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Um Pioneiro Protegendo a Indústria de Celulose
Por Lucas Zanoni
Adonis Mazutti Correa é um piloto agrícola da “velha guarda” que foi um pioneiro no país e agora está ajudando a proteger as florestas de eucalipto. Sua história no setor começou em 1993. Depois que sua família se mudou para Santa Juliana (no polo agrícola do Triângulo Mineiro) para plantar soja, ele fundou a primeira empresa de aplicação aérea na região (Águas Claras Aviação Agrícola), que antes era atendida por operadores do estado de São Paulo.
Ele começou a trabalhar com a pulverização de fungicidas e inseticidas nas lavouras de soja. Logo após começar a voar, Daniel Thomazin, um amigo com quem havia se formado junto no curso de piloto agrícola em Itápolis (São Paulo), mudou-se para lá e os dois formaram uma parceria, operando inicialmente dois pequenos Pawnees.
Em 1999, Adonis foi aos Estados Unidos e adquiriu um AT402, sendo um dos primeiros operadores a trazer uma aeronave Air Tractor para o Brasil. Ele conta que na época a maior parte do mercado brasileiro acreditava que os turboélices não iriam se sair bem no país, mas que ele sempre acreditou que a tecnologia seria mais rentável. Um dos Pawnees entrou na negociação, então Daniel continuou voando o outro enquanto Adonis começou a voar o AT402.
Dois anos depois, Adonis participou de um projeto pioneiro no país, usando aviões Air Tractor para combate a incêndio. Junto com outros dois operadores, atuaram com três AT402 em operações no CentroOeste brasileiro:
“Eu estava em Porto Jofre, no Pantanal, na beira do rio e cercado de fumaça, quando vi as notícias do atentado de 11 de setembro. Depois a gente trabalhou com combate a incêndios no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, perto de Cuiabá. A gente tomou um calote e não recebemos nada pelo serviço. Mas foi um projeto inovador, abrimos a primeira temporada de combate na região. Fizemos história no país”.
Em 2004, Adonis tentou um novo voo em sua vida e se afastou da aviação agrícola. Ele vendeu seu avião e foi para o Mato Grosso para trabalhar com terra
Novo AT502XP da Águas Claras pintado com as cores do Brasil, recém chegado ao país. Adonis destaca que essa aeronave é a mais versátil e que tem oferecido excelência no combate a incêndios.
e plantar soja, no início do boom agrícola naquele estado. Não deu muito certo. Ele retornou três anos depois, quebrado, e voltou a trabalhar com a atividade que ele domina. Durante este período Daniel havia fundado a Tom Aviação Agrícola em Ibitinga, com apoio de seu pai Pedro José Thomazin, que havia sido piloto agrícola a vida inteira, e Adonis se juntou a ele em 2007. Alguns anos depois, o empresário que havia comprado a Águas Claras colocou-a a venda e então os dois a compraram de volta, sendo sócios atualmente nas duas empresas.
Adonis conta que, sem muito dinheiro, ele voltou a voar com aviões menores e usados. Em 2010, ele comprou seu primeiro AT502 e, naquela época, Adonis presto alguns serviços de combate a incêndios para outra empresa em algumas regiões do país.
Hoje a frota deles conta com cinco AT502, sendo um deles um XP recém fabricado. Na base operacional do estado de Minas Gerais (Águas Claras), eles prestam serviço para vários tipos de cultivos: cana, eucalipto, milho e horticultura (cebola, alho, cenoura e muita batata), em uma região com muitas áreas de irrigação. Na base operacional de São Paulo (Tom), eles servem principalmente o setor sucroalcooleiro.
Nos últimos quatro anos, ele começaram a equipar seus aviões com comportas Zanoni, ao mesmo tempo que as empresas da região começaram a estabelecer um projeto piloto para o uso de aeronaves no combate a incêndio (um pouco céticos no início, acreditando que o trabalho não seria viável). Mas Adonis comenta que o trabalho se provou eficiente:
“Esse ano [2021] tivemos um grande volume de horas voadas. Conseguimos demonstrar que o caminho é acionar o avião logo após o início do incêndio. Teve efeito. Os clientes ficaram muito satisfeitos e estão demonstrando um interesse crescente na ferramenta. Estamos tendo muito sucesso com nossa metodologia”.
