edição n.3|Março
Laboratório Nacional de Investigação Veterinária
ÉVORA
PORTO
Índice
Os laboratóri 04 Porto 26 Évora 34 Funcionários
Esta 3ª edição das publicações do Centenário deste Laboratório Nacional é dedicada aos Laboratórios Regionais do Porto e de Évora, criados em 1936 pelo Decreto 27207 de 16 de Novembro. Era então Diretor Geral o Dr. Fontes Pereira de Melo e Ministro da Agricultura o Engenheiro Rafael da Silva Duque. Constituíram-se como Serviços anexos às respetivas Intendências Pecuárias do Porto e de Évora, sob a orientação técnico-científica do Laboratório Central de Patologia Veterinária, em Lisboa. Mais tarde, em 1957, o Decreto-Lei nº 41380 de 20 de Novembro alargou a área de ação destes Laboratórios a outras Intendências sendo que o Laboratório do Porto passou a prestar serviços às Intendências Pecuárias a Norte do Rio Douro e às de Viseu, Lamego e Aveiro e o Laboratório de Évora às diversas Intendências que se estendiam por todo o Alentejo e Algarve.
os de Porto e Évora Na criação destes Laboratórios foram constituídas duas seções, uma destinada ao “estudo e diagnose das doenças dos animais” e outra a trabalhos de “química sanitária” o que permitiu não só o desenvolvimento dos serviços de diagnóstico das doenças dos animais, fator essencial nas estratégias de prevenção e controlo como também o estudo do leite e lacticínios, aspetos importantes da “boa higiene e boa saúde.” O Dr. Manuel Joaquim de Azevedo Ramos, Técnico e Investigador do Laboratório do Porto desde 1975 e Diretor de 1982 a 2007, descreve-nos nesta publicação, os principais momentos da história daquele Laboratório que se manteve sempre na estrutura do LNIV. Quanto ao Laboratório de Évora, saiu da estrutura do LNIV, pela última vez, em 1993, por transferência daquele para a Direção Regional de Agricultura do Alentejo, na sequência da restruturação do Ministério da Agricultura e da regionalização dos serviços. Os dados apresentados nesta edição baseiam-se no trabalho efetuado, quando das comemorações dos 50 anos daquele Laboratório, pelo Dr. Feliciano Alface Reis, Técnico e Investigador do Laboratório de Évora desde 1950 e Responsável daquele laboratório de 1985 a 1990.
Lisboa, 11 de Março de 2012 A Comissão do Centenário
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Porto
O laboratório O Laboratório de Patologia Veterinária do Porto é o sucessor, ampliado, do Gabinete Técnico da Intendência de Pecuária da mesma cidade, o qual, até ser transferido para a Rua de Santa Catarina, funcionou na Avenida Rodrigues de Freitas, defronte à antiga esquadra da polícia. Ao relermos o descrito no primeiro relatório do Laboratório de Patologia Veterinária do Porto podemos destacar afirmações como esta: “Pode dizer-se que com o Decreto-lei 27.207, de 16 de Novembro de 1936, aparece pela primeira vez na legislação portuguesa a marca de uma coordenação ampla dos serviços laboratoriais de patologia, acompanhada da sua extensão rural, pois que, dos antigos Gabinetes Técnicos nenhum chegou a funcionar no campo da verdadeira patologia veterinária...” Em 1936, o Laboratório de Patologia Veterinária do Porto era constituído pelo seguinte quadro de pessoal, de acordo com o descrito no seu primeiro relatório: Chefe da 1.ª Secção (análises bacteriológicas, sorológicas e parasitológicas); Chefe da 2.ª Secção (análises de química sanitária): Adjunto da 1.ª Secção e Químico Analista, adjunto da 2.ª Secção. Preparadores: dois; Serventes: três”. A 1.ª Secção era chefiada pelo jovem médico veterinário Eugénio Antunes Tropa, o qual, após licenciar-se pela Escola Superior de Medicina
do Porto Veterinária, em 1933, é destacado para a Intendência de Pecuária do Porto como adjunto do Intendente, e aqui monta o Laboratório de Patologia Veterinária do Porto – a sua primeira grande obra – que passa a dirigir, e onde preparou a sua tese de doutoramento, com o trabalho Do Diagnóstico Hemoserológico e Alérgico das Bruceloses Bovina e Caprina, doutorando-se em 1939. Recuando ao final dos anos trinta do século XX, constatamos que a Norte do rio Mondego grassava raiva. Por tal, o Professor Doutor Eugénio Tropa foi, desde logo, incrementando os trabalhos de pesquisa sobre raiva, havendo que reconhecer as inadequadas condições em que se efetuavam esses trabalhos, com a periculosidade inerente àquela virose. Apesar de todos os condicionalismos, foram diagnosticados quatro casos positivos e um duvidoso no ano de 1939, ano em que se iniciou o diagnóstico de raiva, pela prova biológica, neste laboratório. Já nesta época a mastite estreptocócica das vacas leiteiras era um dos problemas mais importantes, sob os aspetos económico e higiénico. Serão de reconhecer os primeiros trabalhos que se efetuaram sobre as Bruceloses Bovina e Caprina. Pelo seu grande perigo para a Saúde Pública, a Brucelose Caprina, que em certas regiões afetava animais em percentagem relativamente elevada, mereceu campanhas especiais de erradicação, sendo sobretudo estudada na área da Intendência de Pecuária de Lamego, na qual se detetou 13,97% de reagentes positivos no ano de 1939. Não menor destaque merece aqui a Tuberculose, pois já em 1940 afirmava o Chefe do Laboratório: “Esta doença é das que mais cuidados deve merecer ao nosso Laboratório de Patologia Veterinária, dado o seu valor panzootológico e o facto de o assunto ter merecido, desde longe, sob alguns aspetos, a maior atenção da parte da Direção Geral dos Serviços Pecuários. 5
Até ao final de 1939 ainda não havia, em nenhum Laboratório de Patologia Veterinária, médico veterinário especializado em anatomia patológica e histopatologia, apesar da finalidade dos laboratórios congéneres ao nosso, nacionais e estrangeiros, terem por base de diagnóstico, perante o cadáver ou peça, o aspeto anatómico puro, macro e microscópico, e só depois passavam às outras secções, de bacteriologia e parasitologia, sobretudo. Mas não foi apenas na área da sanidade animal que o Laboratório de Patologia Veterinária do Porto, logo no início, se distinguiu. Na cidade do Porto, como em muitas áreas de Lisboa, o leite que se bebia era distribuído, de porta em porta, por leiteiras, que, algumas vezes, o diluíam com um aditivo biológico humano, que lhe mantinha, mais ou menos, a densidade. Era na realidade muito mau. Tal valeu um trabalho, publicado pelo Professor Doutor Eugénio Tropa, denominado “O Leite Vendido no Porto”. Daí, e mercê do laboratório estar inserido numa região de
Laboratório do Porto Rua de Santa Catarina
produção de leite, não esquecendo a bacia do Baixo Vouga, desde o início das suas atividades lhe merecessem atenção os problemas do leite e seus derivados. Mas foi o leite em natureza o produto que, prioritariamente, votou a sua atenção e interesse. É assim que, no dia 01 de Novembro de 1936, o Professor Doutor Eugénio Tropa realizou uma conferência na Liga Portuguesa de Profilaxia Social, sobre o tema “Bases para Abastecimento de Leite à Cidade do Porto.” Foi neste laboratório que se tentou estabelecer, relativamente ao leite cru comum, o teor microbiano máximo do leite que deveria ser submetido à higienização. Para tal, foi este laboratório o iniciador, em Portugal, dos exames microscópicos sistemáticos pelo processo de Breed e Brew, altura em que ainda não existiam centrais leiteiras no nosso país, e os estabelecimentos higienizadores, como se denominavam na época, se resumiam a um particular situado nos arredores da cidade do Porto.
Chegados a 1940, surge nas fileiras dos técnicos do Laboratório de Patologia Veterinária do Porto Joaquim Salvado Valente, secundado, no ano seguinte, por Inácio dos Santos. Dois jovens, com vinte e poucos anos, que vieram contribuir para a elevação do escol deste laboratório. A Salvado Valente cabia a área da Bacteriologia-Diagnóstico, a Inácio dos Santos caberia o Serviço de Higiene, marcando-se o início da fase intensiva dos trabalhos relativos ao leite e laticínios. É assim que surgem trabalhos como o “Queijo Nacional de Tipo Holandês”, “Do Queijo Holandês e do que fabrica no País”, “Leite Cru Especial”, trabalhos estes de autoria do Professor Doutor Eugénio Tropa, com a colaboração de vários médicos veterinários tais como Fernando Vieira de Sá, Inácio dos Santos e Manuel Gonçalves Garcia. Neste grupo de médicos veterinários será também de destacar António Alves da Cruz, o qual se debruçou sobre os estudos da “Flora Bacterio-micológica das Manteigas da Ilha da Madeira” (1942), dos “Lacticínios da Beira Baixa (com o queijo à Ovelheira e o queijo à Cabreira)” (1945), bem como sobre o “Queijo de Serpa” (1948). É nesta perspetiva e linha de ação que Inácio dos Santos penetra na área dos laticínios, destacando-se no estudo do Queijo da Serra (1943 e 1948), sendo o ano de 1944 um dos anos áureos das sua estadia neste laboratório, ao obter o 1.º prémio no concurso Literatura Veterinária, com o trabalho “Subsídios para o estudo dos Coalhos Usados na Indústria Queijeira Nacional”, com a colaboração de António Alves da Cruz, bem como os trabalhos “A Pasteurização do Leite em Queijaria” e “Considerações Sobre a Apreciação Higiénica do Leite de Ovelha” publicados nesse mesmo ano de 1944. As conferências de sua autoria, bem como os trabalhos escritos e publicados, somam as três dezenas, nos quais se inclui “Os Micróbios ao serviço do Homem” com o qual obteve o 3.º prémio do concurso de Literatura Veterinária (1948), quando era seu condiscípulo de trabalho António de Sousa Carvalho. Estava-se em plena 2.ª guerra mundial.
A indústria de lacticínios portuguesa, profundamente familiar e incipiente, estava a tentar dar os seus primeiros passos para a industrialização. O Laboratório de Patologia Veterinária do Porto inicia a produção de fermentos lácteos, constituindo um Banco de Fermentos, a partir de estirpes importadas, os quais eram distribuídos gratuitamente para toda a indústria do Norte (OGE), com o intuito de se fomentar o fabrico do queijo, manteiga e iogurte, ação que foi idealizada pelos Professor Doutor Eugénio Tropa e Inácio dos Santos. Nesta época, O Laboratório de Patologia Veterinária do Porto, para além das provas laboratoriais na área dos lacticínios, desenvolveu importante ação formativa, prestando assistência técnica às fábricas a Norte do Douro, analisando os seus produtos, indicando, ou sugerindo, a forma de os melhorar. Em 1947, integrou a equipa técnica deste laboratório o parasitologista Borges Ferreira, tendo, este distinto médico veterinário, prestado valioso contributo à pecuária do Norte, observando, pela primeira vez no país, muitos parasitas. Efetuou imensos estudos, tais como as pesquisas da Fasciola hepatica, da Trichomonas foetus, de entre outros. Colaborou com a Câmara Municipal do Porto ao efetuar o rastreio parasitológico das muares dos Serviços de Limpeza da cidade, bem como contribuiu pessoalmente para que vários colóquios se efetuassem neste laboratório. Em 1952 teve que se deslocar para o Laboratório Central, para em 1953 ir para o Laboratório de Patologia Veterinária de Évora, o qual veio a dirigir a partir de 1974 até à sua aposentação. Naquela mesma época, por cá esteve Taborda Duarte, o qual desempenhou as suas funções de anatomopatologista com elevado brio e dignidade profissional. Aqui se concebeu e instituiu um Centro de Documentação Científica, para o qual os médicos veterinários se cotizavam, a fim de que o centro adquirisse revistas, bem como livros de caráter técnico-científico, os quais eram arquivados na Biblioteca Municipal do Porto. 7
Patológica e Histopatologia, em acumulação com o Serviço de Bacteriologia-Diagnóstico e de Sorologia, especialidade esta a que mais se devotou durante a sua vida profissional.
