ÁLVARO SIZA, BEYOND THE ARCHITECT
(...) There is a constant search to identify the references and influences present in each project, but there are several reasons, emotional ones, that cannot be explained.
And this is the truly important thing. What each work is, and not how to explain it. (...)
Álvaro Siza (*)
In Álvaro Siza’s work, what fascinates me the most is the sensation felt when coming into contact and experiencing each one of his works, that is hard to translate and to reduce to words.
The extrasensory game, whether due to the unusual and singular complexity of its unequivocal (re) interpretation of the place or to its appropriation or addition, which seems so simple and obvious that it could not have been any other way, is naturally unquestionable.
Be it on the full scale of the “building”, or in the precise and most perfect placement of a light source or a window, allowing you to frame and direct your gaze to the outside, or even in the smallest detail of a groove.
As for Álvaro Siza, Intelligence, Audacity, Resilience, Persistence and Insight. Sensitivity, Humility and Honesty. Courage. And a brilliant sense of humor.
That’s how I see Álvaro Siza. And what I recognize in all his work.
Ana Leal(…) Il y a une grande recherche à l’identification des références et des influences présentes dans chaque projet, mais il y a plusieurs raisons, émotionnelles, qui ne peuvent pas s’expliquer.
Et c’est ce qui est réellement important. Ce que chaque œuvre est, et non pas comment l’expliquer. (…)
Álvaro Siza (*)
Dans le travail d’Álvaro Siza, ce qui me fascine le plus, c’est l’expérience sentie lors du contact et lors de l’expérience de chacune de ses œuvres, et qui peut difficilement être traduite et réduite à des mots.
Le jeu extrasensoriel, qu’il soit dû à la complexité inhabituelle et singulière de sa (ré) interprétation sans équivoque du lieu ou à son appropriation ou addition, qui parait si simple et évidente qu’il n’aurait pu en être autrement, est naturellement incontestable.
Que ce soit à l’échelle du «bâtiment», ou à celle de l’endroit précis et le plus parfait d’où surgit une source de lumière ou une fenêtre qui vous permet d’encadrer et de diriger votre regard vers l’extérieur, ou même à celle du moindre détail d’une encoche.
Quant à Álvaro Siza, Intelligence, Audace, Ténacité, Détermination et Perspicacité. Sensibilité, Humilité et Honnêteté. Courage. Et un brillant sens de l’humour.
C’est comme ça que je vois Álvaro Siza. Et ce que je revois dans tout son travail.
Ana Leal(…) Há uma procura constante em identificar as referências e influências presentes em cada projecto, mas há várias razões, emocionais, que não se explicam.
E isso é verdadeiramente o importante. O que cada obra é, e não como se explica. (…)
Álvaro Siza (*)
No trabalho de Álvaro Siza, o que mais me fascina é a experiência que o contacto e a vivência de cada obra sua proporciona, e que dificilmente se consegue traduzir e reduzir em palavras.
O jogo extrassensorial, seja pela complexidade incomum e singular da sua inequívoca (re)interpretação do lugar, ou pela sua apropriação ou adição aparentemente tão simples e óbvia, que não poderia ser de outra forma, é lhe naturalmente inquestionável.
Seja na escala total do “edifício”, no preciso e mais perfeito lugar onde surge uma entrada de luz, ou uma janela que permite emoldurar e conduzir o olhar para o exterior, ou mesmo no mais ínfimo detalhe de um entalhe.
Quanto a Álvaro Siza, Inteligência, Audácia, Resiliência, Persistência e Perspicácia. Sensibilidade, Humildade e Honestidade. Coragem. E um brilhante Sentido de Humor. É assim que vejo Álvaro Siza. E o que reconheço em toda a sua obra.
JOSÉ MANUEL PEDREIRINHO
BUILT AND UNBUILT EN
In the work of any architect, the relationship between the built and non-built works is always a dynamic one, as the latter ones can often pass to the status of the former.
This is what happens in the Álvaro Siza work, here most notably due to the large number of projects he developed.
Crucial, it seems to me, it is not to forget one at the expense of the other, because only by being attentive to the proposals of both can one find a global understanding of the plurality of situations that characterize the path and work of each author.
In fact, as it is said in the text, no work is designed not to be built, as this is always a later consequence and alien to the elaboration of the project and its author. A consequence that does not affect the project, but totally changes the relationship that we may or may not establish with each work.
As Siza reminds us, “the project is not architecture, but it is necessary to make architecture”. It is also very clear when he says that “the work allows us to go further”.
We are thus in a field of some ambiguity in relation to architecture, but also of greater clarity in relation to what are the ideas, concerns and intentions of each architect and his conception of each project. In fact, regardless of the more detailed analysis made in the text, in the non-built, haven´t been introduced the many and inevitable changes, adjustments or corrections to which the materialization of the project, obliges.
Changes that would be justified for optimizing or correcting specific aspects of the projects, or even changes that have been seen in the environment, as happened with several works by Álvaro Siza. Changes which, in most cases, have only to do with new intentions of the developer, or adaptations meanwhile reformulated, program changes or even corrections made necessary for the most diverse reasons.
It is also in the understanding of these limits that we must approach the projects not built and ensure that we read them together with those actually built.
José Manuel PedreirinhoDans l’œuvre de tout architecte, la relation entre les projets construits et non construits est toujours une relation dynamique car ces derniers peuvent, souvent, passer au statut des premiers.
C’est ce qui se passe dans les œuvres de Alvaro Siza, notamment en raison du grand nombre de projets qu’il a développés.
L’important, me semble-t-il, est d’en oublier aucune au détriment de l’autre, car ce n’est qu’en étant attentif aux propositions de chacune d’entre elles que l’on peut comprendre de façon plus globale la pluralité des situations qui caractérise le parcours et l’œuvre de chaque auteur.
De fait, comme il est dit dans le texte, aucune œuvre n’est conçue pour ne pas être réalisée, car la non-réalisation est toujours une conséquence ultérieure et étrangère à l’élaboration du projet et à son auteur. Une conséquence qui n’affecte pas le projet, mais change complètement la relation qu’on peut établir ou qu’on n’établira pas avec l’œuvre.
Comme nous le rappelle Siza, “le projet n’est pas de l’architecture, mais est nécessaire pour pouvoir faire de l’architecture”. Il est aussi très clair quand il dit que “les travaux permettent d’aller plus loin”.
Nous nous trouvons donc dans un champ d’une certaine ambiguïté par rapport à l’architecture, mais aussi d’une plus grande clarté par rapport à ce que sont les idées, les préoccupations et les intentions de chaque architecte et de son concept pour chaque projet. En effet, indépendamment de l’analyse plus détaillée faite dans le texte, dans le non construit, les nombreux (et inévitables?) changements, les adaptations ou les corrections que la concrétisation des projets et les modifications tout au long des travaux impliquent, n’ont pas encore été introduits.
Des changements qui seraient légitimes pour pouvoir optimiser ou corriger des aspects particuliers d’un projet, ou même des modifications dont, entretemps, on a pu vérifier l’impact, comme cela s’est passé avec plusieurs œuvres de Siza. Des altérations qui, la plupart des fois, n’ont qu’à voir avec les nouvelles intentions du chef de projet, ou alors des adaptations qui ont été reformulées, des altérations de programme ou même des corrections devenues nécessaires pour les raisons les plus diverses.
C’est également dans la compréhension de ces limites que nous devons aborder les projets non construits et être attentifs dans la lecture que nous faisons d’eux, lecture qui doit être faite en conjoint avec celle des projets réellement construits.
José Manuel PedreirinhoNa obra de qualquer arquitecto a relação entre as obras construídas e as não construídas é sempre uma relação dinâmica pois as segundas podem, muitas vezes, passar ao estatuto das primeiras.
É isso que acontece nas obras de Álvaro Siza, aqui de forma mais notória devido ao grande número de projectos por ele desenvolvidos.
Importante, parece-me, é não esquecer umas em detrimento das outras pois só estando atento às propostas de ambas é que se pode encontrar o entendimento global da pluralidade de situações que caracteriza o percurso e a obra de cada autor. De facto, tal como é dito no texto, nenhuma obra é projectada para não ser construída, pois esta é sempre uma consequência posterior e alheia à elaboração do projecto e ao seu autor. Uma consequência que não afecta o projecto, mas altera totalmente a relação que podemos ou não estabelecer com cada obra.
Como nos lembra Siza, “o projecto não é arquitectura, mas é necessário para se fazer arquitectura”. É também muito claro quando afirma que “a obra permite ir mais longe”.
Estamos assim num campo de alguma ambiguidade em relação à arquitectura, mas também de maior clareza em relação àquilo que são as ideias, as preocupações e as intenções de cada arquitecto e da sua concepção de cada projecto. De facto, independentemente da análise mais pormenorizada feita no texto, no não construído não foram ainda introduzidas as muitas e inevitáveis (?) alterações, adaptações ou correções a que a materialização dos projectos, e as modificações ocorridas ao longo da obra, sempre obrigam.
Alterações que se justificariam para optimizar ou corrigir aspectos pontuais dos projectos, ou até modificações entretanto verificadas na envolvente, como aconteceu com diversos trabalhos de Álvaro Siza. Alterações que, na maior parte das vezes, têm tão só a ver com novas intenções do dono da obra, ou adaptações entretanto reformuladas, alterações de programa ou até correções tornadas necessárias pelas mais diversas razões.
É também no entendimento destes limites que devemos abordar os projectos não construídos e acautelar a leitura que deles devemos fazer juntamente com os efectivamente construídos.
José Manuel PedreirinhoFIRST ENCOUNTERS EN
Great architecture exists outside time, while great architects define themselves at a certain moment in time and change the architectural world around them.
Alvaro Siza had been practicing for nearly 30 years by the time of his exhibition in 1986 at London’s 9H Gallery, but his schemes in Berlin, Porto and Vila do Conde represented a defining moment for some of my generation and a much larger part of the emerging generation of architects such as Jonathan Sergison, Stephen Bates, Jonathan Wolf and David Adjaye. In London at that time, with its climate of extravagant form making and brittle theory, the drawings of the Porto Faculty of Architecture revealed that there were still innocent places in the world where architecture could be made in the language of building, which attended to its location and people and was emotionally affecting. Despite the title of the Electa Monograph ‘Alvaro Siza-Poetic Profession’ which appeared around the time of exhibition, the means by which Siza’s work is affecting is not poetry but the authentic architectural capability to be precise and at the same time associative and open to personal interpretation. My account of first encounters with Siza’s buildings are just that, a personal interpretation by one architect looking at the work of another, then and now with amazement, an amazement that extends to the work of Fernando Tavora, Siza’s teacher, friend and sponsor.
Quinta da Conceição park in Matosinhos, designed by Tavora assisted by Siza looks out to a dock many kilometres long. Here and at Leça da Palmeira, where Siza designed the swimming pool on the beach, the docks, coastal highways and industrial plants defined a sparse infrastructural space against the sea in which these architects had to place their works. The park is substantial, almost at the scale of the dock, and filled with mature trees in ground retained by the original surrounding walls at a higher level than the road. A lawn is laid out as an entrance, and the ground on its three other sides is embanked. A pathway on the right-hand side ascends within the trees to a small square next to a pavilion from the original estate. From there a beaten track leads to Tavora’s tennis pavilion, a raised platform over store rooms with an inlaid terracotta floor and an exotic Japanesque roof supported on a rough concrete beam at head height. This very formal place looks across the tennis courts, with their sun and sounds to the kilometres long side of the dock and its lines of cranes. Broken lines of white marble in the terracotta tiled floor resemble the white lines in red tarmac of the tennis courts. It could be accidental, but visual similes repeatedly appear in the work of Tavora and Siza, indicating their visual sensitivity and sense of wholeness when viewing the surrounding world. From the small square the path continues up to a walled court of faded purple stucco by Tavora. The stillness and termination of its Baragan-like space is dispelled by the discovery of a massive stair within it that acts as the back entrance to the park. The vividness of the space and its gesture is underscored by the dullness of the back road to which it leads, and by the original gate of the estate nearby that is locked, unused and beautiful. Further along to the right the enclosure of Siza’s swimming pool comes into view among the trees.
Les grandes œuvres d’architecture sont intemporelles, alors que les grands architectes se définissent à un moment précis dans le temps et changent le monde architectural qui les entoure.
Álvaro Siza pratiquait l’architecture depuis près de 30 ans au moment de son exposition à la 9H Gallery de Londres, en 1986, mais ses projets à Berlin, Porto et Vila do Conde représentaient un moment décisif pour une partie de ma génération et une part beaucoup plus importante de la nouvelle génération d’architectes tels que Jonathan Sergison, Stephen Bates, Jonathan Wolf et David Adjaye. A Londres, à l’époque, avec son climat de créations aux formes extravagantes et recourant peu à la théorie, les esquisses de la Faculté d’Architecture de Porto ont montré qu’il y avait encore des endroits innocents dans le monde, où l’architecture pouvait être faite dans le langage de la construction, qui tenait en compte l’emplacement et les personnes et qui évoquait des émotions.
Malgré le titre de la monographie Electa ‘Alvaro Siza-Poetic Profession’, publiée au moment de l’exposition, la raison pour laquelle le travail de Siza est touchant n’est pas la poésie, mais l’authentique capacité architecturale d’être précis et à la fois révélateur d’intentions et ouvert à l’interprétation personnelle. Mon récit des premières rencontres avec les bâtiments de Siza n’est que cela, une interprétation personnelle d’un architecte regardant l’œuvre d’un autre avec admiration, à l’époque et toujours aujourd’hui, une admiration qui s’étend au travail de Fernando Távora, professeur, ami et sponsor de Siza.
Le parc de la Quinta da Conceição à Matosinhos, conçu par Távora assisté de Siza, donne sur un quai de plusieurs kilomètres de longueur. Ici et à Leça da Palmeira – où Siza a conçu la piscine sur la plage ainsi que les quais –, les autoroutes côtières et les sites industriels définissaient un espace infrastructurel presque vide, face à la mer, dans lequel ces architectes devaient tenter insérer leurs travaux.
Le parc est de taille considérable, presque à l’échelle du quai, et est rempli de grands arbres contenus dans un terrain entouré par ses murs d’origine, le tout surélevé par rapport à la route. Une pelouse fait fonction d’entrée, et le terrain sur ses trois autres côtés forme un remblai. Un chemin sur le côté droit monte à travers les arbres et mène à un petit square à côté du pavillon de la propriété d’origine. D’ici, un sentier battu mène au pavillon de tennis de Távora, une plateforme surélevée au-dessus d’espaces de rangement avec un sol en carreaux de terre cuite et un toit exotique de style japonais, soutenu par une poutre en béton brut à hauteur de tête. Cet espace très formel a une vue sur les terrains de tennis, ensoleillés et laissant entendre les sons parvenant des kilomètres de quais et de sa ligne de grues. Les lignes brisées du marbre blanc incrusté dans le sol de terre cuite rappellent les lignes blanches dans le tarmac rouge des terrains de tennis. Cela peut être un hasard, mais les rappels visuels apparaissent fréquemment dans les travaux de Távora et de Siza, démontrant leur sensibilité visuelle et esprit de totalité dans leur façon de voir le monde aux alentours. De la petite place, le chemin continue jusqu’à une cour murée de stuc violet délavé, faite par Távora.
A arquitetura grandiosa, existe fora do tempo, enquanto os grandes arquitetos se definem num determinado momento e mudam o mundo arquitetónico ao seu redor.