Ele destaca que, especialmente os clientes do setor de eucalipto e celulose, as operações tem sido excepcionalmente eficiente. Como normalmente essas empresas já tem experiência com gestão de incêndios e possuem uma grande estrutura para o trabalho (com equipe qualificada de solo, monitoramento, caminhões pipa, mangueiras apropriadas etc.), o uso do avião caiu como uma luva. O experiente comandante compartilhou com a gente um pouco de sua perspectiva em relação as tecnologias de combate aéreo a incêndio: ➤
Adonis Mazutti Correa é piloto agrícola desde 1993 e um dos pioneiros no uso de Air Tractors para combate aéreo a incêndio no Brasil.
Daniel Thomazin e Adonis Mazutti Correa, sócios da Tom e da Águas Claras, junto com Junior Oliveira, secretário executivo do SINDAG. Adonis conta que Daniel, “irmão que a vida lhe deu”, foi quem o ajudou a decolar novamente na aviação agrícola.
PULVERIZANDO TECNOLOGIAS DESDE 1997
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Visão aérea de um incêndio no Triângulo Mineiro. O grupo Águas Claras/Tom tem oferecido serviço de combate aéreo a incêndio para os setores da cana-de-açúcar e de celulose.
Eu já voei com AT802 para combate a incêndio com comporta longitudinal, mas posso garantir que o AT502 com comporta transversal está funcionado perfeitamente para o nosso serviço. A aeronave é uma ferramenta auxiliar e, se o trabalho foi feito corretamente, mesmo com um volume menor você pode encontrar o mesmo resultado e algumas vezes até ser mais eficiente.
Nós tínhamos uma demanda para que a Zanoni desenvolvesse uma comporta que fosse nos servir no combate em vegetações de maior densidade, mas que também operasse no trabalho de pulverização agrícola (como o primeiro modelo hidráulico que já tínhamos deles). Nós colocamos dois equipamentos desse novo protótipo deles e já voamos uma temporada de incêndios em florestas de eucalipto. O resultado foi ótimo e estamos muito satisfeitos”.
Adonis também compartilhou com a gente algumas das vantagens que ele vê em trabalhar para o setor privado nessa atividade. Segundo ele, tem sido muito mais interessante e confortável: o pagamento e o arranjo contratual é melhor do que com o governo, a demanda das empresas já é tão grande quanto do setor público, há um grande profissionalismo e interesse para que haja uma proteção eficiente das propriedades afetadas e, acima de tudo, o piloto está perto de casa. O empreendedor continua apostando nas aeronaves turbo no Brasil:
“Tivemos uma era de ouro para a aviação agrícola, que nos dava muito dinheiro no passado. Isso acabou e investir em novas tecnologias já não é tão fácil. Mesmo assim, continuamos fazendo bons investimentos e manter qualidade é nossa principal filosofia. O Daniel é um irmão que a vida me deu e a empresa é nossa mãe. A gente se entende muito bem e a primeira coisa que visamos é a saúde da empresa. A gente abre mão de um carro novo, abre mão de luxo, abre mão de muita coisa, para ver a empresa sempre bem. Sempre reinvestimos. Trabalhamos duro para que a empresa esteja sempre a frente, visando sempre melhorar os padrões de segurança para todos. E o avião turbina é sinônimo de segurança”.
Em tempos difíceis, o combate a incêndio se provou crucial não apenas para preservar as florestas, mas também por servir financeiramente as várias famílias que contribuem para o grupo. A Águas Claras e a Tom Aviação não tem mais tempo ocioso durante a entressafra e a nova atividade surgiu para ajudar todos durante as estações secas. Quase trinta nãos após fundar a empresa, Adonis continua sendo um pioneiro, agora protegendo o meio ambiente e vários trabalhos na região do Triângulo Mineiro.
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