Neste recordar da vida desta Instituição, não pode ficar por transmitir, um funcionário, de valor muito distinto, Joaquim Salvado Valente. Após ter sido colocado, em 1940, no Laboratório de Patologia Veterinária do Porto, como médico veterinário de 3.ª classe assalariado, ficou, desde logo, encarregado do Serviço de Bacteriologia-Diagnóstico e de Sorologia. Em 1942 foi-lhe entregue a direção da Biblioteca da Intendência de Pecuária do Porto, e, neste mesmo ano, foi incumbido de efetuar um inquérito sobre doenças de abelhas em Portugal, de colaboração com Vasco de Sousa Dias.
Em 1954, é nomeado diretor do Centro de Medicina e Cirurgia Experimental e de Investigação Veterinária. Conforme notícia inserta no Diário de Lisboa, do dia 05-05-1954, o referido Centro tinha por objetivo “a investigação científica no domínio da ciência biológica animal, médica e de medicina veterinária de experiência e estudos sobre animais. Aqui, qualquer médico veterinário poderá apresentar os seus estudos ao Conselho Consultivo do centro, que dará parecer sobre eles, e poderá fazer os seus ensaios e experiências sobre aninais. Pode dizer-se que este Centro é de alto valor, pois a base de todo o progresso e desenvolvimento técnico no campo agropecuário é feito à base de estudos e experiências científicas.” Não obstante a sua curta vida, o Centro de Medicina e Cirurgia Experimental e de Investigação Veterinária desenvolveu uma profícua aproximação das classes médica e veterinária, para além do valioso contributo
No ano imediato, pelo reconhecimento da sua competência e probidade profissionais e científicas, com a partida do Professor Doutor Monteiro da Conceição, deste laboratório, foi-lhe entregue a direção do Serviço de Anatomia 8
Recepção de amostras
para o aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas, naquela época fora de rotina, ou de natureza meramente experimental. Assinale-se que, após a deslocação de Taborda Duarte e de Borges Ferreira, para o Laboratório Central, em 1952, o corpo técnico do Laboratório de Patologia Veterinária do Porto apenas ficou constituído, até 1964, por Salvado Valente, Domingos de Oliveira e Julieta Cabral. Apesar de tudo, em 1959, pela ação da 5.ª Repartição da Direção Geral dos Serviços Veterinários, efetuou-se um trabalho louvável na vulgarização dos lacticínios, com especial incidência na higienização do leite. Para tal muito contribuiu o Laboratório dos Serviços Veterinários do Porto, cedendo instalações, equipamento e apoio técnicocientífico. Terminadas estas ações, as quais foram transferidas para a Federação dos Grémios da Lavoura de Entre Douro-eMinho, apesar de carente em pessoal técnico, o laboratório distinguiu-se ao tempo do surto das Pestes Suínas, deslocando-se exaustivamente ao campo, colaborando com todas as Intendências de Pecuária da sua área de inserção. Entretanto, com a ascensão do Professor Doutor Eugénio Tropa a Diretor Geral dos Serviços Veterinários, em 1966 reiniciou-se o interesse pelo reforço dos quadros técnicos, ao abrir concursos para que todos os Serviços ficassem um técnico superior e um preparador, concursos que foram realizados neste laboratório, e em cujo júri estava sempre integrado um técnico do mesmo. Nesta época, muito se dinamizaram os diferentes serviços, instituindo-se, por influência do Professor Doutor Eugénio Tropa, o Serviço de Micologia, ficando a promessa da integração de um virologista. Com a revitalização do corpo técnico, por cá passaram Cruz e Silva e Ribeiro Diogo, que na área da parasitologia valioso contributo prestaram, e Manuel Lage, como anatomopatologista, uns bons cinco anos da sua vida por cá passou.
Face à elevada experiência em hematologia humana e animal, Joaquim Salvado Valente, com a colaboração de Maria Isabel, coordenou a elaboração de uma tabela hematológica dos bovinos nacionais que permitisse realizar o diagnóstico da Leucose Bovina, com recurso aos milhares de amostras de sangue recolhidas pelas brigadas das Intendências de Pecuária, no âmbito dos Planos de Controlo da Brucelose e da Tuberculose Bovina, no primeiro lustro da década de 70. Entretanto, com a descolonização ocorrida em 1974/1975, nomeadamente em Angola e Moçambique, levou ao aumento da população no território nacional. Quase em simultâneo houve um assinalável crescimento dos efetivos pecuários das diferentes espécies, tendo nos anos seguintes, no Norte, evoluído para um tipo de produção que na época se denominava de pecuária “sem terra”, por se concentrar em pavilhões e ocupar pouca área, face ao número de animais instalados por metro quadrado, relativamente à produção extensiva, com especial referência para a produção de aves, suínos e coelhos, os quais apenas consomem alimentos compostos completos fabricados em empresas da especialidade. Pese embora o aumento gradual da produção de carne e ovos, deparou-se com o incremento de patologias de grupo, que associados à importação de animais, para além de terem maior potencial genético, introduziram novas patologias, a que não foram também alheios problemas de maneio e alimentação. Estávamos em 1975, com um crescente número de casos da Peste Suína Africana e da Peste Suína Clássica, bem como da Doença de Newcastle e da Doença de Marek em aves. A Direção Geral dos Serviços Pecuários, em conjunto com direção do LNIV, decidiram instalar o Serviço de Virologia, sob a responsabilidade de Carlos Humberto Paulos, que tinha vindo do Instituto e Investigação Veterinária de Angola, conjuntamente com Caiado de Carvalho. No final daquele ano, com a 9
histopatologia que se destacam o bagaço de amendoim e o milho, em que este era mais sob a forma de pó do que de grão, e o tipo e os elevadíssimos teores de leveduras e de fungos, com as respetivas micotoxinas, e os seus efeitos toxinogénicos, sinérgicos com outros agentes químicos ou biológicos, desencadearam graves perturbações nas produções pecuárias. integração de Azevedo Ramos, por transferência do Laboratório Central para o Laboratório do Porto, reiniciaram-se as atividades do Serviço de Anatomia Patológica e Histopatologia, serviço que estava sem médico veterinário desde 1971. Assinale-se que uma das primeiras ações que realizei fora de portas do Laboratório do Porto, foi em Janeiro de 1976 no antigo matadouro municipal de Viana do Castelo, onde, com o Professor Doutor Nunes Petisca, observei, pela primeira vez, bovinos com lesões de tuberculose. Naquela época, constava que a tuberculina produzida no LNIV desencadeava elevado número de falsas reações positivas, porque os bovinos não apresentavam lesões de tuberculose no decurso da inspeção no matadouro! Efetivamente, ao realizar-se uma inspeção cuidadosa e atenta, as lesões de tuberculose encontravam-se em cerca de 99% desses bovinos, o que motivou maior atenção da inspeção sanitária com a participação do laboratório nestes abates sanitários. Portugal vivia uma grave situação económica, pelo que não tinha capacidade financeira para adquirir no mercado internacional matérias-primas com qualidade mínima para o fabrico de alimentos compostos para animais. Foram introduzidos neste país milhares de toneladas de matérias-primas que estavam há vários anos armazenadas em silos, de
Perante este facto, no ano de 1976 implementou-se o Serviço de Micotoxicologia, com a pesquisa da Aflatoxina B1, e posteriormente, na década de 80, das restantes Aflatoxinas, Ocratoxinas, Zearalenona, etc., tendo-se realizado milhares de análises nos anos de 1977 a 1986, na pesquisa e quantificação de micotoxinas, bem como a pesquisa, identificação e quantificação de bolores que infestavam os alimentos simples e compostos para animais. Apesar das várias tribulações a que o Laboratório do Porto foi sujeito no período de 1976 a 1980, será de destacar que nele esteve sediada a Brigada A da Campanha de Luta Contra as Doenças das Aves a qual foi chefiada por Henrique Fernando Tondela e Cruz. Foi uma fase de grande atividade laboratorial, que se estendeu pelos anos 80 do passado século XX. Muitas pesquisas bacteriológicas tiveram que se desenvolver, sob a responsabilidade de Efigénia Amaral Cruz, nas diferentes fase de produção de frangos de carne, de reprodutoras e incubadoras/eclosoras. Recordamos as centenas de cadáveres de aves, das diferentes fases de produção, que entravam diariamente para análise no Laboratório do Porto.
Chegamos ao ano de 1977, e com a publicação frequentemente realizava nos matadouros do do Decreto-Regulamentar n.º 78/77, de 25 de Norte do país, diagnosticou-se, no matadouro Novembro, é criado o Laboratório Regional de de Monção, o 1.º caso de Pleuropneumonia Investigação Veterinária do Porto, o qual ficou Contagiosa dos Bovinos (PPCB) do segundo integrado na Direção Regional de Agricultura surto desta doença em Portugal, num bovino de Entre-Douro-e-Minho. Esta foi uma das proveniente duma exploração de Melgaço, piores fases da vida do Laboratório do Porto, com um posto de cobrição e uma sala de pelo seu desenquadramento do LNIV, bem ordenha coletiva. Estávamos perante um dos como da Autoridade Veterinária Nacional, efeitos do contrabando de vacas leiteiras da cujas ações se reportavam a uma entidade de Galiza para Portugal, através do rio Minho, que cariz essencialmente agrícola. por sua vez tinham sido infetadas por outras A desorganização era de tal ordem que afetadas pela Tuberculose II, designação técnicos do laboratório, para além de codificada para a PPCB em Espanha. realizarem necropsias no campo, a suínos Como consequência da confirmação deste suspeitos de Peste Suína Africana / Clássica, diagnóstico, pelo isolamento do Mycoplasma tinham de efetuar abates dos suínos mycoides subsp. mycoides SC, que foi coabitantes, proceder ao cálculo do seu peso e extensivo aos coabitantes, foram processados valor e acordá-lo com o proprietário, com o vários de milhares de amostras de sangue de respetivo auto de abate, assistir ao bovino, por semana, para o diagnóstico enterramento dos cadáveres, inerente ao sorológico da PPCB (e da Brucelose), sob a processo de indemnizações existentes à responsabilidade de Efigénia Amaral Cruz e, época. posteriormente, de Alcina Tavares. Entretanto, ocorre a publicação do Decreto-lei Entretanto, face ao elevado números de n.º 409/79, de 25 de Setembro, e é criado o explorações de bovinos que estavam afetadas Instituto Nacional de Veterinária (INV), no qual pela PPCB, o Serviço de Anatomia Patológica e ficou integrado o Laboratório do Porto. Para o Histopatologia teve que participar, ao nível desempenho das suas atribuições o dos matadouros, na observação dos bovinos Laboratório do Porto dispunha das Unidades abatidos no âmbito do Plano de Controlo e Laboratoriais de Viseu e de Mirandela, sendo Erradicação da PPCB, bem como proceder à que esta ainda não tinha saído da publicação recolha das peças anatómicas necessárias à em diploma legislativo. Foi por este motivo realização dos exames histopatológico e que, durante a existência do INV, o Laboratório do Porto teve grande responsabilidade na instalação e início das atividades da primeira Unidade Laboratorial de Mirandela, a qual deve grande parte da sua alma e estrutura a Rui Ornelas Mário, quando era seu diretor João de Brito Limpo Serra (1978 / 1982). O desempenho dos seus técnicos manteve-se sempre ao nível dos conceitos existentes à época, pelo que em Janeiro de 1983, numa das reinspecções que o Serviço de Anatomia Patológica e Histopatologia Brucelose
bacteriológico. O número de amostras, observadas em vários matadouros do Entre Douro e Minho e da Beira Litoral, bem como a realização de exame histopatológico, era de tal dimensão que foi essencial a integração no Laboratório de Porto de Elsa Marina Machado, e, posteriormente, a transferência de José de França Mota, dos serviços veterinários da Direção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho, no ano de 1984. Nesta, como noutras patologias que ocorreram no Norte do País, merece especial destaque o incondicional e permanente apoio do Professor Doutor Nunes Petisca, com a sua equipa do Departamento de Patologia do LNIV – Lisboa. Lembramos a expressão de França Mota, quando tínhamos processos de neoplasias de classificação algo complexa, “vamos beber um pouco do conhecimento e dos ensinamentos do nosso Mestre”. Ainda no ano de 1983, perante o crescente número de casos de Peste Suína Africana e de Peste Suína Clássica, e face aos compromissos que Portugal assumiu, perante a então Comunidade Económica Europeia (CEE), implementou-se um Plano de Controlo e Erradicação daquelas pestes suínas, com elevada comparticipação da CEE, tendo-se reiniciado as atividades do Serviço de Virologia, sob a responsabilidade de Cláudio Renato Sobral, com a
coordenação do Departamento de Virologia do LNIV. Também no ano de 1983, com o apoio do Instituto de Medicina Legal do Porto, dirigido pelo Professor Doutor Pinto da Costa, institui-se o Sector de Toxicologia, face ao crescente número de animais mortos, com suspeita de envenenamento, que eram analisadas no referido Instituto. Estávamos em tempo de grandes mudanças de mentalidades e estilos de gestão técnica e científica no LNIV. A direção, em concertação com o Diretor Geral da Pecuária, Dr. Carlos Fontes, elaborou o plano de revitalização científica, com um novo impulso à evolução científica dos seus técnicos superiores, garantindo os recursos e as condições necessárias para que os estagiários e assistentes de investigação e os especialistas, que em 1979 integraram a carreira de investigação do Ministério da Agricultura, prosseguissem com os seus trabalhos de investigação e desenvolvimento experimental. Chegados ao ano de 1986, realizou-se a sessão comemorativa do cinquentenário da fundação do Laboratório de Patologia Veterinária do Porto.