Álvaro Siza exercia há quase 30 anos na época da sua exposição em 1986 na Galeria 9H em Londres, mas os seus projetos em Berlim, Porto e Vila do Conde representaram um momento decisivo para parte da minha geração e para uma parte muito maior da geração de arquitetos emergentes como Jonathan Sergison, Stephen Bates, Jonathan Wolf e David Adjaye. Naquela época, em Londres, com seu clima de extravagância e teoria frágil, os projetos da Faculdade de Arquitetura do Porto revelaram que ainda havia lugares inocentes no mundo em que a arquitetura podia ser feita na linguagem da construção, que respeitava a sua localização e povo, e isso foi emocionante.Apesar do título da monografia de Electa ‘Álvaro Siza - Profissão Poética’, que apareceu na época da exposição, o meio pelo qual o trabalho de Siza influencia não é poesia, mas a autêntica capacidade arquitetónica de ser precisa e ao mesmo tempo associativa e aberta a interpretação pessoal. O meu relato dos primeiros encontros com os edifícios de Siza é apenas isso, uma interpretação pessoal de um arquiteto a olhar para o trabalho de outro, então e agora com espanto, um espanto que se estende ao trabalho de Fernando Távora, professor, amigo e mestre de Siza.
O parque da Quinta da Conceição, em Matosinhos, projetado por Távora, assistido por Siza, tem vista para um porto de muitos quilómetros de extensão. Aqui e em Leça da Palmeira, onde Siza projetou a piscina na praia, as docas, as rodovias costeiras e as instalações industriais, definiram um espaço escasso de infraestrutura contra o mar no qual esses arquitetos tiveram que colocar os seus trabalhos. O parque é substancial, quase na escala da doca, e cheio de árvores maduras no chão, retidas pelas paredes circundantes originais num nível superior ao da estrada. Um relvado é colocado como uma entrada, e o chão nos seus três outros lados é terraplanado. Um caminho do lado direito sobe por entre as árvores até uma pequena praça ao lado de um pavilhão da propriedade original. De lá, um trilho de terra batida leva ao pavilhão de ténis de Távora, uma plataforma elevada sobre os depósitos com piso de terracota embutido e um telhado japonês exótico apoiado numa viga de betão à altura da cabeça. Este lugar muito formal tem vista para os campos de ténis, com sol e sons ao longo da doca e suas filas de guindastes.Linhas quebradas de mármore branco no piso de terracota assemelham-se às linhas brancas no asfalto vermelho dos campos de ténis. Pode ser acidental, mas comparações visuais aparecem repetidamente no trabalho de Távora e Siza, indicando a sua sensibilidade visual e sensação de totalidade ao ver o mundo circundante. Da pequena praça, o caminho continua até uma praça murada de estuque roxo desbotado de Távora. A quietude e a terminação de seu espaço, semelhante a Baragan são dissipadas pela descoberta de uma enorme escada que funciona como a entrada traseira do parque.
MANUEL AIRES MATEUS SIZA, ARCHITECT
If I were asked to associate an image to Siza’s work, I would say a bird. Astonishing, inexplicable and yet incredibly familiar. With Siza, as with Pessoa, the common and the sublime meet on a gentle game of freedom, creating images that touch us for their intelligence as disturb us for its evidence.
In each drawing, Siza finds the right way to show us the problem through clear solution. The physical and cultural reality of each situation, is an intrinsic part of his reflexion and his thought, making each response unique. On the surprising responses and apparent simplicity, Siza generously allows us imagine that we also could have created, drawn.
The path of the project, a solitary and transcendent path read from the beginning to the end is, in the surprise of the result, unequivocal. But it is from the end to the beginning that the project allows us to reread its history, its condition, its place. It reveals to us a new fragment of the world and reinvents another way of looking at it. Each project, each path, is a loose chapter of common logic that finds in its creative freedom the construction of a book, of a life work.
Si on me demandait d’associer une image à l’œuvre de Siza, je dirais un oiseau. Impressionnant, inexplicable et pourtant incroyablement familier. Chez Siza, comme chez Pessoa, le banal et le sublime se croisent dans un doux jeu de liberté, créant des images qui à la fois nous émeuvent par leur intelligence et nous dérangent par leur évidence.
Dans chaque œuvre, Siza trouve la bonne façon de nous montrer le problème à travers la clarté de sa solution. La réalité physique et culturelle de chaque situation fait partie intégrante de sa réflexion et de ses pensées, rendant unique chaque réponse. Par des réponses surprenantes et pourtant d’une simplicité évidente, Siza nous permet, généreusement, d’imaginer que nous-mêmes aurions aussi pu les créer et les concevoir.
Le parcours du projet, un itinéraire solitaire et transcendant lorsqu’il est lu du début à la fin est, par la surprise du résultat, sans ambiguïté. Mais c’est de la fin au début que le projet nous permet de relire son histoire, son état, sa place. Il nous révèle un nouveau fragment du monde et réinvente une autre façon de voir les choses. Chaque projet, chaque parcours, est un chapitre en lui-même avec des logiques communes, qui trouve dans sa liberté créative la construction d’un livre, d’une œuvre sur la vie.
Se me pedissem para associar uma imagem à obra de Siza, diria um pássaro. Assombroso, inexplicável e no entanto incrivelmente familiar. Em Siza, tal como em Pessoa, o banal e o sublime encontram-se num suave jogo de liberdade, criando imagens que tanto nos comovem pela sua inteligência como nos inquietam pela evidência.
Em cada desenho, Siza encontra a forma certa de nos mostrar o problema através da clareza da solução. A realidade física e cultural de cada situação, é parte intrínseca da sua reflexão e do seu pensamento, tornando cada resposta única. Nas respostas surpreendentes e no entanto de uma aparente simplicidade, Siza permite-nos generosamente imaginar que também nós as poderíamos ter criado, desenhado.
O caminho do projecto, um percurso solitário e transcendente lido do princípio para o fim é, na surpresa do resultado, inequívoco. Mas é do fim para o principio, que o projecto nos permite reler a sua história, a sua condição, o seu lugar. Revela-nos um novo fragmento do mundo e reinventa uma outra forma de o olhar. Cada projecto, cada percurso, é um capítulo solto de lógicas comuns que encontra na sua liberdade criativa a construção de um livro, de uma obra sobre a vida.
ANTÓNIO CHOUPINA
SIZA(BLE)
From the sizable poem that is Álvaro Siza’s body of work, I will quote today a mere sestet. Six buildings spread across the world, six points for an architecture of resistance, as Frampton would say. Each point represents an iteration of sense and of Siza himself, that is, a discerning and profoundly personal interpretation of the site, its needs and the continuum of human experience – which we gravely call History.
In the reduction to a project’s essence, a “concise” or “Sizian” approach practically falls into synonymy’s domain. From sketch to physical matter, synthesis always thrives with Siza, in notebooks or in situ, also in the form of faithful collaborators, past and present. Such was the case of the Argentine Marco Rampulla during the construction of the Rosa Ziperovich Municipal Center, in Rosario, particularly with regard to his native climate.
A decentralization policy had allowed the Municipal Planning Secretary to commission Álvaro Siza for this first venture into the American continent. The great enthusiasm for the wideness of the southern district was emphasized by the longitudinality of the 1997 proposal, which was centered on a courtyard, similarly to monastic typologies. Unlike the Superior School of Education, in Setúbal, there’s a side-opening to the surroundings and the pilotis punctuate an interior perimeter, filtering the dramatic light through an uninterrupted horizontal window within the double-heighted sections.
The adjacent technical pavilion recalls the Insel-Hombroich Foundation, where Siza had started a biophysics institute (1995) that, thirteen years later, would become an architecture museum. With a room dedicated to its author and three more for the island’s architects – Erwin Heerich, Frei Otto and Raimund Abraham –, the center seems to be another court, overlooking Dusseldorf’s skyline. Size is not important, yet planimetric and morphologic affinities are.
The prolonging of visual axes demonstrates the Prairie Houses’ influence, in which Frank Lloyd Wright extruded centrifugal arms towards the landscape. Mies uses the same principles in the mythological Brick Country House, whose imagery Álvaro Siza evokes through a long wall that connects the exhibition space to one of the most important of photographic archives. As in the Lange House, in Krefeld, the porches’ lightness contrasts with the texture of the bricks that had been recovered from pre-existing demolitions.
It is therefore unsurprising that, in 2009, he was awarded the Fritz Höger Award – a recognizable brick expressionist –along with another former collaborator, Rudolf Finsterwalder. The urban plan that they both developed for the former military base, in 2005, is still unbuilt. At the Spaceplacelab, a series of volumes would be added around the Siza pavilion: studios and offices, carpentry and masonry pavilions, a hotel and a museum. The circular composition would protect the agricultural center from the highway, defining a sort of clearing in the forest, made out of architectural topography.
Du vaste poème qui est le corps de l’œuvre de Álvaro Siza, je ne citerai aujourd’hui qu’un seul sizain. Six bâtiments autour du monde, six points pour une architecture de résistance, comme dirait Frampton. Chaque point représente une itération de sens et de Siza lui-même, c’est-à-dire, une interprétation judicieuse et profondément personnelle du lieu, de ses besoins et de la continuité de l’expérience humaine – que nous appelons gravement l’Histoire.
Dans la réduction à l’essence projective, une approche “concise“ ou “Sizien“ tombe pratiquement dans le domaine de la synonymie. De l’esquisse à la matière physique, la synthèse s’épanouit toujours avec Siza, dans le cahier ou in situ, également sous la forme de collaborateurs fidèles, présents et passés. Ce fut le cas de l’argentin Marco Rampulla lors de la construction du Centre Municipal Rosa Ziperovich, à Rosario, en particulier en ce qui concerne son climat d’origine.
Une politique de décentralisation avait permis au secrétaire à l’urbanisme municipal de charger Álvaro Siza de son premier entreprise sur le continent américain. Le grand enthousiasme pour l’amplitude du quartier sud est souligné par la longitudinalité de l’ensemble proposé en 1997, centré sur un patio similaire à la typologie monastique. Contrairement à l’École Supérieure d’Enseignement, à Setúbal, l’ouverture sur l’environnement est latérale et les pilotis ponctuent le périmètre intérieur, filtrant la lumière dramatique à travers une fenêtre horizontale ininterrompue, associée aux sections à double hauteur.
Le pavillon technique adjacent rappelle la Fondation Insel-Hombroich, où Siza avait commencé un institut de biophysique (1995) qui est devenu un musée d’architecture, treize ans plus tard. Avec une salle dédiée à l’auteur et trois autres pour le reste des architectes de l’île – Erwin Heerich, Frei Otto et Raimund Abraham –, le centre est encore un patio qui surplombe l’horizon de Düsseldorf. La dimension n’est pas d’importante, mais oui l’affinité planimétrique et morphologique.
L’extension des axes visuels démontre l’influence des Maisons de la Prairie, dans lesquelles Frank Lloyd Wright extrude des bras centrifuges vers le paysage. Mies utilise les mêmes principes dans la mythique Maison de Campagne en Brique, dont l’imagerie Álvaro Siza évoque à travers le long mur qui relie l’espace d’exposition à l’une des archives photographiques les plus importantes. Comme dans la Maison Lange, à Krefeld, les porches lumineux contrastent avec la texture des briques, récupérées ici des démolitions préexistantes.
Il n’est donc pas surprenant qu’en 2009, Siza ait reçu le Prix Fritz Höger – expressionniste de brique reconnu – avec un autre vieux collaborateur, Rudolf Finsterwalder. Le plan urbain élaboré en 2005 pour l’ancienne base militaire n’est toujours pas construit.
Do vasto poema que é o corpo de obra de Álvaro Siza, citarei hoje apenas uma sextilha. Seis edifícios espalhados pelo mundo, seis pontos para uma arquitectura de resistência, como diria Frampton. Cada ponto representa uma iteração do siso e do próprio Siza, isto é, uma criteriosa e profundamente pessoal interpretação do lugar, das suas necessidades e do contínuo da experiência humana – o qual designamos gravemente de História.
Na redução à essência projectual, uma abordagem “concisa” ou “com Siza” entra praticamente no domínio da sinonímia. Do esquisso à matéria física, a síntese prospera sempre com Siza, no caderno ou in situ, também sob a forma de fiéis colaboradores, passados e presentes. Tal foi o caso do argentino Marco Rampulla durante a construção do Centro Municipal Rosa Ziperovich, em Rosário, particularmente no que respeitou ao seu clima natal.
Uma política de descentralização permitira ao Secretário de Planeamento Municipal encomendar a Álvaro Siza o seu primeiro trabalho no continente americano. O grande entusiasmo pela amplitude do distrito sul é enfatizado pela longitudinalidade do conjunto proposto em 1997, que se centra num pátio à semelhança da tipologia monacal. Ao contrário da Escola Superior de Educação, em Setúbal, a abertura à envolvente é lateral e os pilotis pontuam o perímetro interior, filtrando a dramática luz através de um ininterrupto vão horizontal que se associa ao pé-direito duplo. O adjacente pavilhão técnico recorda a Fundação InselHombroich, onde Siza iniciara um instituto de biofísica (1995) que se tornaria museu de arquitectura, treze anos depois. Com uma sala dedicada ao autor e outras três aos restantes arquitectos da ilha – Erwin Heerich, Frei Otto e Raimund Abraham –, o centro é novamente um pátio que aqui se debruça no horizonte sobre a silhueta de Dusseldorf. O tamanho não importa, mas sim a afinidade planimétrica e morfológica.
O prolongamento dos eixos visuais demonstra a influência das Casas de Pradaria, nas quais Frank Lloyd Wright extrudia braços centrífugos em direcção à paisagem. Mies utiliza os mesmos princípios na mitológica Casa de Campo em Tijolo, cuja imagética Álvaro Siza evoca através do longo muro que liga o espaço expositivo a um dos mais importantes arquivos fotográficos. Conforme na Casa Lange, em Krefeld, os alvos alpendres contrastam com a textura dos tijolos, recuperados de preexistentes demolições.
Não é então surpreendente que, em 2009, Siza tenha sido galardoado com o Prémio Fritz Höger – reconhecido expressionista do tijolo – juntamente com outro excolaborador, Rudolf Finsterwalder. O plano urbano que ambos desenvolveram em 2005 para a antiga base militar continua por executar. No Raumortlabor, juntar-se-ia uma série de volumes ao entorno do pavilhão: estúdios e escritórios, pavilhões de carpintaria e alvenaria, um hotel e um museu.
MARCO RAMPULLA
THE BRAND SIZA… EN FR
A continuous, firm, safe and beautiful line…
The magical capacity for synthesis, to speak little and when he speaks, seduces, involves, passes. A model, some geometric rules, number of features that evolve, silence..., a cigarette, a coffee, a city landscape that accompanies it, the Douro River... firmer features, a cut in the model, new shapes, new horizons, another cigarette, another coffee...
Then the work, the details, the rigor, the proportions, the scale, the light, the support, the surprise, the inconveniences transformed into virtues, an attitude... Trying to code Siza’s architecture, or, for Siza, would be to dematerialize it, reduce it to a cramped place, with no options.
Siza opens, evolves, changes, reinvents, opines, assumes, takes the risk ...A doorknob, a hinge, a table, a chair, a lamp, the necessary complicity of the parts, a whole, a message...
Perhaps the best way to understand him, it is to appreciate him, without conditions, observe him, study him, enjoy him, like the best of wines, like a refined taste that we experience, a poem by Pessoa, a fado by Amália Rodrigues...
