Revista Abigraf 279

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REVISTA

ISSN 0103•572X

REVISTA ABIGRAF 279 SETEMBRO/OUTUBRO 2015

A R T E & I N D Ú S T R I A G R Á F I C A • A N O X L • S E T E M B R O / O U T U B R O 2 0 1 5 • Nº 2 7 9




ISSN 0103-572X Publicação bimestral Órgão oficial do empresariado gráfico, editado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica/Regional do Estado de São Paulo, com autorização da Abigraf Nacional Rua do Paraíso, 533 (Paraíso) 04103-000 São Paulo SP Tel. (11) 3232-4500 Fax (11) 3232-4550 E-mail: abigraf@abigraf.org.br Home page: www.abigraf.org.br Presidente da Abigraf Nacional: Levi Ceregato Presidente da Abigraf Regional SP: Sidney Anversa Victor Gerente Geral: Wagner J. Silva Conselho Editorial: Cláudio Baronni, Fabio Arruda Mortara, Igor Archipovas, Ismael Guarnelli, Levi Ceregato, Max Schrappe, Plinio Gramani Filho, Reinaldo Espinosa, Ricardo Viveiros e Wagner J. Silva Elaboração: Gramani Editora Eireli Rua Marquês de Paranaguá, 348, 1º andar 01303-905 São Paulo SP Administração, Redação e Publicidade: Tel. (11) 3159-3010 Fax (11) 3256-0919 E-mail: editoracg@gmail.com Diretor Responsável: Plinio Gramani Filho Redação: Tânia Galluzzi (MTb 26.897), Ada Caperuto, Denise Góes, Marco Antonio Eid, Ricardo Viveiros, Suzana Lakatos Colaboradores: Álvaro de Moya, Claudio Ferlauto, Hamilton Terni Costa e Walter Vicioni Edição de Arte: Cesar Mangiacavalli Produção: Rosaria Scianci Circulação: Livian Corrêa Editoração Eletrônica: Studio52 Impressão e Acabamento: Pigma Gráfica Acabamento: Dobragraf Capa: Laminação e reservas de verniz, Hot stamping e relevo (com fitas MP do Brasil): Green Packing Assinatura anual (6 edições): R$ 60,00 Exemplar avulso: R$ 12,00 (11) 3159-3010 editoracg@gmail.com

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Museu de Tavares X, óleo sobre tela, 130 × 150 cm, 2005

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Paixão pela vida O trabalho de Maria Tomaselli, pintora, desenhista e gravadora, é intenso, inovador, repleto de qualidade técnica e aberto a distintas temáticas.

28 44 Crise aprofunda queda no setor

Produção do setor gráfico recua 10,8% no segundo trimestre deste ano. Ajustes de estoque podem ter contribuído para acentuar a piora do quadro.

Drupa 2016 Artigo aborda as perspectivas para o setor de embalagens, sobretudo em relação ao impacto da tecnologia digital, assinalando o papel da embalagem na construção das marcas.

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ARTE & INDÚS TRIA GRÁFICA • ANO XL • SET EMBRO/OU

TUBRO 2015 • Nº 2 7 9

Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica

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FUNDADA EM 1965

Membro fundador da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf)

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TA ABIGRAF 279 SETEMBR O/OUTUB

RO 2015

Apoio Institucional

Capa: Torre Azul – Era uma Vez, óleo sobre lona usada, com gravuras impressas em lona, 160 × 200 cm, 2014 Autora: Maria Tomaselli


De braços abertos O Rio de Janeiro foi sede do 16-º Congraf e do XXIV Congresso da Conlatingraf, reunindo gráficos brasileiros e latino-americanos.

Sadaji Yoshioka conta sua história E ela é escrita com a pena da determinação, da paciência e da integridade, numa trajetória de sucesso que envolve toda a sua família.

GraphExpo olha para a mudança Num clima mais otimista que a edição anterior, a feira realizada em Chicago reforça a ideia de que o pensamento empresarial e comercial precisa evoluir junto com a tecnologia.

Um mundo à parte Morando em Botsuana, Janaina Matarazzo desenvolve um trabalho fotográfico peculiar, banhado pela força e pela magia da natureza africana.

#Abigraf50 – A segunda década Na sequência de matérias sobre os 50 anos da Abigraf, esta edição fala do período entre 1975 e 1985, quando a entidade precisou superar os altos e baixos da economia nacional.

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Diversificação é a marca da Pigma Otimizando o atendimento ao segmento promocional, a Pigma posiciona-se como um dos dez principais fornecedores de impressão para o mercado publicitário.

20 60 64 72 78

Editorial/ Levi Ceregato........................... 6 Rotativa ................................................. 8 22-º Prêmio Theobaldo De Nigris............26 Educação/ Walter Vicioni.......................34 Gestão/ Hamilton Terni Costa ................40 Kodak/ Evandro Matteucci ....................46 Sustentabilidade ..................................50 Dugraf/ Filial SP ...................................52 Arjowiggins/ Antalis ..............................54

Bienal do Livro/ RJ ...............................56 DuPont/ Expansão................................58 Fórum Anave .......................................66 Olhar Gráfico/ Claudio Ferlauto .............68 Quadrinhos/ Álvaro de Moya .................70 O Globo/ 90 Anos.................................76 Há 30 Anos..........................................82 Sistema Abigraf ...................................84 Mensagem/ Sidney Anversa Victor.........86

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EDITORIAL

A força da indústria gráfica

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njuntura política co na o tã es os ul ác st ob es or Mai stil aos negócios ho te en bi am ia cr e qu a, ic e econôm

o criou com sua orçamentário que ele própri icit déf ca áfi Gr demos mais tolerar da Indústria onsabilidade fiscal. Não po O 16-º Congresso Brasileiro esp irr CPMF e ente com o fiscatórias, como a volta da con s sta po (Congraf ), realizado juntam pro ricano da Indústria tema S, uma das mais 28-º Congresso Latino-Ame a retenção de recursos do Sis rso ncu Co – s s de educação, De Nigri e respeitadas redes mundiai es Gráfica e o 22-º Theobaldo caz efi ou str on dem de e à tos Gráficos, sionalizante e atenção à saú fis pro o Latino-Americano de Produ sin en idades. do empresários e a dos trabalhadores e comun vid da de da a força de nosso setor, reunin ali qu . is o o País e do Continente Por essa razão, em vez de ma lideranças classistas de tod á est o com , o nível, tributos, nossa indústria A grade de palestras, de alt de en vado há escrito na Carta Aberta, def confirmou o que temos obser el de atividade lho ba tra l igraf Naciona o incremento do nívten Ab A tempos: com criatividade, prego, a log ias mica, a manu ção do em nô eco te en am e bom uso das novas tecno en pl tá es taxa de juros scer e ter redução dos impostos e da ta disponíveis, será possível cre lu na da ja ga en destinado no mercado. e a flexibilização do crédito posicionamento de destaque to en im ec al etivos pelo fort s, a à produção. Esses são os obj Ficou clara, após os evento a. mi no o os e cul eco r a stá to ob do se que devem nortear percepção de que os maiores no o, ári ten , desenvolvimento No ano de seu cinquen à indústria gráfica brasileira ico tór his s qual realizou um congresso brasileiro! assim como em alg uns paíse ou a no Rio de Janeiro e conquist latino-americanos, não é a or Gráfico Set do sta s nte Parlamentar Mi Fre da o concorrência das novas mídia açã cri Nacional está mais públicos e produtos Mídia Impressa, a Abigraf eletrônicas e da internet. Há da e a é fortalecimento nde problema a do que nunca na luta pelo ad para todos os meios. O gra gaj en da e nomias da reg ião bilização, ao lado de conjuntura interna das eco de nossa atividade e na mo nte bie am o tra con nta da solução dos grandes nossa, em particular, que ate toda a sociedade, em favor . sas pre vimento brasileiro. das em mas nacionais e do desenvol ble de negócios e o crescimento pro os o com sil, no Bra Os problemas que nos afetam onsabilidade fiscal esp irr a r juros e impostos elevados, lceregato@abig raf.org.b custo do crédito, o e e ad ied car pre a co, bli do setor pú , burocracia e insegurança a taxação de investimentos o crescimento econômico jurídica, não permitem que rentamos crises seja sustentável. Por isso, enf ravada pelos escândalos periódicas, como a atual, ag do governo, devida à sua de corrupção e a fragilidade ndo aqui a rejeição de seu perda de credibilidade, inclui , nal de Contas da União. Há balanço de 2014 pelo Tribu o nd era Legislativo, consid ainda, sérias contradições no ntos parlamentares de a tentativa de alg uns seg me ariam o rombo fiscal. aprovar medidas que agrav ário, foi muito Considerando todo esse cen da Indústria Gráfica pertinente a Carta Aberta animidade no plenário fica Brasileira, aprovada por un Bra sileira da Indústria Grá do Presidente da Associação iva tat ten va no a do ian do Congraf, repud (Abigraf Nacional) para cobrir o tos pos im r nta me au de o govern

L evi C eregato

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ENFOQUE

Diretora da APS conquista certificação de excelência em feiras Sandra Keese, diretora da

minha empresa a outro patamar de excelência, em que as normas e padronizações contribuem no crescimento, cooperação e entendimento do mercado como um todo para que todos ganhem, principalmente o cliente final”. A certificação CEM , criada em 1975 para aumentar os padrões profissionais na indústria, é um reconhecimento global que demonstra o mais alto nível profissional na área de gerenciamento de feiras e eventos. Apenas 2.300 profissionais fazem parte do seleto grupo de certificados.

APS Feiras & Eventos, completou o CEM Lear ning Pro-

gram e é agora Cer ti fied in Exhibition Management (certificada no gerenciamento de feiras). A importante conquista reforça o compromisso da APS em estar sempre buscando conhecimento para atender os clientes com excelência. Para Sandra, “Participar do CEM significou uma oportunidade única de troca de experiência entre os participantes e me atualizou diante de normas internacionais. Acredito que esta certificação está levando não só a mim como a

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EXECUTIVOS ESKO AMÉRICA LATINA

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XEROX BRASIL

Leonardo Cruz

Eduardo Brecht

Diretor geral

Diretor de Recursos Humanos

ESKO A Esko anunciou em outubro a no mea ção de Leo nar do Cruz como diretor geral da América Latina. Cruz será responsável pela criação de es traté gias regionais para aumentar as vendas diretas e indiretas da Esko, ampliar a cobertura de atendimento e suporte aos clientes no México, Américas Central e do Sul, além de fornecer suporte de marketing para a região. Ele

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se reportará a Jon Giardina, presidente da Esko Américas. Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Estácio de Sá, Cruz tem MBA Executivo pelo Instituto Coppead de Administração, ambos do Rio de Janeiro, e possui grande experiência na criação de estratégias de vendas, canais de atendimento e desenvolvimento de novos negócios e marketing no Brasil e na América Latina.

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XEROX Acumulando 20 anos de atividade na area de Recursos Humanos com passagens por grandes companhias de diversos setores, Eduardo Brecht foi contratado para o cargo de Diretor de Recursos Humanos da Xerox no Brasil. Formado em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista, Brecht tem MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúliio Vargas e especialização (lato sensu) em Administração Industrial pela Universidade de São Paulo. Para Brecht, que ficará baseado em São Paulo, assumir este posto representa uma grande oportunidade para desenvolver projetos que ajudem a alavancar resultados através das pessoas e uma das primeiras ações planejadas por ele é conhecer todas as frentes de trabalho da Xerox.

O livro brasileiro em Frankfurt

LUIS ANTÔNIO TORELLI PRESIDENTE DA CBL

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ealizada de 14 a 18 de outubro, a 67ª Feira do Livro Internacional de Frankfurt (Alemanha) teve a participação de 36 expositores brasileiros. De acordo com Luis Antônio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), apesar do momento de instabilidade econômica no País, a alta do dólar trouxe excelentes oportunidades às empresas que optaram por vender seus títulos e direitos no mercado internacional. “Reestrutu ra mos a forma como são rea li za das as reu niões de matchmaking, otimizando o tempo de duração do evento e favorecendo encontros que propiciem negócios concretos. Em 2014, fechamos o ano com um volume de operações internacionais realizadas equivalente a US$ 2 milhões. A estimativa é de que esse número se mantenha em 2015, apesar da crise”. Neste ano, a Feira do Livro de Frankfurt teve um pavilhão a menos. Além disso, foi possível perceber maior cautela das editoras de modo geral, flexibilizando- se para propostas de compra e venda menos agressivas. “O mercado está ciente da atual instabilidade econômica e está agindo de acordo com tal realidade. Em um contexto amplo, os ne gócios no mundo diminuíram”, informa Torelli.


Heidelberg Saphira Alta produtividade ao seu alcance

Heidelberg do Brasil $ODPHGD IULFD ū 3ROR (PSUHVDULDO 7DPERU« ū 6DQWDQD GH 3DUQD¯ED ū 63 ū 7HO ū )D[ DWHQGLPHQWR KEU#KHLGHOEHUJ FRP ū ZZZ KHLGHOEHUJ FRP EU

3DUD ŦUHGX]LU R WHPSRŧ GH VXD SURGX©¥R XVH VHPSUH R PHOKRU 8VH FRQVXP¯YHLV Heidelberg Saphira &KDSDV TX¯PLFRV WLQWDV YHUQL]HV EODQTXHWDV URORV H VXSULPHQWRV SDUD SU« LPSUHVV¥R LPSUHVV¥R H DFDEDPHQWR &RP D TXDOLGDGH GR PDLRU IDEULFDQWH GH LPSUHVVRUDV RIIVHW GR PXQGR WXGR LVVR SDUD YRF¬ LPSULPLU FRP PDLV YHORFLGDGH HP VXD P£TXLQD &RQVXP¯YHLV FRP H[FHOHQWH FXVWR EHQHI¯FLR H DOWD SURGXWLYLGDGH W¬P QRPH Heidelberg Saphira.


International Paper lança Chambril Avena + Expositores da Escolar se encontram com Luiza Trajano Com o objetivo de apresentar as novidades da principal feira de negócios do setor, a Escolar Office Brasil, a Francal Feiras promoveu no dia 1º de outubro um encontro com o mercado de produtos e serviços para escolas, papelarias e escritórios, reunindo 200 pessoas no Instituto Tomie Ohtake. Na oportunidade, a empresária e presidente do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, falou sobre as oportunidades para o varejo em tempos de crise. Enfatizando a necessidade de sermos protagonistas da história, trabalhando para destravar a economia, a empresária contou um pouco da experiência do Magazine Luiza em fazer mais com menos. “No início do ano reunimos nossos fornecedores e pedimos

que cada um fizesse um exercício para a elevação da produtividade. Com isso, conseguimos diminuir em 55% nossos custos nos pontos de venda”. Em 2014, a rede faturou R$ 2,7 bilhões e hoje conta com 777 lojas, espalhadas por 16 estados, empregando 24 mil pessoas. A 30ª edição da Escolar será realizada entre os dias 7 e 10 de agosto de 2016, no Anhembi, em São Paulo. Após a palestra, Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal Feiras, ressaltou os esforços da organizadora para fazer um feira forte, sobretudo em atrair para o evento varejistas que nunca estiveram na Escolar, segmento com 74.400 pontos de venda identificados pela Francal em pesquisa inédita.