1987 - 1996 No período de janeiro de 1987 a junho de 1996, o Laboratório do Porto do LNIV teve períodos de evolução técnica e científica, assinaláveis, embora tenham ocorrido outros de retrocesso, de que se destacam os anos de 1993 a 1996. Neste período destacam-se as seguintes atividades: Em 1989 iniciou-se, no Serviço de Virologia, a pesquisa de anticorpos da Doença Aleutiana, em soros de visons, Bacteriologia
contribuindo para que os criadores de visons não fossem obrigados a deslocar-se a Espanha, para obter as informações do estado sanitário dos seus efetivos, nomeadamente, no que se refere a esta doença. No âmbito do Plano Nacional de Erradicação Acelerada da Peste Suína Africana e da Peste Suína Clássica, assinalou-se, no ano de 1992, o incremento de amostras de soros de suínos em que se pesquisaram anticorpos da PSA. Em 1991 iniciou-se, no Serviço de Virologia, a pesquisa de anticorpos de Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR), em 1992 as pesquisas de BVD, após a integração da Drª Maria de Fátima Mota no LNIV, e em 1997 iniciou-se a pesquisa de anticorpos de um conjunto de doenças com maior significado na produção avícola. Também, em 1989, por solicitação da Direcção-Geral da Pecuária (DGP), desenvolveram-se um conjunto de ações no âmbito da Bromatologia, de que se destaca o apoio à Direção de Serviços de Higiene Pública Veterinária da DGV, relativamente ao controlo de qualidade do leite e seus derivados, de diversas unidades industriais de lacticínios, tendo-se iniciado a pesquisa de Listeria monocytogenes. Por sua vez, o Serviço de Química do Laboratório do Porto do LNIV, sob a coordenação de Noémia Gomes, estava estruturado para o controlo físico-químico de amostras de origem animal, destinadas a consumo humano, bem como de amostras destinadas à alimentação dos animais. Entretanto, em 1989, o Serviço de Química inicia as ações inerentes à implementação da pesquisa de resíduos de medicamentos veterinários, com limite máximo de resíduo estabelecido, ou proibidos, nos alimentos de origem animal, de acordo com o Regulamento CE 2377/90 do Conselho de 26/06/90, sendo a triagem das substâncias antimicrobianas efetuada pelo Serviço de Microbiologia dos Alimentos, sob a coordenação de Deolinda Neves. Para o efeito, foi imprescindível a reconversão dos Serviços e das suas instalações, bem como a reciclagem profissional dos técnicos neles integrados, para além da contratação e
formação profissional de novos elementos. No âmbito do Plano Nacional de Erradicação Acelerada da PPCB, assinalou-se um incremento de exames sorológicos nos anos de 1989 a 1991, destacando-se o ano de 1991 com 490.036 amostras recebidas e processadas no sector da PPCB. No âmbito do mesmo Plano, os exames anatomohistopatológicos e bacteriológicos tiveram um assinalável aumento nos anos de 1992 a 1997, sendo de realçar 1996 e 1997, com 1.965 e 3.192, de amostras analisadas, respetivamente.
Química
Virologia
Bromatologia
Estas amostras destinaram-se à confirmação laboratorial da PPCB, quer pelo exame histopatológico, quer pelo exame bacteriológico, com o isolamento e classificação dos agentes isolados, o qual foi possível mercê de, em 1990, ter sido implementado o Sector de Micoplasmologia no Laboratório do Porto, com a vinda do LNIV Sede de Manuel Gonçalves Machado, onde prosseguiu o trabalho na área da bacteriologia, nomeadamente nas micoplasmoses animais, com particular incidência na PPCB e Agalaxia Contagiosa. Entretanto, com a decisão política de transferir, em 1992, para laboratórios privados e regionais as ações do rastreio sorológico da brucelose dos bovinos, ovinos e caprinos, bem como da PPCB, o Laboratório do Porto colaborou na seleção dos locais, na sua transformação e posterior instalação, das Unidades Laboratoriais de Sanidade Animal de Amarante e de Barcelinhos da DRAEDM, da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, bem como na adaptação das instalações do Laboratório de Lacticínios de Gondivai, da AGROS, em Laboratório de Sanidade Animal e do Laboratório de Sanidade da Proleite, tendo também ficado sob a responsabilidade do Laboratório do Porto a coordenação da formação dos técnicos superiores, técnicos e técnicos-adjuntos, dos mesmos. Como consequência dos três ciclos de PPCB que afetaram a melhores explorações de bovinos de leite, nomeadamente do Entre Douro e Minho, Beira Litoral e de Trás-os-Montes, procedeu-se à substituição dos efetivos abatidos no âmbito do Plano Nacional de Erradicação Acelerada da PPCB com a importação de novilhas em 14
gestação do Reino Unido, no final da década de 80, algumas das quais infetadas com Encefalopatia Espongiforme dos Bovinos (EEB), pelo que em 1990 se efetuou o primeiro diagnóstico histopatológico de EEB num bovino, duma exploração de Trás-osMontes, importado de Inglaterra. Com a incorporação de farinhas de carne e osso, bem como de aditivos, contaminados com a proteína responsável pela EEB (PrPres) as suspeitas clínicas tiveram incremento significativo em 1994, quando foram diagnosticados os primeiros bovinos nacionais com EEB. Com a implementação do Plano de Vigilância, Controlo e Erradicação da EEB, organizou-se e coordenou-se a recolha do sistema nervoso central dos 1.669 bovinos provenientes de explorações com casos de EEB, confirmados laboratorialmente pelo exame histopatológico, integrados no primeiro abate compulsivo, nos dias 9 a 11 de Maio de 1996, bem como os abates que se lhe seguiram. O número de amostras foi de tal ordem que houve necessidade da contratação de Cristina Ochôa para o Serviço de Anatomia Patológica e Histopatologia. No período de abril de 1993 a junho de 1996, o Laboratório do Porto teve um período de retração técnica e científica, em que o LNIV foi reduzido a uma mera direção de serviços, com todas as consequências daí resultantes, com a integração no Instituto de Protecção à Produção Agro-Alimentar. Sala de Necrópsias
Novas instalações do Laboratório do Porto De facto o Laboratório de Patologia Veterinária do Porto, quando foi instalado na Rua de Santa Catarina, apesar de se localizar praticamente no centro da cidade, num belo edifício do final do Século XIX / início do Século XX, para além dos dois andares que ocupava, tinha um terreno que se estendia até ao atual Silo-Auto na Rua das Carvalheiras, onde foram instalados os pavilhões de inoculados. Com a decisão da Câmara Municipal do Porto de prolongar a Rua Sá da Bandeira, da Rua Guedes de Azevedo até à Rua Gonçalves Cristóvão, e com a construção de um longo edifício, nesse “novo arruamento”, as instalações de inoculados, bem como outras áreas de apoio e de cultivo, foram eliminadas, sendo substituídas por um pequeno anexo composto por cinco exíguas salas, onde foram colocados alguns pequenos animais numa sala, e nas restantes a secretaria técnica, a sala de necropsias e a histopatologia. Face ao crescimento das atividades laboratoriais, em 1976/1977, com especial desta que para a micologia e micotoxicologia, a virologia, microbiologia dos alimentos (à época designada por higiene pública), bem como a reinstalação do armazém, serviços administrativos, e direção, houve necessidade de adquirir o edifício contíguo com o n.º753, o qual estava ocupado, em 1975, pela Frente Socialista Popular, na sequência do processo revolucionário em curso (PREC). Nos anos de 1976 e 1977 o diretor do Laboratório do Porto, Joaquim Salvado Valente, desenvolveu empenhados esforços para a localização e aquisição de uma área adequada, na periferia da cidade do Porto, para a reinstalação do Laboratório, sendo observados terrenos na área das Antas, próximo do atual estádio do dragão. No entanto, com o falecimento do diretor, e a integração do laboratório na Direção Regional de Agricultura de Entre-Douro-eMinho, pela publicação do DecretoRegulamentar n.º 78/77, de 25 de Novembro, o processo ficou suspenso. Em 1979, com a integração do Laboratório do
Porto no Instituto Nacional de Veterinária (INV), na sequência da publicação do Decreto-lei n.º 409/79, de 25 de Setembro, o seu diretor, João de Brito Limpo Serra, tentou reiniciar o processo das novas instalações, em terrenos do atual Sector X da Zona Industrial da Maia, bem como em Santa Cristina / Maia, mas o diretor do INV rejeitou essa intenção, invocando que primeiro teria que ser construído o novo laboratório de Lisboa, dado já se encontrarem em avançada fase de negociações relativamente ao terreno, bem como aos eventuais financiamentos (ONU). Mas foi em 1983 que a direção do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, nas pessoas de Joaquim Matos Águas e de Alexandre José Galo, em conjugação com o Diretor Geral da Pecuária, Dr. Carlos Fontes, manifestaram junto dos decisores políticos a urgente necessidade do Laboratório do Porto ter uma infraestrutura adequada às suas
atividades e ações, na perspetiva da preservação da Saúde Animal, bem como da Higiene Pública Veterinária, quer na vertente da prestação de serviços, quer da investigação e desenvolvimento, mas dirigindo a sua missão essencialmente para a patologia dos grandes ruminantes. Entretanto, em 1986, foi tomada a decisão política da construção das novas instalações do Laboratório do Porto do LNIV, com o anúncio público feito pelo Secretário de Estado da Agricultura. Na sequência desta decisão tomaram-se as iniciativas adequadas para o efeito, pelo que no ano de 1987, procedeu-se à: (i) Escolha, definitiva, da localização das instalações do Laboratório do Porto do LNIV, após
auscultação da Direção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho (DRAEDM), bem como da Universidade do Porto; (ii) Elaboração de um esboço para as infraestruturas reconhecidas como essenciais, à época, pelos técnicos superiores do Laboratório do Porto do LNIV, com a colaboração de Ornelas Mário; (iii) Recolha de opiniões e pareceres dos investigadores coordenadores e dos chefes de departamento do LNIV, bem como de professores de patologia da Escola Superior de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa; (iv) Visita ao Laboratório Central de Patologia Veterinária de Lelystad (Holanda), em Agosto de 1987 e elaboração do primeiro programa de trabalhos.