With the maturity of time, the spirit of an idealist, the strength of a Portuguese bricklayer and the delicacy of a cabinetmaker, Siza transcends, from the private to the universal, from Porto to Portugal and from there to the world.
Une
ligne continue, ferme, sûre et belle…
La capacité magique de synthèse, de parler peu et quand il parle, il séduit, engage et transmet.
Une maquette, quelques règles géomètriques, un nombre de traits qui augmente, un silence …, une cigarette, un café, un paysage de la ville qui l’accompagne, le fleuve du Douro… des lignes plus fermes, une découpe dans la maquette, de nouvelles formes, de nouveaux horizons, encore une cigarette, encore un café…
Ensuite, le travail, les détails, la rigueur, les proportions, l’échelle, la lumière, le support, la surprise, les inconvénients transformés en vertus, une attitude…
Tenter codifier l’architecture de Siza, ou, pour Siza, ce serait plutôt de la dématérialiser, la réduire à un endroit restreint, sans options. Siza ouvre, évolue, change, réinvente, opine, assume, prend des risques… Une poignée de portes, une charnière, une table, une chaise, une ampoule, la complicité nécessaire des différentes parties, un tout, un message…
Peut-être la meilleure façon de le comprendre serait de l’apprécier, sans conditions, en l’observant, en l’étudiant, en le savourant, comme le meilleur des vins, comme une saveur raffinée qu’on goûte pour la première fois, un poème de Pessoa, un fado de Amália Rodrigues…
Avec la maturité du temps, l’esprit d’un idéaliste, la forçe d’un maçon portugais et la délicatesse d’un ébéniste, Siza transcende, du particulier à l’universel, de Porto au Portugal et de là au reste du monde.
Marco RampullaUm traço contínuo, firme, seguro e belo...
A capacidade mágica de síntese, falar pouco e quando ele fala, seduz, envolve, transmite.
Uma maqueta, algumas regras geométricas, número de traços que evoluem, silêncio..., um cigarro, um café, uma paisagem de cidade que acompanha, o rio Douro... traços mais firmes, um corte na maqueta, novas formas, novos horizontes , outro cigarro, outro café...
Depois o trabalho, os detalhes, o rigor, as proporções, a escala, a luz, o suporte, a surpresa, os inconvenientes transformados em virtudes, uma atitude...
Tentar codificar a arquitectura de Siza, ou, para Siza, seria desmaterializá-la, reduzi-la a um local apertado, sem opções. Siza abre, evolui, muda, reinventa, opina, assume, arrisca... Uma maçaneta, uma dobradiça, uma mesa, uma cadeira, uma lâmpada, a cumplicidade necessária das partes, um todo, uma mensagem...
Talvez a melhor maneira de entendê-lo seja apreciá-lo, sem condições, observá-lo, estudá-lo, saborea-lo, como o melhor dos vinhos, como um gosto requintado que experimentamos, um poema de Pessoa, um fado de Amália Rodrigues...
Com a maturidade do tempo, o espírito de um idealista, a força de um pedreiro português e a delicadeza de um marceneiro, Siza transcende, do particular ao universal, do Porto a Portugal e de lá ao mundo.
Marco Rampulla1997-2001
SOUTH DISTRICT CITY HALL
Rosário, Argentina
The project for the Southern District Municipal Center is located on the southern sector of the city of Rosário, with a low population density. It occupies a block limited by Pasage La Bajada to the south, Calle Buenos Aires to the west, Calle Juan Manel Rosas to the east and Avenida Uriburu to the north. The building respects the existing ceilings in the sector (6m, corresponding to the ground floor and first floor) and is developed on a single floor around a patio.
The geometry of the project is identified with the grid structure of the city, thus enabling a balanced and diverse reading in its different orientations. On Avenida Uriburu (north) a void separates the auditorium from the areas of complementary services, with both sectors having independent access.
On Calle Buenos Aires (west), the socio-cultural area (auditorium, multipurpose room and studios) develops, adopting different shapes and heights. The administrative areas occupy a continuous front of protection and closure of the courtyard, facing Calle La Bajada and Calle Juan Manel Rosa (south and east). The courtyard opens to the north over Avenida Uriburu and from there the main atrium of distribution is accessed through the different areas of the building.
The small-scale surroundings, the orientations, the existing afforestation and the characteristics of the surrounding streets determine the layout and expression of the building.
Álvaro Siza
The first meeting with Siza in Rosario was in 1997, when he was invited to participate in a housing competition, organized by the municipality of Rosario, through the then Secretary of Planning, architect Ruben Palumbo. At the same time, they offered to develop the CMDS project that Siza accepted with great enthusiasm and for which he called me. It was his first work on the American continent!
We went to visit the land and spent the whole morning enjoying the place. Photographs of the context, measurements of sidewalks, trees and especially his interest in the climate, guidelines, possible uses, etc. Everything carefully noted in his black notebook… These data were always present since the beginning of the project’s development. I remember two comments... “Beautiful trees” and “How much space”.
In Porto, together with the architect Mariel Suarez, he started the work that happened continuously, harmoniously and with great enthusiasm! Among drawings, models and teas...
A single floor, a “Central Square”, a continuous space was displayed in a harmonious and silent way...Then the work... I moved to Rosario and together with Mariel we started the task!
Everything was going according to plan.
Le projet pour le Centre Municipal du District Sud est situé dans la région sud de la ville de Rosário, avec une faible densité de population. Il occupe un quartier délimité par Pasage de La Bajada au sud, Calle Buenos Aires à l’ouest, Calle Juan Manel Rosas à l’est et Avenida Uriburu au nord. Le bâtiment respecte minutieusement les limites existantes pour la zone (6 mètres, correspondant à un rez-de-chaussée et un étage) et est constitué d’un unique étage autour d’une cour.
La géométrie du projet rappelle la structure en damier de la ville, permettant ainsi une lecture équilibrée et diversifiée dans ses différentes orientations. Dans la partie donnant sur Avenida Uriburu (nord), un vide sépare l’auditoire des zones de services complémentaires, les deux espaces ayant des entrées indépendantes.
Dans la partie tournée vers Calle Buenos Aires (ouest) on retrouve un espace socio-culturel (auditorium, salle polyvalente et studios) adoptant de différentes formes et hauteurs. Les zones administratives occupent un espace en longueur qui agit comme protection et clôture de la cour, et sont orientées vers Calle La Bajada et Calle Juan Manel Rosa (sud et est). La cour s’ouvre au nord sur la Avenida Uriburu et permet l’accès à l’atrium principal d’orientation vers les différentes zones du bâtiment.
Sa petite échelle, les orientations, les arbres existants et les caractéristiques des rues qui l’entourent déterminent l’aménagement et l’expression du bâtiment.
Álvaro Siza
La première rencontre avec Siza à Rosário a eu lieu en 1997, quand il a été invité à participer à un concours d’habitations, organisé par la mairie de Rosário, par l’intermédiaire de l’architecte Ruben Palumbo, à l’époque secrétaire de la Planification.En même temps, ils ont proposé de développer le projet du CMDS que Siza a accepté avec beaucoup d’enthousiasme et pour lequel il m’a appelé. C’était son premier projet sur le continent américain!
Nous sommes allés visiter le terrain et avons passé toute la matinée à connaître l’endroit. Photographies du contexte, mesures de trottoirs, arbres et principalement son intérêt pour le climat, les orientations, les usages possibles, etc… Le tout soigneusement noté dans son carnet noir… Ces notes étaient toujours présentes, dès le début du développement du projet.Je me souviens de deux commentaires… “Beaux arbres” et “Quel espace”.
A Porto, aux côtés de l’architecte Mariel Suarez, il a commencé le travail, qui s’est déroulé en continu, harmonieusement et avec beaucoup d’enthousiasme! Entre dessins, maquettes et thés…
Un seul étage, une “place centrale”, un espace continu, était proposé de façon harmonieuse et silencieuse… Ensuite le travail… J’ai déménagé à Rosário et avec Mariel, nous avons commencé la tâche!
Tout s’est déroulé comme prévu.
O projecto para o Centro Municipal do Distrito Sul situa-se no sector sul da cidade do Rosário, de baixa densidade de população. Ocupa um quarteirão limitado pelo Pasage La Bajada a sul, Calle Buenos Aires a oeste, Calle Juan Manel Rosas a este e Avenida Uriburu a norte. O edifício respeita sensivelmente a cércea existente no sector (6 metros, correspondendo a rés do chão e um piso) e desenvolve-se num só piso em torno de um pátio.
A geometria do projecto identifica-se com a estrutura de quadrícula da cidade, possibilitando assim uma leitura equilibrada e diversa nas suas distintas orientações. Sobre a Avenida Uriburu (norte) um vazio separa o auditório das áreas de serviços complementares, dispondo ambos os sectores de acessos independentes.
Sobre a Calle Buenos Aires (oeste) desenvolve-se a área sóciocultural (auditório, sala polivalente e estúdios) adoptando diferentes formas e alturas. As áreas administrativas ocupam uma frente contínua de protecção e encerramento do pátio, com frente sobre a Calle La Bajada e a Calle Juan Manel Rosa (sul e leste). O pátio abre-se a norte sobre a Avenida Uriburu e a partir dele se acede ao átrio principal de distribuição pelas diferentes áreas do edifício.
A envolvente de pequena escala, as orientações, a arborização existente e as características dos arruamentos envolventes determinam a disposição e expressão do edifico.
O primeiro encontro com Siza em Rosário foi em 1997, quando ele foi convidado a participar num concurso habitacional, organizado pelo município de Rosário, através do, então secretário de Planeamento, arquitecto Ruben Palumbo. Ao mesmo tempo, eles se ofereceram para desenvolver o projecto CMDS que Siza aceitou com grande entusiasmo e pelo qual me convocou. Foi a sua primeira obra no continente americano! Fomos visitar o terreno e passamos a manhã inteira apreciando o local. Fotografias do contexto, medidas de calçadas, árvores e principalmente o seu interesse pelo clima, as orientações, os possíveis usos, etc... Tudo cuidadosamente apontado no seu caderno preto... Esses dados estavam sempre presentes desde o início do desenvolvimento do projecto. Lembro-me de dois comentários... “Belas árvores” e “Quanto espaço”.
Já no Porto, ao lado do Arqta. Mariel Suarez iniciou o trabalho que acontecia de forma contínua, harmoniosa e com grande entusiasmo! Entre desenhos, maquetes e chás...
Um único andar, uma “Praça Central”, um espaço contínuo foi exibido de maneira harmoniosa e silenciosa... Depois o trabalho... Mudei-me para Rosário e junto com Mariel começamos a tarefa!
Tudo corria conforme o planeado.
Already in 60% of the execution, Siza makes the only visit to the site...On the weekend before arrival, we were amazed that they had cleared the entire line of trees in the Bv. Uriburu, the main façade, justifying that they were sick, replacing them with Fresnos no more than a meter tall….This caused a great aversion to Siza who said: “You took Paradise, now I will decide which species to replace you...”. Strolling through the Parks and Avenues of Rosario, Siza, Mariel and me, after a few laps, he said “I want those” referring to the leafy Tipas spread around the city...
The decision was passed with the requirement that they should be planted with at least 10 meters high ...
Déjà à 60% de son exécution, Siza fait son unique visite aux travaux… Le week-end avant son arrivée, nous avons été surpris par le fait qu’on ait enlevé toute la rangée d’arbres du Boulevard Uriburu, la façade principale, justifié par le fait que les arbres soient malades, les remplaçant par des Frênes ne dépassant pas un mètre de hauteur…. Cela a provoqué une grande tristesse chez Siza et il dit: “Vous avez tiré le Paradis, maintenant je vais décider avec quelles espèces les remplacer…” Se promenant par les Parcs et Avenues de Rosário, Siza, Mariel et moi; au bout de quelques tours, il dit “Je voudrais ceux-là”, se référant aux Tipa verdoyants parsemés dans la ville…
Já em 60% da execução, Siza faz a única visita à obra... No fim-de-semana antes da chegada, ficamos espantados por eles terem tirado toda a linha de árvores no Bv. Uriburu, a fachada principal, justificando que estavam doentes, substituindo-os por Fresnos com não mais do que um metro de altura…. Isso causou uma grande aversão a Siza e disse: “Vocês tiraram o Paraíso, agora vou decidir com que espécie substituí-los...” Passeando pelos Parques e Avenidas de Rosário, Siza, Mariel e eu, e depois de algumas voltas, ele disse “Eu quero aqueles” referindo-se às frondosas Tipas espalhadas pela cidade… A decisão foi transmitida com a exigência de que deviam ser plantadas com um mínimo de 10 metros de altura...
2000-2008
MUSEUM INSEL HOMBROICH
Neuss, Germany
Poetic is alvaro sizas idea of nature and so is his project placed into the landscape. Arriving at the raketentation of insel hombroich, first there is only the roof of the building visible. A well staged way leads the visitor through earth walls to the main entrance. Enterng the museum, someone can reach after a tiurn the main space, that shows with a spectacular view the main intention of the building. All rooms are orientated arund a center court, that offers a framed view to the landscape and the skyline of düsseldorf. On an armlike extension of the building is the volume that hosts the foto-collection and gives even more tension to the ensemble.
the exterior walls are covered with the same irregular type of brick like the existing buildings of the foundation, its a recovered brick from old houses. solid oak beams carry the roof and are at the some moment the visible ceiling of the onestory heigh building. the floor is a little above the surrounding fields, not to loose the contact to the environment. the flat volume shows with its low windows and not very high rooms a horizontal dimension and its relation to the landscape.
the floor is built with oak boards, the walls are white. the almost white portuguese limb stone is used for the restrooms, the entrance building and the windowsills.
the building is supposed to be an architectural museum that shows the collection of the foundation. all architects who built for the foundation should be shown here. the future director wilfried wang wants to show changing exhibitions as well as parts of the collection.
the foto-archive, that is curated by volker kahmen, will host an important collection of art-fotography.
Rudolf FinsterwalderL’idée de nature de Siza est poétique, tout comme son projet, inséré dans le paysage. En arrivant à la Raketenstation de l’Ile de Hombroich, à première vue on ne voit que le toit du bâtiment. Un chemin bien mis en scène mène le public à travers de murs de terre vers l’entrée principale. En entrant dans le musée, en tournant un angle, on rejoint l’espace principal. D’un regard, cette vue spectaculaire montre clairement l’intention principale du projet. Les pièces sont toutes orientées autour d’une cour centrale, qui offre une vue cadrée sur le paysage et les toits de Düsseldorf. Dans une aile en forme de bras se trouve le volume qui héberge la collection de photos et qui donne encore plus de tension à l’ensemble.
Les murs extérieurs sont couverts de la même brique irrégulière que les bâtiments existants; c’est de la brique récupérée de vieilles maisons. Des poutres en chêne massif supportent le toit et sont en même temps le plafond visible de cet étage unique. Le sol est légèrement élevé par rapport aux champs qui entourent le bâtiment, pour ne pas perdre le contact avec l’environnement. Avec ses basses fenêtres et pièces à plafond relativement bas, ce volume plat montre sa dimension horizontale et sa relation avec le paysage.
Le plancher est fait en chêne, les murs sont blancs. La pierre calcaire portugaise blanche est utilisée pour les salles de bains, le bâtiment d’entrée et les rebords de fenêtre.
Le bâtiment est censé être un musée architectural qui présente la collection de la fondation. Tous les architectes qui construisent pour la fondation devraient y être représentés. Le futur directeur Wilfried Wang veut montrer des expositions temporaires ainsi que des parties de la collection.