Destinado ao mercado brasileiro de livros não didáticos, o papel Chambril Avena + foi lançado no início de setembro pela International Paper. De tonalidade off- white, o novo produto proporciona maior conforto na leitura, já que reflete menos luz, além de possibilitar livros mais encorpados e com maior lombada. “Acreditamos no crescimento do mercado editorial no Brasil e que, ao desenvolver um novo produto específico para atender esse segmento, a IP ajuda a fomentar a leitura e a literatura no País. Por isso, continuaremos investindo cada vez mais na melhoria, inovação e lançamento de produtos”, declara Jefferson Leite, gerente geral comercial de mercado doméstico da empresa. Disponível em 70, 80 e 90 g/m², o Chambril Avena +

Jefferson Leite

é co mercia li za do nos formatos resma, skid e bobina. Com esse lançamento a IP completa a linha Chambril, formada por dez tipos de papel offset, disponíveis de 45 a 240 g/m², para impressões em geral, como livros, cadernos, agendas, blocos, folhetos e calendários. www.internationalpaper.com.br

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Reestruturação na diretoria da Multiverde A

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pós Marcus Vinicius Borba de Melo retirar-se da empresa para se dedicar a novos projetos, a direção da Multiverde Papéis Especiais fica sob a responsabilidade de Fernando Carlos Pereira e Fernando Eric Teixeira. O diretor executivo Fernando Carlos Pereira, na companhia há 5 anos, é engenheiro químico pela Faculdade

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Oswaldo Cruz e pós- graduado em Administração Industrial pela Universidade de São Paulo (USP), com atua ção ante rior na Basf, Comgás e Grupo Ultra. Fernando Eric Teixeira, diretor geral, ingressou na Multiverde em 2013 como gerente geral, com passagens pela Ambev e Grupo JVC, e possui formação acadêmica de

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Engenheiro Eletricista pela Pontifícia Universidade Católica e MBA (Gestão Empresarial) pela Fundação Getúlio Vargas, Business School São Paulo e Washington University. É também Black Belt – six sigma pelo Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG). NOVO GERENTE – No início de agosto, Marco Antonio Birrer

assumiu a gerência co mercial da Multiverde. Administrador de Empresas, com MBA (Especialização em Varejo) pela USP, Birrer possui grande experiência em gestão de vendas em empresas nacionais e multinacionais, como Johnson & Johnson, EMS, Sony, Cremer, CPMC e Nespresso. www.multiverde.com.br



Atuar como presidente do júri em Cannes reacendeu meu amor e respeito pela publicidade impressa. Tem-se falado muito em nosso setor sobre como as novas mídias transformaram tudo, mas o impresso ainda representa o maior desafio criativo no negócio. Pablo Del Campo, presidente do júri na categoria Imprensa no Cannes Lions deste ano. REVISTA PRINT POWER BRASIL Nº 1, PRIMAVERA 2015

Agfa apresenta nova chapa violeta sem produtos químicos Q

Nova impressora fotográfica Epson SureColor P600 Prometendo os mais altos pa-

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drões de qualidade de impressão fotográfica, a Epson apresentou sua nova impressora profissional SureColor P600, com a exclusiva tinta UltraChrome HD, que produz imagens com densidade de preto inédita e proporciona elevado nível de nitidez na impressão. A tecnologia Preto Matte da tinta permite maior densidade de pigmentação na superfície do material impresso e proporciona gradações de tonalidades mais suaves, obtendo as melhores impressões em preto- e-branco, além de impressões com cores fiéis e brilhantes. A SureColor P600 pode imprimir em pa péis fine art até A3+ ou 33 × 48 cm. No papel em rolo é possível imprimir fotos panorâmicas de até 3 metros, sem quaisquer bordas ou margens e com excepcional clareza e nitidez. Múltiplas opções de conectividade e uma gama de

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funcionalidades são integradas à impressora, incluindo impressão móvel através de diferentes dispositivos via USB, Wireless-N e Wi-Fi Direct. Testes realizados pelo Wilhelm Imaging Research, laboratório que conduz testes de durabilidade de tintas, confirmaram os novos limites alcançados pelas tintas UltraChrome HD, que podem durar até 400 anos utilizando os papéis de arte fotográfica e fine art exclusivos da Epson. Esses testes preveem os efeitos da exposição acelerada e todos os outros fatores que podem afetar uma impressão com a passagem do tempo. “Com as tintas UltraChrome HD e o papel para impressão de fine art, a impressora Epson SureColor P600 está pronta para se tornar o novo marco na impressão fotográfica profissional”, garantiu Sean Máximo, gerente de produtos da Epson do Brasil. www.epson.com.br

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uando a Agfa Graphics lançou suas primeiras chapas sem produtos químicos para o mercado de jornais, em 2007, o setor mostrou interesse mas não ficou convencido das suas virtudes. Isso começou a mudar em 2011 com o surgimento da chapa offset violeta livre de produtos químicos N94-VCF, aceita hoje por mais de 70% dos clientes da Agfa, que a utilizam na impressão de jornais. Agora, na World Publishing Expo, realizada de 5 a 7 de outubro, em Hamburgo, Alemanha, a Agfa apresentou ao mercado a N95-VCF, nova geração de chapas violeta sem produtos químicos, que dará aos impressores de jornais a flexibilidade e simplicidade necessárias para vencer os desafios dos dias atuais. Disponível a partir do início do próximo ano, a nova chapa possibilita tiragens de até 300 mil folhas, dependendo das condições da impressão, e possui suporte a impressão com tintas UV, o que permite maior flexibilidade na sala de impressão em trabalhos (semi) comerciais e em aplicações específicas. Graças ao alto contraste da imagem e reconhecimento ótico, a inspeção física das chapas é mais fácil e ajuda a evitar desperdícios e reimpressões. Uma vez limpa, a chapa se torna totalmente resistente à luz do dia, além de oferecer resistência a riscos. Para edições menores e mais frequentes, os novos sistemas de gravação de chapas da Agfa Graphics modelos Advantage N-TR HS e N-TR VHS, em combinação com a nova Attiro VHS (lançada na mesma feira), produzem até 400 chapas por hora. A nova chapa N95-VCF é compatível com as séries atuais de processadoras de violeta e unidades de limpeza, e sua implantação não exige nenhuma mudança no sistema de gravação, limpeza ou impressão. “A nova chapa N95-VCF e a Attiro VHS nos permitem mais uma vez definir um novo padrão para o setor de jornais”, ressalta Emiel Sweevers, gerente da divisão de jornais da Agfa Graphics. www.agfagraphics.com


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Participaram do encontro líderes de 21 sindicatos de todo o País: Adair Angelo Niquetti (Nordeste RS), Angelo Garbarski (RS), Antonio de Sousa Almeida (GO), Carlos Jorge da Silva Lima (PA), Eduardo Carneiro Mota (PE), Floriano Alves da Silva Jr. (AL), Jander Rosa Moreira (Sul de MG), João Baptista Depizzol Neto (ES), Josair Santos Bastos (BA), José Afonso Boaventura de Souza (AC), Lidio Moreira dos Santos (MT), Luiz Francisco Juaçaba Esteves (CE), Raimundo Pereira da Silva (RR), Roberto Carlos Moreira (MA), Roberto de Lima Caminha Fo. (AM), Roberto José Basto Ferraz (PI), Ronaldo Alves Martins (Uberaba MG), Sandra de Lima Tomazelli (SC), Sebastião Avalone Freitas Fo. (RO), Sergio Carlos Ferreira Tavares (TO), além do anfitrião Fabio Arruda Mortara (SP)

Sindicatos do setor gráfico reuniram-se na Fiesp O

2º Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria Gráfica reuniu 21 presidentes de sindicatos patronais do setor gráfico de todo o País, em 18 de setembro, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), através da Central de Serviços da instituição e em parceria com a Confederação Nacional da Indústria. O principal objetivo foi fortalecer a representatividade empresarial por meio da troca de experiências entre os participantes e da discussão de temas de interesse do setor.

Após almoço de recepção e boas- vindas aos presentes no Espaço Eventos da Fiesp, o diretor titular adjunto Márcio Giusti fez a abertura, ressaltando a importância do intercâmbio. Na sequência, o presidente do Sindicato das Indús trias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf- SP), Fabio Arruda Mortara, falou sobre uma iniciativa trazida ao Brasil pelo sindicato, a Two Sides, organização atuante em cinco continentes, comprometida em promover a produção, uso e recuperação

responsável da comunicação impressa e do papel. Mortara ressaltou que o propósito da Two Sides é desmistificar concepções ambientais er rô neas, fornecendo informações consistentes sobre como a comunicação impressa é efetiva, atraente e sustentável. Camila Cavalcanti, gerente de desenvolvimento as so ciativo da CNI, apresentou projetos e ações disponibilizados aos sindicatos patronais e às empresas associadas por meio do Programa de Desenvolvimento

Associativo (PDA), realizado conjuntamente com as federações da indústria do País. Os participantes debateram pontos importantes e definiram algumas ações para melhoria e desenvolvimento das empresas do setor. O consultor Luciano Pinheiro mediou o debate e orientou os trabalhos. Para Adriana Carletti Fonseca, coordenadora da Cser, este tipo de intercâmbio traz resultados efetivos através da troca de conhecimentos e aprendizado setorial, com experiências regionais positivas.

Grupo Furnax contrata gerente de assistência técnica C

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om experiência de 20 anos no mercado gráfico, Lupércio Marin foi anunciado em setembro pelo Grupo Furnax — representante oficial da Komori no Brasil — como gerente de assistência técnica dos equipamentos da fabricante japonesa. Lupércio, que começou a trabalhar com as impressoras Komori em 2005, será responsável pela coordenação do atendimento técnico aos produtos e serviços da marca no grupo. Essa ini ciati va faz parte dos investimentos estratégicos para REVISTA ABIGR AF

fortalecer cada vez mais a marca Komori no Brasil. De acordo com Walter Ingham, gerente de produtos Komori, atender à demanda técnica do setor e garantir a excelência nos serviços prestados são alguns dos principais objetivos do grupo com a nova contratação. “Com essa reestruturação do nosso departamento técnico será possível oferecer uma nova gama de serviços e um atendimento consultivo aos clientes. Com sua atuação dinâmica e dedicada, Lupércio Marin coordenará a equipe

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técnica Komori, ampliando ainda mais nossa atuação no mercado”. Representando a Komori no Brasil há mais de um ano, a Furnax conta com o apoio do Centro Latino-Americano de Operações da Komori. Instalado na matriz do grupo, em São Paulo, sua equipe é composta por profissionais com grande experiência e trabalha junto à assistência técnica especializada nas impressoras, o que possibilita um atendimento seguro e eficiente, além de agilizar os contatos com a matriz no Japão.

Lupércio Marin

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Maria Tomaselli

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ARTE

Garimpando o brilho da vida no caudaloso rio da felicidade

M

aria Tomaselli nasceu (1941) em Innsbruck, Áustria. Cercada por altas montanhas e cortada por um largo rio, é a capital do Tirol — região habitada desde a Idade da Pedra. Por falar em pedra, o avô de Maria era escultor e fazia monumentos: figuras em mármore para sepulturas. Sem respeitar o frio da morte, criava emocionados anjos e flores em um clima de paz. Vivendo em uma casa construída há 400 anos, Maria inspirou- se em um significativo conjunto de referências. Da bucólica paisagem, passando pela típica arquitetura até chegar à arte na própria família. A tudo isso somou-se paixão pela vida, originada na música, literatura e desenho sensivelmente captados nos cenários e personagens comuns. Maria nasceu em plena Segunda Guer ra Mundial. Innsbruck, que significa ponte sobre o rio Inn, é uma charmosa estação de esportes de inverno. Como é comum no lugar, Maria foi guia turística; com o ganho comprava livros. Aos 15 anos decidiu que seria artista plástica. Não havia escola especia lizada na cidade, só em Viena. Sem recursos, começou estudando Literatura, mas praticando desenho em um ateliê local. Interessada e curiosa, para melhor entender literatura estudou Psicologia. Buscando compreender psicologia, optou por Filosofia diplomando-se na Leopold Frantzens Universität.

Maria e Carlos se casaram. Era 1965 e o Brasil vivia os duros primeiros momentos da ditadura militar. Maria falava ita liano, fez rápido cursinho de português e, com amor e sonho na bagagem, deixou-se atrair pelos encantos tropicais. Mudou-se com o marido para Porto Alegre (RS), foram viver no bairro da Glória. Maria andava pelos arredores, pintando as pessoas simples das vilas operárias. Graças a Carlos, relaciona-se com a intelectua lidade gaúcha. Estuda e pratica gravura no Ateliê Livre. A primeira exposição aconteceu em uma boate, a Vila Velha. Não era uma galeria como seria o ideal, mas o catálogo mereceu uma apresentação de Érico Veríssimo, o respeitado escritor. Foi a glória! Como era mesmo o nome do bairro aonde ela vivia? Nada na vida é por acaso. Como também não foi por acaso a consistente carreira iniciada com essa individual, bem como a trajetória identificada com o que diz o próprio Veríssimo: “Em geral quando termino um livro encontro-me numa confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga tristeza. Relendo a obra mais tarde, quase sempre penso: ‘Não era bem isto o que queria dizer’.”

Nascida na Áustria, apaixonada por música, literatura e desenho, Maria vem para o Brasil no auge da ditadura militar. Descoberta por Iberê Camargo, constrói uma das mais produtivas carreiras nas artes plásticas do País. Sons, poesias, cores, paixões. Vida verdadeira vida, viva! Ricardo Viveiros (ABCA-AICA) 1 (página ao lado) Espaço Azul, acrílica sobre tela, 110 × 130 cm, 1993 2 (página ao lado) Exposição de Maria Tomaselli no Centro Cultural Correios, abril/maio de 2014 3 Museu de Tavares X, óleo sobre tela, 130 × 150 cm, 2005

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UM SALTO NO ESCURO

Aos 20 anos conheceu o homem que mudaria sua vida, o professor universitário brasileiro Carlos Roberto Velho Cirne-Lima. O intelectual gaúcho, então lecionando em Viena, foi a Innsbruck esquiar. Paixão à primeira vista. Carlos deu-lhe um estojo de pintura da marca Schmincke. Tubos de tinta a óleo, diluente de terebintina (com inebriante aroma de pinho), solventes e secantes. Enfim, tudo o que a jovem artista precisava para confirmar seus sonhos. Entre os primeiros trabalhos de Maria, está o rosto de sua mãe.

17 setembro /outubro 2015

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A LUZ DO SUCESSO 6

4. Caverna de Platão, acrílica sobre tela, 190 × 260 cm, 1997 5. De ponta cabeça I, óleo sobre lona usada, 180 × 210 cm, 2012 6. Sem título, objeto em madeira, 46,5 × 35,5 cm, 1993 7. Sem título, óleo sobre tela, 130 × 220 cm, 2012 8. Oca-Maloca, Assembleia Legislativa, Porto Alegre, 1989

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ARTE & IN DÚSTRI

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Maria é também uma artista inconformada, busca novos caminhos em plataformas, linguagens, técnicas, estilos, materiais. Constante pesquisadora comprometida com qualidade e emoção. Alguém que, embora retrate a felicidade que há na vida, é consciente do que sofre o povo. Sua arte se faz presente no desenho, gravura, pintura, escultura, objeto, instalação, água-forte, ilustração, mosaico, aquarela. Sempre permitindo, com traços e volumes propositalmente imperfeitos como nós mesmos, que a luz revele as cores de suas provocadoras mensagens. Maria produz, com música e poesia, o belo alternativo. No final dos anos 1960, com o marido cassado pelo AI 5, Maria angustiava- se porque ainda não tinha mercado para sua obra. Carlos arrumou um emprego como ban- 7 cário. Na mesma época, ela conhece Iberê Camargo, trabalha e aprende em seu ateliê. Identificase com sua paixão pela pintura, a busca exaustiva da perfeição. Leciona com o mestre no presídio, os detentos eram “livres” na criação artística. No final dos anos 1970, o marido é transferido para São Paulo. Maria passa a ter contato com a arte em nível nacional.

REVISTA ABIGRA F

279 SETEMB RO/OUT

UBRO 2015

8

Capa

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Torre Azul – Era uma Vez, óleo sobre lona usada, com gravuras impressas em lona, 160 × 200 cm, 2014 REVISTA ABIGR AF

setembro /outubro 2015

A vida na metrópole traz benefícios. Maria conquista o circuito de ga lerias e museus, expõe em salões no eixo SPRJBH. Participa da Bienal de São Paulo. Conquista importantes prêmios, é descoberta pela crítica e colecionadores. Carlos é transferido outra vez: Rio de Janeiro. Para a artista novos ambientes e conhecimentos, mas sempre evoluindo seu trabalho. Maria descobre a arte indígena. Expõe por todo o País e, pela primeira vez, também no ex terior (Uruguai, Áustria, Porto Rico, EUA , Argentina, México, Suíça; mais tarde, Alemanha e Itália). Vai morar em Olinda, Pernambuco, onde Carlos passa a dirigir uma fábrica de tecidos. No início dos anos 1980, voltam a Porto Alegre. Carlos dá aulas na universidade, Maria cria sua inspirada arte. Foi quando literalmente

dobrou as telas, revolucionando e provocando o meio artístico. O trabalho de Maria Tomaselli é intenso, comprometido com inovação, pleno de qualidade técnica e livre para distintas temáticas. Desenvolvida com força, humor, sensua lidade, alegria, preocupação social em diferentes signos plásticos, sua obra é generosa com os colegas como se vê no interior da “Oca-Maloca” — um sucesso consagrador. Aos 74 anos, a artista segue criando. A rigor se reinventando como interlocutora da vida. Sorte nossa!