Porquê a localização do Laboratória do Porto em Vairão - Vila do Conde? De todos os contactos realizados em 1976 / 1977, 1979 / 1981 e de 1984 a 1987, três áreas foram consideradas como de interesse para a localização do Laboratório do Porto. Mas, face à urgente necessidade de se ter um local adequado e registado em nome do LNIV, para que o financiamento com verbas da Pré-Adesão à CEE se concretizasse (projeto n.º 9602/86/10/04/06 – Programa de Melhoramento do Gado e do seu Estado Sanitário), optou-se pela localização do laboratório num dos campos da DRAEDM em Vairão – Vila do Conde, selecionando-se o Campo dos Lagidos, com cerca de 5,5 hectares, de um conjunto de 70 hectares da antiga Estação Agrária do Porto, identificada pela DRAEDM, à época, como Quinta de S. Bento. No entanto, só em 1990 é que se procedeu á elaboração do regulamento e ao lançamento do concurso limitado para a seleção de candidatos à elaboração do Projeto de Arquitetura e das diversas especialidades, com a assessoria do Arq.º Marques de Aguiar, tendo sido celebrado, no dia 20-08-1991, o contrato com o 16
Gabinete do Arquiteto Jorge Guimarães Gigante para a “Elaboração do Projeto das Novas Instalações do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária em Vairão a construir no Campo dos Lagidos / Vairão, Vila do Conde”. O encargo inerente ao referido contrato foi suportado pelo Fundo de Financiamento do Programa de Ajudas de Pré-Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (PAPE) e pelas dotações inscritas em PIDDAC no Programa “Melhoria de Gado e seu Estado Sanitário”, sendo coordenador nacional do projeto de financiamento o Dr. Augusto Cardoso Resende. A empreitada das “Novas Instalações do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária em Vairão – Vila do Conde” foi adjudicada à ENGIL – Sociedade de Construção Civil, S. A., no dia 03-06-1994, pela importância de 1.937.192.091$00, IVA incluído, pelo prazo de execução de 930 dias, ficando a fiscalização sob a responsabilidade da Direção Geral de Edifícios e Monumento Nacionais.
Em 1996, com a nova lei orgânica do Ministério da Agricultura (Decreto-Lei n.º 74/96, de 18 de junho), e a sua alteração, pelo Decreto-Lei n.º 128/97, de 24 de maio, que criou o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, prosseguido pelo Decreto Regulamentar n.º 23/97, de 28 de maio, pelo qual o governo concedeu autonomia ao LNIV, o seu diretor, José Alexandre Galo, obteve junto do ministro da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Eng.º Gomes da Silva, o empenho político necessário para a obtenção da dotação financeira, e dos meios necessários, para a conclusão das “Novas Instalações do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária em Vairão – Vila do Conde”, bem como o seu equipamento. Terminada a referida empreitada, em 1998/1999, conclui-se a instalação do laboratório no ano de 2000, após o fornecimento e instalação do mobiliário de laboratório e do mobiliário de escritório. Pese embora todas as tribulações a que foi sujeita a execução do projeto, bem como a empreitada das “Novas Instalações do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária em Vairão – Vila do Conde”, a sua conceção arquitetónica foi objeto de várias exposições, tendo sido distinguida com um prémio internacional de arquitetura, pelo que várias escolas de arquitetura da Europa, bem como colégios/ordens de arquitetos, visitaram o LNIV. A transferência dos serviços do laboratório, da cidade do Porto para Vairão – Vila do Conde, procedeu-se no mês de dezembro de 2000, tendo as atividades laboratoriais iniciado nas novas instalações, ao longo do 1.º trimestre do ano de 2001. Integrava 64 colaboradores, de entre funcionários do quadro e em regime de contrato a termo certo, os quais se encontravam inseridos em diferentes grupos de pessoal, bem como 17 prestadores de serviços por intermédio de empresas privadas.
O Complexo Técnico Pedagógico de Vairão Campus Agrário de Vairão Por iniciativa do diretor da Direção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho (DRAEM), Eng.º Carlos Torres, no final da década de 80 e no início da década de 90 do passado século, realizaram-se várias reuniões, em Vairão – Vila do Conde, em duas vertentes. A vertente do Complexo de Vairão e a vertente do ensino superior e da investigação científica na área da agricultura e da medicina veterinária. A vertente do Complexo de Vairão envolvia a DRAEDM, o Instituto para o Desenvolvimento Agrário da Região Norte (IDARN) e o LNIV, cujos representantes das referidas instituições se reuniram a cada dois meses de maio 1989 a junho de 1990, tendo em julho de 1990 sido apresentado o relatório do Complexo de Vairão com a súmula da contribuição de cada entidade na perspetiva da racionalização das infraestruturas e instituições já instaladas (Museu Agrícola, Estação Regional de Hortofloricultura, Centro de Formação Profissional de Agricultores, Divisão de Formação Profissional e Divisão de Documentação e Informação da DRAEDM, e Unidade Experimental na área agropecuária), bem como das que estavam em vias de se concretizar (novas instalações do LNIV em Vairão e Centro de Atualização Propedêutica e de Formação Técnica do Entre Douro e Minho a gerir pelo IDARN). Na vertente do ensino superior e da investigação científica na área da agricultura e da medicina veterinária, decorreram vários debates de reflexão, aos fins-de-semana, sobre a necessidade criar o ensino das ciências agrárias na Universidade do Porto, numa região de forte implantação agropecuária, nos quais participaram os reitores da Universidade do Porto, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o presidente da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, o presidente da direção do IDARN, o representante do LNIV e o diretor 18
da DRAEDM, como anfitrião. Foi no seio destas reuniões que a Universidade do Porto sedimentou a decisão de investir nas licenciaturas das ciências agrárias e da medicina veterinária, com um Polo na cidade do Porto e um Polo Rural no Campus de Vairão. Como resultado deste movimento realizouse, em maio de 1994, a apresentação pública do Projeto do Campus Agrário de Vairão, que incluía o Instituto de Ciências Agrárias de Vairão - Universidade do Porto (Faculdade de Ciências e ICBAS), o Centro de Atualização Propedêutica e Formação de Técnicos/IDARN, o Instituo de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-Alimentares-UP, o Centro de Investigação de Economia Rural e Recursos Naturais, o Centro de Formação de Agricultores, a Estação de Hortofloricultura, e, a incluir em breve, o LNIV. Estiveram presentes o Ministro da Agricultura, o Secretário de Estado do Ensino Superior, o reitor da Universidade do Porto, o presidente da direção do IPPAA e o presidente da direção do IDARN, para além de diversas autoridades nacionais e locais, tendo sido subscrito um protocolo de colaboração entre as referidas entidades. O Protocolo ICBAS-UP / LNIV Assinale-se que na elaboração do projeto, das “Novas Instalações do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária em Vairão – Vila do Conde”, foi tido em consideração o acordo estabelecido entre a Comissão Instaladora da Licenciatura de Medicina Veterinária do ICBAS-UP (1992/1994) e o LNIV, para a utilização das instalações do laboratório nas vertentes do ensino e da investigação, nomeadamente nas áreas da patologia animal, da parasitologia e das doenças infecto contagiosas de etiologia bacteriana e vírica, bem como a colaboração dos técnicos e investigadores do LNIV na docência e em projetos de investigação e desenvolvimento experimental. Este acordo
foi formalizado pelo Protocolo n.º 18/99 subscrito pela Presidente do Conselho Diretivo do ICBAS-UP e pelo Diretor do LNIV, conforme publicação no D.R. N.º 110, II Série de 12-05-1999. Passados vinte anos após o acordo entre a Comissão Instaladora da Licenciatura de Medicina Veterinária do ICBAS-UP (1992/1994) e o LNIV, bem como 14 anos sobre a celebração do protocolo entre os dirigentes máximos do ICBAS-UP e do LNIV, poderá concluir-se que, apesar do elevado empenho dos intervenientes na profícua colaboração entre as duas instituições, os principais atores assim não o entenderam.
1997 / 2006 Nova Orgânica do Ministério da Agricultura em 1996 / 1997 No período de 1997 a Abril de 2007, o Laboratório do Porto do LNIV teve períodos de evolução técnica, e científica, assinaláveis, graças à mudança política ocorrida em 1996, que alterou radicalmente a evolução da instituição, assente em novas prioridades e princípios de funcionamento, que exigiu o reajustamento dos serviços públicos (Decreto-Lei n.º 74/96, de 18 de junho).
A estratégia que José Alexandre Galo adotou, como diretor do LNIV, levou ao reconhecimento pelo governo da intervenção polivalente do LNIV, voltada para as necessidades concretas da investigação no âmbito da sanidade animal e da higiene pública, bem como a sua participação ativa nos programas de combate e de epidemiovigilância das doenças dos animais e das zoonoses e, consequentemente, na salvaguarda da saúde pública, como garante do bem-estar das populações humana e animal (Decreto-Lei n.º 128/97, de 24 de maio), pelo que foi concedida autonomia administrativa ao LNIV como serviço central do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas (Decreto Regulamentar n.º 23/97, de 28 de maio). O Laboratório do Porto passa a ser identificado como Delegação do Porto do LNIV, sendo constituído pelos Departamentos de Patologia, Bacteriologia e Virologia e de Higiene Pública, como serviços, e dotada dos Núcleos de Preparação de Meios de Cultura e de Reagentes Analíticos, da Garantia da Qualidade e de Informática. Para a sua gestão foram nomeados, na sequência de concursos públicos, Azevedo Ramos como diretor e Maria Noémia Gomes como subdiretora.
Gabinete da Garantia da Qualidade / Núcleo da Garantia da Qualidade A Delegação do LNIV em Vairão teve necessidade de um período de adaptação aos novos espaços laboratoriais, levando-se por diante, em simultâneo, um vasto conjunto de ações de formação, devidamente planeado, tendo por objetivo o cumprimento dos normativos do Sistema da Qualidade, nas suas diferentes vertentes, muitos dos quais eram impraticáveis nos edifícios da Rua de Santa de Catarina, na cidade do Porto. Para o efeito, sob a coordenação do Gabinete da Garantia da Qualidade, o Núcleo de Garantia da Qualidade, desencadeou as ações inerentes à implementação e manutenção do sistema de Gestão da Qualidade dos Laboratórios de Ensaios de Química e Toxicologia, Microbiologia dos Alimentos, Bacteriologia, Virologia, Anatomia Patológica e Histopatologia, segundo o referencial NP EN ISO/IEC 17025, bem como a gestão de resíduos laboratoriais e a gestão da desinfestação. Com o mesmo objetivo, realizaram-se as ações necessárias à implementação / configuração e manutenção do Sistema de Gestão da Informação Laboratorial (LIMS) – NAUTILUS, bem como a formação interna aos colaboradores, para registo de amostras,
inserção de resultados e elaboração de boletins de análise. Este intenso trabalho de afirmação na Qualidade, foi graças à integração no quadro de pessoal do LNIV, em dezembro de 2000, de Cristina Rocha, a qual em parceria com Fátima Loja, abraçou este grande desafio. Com a saída daquela Técnica em 2008, este trabalho foi prosseguido por Fátima Loja, com elevado empenho de todos os técnicos, de que resultou a acreditação de ensaios laboratoriais no Serviço de Química e Toxicologia, no Sector de Diagnóstico Anatomohistopatológico e de EET`s II e no Sector dos testes rápidos às EET´s – Vairão. Serviço de Anatomia Patológica e Histopatologia e Unidade de BSE - Vairão
A utilização dos novos espaços laboratoriais pelo Serviço de Anatomia Patológica e Histopatologia permitiu a instalação e o manuseamento dos equipamentos, bem como dos reagentes, segundo as Boas Práticas de Laboratório, preservando a saúde dos trabalhadores e o meio envolvente, permitindo realizar em adequadas condições as ações inerentes ao apoio à inspeção sanitária, aos clínicos das espécies pecuárias de produção intensiva, bem como aos clínicos dos animais de companhia e lazer, aos clínicos de zoos e de parques naturais, às entidades públicas e privadas na Sala de Necrópsias vertente da medicina veterinária forense, etc. No âmbito do Plano de Epidemiovigilância e Controlo das Encefalopatia Espongiforme dos Bovinos, ao longo do mês de fevereiro de 2001, desenvolveram-se as ações que
Patologia
Microscopia permitiram instalar uma Unidade de BSE, nas instalações do LNIV em Vairão, tendo por objetivo a execução de um dos teste rápidos aprovados pela Comissão da Comunidade Europeia, mercê da generalidade dos matadouros não ter aderido à instalação de laboratório com esse fim. Para o efeito, foi necessário proceder à adaptação de um dos edifícios, bem como proceder à seleção e contratação de três licenciadas, uma bacharel e oito técnico-profissionais. Dos elementos contratados, para além de um com licenciatura em medicina veterinária, a maioria tinha adquirido formação na Escola Superior de Biotecnologia do Porto da Universidade Católica Portuguesa, grupo que ficou sob a responsabilidade de Paula Tavares e Paula Almeida. Em 2003, após a transição de Carla Lima da Unidade de BSE-Vairão para o Serviço de Anatomia Patológica e Histopatologia, implementou-se a técnica de imunohistoquímica por intermédio da qual se procedeu à confirmação de todas as amostras, com suspeita clínica de EEB, que resultassem negativas ao exame histopatológico, bem como as que resultassem positivas ao teste rápido. Entretanto, considerando a quantidade de amostras de tronco cerebral de bovinos positivos à EEB, bem como ao reconhecimento da competência técnica do LNIV, a Unidade de BSE da Delegação do LNIV em Vairão participou na segunda fase oficial da Validação da União Europeía da CediTect® BSE, da Cedi-Diagnostics, de abril a julho de 2004.