L’archive photographique, organisé par Volker Kahmen, accueillera une importante collection de photographie d’art.
Rudolf FinsterwalderPoética, é a ideia de Álvaro Siza da Natureza e assim é o seu edifício colocado na paisagem. Quando se chega de Raketentation, de Insel Hombroich, vê-se, unicamente, a cobertura do edifício. Um percurso encenado conduz o visitante, através de paredes de terra, até à entrada principal. No interior do museu, depois de o contornar, chega-se ao espaço principal, que abre para a paisagem e o jardim, sendo esta a intenção principal do edifício. Todos os espaços estão orientados para o pátio central, que oferece uma vista enquadrada com a paisagem e, no horizonte, Düsseldorf. Numa extensão, semelhante a um braço do edifício, surge o volume que guarda a colecção de fotografia, criando uma tensão maior ao conjunto.
As paredes exteriores são cobertas com o mesmo tipo irregular de tijolo, recuperado de casas antigas, à semelhança dos edifícios existentes na Fundação. Vigas de carvalho maciço carregam o tecto e são, em certo momento, o tecto visível do edifício alto de um andar. Para não perder o contacto com o meio ambiente, o piso fica um pouco acima dos campos a redor. Com as janelas baixas e salas ligeiramente altas, o volume plano mostra uma dimensão horizontal e a sua relação com a paisagem.
O piso é construído com tábuas de carvalho, as paredes são brancas. A pedra portuguesa quase branca é usada nas instalações sanitárias, no edificio da entrada e nos parapeitos das janelas.
O edifício deverá ser um museu de arquitectura que mostra a colecção da Fundação. Todos os arquitectos que construíram para a Fundação deveram ser expostos aqui. O futuro director Wilfried Wang quer mostrar exposições em mudança, bem como partes da colecção.
O arquivo fotográfico, com curadoria de Volker Kahmen, abrigará uma importante colecção de fotografia-arte.
2006-2009
MIMESIS MUSEUM
Gyeonggi-do, South Korea
This Museum is destined to a particular collection of Contemporary Art.
It is located in a growth area of the Paju city, in South Korea. The foreseen program occupies one underground floor, two floors and mezzanine.
Underground floor – deposits and technical areas. Floor 0 – reception, temporary exhibitions space and cafeteria. Mezzanine – administrative area and store. Superior floor – exhibition area.
The edifying volume, defined by bend surfaces in white concrete, growths around a yard, open in one of the extremity. The natural and artificial illumination of the exhibition areas it is, in the biggest surface, superior and indirect.
Álvaro Siza
Ce musée est destiné à une collection privée d’Art Contemporain
Il est situé dans une zone de croissance de Paju City, en Corée du Sud.
Le programme prévu occupe un sous-sol, deux étages et une mezzanine.
Sous-sol – stockage et zones techniques Étage 0 – accueil, espace d’expositions temporaires et cafétéria Mezzanine – zone administrative et boutique Étage supérieur – espace d’exposition
Le volume construit, défini par des surfaces courbes en béton blanc, est fait autour d’un jardin, ouvert dans l’une de ses extrémités. L’éclairage naturel et artificiel des zones d’exposition est, dans la plus grande partie, plafonnier et indirect.
Álvaro Siza
O Museu é destinado a uma colecção particular de Arte Contemporânea.
Situa-se numa zona em desenvolvimento da cidade de Paju, Coreia do Sul.
O programa previsto ocupa cave, dois pisos e mezanino. Cave – depósitos e áreas técnicas.
Rés-do-chão – recepção, espaço para exposições temporárias e cafetaria.
Mezanino – área administrativa e loja.
Piso Superior – área expositiva.
O volume edificado, definido por superfícies curvas em betão branco, desenvolve- se em torno de um pátio, aberto num dos extremos. A iluminação natural e artificial das áreas expositivas é, na maior superfície, superior e indirecta.
Álvaro Siza
There once was a chinese emperor who liked cats a lot, and one day he called upon the most famous painter in the Empire and asked him to paint him a cat. The artist liked the idea and promised that he would work on it. A year passed and the Emperor remembered that the painter still had not given him the painting of the cat. He called him: What of the cat? It is nearly ready, answered the artist. Another year went by, and another and another. The scene kept repeating itself. After seven years, the Emperor’s patience came to an end and he sent for the painter. What of the cat? Seven years have gone by. You have promised and promised but I still haven’t seen one! The painter grabs a sheet of rice paper, an ink well, one of those brushes like you can only get in the East and… in an elegant and sublime gesture he draws a cat, which was not just a cat but only the most beautiful cat ever seen. The Emperor was ecstatic, overwhelmed with such beauty. He did not neglect (which is no longer the case nowadays) to ask the artist how much he would charge for such beautiful drawing. The painter asked for a sum which surprised the Emperor. So much money for a drawing that you did in two seconds, in front of me? said the Emperor. Yes Excellency, that is true, but I have been drawing cats for seven years now, replied the poor painter.
The project for the Museum Mimesis, already under construction in the new town of Paju Book City in South Korea, is a cat. The client didn’t have to wait for seven years for his drawing of a cat, but Álvaro Siza has been drawing cats for over seven years now.
He has never seen a Korean cat, because he has never been there. In one day I briefed him on the site, and brought along a small site model, showing the boundaries and the immediate context. In one single gesture, a cat was drawn.
Il était une fois un empereur chinois qui aimait beaucoup les chats, et un jour il fit appel au peintre le plus célèbre de l’Empire en lui demandant de peindre un chat. L’artiste aimait l’idée et lui promit qu’il y travaillera. Une année s’écoula et l’Empereur se souvint que le peintre ne lui avait toujours pas donné la peinture du chat. Il l’appela en disant: Et donc, le chat? Il est presque fini, répondit l’artiste. Une autre année s’écoula, et encore une, et puis une autre. L’histoire se répéta. Au bout de sept ans, l’Empereur perdit la patience et retrouva le peintre. Et donc, le chat? Sept années se sont écoulées. Vous m’avez promis et promis mais je n’en ai toujours rien vu. Le peintre prit une feuille de riz, un encrier, un de ces pinceaux qui ne se trouvent qu’en Orient et… d’un geste élégant et sublime il dessina un chat, non pas un simple chat, mais le plus beau chat qu’il ait jamais vu. L’Empereur était en extase, dépassé pas une telle beauté. Il n’oublia pas de demander (ce qui n’est désormais plus le cas) à l’artiste quel serait le prix d’un si beau dessin. Le peintre lui demanda une somme qui a surprise l’Empereur. Tant d’argent pour un dessin que vous avez fait en deux secondes, devant moi? dit l’Empereur. Oui, Mon Excellence, c’est vrai, mais je dessine des chats depuis sept ans, répondit le pauvre peintre.
Le projet pour le Musée Mimesis, déjà en construction dans la nouvelle ville de Paju Book City, en Corée du Sud, est un chat. Le client n’a pas dû attendre sept années pour son dessin de chat, mais Álvaro Siza dessine des chats depuis plus de sept ans. Il n’a jamais vu de chat coréen, car il n’y a jamais été.
En un jour, je l’ai briefé sur l’emplacement et j’ai apporté un petit modèle de l’endroit, lui montrant les limites de l’enceinte ainsi que l’environnement immédiat. En un geste, le chat a été dessiné. Le Mimesis est un chat.
Era uma vez um imperador chinês que gostava muito de gatos e lembrou-se de chamar o pintor mais conceituado do império para lhe desenhar um gato. Ao artista agradoulhe a ideia e prometeu que iria trabalhar no assunto. Passou um ano e o imperador lembrou-se que o pintor ainda não tinha entregue o desenho do gato. Chamou-o: Qué do gato? Está quase, está quase! disse o artista. Passou mais um ano e outro, e outro, e a cena repetia-se. Passados sete anos a paciência do imperador esgotou-se e mandou chamar o pintor. Qué do gato? Já passaram sete anos, prometeste, prometeste e ainda não vi gato nenhum!
O pintor pega numa folha de papel de arroz, num tinteiro de tinta da china e num daqueles pincéis que só existem no oriente e... Num gesto elegante e sublime desenha um gato, que não era um gato mas o gato mais belo que jamais foi visto. O imperador ficou extasiado, deslumbrado, e perante tanta beleza, não se esqueceu (coisa que hoje em dia deixou de ser hábito) de perguntar ao artista quanto queria por tão belo desenho. O pintor pediu uma soma que espantou o Imperador. Tanto dinheiro por um desenho que tu fizeste em dois segundos, à minha frente! disse o imperador. Pois é Excelência, mas andei sete anos a desenhar gatos, disse o pobre do pintor.
O projecto para o Museu Mimesis, já em construção na nova cidade Paju Book City na Coreia do Sul é um gato. O cliente não esperou sete anos para ter o seu desenho do gato, mas o Álvaro Siza desenha há mais de sete anos. Nunca viu um gato coreano, porque nunca lá esteve.
Num dia expliquei-lhe o local e mostrei-lhe uma pequena maqueta do terreno, dos limites e das envolvências. Num gesto único saiu um gato.
The Mimesis is a cat. A cat, all curled up and also open, that stretches and yawns. It’s all there. All you need to do is look and look again. At first the design team members could not understand how that sketch of a cat could be a building. I have in my days seen many sketches of cats, and am always overwhelmed by them, can’t get tired of them. I want to see more cats, more sketches of cats, for several seven years have gone by.
In architecture, after an initial sketch comes the torment. The initial design, models, drawings, corrections to these, doubts, new drawings, new models, a presentation to the client, who had already seen other projects but could not conceal his surprise at this one. Once approved, we progressed the project on through the usual steps, which in Korea are shorter and less bureaucratic.
The brief has not been altered, but it is necessary to make some adjustments as part of the evolution process. To think of materials, techniques, infra-structure, representational conventions, so that everyone understands, in an attempt to make everything work out. In the basement we will have the archives, the service area, maybe an extension to the exhibition area, as is becoming a habit in museums designed by Álvaro Siza. The ground floor is a space for arrival and distribution, areas for temporary exhibitions and a café/restaurant with all necessary back up. Administration areas, staff circulation, area for the administrative archive and staff toilets are located in the mezzanines. The top floor is for exhibition space.
Light, always light, so carefully studied. Both natural and artificial is seen as essential. Allowing to see without being seen. Models and more models were constructed, some of which you could enter into. Also 3D images. Form will be given by cast concrete, light grey, the colour of a cat. Inside, the white of the walls and ceilings, of the marble, which we hope will be from Estremoz and also the honey colour of Oak. Timber for the internal frames, and glass. As for the external windows, timber, painted steel and crystalline glass.
The building progresses, so do we, as it is in Korea. It is a technically difficult job; we were concerned at the quality of the contractor and sub-contractors involved. Our friends and partners are enthusiastic and reassure us.
To draw a cat is really difficult, try it! It can take seven years! At least!
Carlos CastanheiraUn chat, à la fois roulé en boule et ouvert, qui s’étire et qui baille. Tout y est. Il suffit de regarder et de re-regarder. Au début, les membres de l’équipe de design n’arrivaient pas à comprendre comment un dessin de chat pouvait être un bâtiment. Au long de ma vie j’ai vu de nombreux croquis de chats, et ils m’impressionnent toujours, je ne m’en lasse pas. Je voudrais voir plus de chats, plus de dessins de chats, car plusieurs fois de suite, sept années se sont écoulées.
En architecture, après une première esquisse, les tourments commencent. Le concept initial, des maquettes, des dessins, des corrections aux dessins, une présentation au client, qui avait déjà vu d’autres projets mais avait du mal à cacher son étonnement par rapport à celui-ci. Une fois approuvé, nous avons fait avancer le projet selon les étapes habituelles, qui, en Corée, sont plus courtes et moins bureaucratiques.
Le cahier des charges n’a pas été modifié, mais il est nécessaire de faire quelques ajustements lors du processus d’évolution. De penser aux matériaux, aux techniques, aux conventions de représentation, afin que tout le monde comprenne, dans le but que tout se passe bien. Au sous-sol nous allons avoir des archives, les zones de service, peut-être une addition à la zone d’exposition, ce qui est devenu une habitude dans les musées conçus par Álvaro Siza. Le rez-dechaussée est un espace d’arrivée et de répartition, des zones pour des expositions temporaires et un café/restaurant avec tous les supports nécessaires. Les zones administratives, de circulation du personnel, d’archives administratives et de toilettes de personnel sont localisées dans les mezzanines. Le dernier étage est réservé aux expositions.
Léger, toujours léger, et si soigneusement étudié. Le naturel et l’artificiel sont tous les deux considérés comme étant essentiels. Permettre de voir sans être vu. Des maquettes et des maquettes ont été construites, dont certaines nous permettaient de rentrer à l’intérieur. Egalement des images 3D. La forme sera donnée par du béton coulé, gris clair, la couleur d’un chat. A l’intérieur, le blanc des murs et des plafonds, du marbre, qu’on espère sera Estremoz, et aussi la couleur miel du chêne. Du bois pour les cadres intérieurs, et du verre. Quant aux fenêtres extérieures, du bois, de l’acier peint et du verre cristallin.
Le bâtiment progresse, et nous aussi, comme cela se fait en Corée. C’est un travail techniquement difficile; nous étions inquiets de la qualité de l’entrepreneur et des sous-traitants impliqués. Nos amis et partenaires sont enthousiastes et nous rassurent.
Dessiner un chat est vraiment difficile, essayez-le! Cela peut prendre sept ans! Au moins!
Carlos CastanheiraO Mimesis é um gato. Um gato enrolado e também aberto, que se espreguiça. Está lá todo, basta ver, rever. Os colaboradores não percebiam, no início, que aquele esquisso, o gato, era, é um edifício. Eu já vi muitos desenhos de gatos, deslumbro-me sempre, não me habituo, quero ver mais gatos, mais esquissos de gatos, pois já se passaram muitos sete anos.
Em arquitectura depois do esquisso vem a tormenta. Segue-se o estudo prévio, as maquetas, os desenhos, as correcções destes, as dúvidas, novos desenhos e novas maquetas, a apresentação ao cliente que já tinha visto outros projectos mas que não escondeu a sua surpresa. Ficou aprovado e prosseguimos com as fases habituais que na Coreia são mais curtas e desburocratizadas.
O programa não se alterou mas é necessário realizar acertos de evolução do processo, introdução de materiais, técnicas e infra-estruturas, códigos de representação para que todos percebam, numa tentativa que nada falhe. Na cave estão os arquivos e áreas técnicas, talvez uma extensão do espaço expositivo, pois já é hábito nos museus projectados pelo Álvaro Siza. O piso térreo é espaço de recepção, distribuição, áreas de exposições temporárias e um cafetaria/restaurante e necessárias infra-estruturas. Nas mezzanines estão localizadas as áreas administrativas, circulação e área de arquivo administrativo e instalações sanitários de funcionários. O piso superior é espaço expositivo.
A luz, sempre a luz, estudadíssima, tanto a natural como a artificial, pretende-se essencial, que permita ver e que não se veja. Maquetas e mais maquetas, nalgumas entrase dentro. Imagens em 3D, também. A forma será dada por betão aparente, cinza claro, cor de gato. Por dentro o branco das paredes e tectos, do mármore que se pretende de Estremoz e o mel da madeira de carvalho. Madeira nos caixilhos interiores, vidro. Nos exteriores madeira e aço pintado, vidro cristalino.
