Copyright2010 por Por Lenilson dos Santos – Nill Todos os direitos reservados por: A. D. Santos Editora Al. Júlia da Costa, 215 80410-070 - Curitiba - Paraná - Brasil +55(41)3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br
Capa: Igor Braga Foto da capa: Estúdio Giselle Solyom www.fotogi.com.br (41) 3081-5958 Make Up: Clô de Mattos Projeto gráfico e Editoração: Manoel Menezes Impressão e acabamento: Reproset
IMPORTANTE: Todas as fotos inseridas nesta obra são do acervo particular do autor, salvo citações. *A marca Dominó pertence a PROMOART Promoções Artísticas S/S Ltda. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) SANTOS, Lenilson dos NILL – Nova Vida ao Lado do Salvador – A trajetória de um jovem dos braços da fama para os braços do Pai / Lenilson dos Santos. A.D. SANTOS EDITORA, 2010, 104 páginas. ISBN – 978.85.7459-198-8 1. Vida Cristã
2. Experiência Religiosa CDD – 248
1ª Edição: Editora Frutos da Luz 2ª Edição: Março / 2010 – 3.000 exemplares. Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.
Edição e Distribuição:
PREFÁCIO
Pensamos que dinheiro, fama e sucesso são essenciais na vida. Que uma vez obtida esta trilogia estaremos completamente realizados. A história de Nill, ex-integrante do Grupo Dominó, uma boyband que abalou o Brasil nos anos 80, deixa claro que isso não é tudo. Apesar do dinheiro, da fama e do sucesso, Nill vivenciava um vazio que não podia ser preenchido por mulheres, viagens e tudo o mais que o dinheiro pode comprar. O que faltava na vida do jovem bonito e bem sucedido?
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As realizações profissionais não o preenchiam, os fãs massageavam o ego e alguns até se tornaram amigos, mas isso não era suficiente. No auge do sucesso, tomou uma atitude que deixou atônitos produtores, fãs, familiares e amigos: saiu do grupo Dominó. Mas por onde anda Nill? O que está fazendo atualmente? Qual foi o catalisador de sua decisão? Por que deixou tudo para trás? Qual foi a reação da família? A reação das fãs? As respostas a estas e a muitas outras perguntas está aqui em uma linguagem intimista onde o autor conversa com o leitor. Uma verdadeira viagem à década de 80 e ao tempo dos grandes comunicadores: Raul Gil, Bolinha, Flávio Cavalcanti, Xuxa, Hebe, Os Trapalhões, Chacrinha e muitos outros. O Editor.
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SUMÁRIO Em tempos passados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 I. Por livre e espontânea pressão. . . . . . . . . . . . . . . 5 II. Um nome muito esquisito! . . . . . . . . . . . . . . . . 10 III. Os Espartanos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 IV. De capoeirista a dançarino . . . . . . . . . . . . . . . . 17 V. Companheiro, companheiro vem!. . . . . . . . . . . 19 VI. Viva a noite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 VII. Foi fantástico! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 VIII. A primeira turnê a gente nunca esquece. . . . . . 31 IX. Mulheres! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 X. O início do fim. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 XI. Monstros no escuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 XII. Um culto vazio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 XIII. A luz que resplandece nas trevas. . . . . . . . . . . . 45 XIV. Conversão gera reação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 XV. De volta às paradas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 XVI. O fundo do poço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 XVII. O vaso nas mãos do oleiro . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
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XVIII. O adeus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 XIX. A última tentativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 XX. A volta do filho pródigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 XXI. O recomeço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 XXII. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor! . . . . . 79 XXIII. A conquista da terra prometida. . . . . . . . . . . . . 83 XXIV. NILL – Nova Vida ao lado do Salvador . . . . . . 96
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EM tEMPOS pASSADOS Minha história com Deus começou há muito tempo atrás. Na verdade, antes da fundação do mundo. Segundo a Bíblia, nesse momento da eternidade o Senhor já me conhecia e me amava. Por mais incrível que isso pareça ser, eu acredito. E também acredito que Deus tem um plano específico para a sua vida. Por isso, creio ser interessante compartilhar algumas situações que vivi, para que você possa compreender melhor o que o Senhor e Salvador Jesus Cristo fez por mim e pode fazer por você. Eu vim de uma família humilde. Meu pai era empregado da Tecelagem Paraíba e minha mãe cuidava de nossa casa. Vivíamos em uma edícula, na Vila Industrial, em São José dos Campos, Estado de São Paulo. Foi nesse lar que eu