Assinale-se a permanente disponibilidade e apoio dos colegas da Unidade de BSE do LNIV Sede – Laboratório Nacional de Referência para as Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis (EET`s), coordenado pela Doutora Leonor Orge, que numa parceria de conhecimentos e experiências muito contribuíram para o cumprimento da Missão de que foi incumbido este Sector em Vairão. No entanto as atividades do Serviço de Anatomia Patológica e Histopatologia não se esgotaram com as ações do Plano de Vigilância, Controlo e Erradicação da Encefalopatia Espongiforme dos Bovinos. Como consequência do embargo imposto pela Comissão Europeia à exportação de bovinos vivos e de carne de bovinos portugueses (novembro de 1998 a abril de 2004), o número de amostras para análise histopatológica cresceu de forma exponencial, tendo-se, em simultâneo, iniciado uma metodologia que permitiu emitir o resultado do exame histopatológico em 24 horas, após a receção das amostras, garantindo à inspeção sanitária uma maisvalia sempre que tivesse necessidade de confirmar os seus diagnósticos na linha da inspeção, nomeadamente perante a suspeita de tuberculose, ou outros processos de inflamação granulomatosa.
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Ainda no âmbito das ações inerentes ao Plano de Vigilância EETs, estão acreditados os ensaios relativos ao teste rápido para a deteção da proteína priónica resistente (PrPres), a deteção da PrPres por imunohistoquímica e o diagnóstico das EET`s pelo exame histopatológico. Microscopia
Serviço de Bacteriologia Com as novas instalações em Vairão, Manuel Machado teve as condições necessárias para implementar os ensaios de biologia molecular relativamente à identificação de Mycoplasmas, nomeadamente dos que afetam os bovinos e os pequenos ruminantes. Com a integração no quadro do LNIV, de Lénia Ferrão Beck, em janeiro de 2003, face à sua experiência em biologia molecular, desenvolveu a metodologia para a deteção da Brucella, após um estágio no Serviço de Diagnóstico Bacteriológico e Serológico da Brucelose, no LNIV/Lisboa. No entanto, dado que Lénia Beck, em Janeiro de 2006, iniciou formação nos institutos da Universidade de Greifswald (Alemanha), foi essencial a integração de Margarida Geraldes no Serviço de Bacteriologia em Outubro de 2005, para se prosseguir na pesquisa e identificação de Brucella em matrizes animais, nomeadamente das provenientes dos Programas Nacionais de Controlo e Erradicação desta zoonose. Com a aposentação do investigador auxiliar Manuel Machado, o Serviço de Bacteriologia (fotos), sob a coordenação de Alcina Tavares, prosseguiu com as suas atividades inerentes à micoplasmologia, à brucelose, nas vertentes do isolamento e classificação e da sorologia, bem como à bacteriologia geral, destacando-se nesta as pesquisas dos agentes responsáveis por mamites, com os respetivos antibiogramas, o isolamento de Listeria monocytogenes em bovinos e ovinos com manifestações do foro neurológico, a pesquisa de Campylobacter, de Salmonella e outros agentes zoonóticos, no âmbito dos Plano de Vigilância e Controlo promovidos pela Direção Geral de Veterinária. Considerando o elevado risco de contaminação das amostras de pequenos ruminantes e de
bovinos, para isolamento de Brucella, foi decidido reformular uma área do laboratório para adquirir o nível de segurança biológica P3, sob a responsabilidade de Margarida Geraldes. Serviço de Química e Toxicologia Face ao número de amostras que o PNCR comportava, e às restrições de recursos humanos, em 2001 a Delegação do Laboratório do Porto do LNIV suspendeu as análises bromatológicas, considerando existir no país laboratórios oficiais e privados em número adequado para o efeito, dedicando todo o seu esforço à pesquisa de resíduos de medicamentos veterinários, bem como de pesticidas e outros tóxicos, sob a coordenação de Noémia Gomes. Com a evolução das metodologias analíticas e mercê das reformas que o Ministério da Agricultura levou a efeito em 2006 / 2007 e em 2012, foram definidos objetivos que contemplam a atividade do atual Laboratório de Resíduos e Toxicologia/Unidade Estratégica de Investigação e Serviços de Tecnologia e Segurança Alimentar, sob a responsabilidade de Sílvia Barros e a coordenação de Jorge Barbosa, tais como: execução analítica dos Planos Oficiais de Controlo; apoio laboratorial aos Postos de Inspeção de Fronteiras (PIFs) e à Inspeção Veterinária, no âmbito da segurança alimentar, bem como a execução de perícias toxicológicas (pesticidas organoclorados, organofosforados, dicumarinicos, carbamatos e estricnina); desenvolvimento de novas metodologias de análise; participação no processo do Sistema de Qualidade, segundo a norma NP EN ISO/IEC 17025:2005. Estão atualmente acreditados os ensaios relativos aos pesticidas organoclorados (gordura peri renal), piretroides (musculo), sulfonamidas (musculo), cloranfenicol (musculo) e tetraciclinas (musculo). Serviço de Microbiologia dos Alimentos O Serviço de Microbiologia dos Alimentos, sob a responsabilidade de Deolinda Neves, e posteriormente, de Hugo Guedes, e a colaboração de Margarida Geraldes após a sua integração no LNIV, em 2004, manteve a realização da análise de patogénicos em alimentos de origem animal para consumo humano e de animais, a solicitação de
clientes particulares. Para além de ter dado continuidade às ações inerentes ao Sistema da Qualidade, reajustou a sua atividade em função do que foi requerido pela Autoridade Sanitária Veterinária nacional, participando na pesquisa de patogénicos no âmbito do Plano de Inspeção dos Géneros Alimentícios (PIGA), na triagem de resíduos de antibióticos no âmbito do Plano Nacional de Controlo de Resíduos (PNCR), na pesquisa de Patogénicos no âmbito do Plano de Controlo da Alimentação Animal (CAA), bem como na pesquisa de patogénicos no âmbito do controlo de inspeção dos Postos de Inspeção Fronteiriços (PIF). O atual Laboratório de Microbiologia dos Alimentos / Unidade Estratégica de Investigação e Serviços de Tecnologia e Segurança Alimentar é o Laboratório de Referência para os patogénicos Listeria monocytogenes, Salmonella spp., Campylobacter spp. e E. coli VTEC, em alimentos. No seu conjunto, os Serviços do Laboratório, em Vairão, participam desde 2002, em ensaios interlaboratoriais nacionais e internacionais, auditorias internas e externas, prosseguindo continuamente com a implementação e divulgação do Sistema de Qualidade, tendo como objetivo a acreditação dos diversos ensaios laboratoriais segundo a norma NP EN ISO/IEC 17025. Acresce ainda a participação dos diversos serviços num conjunto de atividades e ações, nomeadamente dos projetos de I&DE financiados pelo PAMAF Medida 4 - I&DE, pelo PO AGRO Acção 8.1 - DE&D, pela CEE (Programa COST ACTION 826) e UE (no âmbito das EET’s) bem como de posters apresentados em eventos científicos e as publicações em revistas e atas internacionais. 23
O Protocolo ICETA-UP / LNIV Em novembro de 2005,foi celebrado um protocolo de cooperação entre o Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e AgroAlimentares da Universidade do Porto (ICETA-UP) e o LNIV, para a instalação, da equipa do Centro de Testagem Molecular (CTM), para o desenvolvimento de trabalho de investigação aplicada e de prestação de serviços no domínio da genética molecular animal, o qual teve início em 2006. Protocolos celebrados com outras instituições Várias instituições do ensino superior do norte do país celebraram protocolos com o LNIV, nomeadamente para realização de estágios de licenciatura, curriculares, bem como de formação em Contexto de Trabalho – “Aprendizagem em Alternância”. Em 2002, o Instituto de Conservação da Natureza (ICN) celebrou um protocolo relativo ao Sistema de Monitorização de Lobos Mortos. 2006 / 2007 – Reforma do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas O ano de 2007, pelo mês de maio,
corresponde ao início da fase negra do LNIV, que se arrastou até Novembro de 2008, pela desmobilização de importantes recursos humanos, pela previsão da dispensa dos contratados que surgia com frequência, pelo estrangulamento dos recursos financeiros, pela ausência de organização e a falta de um rumo bem definido para a Instituição, de quem tinha a responsabilidade pelo LNIV. Em Outubro de 2008 tivemos a sensação do desmantelamento do LNIV em Vairão, pela intensão do esvaziamento das suas funções e atribuições mais significativas. Mas, quem presidia ao INRB, I.P. indigitou, ao Ministro da tutela, um novo vogal para o Conselho Diretivo para dirigir o LNIV, o Professor Doutor Nuno Canada, que após um período de avaliação realinha a estratégia para o LNIV. Mas os tempos não são de bonança, as carências são mais que muitas, os recursos escassos, as exigências elevadas e a vontade de as cumprir também. Também o prenúncio de dispensa dos contratados, os recursos humanos mais jovens, com boa preparação técnica e experiência profissional, surgia em ondas. Sentiram-se esforços para minimizar as deficiências, obtendo-se alguns recursos para a
reparação e a renovação de equipamento, e o ajustamento de algumas instalações, essenciais às ações levadas a efeito para acreditação dos ensaios laboratoriais. Em 2009 o Diretor do LNIV obteve despacho autorizador para a regularização dos contratados com a abertura de procedimentos concursais comuns, após a concordância do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ministro de Estado e das Finanças. Foi assim possível levar a efeito os procedimentos concursais comuns para a constituição de relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado, de todos os contratados, bem como de novos quatro licenciados e dois assistentes técnicos, fator essencial para garantir o cumprimento dos compromissos assumidos pela Instituição. Os tempos são de profunda mudança. A presente reforma não é comparável com as de 1977 e de 1993. Os desafios são outros, mas mais complexos. No entanto a Missão permanece, com novos conceitos de gestão e outras prioridades e recursos.
Há que ter capacidade de evolução e adaptação às novas prioridades. Haja o engenho e a arte de quem gere para disponibilizar os recursos necessários. Os mais jovens, bem preparados e combativos, associados à competência dos mais experientes, terão a capacidade para Levar a Carta a Garcia.