A obra prossegue, nós também, é assim na Coreia. A obra é de difícil execução, preocupa-nos o empreiteiro, os vários envolvidos. Os nossos amigos e partners, entusiasmados, tranquilizam-nos.
Desenhar um gato é mesmo muito difícil, experimentem! Pode demorar sete anos! Pelo menos!
Carlos Castanheira2007-2010
CLUBHOUSE OF GOLF
Vidago, Portugal
Vidago Golf Clubhouse occupies an historical building, a project licensed in 1908, initially meant for industrial facilities for the Fonte do Sabro bottling in Pedras Salgadas, but posteriorly built on the Vidago hot springs. Its design reminds aisles from the early twentieth century related to the railroad. Sparse on the building and finishing materials – roof tile, wood and granite - it possesses an interesting wood structure in order to overcome the necessary openings for the industrial activity.
The building has 1053 m2 of gross area and develops itself along two floors: one ground floor, where two wing areas prolong the 441m2 centre space and a second floor, over the main entrance.
The Clubhouse project is divided in four areas, occupied by five different users of the building: general public; the golf course administration workers; employees on duty; the club members and external golfers.
From a constructive angle, the project recovers the existing materials, in their specific purpose and appearance. The constructive proposal is adjusted occasionally in the complementary service spaces, adapting the coverings to the new requirements. Thermal insulation is applied inside the exterior walls, with plasterboard finish. The roof is re-formed with the original tiles, recovered from the demolitions, based on the original wooden structure. This structure is thermally insulated on the outside and covered on the inside by wooden lining or plasterboard. The pavement is executed entirely in softened shotcrete. The frames are made of wood with an optimized original design.
Álvaro Siza
Le Clubhouse de Golf de Vidago occupe un bâtiment historique, un projet autorisé en 1908, initialement destiné aux installations de mise en bouteille de Fonte do Sabro, à Pedras Salgadas, mais plus tard construit dans les thermes de Vidago. Son design rappelle les navires du début du XXème siècle, liés au chemin de fer. Utilisant peu de matériaux de construction et de finition – tuile, bois et granit – il présente une structure en bois intéressante pour avoir la place nécessaire à l’activité industrielle.
Le bâtiment a une superficie brute de 1053 m2 et se développe sur deux étages: un étage au rez-de-chaussée, dans lequel deux ailes latérales prolongent l’espace central de 441 m2 et un deuxième étage, situé au-dessus de l’entrée principale.
Le programme du Clubhouse est divisé en quatre zones, occupées par cinq différents groupes d’utilisateurs du bâtiment: le public; les fonctionnaires de l’administration du terrain de golf; les fonctionnaires de service; les membres du club et les joueurs externes.
D’un point de vue constructif, le projet récupère les matériaux existants, dans leur fonction et dans leur apparence. La proposition de travaux est mise à jour occasionnellement dans les espaces de services complémentaires, en adaptant les finitions aux nouvelles exigences. L’isolation thermique est appliquée à l’intérieur des murs extérieurs, avec une finition en plaques de plâtre. La toiture est reconstituée avec les tuiles d’origine, récupérées lors de la démolition, posées sur la structure en bois d’origine. Cette structure est isolée thermiquement à l’extérieur et est recouverte à l’intérieur par une couche de bois ou des plaques de plâtre. Le sol est entièrement fait en micro ciment poli. Les encadrements sont faits en bois avec un design d’origine amélioré.
Álvaro Siza
O Vidago Clubhouse de Golfe ocupa um edifício histórico, projecto licenciado em 1908, inicialmente destinado a instalações industriais de engarrafamento da Fonte do Sabro, em Pedras salgadas, mas posteriormente construído nas termas de Vidago. O seu desenho recorda as naves de início de século XX ligadas ao caminho-de-ferro. Parco nos materiais de construção e acabamento – telha, madeira e granito - possui uma interessante estrutura de madeira para vencer os vãos necessários à actividade industrial.
O edifício tem 1053 m2 de área bruta e desenvolve-se em dois pisos: um piso ao nível do rés-do-chão, em que duas alas laterais prolongam o espaço central de 441 m2 e um segundo piso, sobre o corpo da entrada principal.
O programa do Clubhouse divide-se em quatro zonas, ocupadas por cinco diferentes grupos de utilizadores do edifício: público geral; funcionários da administração do campo de golfe; funcionários de serviço; sócios do clube e jogadores externos.
Do ponto de vista construtivo o projecto recupera os materiais existentes, na sua função específica e na sua aparência. A proposta construtiva é ajustada pontualmente nos espaços complementares de serviço, adequando os revestimentos às novas exigências. O isolamento térmico é aplicado no interior das paredes exteriores, com acabamento em gesso cartonado. A Cobertura é reconstituída com as telhas originais, recuperada das demolições, assentes sobre a estrutura de madeira original. Esta estrutura é termicamente isolada no exterior e revestida no interior por forro de madeira ou gesso cartonado. O Pavimento é executado integralmente em micobetão amaciado.
A Caixilharia é executada em madeira com o desenho original optimizado.
Álvaro Siza
From the amount that has already been written, described and celebrated about Álvaro Siza, adding is an uncertain step. I risk no more than a personal impression of the direct relationship inside and outside the office.I testify the care with which he faces each particle of drawing material, the singular capacity for concentration (or the inability to abstract) and the (self) mastery at every moment from the project’s path to the work. Above all, underline the wise and intuitive look based on a critical conscience firmly rooted, but not immobile.
In 2007, the studio environment was alive and cyclically renovated. The office was no longer the customs of exotic admirers who arrived and departed from and to work with the master as they did at the turn of the millennium. Even so, the team remained fresh and assorted.
Avec tout ce qui a déjà été écrit, décrit et célébré à propos d’Alvaro Siza, y ajouter quelque chose est un pas incertain. Je n’ose risquer qu’une impression personnelle de la relation directe à l’intérieur et en dehors du bureau. Je témoigne du soin auquel chaque particule du dessin est confrontée, de la singulière capacité de concentration (ou de l’impossibilité de s’abstraire) et de la maîtrise (de soi) à chaque instant du parcours entre le projet et l’œuvre. Je voudrais surtout mettre en évidence le regard sage et intuitif basé sur une conscience critique solidement ancrée, mais pas immobile.
En 2007, l’ambiance du studio était vivante et rénovée cycliquement. Le bureau n’était déjà plus un point de passage pour des admirateurs exotiques qui arrivaient et repartaient pour travailler avec le maître comme il était courant à la fin du siècle dernier. Malgré cela, l’équipe restait fraîche et variée.
Do tanto que já se escreveu, descreveu e celebrou Álvaro Siza, acrescentar é um passo incerto. Não arrisco mais que uma impressão pessoal da relação direta dentro e fora do escritório. Testemunho o desvelo com que enfrenta cada partícula de matéria de desenho, a singular capacidade de concentração (ou da incapacidade de se abstrair) e o (auto)domínio em cada momento do caminho do projeto à obra. Acima de tudo sublinhar o olhar sábio e intuitivo assente sobre uma consciência crítica firmemente enraizada, mas não imóvel.
Em 2007 o ambiente do atelier era vivo e ciclicamente renovado. O escritório já não era a alfândega de admiradores exóticos que chegavam e partiam de/e para trabalhar com o mestre como acontecia na viragem de milénio. Ainda assim a equipa mantinha-se fresca e sortida.
Nothing was more stimulating for both of us than walking through each space and feel that everything had been returned to its proper place. Nothing was the same and apparently nothing had changed. The clubhouse remained forgotten, immobile as a shadow among the trees without any sign that exposes the architect’s intervention, in such a way that it is only now for the first time published.
Rien n’a été plus stimulant pour nous deux que de se promener dans chaque espace et de sentir que tout avait été remis à sa place. Rien n’était pareil et à première vue rien n’avait changé. Le clubhouse est resté, oublié, immobile comme une ombre parmi les arbres sans aucun signe qui dénoncerait une intervention d’architecte, de telle façon qu’il n’est publié pour la première fois que maintenant.
Nada foi mais estimulante para ambos do que percorrer cada espaço e sentir que cada coisa tinha sido devolvida ao seu devido sítio. Nada era o mesmo e aparentemente nada tinha mudado. O clubhouse permaneceu esquecido, imóvel como uma sombra entre as árvores sem qualquer sinal que denuncie a intervenção do arquiteto, de tal modo que só agora é pela primeira vez publicado.
JÚLIO POMAR STUDIO-MUSEUM
Lisboa, Portugal
The project for the Studio – Museum Júlio Pomar, suggests remodelling the existing building in the Rua do Vale, nr.7 in Lisbon.
The proposal keeps the building volume, eliminating the posterior constructions in the land plot.
Access to the studio is done through a patio in the west and south, with the patio floor to the south on a ramp. In this same terrace there is an elevator and stairs to access the 2nd floor.
Thus, the works to be carried out include: demolition of existing attachments on the back of the building; building an attached volume for reception and toilets; creating an iso in the mezzanine with a central void; body for vertical access, including stairs and elevator; technical basement floor under the access ramp; restoration of the roof (wood and marseille tile) and respective thermal insulation, maintaining the current status.
On the main façade, over Rua do Vale, three new openings will be created following the existing ones drawing and metrics.
Álvaro SizaLe projet pour l’Atelier-Musée Júlio Pomar propose la rénovation du bâtiment existant, situé dans Rua do Vale, n.º 7, à Lisbonne.
Le projet maintient le volume existant du bâtiment, éliminant les constructions faites ultérieurement à l’intérieur.
L’accès à l’atelier se fait par un patio tourné vers l’ouest et le sud, l’étage du patio au sud étant une rampe. Sur ce même patio se trouvent un ascenseur et des escaliers d’accès au 2ème étage.
Ainsi, les travaux à réaliser incluent: démolition des annexes existantes à l’arrière du bâtiment; construction d’un volume annexe pour l’accueil et les toilettes; création d’un étage en mezzanine avec une cour centrale; structures pour les accès verticaux, y compris les escaliers et l’ascenseur; sous-sol technique en dessous de la rampe d’entrée; restauration de la toiture (bois et tuiles Marseille) et isolation thermique respective, gardant la hauteur actuelle.
Sur la façade principale, donnant sur Rua do Vale, trois nouvelles ouvertures qui suivent le design et les mesures des ouvertures originales seront créés.
Siza
O projecto para o Atelier – Museu Júlio Pomar propõe a remodelação do edifício existente, situado na Rua do Vale, n.º 7, em Lisboa.
A proposta mantém o volume do edifício, eliminando as construções posteriores no interior do lote.
O acesso ao atelier faz-se através de um pátio a poente e sul, sendo o piso do pátio a sul em rampa. Neste mesmo pátio situa-se um ascensor e escada de acesso ao 2º piso.
Deste modo, as obras a realizar incluem: demolição de anexos existentes no tardoz do edifício; construção de um volume anexo para recepção e sanitários; criação de um piso em mezanino com vazio central; corpo para acessos verticais, incluindo escadas e elevador; piso técnico em cave sob a rampa de acesso; restauro da cobertura (madeira e telha marselha) e respectivo isolamento térmico, mantendo a cércea actual.
Na fachada principal, sobre a Rua do Vale, serão criados três novos vãos seguindo o desenho e a métrica dos existentes.
2003-2015
NADIR AFONSO MUSEUM
Chaves, Portugal
The Nadir Afonso Foundation will be located on the right bank of the Tâmega River, in Chaves, land covered by the Polis Program. The risk of an exceptional flood cannot be excluded. The solution found, with no other suitable location in the urban area, was to raise the building’s single floor by means of a series of structural sheets perpendicular to the river. Direct access will be guaranteed by a slight ramp, from a height that is no longer floodable.
The two fundamental exhibition spaces are developed in parallel, one being illuminated by continuous lantern and the other open to the river. The Foundation’s program includes two workshops, one of which is waiting for a privileged presence: Nadir Afonso.
La Fondation Nadir Afonso sera située sur un terrain sur la rive droite de la rivière du Tâmega, à Chaves, territoire couvert par le programme Polis. Le risque d’une inondation imprévue ne peut pas être exclu. La solution trouvée, n’existant pas d’autre emplacement convenable en zone urbaine, a été d’élever l’unique étage du bâtiment à l’aide d’une série de plaques structurales perpendiculaires à la rivière. L’accès direct sera fait par une fine rampe, à une hauteur qui n’est pas inondable.
Les deux principaux espaces d’exposition se développent en parallèle, l’un étant éclairé par une verrière, l’autre étant ouvert sur la rivière. Le programme de la fondation prévoit deux ateliers, dont l’un attend impatiemment un invité privilégié: Nadir Afonso.
Álvaro Siza
A Fundação Nadir Afonso situar-se-á em terreno na margem direita do rio Tâmega, em Chaves, terreno abrangido pelo Programa Polis. Não é de excluir o risco de uma cheia excepcional. A solução encontrada, não existindo outro local apropriado na zona urbana, foi a de elevar o piso único do edifício por meio de uma série de lâminas estruturais perpendiculares ao rio. O acesso directo estará garantido por uma ligeira rampa, a partir de uma cota já não inundável. Os dois espaços expositivos fundamentais desenvolvem-se paralelamente, sendo um iluminado por lanternim contínuo e o outro aberto ao rio. O programa da Fundação inclui duas oficinas, uma delas à espera de uma presença privilegiada: Nadir Afonso.
Álvaro Siza
I participated for the first time in the project of the Nadir Afonso Museum when it was necessary to make a scale model of the 1/500 scale. It was quickly necessary to go to 1/200.
I remember perfectly the moment when Architect Siza called me to his office, in the late afternoon and asked me to cut and glue several of the sheets that today support the Building. It was 2005 and I was 25 years old. At this stage, some changes were made to the general configuration of the building. Several hypotheses were tested in various spaces because, according to safety regulations, it was necessary to enlarge the balcony on the Southeast elevation (facing the river) and introduce a stairway for emergency exit.
After 6 years, in 2011, I was asked to go and coordinate the work. The big questions that arose with the execution of the work had mainly to do with the apparent white concrete. There were climatic limitations that prevented it, either due to excessive heat or negative temperatures, a natural condition in Chaves. The Museum’s own shape, more irregular at its ends and therefore more exposed to less happy concreting. Subsequently, the connections of materials such as stone and especially zinc to concrete were much debated. There was a need to test various solutions with the contractor on the prototypes that ended up staying in the company at the Museum. At the office, he met almost every week after visiting the site. Execution problems always arise, but questions emerge that test solutions taken for granted. It is necessary to make new models, sketchy drawings and, sometimes, to do tests with samples in the office. Visits to the work become even more frequent as the finishing progresses in a cycle that lasted 5 years.
J’ai participé pour la première fois au projet du Musée Nadir Afonso quand on a dû réaliser une maquette du volume à l’échelle de 1/500. Il a fallu rapidement passer à 1/200.
Je me souviens parfaitement du moment où l’Architecte Siza m’a appelé dans son bureau en fin d’après-midi, et m’a demandé de coller et de couper plusieurs plaques, qui aujourd’hui soutiennent le bâtiment. On était en 2005 et j’avais 25 ans. A ce stade, quelques changements ont été faits à la configuration générale du bâtiment. Plusieurs idées ont été testées dans différents espaces car, pour suivre les règles de sécurité, il a fallu agrandir le balcon sur l’élévation sud-est (face à la rivière) et introduire un escalier de sortie de secours.