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16 -º CONGRESSO BRASILEIRO DA INDÚSTRIA GRÁFICA (CONGRAF) XXIV CONGRESSO LATINO-AMERICANO DA INDÚSTRIA GRÁFICA XXII PRÊMIO THEOBALDO DE NIGRIS

Lideranças gráficas se reúnem no Rio de Janeiro Durante três dias, dirigentes de entidades, empresários e demais profissionais gráficos do Brasil e outros países da América Latina debateram os rumos da indústria, documentaram importantes manifestos e celebraram a excelência da impressão gráfica no continente. Reportagem: Suzana Lakatos

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setembro /outubro 2015

T

rês grandes eventos reuniram as lideranças da indústria gráfica no Rio de Janeiro, de 30 de setembro a 2 de outubro: o 16º– Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica (Congraf), o XXIV Congresso Latino-Americano da Indústria Gráfica e o XXII Concurso Latino-Americano de Produtos Gráficos Theobaldo De Nigris. Os três dias de congregação do setor foram marcados por intensos debates, troca de ex periências e celebração. Com o tema “A indústria gráfica em (R)evolução: Uma agenda (Pro)positiva”, o evento foi aberto na noite de 30 de setembro, com a celebração dos 50 anos de fundação da entidade maior do setor no Brasil. A mesa oficial do evento foi composta

pelos presidentes da Abigraf Nacional, Levi Ceregato; do Conselho Diretivo da Abigraf, Ju lião Flaves Gaúna; da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf), Fabio Arruda Mortara; da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), Cláudio Baronni; do Conselho da ABTG, Reinaldo Espinosa; e da Abigraf-RJ, Carlos Di Giorgio. Como convidados especiais, participaram o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira; e o deputado federal Walter Hioshi, articulador da Frente Parlamentar da Indústria Gráfica e da Mídia Impressa. Além disso, para celebrar as cinco décadas que se passaram desde o histórico Congresso de Águas de Lindoia,


Fotos: André Telles

onde a Abigraf Nacional foi fundada, a mesa contou com a presença de dois líderes setoriais: Carlos Alberto Rangel Proença, que integra a diretoria da Abigraf-MG, e o ex-presidente da Abigraf Nacional e da Conlatingraf, Max Schrappe. Eduardo Gouvêa foi o primeiro a falar, fazendo uma dura crítica às propostas do governo federal para o ajuste fiscal. O presidente da Firjan condenou a tentativa de se apoderar de parte do repasse feito ao Sistema S e informou que o Senai ca rioca investiu R$ 7 milhões em equipamentos para uma unidade de ensino gráfico no Rio que já existe há 65 anos. Seguiu-se, palestra da diretora de Desenvolvimento Econômico do Sistema Firjan, Luciana Sá, que analisou o cenário futuro da indústria. Di Giorgio, por sua vez, falou que, para os empresários presentes, não se tratava apenas de reinventar o setor gráfico, mas de encontrar maneiras de retomar o crescimento e contribuir para o Brasil sair da crise, um desafio compartilhado com todos os outros segmentos econômicos. O foco de Gaúna foi a responsabilidade da indústria gráfica como parte da cadeia da informação, item de importância fundamental para a vida das pessoas e a manutenção da democracia, enquanto Baronni Ceregato, presidente da Abigraf Nacional: “Este 16º Congraf explicou que, diante dos desa- Levi é uma prova incontestável da resiliência do setor, que não tem fios do setor, o temário do 16º– medo de inovar e investir”

Congraf havia sido guiado pelas propostas de inovação e de criatividade, com cases que materia lizassem o efeito positivo das mudanças propostas. A importância social da indústria gráfica na cadeia da informação, da cultura e da educação esteve presente também no pronunciamento de Mortara. Homenageado com uma placa por sua dedicação às causas da indústria gráfica, como o fim da bitributação, Hioshi levou ao setor uma mensagem de otimismo, destacando que o Brasil é maior do que os momentos difíceis. Finalizando os pronunciamentos, Ceregato afirmou que, nesses 50 anos de história da Abigraf, muitas vezes o Brasil e o setor enfrentaram crises intermitentes: “Mas a indústria gráfica sempre se mostrou forte e resi liente, o que acontecerá novamente agora. Esse 16º– Congraf é uma prova incontestável da resi liência do setor, que não tem medo de inovar e investir”. MOMENTO DE SUPERAÇÃO

Os cases e palestras despertaram grande interesse nos congressistas, lotando as dependências do Windsor Barra Hotel

As alternativas da indústria gráfica mundial para fazer frente ao avanço da comunicação eletrônica foi um dos temas recorrentes durante o 16 º– Congraf. Apesar de abalada pela queda no consumo interno, pelas dificuldades de crédito e pela alta do dólar, desfavorável à compra de maquinário e insumos, os líderes presentes debateram intensamente, em cases e palestras nacionais e internacionais, as soluções criativas para o futuro. setembro /outubro 2015

REVISTA ABIGR AF

21


Em uma das palestras do evento, Werner Mathias Dornscheidt e Claus BolzaSchünemann — respectivamente, CEO da Messe Düsseldorf, organizadora da Drupa, e presidente da edição de 2016 do evento — apontaram como mercados em crescimento a impressão de embalagens, que deve aumentar 7,5% ao ano na próxima década; a industrial e funcional, com foco na integração de processos e personalização; a impressão 3D, que promete crescer 25% ao ano no próximo período e traz para o setor gráfico a possibilidade de atuação em novos mercados, como o médico, de automação e automobilístico. A abertura ao novo e a necessidade de adotar atitudes centradas nas expectativas e necessidades do consumidor, foram os focos das palestras de Gisela Schulzinger e Thiago Gomes de Almeida, respectivamente, presidente da Associação Brasileira de Embalagem (Abre) e professor do Instituto Brasileiro de Mercado e Capitais do Rio de Janeiro (IBMEC/RJ). Encerrando as palestras do segundo dia, o israelense Rafi Albo, CEO da Segmarketing, discorreu sobre mercados em expansão, como os de personalização e codificação sequencial, comentando que as

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(E/D): Hector Cordero Popoca, vice-presidente de Marketing e Comunicações da Conlatingraf; Roberto Tapia Mac Donald, vice-presidente da Conlatingraf e 1-º vice-presidente da Asociación Gremial de Industriales Graficos de Chile – Asimpres; Fabio Arruda Mortara, presidente do Sindigraf-SP e da Conlatingraf e Wagner J. Silva, gerente geral da Abigraf Nacional

indústrias brasileiras precisam despertar a atenção de seus clientes para os produtos que criam e não para as máquinas de seu parque gráfico, por mais modernas que estas sejam. INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE

O terceiro dia do evento foi inaugurado por Igor Quintela, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Para ele, a mídia impressa continua a ser relevante para a sociedade e o desafio da

indústria gráfica é torná-la cada dia mais interessante para quem a acessa e para os anunciantes. O cientis ta político Paulo Sérgio Rosa, diferentemente, não acredita em uma longa vida para a mídia impressa e alertou os industriais presentes a observarem e incorporarem as plataformas eletrônicas no dia a dia das suas empresas. Encerrando o ciclo, o ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro (Bope) e autor de Tropa de Elite, Rodrigo Pimentel, deu um show ao

No dia da abertura dos congressos brasileiro e latino-americano, 30 de setembro, foi realizada a 79 -ª Assembleia Geral Ordinária da Conlatingraf

REVISTA ABIGR AF

setembro /outubro 2015


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mostrar que “tropas de elite” são formadas a partir de determinação, crença no próprio produto, planejamento, rapidez na superação de conflitos e ousadia para encontrar soluções pouco convencionais. A confirmação de que inovar vale a pena foi dada pelos vários cases relatados no evento por empresas como Grupo Abril, Tergoprint, Artfix, Printi, Arizona, Compulaser Gráfica e Editora e Grupo Tiliform. Os eventos do Rio de Janeiro abrangeram ainda a cerimônia de entrega dos prêmios aos vencedores do XXII Concurso Latino- Americano de Produtos Gráficos Theobaldo De Nigris, que aconteceu na noite de 1º– de outubro, em um jantar animado pela Banda Moinho, no Rio de Janeiro. Seiscentos e sessenta e dois produtos foram inscritos por 112 indústrias de diferentes países — sendo 286 trabalhos de 62 gráficas brasileiras. O Brasil conquistou 129 prêmios, sendo 26 Ouro, 20 Prata e 63 menções honrosas. Durante os eventos, as lideranças do setor assinaram dois importantes manifestos. Elaborada e aprovada pela Abigraf Nacional e 30 sindicatos do setor durante o 16º– Congraf, a Carta do Rio de Janeiro repudia o aumento de impostos e a transferência de mais recursos privados ao governo (ao lado). No XXIV Congresso LatinoAmericano, os membros da Conlatingraf instituíram o “Pacto da Comunicação Impressa pela Educação”, um compromisso de cada uma das entidades, no sentido de reivindicar em seus respectivos países, políticas públicas eficazes para a melhoria do

Cartas para as autoridades brasileiras e latino-americanas Carta do Rio

de Janeiro

(Con graf ), os dústria Gráf ica Na ciona l da In o ss re ng áf ica (Abi– Co º 16 da Indústria Gr de Ja neiro no cia çã o Brasileira so eu nidos no Rio As la instalape s ica do ta crise econôm setor, represen ifestar diante da an empresá rios do m se rte do m pa vê mo s, co to da pelo governo e por 30 sindica postos anuncia graf Na ciona l) im de o nt me iva de au asil. ís e da perspect ed ibi lidade do Br da em nosso pa 14 o setor fatucupera çã o da cr re a ra o portes, em 20 pa l en ve qu á di pe a e in o l, icr m de % ,9 ajuste fisca 96 ederação Nao nd ca dores da Conf m il empresas, se s. Em 2015, indi to Composto por 21 re di os ciona l teve eg na pr m il em dústria gráf ica ões e gerou 216 iro e ju nho, a in ne ja e trabal ho tr rou R$ 45,8 bi lh de en e, os ra m qu ssado, seus post ria (CN I) já most ríodo do ano pa pe o iu 8,8%. sm ciona l da Indúst ca me l ao ria te e a massa sa la ndas reais, fren 3% ve 3, s m na ra % a cu 5,1 das re queda de de benesses horas trabal ha pa ra do à espera %, enquanto as ércia . Nã o está in a ra pa encolheram 5,7 do s, empregos to cu como es riquezas, tribu se a usar a crise ico de gera dor de ór st hi l O setor recusaa tentativa pe pa um s u ivamente a mai e de cu mprir se ss im pa ex á se tir co sis ou as a, nã o nem ta mp nda. ção. Dessa form ra emprego e re ncia is à popu la em produz e ge qu ra e produtos esse pa ca CPMF. É inconbli stão pú pa ra a volta da conta da má ge , com destaque os st po de transferir a im ule uma prode o rm nt s do mu ndo, fo o aventa do au me ca rgas tributá ria s Merece repúdio ta al s desmed idos, ai m os s ntor de uma da pôr fim aos gast te de de fa ís, re Pa ta o e na ica cebível qu o governo claud públicos. especia l quando ão dos recu rsos st ge a posta dessas, em im a S que, além ss pé eà s rio té s rsos ao Sistem ni i m ro de repasse de recu do o çã du ao elevado nú me re fu nciona com da e um sistema qu púdio a anuncia re ria ce za ili re ab me st ém se de Ta mb na l, itivo constitucio ntra ria r dispos de ilega l, por co gera educação s. es, o Sistema S ento há déca da ad im id iv ec at nh s co te re en e sucesso presas de di fer ex portação e ou ribuiçã o de em à ar te, apoia a e nt co ra la ltu pe cu o à tid s so Man aces s transpor te idade, fa cil ita o , do comércio, do fissiona l de qual çã o da indústria en ut e formação pro an ria m condem à ca e fi , to çã o pretendida e ao crescimen du rt re po a su m de co s e, õe tras aç castiga a educacelência , mas qu rbas que ta nto ve o serv iços de ex de Sã . o ra us tu au ul m ric sto do e da ag smo efeito nefa imento e ao me irna dos ao encolh eficiência e da r a conta da in educadora”. ga ria pa át a “p ta a os ss isp no at çã o na o do nível de ira nã o está di gráf ica brasile a incrementa çã de ria st fen dú de in al A qu s, o! ro lo Nã pe da ta xa de ju Federa l, motivo stos, bem como e do Executivo duçã o dos impo re a responsabi lidad o, eg pr em ção do ica , a manuten tes. ão. vida de econôm seus governan stinado à produç de ito éd cr o respeito dos do em ão er aç qu e liz bi m xi ce e a fle ileiros mere m ilhões de bras Os mais de 200 a a su pa rte! ca da um fa zer Está na hora de

R

Rio de Janeiro,

24

(E/D) Walter Ihoshi, deputado federal (PSD/SP), Levi Ceregato, presidente da Abigraf Nacional e Fabio Arruda Mortara, presidente do Sindigraf-SP e da Conlatingraf

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setembro /outubro 2015

2 de outubro de

ensino gratuito, bem como de manter permanente mobilização setorial em prol da educação. Os eventos foram rea lizados pela Abigraf Nacional e Conlatingraf, com coordenação da Abigraf-RJ e coordenação técnica

2015

da ABTG. Patrocinaram a iniciativa o Sindigraf-SP, na categoria Ouro Plus; Drupa, ExpoPrint e ExpoPrint Digital, HP e Suzano, na categoria Ouro; Oki, na categoria Prata; Inter national Paper, IBF e Ricoh, como patrocinadores Bronze.


Venha para a Pacto de la C omunicació n Impresa por la Educació n

L

as entidades gr áf icas integran tes de la Confed tria Gráf ica (C eración Latinoa on latin graf ), pa mericana de la rticipa ntes del Indusla Industria Gr XX IV Cong reso áf ica , opta n po Latinoa merican r institu ir el “P o de la Educación”. acto de la Comu nica ción Impres a por Se trata de un co mprom iso de ca da una de las en sus respectivos tidades, di recc pa íses, política ionado a reiv in s públicas ef ica dica r en sea mantener pe ces pa ra la mejor rmanente la mo a de la enseña nz vi lización sector a gr atis, ya El primer pu nt ia l en favor de o a ser defend la educación. ido es la destin del PIB compat ación a la ense ible con los desa ña nza de un po fíos locales de rcentual necesa rios al se la educación, pa ctor. La meta es ra ga ra ntizar los ga ra ntizar el acce re cu rsos edad escola r a so a 100 por cie las institucione nto de la popu la s de Enseña nza ción en Básica. La educación gr atuita pa ra ni ño s y adolescente Ta mbién entend s debe tener la emos ser del Es meta de excelen tado ga ra ntizar cia . tricu la dos en es que todos los ni cuelas de la red ños y adolescen pú bli ca que probadam te s mapra de m ater ia ente no tengan l escola r, pued recu rsos pa ra la an contar con comdo. Eso es críti es to s productos su co pa ra la buen m in istra dos po a escola ridade r el Esta e ig ua ldad de op Libros y cuader or tu nida des en nos deben tene las escuelas. r un tratam ien preferentemen to fisca l di feren te con plena in mu cia do en todos ni da los pa íses, d de impuestos, tiva e insu mos. centrá ndose en Esa medida es toda la ca dena fu ndamenta l pa produclas personas, en ra re ducir las dispar especia l ni ños idades en el ac y jóvenes, eses ce so de absorción de cu do s ítems cr ucia les ltu ra y conocim pa ra el aprend iento. izaje y Este docu ment o será enca m in ado por todas la sus respectivos s entidades firm pa íses, y la di fu antes a los gobie sión de la form rnos de a más ampl ia po Conlatingraf co sible, por medio mprende que la ed de la media. ucación pública pa ra la inclusió de excelencia es n socioeconóm ica condición fundam y el desa rrollo enta l de las na ciones en la región.

Rio de Janeiro, Brasil, a los 2 de octubre de 20 Fabio A rr uda M 15. or tara Presidente de Co nlatingraf

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XXII Concurso Latino-Americano de Produtos Gráficos Theobaldo De Nigris

Brasil domina premiação

D

urante jantar na noite de 1º– de outubro, realizou-se a entrega dos prêmios conquistados no XXII Concurso Theobaldo De Nigris, promovido pela Conlatingraf. O Brasil foi o grande vencedor, ficando com 27 dos 56 troféus Ouro distribuídos. Mas, individualmente, o primeiro lugar geral pertenceu à mexicana Litografia Gil que, embora empatando em quatro Ouros com a chilena Ograma e a brasileira FacForm, levou vantagem no desempate com maior número de Pratas. Concorreram 112 indústrias gráficas de nove países, com 662 trabalhos inscritos. Destes, 286 per tenciam a 62 gráficas brasileiras, das quais 33 foram premiadas.

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Impressão Digital e Sob Encomenda 100% Digital Corgraf Gráfica e Editora Produto: Photobook – Viagem Rota 66

Catálogo de Produtos Log&Print Gráfica e Logística Produto: Colheita Jequiti

Serigrafia – Trabalhos Artísticos Sutto Artes Gráficas Produto: Gravura Folhas

Catálogo de Serviços com Quatro ou mais Cores Mais Type Produto: Book Pedra

Serigrafia – Trabalhos Promocionais Múltipla BR Produto: Painel O Boticário

Catálogo de Produtos ou Serviços com Processos Especiais Leograf Gráfica e Editora Produto: Catálogo Center Debutantes

Bolsas com Processos Especiais FacForm Impressos Produto: Sacola Carnaval de Pernambuco

Livros Impressos em Uma, Duas ou Três Cores com Capa Dura Ipsis Gráfica e Editora Produto: Impressões – Priscila Prade Livros Feitos em Impressão Digital ou Híbrida Plural Indústria Gráfica Produto: Escalando Sonhos Revistas Impressas em Rotativa (As Internas) Log&Print Gráfica e Logística Produto: Vogue 441 Inserções Impressas em Máquina Rotativa Plural Indústria Gráfica Produto: Serafina 85 Materiais de Ponto de Venda Celulósicos – Balcão Ibratec Artes Gráficas Produto: Display Amandita

Estojos para Livros, Catálogos, Memórias e Outros Corgraf Gráfica e Editora Produto: Embalagem para livro e material de 11 a 14 anos – O Boticário

Papelaria Pessoal e de Escritório, Peças Individuais Sobral Gráfica e Editora Produto: Cartão de Visita Sobral Gráfica

Cadernos em Uma ou Mais Cores Bignardi Indústria e Comércio de Papéis e Artefatos Produto: Caderno Espiral Polly

Estojos e Embalagens Dobráveis, sem Processos Especiais FacForm Impressos Produto: Embalagem Queijo de Cabra (Ariano Suassuna)

Conjunto Gráfico Que Inclui Várias Peças Rona Editora/ Rona Embalagens Produto: Palíndromo 2015

Estojos e Embalagens Dobráveis, com Processos Especiais Brasilgráfica Produto: Caixa Panetone

Conjunto Gráfico Que Inclui Várias Peças Vektra Gráfica e Editora Produto: Catálogo Premium Vektra

Estojos para Produtos Multimídia (Cds, Dvds, etc) FacForm Impressos Produto: Estojo Maciel Salú

Menção Honrosa aos Produtos com Inovação Lata de Luxo Produto: Lata de Casamento Estudantes Escola Senai “José Ephim Mindlin” Produto: Kit de Brindes PAÍSES VENCEDORES PAÍS Brasil