aprendi que precisaria me esforçar muito para vencer na vida. E depois aprendi que sem a ajuda de Deus nenhum esforço valeria à pena. Meus pais se casaram muito cedo. Minha mãe tinha 16 e meu pai 21 anos. Sou o primogênito de três irmãos. Minha mãe teve um parto difícil, era uma garota de 17 anos lutando para dar à luz seu primeiro filho. Fiquei duas horas “coroado” sem que fosse possível finalizar o procedimento do parto. E minha mãe, pobrezinha, estava morrendo de medo do filho cair no chão, acredita? Mas Deus tinha um plano para nossas vidas, por isso não permitiu que mal algum nos atingisse. Ao chegarmos em casa, meu avô Orlando – pai de minha mãe – tratou logo de fazer um “benzimento” em mim. Não sei ao certo se isso era coisa de italiano, cigano ou índio. 1
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Sei apenas que ele benzeu o neto através da fumaça de uma pequena fogueira feita com ervas, ardendo no chão de tijolos da nossa sala de estar. Para minha avó Benedita, minha avó materna, eu fui um sonho realizado, uma verdadeira bênção de Deus! Como estava muito enferma, ela pediu a Deus que lhe concedesse visão até que pudesse, pelo menos, ver seu neto andar. E Deus a atendeu. Fui muito amado por dois anos, quando, praticamente sem nenhuma visão, ela veio a falecer. Sabe o que ela disse no seu leito de morte? “Eu estou vendo Ele; eu estou vendo o Noivo; como Ele é bonito!”. Ela estava a caminho de um hospital localizado em Campos do Jordão, onde viria a adormecer no Senhor e seu filho mais velho – meu falecido tio José Antonio de Campos – foi testemunha desse acontecimento. Ele foi o primeiro cristão da família e sofreu muito por causa da sua fé, mas também teve a alegria de saber que sua mãe havia se convertido a Jesus Cristo e que adormecera com a certeza da vida eterna. Por isso, tenho a esperança de me reencontrar com eles no Céu. Eu cresci vendo o sofrimento de minha mãe. Meus pais viviam brigando e, não bastasse isso, as pessoas sempre aprontavam alguma com minha mãe; não foi nada fácil. Então, prometi à minha mãe e a mim mesmo que um dia cuidaria dela e lhe daria uma condição melhor de vida. Vivendo nesse ambiente, fui educado para ser o “homem da casa”. Forte, decidido, valente. Não deveria demonstrar fraqueza, pois, afinal de contas, minha família dependia de mim. Isso mexeu muito comigo. Para você ter uma ideia, até pouco tempo atrás eu tinha dificuldade em me relacionar com Deus por causa disso. Não gostava de admitir que era fraco e que não sabia como agir em determinadas situações.
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Confesso que minha concepção de Deus era bastante superficial. Aprendi desde pequeno que Deus existia e que nos amava. Ponto final. Meus pais não tinham muito mais a acrescentar, uma vez que eles próprios não vivenciavam um relacionamento íntimo com Deus. Eram pessoas dignas e religiosas, mas não tinham um compromisso verdadeiro com o Senhor. Uma pena. Mesmo assim, eu fui uma criança normal e que adorava brincar. Meu Deus, eu brinquei muito! Eu adorava criar histórias e me inserir nelas. Fui guerreiro, príncipe, policial e tudo o mais que envolvesse ação e batalhas. Adorava me imaginar lutando e vencendo, é claro! Era uma criança igual a todas da minha idade, até que algo aconteceu em minha vida. Um fato que mudou radicalmente o meu futuro.
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Nill – Novembro de 1984 (14 anos) início da carreira.
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I POR LIVRE E ESPONTÂNEA PRESSÃO
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ão sei bem como isso aconteceu, só sei que apareceu em minha casa um disco da cantora Denise, uma jovem que ficou conhecida no meio evangélico por cantar ao lado de Luis de Carvalho na década de 70. Minha irmã, Lidiane, sempre foi muito talentosa, ela era uma espécie de criança prodígio. Embora fosse uma garotinha de 5 anos de idade, já era muito afinada. Não demorou muito para que ela decorasse as canções daquele disco e começasse a cantar as músicas pela casa. Meu pai sempre gostou de música, era comum ouvi-lo cantar músicas da Jovem Guarda. Então, imagine o que ele sentiu quando descobriu o talento da minha irmã? Ficou todo animado, é claro! Eu, pelo contrário, não me interessava por essas coisas. Queria ser médico. Por isso, não me entusiasmei com a descoberta da veia musical da minha irmãzinha. Porém, mesmo não me interessando por música, minha mãe me fez ter aulas particulares de violão. Assim, a contragosto, iniciei meus estudos musicais. 5
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Nesse meio tempo houve uma quermesse no Clube da Tecelagem Paraíba, fábrica onde meu pai trabalhava em São José dos Campos, interior do Estado de São Paulo. Nessa festa, um radialista chamado Reizinho fazia seu programa de rádio. Era um programa meio improvisado, onde o Reizinho permitia que cantores amadores mostrassem seus talentos. Só música sertaneja.