Au bout de 6 ans, en 2011, on m’a demandé de coordonner les travaux. Les grandes questions qui se posaient à propos de l’exécution des travaux avaient principalement à voir avec le béton blanc visible. Il y avait des limitations climatiques, restrictives, soit en raison de chaleur excessive ou alors de températures négatives, un état naturel à Chaves. La formemême du Musée, plus irrégulière dans ses extrémités, était donc plus exposée au bétonnage moins gracieux. Plus tard, les liaisons entre les matériaux comme par exemple la pierre et surtout le zinc avec le béton ont été très débattues. Il a été nécessaire de tester différentes solutions avec le chef de chantier en faisant des prototypes, qui ont fini par rester dans le Musée. Il se rendait presque chaque semaine au bureau après avoir visité le chantier. Des problèmes d’exécution se posent toujours, mais des question émergent et elles mettent à l’épreuve les solutions qui étaient considérées comme acquises. Il a été nécessaire de refaire des maquettes, des dessins et, parfois, de faire des tests avec des échantillons dans le studio. Les visites au chantier se tournaient encore plus fréquentes à mesure que les finitions avançaient, dans un cycle qui a duré 5 ans.
Participei pela primeira vez no projecto do Museu Nadir Afonso quando foi necessário fazer uma maquete do volume à escala 1/500. Rapidamente foi necessário partir para a 1/200.
Lembro-me perfeitamente do momento em que o Arquitecto Siza me chamou à sala dele, ao fim da tarde e me pediu para ir cortando e colando várias das lâminas que hoje suportam o Edifício. Estávamos em 2005 e eu tinha 25 anos. Nesta fase, foram feitas algumas alterações na configuração geral do edifício. Testaram-se diversas hipóteses em vários espaços porque, segundo os regulamentos de segurança, era necessário alargar a varanda no alçado Sudeste, (voltado para o rio) e introduzir uma escada para saída de emergência.
Passados 6 anos, em 2011, foi-me pedido para ir coordenar a obra. As grandes questões que se apresentavam com a execução da obra tinham sobretudo a ver com o betão branco aparente. Havia limitações climatéricas, impeditivas, fosse pelo calor excessivo ou por temperaturas negativas, condição natural em Chaves. A própria forma do Museu, mais irregular nas suas extremidades e por isso mais exposta às betonagens menos felizes. Posteriormente, as ligações de materiais como a pedra e sobretudo do zinco ao betão foram muito debatidas. Houve necessidade de testar várias soluções com o empreiteiro nos protótipos que acabaram por ficar na companhia ao Museu. No escritório reunia quase todas as semanas após a visita à obra. Surgem sempre problemas de execução, mas emergem questões que testam soluções dadas como certas. É necessário fazer novas maquetes, desenhos esquissos e, algumas vezes, fazer ensaios com amostras no escritório. As visitas à obra tornam-se ainda mais frequentes à medida que os acabamentos avançam num ciclo que durou 5 anos.
The inauguration was in 2016, the date of the completion of a project that lasted more than 12 years, an increasingly frequent situation. The exception was perhaps the possibility that there was still an opportunity to work with the excellent workforce, Portuguese heritage in extinction.
L’inauguration a eu lieu en 2016, date de l’achèvement d’un projet qui a duré plus de 12 ans, une situation de plus en plus courante. L’exception a peut-être été le fait d’encore avoir eu la possibilité de travailler avec une excellente main d’œuvre, patrimoine portugais en voie d’extinction.
A inauguração foi em 2016, a data a conclusão de um projecto que durou mais de 12 anos, situação cada vez mais frequente. A excepção talvez tenha sido a possibilidade de ainda ter havido oportunidade de trabalhar com a excelente mão de obra, património português em extinção.
2000-2016
MANUEL CARGALEIRO MUSEUM
Quinta da Fidalga, Seixal, Portugal
The Manuel Cargaleiro Arts Workshop Museum will be located in the Quinta da Fidalga garden, in the Municipality of Seixal. The Quinta, whose origin dates back to the 15th century, has a garden with numerous plant species. The exhibition space will be built in the part of the garden where there currently is a tennis court, a flat land bounded by low walls. The visitor will access it through the avenue, close to Lago de Maré at the south end of the property.
The broken volumetric of the building aims to create a sequence of interior and exterior spaces which characterize the museum. The lobby gives access to the reception desk, an office, the sanitary facilities and the exhibition room. The articulation of the exhibition spaces in “S” allows the eventual subdivision by demountable panels.
The natural and controllable lighting of these spaces is guaranteed by glazing over the garden. Artificial lighting is done by crown moulding or luminous ceilings, in order to allow adequate lighting for each type of use.
Álvaro Siza
From the problem initiated by the need of the Manuel Cargaleiro Museum – Art Workshops – to know, a new body –this experiment made us understand with its answer (by then, only until its completion was debugged) and again, a manner of visualizing that embraced the whole, which has been seen on the expression that for its benefit still develops. Comes, here also, as a conciliation that only a synthesis can express: patient process.
This time, it was the fourteenth-century structure of Quinta da Fidalga that indulged one of its parcels to allow a new appearance. On the other hand, Raul Lino was also responsible in the last century. Siza now also dwells on a time in which he did not participate and suggests his evocation - distanced, the work is restricted in its development, respecting those he welcomed as his own limits - his reach is, however, unlimited.
A body develops from a more specific agreement between that parcel and the paths that delimit it, integrating into a larger network that simultaneously welcomes and extends. Away from the extremes, retreating and sometimes extending for some reason, he wants the impact of the physical limits with which he confines itself to be reproduced, intentionally accentuating his gesture, thus integrating them, even constituting them, returning them already restored. It was still able to develop freely, in agreement with itself, with its function, opening itself to the surroundings whenever it is consensual.
Le Musée-Atelier des Arts Manuel Cargaleiro sera situé dans le jardin de la Quinta da Fidalga, dans la municipalité de Seixal. La Quinta, dont les origines remontent au XVème siècle, possède un jardin avec de nombreuses espèces végétales. L’espace d’exposition sera construit dans la partie du jardin où se trouve actuellement un terrain de tennis, un terrain plat délimité par des murs bas. Le visiteur y accèdera par l’Alameda, à côté du Lac de Maré, à l’extrémité sud de la propriété.
La volumétrie fragmentée du bâtiment vise à créer une séquence d’espaces intérieurs et extérieurs qui caractérisent un musée. Le hall donne accès au bureau d’accueil, à un bureau, aux installations sanitaires et à la salle d’expositions. L’articulation des espaces d’exposition en “S” permet leur subdivision éventuelle par panneaux démontables.
L’éclairage naturel et contrôlable de ces espaces est garanti par des vitrages donnant sur le jardin. L’éclairage artificiel est fait par des corniches lumineuses ou des plafonds lumineux, afin de permettre un éclairage adéquat pour chaque type d’utilisation.
Álvaro Siza
O Museu-oficina de Artes Manuel Cargaleiro situar-se-á no Jardim da Quinta da Fidalga, no Município do Seixal. A Quinta, cuja origem remonta ao século XV, possui um jardim com numerosas espécies vegetais. O espaço expositivo será construído na parte do jardim onde actualmente existe um court de ténis, terreno plano delimitado por muros baixos. O visitante acederá a ele através da Alameda, junto ao Lago de Maré no extremo sul da propriedade.
A volumetria quebrada do edifício pretende criar uma sequência de espaços interiores e exteriores que caracterizam o museu. O átrio dá acesso ao balcão de recepção, a um escritório, as instalações sanitárias e a sala de exposições. A articulação dos espaços expositivos em “S” permite a eventual subdivisão por painéis desmontáveis.
A iluminação natural e controlável destes espaços é garantida por envidraçados sobre o jardim. A iluminação artificial é feita por sancas ou tectos luminosos, de modo a permitir a iluminação adequada para cada tipo de uso.
Álvaro Siza
Partant du problème provoqué par la nécessité du MuséeAtelier des Arts Manuel Cargaleiro – à savoir, celui d’un nouveau volume pour l’héberger –, cette expérience nous a fait comprendre, par sa solution (qui ne fût comprise que lors de sa concrétisation), une façon de voir qui englobe le tout, qui s’entrevoit dans la manière d’expression qui se développe encore à son profit. Ici aussi, il vient s’ancrer en tant que conciliation, que seule un synthèse pourrait exprimer: un processus patient.
Cette fois, c’est la structure du XIVème siècle de la Quinta da Fidalga qui a renoncé à l’une de ses parcelles pour pourvoir permettre l’existence d’un nouveau bâtiment. Au siècle dernier, Raul Lino était également responsable pour l’intervention dans cette Quinta. Siza reflète aujourd’hui sur cette époque à laquelle il n’a pas participée et suggère de la rappeler – de façon lointaine, car l’œuvre est limitée dans son développement, et respectant les développements antérieurs ainsi que ses propres limites -, sa portée est cependant illimitée.
Un volume se développe à partir d’un accord plus précis entre ce terrain et les chemins qui le délimitent, s’intégrant dans un réseau plus grand qu’il accueille et agrandit simultanément. Loin des extrêmes, reculant et parfois s’étendant un peu plus pour une raison quelconque, il souhaite reproduire l’impact des limites physiques qui le restreignent, accentuant volontairement son geste, afin de les intégrer, arrivant même à les se les approprier, les rendant à l’espace, déjà redéfinies.
Partindo do problema originado pela necessidade do MuseuOficina de Artes Manuel Cargaleiro - a saber, o de um novo corpo que o traria ao ser -, esta experiência fez entender com a solução (que então, já só até à sua concretização foi depurada) e de novo, um modo de ver que abrangeu o todo, que se vem vislumbrando no modo de expressão que em seu benefício ainda se desenvolve. Vem, também aqui, a significar-se enquanto conciliação que apenas uma síntese pôde tornar expressa: processo paciente.
Desta vez, foi a estrutura quatrocentista da Quinta da Fidalga que cedeu uma das suas parcelas para permitir um novo aparecimento. Por outro já se responsabilizara, no século passado, também Raul Lino. Siza detém-se agora também sobre um tempo de que não participou e sugere a sua evocação - distanciada, a obra restringe-se no seu desenvolvimento, respeitando aqueles que acolheu como seus próprios limites - o seu alcance vem a ser, contudo, ilimitado.
Um corpo desenvolve-se de um acordo mais específico entre aquela parcela e os caminhos que a delimitam, integrando-se numa rede maior que simultaneamente acolhe e faz estender. Afastado dos extremos, recuando e prolongando-se por vezes mais por algum motivo, quer que também em si se reproduza o impacto dos limites físicos com que confina, acentuando intencionalmente o seu gesto, assim os integra, chegando mesmo a constituí-los, devolvendo-os já restabelecidos.
Two layers of natural hydraulic lime, first with filerglass reinforcement, smooth finish, painted with mineral silicate (ETICS
fixed with glue and with screwed mechanical fixings
2009-2018
ÉGLISE ANASTASIS
Saint-Jacques-de-la-Lande, Rennes, França
They adjust to the existing Plan and to the dimensions of the buildings and spaces nearby, built or projected, particularly to the size of the apartment body immediately to the north. The Church will constitute an isolated building.
The Program is spread over two floors, from the superimposition of a cylinder of 14.75m in outer diameter (second floor) to a square of 16x16m (first floor) in a total height of 12.4m.
A small basement (with 129.4 m2 of gross area) houses the technical areas and the storage room. The Parish Center and the Church occupy the ground floor (248.3m2 gross area) and the 1st floor (298.1m2 gross area) respectively.
From this main nucleus, two volumes of rectangular plan are released, to the west, framing the atrium of access to the Parish Center and the Church and reaching full height. To the east, two square volumes identical to those and a half cylinder in the console, at the entire height of the upper floor, are detached.
The connection between the two floors is guaranteed by two stairs with two flights, one of which closed and by a lift.
The central area of the Church, with 140.6 m2, has a capacity of 136 seats and allows people with reduced mobility to attend. The south side chapel contains the baptismal font (baptistery), the semicircular apse (chapel A) houses the image of the Virgin Mary and the tabernacle and the north side chapel (chapel B) houses the cross of Christ.
A raised platform covers the areas of chapels A and B, the base of the altar and the pulpit. The assembly’s diagonal axis, from the main staircase towards the crucifix, defines the altar positioning.
The sacristy (11.4 m2), with reserved access, is located on an upper floor of the volume containing the elevator and the closed staircase.
A square platform is suspended above the cylindrical space of the Church, controlling the natural light of a lantern and containing lighting and ventilation equipment. The sides of this square panel are parallel to the aforementioned assembly axis. The lighting of the Church is thus superior and indirect, by reflection in the ceiling and the cylindrical wall.
Above the image of the Virgin (Chapel A) and the baptismal font (baptistery) two small illumination lanterns are foreseen.
Chapel B is lit by a glazed opening facing west.
The Church is built with white reinforced concrete supporting walls, thermally insulated from the inside. The stereotomy of the formwork used in its construction is visible on the façades. The interior floors of the Church and the Parish Center are in marble.
S’ajustent au Plan existant et aux dimensions des bâtiments et des espaces à proximité, déjà construits ou en phase de projet, particulièrement à la dimension de l’ensemble des appartements immédiatement au nord. L’église sera un bâtiment individuel.
Le Programme se répartit sur deux étages, basé sur la superposition d’un cylindre d’un diamètre extérieur de 14,75 m (deuxième étage) à un carré de 16x16 m (premier étage), d’une hauteur totale de 12,4 m.
Un petit sous-sol (de 129,4 m2 d’aire brute) abrite les zones techniques et de stockage. Le Centre Paroissial et l’église occupent respectivement le rez-de-chaussée (248,3 m2 d’aire brute) et le premier étage (298,1 m2 d’aire brute).
De ce noyau principal, deux volumes de forme rectangulaire émergent, à l’ouest, encadrant le hall d’accès au Centre Paroissial et à l’église, atteignant la hauteur totale. De plus, à l’est, deux volumes quadrangulaires identiques aux précédents et un demi-cylindre placé en console émergent, atteignant la hauteur totale du dernier étage.
La liaison entre les deux étages est faite par deux escaliers à deux volées, dont l’un est fermé par un ascenseur.
La zone centrale de l’église, de 140,6 m2, a une capacité de 136 places assises et permet son accès aux personnes à mobilité réduite. La chapelle dans la latérale sud contient les fonts baptismaux (baptistère), l’abside semi-circulaire (chapelle A) abrite l’image de la Vierge Marie et le tabernacle, et la chapelle latérale au nord (chapelle B) accueille la Croix du Christ.
Une plateforme surélevée couvre les zones des chapelles A et B et la base de l’autel et de la chaire. L’axe en diagonale avec l’assemblée, à partir des escaliers principaux en direction au crucifix, définit le positionnement de l’autel.
La sacristie (11,4 m2), d’accès privé, est située dans l’étage supérieur du volume qui contient l’ascenseur et les escaliers fermés.
Au-dessus de l’espace en forme de cylindre de l’Eglise, une plateforme carrée est suspendue, contrôlant la lumière naturelle de la verrière et contenant les équipements d’éclairage et de ventilation. Les côtés de ce panneau carré sont parallèles à l’axe de l’assemblée déjà évoquée ci-dessus. L’éclairage de l’église est donc plafonnier et indirect, reflettant dans le plafond et dans le mur en cylindre.
Au-dessus de l’image de la Vierge (chapelle A) et des fonts baptismaux (baptistère), deux petites verrières d’éclairage sont prévues.
La chapelle B est éclairée par une baie vitrée orientée ouest.
Ajustam-se ao Plano existente e às dimensões dos edifícios e espaços próximos, construídos ou projectados, particularmente à dimensão do corpo de apartamentos imediatamente a norte. A Igreja constituirá um edifício isolado.
