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Relatório Final da NTSB de 2020

por Bill Lavender

Durante os primeiros meses de cada ano, AgAir Update publica as estatísticas de acidentes e fatalidade do ano anterior. Não é possível fornecer esta informação mais cedo devido à demora em receber os dados do NTSB, especialmente neste ano devido às preocupações do governo com a COVID-19. Alguns relatórios de acidentes ainda são preliminares e os detalhes podem mudar quando o relatório se tornar final. Ainda há nove relatórios da NTSB incompletos quanto a acidentes com aeronaves operando na Parte 137.

AgAir Update utiliza todos os dados referente a operações de aeronaves agrícolas conforme descritas pelo NTSB, mesmo quando elas não estavam efetivamente operando sob a Parte 137 quando do acidente. Isto inclui aeronaves agrícolas operando sob a Parte 91 (translado/reposicionamento), controle de vetores, secagem de cerejas, etc. O que isto significa para o leitor é que os dados de AgAir Update podem não bater com os dados da NAAA ou outras fontes que usem diferentes métodos de cálculo.

AgAir Update distribui os acidentes e fatalidades em gráficos fáceis de se ler.

Comparações entre tipos de aeronave e locais geográficos não levam em conta o número de horas voadas ou o número de aviões de determinado modelo registrados em cada estado, que são desconhecidos. Assim, não se deve fazer ilações sobre um determinado modelo de aeronave ou que os números de um determinado estado são piores ou melhores do que de outro.

TOTAL DE ACIDENTES POR ANO

Em 2020, ocorreram 54 acidentes, incluindo uma colisão em voo e 12 acidentes fatais, com 13 mortes quando se considera a colisão em voo informada pelo NTSB (dois mortos em um acidente), comparado com 67 acidentes com 8 mortes em 2019; menos acidentes, mas um maior número de fatalidades. O número de acidentes, 54, é o menor em 10 anos, sendo o maior 99, em 2011. Porém, 2020 excedeu em fatalidades todos os 10 anos anteriores, com 13 mortes de pilotos, de um total de 81 mortes nos últimos 10 anos; um número impressionante. O ano de 2013 foi o melhor destes 10 anos, com um índice de acidentes fatais de 4%, enquanto que 2020 foi o pior com 22,22%.

TOTAL DE ACIDENTES EM 2020 POR ESTADO

Este ano, a Califórnia teve o maior número de acidentes, com 6. Houve um apreciável número de estados com um único acidente, 11 dos 24 estados que informaram acidentes. Apenas um acidente separou estes estados de um ano perfeito, sem acidentes,. Vários estados não estão citados porque não tiveram acidentes informados. Curiosamente, houve dois acidentes no Alasca. Estes podem ser atribuídos a missões de combate a incêndios.

ACIDENTES POR MÊS

Em 2020, o mês com o maior número de acidentes no ano foi julho, com 20 acidentes. O verão é quando se voa a maior parte das horas de voo aeroagrícola. Os meses de julho, com 20, e junho, com 10 (meses de verão no hemisfério norte), foram os meses de 2020 com números de dois dígitos. Trinta dos 54 acidentes de 2020 (55,5%) ocorreram em junho e julho. Comparado com 2019, 27 dos 67 acidentes (40,2%) ocorreram em maio e julho.

A Air Tractor lidera com o maior número de acidentes, 24 em 2020, seguida pelos helicópteros em geral com nove. Óbvio, a Air Tractor tem a maior parcela dos aviões na frota aeroagrícola e era de se esperar que também tivesse o maior número de acidentes. Conforme a Pesquisa do Mercado de Aplicação Aérea da NAAA de 2019 (publicada na edição do inverno de 2020 da revista Agricultural Aviation), os helicópteros compõem 13% da frota aeroagrícola, e representaram 16% dos acidentes de 2020. Os Ag-Cat e Thrush praticamente empataram, com oito e sete acidentes respectivamente. Examinando o gráfico “Acidentes por Aeronave”, o índice de acidentes parece coincidir com a percentagem dos modelos na frota, com a exceção do Ag-Cat. O porquê disso é incerto. Talvez tenha a ver com o fato dos Ag-Cat serem bons aviões para se colocar um piloto agrícola novato.

FATALIDADES

Ocorreram 12 fatalidades em 2020. Seis acidentes fatais com sete mortes em Air Tractors, duas em Cessnas e em helicópteros e uma cada em um Ag-Cat e um Pawnee. Pode-se fazer especulação quanto ao nível de proteção ao ocupante de qualquer modelo de aeronave. Porém, há muitos outros fatores adicionais que podem causar um acidente, fatal ou não, para se fazer pressuposições.

CAUSAS MEC NICAS, NÃO-MEC NICAS E DESCONHECIDAS

AgAir Update lê cada relatório para determinar se um acidente tem causa mecânica, não-mecânica ou desconhecida. Ocorreram 10 acidentes com causas desconhecidas em 2020. AgAir Update pressupõe que isto ocorra principalmente em função dos resultados não estarem atualizados. Estes deverão posteriormente ser resolvidos e classificados como de causa mecânica ou não-mecânica. Em qualquer caso, acidentes de causas não-mecânicas, que são os que podem ser considerados os causados pelo piloto ou pelas condições meteorológicas (o que indiretamente também é responsabilidade do piloto), superam o número de acidentes com causas mecânicas, 34 contra 10 (ou 3,4:1).

Nada nem ninguém tem mais capacidade de efetivamente mudar as estatísticas de acidentes na aviação agrícola do que seus pilotos. É claro, o empresário pode fornecer equipamento mais seguro em um ambiente de trabalho mais seguro. O PAASS (Professional Aerial Applicators’ Support System – Sistema de Apoio ao Aplicador Aéreo Profissional) pode educar e aumentar a conscientização de segurança. Até mesmo o governo pode passar regulamentos de segurança, até certo ponto. Porém, a responsabilidade final pela segurança é do piloto.

Há muitas ferramentas disponíveis para se melhorarem as chances de se ter uma safra livre de acidentes. Uma das melhores é a participação no programa PAASS da NAAA. Tendo disponibilidade nacional durante a maior parte da entressafra, mesmo durante a COVID, não há desculpa para não se participar. Um empresário veterano uma vez disse, “não quebre o meu avião”. Quem conheceu este empresário sabe que o que ele queria dizer era que o piloto não se machucaria se ele não quebrasse o avião.

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