Lidiane no vocal, Nill na guitarra, com seus pais Lourdes e Laércio.
Adivinhe o que aconteceu? Meu pai teve uma brilhante ideia: levar sua filhinha talentosa, de 6 anos de idade, para cantar no programa do Reizinho! Só havia um problema, a apresentação era ao vivo, não havia play-back. Quem acompanharia sua filha? Espere um pouco, seu filho estava estu6
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dando violão, ele poderia acompanhar a irmã! Problema resolvido. Porém, havia outro “probleminha” que o meu pai não havia considerado: eu só conhecia três acordes: sol maior, dó maior e ré maior. Mas como esses acordes fazem parte do campo harmônico de sol maior, eu tinha em minhas mãos o 1º, o 4º e o 5º grau da tonalidade sol maior. Perfeito! Já era o suficiente, na opinião do meu pai, é lógico. E lá fui eu, cheio de vergonha, com um violão emprestado (e enorme!) para cima do palanque acompanhar a minha irmãzinha numa guarânia (um ritmo lento). A coitadinha quase cantou um rasqueado (um ritmo bem acelerado!), mas o povo gostou da apresentação. Fomos convidados para retornar na semana seguinte. Voltamos. Agradamos. Voltamos mais uma vez. Agradamos de novo. Não demorou muito para que começássemos a fazer nossos primeiros shows pelos bairros de São José dos Campos. Até aí, tudo bem. Afinal, eu só tinha que tocar o violão. Só que minha irmã começou a ficar rouca. Devido ao número exagerado de apresentações somado com a pouca idade e a falta de técnica, ela teve um calo nas cordas vocais. Foi um milagre não ter perdido a voz. Graças a Deus, logo ela ficou boa, mas o susto foi grande, por isso foi decidido que ela seria preservada, não cantaria mais com tanta frequência. Porém os shows continuavam a aparecer e meus pais não queriam perder aquela oportunidade. Foi então que eles tiveram outra ideia brilhante: seu filho mais velho cantaria também! Ah, que desespero! Você se lembra que eu queria ser médico? Então imagine como reagi àquele “pedido”. Por livre e espontânea “pressão”, em 1982, com 12 anos de idade, subi ao palco do Sindicato dos Têxteis para mais uma participação no programa do Reizinho, tremendo mais do que uma vara verde em minha primeira apresentação como cantor.
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Nill aos 14 anos.
Nill, inĂcio da carreira no show do Wandeco.
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Depois de cantar com uma voz trêmula e desafinada por aproximadamente 2 minutos, desci do palco. Sentia um misto de vergonha e curiosidade. Será que o público havia gostado? E para o meu espanto, as pessoas gostaram, ou melhor, suportaram! Depois disso conheci alguns músicos de garagem, sabe como é, pessoas que tocavam apenas porque gostavam de música, sem nenhum compromisso. Com eles formei meu primeiro conjunto, o conjunto Sol Nascente. A formação era digna das melhores bandas da região: na bateria, Carlinhos! No contra-baixo, “Zé” (meu professor de violão). No back vocal, Luiz Matias e Cidinha! Nossa crooner, Lidiane! E na guitarra e voz, Lenilson! Sim, Lenilson, porque até então eu não era conhecido como Nill. Ah, não posso me esquecer das bailarinas: Paulinha, Vânia, Rose, Mara e Elaine! Muito chique, fale a verdade. Começamos a nos apresentar em “showmícios” (shows políticos), quermesses, circos e no programa do Reizinho, é claro! e onde mais nos permitissem. Viajamos pelas redondezas de São José dos Campos e por algumas cidadezinhas próximas ao sul de Minas Gerais. Agora, se você está pensando que a gente ganhava dinheiro, está completamente enganado! Ficávamos felizes quando era possível ao menos cobrir as despesas. Por isso, aos 14 anos de idade, eu já estava cheio de tudo aquilo, não aguentava mais. Quando estava prestes a interromper minha precoce carreira artística e me dedicar exclusivamente aos estudos, veio para o Brasil um grupo que afetaria minha vida por completo: o grupo Menudo.
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