O Programa distribui-se por dois pisos, a partir da sobreposição de um cilindro de 14,75m de diâmetro exterior (segundo piso) a um quadrado de 16x16 m (primeiro piso) numa altura total de 12,4m.
Uma pequena cave (com 129,4 m2 de área bruta) alberga as zonas técnicas e a arrecadação. O Centro Paroquial e a Igreja ocupam respectivamente o piso térreo (248,3 m2 área bruta) e o piso 1 (298,1 m2 área bruta).
Deste núcleo principal desprendem-se dois volumes de planta rectangular, a poente, enquadrando o átrio de acesso ao Centro Paroquial e à Igreja e atingindo a altura total. Desprendem-se ainda, a nascente, dois volumes quadrangulares idênticos àqueles e um meio cilindro em consola, a toda a altura do piso superior.
A ligação entre os dois pisos está garantida por duas escadas de dois lances, uma das quais fechada e por um ascensor.
A área central da Igreja, com 140,6 m2, tem capacidade para 136 lugares sentados e permite a frequência por pessoas com mobilidade reduzida. A capela lateral a sul contém a pia baptismal (baptistério), a abside semicircular (capela A) alberga a imagem da Virgem Maria e o tabernáculo e a capela lateral a norte (capela B) acolhe a cruz de Cristo.
Uma plataforma sobrelevada abrange as áreas das capelas A e B e a base do altar e do púlpito. O eixo em diagonal da assembleia, a partir da escadaria principal em direcção ao crucifixo, define o posicionamento do altar.
A sacristia (11,4m2), de acesso reservado, está localizada num piso superior do volume que contém o ascensor e a escada fechada.
Sobre o espaço cilíndrico da Igreja suspende-se uma plataforma quadrada, controlando a luz natural de um lanternim e contendo equipamentos de iluminação e ventilação. Os lados deste painel quadrado são paralelos ao eixo da assembleia já mencionado. A iluminação da Igreja é assim superior e indirecta, por reflexão no tecto e na parede cilíndrica. Sobre a imagem da Virgem (Capela A) e sobre a pia baptismal (baptistério) prevêem-se dois pequenos lanternins de iluminação.
A capela B é iluminada por um vão envidraçado virado a poente.
A Igreja é construída com paredes portantes em betão armado de cor branca, termicamente isoladas pelo interior. É visível nas fachadas a estereotomia das cofragens utilizadas na sua construção.
The walls, properly finished and painted, have a marble paneling up to a height of 150cm, with the exception of the toilet (with paneling up to 220cm high) and the sacristy, with marble paneling up to a height of 118cm.
The curved paneling of the Church space is in “staff”, with a height of 150 cm.
In the basement the floors are finished in epoxy and the walls are painted, with a baseboard in painted wood, 12 cm high.
The exterior frames are made of solid wood and painted white with the exception of the entrance windbreaker, the only one in varnished wood.
L’église est construite avec des murs porteurs en béton armé de couleur blanche, isolés thermiquement de l’intérieur. La stéréotomie du coffrage utilisé dans sa construction est visible sur les façades.
Les sols intérieurs de l’église et du Centre Paroissial sont en marbre. Les murs, finis et peints, ont des lambris en marbre d’une hauteur de 150cm, à l’exception des toilettes (qui ont des lambris de 220cm de hauteur) et de la sacristie, qui a des lambris en marbre de 118cm de hauteur.
Les lambris courbes de l’espace d’église sont en “bâton”, avec une hauteur de 150cm.
Au sous-sol, les sols sont finis avec de l’époxy et les murs sont peints, avec une plinthe en bois peint de 12cm de hauteur.
Les encadrements extérieurs sont en bois et sont peints en blanc, à l’exception du coupe-vent á l’entrée, le seul à être en bois verni.
Álvaro Siza
Os pavimentos interiores da Igreja e do Centro Paroquial são em mármore.
As paredes, devidamente acabadas e pintadas, apresentam lambrim em mármore até à altura de 150cm, com excepção do sanitário (com lambrim até 220cm de altura) e da sacristia, com lambrim em mármore até à altura de 118cm.
O lambrim curvo do espaço da Igreja é em «staff», com a altura de 150cm.
Na cave os pavimentos são acabados a epóxi e as paredes são pintadas, apresentando rodapé em madeira pintada com 12cm de altura.
As caixilharias exteriores são em madeira maciça e pintadas de branco com excepção do caixilho corta-vento da entrada, o único em madeira envernizada.
Álvaro Siza
To design is an experience; to build is another experience, founded of the first, but much more intense.
The design takes us on a journey, often long, from enthusiasm (passion) to consolidated happiness (anguish) to the saturation limit (rupture?).
The architect is saved by the work. When the lands are turned, the flame reignites, high and strong.
My relationship with the Saint-Jacques-de-la-Lande Church, Anastasis, is umbilical (both my children were born in the process).
I made the first model in August 2009: a parallelepiped base of horizontal development to which were added four other cobblestones of vertical development, two of which rectangular and two square plan; in the center and on the base a cylindrical volume was superimposed at the same height, intersecting the set. In the end, another half cylinder, released from the floor, adhered to the composition. Then they were sculpted. Siza sculpted them, with art, with commitment, with mastery. Not in a random or gestural way, but conditioned to the program and in continuous relationship with the natural and built environment.
Then he drew more, perfected and redrew. Building, steeple, furniture. A full and complete conception.
The meetings with the contractor weren’t easy; steps forward and backwards were taken. There was tension.
La conception d’un projet est une expérience; le construire en est une autre, basée sur la première, mais beaucoup plus intense.
Le projet nous emmène en voyage, presque toujours lointain, de l’enthousiasme (la passion) au bonheur consolidé (l’amour), ensuite au désespoir (l’angoisse), et à la limite de la saturation (la rupture?).
L’architecte est sauvé par son œuvre. Dès que les terres commencent à être bêchées, la flamme se rallume, haute et intense.
Ma relation avec l’église de Saint-Jacques-de-la-Lande, Anastasis, est ombilicale (mes deux enfants sont nés pendant le processus).
J’ai réalisé ma première maquette en août 2009: une base parallélépipédique de développement horizontal auquel était attachés quatre autres parallélépipèdes de développement vertical, deux de forme rectangulaire et deux carrés; au centre et sur la base se posait un volume en forme de cylindre de la même hauteur, faisant l’intersection avec l’ensemble. En dernier, un autre demi-cylindre, détaché du sol, s’appuyait contre la composition. Ensuite ils ont été sculptés. Siza les sculptait, avec beaucoup d’art, avec de l’engagement, avec de la maîtrise. Non pas d’une façon aléatoire ou gestuelle, mais conditionnée par le programme et en relation continue avec l’environnement naturel et déjà construit.
Ensuite il a dessiné encore plus, perfectionné et redessiné. Bâtiment, clocher, mobilier. Un design entier et complet.
Projectar é uma experiência; construir é outra experiência, fundada na primeira, mas muito mais intensa.
O projecto leva-nos numa viagem, quase sempre longa, do entusiasmo (paixão) à felicidade consolidada (amor), depois do desespero (angústia) ao limite da saturação (ruptura?).
O arquitecto é salvo pela obra. Ao ver que se revolvem as terras, a chama reacende, alta e forte.
A minha relação com a Igreja de Saint-Jacques-de-la-Lande, Anastasis, é umbilical (os meus dois filhos nasceram no processo).
Elaborei a primeira maqueta em Agosto de 2009: uma base paralelepipédica de desenvolvimento horizontal à qual se anexavam quatro outros paralelepípedos de desenvolvimento vertical, dois de planta rectangular e dois de planta quadrangular; ao centro e sobre a base sobrepunha-se um volume cilíndrico à mesma altura, intersectando o conjunto. No final, outro meio cilindro, solto do chão, adossava-se à composição. Depois foram esculpidos. O Siza esculpia-os, com arte, com empenho, com mestria. Não de uma forma aleatória ou gestual mas condicionado ao programa e em contínua relação com a envolvente natural e construída. Depois desenhou mais, aperfeiçoou e redesenhou. Edifício, campanário, mobiliário. Uma concepção plena e completa. As reuniões com o dono de obra nem sempre foram fáceis; deram-se passos para a frente e passos para trás. Houve tensão.
A long 2016, the white concrete walls rose. By the end of the year, all spaces were delimited and closed. The first feeling on arrival was overwhelming.
That is why one has the will to continue, overcome deadlocks, resist and not give up; and the desire to return and watch the work grow.
The execution of the project was monitored, weighted, corrected, and designed until the last day. And the work was complete.
Les travaux ont commencé en décembre 2015.
En 2016, les murs de béton blanc ont été construits. A la fin de l’année, toutes les zones étaient délimitées et fermées. La première sensation en arrivant était écrasante.
C’est la raison pour laquelle on a la volonté de continuer, de surmonter les problèmes, de résister et de ne pas abandonner; et le désir de revenir et de voir l’œuvre grandir.
L’exécution de projet a été surveillée, repensée, corrigée, dessinée jusqu’au dernier jour. Et l’œuvre fût complétée.
No final do ano todos os espaços estavam delimitados e encerrados. O primeiro sentimento ao chegar foi avassalador. Por isso tem-se a vontade de continuar, ultrapassar impasses, resistir e não desistir; e vontade de voltar e ver a obra crescer.
Acompanhou-se a execução do projectado, ponderou-se, corrigiu-se, desenhou-se até ao último dia. E a obra ficou completa.
DETAIL
01. Zinc flashing 02. Maritime plywood 1.5cm thick
03. Zinc 04. Washed cobble 05. Geotextile blanket 06. Thermal insulation 12cm thick. 07. Overlapping asphalt screens 08. Regularization 09. White marble slab 5cm thick.
10. One-off support
11. Thermal insulation 8cm thick.
12. Regularization with pending
13. Shatter tube (90mm dia.)
14. Plasterboard, 15mm esp. (fixed with screws)
15. Plasterboard, 10mm esp. (fixed with screws)
16. Plasterboard with thermal insulation (glass wool), 1 + 10cm, glued on the support
17. Marble 2cm thick.
18. Marble 3cm thick.
19. Water-repellent mortar
20. Regularization 2cm thick.
21. Underfloor heating with hot water 11cm thick.
22. Polyethylene film
23. White concrete
24. Granite slab 7cm thick.
25. Peripheral gutter in waterproof concrete, 15cm thick.
26. Pointed plastic corner, 50x50x5mm
27. Continuous plastic corner, 150x150x12mm
28. Granite cubes, 20x20x7cm
29. Sandbox
30. Compacted natural land
31. Plasterboard suspended ceiling, 15mm thick.
32. Aluminum baseboard, 12cm height (5mm thick)
33. Epoxy mortar, 6mm thick.
34. Shotcrete, 5cm thick.
2012-2019
MANOEL DE OLIVEIRA CINEMA HOUSE
Porto, Portugal
The Serralves Foundation intends to create the conditions to welcome and publicize Manoel de Oliveira’s estate. In addition to the material collection (writings, scripts, photos, posters, trophies), cinematographic work will also be presented in a cinema room created for this purpose. This way, Manoel de Oliveira’s work will serve as a reference base for dissemination and reflection on the art of cinema within the Serralves space.
The place where Casa do Cinema is intended to be located is the old garage at Casa de Serralves (building consisting of a large space for cars and the driver’s housing facilities, on two floors). Located on the east boundary of the park, it communicates with Rua de Serralves through an iron gate, which should also be recovered under this project. Access to this new exhibition centre can be done from the street or from the Casa de Serralves, about 80 meters away. The garage space will be used as a temporary exhibition room, having Manoel de Oliveira and his work as a reference base. In the other ground spaces, toilets, a cloakroom and a reception / shop space will be installed. The passage to the upper floor is made by an existing small staircase or by a new elevator (the biggest change introduced in the building). On this floor are three small workspaces dedicated to administration and research. Manoel de Oliveira’s estate will be permanently on display in the attic space over the garage.
In addition to the existing building, another body will be created, with the same width (about 11 meters), where complementary services will be installed: a cinema room, respective foyer and projection room, work rooms and warehouse spaces. The shape of this new building takes on the continuity of the existing one, extending the volume of the old garage building in space. The cover, in two waters, is in zinc plate, and not in tile, as the existing one.
The access to the foyer and the cinema is made from an open patio, with 50 seats (plus two for wheelchairs) and the use of a digital video projector, installed in a high-level cabin. Through a gallery on the second floor, opening on the gardens to the east, access is by climbing a staircase to the work spaces. There are two square rooms, with 8.5 meters of side, complemented by reception, meeting room, pantry, sanitary facilities and an elevator and interior staircase communicating with the lower floor, dedicated to storage.
The structure of this new building is made of concrete, covered on the outside by thermal insulation (capoto system), and on the inside by plasterboard. On the floors, wood and stone will be used (in the water areas), with the exception of storage, where an epoxy self-levelling agent will be used.The project includes the exterior arrangements of the spaces surrounding these two buildings. Existing floors, guides and granite cube will be maintained throughout the intervention area. The pergola between the garage building and the kennel (where the new cinema room is located) will be maintained, and it will be necessary to restore the floor, raised by the creepers’ roots.
La Fondation de Serralves entend créer les conditions pour accueillir et faire connaître le travail de Manoel de Oliveira. En plus d’une collection physique (écrits, scripts, photos, affiches, trophées), le travail cinématographique sera présenté dans une salle de cinéma créée à cet effet. L’œuvre de Manoel de Oliveria servira ainsi de base de référence pour la diffusion et la réflexion sur l’art du cinéma au sein de l’espace Serralves.
L’endroit où sera établie la Casa do Cinema est l’ancien garage de la Casa de Serralves (bâtiment constitué d’un grand espace pour les voitures, ainsi qu’une habitation de chauffeur, sur deux étages). Situé à la limite est du Parc, il est relié à la Rue de Serralves par un portail en fer, qui sera également récupéré dans le cadre de ce projet. L’accès à ce nouvel espace d’expositions peut se faire de la rue ou de la Casa de Serralves, situées à environ 80 mètres l’une de l’autre. L’espace de garage sera utilisé comme salle pour expositions temporaires, gardant Manoel de Oliveira et son œuvre comme base de référence. Dans les autres espaces au rez-de-chaussée, une salle de bains, un vestiaire et un espace de réception/boutique seront installés. La transition vers l’étage supérieur se fait par un petit escalier existant ou alors par un nouvel ascenseur (le plus grand changement au bâtiment). A cet étage se trouvent trois petits espaces de travail dédiés à l’administration et à la recherche. Au-dessus du garage, dans le grenier, la collection de Manoel de Oliveira sera exposée de façon permanente.
En plus du bâtiment existant, un autre édifice sera créé, de la même largeur (environ 11 mètres), où seront installés des services complémentaires: une salle de cinéma et son foyer et salle de projection, des salles de travail et des espaces de stock. La forme de cette nouvelle construction sera en continuité avec celle du bâtiment existant, prolongeant dans l’espace le volume de l’ancien garage. La toiture, à deux versants, sera en tôle de zinc, au lieu d´être en tuile comme le bâtiment existant.
L’accès au foyer et à la salle de cinéma se fait à partir d’un patio ouvert et prévoit 50 places assises (plus deux pour fauteuils roulants) ainsi que l’utilisation d’un vidéoprojecteur numérique, installé dans une cabine placée en hauteur. En passant par une galerie au deuxième étage, ouverte sur la partie est des jardins, on accède aux espaces de travail par un escalier. Il y a deux salles carrées, de 8,5 mètres de largeur, complétées par une réception, une salle de réunions, un garde-manger, des installations sanitaires et un ascenseur et escalier intérieur qui communiquent avec l’étage inférieur qui est dédié au stockage.