Manuel Joaquim de Azevedo Ramos
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Évora
O laboratório Na instalação do Laboratório de Évora colaboraram os Médico Veterinários Eugenio Tropa e Moreira Jacob, tendo tido um papel primordial Inácio Ribeiro Baptista, responsável pelo seu arranque e que nele trabalhou durante algum tempo. A sua partida para o Ultramar coincidiu com a colocação, no Laboratório, de Boino de Azevedo, técnico da Intendência de Pecuária que, tendo estagiado no Laboratório Central de Patologia Veterinária (LCPV) foi, desde essa data e até 1975, o responsável e depois chefe do Laboratório de Évora. As análises bacteriológicas e serológicas foram as primeiras a arrancar, não só pelo facto dos técnicos ali colocados serem microbiologistas, mas porque o apoio às campanhas sanitárias em curso assim o exigia. Montado num período de enorme atividade de profilaxia de doenças infecto-contagiosas e parasitárias, com o aparecimento no· mercado de novas vacinas e medicamentos antiparasitários, rapidamente começou a ser solicitado para o apoio ao diagnóstico destas enfermidades. Assim, devido não só à competência e ao prestígio dos técnicos que nele trabalharam, mas também às necessidades de apoio aos colegas da vasta região que o Laboratório abrangia, verificou-se uma rápida evolução nos serviços prestados no sentido de lhes dar resposta.
de Évora Contudo, existia uma grande dificuldade de resposta, não só devido à falta de capacidade das infraestruturas criadas como ao reduzido número de funcionários ao seu serviço: um só técnico superior e dois auxiliares. Acresce o facto de que, entre 1942 e 1947, com a saída do então Intendente de Pecuária, Morais, Mário Boino de Azevedo foi obrigado a acumular as funções de responsável pela Intendência de Pecuária e pelo Laboratório. Em Julho de 1947, com a nomeação de Alfredo Serrano para o cargo de Intendente de Pecuária e com a atitude por ele tomada de delegar em Boino de Azevedo a responsabilidade da' orientação do Laboratório, foi possível criar melhores condições de trabalho. Assim, o Laboratório foi reforçado' com um Histopatologista, Braço Forte Jr. e um Parasitologista, António Murteira, que montaram e dirigiram os respetivos serviços. Em 1950, e pelas mesmas razões, foi admitido para o serviço de microbiologia, como tirocinante, Feliciano Reis que, após concurso em 1952, ingressou na carreira de investigação, trabalhando diretamente com Boino de Azevedo, o que permitiu ampliar a atividade do serviço, conjuntamente com a sorologia e a bromatologia. O Laboratório foi assim, rapidamente adquirindo uma implantação própria, resultante da personalidade do seu responsável, dos colaboradores e do extraordinário relacionamento com os restantes serviços e clínicos, o que lhe permitiu uma fácil penetração no meio rural da sua vasta área de influência, Alentejo e Algarve. Aumentada a credibilidade que estes serviços ofereciam, tornou-se irreversível o seu desenvolvimento. E nem o enorme prejuízo causado pela saída de Braço Forte Jr., com a consequente interrupção da realização das análises histopatológicas, encerrou o serviço de patologia, sendo este assegurado pelos técnicos de microbiologia. A agravar tal situação, e ameaçando comprometer o futuro do Laboratório, deu-se quase simultaneamente a saída de António Murteira. O vazio assim criado foi de curta duração, sendo colmatado pelo ingresso de Luís Borges Ferreira que, ao longo da sua vida 27
E n t r a d a profissional, como parasitologista e responsável pelo serviço, desenvolveu uma notável ação na melhoria dos diagnósticos e no desenvolvimento do conhecimento desta ciência veterinária, nomeadamente no âmbito da equinococosehidatidose. No período que antecedeu a publicação do Decreto-Lei nº 41 380, de 20/11/1957, era intenção do então Diretor do LCPV centralizar neste organismo todas as atividades especializadas, colocando nas regiões patologistas para que aí fossem efetuadas algumas provas· simples e rápidas e enviado o material para Lisboa, para outras análises. Tendo conhecimento deste facto, os agricultores da região e o então Governador Civil de Évora, reuniram-se com o Diretor-Geral e o Diretor do LCPV, expondo-lhes as suas preocupações e exigindo-lhes a manutenção do Laboratório de Évora, com todas as estruturas existentes que, do seu ponto de vista, lhes assegurava um eficaz apoio. Com a publicação daquele Decreto-Lei de 57 28
resultou que o Laboratório passou a depender administrativamente da 1ª Repartição Direção Geral dos Serviços Veterinários, tendo um orçamento próprio e com uma área de ação que abrangia diversas Intendências. Hierarquicamente, nos aspetos técnico-científicos, ficou numa situação indefinida, pois não havia, na prática, qualquer ligação com o LCPV, embora a lei o consignasse. Benéfica foi a nomeação, pela primeira vez, de um chefe do Laboratório e a criação de serviços com os respetivos chefes: Bacteriologia e Sorologia Boino de Azevedo, Parasitologia - Luis Borges Ferreira, Bromatologia - Feliciano Reis e Histopatologia – sem chefia. Existia um único preparador, José Maria Silvestre, um tratador de animais, e uma mulher de limpeza, comum à Intendência. Pelo Serviço de Patologia, passou esporadicamente, Francisco Campaniço que teve, para além do seu mérito pessoal e qualidade dos serviços prestados, a virtude de reativar a premente necessidade da existência de um histopatologista no Laboratório.
Durante muitos anos, viveu-se com um pequeno orçamento e alguns acréscimos de verbas das campanhas, sem apoio técnico e sem bibliografia, com equipamento que não era possível renovar nem atualizar. Mais tarde, em Abril de 1972, ingressou no Laboratório o Médico Veterinário Carmelo Aires, com a finalidade de cooperar na elaboração de uma tabela hematológica dos bovinos nacionais que permitisse um diagnóstico da Leucose Bovina. Rapidamente foi integrado no Serviço de Patologia, funções que desempenhou ate Março de 1976. A sua influência na estruturação e desenvolvimento do Laboratório foi notável, mesmo após a sua saída. Com o 25 de Abril de 1974, alguns acontecimentos influenciaram decisivamente o Laboratório. O mais importante foi talvez o facto de, sendo Diretor-Geral Renano Henriques e Diretor do LNIV José Cristina Afonso, reataram-se plena e definitivamente as relações entre os Laboratórios, das quais resultou a sua desejável união. O Diretor do Laboratório, Boino de Azevedo pediu a sua exoneração e foi nomeado seu substituto, Borges Ferreira. Com o Decreto-Lei nº 221/77, de 28 de Maio, e o seu Decreto Regulamentar nº78/77, de 25 de Novembro foi dado início ao processo de regionalização. Criou-se o seguinte paradoxo: o Laboratório de Évora é separado do LNIV, que ficou integrado na Direcção-Geral da Pecuária, e o organigrama da Direção Regional de Agricultura do Alentejo (DRAA) não previa a sua integração. Era considerado como estrutura transitória, dependente diretamente da direção e vivendo do seu orçamento.
Parasitologia
Bacterologia
Histopatologia
Contudo, a passagem do Laboratório pela DRAA foi positiva. Era então Subdiretor Regional, Carmelo Aires, que estava empenhado no desenvolvimento e prestígio dos Serviços Veterinários. Devido ao modo extraordinariamente cordial de relacionamento com o responsável do laboratório, à liberdade de ação e aos apoios, de toda a natureza, que este recebeu, foi possível a conceção de um plano de Bromatologia
Preparatório conhecimento dos problemas que os preocupavam. Em 1979, com a criação do Instituto Nacional de Veterinária, pelo Decreto-Lei nº 409/79, de 25 de Setembro, juntaram-se, pela primeira vez e frutuosamente, todos os Laboratórios, pertencendo os técnicos ao mesmo quadro de Investigação, mas mantendo a individualidade de cada
evolução e desenvolvimento e a obtenção de verbas que permitiram reapetrechar o Laboratório carecido de material de toda a natureza, dotá-lo de técnicos e pessoal auxiliar e especializar estes funcionários no LNIV, tendo como objetivo final a formação de uma equipa coesa de trabalho. Durante este período, a responsabilidade do funcionamento e coordenação de três Serviços, Bromatologia, Bacteriologia e Patologia recaiu sobre Feliciano Alface Reis. Quanto aos funcionários, já tinha feito o seu estágio e trabalhado nele Maria Inácia Corrêa de Sá, (73/75), que concebeu e montou o Serviço de Brucelose. Posteriormente, passaram por esse Serviço Maria da Graça Martins (75/76) e José RegalIa (76/77), que completaram a sua instalação e o dinamizaram. Posteriormente, e já preparados para fins bem determinados, foram sendo admitidas: Maria Zulmira Borrego, no Serviço da Bromatologia, Alda Serralha para montar e chefiar o Serviço de Virologia, Amália de Jesus Gomes Ferreira, para chefiar o Serviço de Brucelose e Emilia Carrilho Ferreira, preparada em histopatologia, veio assegurar o funcionamento deste Serviço, tendo caído sobre os seus ombros a responsabilidade de, através da Brigada dos Serviços Externos, manter o indispensável bom relacionamento com os clínicos e as explorações, tomando
Preparatório laboratório. Tal estrutura, com algumas correções, seria a que melhor serviria as necessidades do País e permitiria um conveniente enquadramento e equilibrado desenvolvimento dos Laboratórios. Os seus resultados foram palpáveis, embora tivesse durado pouco. Os conceitos de que a patologia e a sanidade são idênticas em todo o País e de que as estruturas que as servem também deverão estar interligadas, são uma realidade, bem como a organização proposta nela fundamentada. Em face da apetência do então Diretor do INV, Manuel Braço Forte Junior, pelos Laboratórios descentralizados e, quem sabe, um carinho especial pelo de Évora, onde tinha iniciado a sua carreira profissional, proporcionou-se a concretização da maior parte das ambições deste Laboratório.
Necropsias
Foi neste período adquirido a maior parte do material que faltava e admitido um grande número de pessoal auxiliar, o que permitiu aumentar para mais do dobro os funcionários existentes. Foi admitida Ana Cristina Vilela, tendo-lhe sido entregue a chefia do Serviço de Bacteriologia. Sobre este período, refere Alface Reis, “começava assim a frutificar-se o nosso esforço e a ser reconhecido o valor da nossa atividade. A orientação dos nossos confiança. Verificou-se que a sua importância trabalhos sobre a patologia dos pequenos em breve excedeu a nossa expectativa e ruminantes, especialmente o estudo da mostrou-se tão amplo que dele irradiaram Clamidiose que nos vinha preocupando várias linhas de Investigação”. desde 1976, o espírito de colaboração que entre nós se tinha instituído levaram a duas Com o Decreto-Lei nº 293/82, de 27 de Julho e decisões, para nós extremamente seu Decreto Regulamentar nº 68/83, de 13 de importantes: - A responsabilidade de que Julho, deu-se o regresso dos Laboratórios à fomos incumbidos pelo Diretor do INV de DGP, que tem o mérito de os ter deixado orientação dos serviços técnicos do unidos funcional e administrativamente. No Laboratório e a incumbência que nos entanto, no que se refere aos atribuiu de estudarmos a importância das descentralizados, os decretos são pouco Clamidioses no sul do País. Ficámos assim claros, sem definir chefias, amalgamando-os e detentores dos elementos indispensáveis despersonalizando-os. O principal benefício para arrancarmos decidida e colhido foi a concretização da irreversivelmente para a meta estabelecida. descentralização das atividades I&D, já antes Tínhamos a competência funcional para iniciada, em todos os Laboratórios. organizarmos os serviços e especializar os que neles trabalhavam. Para testarmos a sua capacidade de resposta, visando a futura integração em planos de investigação, propusemos à Direcção-Geral dos Serviços Pecuários um plano por nós elaborado, visando o "Estudo das Causas de Abortos nos Ruminantes". Este plano, que integrava todos os Serviços do Laboratório, tentava demonstrar que eramos capazes de conceber e executar um trabalho em profundidade que foi aprovado e financiado pelo Diretor-Geral da Pecuária, Carlos Alberto Fontes, que nos deu a honra da sua Necropsias
A nomeação para Diretor do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária Matos Águas, veio facilitar a missão dos laboratórios descentralizados. Alface Reis é nomeado para Coordenador dos Serviços Técnicos do Laboratório de Évora. O princípio de que o LNIV é constituído por todos os Laboratórios e que os planos de Investigação devem ser de âmbito Nacional e englobar, tanto quanto possível, a atividade de todos, levou à aprovação da totalidade dos trabalhos em curso. Em 1993, na sequência da restruturação do Ministério da Agricultura e da regionalização dos serviços, o Laboratório de Évora é transferido novamente para a Direção Regional do Alentejo onde se mantem. Em 2011 foi concluída a construção de um novo laboratório. O “velho” Laboratório de Évora localizado na Rua D. Isabel, no centro da cidade, no 2º andar do edifício da Intendência de Pecuária, foi substituído por um novo, construído na Quinta do Pomarinho, junto à estrada de Évora para as Alcáçovas. Foi um projeto da EU cofinanciado pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do
Programa Operacional Agricultura e Desenvolvimento Rural/Medida 9.1 – Infraestruturas, Equipamentos, Desenvolvimento Tecnológico e Experimental/ Projeto n.º2001.09.002922.2. A transferência dos equipamentos e do pessoal das antigas instalações para o novo Laboratório, foi efetuada no dia cinco de março de 2012. Nele laboram atualmente, 18 funcionários (3 Técnicos superiores: 2 Médicos-Veterinários, 1 Engenharia Agrícola, 12 Assistentes técnicos e 3 Assistentes operacionais). No ano de 2012 e no âmbito do apoio aos planos oficiais de controlo e erradicação, foram efetuadas 256.114 análises serológicas para diagnóstico da Brucelose e 21.981 no diagnóstico da Leucose Bovina Enzoótica. No Serviço de Bromatologia, as determinações da gordura no leite e a bacteriologia da água, leite e laticínios foram as principais atividades. Pela sua atualidade, terminamos este trabalho com a introdução efetuada por Feliciano Alface Reis em 1986, quando das Comemorações do 50º aniversário do Laboratório de Évora.