EMPRESAS BRASILEIRAS VENCEDORAS EMPRESA

● ● ●

EMPRESA

● ● ●

FacForm

4

3

Tuicial

1

— —

Plural

3

4

9

Vektra

1

— —

20

63

Chile

8

6

34

Colômbia

8

4

9

México

7

11

22

Perú

4

7

10

Paraguai

1

4

6

1

1

Log&Print

2

1

20

Ótima

2

Mais Type

2

1

4

J. Di Giorgio

1

1

Equador

2

3

Uruguai

1

2

TOTAL

56

55

150

Corgraf

2

— —

Tilibra

1

1

Escala 7

1

2

Malires

1

Leograf

1

1

1 2

RR Donnelley

1

2

Ipsis

1

1

1

Brazilcolor

Múltipla BR

1

1

1

Posigraf

1

1

1

1

Casa & Design

1

Sutto

1

1

1

Geo-Gráfica

1

Senai Barueri

1

1

Grafdil

1

Cartões, Convites e Programas Tuicial Gráfica e Editora Produto: Convite de casamento – Itagiba e Andreza

Bignardi

1

5

Magistral

1

Ibratec

1

1

Midiograf

1

Rona

1

1

Qualigraf

1

Calendário de Parede FacForm Impressos Produto: Calendário Renato Filho 2015

Brasilgrafica

1

— —

Vicente Pallotti

1

Lata de Luxo

1

— —

Total

27

20 62

REVISTA ABIGR AF

● 27

Argentina

Sobral

Materiais de Ponto de Venda Celulósicos – Expositores Escala 7 Produto: Display Monopoly McDonalds

26

Lista Telefônica Plural Indústria Gráfica Produto: LTB – Lista Telefônica Brasil – Sorocaba

● Ouro ● Prata ● Certificado de Qualidade

setembro /outubro 2015

● Ouro ● Prata ● Certificado de Qualidade

AS CINCO GRÁFICAS MAIS PREMIADAS EMPRESA

● ● ●

Litografia Gil (México)

4

Ograma (Chile) FacForm (Brasil)

8

15

4

2

8

4

3

Plural (Brasil)

3

4

9

Printer (Colômbia)

3

1

4

● Ouro ● Prata ● Certificado de Qualidade


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ARTIGO ESPECIAL

Neste artigo, Des King aborda o crescente impacto da tecnologia digital no setor da embalagem, resultando na aceleração do tempo de entrada no mercado e na conquista do consumidor, e ressalta o papel da embalagem nas estratégias de consolidação da marca do produto.

vi sual conta e a primeira impressão é fundamental. A forma como os produtos são ava liados nos seus muitos atributos de diferenciação — principalmente a adequação ao que se propõem, a sua confiabilidade e a relação qualidade/preço — determinará em que medida eles conquistarão a preferência do consumidor e o espaço que ocuparão no mercado. Antes disso, contudo, pode ser que uma determinada cor, um tipo de letra diferente ou a aplicação de uma tinta metálica na impressão da embalagem estabeleça a empatia entre a marca e o consumidor. “Graças a embalagens atrativas, os clientes podem ser influenciados para a mudança de marca no momento da compra no ponto de venda”, afirma Marcel Knobil, fundador da Superbrands. “Não fosse a atenção que a embalagem desperta, o resultado final seria a menor presença das marcas e uma maior banalidade na apresentação dos produtos”. A Superbrands é reconhecida mundialmente e pode falar com autoridade no assunto, empenhada que sempre está em promover e preservar marcas excepcionais. Uma combinação vencedora de texto e apresentação visual pode ser a “isca” para prender a atenção do consumidor e conquistá-lo para uma marca em meio a tantas outras, de uma maneira muitas vezes subliminar. As tendências atuais da embalagem são in fluenciadas por horários mais longos de funcionamento nos

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supermercados, melhoria contínua das tecnologias e capacidades de impressão, bem como pela necessidade de proteger as marcas e aumentar seu reconhecimento. Um dos maiores desafios dos proprietários de marcas é não só sobreviver como também conquistar e se manter como escolha preferencial em uma concorrência tão acirrada. O outro é conseguir isso com um custo ra zoável. CONTROLE DE QUALIDADE

Com a probabilidade da ocorrência de variações de cor, não só entre diferentes substratos mas também nos processos de impressão — e até de uma gráfica para outra, ainda que utilizando impressoras idênticas do mesmo fabricante —, a preservação do padrão pode ser complexa. A melhor maneira de responder a esse cenário será garantir que todos os elementos envolvidos no processo de produção de uma embalagem impressa, desde a criação até a expedição, possam interagir através de uma plataforma de entrada aberta e baseada na web. “Para fazê-lo, acrescentamos uma maior funcionalidade capaz de satisfazer as necessidades de introdução no mercado e de qualidade das empresas CPG (consumer packaged goods, ou produtos de consumos embalados) e dos varejistas. Também permitimos ao proprietário da marca garantir que o fluxo de dados é seguro e transparente, que os enganos e erros podem ser detectados prematuramente ou mesmo evitados e que o resultado


será a entrada mais rápida dos produtos no mercado”, informa Marcel Knobil. De maneira semelhante, os sistemas de gerenciamento de cor baseados na web proporcionam idêntico grau de segurança e controle aos detentores da marca em relação aos parâmetros de cor predeterminados, que depois serão replicados com precisão independentemente do substrato ou do fornecedor, garantindo consistência na reprodução da cor que sustenta a autenticidade e a integridade da marca. A solução de gerenciamento de cor X-Rite PantoneLive é ideal para o proprietário da marca, na medida em que controla os parâmetros de cor predeterminados, que são depois guardados na nuvem para utilização como e quando for necessário pela sua cadeia de distribuição. Isso assegura replicações exatas da imagem de marca credenciada, seja qual for o substrato ou fornecedor. PRESSÃO PELO DESEMPENHO

Convertedores equipados com instalações produtivas mais inteligentes estão melhor preparados para oferecer custos e desempenho mais vantajosos para os proprietários de marcas. Usando chapas flexográficas de alta definição e tecnologias de software, torna-se possível atender as exigências de 85% das atuais embalagens flexíveis e de impressão flexo sem detrimento do resultado final decorrente da utilização de CMYK + branco, em lugar da utilização de tintas especiais. “Trabalhando com uma escala de cores reduzida se utiliza um menor número de chapas e há um menor desperdício de tinta, o que se adequa a muitas situações”, explica Chris Tonge, diretor de vendas da Ultimate Packaging (Reino Unido). “Apesar de as empresas globais, como a Unilever e a P&G, já especificarem essa solução nos últimos 10 a 15 anos, as marcas de menor expressão começam a perceber os benefícios financeiros decorrentes de um melhor controle das cores ao definir os padrões corretos”. Porém, não é só a melhoria na linha de frente que aumenta os níveis de qualidade e desempenho na flexografia, ainda o processo de impressão mais utilizado no setor, representando hoje mais de 40% do mercado global de embalagens impressas, com um valor aproximado de cerca de 250 bilhões de euros por ano, principalmente

na produção em flexíveis e cartões microondulados. A velocidade na impressora e a consistência nos substratos são essenciais. A Ultimate Packaging instalou recentemente mais duas impressoras flexográficas Bobst de aciona mento auxiliar. O processo offset também colaborou no fornecimento de tiragens menores a um preço econômico. MENTALIDADE DIGITAL

O que acelerou os avanços na tecnologia da impressão analógica foi o crescente desafio representado pela impressão digital. Sem falar da necessidade de atendimento às exigências dos clientes em relação a tiragens mais reduzidas a um custo acessível e a diferenciar seus produtos nas gôndolas através da customização. A utilização de dados variáveis como parte integrante da proposta de impressão digital chamou a atenção do marketing varejista após a sua adoção com sucesso nas campanhas de grande impacto rea li zadas pela Coca- Cola, Heineken e Nutella, além de um número cada vez maior de marcas líderes em nível mundial. “Retirar a nossa marca na embalagem e substituí-la por algo que não fosse a inscrição Coca- Cola não foi tarefa fácil numa estrutura como a nossa, onde trabalhamos com diretrizes muito rigorosas que visam a proteger a marca. A impressão digital permitiu que tal acontecesse, mas a campanha de marketing é que realmente fez a diferença”, pontuou o responsável pela inovação da embalagem na Coca- Cola, Greg Bentley. Para Paul Randall, diretor de desenvolvimento comercial das marcas HP em nível mundial, “está ficando para trás a ideia da embalagem apenas como portadora estática de logotipos e tabelas de ingredientes e o seu aproveitamento como meio privilegiado para engajar o consumidor em benefício da marca. O cenário de mídia está em transformação, ficando cada vez mais fragmentado entre os meios convencionais de comunicação em massa (mídia adquirida), relações públicas e comunicações para nichos de mercado (mídia conquistada) e a embalagem (mídia própria), com os dois últimos cada vez mais ligados entre si. Não é nenhuma surpresa que os detentores de marcas sejam agora visitantes regulares do Graphics Ex perience Centre da HP em Barcelona”.

O mesmo acontece no centro tecnológico da Xeikon em Antuér pia. “Para os detentores de marcas que participam de nosso programa Xeikon Café, trata-se de uma curva de aprendizagem com duas vias”, informa Filip Weymans, diretor de marketing para rótulos e embalagens. “Em primeiro lugar, entendendo como os benefícios da impressão digital podem ser traduzidos na diversificação da comunicação para o público que desejam atingir e, em segundo lugar, como a tecnologia pode responder às necessidades de seu modelo de negócios — com uma entrada mais rápida no mercado e fazendo o melhor uso de seu capital de trabalho”. Doug Hatt, diretor geral para o setor de embalagem na SAB Miller, enfatiza: “Apesar de a adoção do processo digital apresentar uma tendência em crescimento, não obstante o ruído criado, ele continua abaixo do seu potencial de vendas. As dez maiores marcas mundiais atingem mais de 250 bilhões de dólares em vendas. Se apenas 10% a 20% deste valor fosse para o digital, ainda assim restaria um elevado potencial de receita não conquistado pelos convertedores”. Enquanto isso, a tecnologia de jato de tinta parece prestes a ditar o capítulo seguinte na história da impressão digital de embalagens, particularmente através da co mer cia li za ção antecipada das impressoras nanográficas do guru digital Benny Landa, criadas para produzir materiais impressos em dados variáveis com a velocidade de offset. setembro /outubro 2015

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ARTIGO ESPECIAL

O TOQUE DO ACABAMENTO

A customização não é o único caminho para atrair a atenção do consumidor nas gôndolas. Os recursos especiais como a utilização de high gloss, glitter, efeitos metálicos sem o hot stamping a quente, e mesmo o braile, desempenham papel importante na próxima geração de pós-impressão da tecnologia digital, incorporando-se ao processo no setor de acabamento. Também contribuindo para uma efetiva melhoria nos custos, um lugar de destaque está reservado para o desenvolvimento da metalização a frio através do processo analógico, notadamente como alternativa aos substratos laminados e metalizados para rótulos e embalagens de cartão. A NOVA FRONTEIRA

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“A utilização de tec nologias de tendência online aponta o caminho para a nova geração de aplicações que visam a facilitar um maior compromisso entre a marca e o cliente”, destaca Gil lian Garside-Wight, diretor tecnológico do departamento de embalagens na Sun Branding Solutions. “Há cinco anos, quem pensaria que estaria disponível o relógio Apple? Os detentores de marcas precisam descobrir aquilo que os clientes desejam, incluindo embalagens mais inteligentes, que se enquadrem em um estilo de vida mais moderno dominado pela tecnologia digital”. A tecnologia móvel é utilizada por uma série de aplicações no mercado. Por exemplo, as aplicações da rea lidade aumentada na embalagem, introduzidas pela Blippar, que permitem aos usuários simplesmente olhar para um objeto através da câmera do smartphone para ativar uma pesquisa digital instantânea e retirar as informações da web. Em uma campanha recente da Perrier, um convite para os clientes abanarem os seus telefones como um misturador de REVISTA ABIGR AF

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coquetel e assim revelarem uma receita, representou uma forma inovadora de destacar o conceito geral e adicionar diversão por meio do uso da tecnologia para um benefício exclusivo. Em lugar de colocar um ícone na embalagem para facilitar a interação, a tecnologia de digitalização “Pack Linc”, exclusiva da Reproflex3, empresa especia lizada em pré-impressão com sede no Reino Unido, incorpora um código oculto na própria tinta, permitindo ao cliente usar toda a embalagem como um portal. Recentemente aplicada em uma tiragem de edição limitada da embalagem de aperitivos Pom-Bear para crianças, o sistema recebeu o prêmio Efia (sigla em inglês da Associação da Indústria Flexográfica Europeia) e o prestigioso ouro Starpack no ano passado. Segundo Debbie WaldronHoines, diretora da Efia, “Os detentores das marcas necessitam de uma maior compreensão em relação aos processos, para que possam tomar decisões fundamentadas sobre o que é mais adequado para as suas marcas. Tanto a flexografia como a tecnologia digital podem trabalhar incrivelmente juntas para fortalecer a marca”. A consolidação do conceito de segurança do produto e, consequentemente, a consolidação da integridade da marca é obviamente um caminho ainda a ser explorado pelas tec nologias inteligentes. Uma etiqueta de sensor de comunicação de campo próximo desenvolvida pela Thin Film Electronics para o whisky Johnnie Walker, da Diageo, funciona como dispositivo de segurança e antifalsificação para, além de interagir com smartphones, distribuir recomendações e informações sobre o produto. Como grande parte da informação de etiquetagem e pré-impressão que atual mente precisa constar na embalagem começa gradualmente a ser suprimida, imagine o potencial para a marca proporcionado por esse espaço liberado. Hoje, as marcas talvez aproveitem apenas 40% da superfície impressa da embalagem para a sua comunicação. No entanto, se um pequeno código de barras atender a todos os

requisitos legais e regulamentares, 90% da área de impressão poderá ser utilizada para o marketing do produto. “Ironicamente, o caminho mais prático para unir a marca ao consumidor pode ser nada menos que a atua lização do simples código de barras li near para um formato 2D”, diz Craig Stoble, gestor de conta global da Domino Printing Sciences. “Os donos de marcas ainda não perceberam o potencial de ter um código legível por máquinas, que não só contém mais dados e no mesmo espaço, ou em menos, do que um código legível pelo homem, como também é mais barato”. Os detentores de marcas precisam responder aos desafios apresentados pela concorrência, a segurança do produto na cadeia de distribuição, o compromisso com o cliente e a gestão de “big data”. A proteção da marca e a melhor comercia lização dos seus produtos representam os pontos de partida rumo à prevenção de potenciais danos na reputação e, em última instância, a economia de dinheiro. Uma embalagem impressa atrativa e inovadora significa um investimento inteligente para criar uma base de clientes fiéis e duradouros, conclui Des King. Enquanto os clientes se mostram mais versáteis que nunca na seleção de onde e como podem obter informações que lhes permitam selecionar os produtos desejados, a embalagem proporciona ao dono da marca uma oportunidade única de comunicar-se com os potenciais clientes diretamente. É por tudo isso que as mais diferentes formas de impressão de embalagens ocuparão o palco central na Drupa 2016.

Des King atua há vinte anos como jornalista freelancer especializado na indústria da impressão e da embalagem, colaborando com as principais revistas do setor no Reino Unido, bem como com várias publicações comerciais da Europa e internacionais.


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O LANÇAMENTO MAIS AGUARDADO DO ANO

Chegou o Anuário 2015!

O ÚNICO O D N A T N E CIA APRES DOS DO SETOR N Ê R E F E R E OBRA D SIVO BANCO DE DA E EXCLU


Fonte permanente de consulta para fornecedores, gráficos, clientes, compradores e profissionais da indústria da comunicação impressa. INFORMAÇÕES ESSENCIAIS PARA O DIA A DIA DOS PROFISSIONAIS LIGADOS AO UNIVERSO GRÁFICO 1

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EDUCAÇÃO

Walter Vicioni Gonçalves

Vamos agora punir a eficiência de sistemas de educação?