La structure de ce nouveau bâtiment est en béton, recouvert par un isolant thermique à l’extérieur (système ETICS) et par des plaques de plâtre à l’intérieur. Sur les sols, du bois et de la pierre seront utilisés (dans les zones de contact avec l’eau) – à l’exception du stock, où sera appliqué un autonivelant époxy. Le projet inclut l’aménagement extérieur des espaces entourant ces deux bâtiments. Les sols existants, faits de bordures et de pavés de granit, seront conservés dans tous les alentours. La pergola entre le garage et le chenil (où se situe la nouvelle salle de cinéma) sera conservée, néanmoins nécessitant une restauration du sol, qui a été soulevé par les racines de plantes grimpantes.
Pretende a Fundação de Serralves criar as condições para acolher e divulgar o espólio de Manoel de Oliveira. Para além do espólio material (escritos, guiões, fotos, cartazes, troféus) será também apresentado o trabalho cinematográfico numa sala de cinema criada para o efeito. A obra de Manoel de Oliveira servirá assim de base de referência para divulgação e reflexão sobre a arte do cinema dentro do espaço de Serralves. O local onde se pretende instalar a Casa do Cinema é a antiga garagem da Casa de Serralves (edifício constituído por um amplo espaço destinado a automóveis e pelas instalações para habitação do motorista, em dois pisos). Localizada no limite nascente do Parque, comunica com a Rua de Serralves a partir de um portão de ferro, que deverá ser também recuperado no âmbito deste projecto. O acesso a este novo núcleo expositivo pode ser feito a partir da rua ou da Casa, distante cerca de 80 metros. O espaço de garagem será utilizado como sala de exposições temporárias, tendo como base de referência Manoel de Oliveira e a sua obra. Nos outros espaços térreos serão instalados sanitários, bengaleiro e um espaço de recepção/loja. A passagem ao piso superior faz-se por uma pequena escada existente ou por um novo ascensor (a maior alteração introduzida no edifício). Neste piso encontram-se três pequenos espaços de trabalho dedicados a administração e investigação. No espaço de sótão sobre a garagem ficará em exposição permanente o espólio de Manoel de Oliveira.
Anexo ao edifício existente será criado um outro corpo, com a mesma largura (cerca de 11 metros), onde serão instalados serviços complementares: uma sala de cinema, respctivo foyer e sala de projeção, salas de trabalho e espaços de armazém. A forma deste novo edifício assume-se na continuidade do existente, prolongando no espaço o volume do edifício da antiga garagem. A cobertura, em duas águas, é em chapa de zinco, e não em telha, como a existente.
O acesso ao foyer e à sala de cinema faz-se a partir de um pátio aberto, estando previstos 50 lugares (mais dois para cadeiras de rodas) e o uso de um projector de vídeo digital, instalado numa cabine a nível elevado. Através de uma galeria em segundo piso, abrindo sobre os jardins a nascente, acedese subindo uma escadaria aos espaços de trabalho. São duas salas quadradas, com 8,5 metros de lado, complementadas por recepção, sala de reuniões, copa, instalações sanitárias e um ascensor e escada interior comunicando com o piso inferior, dedicado a arrumos.
A estrutura deste novo edifício é em betão, revestido no exterior por isolamento térmico (sistema capoto), e no interior por cartão-gesso. Nos pavimentos será usada madeira e pedra (nas zonas de águas), com excepção dos arrumos, onde será empregue um autonivelante epoxy. O projecto inclui os arranjos exteriores dos espaços envolventes destes dois edifícios. Em toda a área intervencionada serão mantidos os pavimentos existentes, de guias e cubo de granito será mantida a pérgola existente entre o edifício da garagem e o canil (onde está localizada a nova sala de cinema), sendo necessário restaurar o pavimento, levantado pelas raízes das trepadeiras.
A constraint is that an area impermeable to buildings does not result in more than 5% of the area defined in green in the Soil Qualification Letter. This green area, which constitutes the total of the Park, totals 169,021.95 m2, and the waterproofed area at this moment makes up 4.00% of the total area. The project proposes to demolish 437.0 m2 and build 514.5 m2, increasing the waterproofed area to 4.04%, below the 5% limit imposed.
Une des conditions du Plans implique que la zone imperméabilisée par des bâtiments ne représente pas plus de 5% de l’espace défini en vert dans la Carte d’Affectation du Sol. Cette zone verte, qui représente la totalité du Parc, a une aire de 169.021,095 m2, et actuellement la zone imperméabilisée occupe 4,00% de l’aire totale. Le projet compte démolir 437,0 m2 et construire 514,5 m2, augmentant ainsi la zone imperméabilisée à 4,04%, au-dessous de la limite de 5% imposée.
Uma condicionante é que não resulte uma área impermeabilizada por edificações superior a 5% da área definida a verde na Carta de Qualificação do Solo. Esta área verde, que constitui a totalidade do Parque, perfaz 169.021,95 m2, e a área impermeabilizada neste momento perfaz 4,00% da área total. O projecto propõe demolir 437,0 m2 e construir 514,5 m2, passando a área impermeabilizada a ser de 4,04%, abaixo do limite de 5% imposto.
611 WEST 56TH STREET
New York, USA
It was in March 2015 that the client, Amit Khurana came to meet Siza at the office. The elements for the execution of the building were organization charts of areas and an established volumetric. The tower had to retreat from the street plans and rest on an 8-story base. The 1200m2 plot is located in Hell´s Kitchen, an area undergoing complete transformation. The fact that it is at the corner of 56th and 11th Avenue creates a highlight and allows all apartments to have panoramic views of East (Central Park), South (Midtown and Lower Manhattan) as well as West (Hudson River).
As soon as he started to draw the possible volume there was a need to have a model. It was studied how to articulate those volumes stacked by decree “the zoning”. At the end of a day we had made 4 models of the tower and there was now a path to follow. In the following months the questions of relations between the exterior and the interior arise. The interior, designed by Gabellini Sheppard, was not fully defined. Any floor could suffer program changes due to real estate pressure in New York. The big question was to create a facade that could absorb this variable. The solution was to propose a mesh to which the pillars and slabs correspond, unalterable, and to propose a division of frames that would accommodate the possibility of having apartments with two or three bedrooms, the dominant typology of the building. Once the program was stabilized, it was possible to study the cladding and frames. The exterior cladding, in white limestone, contrasts with the huge dark glass building found in the North, at the rear of the building. The aluminium frames are mostly hinged with the exception of the sliding terraces.
The building is now with the structure completed and most of the frames placed. The next phase is decisive for the building’s outcome: the exterior cladding. We are very confident because the team on site is not only competent but also has the enthusiasm of wanting to do well. There are constant progress reports that confirm the project’s fulfilment. The completion is scheduled for early January 2021, the date that marks Siza’s first work in the United States.
C’est en mars 2015 que le client, Amit Khurana, s’est réuni avec Siza au bureau. Les éléments pour l’exécution du bâtiment étaient des organigrammes de superficies ainsi qu’une volumétrie établie. La tour devait être en recul par rapport à la rue et devait être faite sur une base de 8 étages. Le terrain, d’environ 1200m2, se situe dans Hell’s Kitchen, une zone en pleine transformation. Le fait de se trouver à l’angle de 56th Street et 11th Avenue crée un point focal et permet à tous les appartements d’avoir une vue panoramique sur l’est (Central Park), le sud (Midtown et Lower Manhattan) ainsi que l’ouest (Hudson River).
Dès qu’on a commencé à dessiner le volume possible, on sentait le besoin d’une maquette. On se penchait sur comment articuler ces volumes empilés en respectant les décrets du “Zoning” newyorkais. Au bout d’une journée on avait fait 4 maquettes de la tour et on avait donc un chemin à suivre. Dans les mois qui suivaient, se posaient les questions à propos de la relation entre l’extérieur et l’intérieur. L’intérieur, conçu par le studio Gabellini Sheppard, n’était pas encore entièrement défini. Tout étage pouvait subir des changements de programme en raison de la pression immobilière à New York. La grande question était de comment créer une façade capable d’être flexible face à cette variable. La solution a été de proposer une grille à laquelle correspondaient les piliers et les dalles, inchangeables, et de proposer une division de la charpente qui permettrait d’avoir des appartements de deux ou trois chambres, la typologie dominante du bâtiment. Dès que le programme a été décidé, il a été possible d’étudier le revêtement et les encadrements. Le revêtement extérieur en calcaire blanc crée un contraste avec l’énorme bâtiment en verre foncé qui se trouve au nord, à l’arrière du bâtiment. Les encadrements en aluminium accueillent – pour la plupart – des fenêtres à la française, à l’exception de celles des terrasses, qui sont coulissantes.
Le bâtiment a actuellement une structure terminée et la plupart de ses encadrements mise en place. La phase suivante sera décisive pour le résultat final du bâtiment: le revêtement extérieur. Nous sommes très confiants parce que l’équipe de travail est non seulement compétente mais enthousiaste à l’idée de vouloir faire un bon travail. Il y a des rapports constants d’avancement qui confirment le bon suivi du projet. La conclusion de l’œuvre est prévue pour début janvier 2021, une date qui marquera le premier travail de Siza aux États-Unis.
Álvaro Fonserca
Foi em Março de 2015 que o cliente, Amit Khurana veio reunir com Siza ao escritório. Os elementos para a execução do edifício eram organogramas de áreas e uma volumetria estabelecida. A torre tinha de se recuar dos planos das ruas e assentar numa base de 8 pisos. O lote, com cerca de 1200m2 situa-se em Hell´s Kitchen, uma zona em completa transformação. O facto de estar na esquina da rua 56 com a avenida 11 cria um destaque e permite que todos os apartamentos tenham vistas panorâmicas de Nascente (Central Park), Sul ( Midtown e Lower Manhattan) como a Poente (rio Hudson).
Assim que começou a esquissar o possível volume houve a necessidade de ter uma maquete. Estudava-se como articular aqueles volumes empilhados por decreto “the zoning”. Ao fim de um dia tínhamos feito 4 maquetes da torre e havia um caminho agora a seguir. Nos meses seguintes surgem as questões das relações do exterior com interior. O interior, desenhado pelo escritório Gabellini Sheppard, não estava totalmente definido. Qualquer piso poderia sofrer alterações de programa dada a pressão imobiliária em Nova Iorque. A grande questão que se punha era criar uma fachada que pudesse absorver esta variável. A solução passou por propor uma malha a que correspondem os pilares e as lajes, inalterável, e propor uma divisão de caixilhos que acomodasse a possibilidade de haver apartamentos com dois ou três quartos, a tipologia dominante do edifício. Assim que o programa ficou estabilizado foi possível estudar o revestimento e os caixilhos. O revestimento exterior, em calcário branco, contrasta com o enorme edifício em vidro escuro que encontra a Norte, nas traseiras do edifício. Os caixilhos em alumínio são na sua maioria de sistema de batente à excepção dos terraços em que são de correr.
O Edifício encontra-se neste momento com a estrutura concluída e a maioria dos caixilhos colocados. A fase que se segue é determinante para o desfecho do edifício: o revestimento exterior. Estamos muito confiantes porque a equipa em obra não só é competente como se sente o entusiasmo de querer fazer bem. Há constantes relatórios de progresso de obra que atestam o cumprimento do projecto. A previsão de conclusão é para o início de Janeiro de 2021, data que marca a primeira obra de Siza nos Estados Unidos.
CREDITS
cover MIMESIS MUSEUM images © FG+SG
index project ÉGLISE ANASTASIS images © João Morgado
cv
MIMESIS MUSEUM images © FG+SG
SOUTH DISTRICT CITY HALL
project: 1997-2001
location: Rosario, Argentina
architect: Álvaro Siza
project coordinator: Marco Rampulla
team: Mariel Suarez, Lucas Berca, Lia Kiladis and Ueli Krauss images © Leonardo Finotti
MUSEUM INSEL HOMBROICH
project: 2000-2008
location: Neuss, Germany
architect: Álvaro Siza
project coordinator: team: images © FG+SG
MIMESIS MUSEUM
project: 2007-2009
location: Gyeonggi-do, South Korea
architect: Álvaro Siza with Carlos Castanheira and Jun Sung Kim
project coordinator: Dalila Gomes team: Chungheon Han and João Figueiredo images © FG+SG
CLUBHOUSE OF GOLF
project: 2007-2010
location: Vidago, Portugal
architect: Álvaro Siza
project coordinator: José Carlos Oliveira
team: Marta Cano, Gonçalo Campelo, Patrícia Teixeira and Ana Silva images © João Morgado
JÚLIO POMAR STUDIO-MUSEUM
project: 2002-2012
location: Lisboa, Portugal
architect: Álvaro Siza
team: Claúdia Vogel, Natacha Viveiros, Ola Boman and Carlos Leite Pereira
images © João Morgado
NADIR AFONSO MUSEUM
project: 2003-2015
location: Chaves, Portugal
architect: Álvaro Siza
project coordinator: Álvaro Fonseca
team: Marco Rampulla, Kenji Araya and Rita Amaral images © FG+SG
pages 092, 094, 096, 098, 100, 101, 105 and 107 images © João Morgado pages 102 and 103
MANUEL CARGALEIRO MUSEUM
project: 2000-2016
location: Quinta da Fidalga, Seixal, Portugal
architect: Álvaro Siza
project coordinator: Ana Silva
team: Marco Rampulla, Mitsunori Nakamura, Tatiana Berger and Beatriz Tarazona images © João Morgado
ÉGLISE ANASTASIS
project: 2009-2018
location: Saint-Jacques-de-la-Lande, Rennes, França
architect: Álvaro Siza
project coordinator: Rita Amaral
team: Avelino Silva, Clemente Menéres, Ana Silva, Cristina Ferreirinha and Maria Souto Moura images © João Morgado
MANOEL DE OLIVEIRA CINEMA HOUSE
project: 2012-2019
location: Porto, Portugal
architect: Álvaro Siza
project coordinator: Clemente Menéres
team: Cristina Ferreirinha and Maria Souto Moura images © FG+SG
611 WEST 56TH STREET under construction
project: 2015 location: New York, USA
architect: Álvaro Siza
project coordinator: Álvaro Fonseca
interior design: Gabellini Sheppard Associates team: Francisca Lopes and Maria Souto Moura renders by The Boundary
ÁLVARO SIZA
Álvaro Joaquim Melo Siza Vieira was born in Matosinhos in 1933.
He studied Architecture at the former School of Fine Arts of the University of Porto, between 1949 and 1955. Being his first work built in 1954.
He was a teacher at the Oporto School of Architecture of the University of Porto, city where he works.
He is a member of the American Academy of Arts and Sciences; he is an “Honorary Fellow” of RIBA/Royal Institute of British Architects; he is a member of BDA/Bund Deutscher Architekten; “Honorary Fellow” and “Honorary FAIA” of AIA/American Institute of Architects; he is a member of Académie d’Architecture de France; of Royal Swedish Academy of Fine Arts; of IAA/International Academy of Architecture; National Geographic Portugal;
Honorary Partner and Honorary Member of the Portuguese Architects Association; member of the American Academy of Arts and Letters; Honorary Professor at China Southeast University and the China Academy of Art and Honorary Member of the Academy of the Portuguese Language Architecture and Urbanism Schools.