“Desde a criação do Laboratório, verificou-se um longo e constante processo de indefinições e instabilidade no que respeita à sua integração, chefias e competências, o que se refletiu na sua evolução. A prová-lo, dá-se a circunstância de ainda neste momento, se discutir em que Serviço deverá ficar integrado. Em nossa opinião, isto deve-se ao facto de os responsáveis por tais decisões desconhecerem a profundidade dos trabalhos realizados no Laboratório, a sua natureza científica e de investigação, que excedem muitas vezes o âmbito dos organismos onde pretendem integrá-lo. Acresce que os dirigentes imediatos nunca foram chamados a participar nestas decisões. Tais circunstâncias assumiram um carácter mais gravoso no período que antecedeu o processo de Regionalização e durante este, no qual foram desmanteladas as estruturas existentes, levando-nos a recear pela sobrevivência do Laboratório”.
Na realização deste trabalho foi imprescindível a colaboração do Colega, Médico Veterinário, Patrício Núncio, atual Responsável do Laboratório de Évora. Laboratório de Veterinária de Évora R. D. Isabel, 8-2.º 7000-880 Évora Tel.: 266 730 580; Fax:266 730 599 E-mail: laboratorio.evora@drapal.min-agricultura.pt
desde a fundação do LNIV
FUNCIONÁRIOS A. Águeda Ferreira, A. d´ Ávila Horta, Abel, Abílio Pacheco, Abílio Redondo, Adelaide Pedro, Adelina Duarte, Afonso Manuel Ramos Marques, Afonso Prata, Aida Sousa, Albertina Oliveira, Albertina Serpa dos Santos, Alberto Saramago, Albina Vicente, Alda Lopes Serralha, Aldina Gonçalves, Aldina Mendes, Aldina Moreira, Alexandra Augusta Saraiva, Alexandre Galo, Alexandre Prata, Alexandrina Loureiro, Alfredo Tropa, Alice Martins Santos, Alice Almeida, Alice Amado, Alice Geraldes, Alice Santos, Alva Ribeiro, Amália Ferreira, Amália Gomes Ferreira, Amaral Mendes, Amélia Maia, Américo Estrelado, Ana Almada, Ana Botelho, Ana Canto, Ana Constança Correia Pinheiro, Ana Cristina Ferreira, Ana Cristina Ochoa Fernandes carvalho, Ana Cristina Santos, Ana Durand, Ana Filipa Ribeiro Matos, Ana Filomena Amaro, Ana Isabel Nico Pardelha, Ana Lapão, Ana Maria Bicho, Ana Maria Castelão, Ana Maria Fernandes, Ana Maria Gonçalves, Ana Maria Grüner, Ana Maria Jorge, Ana Maria Neves, Ana Maria Pinto, Ana Maria Vasques Saruga, Ana Machado, Ana Maria Carneiro, Ana Maria Carneiro Schurman Silva, Ana Marques, Ana Paula Cortes, Ana Paula Maçãs, Ana Pereira, Ana Rebelo, Ana Santos, Ana Sofia Vila Pouca, Américo, Anabela Ramos, Andreia Freitas, Andreia Pinto, Ângela Venâncio, Angelina Maria Mendes, Angelina Moita, Antónia Amaral, Antónia Santos Trindade, Antónia Soares, Antónia Soldado Canivete, António Alves da Cruz, António Barreira da Silva, António Bernardino Santos, António Caleiras, António Cardoso, António Carmelo Aires, António Carvalho, António Cordeiro, António Fonseca, António Gonçalves, António Loureiro, António Louro, António Moedas, António Pedro, António Rijo, António Santos, António Taborda Duarte, António Tavares Montano, António Tenrinha, António Valadares, Arlete Rascão, Armanda, Armanda Bento, Armanda Dias, Armanda Jorge, Armando Castelo Branco, Arménio França e Silva, Arménio Marques, Arminda Batista, Arminda Bonito, Artur Regateiro, Augusto Afonso, Augusto Monterroso, Aura Freire, Aurélia Dias, Aurora, Aurora Manuela Rebelo Martins, Avila Horta, Baião, Beatriz, Benvinda Basto, Benvinda Bastos, Benvinda Melro Morgado, Bernardo Gonçalves, Berta da Conceição Roque, Berta Lopes, Berta Neves, Berta Vaz, Brilhantina Ferreira, Bruno Jesuíno, Carla Maria Ramos Oliveira, Carla Maria Teixeira Lima, Carla Neves, Carlos Abreu, Carlos Alberto Guerra, Carlos Costa, Carlos Ferreira, Carlos Fontes, Carlos Gonçalves, Carlos Guerra, Carlos Libório Trindade, Carlos Paulos, Carlos Pedras, Carlos dos Santos Trindade, Carlos Sousa, Carmem Nunes, Carmina Estevens, Carmo, Carvalho Marques, Cátia Filipa Batalha Pinto, Cecília Rebelo, Celcidina Gomes, Celeste, Celeste Cardoso, Celeste Matos, Célia Talambas da Silva, Celina Mendes, Celinia Soares de Melo, Cidália Machado, Cilda Veloso, Cipriano Pereia, Clara Cruz, Clara Marques, Clarice Almada, Cláudia Sofia Silva Almendra, Claudino Matos, Cláudio Sobral, Clementina Vilela Martins, Conceição, Conceição Contreiras, Conceição Lopes, Conceição Mimoso, Constança Dias, Correia, Cristian Costan, Cristina Almeida, Cristina Ferreira, Cristina Rocha, Cristina Rodrigues, Cristina Vieira, Cristina Vilela, Custódio Estevens, Dalila Macário, Delfina Moiteiro, Deodora Pereira, Deolinda Costa, Deolinda Ferreira, Deolinda Reis, Diamantino Carvalho, Dilma Xambre, Dina Flor, Diogo Ribeiro, Domingos Oliveira, Donzília Macedo, Doroteia Galego, Dulce Pereira, Edite Maria Caldeira, Edmundo Oliveira, Eduarda Petisca, Eduardo, Eduardo Abreu, Eduardo Costa, Eduardo Oliveira, Eduardo Pedras, Efigénia Cruz, Elisa Relvas, Elisabete Guedes, Elizabete Neves, Elizabeth Avila, Elsa Dias Santos, Elsa Fernandes, Elsa Silva, Emília Camões, Emília Fernandes, Emília Ferreira Lourenço, Emília Maria Carrilho, Emília Paz, Emília Sampaio, Emílio Machado, Ernestina, Esmeralda, Esperança Rodrigues, Ester Calado, Estevão, Eufrazia Linhol Quadrado, Eugénia Rebelo, Eunice Sousa, Eunice Sousa, Falcão, F. Emílio Machado, Fátima de Oliveira Pádua, Fausta de Melo, Feliciano Alface Reis, Felicidade Favas, Felisbela Lourenço Cardoso, Fernanda Diamantina Ferreira Silva, Fernanda Loureiro, Fernanda Nazareth, Fernanda Ramos, Fernanda Curros, Fernanda Tavares, Fernando, Fernando Anjos, Fernando Bernardo, Fernando Carvalho, Fernando César Pereira, Fernando Ferraz, Fernando Ferreira, Fernando Garcia, Fernando Portugal, Fernando Varandas, Fernando Vieira, Filomena Crespo, Filomena Lurdes Gomes Santos, Filomena Machado, Filomena Neves, Filomena Silva, Florindo Caiado, França Mota, Francisco, Francisco Arnaldo Esteves, Francisco Gama, Francisco Pousadas, Francisco Sobrinho, Frederico Ferreira, Gaspar Pereira, Gisela Alvim, Glória Rocha, Glória Saramago, Graça Marques, Graça Teixeira, Graciete Cruz, Gracinda do Rosário, Gracinda Gama, Grazina, Guilhermina, Hamilton Ferreira, Heather Jorge, Helena Mora Ramos, Helena Carvalho, Helena Craveiro, Helena Cristina, Helena Duarte, Helena Henriques, Helena Lourenço, Helga Waap, Henrique Tondela Cruz, Hermenegildo Cunha, Hermínia Loureiro, Hernâni Batista, H. Mastbaum, Hernâni Perdigão, Honório Penica Quadrado, Hugo Correia, Hugo Valadares, Hugo Guedes, Humberto Peixoto, Ilda, Ilda Fortes, Ilda Lopes, Inácio, Inácio Pardelha, Inês Guinot, Iracema Mota, Irene Antunes, Irene Ferrinho, Iria Vilela, Isaac Esteves, Isaac Pedro, Isabel Almeida, Isabel Carvalho, Isabel Galvão Melro, Isabel Jesus, Isabel Lemos, Isabel Maria Santos, Isabel Mariano, Isabel Mata, Isabel Rodrigues, Isabel Samora, Isabel Silva, Isabel Silvestre, Isabel Simões, Isabel Velhinho, Isaura França, Isaura Vilela, Isilda Grácio, Ismália da Cruz, Isménia Soares, Ivone Correia, Ivone Côrte-Real dos Santos, João, João Alcino, J. Conceição, João Custódio Pinguinha, João Félix, João Guerreiro, João Inácio, João Lapão, João Leitão, João Limpo Serra, João Manso Ribeiro, João Mendes, João Paulo Costa, João Piçarra, João Santos, João Silva, João Silva, João Soares, João Varela, João Xavier Carriço, Joaquim P. de Matos Águas, Joaquim