H

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á décadas, estamos lutando para melhorar os sistemas de educação básica no País. Aumento de verba, introdução de novas estratégias de ensino até hoje se revelaram ineficazes como soluções para problemas crônicos. Agora, medidas do governo vêm diminuir drasticamente os recursos disponíveis para os sistemas de educação — básica, profissional e continuada — direcionados à formação de trabalhadores e seus filhos. Desconsidera-se a história e o longo processo de evolução desses sistemas e os resultados até hoje alcançados. No início da década de 1940, estava sendo organizado o Senai, como uma das condições necessárias para a consolidação da indústria paulista. Os empresários, em especial Roberto Simonsen, reconheciam a importância da formação profissional e da educação continuada. Esse reconhecimento revelava uma posição extremamente arrojada, levando-se em consideração as condições em que então se vivia. O Brasil de 1940 era rural, com apenas 31% da população vivendo em cidades. A taxa de analfabetismo era 56,8%. No Estado de São Paulo, onde o processo de industria li zação era mais expressivo, era muito grande o número de imigrantes, que chegavam sem dominar a língua portuguesa e sem ao menos conhecer os costumes locais. Era uma utopia, um projeto quase impossível, transformar em trabalhador da indústria o jovem que chegava do REVISTA ABIGR AF

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meio rural e de outros países, sem escolarização e sem conhecer o que era o mundo do trabalho nas cidades. O governo federal de então e os empresários se uniram e criaram o Senai. Na ocasião, além da formação profissional, os trabalhadores da indústria recebiam também educação básica, noções de saúde, participação em atividades culturais e de lazer. Após quatro anos, foi criado o Sesi, ficando o Senai direcionado para a formação profissional. As mesmas missões atribuídas para Senai e Sesi em relação à indústria foram estendidas para Senac e Sesc, no comércio e serviços. E, ao longo do tempo, outras entidades foram criadas, para outros segmentos da economia. Todas foram incluídas no que passou a se denominar “Sistema S”. Nos últimos 70 anos, por cumprirem suas missões de preparação do trabalhador para a vida e para o trabalho, Sesi e Senai contribuíram efetivamente para a indústria se instalar, crescer, diversificar, propiciar riqueza para São Paulo e para o Brasil. Jovens foram formados, conseguindo empregos na indústria e conquistando os meios para integração social de suas famí lias. O Senai é reconhecido como um sistema de formação profissional de excelência no Brasil e no exterior. O Sistema Sesi-SP de Ensino — Movimento do Aprender — já extrapolou as escolas do Sesi e hoje já é modelo para muitas redes de ensino municipais. Uma das condições para o sucesso foi Sesi e Senai terem uma fonte de recursos

estável, por meio de uma contribuição estabelecida na Constituição Federal. Com esses recursos, sempre foi possível matricular alunos em cursos de curta e de mais longa duração. No caso da educação básica oferecida pelo Sesi-SP, um aluno matriculase no ensino fundamental em período integral, com duração de nove anos. No caso do ensino técnico e tecnológico, os cursos do Senai têm duração de dois anos ou mais. Essa confiança na receita constante e contínua quebrou-se abruptamente. Ao divulgar um corte de 25% da receita direcionada ao Sistema S — em que se incluem Sesi e Senai — como manter compromissos assumidos com alunos? Como será garantida a preparação de jovens, tão necessária para ingresso no mundo do trabalho? Se a indústria não tiver profissionais neste momento, como fará para recuperar seu espaço na economia brasileira e no comércio inter nacional? É tempo de se ter consciência que destruir é fácil, mas reconstruir é extremamente difícil. É tempo de políticos e governantes agirem analisando consequências de suas decisões, a médio e longo prazos. É tempo de o País ter uma política de estado, que fortaleça sistemas de educação que se revelem eficientes e que sejam fundamentais para as pessoas, para a economia, para a sociedade brasileira. Walter Vicioni Gonçalves é diretor regional do Senai-SP e superintendente do Sesi-SP


Texto: Tânia Galluzzi

ANO 24 Nº 105 OUTUBRO/2015 Texto: Tânia Galluzzi

ANO 22 Nº 89 ABRIL/2013

A Pigma quer ir mais longe

SEGUINDO A ESTRATÉGIA DA DIVERSIFICAÇÃO, O QUE UM DIA FOI UMA GRÁFICA DE BAIRRO HOJE ESTÁ EM LUGAR DE DESTAQUE NO SEGMENTO PROMOCIONAL.


Q

uem olha para a Pigma dificilmente consegue imaginar o quanto a empresa mudou nos últimos seis anos. A transformação foi completa. Do nome aos segmentos de atuação, da postura da área comercial à capacidade produtiva, tudo foi reformulado com o objetivo de posicionar a gráfica entre as líderes no segmento promocional. A estratégia mostrou- se acertada. De acordo com a diretoria, hoje a Pigma está entre as dez maiores gráficas em seu campo de atuação. Mas a construção dos alicerces da nova empresa antecede ao início desta década. Temos de voltar ao ano 2000 para entender. Por dez anos, a São Rafael Artes Gráficas, criada por José de Souza, funcionou como microempresa atendendo clientes da região onde estava instalada, a zona leste da capital paulista. Em 2000, Altanoir de Oliveira, empresário gráfico, e Flavio Tomaz Medeiros Junior, filho de um dos donos da Fastprint, se associaram a José de Souza. Formado em Administração e atuando no atendimento a agências de publicidade, sobretudo junto ao mercado imobiliário, Junior enxergava boas oportunidades no fornecimento de impressos para construtoras e incorporadoras, que começavam a investir em peças mais sofisticadas. Não faltaram obstáculos no início, num cenário até certo ponto semelhante ao atual, com forte elevação do dólar e dificuldades na importação de equipamentos. “Nessas horas bons relacionamentos são fundamentais. Depois de conseguirmos abrir algumas portas, o fato de cumprirmos prazos

(E/D): Flavio Tomaz Medeiros, Diretor de Negócios; Altanoir Antenor de Oliveira, Diretor Administrativo e Flavio Tomaz Medeiros Junior, Diretor Comercial



e entregarmos produtos com qualidade passou a garantir a continuidade do trabalho”, afirma Junior, diretor comercial da Pigma. “Passamos a ser bem vistos tanto pelas agências quanto por seus clientes”. A ideia, desde o início, era a diversificação do portfólio e o atendimento aos clientes em todas as suas necessidades, como comenta Altanoir, que cuida da área administrativa da Pigma. Já instalada em São Caetano do Sul, Grande São Paulo, e chamando-se SR Gráfica, a empresa contou com o apoio de um tradicional fornecedor de equipamentos que encerrou suas atividades no ano passado, a T.Janér. “Eles nos ajudaram muito no início. Tanto que até 2011 todas as nossas impressoras eram Sakurai”. Novos tempos Em 2008, o fundador da São Rafael desligou-se da empresa, abrindo espaço para a mudança. “Começamos a traçar metas mais ambiciosas, a buscar soluções inovadoras, a investir ainda mais na renovação de nosso parque gráfico”, conta o diretor administrativo. Entre as novidades estava a tecnologia digital. Se no início a proposta era apenas apoiar a produção, há dois anos ganhou status de divisão, tornando-se imprescindível ao dar vazão aos pedidos de pequenas tiragens. Em 2009 a empresa adotou o nome Pigma (numa referência às palavras pixel e pigmento) e quatro anos depois deu o passo definitivo para o cumprimento das metas traçadas na virada do milênio: a compra da Fastprint, nome tradicional em impressão digital. Tudo foi incorporado


pela Pigma, equipamentos e funcionários, triplicando a capacidade produtiva para 350 toneladas/mês. Ainda em 2013, a gráfica estendeu sua atuação para o segmento de comunicação visual, mirando suprir o cliente promocional em todas as suas necessidades. “A comunicação visual representa hoje o que foi para nós a impressão digital anos atrás: a porta de entrada para novos negócios”, diz Altanoir. Hoje a Pigma divide-se em três endereços, onde atuam 250 funcionários. São duas áreas de 2.000 m² em São Caetano: uma ocupada pela produção, com máquinas offset, e a administração; e outra pela impressão digital, mais a divisão de comunicação visual e o departamento comercial. Há ainda o espaço de 1.500 m² em São Paulo, no limite entre os dois municípios, que abriga a recém-chegada impressora offset plana de oito cores. Trata-se da nova aposta da Pigma, o segmento de livros e publicações técnicas. Com isso, pretende-se aproveitar ao máximo as possibilidades da carteira de clientes. A gráfica deve fechar o ano com crescimento de 10% em seu faturamento. Louvável num período de crise, o percentual está abaixo do projetado para 2015, entre 25% e 30%, expectativa calcada no aumento de capacidade. “O crescimento dos últimos anos é fruto de muito planejamento e de decisões certas, tomadas nos momentos certos, o que é primordial no mercado brasileiro. Essa flexibilidade e a capacidade de nos adequarmos a diferentes cenários nos trouxe experiência para seguirmos em ascendência, mesmo em situações difíceis como a que vivemos agora”, afirma Roberto Caramez, gestor

(E/D): Roberto Caramez, Gestor e Flavio Tomaz Medeiros Junior, Diretor Comercial


da Pigma. “Unir toda a empresa num mesmo objetivo, desde a diretoria até cada um dos colaboradores, foi e continua sendo fundamental para seguirmos nessa trajetória”, completa o executivo. Atualmente, 70% da receita da Pigma vêm da divisão offset, 20% da digital e 10% da comunicação visual. Segundo Flavio Medeiros, diretor de negócios, a impressão convencional segue como carro-chefe, contudo não teria tal força sem o apoio das duas demais áreas. Para 2016 o objetivo é consolidar os investimentos já realizados. A médio prazo o desejo dos três sócios é reunir as plantas em um só espaço, dinamizando e tornando a produção e a logística mais eficientes.

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GESTÃO

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Foto: AGB Photo Library

O mote da GraphExpo deste ano foi no alvo:

transforme.

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odas as feiras gráficas têm, antecipadamente, um mote, uma chamada que procura ser atrativa para despertar o interesse dos possíveis visitantes. Na prática, nem sempre se relaciona essa chamada com a exibição. A Graph Expo, rea li zada em Chicago (EUA) no mês de setembro, no entanto, fez juz ao seu mote: transforme. Poderíamos até traduzir para transformese. Uma chamada para a mudança dos negócios, para a mudança que o setor gráfico vem passando nos últimos anos. Na feira se pôde ver essa transformação e mudança e a demonstração prática da evolução da tecnologia. E um melhor humor, dada a melhor situação econômica dos Estados Unidos e a melhora das estatísticas setoriais. Essa foi sem dúvida a feira do inkjet. Ainda que todas as últimas feiras, em especial as duas últimas Drupas, tenham sido chamadas de feiras do inkjet, essa Graph Expo foi mesmo a materia lização da tecnologia. Em um ano no qual dois grandes grupos de usuários foram criados, como o Jetcomm da HP, em março, e o ThINK! da Canon, no começo de setembro, em Nova York. Grupos de usuários que já representam, só no caso da HP, uma produção mensal de 4 bilhões de páginas através das máquinas rotativas linha T, agora chamadas de HP Pagewide Web Press Series. Uma evolução e tanto. Frequento as grandes feiras gráficas há mais de 30 anos. Procuro vê-las no seu todo, analisando o conjunto de ofertas e procurando entender os possíveis caminhos da indústria. Olhar as feiras sob uma perspectiva histórica é fundamental, em especial nos últimos anos em razão da velocidade da mudança. Nesse aspecto, a predominância da oferta de impressão digital como tecnologia de impressão já é uma praxe desses eventos há quase 10 anos, mas é cada vez mais visível a oferta de sistemas de inkjet na linha de frente dos principais vendors mundiais.


DISRUPÇÃO

Nessa última feira, o grande passo se deu na apresentação de equipamentos que visam a preencher o “gap” entre o limite da produção de máquinas toner de folhas para as impressoras inkjets de grande porte. A chamada zona de disrupção — como chamou nosso amigo Jim Hamilton, da Infotrends. São equipamentos com capacidade de produção entre dois e oito milhões de páginas/mês, um volume de impressão caro para as grandes máquinas inkjets rotativas de maior capacidade e caro também para as impressoras toner seco ou líquido. São os equipamentos de impressão colorida como a Acellejet, da Pitney Bowes, em sua primeira oferta de impressora, a nova Niága ra, da Canon, e a Rialto, da Xerox, que passam a preencher uma lacuna importante, antes ocupada pelas rotativas a uma cor, em geral com impressões varáveis sobre bobinas impressas em rotativas offset. Com esses equipamentos o pulo para a cor é inevitável, pois passa a ser economicamente viável. E trazem mais folhas para a impressão digital completa, além da viabi li zação de documentos personalizados mais atrativos para os clientes. FLUXOS DE TRABALHO

Pois bem, esse é só um lado da mudança, em geral o mais visível e mais comentado. Há outros que para mim são tão ou mais representativos. Como a intensa evolução dos workflows, ou fluxos de trabalho, que procuram preencher, através da automação, os diferentes caminhos entre a criação, o desenvolvimento, a monetarização e a produção dos serviços dentro das gráficas. Uma miríade de sistemas externos e internos que visam não só a conectar a gráfica ao cliente como facilitar o processo de gestão e consequente otimização dos processos de produção. A porta de entrada de muitos desses sistemas é o web-toprint, ferramenta cada vez mais essencial

na conexão digital com o cliente, sua fidelização e oferta de serviços. Cada grande fornecedor vem ofertando seus workflows, a cada dia com mais opções de integração e controle de variáveis. Interessante ver em estandes, como o da Xerox, por exemplo, como as áreas de desenvolvimento de negócios (business development) e workflow, incluindo sistemas multicanais e de personalização, integrados com o XMPie, ocupam cada vez mais o centro do estande deixando as impressoras nas suas bordas. Refletem o que já acontece em muitas gráficas. INTEGRAÇÃO

Falando em integração, essa foi outra marca da feira. Crescem as ofertas de sistemas que permitem a conexão online entre a gráfica e o cliente e entre o cliente e seu cliente, ofertada pela gráfica. Desta vez com ênfase ainda maior nos aparelhos mobile que cada vez mais centralizam a atenção dos usuários. Com foco na boa ex periência proporcionada ao consumidor, chave para sua captação. Na verdade já há algum tempo não se fala em ofertas crossmedia, mas em omnimedia. Uma rápida escala de evolução: de um meio para multimeios, para meios cruzados e omnimeios, pois o consumidor usa mais de um canal ou meio ao mesmo tempo. A impressão, como um meio estático, vem buscando integrações digitais que permitem aumentar a ex periência do consumidor com as marcas, mantendo sua importância na relevância e permanência da informação, ou como detonador do processo de comunicação com o cliente. Na prática e de forma gradual as gráficas vêm buscando aprender como fazer isso, como ofertar aos cliente sistemas que permitam fazer campanhas que incluem material impresso, email, email marketing, transpromo e medias sociais. Não que seja um processo fácil, tanto assim que no Brasil há muito poucos exemplos práticos de gráficas com essas aplicações, mas

que em um mercado de alta comunicação, como o norte-americano, isso se transforma em obrigação e sobrevivência para muitos. Seja como for, foi bastante visível o crescimento da importância dessas aplicações pela quantidade de ofertas expostas e exemplos de empresas bem-sucedidas que avançam nesse caminho. EXEMPLOS DE SUCESSO

No Executive Outlook, tradicional seminário proporcionado pela NPES antes da abertura da feira e que funciona como uma antevisão do que se vai encontrar, pudemos ver dois depoimentos interessantes de empresas que se transformaram e que criaram uma oferta multimídia a seus clientes, ainda que fortemente ba sea das na impressão. Uma é a ThinkPatented (www. thinkpatented.com), cujo sócio, Niels Winther, ex-diretor da Heidelberg nos EUA, descreveu seu processo de mudança para uma gráfica fornecedora de serviços de marketing e que ao longo dos últimos anos vem adquirindo empresas de marketing direto e criação. No site da empresa as chamadas mostram sua proposição de valor: empresa de execução de marketing e que definem como promoção da marca, gesto dos acervos de marketing, lançamento de páginas personalizadas, campanhas pelo correio, integração de canais e impressão do design. No seu depoimento, Niels destacou que 60% do seu faturamento ainda vem de materiais impressos, mas a maior parte do seu lucro vem da nova área de marketing. Outra empresa presente, a Global Printing (www.globalprinting.com) também mostrou sua evolução nessa área. Partindo de uma gráfica tradicional de impressos promocionais, com mercado cadente, preços e margens idem, transformou-se nos últimos dez anos em uma fornecedora de soluções ao cliente com plataforma tecnológica, criação e gestão de conteúdo integrada aos projetos dos clientes. Um salto setembro /outubro 2015

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em serviços, ainda que mantenha sua área de impressão. Para isso desenvolveram a Global Thinking (www.globalthinking. com), cujo site apresenta cases de clientes que merecem ser vistos. EFEITOS ESPECIAIS

Foto: AGB Photo Library

Voltando à feira, a área de acabamento merece também destaque. Em es pe cial o crescimento de acabamentos especiais com aplicações de verniz, relevo e foil. Um segmento que a Sco dix vem explorando com muita propriedade e com trabalhos magníficos de clientes de todo o mundo. A GMI também se desenvolve muito bem nessa linha com opções muito interessantes para o impressor. O sensorial da impressão é o destaque. É criar valor agregado a partir da impressão, com formas, cores, cortes especiais, tatos e odores que atraem os sentidos do consumidor. Essa, na verdade, é uma outra linha de desenvolvimento em alta no setor. Em especial para os impressores mais voltados a tecno logias de impressão e reprodução. Nosso amigo consultor Hal Hinderliter fez, recentemente, um estudo abrangente para a NPES/Primir a esse respeito juntando todas essas tecnologias e pôde apresentá-lo como matéria de introdução do tradicional seminário que coordenamos anual mente para a NPES na feira, o Inter nacional Day. Seus destaques apontam para diferentes tecnologias que vêm ganhando espaço da diferenciação de produtos e processos: soluções em cores, como o Hi-Fi Color, bases de dados fractais (que reduzem a va riação de cor em diferentes substratos), tintas fluorescentes e iridescentes; processos de encadernação, com grampeamento com aço inoxidável, grampea mento em linha e aplicações de cola

controladas por computador; técnicas de acabamento incomuns, com foil stamping a frio, corte e vinco especiais e gofragens; tintas especiais, como curagem com UV e EB, tintas com odores e cores metálicas; substratos inovadores, como plásticos rígidos, substratos metalizados, papéis especiais para aplicação de UV; proteção de marca, como selos holográficos, taggant inks (as que têm micropartículas para identificação eletrônica), tintas MICR para codificação em impressos de segurança e microprinting, também para impressos de segurança. Como se vê, todo um mundo em evolução.

