam no plano invisível e usam pessoas fracas de caráter para prejudicarem outras, exclusivamente para obterem lucro fácil ou dar vazão ao ego inchado, só tendo olhos para o próprio umbigo. Esta percepção de que algo desfavorável possa acontecer, não é puro acaso, deve ser extremamente valorizada, porque o interior humano não é construído apenas pelos órgãos vitais, mas ali moram também Deus Pai e seu filho Jesus, conforme revelação dada pelo apóstolo João em seu evangelho, capítulo 14, verso 23: “Jesus respondeu: se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”. Essa concepção do ser humano se constitui casa de Deus, o templo verdadeiro onde Ele habita, está intimamen3
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te ligada com proteção e defesa, que eram muito mais eficazes a partir do interior das moradias, abrigos mais seguros para rechaçar eventuais ataques. Na visão espiritual, essa simbiose entre Deus e os fiéis tem conotação com o fortalecimento interior, vigor da alma para resistir e vencer os gigantes do sobrenatural; entendendo que a preocupação com os adversários do mundo visível, em carne e osso, não deve ser maior do que com aquilo que não se poder ver. Você não deve ignorar que Deus está constantemente esquadrinhando o seu íntimo. Todo pensamento, todo sentimento, tudo o que primeiro se forma no interior das pessoas é o que sai à tona, transforma-se em ação, muitas vezes erradas e que não merece louvor algum. No livro de Provérbios, o autor fala dessa presença divina no íntimo do ser humano sugerindo coisas, revelando o bem e o mal, ajudando no combate às hostes invisíveis: “A alma do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o mais íntimo do ventre” (Pv 20.27). Conclui-se que o fortalecimento espiritual depende da convicção que se tenha dessa verdade tão bem exposta na alegoria do ventre; não só como depósito e digestor das iguarias tão prazerosamente consumidas, mas ali, nas entranhas dos seres humanos, isto é, no pensamento, está o que há de divino no ato da criação, diferenciando-o entre todas as espécies vivas. É no interior onde se processa toda clarividência, de onde fluem as manifestações do sobrenatural antecipando fatos, mostrando possíveis consequências para que a luta não se torne uma demonstração de força unilateral, mas que poderá haver igualdade de condições, com o Exército de Deus à frente. Esta certeza torna-se ainda maior quando o ser humano não se permite quaisquer momentos de dúvidas quanto à sua filiação e do direito de proteção divina auferida nessa condição, conforme 4
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dizem as Escrituras: “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando ainda nenhuma delas havia” (Sl 139.16). Entendemos que os olhos de Deus estão sobre todas as pessoas antes mesmo delas serem formadas fora da limitação de tempo e de espaço, porque o Todo Poderoso caminha na História e viaja no futuro, sustentando toda existência em suas mãos. É no interior onde se processa toda clarividência, de onde fluem as manifestações do sobrenatural antecipando fatos.
É fácil perceber que as ações se tornam reais quando os sentimentos interiores se concretizam. As ideias surgem, são concebidas pelo raciocínio, mas podem ser mudadas antes de serem postas em prática para o bem ou para o mal. Se o ser humano é o que sente, ele pode também anular os maus pensamentos antes de se transformarem em planos e se concretizarem no mundo real, onde causariam transtornos, decepções, desgostos, tristezas e lamentáveis consequências para muita gente. A mesma verdade vale para os bons sentimentos, com a diferença de que estes não precisam ser anulados, mas postos sempre em prática para frutificarem trazendo alegria, prosperidade, paz, felicidade e tudo de bom que resultam de bons sentimentos. O Todo Poderoso caminha na História e viaja no futuro, sustentando toda existência em suas mãos.
Se você tem dificuldades com os seus sentimentos, saiba que Deus promete renová-los diariamente, conforme revelou a apóstolo Paulo em sua segundo carta aos Coríntios: “Por isso 5
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não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova dia a dia” (2 Co 4.16). O rosto pode enrugar-se, o corpo ficar encarquilhado, mas do íntimo deve, diariamente, jorrar águas límpidas, purificadoras, oriundas dos bons sentimentos com os quais se vencem gigantes, como Davi venceu Golias pensando no bem-estar do seu povo. É com esse sentimento de que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” que você deve ficar atento para a “voz interior”, sua ou daqueles que o cercam e podem ser usados para livrá-lo das más intenções daqueles que se entregam ao poder inferior das trevas. O rosto pode enrugar-se, o corpo ficar encarquilhado, mas do íntimo deve, diariamente, jorrar águas límpidas, purificadoras, oriundas dos bons sentimentos com os quais se vencem gigantes.
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