Varela, Joaquim Nascimento, Joaquim Pinto, Joaquim Saraiva, Joaquina Mendes Marques, Joaquina Quadrado Rosalino, Joaquina Reis, Jocelina Graça, Jorge Barbosa, Jorge Braço Forte, Jorge Cruz, Jorge Pimenta, Jorge Pousadas, José Correia Costa, José Manuel Costa, José Alberto, José Alberto Reis, José Almada, José Alves, José António Egea, José Augusto, José Batista, José Brás, José Caiado, José Carlos Manaças, José Carlos Rocha, José Casqueira, José Costa Durão, José Couto, José Cristina Afonso, José de Brito, José Durão, José Fernandes, José Ferreira Jacinto, José Girão Bastos, José Gomes, José Gonçalves, José Joaquim, José Lourenço, José Manuel Vasques Saruga, José Maria Maia de Azevedo, José Maria Rodrigues, José Maria Silvestre, José Nunes Petisca, José Paula, José Pereira da Silva, José Regalla, José Sabino Serra, José Vigário, Josefina Rosa Marques, Judite Morais, Júlia Aguiar, Júlia Carvalho, Júlia Santos, Julieta Cabral, Júlio Almada, Júlio Assunção, Júlio de Almeida, Júlio Cabecinha, Júlio Guerreiro, Júlio Martins de Assunção, Laura Araújo, Laurinda Antunes, Laurinda Garcia, Lénia Ferrão, Leonor Almada, Leonor Carmo, Leonor Chaves, Leonor Gomes, Leopoldino Antão, Lia Ticlo, Libânia Oliveira, Lídia Caronho, Lídia Pacheco, Liliete Heleno, Lisete Teixeira Rodrigues Barros, Loisk Paixão, Lourdes Esteves, Lúcia Peças Ferreira, Luciano Gonçalves, Lucília Santos, Lucília Tomé, Lucinda Marques, Lucinda Martins Fróis, Ludgero Oliveira, Ludónio Leitão, Ludovica Marques, Luís Campilho, Luís Durval Borges Ferreira, Luís Filipe Peres Correia de Sá, Luís Magalhães, Luís Mira Delgado, Luís Rosas, Luísa Cerveira, Luísa Cruz, Luísa Galinha, Luísa Meireles, Luísa Regateiro, Luísa Valdeiro, Lurdes Clemente, Luz, Madalena Monteiro, Madalena Ramos, Manuel Agostinho Ferreira, Manuel Almeida, Manuel Anjo, Manuel Azevedo Ramos, Manuel Braço Forte Júnior, Manuel da Veiga Malta, Manuel Cardoso, Manuel Centeio, Manuel Gomes, Manuel José Martins Veloso Matos, Manuel Laje, Manuel Machado, Manuel Maia, Manuel Mateus, Manuel Petisca, Manuel Pinheiro, Manuel Rebelo, Manuel Reis, Manuel Ribeiro Diogo, Margarida Almeida, Margarida Anacoreta, Margarida Araujo, Margarida Côrte-Real, Margarida Cristina Afonso, Margarida Farraia, Margarida Ferro, Margarida Henriques, Margarida Maria Geraldes Fernandes, Margarida Moreira F. Castro Sousa, Margarida Vieira, Maria, Maria Adelaide Pedro, Maria Adelaide Rosário, Maria Adelaide Sousa, Maria Adelaide S. Paixão Sousa, Maria Adelina Duarte, Maria Alcina Tavares, Maria Alice Batalha, Maria Alice Castro Pereira, Maria Alice Filipe, Maria Alice Ruje, Maria Amália Teixeira, Maria Amélia Leitão, Maria Anete Varela Roque, Maria Anjos Martins, Maria Antónia Nico Cabaço, Maria Antonieta Barreiros, Maria Antonieta Neves, Maria Arminda Fernandes, Maria Ascensão Costa, Maria Augusta Pereira, Maria Augusta Saraiva, Maria Baião, Maria Barradas, Maria Benedita Cruz, Maria Benvinda Figueira, Maria Cândida Arede, Maria Cândida Traça, Maria Carmo Bonito, Maria Carolina Camati, Maria Catarina da Silva Lage, Maria Cecília Fevereiro, Maria Céu Costa, Maria Conceição Baptista, Maria Conceição Rei, Maria Constança Dias, Maria Cristina Ferreira, Maria Cristina Queiroga, Maria da Conceição Boino de Azevedo, Maria da Graça Amaral, Maria da Graça Anastácio Martins, Maria da Luz Ferreira, Maria da Piedade Godinho, Maria da Soledade Martins, Maria de Fátima Antunes, Maria de Fátima Banha, Maria de Fátima Cabecinha, Maria de Fátima Cordeiro, Maria de Fátima Cravidão, Maria de Fátima Custódio, Maria de Fátima Eliseu Guerrinha, Maria de Fátima Ferro dos Santos, Maria de Fátima Grácio, Maria de Fátima Loja, Maria de Fátima Mota, Maria de Fátima Ribeiro, Maria de Fátima Veloso, Maria de Jesus Melo, Maria de Jesus Moita, Maria de Jesus Rosa, Maria de Lourdes Coelho, Maria de Lurdes Afonso, Maria de Lurdes Gonçalves, Maria de Lurdes Marques, Maria de Lurdes Mateus, Maria de Lurdes Matias, Maria de Lurdes Rodrigues, Maria de Lurdes Silva, Maria do Carmo, Maria do Carmo Dias, Maria do Carmo Pais Pinto, Maria do Carmo Vieira, Maria do Céu Silva, Maria do Rosario Barbeiro, Maria do Rosário Ferreira, Maria do Rosário Rebelo, Maria do Rosário Vieira, Maria do Rosário Vilarinho, Maria dos Anjos Cardoso, Maria dos Raminhos, Maria dos Remédios, Maria Dalila Silva, Maria Delfina Moura, Maria Dilma Freitas, Maria Dina Gomes, Maria Elisa Costa, Maria Elisa Relvas, Maria Elisa Rodrigues, Maria Elisete Pais, Maria Elizabeth Brandão, Maria Emília Plácido, Maria Emília Santos, Maria Esperança Pires Rodrigues, Maria Estefânia Monteiro, Maria Ester Ribeiro Durães, Maria Estrela Gordo, Maria de Fátima dos Santos Gaiato, Maria Fátima F. Ferreira Pereira, Maria Fátima Rufino, Maria Fernanda Gonçalves, Maria Fernanda Mascarenhas, Maria Fernanda Matos, Maria Fernanda Pereira Marques, Maria Fernanda S. Vieira da Cunha, Maria Filomena Brízido, Maria Filomena Horta, Maria Filomena Peixe, Maria Filomena Pereira, Maria Fortunata Resende, Maria Furtado, Maria Gabriela Assis, Maria Gabriela Batista, Maria Gabriela Correia, Maria Gabriela Neto, Maria Glória Matos, Maria Graça Mendes, Maria Graciete Batista, Maria Helena Caio, Maria Helena Cardoso, Maria Helena Fernandes Iglesias, Maria Helena Ferronha, Maria Henriques, Maria Helena Lourenço, Maria Inácia Corrêa de Sá, Maria Irene Oliveira, Maria Isabel Abrantes, Maria Isabel Dias, Maria Isabel Ferreira, Maria Isabel Patrício, Maria Isabel Santos, Maria Ivone Andrade, Maria João Cortes, Maria João Estevens , Maria João Goden, Maria João Limpo Serra, Maria João Marmeleiro, Maria João Pousadas, Maria José Barahona, Maria José Borges, Maria José Carvalho, Maria José Chasqueira, Maria José Cruz, Maria José da Silva, Maria José Duarte, Maria José Farraia, Maria José Gerado, Maria José Guerra, Maria José Machado, Maria José Monteiro, Maria José Mosqueiro Ferreira Marques, Maria José Nogueira, Maria José Rangel, Maria José Romana, Maria José Santos Gomes, Maria José Valério, Maria Júlia Almada, Maria Júlia Dionísio Oliveira,
Maria Julieta Fernandes, Maria Julieta Santos, Maria La Salete Vila Pouca ferreira, Maria Lapão, Maria Leonor Chaves, Maria Leonor Leitão, Maria Leonor Orge, Maria Lígia Martins, Maria Lourdes Gomes, Maria Lucília Ferreira, Maria Luísa Domingos da Silva, Maria Luísa Ferreira, Maria Luísa Oliveira, Maria Luísa Represas, Maria Luísa Sousa Correia, Maria Lurdes Correia, Maria Madalena Santos, Maria Manuela Abreu, Maria Manuela Amaral, Maria Manuela Dias, Maria Manuela Nunes, Maria Margarida Duarte, Maria Margarida Pingarilho Carriço, Maria Natércia Costa, Maria Nautília Moreira, Maria Noémia Gomes, Maria Odete Cavaleiro, Maria Otília Figueiredo, Maria Paula Alves, Maria Paula Conceição, Maria Paula Oliveira, Maria Paula Silva, Maria Piedade Jesus, Maria Raquel Marçal, Maria Rita Barreiros, Maria Rosa Casquinha Lavado, Maria Rosa Morgado, Maria Rosa Ramos Silva, Maria Rosa Ribeiro, Maria Rosa Silva, Maria Silvina Simões, Maria Susana Freitas, Maria Teresa Albuquerque, Maria Teresa Arroz, Maria Teresa Baleixo, Maria Teresa Correia, Maria Teresa Gameiro, Maria Teresa Nu, Maria Teresa Rocha, Maria Teresa Silva, Mariana Galante, Marina Martins, Mário Dias, Mário Guerra Valente, Mário Patinho, Mário Videira, Marlene Susana Araújo Andrade, Marta Sousa, Mavilda Machado, Máximo Pousadas, Melenciana Mendes, Melo, Miguel Fevereiro, Miguel Franco, Miguel Santos, Minelvina Leite Gomes, Mónica Cunha, Natália Miranda, Natividade Pedras, Nazareth Barbosa, Nelson Paula, Nelson Ricardo Silva Sousa, Neves, Norberto Adão, Nuno Canada, Nuno Mata, Olga Malheiro, Oliveira e Silva, Oriza Ornelas, Orlando Guimarães, Osvaldo Antunes, Palmeiro, Patricia Temudo, Patrick Freire, Patrocinia Gonçalevs, Paula Alexandra Paulos Tavares, Paula Cortes, Paula Cristina L.R. Cabral Almeida, Paula Gordo, Paula Maçãs, Paula Mateus, Paula Mendonça, Paula Regateiro, Paula Saraiva, Paulo Carvalho, Pedro Caetano, Pedro Castelo Branco, Pedro Gomes, Pedro Lirio, Pedro Mão de Ferro, Pedro Paula, Pedro Silva, Penha Gonçalves, Pires, Raquel Mengas, Raul Alves, Raul Reis, Raul Silva, Regina Anabela Grosa, Regina Cardoso, Renata Carvalho, Ricardino Ferreira, Ricardo Galo, Rita Barbosa, Rodolfo Silva, Rodrigues, Romana Granger, Rosa Almada, Rosa Fernandes, Rosa Maria Mendes, Rosa Pereira, Rosa Pinto, Rosa Renda, Rosa Saraiva, Rosa Sousa, Rosa Trigo, Rosa Vara, Rosinda Martinho, Rui Batista, Rui Correia Vinagre, Rui Manso, Rui Pinheiro, Rui Santos, Rui Sereno Mello, Rui Silva, Sá Nogueira, Sandra, Sandra Cláudia Silva Capela, Sandra Maia, Sandra Rodeia, Sara Carmo Moreira Pereira, Sara de Oliveira, Sara Matos, Sara Moura, Saraiva, Salvado Valente, Segismundo Gomes, Silvia S. Barros, Stela Gomes, Susana Carvalho, Susana Isabel Silva Rocha, Susete Esparteiro, Telma Felix, Teresa, Teresa Fagulha, Teresa Faustino, Teresa Guerreiro, Teresa Manso, Teresa Matias, Teresa Moreira Faria Coelho, Teresa Rodrigues, Teresa Temudo, Teresa Venâncio, Teresa Ventura, Tiago Luís, Tito Paz Fernandes, Transmontano Pelouro, Vasco Ferreira, Vasco Fialho, Vasco Piçarra, Veloso, Vera Atalaia, Virgínia Gonçalves, Virgínia Gonçalves, Vinagre, Virgílio Costa, Vitorino Rosado, Zaida Santos, Zaida Silva, Zaide Ferreira, Zandonaide Torres, Zulmira Duarte Borrego.
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