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TRANSFORMAÇÃO

Falando no Internacional Day, tivemos este ano a presença e apresentação de profissionais de cinco países emergentes no nosso painel: Vind Vittoba, da Índia; Jimmy Juneanto, da Indonésia; Alexandre Keese, do Brasil; Fabián Ruiz, da Colômbia; e Carlos Alvarado, do México. Uma participação interessante, com cada um mostrando o status da indústria gráfica em seus países e a possibilidade de comparação. Na América Latina, uma posição um pouco melhor do

México, em função da melhoria econômica dos Estados Unidos; e a Colômbia, ainda que sofrendo também pela valorização do dólar, em uma posição melhor que a brasileira. Os dois países asiáticos em pleno crescimento setorial e com destaque para a Indonésia, um dos maiores produtores mundiais de papel. Todos buscando também transformações para uma adequação aos tempos digitais e de conexões instantâneas. Enfim, para as transformações da demanda, as transformações da indústria e a transformação das empresas. Tema recorrente mas necessário, que exige muitas vezes ajuda externa para se concretizar e muita liderança interna para avançar e rea lizar. Não bastam as novas tecnolo gias. É preciso nova mentalidade. Como vi em uma das apresentações na feira: velho pensamento + novas tec nologias = fracasso. Radical, mas, efetivamente, não se pode apenas adicionar novos equipamentos ou novas tintas. É preciso buscar caminhos e novas demandas. Foi muito do que senti nessa edição da Graph Expo. Um clima muito melhor do que a dos dois últimos anos, claro que ajudada pela melhoria na economia local, mas, sem dúvida, também pela concretização da evolução da tecnologia e que forja, gradual mente, uma nova indústria. Uma transformação. E, falando nisso, você já começou a sua? Hamilton Terni Costa hterni@anconsulting. com.br é diretor geral da ANconsulting, www.anconsulting.com.br, diretor para a América Latina da NPES, ex-presidente da ABTG é também um dos criadores e coordenadores do curso de pós-graduação Gestão Inovadora da Empresa Gráfica na Faculdade Senai Theobaldo De Nigris, onde ministra as matérias de Gestão Estratégica e Marketing Industrial.


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ECONOMIA Texto e dados: Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf

Uma preocupante queda de dois dígitos

A Abigraf divulgou em agosto o seu Boletim de Atividade Industrial, relativo à produção na indústria gráfica brasileira no segundo trimestre deste ano, revelando uma acentuada queda, reflexo da grave crise econômica enfrentada pelo País.

N

o segundo trimestre de 2015 a produção física da indústria gráfica (IG) refletiu com bastante intensidade a crise econômica do País registrando um recuo de 10,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo cálculos da Abigraf, a partir da Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE. Pelos dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), estimase que, na mesma comparação, também houve queda de 5% no número de horas trabalhadas e de 6% no nível de emprego. Apesar da evidente piora do ambiente econômico e do recuo contínuo da confiança dos empresá rios do setor (o índice está em 39,6 pontos em uma escala de 0 a 100, ante 48,3 no mesmo período de 2014), a intensidade da queda de produção da IG surpreendeu. O setor vinha se mostrando mais blindado que a média da indústria de transformação, mas o quadro se inverteu no segundo trimestre, quando esta última caiu 8,7% contra –10,8% da IG. Na comparação com o primeiro trimestre, descontado o padrão sazonal, a produção gráfica encolheu 6%, enquanto a indústria de transformação teve uma retração de 2,3%.

É possível que ajustes de estoque tenham contribuído para acentuar a queda, uma vez que houve aumento nas vendas setoriais no período. Com base nos dados da CNI, na variação anual as vendas cresceram 17% no segundo trimestre deste ano, o que indica uma provável desova de estoques, sem reflexos positivos sobre a produção. Apesar do tombo, na média anual a IG registrou queda mais modesta que a indústria de transformação: –2,9% e –6,6%, respectivamente (gráfico 1). Talvez a forte queda do segundo trimestre se mostre atípica e ainda é cedo para apontar tendências. Com o recuo da produção, demissões foram inevitáveis. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no segundo trimestre de 2015 a IG fez um corte líquido de 4.394 postos de trabalho formais, fechando o semestre com 206.562 empregos ativos (gráfico 2). No mesmo período de 2014, haviam sido cortados 985 postos. Os investimentos também sofreram. As importações de máquinas e equipamentos recuaram 20% no primeiro semestre em relação aos seis primeiros meses de 2014 (gráfico 3). Certa-

GRÁFICO 1 – PRODUÇÃO FÍSICA (média 12 meses, 100 = dez02) 130

120

110

Dez-02 Mar-03 Jun-03 Set-03 Dez-03 Mar-04 Jun-04 Set-04 Dez-04 Mar-05 Jun-05 Set-05 Dez-05 Mar-06 Jun-06 Set-06 Dez-06 Mar-07 Jun-07 Set-07 Dez-07 Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08 Mar-09 Jun-09 Set-09 Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10 Mar-11 Jun-11 Set-11 Dez-11 Mar-12 Jun-12 Set-12 Dez-12 Mar-13 Jun-13 Set-13 Dez-13 Mar-14 Jun-14 Set-14 Dez-14 Mar-15 Jun-15

100

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Fonte: IBGE. Cálculo: Abigraf.

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Indústria de Transformação

Indústria Gráfica


GRÁFICO 2 – EMPREGO EM CARTEIRA NA INDÚSTRIA GRÁFICA (em milhares) 225 220 215 210 205 200

190

Jan-08 Mar-08 Mai-08 Jul-08 Set-08 Nov-08 Jan-09 Mar-09 Mai-09 Jul-09 Set-09 Nov-09 Jan-10 Mar-10 Mai-10 Jul-10 Set-10 Nov-10 Jan-11 Mar-11 Mai-11 Jul-11 Set-11 Nov-11 Jan-12 Mar-12 Mai-12 Jul-12 Set-12 Nov-12 Jan-13 Mar-13 Mai-13 Jul-13 Set-13 Nov-13 Jan-14 Mar-14 Mai-14 Jul-14 Set-14 Nov-14 Jan-15 Mar-15 Mai-15 Jul-15

195

Fonte: MTE-Caged. Cálculo: Abigraf

GRÁFICO 3: IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PELA INDÚSTRIA GRÁFICA (US$ milhões) 1.813

1.430

1.394

1.384 1.214

1.173

1.004

975

487

419 192 2004

283 2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2014*

392

2015*

*1-º semestre. Fonte: MDIC. Cálculo: Decon/Abigraf

mente, a diminuição da confiança do empresário teve importante influência nesse resultado. Na abertura por segmentos, embalagens registrou queda de apenas 1% na comparação anual e manteve-se estável na comparação trimestral com ajuste sazonal. Embora a IG seja bastante fechada ao comércio inter nacional, o segmento de embalagens tem se destacado pela reversão do déficit da balança comercial, com saldo positivo de US$ 20 milhões até junho, ante US$ 4 milhões em 2014 e déficit de US$ 28 milhões em 2013. É, sem dúvida, um indicador da acentuada resi liência do segmento. Nos demais segmentos, o cálculo residual da balança

comercial indica uma queda estimada de 17% na variação anual. Vale lembrar que em maio as vendas no varejo de “Livros, Jornais, Revistas e Papelaria” diminuíram 11% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Foi uma queda expressiva, que certamente impactou o desempenho negativo da produção do setor. Em função do expressivo declínio produtivo no segundo trimestre e da grave crise econômica em curso, a Abigraf revisou para baixo a projeção para o ano, prevendo uma retração de 7,5%. Ainda que se mostre transitório, o fraco desempenho do setor no segundo trimestre já pressiona para baixo os dados do ano. setembro /outubro 2015

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COMPETITIVIDADE

Busca por mais qualidade e menos custo equipara gráficos

O

dia a dia de Evandro Matteucci, diretor geral da divisão de Sistemas de Impressão para a Ásia, América Latina, Oriente Médio e África da Kodak não poderia ser mais dinâmico. Com mais de 20 anos de empresa, período no qual trabalhou no Brasil, Estados Unidos, México, Bélgica, Suíça e, desde 2011, na China, o executivo teve a oportunidade Executivo da Kodak de conviver com as mais difala das diferenças versas realidades dentro do e dos pontos em universo gráfico, experiência a qual dividiu com a Reviscomum da indústria ta Abigraf na sua passagem gráfica no mundo. mais recente por São Paulo, no final de setembro. De acordo com o diretor, excetuando América do Norte, Europa e Japão, caracterizados por uma maior estabilidade, os demais mercados têm enfrentado problemas que afetam a capacidade de investimento das empresas. No Brasil, a crise de confiança é o maior obstáculo na opinião de Evandro. Mesmo lidando com realidades díspares, o executivo afirma que todo o gráfico hoje comunga da busca pela qualidade, pela sustentabilidade e por menores custos. “Seja no Japão, Brasil ou Angola, não há espaço para equipamentos ou processos sustentáveis se eles representarem custos extras. O gráfico quer aplicações vencedoras, que proporcionem maior valor agregado e sejam capazes de diferenciar o produto gráfico das outras mídias”. Isso posto, sobram diferenças entre os países coordenados por Evandro. A China, assim como o Brasil, convive com o contraste do Leste e Sul altamente desenvolvidos, e o Oeste e o Norte

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menos favorecidos. Em determinadas áreas, por exemplo, o governo exige o uso de insumos ambientalmente amigáveis. A indústria japonesa, por sua vez, é aficionada pela economia de água, apoiando-se firmemente na impressão UV. A Índia é muito fragmentada, com uma quantidade impressionante de gráficas e um crescimento orgânico que não se vê em outros lugares. A postura empresarial também muda. QUALIDADE

“Diferente do que acontece nos demais países emergentes, o empresário gráfico brasileiro já é capaz de reconhecer a venda de valor, investindo em insumos mais caros mas que resultarão em produtos de maior qualidade, pelos quais os clientes dele estão dispostos a pagar. Acredito que a presença das multinacionais no Brasil ajudou nesse processo de amadurecimento”. Para lidar com essa complexidade, a Kodak procura oferecer produtos que ajudem seus clientes a elevar a qualidade e a produtividade de sua operação ao mesmo tempo em que baixam seus custos. “Procuramos nos posicionar como parceiros de negócio de nossos clientes, desenvolvendo lado a lado soluções que os tornem mais competitivos”. Aproveitamos o bate-papo para perguntar sobre a expectativa da empresa com relação à Drupa 2016. Segundo Evandro, a Kodak terá uma forte presença na maior feira do setor no mundo, confirmando seu compromisso de longo prazo com o segmento gráfico. “Estamos otimistas porque temos produtos que respondem às demandas específicas do setor”. Sem poder antecipar lançamentos, o executivo comentou que a companhia deve seguir investindo na linha de chapas sem processamento, bem como em expandir as soluções UV para além do mercado japonês. As vendas das chapas Sonora têm registrado crescimento médio de 40% no mundo e perto de 50% nas regiões sob a tutela de Evandro.


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SUSTENTABILIDADE

Amigas do meio ambiente

Evento realizado em São Paulo reuniu especialistas para discutir diversos aspectos em torno das questões ambientais pertinentes às embalagens. Texto: Ada Caperuto

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uais embalagens são real mente sustentáveis? Qual o ciclo de vida de determinados materiais? Estas e muitas outras questões foram respondidas pelos palestrantes do workshop “Embalagens & Sustentabilidade”, rea lizado em 29 de setembro, no auditório da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), em São Paulo. Patrocinado por Braskem, FuturePack, Grupo M&G, Papirus e SigCombibloc, o evento foi promovido pelo Instituto de

Embalagens e contou com a presença de cerca de 80 participantes, entre eles Raquel Breda, diretora do Departamento de Produção e Consumo Sustentável, que representou o Ministério do Meio Ambiente. O workshop foi aberto pelos diretores do Instituto, Carlos Pires, da CNI, e Assunta Camilo, que falaram do momento que o País vive e do contexto mundial da questão da sustentabilidade, hoje muito mais amplo. Questões como eliminação da embalagem secundária

( E/D) Eloisa Garcia, do Cetea e Ital; Assunta Camilo, diretora do Instituto de Embalagens; Claudio Marcondes, professor do Instituto de Embalagens, e Raquel Breda, diretora do Departamento de Economia e Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente

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ou primária; embalagens econômicas; novos materiais e tecnologias; e embalagens de produtos concentrados foram abordadas. Ao apresentar o módulo “Embalagens amigas do meio ambiente”, a diretora do Instituto destacou que é necessário reinventar os modelos estabelecidos de criação, impressão, envase, descarte, reciclagem e demais etapas que envolvem o ciclo de vida da embalagem. “A sociedade precisa reconhecer a importância e o papel da embalagem. Embalagem melhor promove um mundo melhor. Essa é a nossa crença”, afirmou. Na palestra “Avaliação do Ciclo de Vida/ACV como instrumento de gestão”, Eloisa Garcia, do Centro de Tecnologia de Embalagens (Cetea) e do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), explicou a importância de fazer ava liações baseadas em uma ferramenta própria para a ACV que, a despeito das variações relativas a cada tipo de material, oferece metodologia precisa. Na sequência, o coordenador do núcleo de materiais do Instituto de Embalagens, o professor Cláudio Marcondes, explicou sobre o ciclo de vida dos materiais e as opções de reciclagem e recuperação disponíveis. Ele falou ainda sobre reciclagem energética que, embora não seja utilizada no Brasil, é rea lizada em diversos países europeus, nos EUA e Japão. Cláudia Cappra, da Braskem, apresentou a palestra “Bioplásticos: a cadeia do plástico verde e aplicações”, que abordou o ciclo do polietileno verde, mencionando exemplos de aplicação nos âmbitos nacional e inter nacional. Segundo ela, a capacidade global de produção dos bioplásticos, que era de 1,4 milhão de toneladas em 2012, deverá alcançar 6,2 milhões em 2017. Eduardo Gianini, gerente de Marketing da Papirus Indústria de Papel, trouxe o exemplo do “Projeto Ciclo Verde Taeq”, desenvolvido com o Grupo Pão de Açúcar inicialmente para a linha própria de produtos. A iniciativa parte da coleta de embalagens secundárias, como cartuchos de creme dental e de sabonetes, e da devolução de material pós-uso, como cartuchos de chás, filtros e cereais. Esses materiais são reprocessados em uma central de reciclagem da Papirus e utilizados na produção de papel-cartão.

Wilson Tadokoro, do Grupo M&G, trouxe o tema da reciclagem do PET, mostrando caminhos e alternativas, e comentando sobre a planta de reciclagem que a empresa mantém em Poços de Caldas (MG). Ele demonstrou em um gráfico a evolução dos índices de reciclagem de PET no Brasil, que registra um importante crescimento de 18,8%, de 1994, quando foi feita a primeira medição, para 58,9%, em 2012. Em volumes, saímos de 14 toneladas em 1994, para 331 toneladas em 2012. Em relação à aplicação do PET reciclado, 38% se destinam à indústria têxtil, 24% se transformam em resina insaturada e alquídica e 18% seguem para produção de embalagens diversas — o restante se divide entre finalidades múltiplas. Apresentando- se na sequência, Ricardo Garcia, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), detalhou as leis referentes ao tratamento de resíduos sólidos e explicou o atual estágio da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em especial no Estado de São Paulo. A diretora do Instituto de Embalagens, Assunta Camilo, apresentou também a palestra “Rotulagem ambiental” e cases de “Embalagens amigas do meio ambiente”, finalizando a programação. Para concluir, ela divulgou os resultados da pesquisa inédita sobre o entendimento do profissional de embalagem sobre embalagem sustentável. Foram tabuladas 1.618 respostas às cinco propostas de embalagens para um mesmo produto (milho verde em conserva): embalagem de aço, alumínio, stand uppouch, vidro e cartonada; e dez opções de saída de supermercado, questionando qual parecia ser mais sustentável. A pesquisa mostrou facetas interessantes, expressas por alguns depoimentos que demonstraram claramente que ainda será necessário um forte trabalho de esclarecimento sobre o tema junto aos profissionais do setor. No debate que se seguiu, com grande participação e muitos questionamentos do público, Raquel Breda pontuou que, em função da restrição orçamentária do governo federal, foram redefinidas as 17 prioridades do Ministério do Meio Ambiente a serem trabalhadas, e que o novo plano de ação deverá ser iniciado em breve. setembro /outubro 2015

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EXPANSÃO

Com a meta de aumentar sua participação de mercado, distribuidora concentra-se na venda de blanquetas de alta performance.

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Dugraf instala filial em São Paulo

epois de quase 20 anos distribuindo insumos para a indústria gráfica a partir da sua sede, na cidade de São José, em Santa Catarina, a Dugraf chegou a São Paulo em outubro. É a primeira fi lial da empresa catarinense, que aposta na distribuição de materiais para atender a demanda de produtos de alta qualidade para várias regiões do País. A Dugraf foi fundada em 1996 por Clóvis Mendonça e Márcio Mendonça, este último atualmente diretor geral da empresa. A eles se juntaram Thiago Pereira, diretor comercial e de marketing, e Luiz Fernando Amorim, diretor financeiro. Nos primeiros anos, o principal objetivo era distribuir um portfólio amplo de insumos para o setor gráfico. A partir de um estudo detalhado do mercado, a empresa decidiu em 2008 reestruturar sua carteira de produtos, concentrando-se em alguns itens e em poucos, mas importantes, fornecedores que, segundo Thiago Pereira, gerariam maiores oportunidades. “O resultado foi o estabelecimento de três famí lias de produtos: blanquetas, responsáveis hoje por 62% do faturamento da Dugraf; chapas fotopolímeras para dry offset e letterpress, com 25%; e panos para sistemas automáticos de limpeza de blanquetas, com 13% da receita”, explica Thiago Pereira. Ele conta que nos dois primeiros anos após a mudança houve um momento de adaptação, com crescimento pouco significativo nas vendas. Mas esse período durou pouco. Já em 2011 a empresa constatou que a mudança REVISTA ABIGR AF

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foi correta e, na contramão do mercado gráfico, a Dugraf apresentou a partir de então uma taxa expressiva de crescimento, com uma média de 25% ao ano. ESCOLHA ESTRATÉGICA

Com a expansão, a Dugraf percebeu que poderia criar um novo conceito para a distribuição de blanquetas de alta qualidade e durabilidade, que compõem o carrochefe da empresa. Para colocar em prática essa estratégia, os sócios decidiram que era hora de abrir uma filial e optaram pela capital paulista, “por ser o maior mercado, pela proximidade com os clientes e por permitir

(E/D) Amâncio S. Inácio, diretor responsável pela Phoenix/Contitech no Brasil, e Thiago R. Pereira, diretor comercial e marketing da Dugraf

agilizar as entregas para todo o Brasil, com exceção do Sul, já atendido pela matriz”, esclarece o empresário. O bairro da Pompeia, na zona oeste da cidade, foi escolhido para a instalação da fi lial. Com foco na distribuição e venda de blanquetas das marcas Phoenix Xtra Blankets e Contitech. Juntas, as duas fabricantes contam com um portfólio completo para atender as mais variadas demandas do segmento gráfico. Atualmente, o mercado brasileiro de blanquetas absorve em média 140.000 m² por ano e a Dugraf deve fechar 2015 com aproximadamente 7% de participação de mercado. Para os próximos anos, segundo Thia go Pereira, a empresa tem um planejamento estratégico bem definido com a expectativa de um crescimento médio de 15 a 20% ao ano. Na visão do empresário, o Brasil vive um momento de crise e incertezas e a indústria gráfica sente a retração justamente pela instabilidade cambial, uma vez que os principais insumos são comprados em dólar. No entanto, a Dugraf ainda acredita que o momento é propício para encontrar boas oportunidades. “A crise está trazendo dinamismo nas decisões da Dugraf. Estamos trabalhando com um projeto de governança corporativa e aplicando diversas ferramentas que nos permitem passar por esse momento com mais sobriedade e clareza”. ✆ DUGRAF SÃO PAULO Rua Raul Pompéia, 628 (Vila Pompéia) São Paulo SP Tel. (11) 96487-3259 www.dugraf.com.br


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PAPÉIS ESPECIAIS

Arjowiggins reafirma presença no Brasil Diretor de marketing da divisão Creative Papers vem ao País para estreitar laços com o mercado e preparar o terreno para os eventos que acontecerão nos próximos meses.

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o início de outubro, Christophe Balaresque, diretor de marketing da Ar jowig gins Creative Papers, passou uma semana em São Paulo. Além de cuidar dos dois projetos que acontecerão entre dezembro deste ano e março de 2016, o objetivo foi encontrar designers e clientes, mostrando ao mercado que a Ar jowig gins continua firme no Brasil, bem como alinhar a estratégia de ação com seu principal distribuidor, a Antalis, após a venda da subsidiária brasileira para o grupo ita liano Fedrigoni. A aquisição não envolveu só a fábrica de Salto. Todas as marcas locais, como Color Plus e Vergê, pertencem agora à Fedrigoni, exigindo um rear ranjo por parte da equipe Antalis, que segue trabalhando com as duas linhas: os papéis importados Ar jowig gins e os itens da Fedrigoni. Segundo Claudia Patricia Ferreira, gerente de produto da Antalis, haverá outros masters distribuidores Ar jowig gins Creative Papers no Brasil. “O abastecimento do mercado nacional não será prejudicado com a mudança.

A demanda será suprida pela fábrica do grupo na Escócia”, afirmou Christophe Balaresque em entrevista à Revista Abigraf. Balaresque trouxe também o novo catálogo de produtos da Ar jowig gins, o Paper Book. Ele mostra a coleção completa dos papéis desenvolvidos e produzidos pela empresa e distribuídos pela Antalis, volume único e abrangente, pesando quase 3,5 kg, que inclui todos os tipos de papéis da multinacional de origem francesa. O livro é a síntese das gamas, texturas, cores e tons das linhas, com centenas de páginas identificadas de forma clara e lógica. Destinado aos designers, gráficos e consumidores finais, a peça inova no formato, A4, e no fato de não trazer imagens impressas ou recursos de acabamento. A ideia é que o papel fale por si só, com elegância e simplicidade. “É mais uma ferramenta para construirmos a casa e fazê-la melhor e mais eficiente”, disse o executivo. O produto serve ainda para assinalar que as linhas ali apresentadas não serão descontinuadas até 2017. DESIGN EM PAUTA

O responsável pelo marketing da Ar jowiggins esteve pela primeira vez no Brasil em novembro passado e deve voltar em dezembro para participar de um evento inter nacional sobre design, o What Design Can Do. O encontro será rea lizado nos dias 7

e 8, no teatro Faap, em São Paulo. Balaresque será um dos 18 palestrantes, ao lado de nomes estrelados como o designer Marcelo Rosembaum, o chef Alex Atala, os irmãos Campana e o designer gráfico Stefan Sagmeister. Ele deve reiterar o conceito do papel especial como um veículo que transmite não só informação, mas sim emoção. Rea lizado desde 2011 em várias cidades do mundo, o WDCD tem a finalidade de promover o design como um catalisador da inovação.

Três meses depois, Balaresque retornará à capital paulista, dessa vez para um evento promovido pela Ar jowig gins em parceria com a Antalis, a Pop Up Exhibitions — uma exposição de peças produzidas ao redor do mundo, entre cartões de visita, livros, convites e outros itens de identidade visual, que neste ano percorreu seis cidades: Paris, Barcelona, Milão, Londres, Amsterdã e Berlim. Além de São Paulo, a exposição deve aportar em Nova York, Dubai e Hong Kong nos próximos meses.

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LIVROS

Bienal do Rio: recorde de público e de vendas

Com a economia tropeçando era grande a expectativa do mercado editorial em torno da realização da feira. O evento aconteceu entre os dias 3 e 13 de setembro, no Riocentro, zona oeste do Rio e, contrariando todas as previsões negativas, foi um sucesso. De público e de vendas. Texto: Denise Góes

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Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e a Fagga/ GL Exhibitions, organizadores da 17ª– edição da Bienal Inter nacional do Livro do Rio, apostaram alto para que tudo desse certo. Este ano, o orçamento da programação cultural cresceu 12% em relação à bienal de 2013. No total, a feira reuniu 275 escritores, 27 deles estrangeiros, em 850 eventos ao longo dos 11 dias. Para acomodar o público e os 950 expositores, o espaço da feira também aumentou: de 50 mil para 80 mil m². Para Marcos Pereira, presidente do Snel e um dos sócios da editora Sextante, o sucesso deve-se ao planejamento e à programação. “Conseguimos trazer para o evento quase 300 autores, brasileiros e estrangeiros, com uma programação para todos os públicos. Os expositores também fizeram a sua parte, construindo estandes espaçosos e bonitos”, avalia Pereira. O editor destacou como um dos pontos altos a homenagem ao criador da Turma da Mônica, Maurício de Sousa, que lançou 40 livros por várias editoras durante a feira. O resultado de todo esse empenho materializou-se

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nas 676 mil pessoas que visitaram a bienal, um público recorde, 12% acima do que era esperado pelos organizadores. As vendas também superaram as expectativas e outra marca foi batida: foram 3,7 milhões de livros vendidos, 8% a mais que a bienal anterior, com um faturamento de R$ 83 milhões, 18% superior a 2013. De acordo com o presidente do Snel, cada comprador levou em média 6,6 livros para casa. As editoras também comemoram os resultados. A Intrínseca, por exemplo, registrou uma elevação de 45% no faturamento. Segundo Heloiza Daou, gerente de marketing da editora, o movimento foi intenso todos os dias. “Foram vendidos 75 mil livros”. O campeão, ou a campeã de vendas, foi Isabela Freitas, de 24 anos, autora dos sucessos entre os jovens Não se iluda, não e Não se apega, não. DO VIRTUAL PARA O PAPEL

O que mais surpreendeu organizadores, expositores e escritores, contudo, foi o clima de jovialidade que contagiou o Riocentro. Em todos os dias da bienal, os corredores foram literalmente tomados por legiões de jovens e adultos, na


verdade, mais por jovens e adolescentes na faixa de 15 a 29 anos (que representaram 56% do total de público), interessados em livros e, principalmente, enlouquecidos para conhecer seus ídolos. Muitos deles saídos do mundo vir tual, da telinha do YouTube, diretamente para os estandes das editoras, arrastando verdadeiras multidões em busca de um autógrafo. De acordo com Fernando Baracchini, presidente da editora Novo Conceito, os chamados youtubers estão fazendo que pessoas fechadas apenas nas redes migrem para o mundo dos livros. Um dos destaques da Novo Conceito na bienal foi o youtuber Christian Figueiredo, um jovem de 21 anos que levou os fãs ao delírio durante os autógrafos dos seus dois livros, Eu fico Loko e Eu fico Loko 2, que juntos venderam 11,5 mil exemplares. Kéfera Buchmann, de 22 anos, foi outra vlogueira que literalmente parou a bienal na tarde de autógrafos do livro Muito mais que 5inco minutos, da Companhia das Letras. Kéfera tem cinco milhões de seguidores no YouTube e seu livro teve uma tiragem inicial de 75 mil exemplares. Para Aída Stockler, assessora de imprensa da editora, os autores youtubers chamam a atenção principalmente pela relação de identificação que têm com o seu público. “Eles representam e falam aquilo que os jovens pensam e por isso seus livros têm se mostrado uma porta para o mundo editorial.” Ao que tudo indica esses autores parecem ser a grande novidade do mercado, segundo Marcos Pereira, ocupando os primeiros lugares de todas as listas. “Resta saber a duração do fenômeno. Os livros de colorir, que dominaram

o primeiro semestre deste ano, acabaram tendo uma vida bem mais curta do que o esperado pelo mercado”, avalia o editor. Com a piora na situação da economia, o que o mercado editorial espera para os próximos meses? “As perspectivas são muito preocupantes”, acredita o presidente do Snel. O editor cita o Painel de Vendas divulgado pela Nielsen Bookscan que indica previsão de crescimento zero para este ano. Para Pereira, o problema se agrava com a suspensão das compras feitas pelo governo em 2015. “O enfrentamento da crise tem sido diminuir o número de lançamentos e, consequentemente, a demissão de parte das equipes editoriais”, lamenta. Diante desse quadro, resta às editoras continuar apostando no público jovem e se preparar para tentar manter as vendas no Natal.

Two Sides Brasil marca presença Numa parceria com a Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, a campanha Two Sides Brasil também esteve presente à bienal. Além da palestra sobre a comunicação impressa e a importância do papel, a Two Sides distribuiu 18.000 marcadores de livro da campanha para aqueles que compraram livros no estande, estimulados pelos preços populares praticados pela Imprensa Oficial durante o evento. A Imprensa Ofi cial do Rio é um dos maiores apoiadores da campanha no que tange ao espaço de veiculação. Desde o ano passado a empresa publica os anúncios da Two Sides tanto do Diário Oficial quanto na revista O Prelo.

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Foto: Divulgação

INVESTIMENTO

DuPont expande centro de pesquisa Foto: Tânia Galluzzi

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A empresa investiu US$ 8 milhões na expansão dos laboratórios, projetados para atender as demandas do mercado latinoamericano de impressão flexográfica, agricultura e biociências industriais. Texto: Tânia Galluzzi

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o dia 15 de setembro a DuPont convidou a imprensa especia lizada para conhecer mais uma etapa da expansão de seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, em Paulínia, São Paulo. Nessa nova fase, a terceira ampliação desde que a área foi inaugurada em 2009, foram investidos US$ 8 milhões, totalizando US$ 22 milhões aplicados em laboratórios e espaços especial mente projetados para viabi lizar atividades de colaboração entre a DuPont e seus parceiros comerciais. Esse é justamente o espírito do Laboratório de Flexografia DuPont Cyrel, o primeiro da América Latina exclusivamente dedicado ao auxílio aos clientes em processos de melhoria. A ideia é reproduzir todo o fluxo de trabalho da produção de matrizes flexográficas, propiciando a rea lização de testes e treinamentos. “Sabemos que para os covertedores e clicherias é complicado parar a produção para fazer experimentos. Aqui eles terão essa oportunidade e com isso objetivamos agilizar o desenvolvimento de novas aplicações”, afirmou Zusanne Nagy, líder da divisão de Eletrônicos e Comunicação para a DuPont América Latina. O laboratório estará aberto também para os clientes indiretos da empresa, os chamados brand owners. A previsão é que o Laboratório de Flexografia Cyrel entre em operação em novembro. No dia da visita apenas dois dos cinco equipamentos que estarão disponíveis já estavam instalados. A meta é permitir diversas combinações de tecnologia no processo de impressão, seja na revelação química, com a Cyrel Fast 4260, ou na revelação solvente, com a

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processadora 2000PS. O espaço possibilitará aos clientes explorarem a tecnologia da chapa Cyrel Easy, cujo ponto plano já vem de fábrica, simplificando o processo de gravação da matriz de impressão flexográfica, resultando em maior qualidade, produtividade e consistência. Todos os fluxos disponíveis no ambiente seguem a linha digital de alta resolução, com o Cyrel Digital Imager 4835. Outro equipamento será o Digiflow 2000 ECLF, o primeiro do Brasil. OUTRAS ÁREAS

Além da impressão flexográfica, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Paulínia está projetado para atender as necessidades do mercado latino-americano de agricultura e biociências industriais. As três áreas compõem hoje os pilares estratégicos da DuPont no mundo — agricultura e nutrição, biociências industriais e materiais avançados —, segmentos que nor tearão futuras inovações da empresa. No ano passado, US$ 9 bilhões das vendas globais resultaram de produtos lançados nos últimos quatro anos. No Brasil, tais novidades corresponderam a 30% do faturamento local da companhia. A DuPont Brasil está entre as operações mais importantes da empresa. No ano passado, a subsidiária brasileira registrou US$ 2,3 bilhões em vendas, representando 50% da receita total da América Latina. Visando ampliar sua participação no mercado de equipamentos de proteção individual, em 2016 a DuPont vai inaugurar um novo laboratório voltado ao setor de vestimentas de proteção contra o fogo. DUPONT www.dupont.com.br



Foto: Álvaro Motta

HISTÓRIA VIVA

Com determinação, paciência, integridade e senso de oportunidade, o fundador da Vox Editora construiu uma trajetória de sucesso profissional e pessoal. Tânia Galluzzi

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adaji Yo Yoshioka é um homem de muitas palavras. As histórias se desdobram durante nossa conversa, enchendo de cor a fria sala de reunião onde nos encontramos. Logo que sentamos ele dispara: “Com Dilma ou sem Dilma a gente tem de continuar, né?” —, já emendando um acontecido com o qual justificaria por que não fa laríamos de política naquela manhã. “Em 2007 fui visitar um cliente, em Maringá, no Paraná, com meu filho Fábio. A reunião estava marcada para as 9 horas e para não atrasar dormimos na cidade na noite anterior. O Renan Calheiros tinha acabado de renunciar à presidência do Senado para escapar das acusações de corrupção, e eu, indignado com a situação, estava louco para discutir o assunto. Chegamos pouco antes do horário previsto para o encontro com Aldo Pereira Teixeira, dono da Aldo, uma das maiores distribuidoras de componentes eletrônicos do País, que nos recebeu pontualmente. A reunião terminou às 14 horas e não tive nenhuma

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chance de falar sobre política. O Aldo não me convidou para almoçar e, para dizer a verdade, nem me lembrei de comer. Falamos o tempo todo de negócios, do dele e do meu, e como poderíamos trabalhar juntos. Saí de lá pensando: o Brasil não é Brasília. É esse mundo sobre o qual acabamos de falar. E o Aldo está onde está porque se mantém focado no desenvolvimento da sua distribuidora e dos mercados onde atua”. A rápida passagem nos conta algo mais sobre esse nissei que completou 76 anos no dia 2 de setembro. Assinala a capacidade de Sadaji de continuar aprendendo, tanto com as pessoas que atravessam seu caminho quanto com as situações que a vida lhe apresenta. Nascido em Braúna, interior de São Paulo, onde seus pais tocavam um sítio, aos 10 anos Sadaji foi para Araçatuba, com a ajuda de um irmão mais velho, para completar seus estudos. Lá concluiu o ginasial e técnico em contabilidade enquanto trabalhava no Banco Noroeste. Em 1960, Sadaji mudou-se para a capital pensando em seguir


carreira como advogado. “Comecei o cursinho para a Faculdade São Francisco, mas naquela época a prova incluía o Latim. Como eu não sabia nada da língua, arrumei um professor particular, que já na primeira aula convenceu a mim e a um colega que deveríamos estudar Economia e não Direito se quiséssemos melhorar de vida”. No final de 1964, Sadaji receberia o diploma de bacharel em Ciências Contábeis e Atuariais pela Fecap, e no ano seguinte casou-se com sua grande companheira, Harumi. Com ela teve quatro filhos, Helayne, Fábio, Alexandre e Rosana, e nove netos. TRAJETÓRIA PROFISSIONAL E DE VIDA

No ano anterior o empresário havia ingressado na Stevenson, pertencente ao grupo Telefunken, onde fez seu primeiro projeto de expansão industrial, sob a orienta ção de um amigo que trabalhava no Banco do Brasil. A ele seguiram- se outros projetos, um dos quais para uma pequena gráfica, a Laborgraf, que com as ideias e a colaboração de Sadaji se tornaria um dos principais nomes no segmento promocional na década de 1980. “Foi quando senti o impacto do cheiro de tinta de impressão. Fui fisgado. O cheiro me atraiu e impregnou o meu corpo”, conta o empresário em sua autobiografia Cheiro de Tinta, uma vida em P&B para 4 cores, publicada em 2009. Contratado pela Laborgraf em 1968, Sadaji permaneceu na gráfica por 21 anos cuidando da parte administrativo-financeira. Anos antes de deixar a empresa, Sadaji começou a pensar no futuro.

䉱 Sadaji na sede da Vox Editora. Agosto de 1998 䉳 A esposa, Harumi (falecida em 2013), com a filha Rosana (Abaixo) Sadaji, na presidência do Rotary Club São Paulo Liberdade, durante jantar com companheiros rotarianos. 1984

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REVISTA ABIGR AF


Durante as férias, sob a inspiração de Moysés de Oliveira (sócio da Printcor), encoberto, Sadaji partia todo ano com o amigo para pescar no Pantanal. Aqui, ele exibe um pintado de 25 kg. 2005 (Abaixo) Presidente do Arujá Golf Club, Sadaji em companhia de (E/D): Myung Kyu Kim, presidente do Guarapiranga Golf Clube; Shigeo Hayashi, presidente do PL Golf Clube; e Isao Horii, presidente do Paradise Golf Clube

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As alternativas eram aposentar- se criando gado na propriedade adquirida nos anos 70 e a montagem de uma gráfica. A decisão veio com o filho Fábio, que em 1989 queria casar e trabalhar com o pai.“Criamos a Solaser para prestar o serviço de seleção de cromos e separação de cores para as gráficas, com o apoio do Alexandre”. Em paralelo, Sadaji comprou uma editora que publicava boletins mensais de atua lização legal, o Vox Legis, negócios que ajudaram a gestar a Vox. Pouco tempo depois passou a editar a Revista do Síndico, com a colaboração de Marcos Inui, hoje casado com Rosana. Fábio sempre esteve ao lado do pai, ora em negócios adjacentes à Vox, ora na própria gráfica. Alexandre e Rosana completam o time, a caçula cuidando das áreas administrativa e financeira e Alexandre da produção e do comercial. No final dos anos 2000 o grupo Vox chegou a atuar em cinco frentes: gráfica editorial,

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Foto: Álvaro Motta

cartões inteligentes, distribuição de revistas, pré-impressão e agência de comunicação. Sadaji soube empreender e envolver seus filhos nessa trajetória. Já preparou sua sucessão, na família e na empresa, processo baseado em princípios como honestidade, sinceridade, honradez, lealdade e ética. Esses mesmos valores pesaram na sua escolha como presidente do Rotary Club São Paulo Liberdade, entre 1984 e 85. Mas ele sabe também aproveitar todas as cores de uma vida plena, repleta de viagens, algumas desafiadoras, como o Caminho de Santiago de Compostela e a expedição para a Patagônia, muitas ao lado da esposa, falecida há dois anos. Outros prazeres são o golfe e a vontade de compartilhar suas ex periências. Praticante há anos, desde 2014 Sadaji é presidente do Arujá Golf Clube. E, depois da obra autobiográfica, no ano passado Sadaji preparou o livro

Odisseia da minha vida, anotações para um final feliz, um livro-caderno para que cada um manifeste as expectativas sobre seus últimos anos. Longe de ser lúgubre, trata-se da transposição para a cultura ocidental de um exemplo dos japoneses. “Milhões de pessoas maduras no Japão preenchem cadernos semelhantes, nos quais compartilham com seus familiares informações objetivas e depoimentos subjetivos. É outra cultura, sábia e respeitosa dos mais idosos, mas o ser humano é um só e tem aspirações comuns, quer viva em Tóquio, Paris ou São Paulo”.


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INTERNACIONAL

A terceira geração das inkjets pede passagem Em cobertura especial para a Revista Abigraf, Hamilton Terni Costa relata o que viu de mais interessante na Graph Expo, realizada em Chicago.

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ranscorrida sob um ambiente econômico mais favorável nos Estados Unidos, com estabilidade na demanda de produtos gráficos, a Graph Expo, rea lizada em setembro em Chicago, foi uma boa surpresa, seja em termos de visitação, seja pela mostra da evolução das novas tecnologias. Um bom sinal após anos de queda constante. A feira confirmou a ascendência da tecnologia inkjet, já em sua terceira geração. Desde seu efetivo aparecimento na Drupa 98 os equipamentos cresceram em REVISTA ABIGR AF

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qualidade de impressão e velocidade avançando no mundo até então dominado pelas offsets. Vários anúncios e novos equipamentos estreando na feira dominaram o ambiente. Destacamos alguns. O lançamento da AcelleJet, da Pitney Bowes, uma impressora inkjet colorida de médio porte para tiragens entre 2 e 8 milhões de páginas/mês, com acabamento em linha, bobina estreita, preenche uma lacuna no mercado até então abastecido por máquinas de uma cor. Esse volume, em cores, tem custo elevado seja em toner, seja em inkjet, com equipamentos mais velozes e muito mais caros. Com essa máquina se viabi li za a transição para cores de material transacional e malas diretas, em custo compatível com o monocromo. Esse primeiro lançamento de uma impressora pela

Pitney mostra como essa empresa centenária vem se reinventando na integração do físico com o digital na oferta de soluções completas para produção e postagens de documentos. A interface interativa de seu fluxo de trabalho, agora com geração de vídeos de treinamento e acompanhamento de entregas permite aos seus proprietários um domínio completo do processo de produção e serviços aos seus clientes finais. Voltadas ao mercado flexográfico, a HP apresentou suas novas rotativas T470 e a T480, com aumento de 33% na velocidade, chegando a 240 mpm graças às novas cabeças de impressão HDNA (high density nozzle architecture), que possuem resolução nativa de 2.400 bicos de tinta por polegada e suporte para gotas de peso duplo, com excelente resultado de impressão e o


avanço da marca no mercado de embalagem com a T1100S. Os novos cabeçotes de impressão podem ser utilizados nas máquinas já instaladas. A HP anunciou também a nova denominação da linha de máquinas inkjet rotativas: HP PageWide Web Presses. PageWide será uma marca comum para os produtos inkjet em grande formato e equipamentos para escritório e coorporativos. No seu estande, a HP mostrou as me lhorias na qualidade da imagem e maior produtividade feitas na Indigo 7800, além da Indigo 10000, já atingindo 200 instalações no mundo. A Ricoh enfatizou o sucesso que vem obtendo com sua nova linha de máquinas toner lançadas no ano passado: a Pro C7000x, com o branco como quinta cor; a Pro C9110, com ciclo de produção acima de um milhão/mês; a Pro C5110, como máquina de entrada; e as primeiras instalações da Pro VC6000, impressora inkjet com qualidade offset e tecnologia integral da Ricoh. Mostrou avanços também no seu fluxo de trabalho TotalFlow, incorporando mais utilidades de soluções de marketing. Com o maior estande da feira, a Canon vem apostando forte no setor com o maior número de equipamentos lançados. Neste ano ela introduziu a Océ ImageStream 2400, na linha da Océ ImageStream 3500 lançada no ano passado, e apresentou a nova Océ ColorStream 3000 Z. Esse Z vem da possibilidade de imprimir papel com

remalina, ainda requisitado. Na feira não foi mostrada a novíssima Canon VarioPrint i300 (ex-Niagara), mas somente um imenso painel reproduzindo seu funciona mento. A máquina tinha sido montada no evento que a empresa fez em Nova York uma semana antes, onde lançou sua comunidade de usuá rios inkjet th INK . Outra novidade da Canon foi a imagePress C10000VP, com impressão em toner e produção acima de 100 ppm e maior ciclo mensal que suas máquinas anteriores. Pena que a empresa ainda não dê o mesmo foco no setor gráfico na América Latina como o faz nos Estados Unidos. A Xerox trouxe, pela primeira vez em um feira, a inkjet Rialto voltada ao mercado de mé dias tiragens, oferecendo uma opção interessante para gráficas que já tenham maior volume mas que não vão investir em máquinas mais pesadas de imediato. A nova iGen 5, lançada na feira, foi uma novidade com a inclusão da quinta cor, completando o port fólio de toner de full production, composto da IGen4 90/110 e IGen 150 e das Xerox 800i e 1000i. Novos incrementos no fluxo de trabalho FreeFlow, agora também nas nuvens com o FreeFlow Core Cloud e o Digital Publishers, melhoramentos esses premiados na feira com o Must Seem’s. O programa de business development ProfitAccelerator, agora Digital Business Resources, adicionou mais cinco novas ferramentas com acesso online.

Também na linha toner, um novo equipamento da Konica Minolta foi lançado visando ao mercado de rótulos e etiquetas: a bizhubC71, em bobina, para médias tiragens digitais com excelente qualidade, ocupando um espaço entre as Indigos e Xeikons e as máquinas de baixa produção. Apesar de não imprimir o branco, pode ser uma alternativa interessante. Avança também na empresa o projeto KM1, inkjet de meia folha em parceria com a Komori. Na área de acabamento, destaque para os lançamentos da Scodix Digital Inline Foil e da MGI iFoil T Meteor. Ambas permitem ampla possibilidade de criação de peças únicas, diferenciadas e de forte apelo sensorial com impressão digital. Teve também uma impressora offset no meio do mundo digital, a 5 Series da Ryobi MHI Graphic Technology. A nova empresa, resultado da fusão entre a Ryobi e Mitsubishi, mostrou força comercial, com mais de 30 máquinas vendidas nos últimos 12 meses e boa expectativa futura. Com foco em embalagens e material promocional, fez jus ao ainda predominante mercado das offsets, tão ausente das últimas feiras. Por fim, um destaque para a EFI. Com uma expressiva evolução ano a ano em fluxos de trabalho, sistemas de gerenciamento, controladores de impressão e sistemas de impressão inkjet em grande formato, rótulos, pisos e ladrilhos, a empresa está perto de chegar ao seu primeiro bilhão de dólares de faturamento. Anunciou a compra de mais uma empresa, a Matan Digital Printers, fabricante de impressoras de formatos supergrandes. Seu presidente, Guy Gecht, brincou, em entrevista, que a empresa avança na “imagem das coisas”, pois seus equipamentos e soluções podem imprimir em qualquer coisa, de tecidos a pisos, de abotoaduras a vidros. A Graph Expo 2015 foi, enfim, uma feira com muitas evoluções e apontando fortemente para o inkjet, na integração de sistemas, na interação com o mundo digital e na automação dos processos. Uma boa feira. A do próximo ano será em Orlando, Flórida, retornando a Chicago para a Print 2017. Parte da antiga tradição dessa feira que, no passado, era rea li zada duas vezes ao ano e em cidades diferentes. setembro /outubro 2015

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DESPEDIDA

Anave promove seu último fórum Com palestras envolvendo vários elos da cadeia do papel, encontro oficializou o encerramento das atividades da associação.

N

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MÍDIA IMPRESSA

O fórum abriu espaço também para discutir a mídia impressa, especificamente as revistas, e o setor gráfico. Participaram do painel Maria Célia Furtado, diretora executiva da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner); Reinaldo Espinosa, diretor de Relações Institucionais da Abigraf; José Carlos Pilão, gerente de vendas na Pisa Indústria de Papéis; e Pedro Renato Eckersdorff, presidente da Associação Nacional de Editores de Publicações (Anatec). Maria Célia deixou uma mensagem positiva, mostrando exemplos de revistas que têm crescido apesar dos problemas que o setor vem enfrentando, além de números que enfatizam a força da revista como mídia.

“A renda média individual dos leitores de revista é 45% superior à renda da população”, afirmou a diretora da Aner. “A interação também é maior quando comparada a outras mídias: 66% dos leitores de revistas dedicam atenção exclusiva ao meio, enquanto apenas 15% fazem o mesmo ao assistirem TV ”. Entre as publicações que têm vencido os desa fios atuais, Maria Cecilia citou a Vanity Fair ita lia na, semanal com circulação média de 247 mil exemplares, a norte-americana The Atlantic, com 480 mil exemplares, e a atuação da Editora Caras no Brasil, que em 2015 comprou 18 marcas. Reinaldo Espinosa apresentou os números da indústria gráfica brasileira, traçando paralelos com o que acontece no setor em termos mundiais. Em 2014, o setor, formado por cerca de 20 mil empresas, faturou US$ 20 bilhões, enquanto nos Estados Unidos 45.600 gráficas somaram uma receita de US$ 155 bilhões. Entre os caminhos para o crescimento e melhor rentabilidade o executivo apontou a redução de custos e a integração da mídia impressa com a digital. O evento, patrocinado pela Klabin, Inter national Paper e Ibema, marcou o encerramento das atividades da Anave. Todo o acervo da entidade, que em 2015 completou 45 anos, foi doado à Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP).

o dia 23 de setembro foi rea lizado em São Paulo o 37 º– Fórum Anave Celulose e Papel. O evento da Associação Nacional dos Profissionais de Venda de Celulose, Papel e Derivados reuniu cerca de 60 pessoas para um dia de palestras, discutindo temas como competitividade tributária, papel não revestido, novas aplicações da celulose e o segmento de embalagem. Entre os convidados, Pedro Vilas Boas, consultor da Associação Nacional dos Aparistas de Papel e diretor da Anguti Estatística, traçou um panorama do setor, levantando os principais desafios. De acordo com o especia lista, 59,7% da produção de papel brasileira é recuperada. Em 2014, 4.818 toneladas de aparas foram coletadas, sendo a maior parte, 1,7 mil, Reinaldo Espinosa, diretor de Relações Institucionais da Abigraf, gerada em São Paulo, participou do painel sobre a mídia impressa Estado que consumiu 1,6 mil toneladas no ano passado. “A questão é que a apara acaba tendo que viajar pelo País, porque Estados também demandantes, como Santa Catarina e Paraná, coletam um volume muito menor do que necessitam”, afirmou Pedro Vilas Boas. Em 2014, Santa Catarina gerou 228 toneladas, para um consumo de 1,07 mil toneladas, e o Paraná 321 toneladas, com uma demanda de 644 toneladas. Essa necessária circulação poderia ser aprimorada com maior profissiona lismo dos agentes envolvidos em aspectos como o enfardamento correto do material. Outro desafio é a oscilação no preço da apara, que tem levado o setor a olhar com mais atenção para o mercado externo. Em termos Mauricio Costa Porto, Poyry; Carlos A Farinha, Poyry; Maria Luiza, IPT; Francisco Bosco, Desenvolvimento mundiais, o maior consumidor é a China, (E/D) Humano Sustentável e ABTCP; Theo Borges, Anave; Luís Menezes, Sore Representações; Flavia Toledo, seguida pelos Estados Unidos. Paper Trade; José Henrique, Geimpro; Valdir Premero, Anave; e Mario Spera, Spera Representações REVISTA ABIGR AF

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Olhar gráfico/Claudio Ferlauto

LETRAS ETERNAS & FUGAZES

Spécimen du caractère typographique Infini créé par Sandrine Nugue. Commande publique du Centre National des Arts Plastiques.

Editado por Paul Shaw, THE ETERNAL LETTER é uma obra completa sobre as capitalis monumentalis, famosas por causa da Coluna de Trajano e de milhares de outros sítios culturais no Ocidente. Constituída de mais de trinta ensaios – Jost Hochuli, Frank Blokland, Martin Majoor, Jonathan Hoefler, Cyrus Highsmith, Matthew Carter, Paul Shaw e outros –, que versam sobre a romana mais famosa da história. Fartamente ilustrado, suas 258 páginas esmiuçam essas versais e as influências, de dois séculos sobre o imaginário de milhares de leitores, escultores e tipógrafos. THE ETERNAL LETTER – Two Millennia of the Classical Roman Capital, The Mit Press, Cambridge, 2015.

À direita. Na página dupla de abertura de artigo de Paul Shaw, o padre Eduardo M. Catich e dois seminaristas decalcam as versais da Coluna de Trajano, em Roma, 1950.

Design e caligrafia para projetos musicais do estúdio de Sauê Burger Ferlauto, Porto Alegre, RS, 2015.

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Décio com um limão verde na mão Palestra realizada no evento Arquivo Décio Pignatari: Um lance de dados, do Centro Cultural São Paulo, agosto de 2015.

À esquerda, de cima para baixo.

Décio Pignatari (1927–2012) aula no Salão Caramelo/FAU; com Lila Pignatari; com o bedel Rimas; com Lucrécia D’Alessio Ferrara.

¶ Conheci Décio Pignatari em 1967 em

para uma festa na Pompeia que parecia

onde foi diretor. Em seguida nos chamou

Porto Alegre. Eram anos perturbados

interessante. Em minutos ele sacou

para trabalhar com ele e Lucrécia na

e agitados, e terminávamos o curso de

e falou: íamos ao Beto Rockfeller mas

sequência de Desenho Industrial na FAU,

arquitetura da UFRGS. Havia um clima

acabamos no Nino, o italianinho.

onde dávamos um curso de Leitura do

efervescente na cultura brasileira pré Ato

¶ Em 1973 mudamos para Sampa.

Ambiente Urbano, com o suporte

Institucional nº 5. A Tropicália brigava

E entramos em contato com ele.

com a Bossa Nova – dilmistas versus

Na época Décio tinha uma agência de

coxinhas – em tradução livre. Ele fora

publicidade, a E=mc2, em sociedade

para a Cidade Universitária, participamos

a Porto Alegre para um ciclo de palestras

com Chico de Andrade, para a qual

de diversos projetos dele: capas de livros,

na qual também participava Umberto

desenvolvemos alguns projetos:

na preparação do material para

Eco, nesta época ainda semiólogo,

um foi baseado em ideias dele para uma

a Livre Docência, design de poemas,

e Décio tentava convertê-lo à Semiótica.

embalagem de óleo de cozinha, que tinha

sempre acompanhados de grandes papos

Foi a primeira vez que ouvi esta palavra

uma boca bem grande, em ambas as faces, nos almoços semanais no apartamento

esquisita, que ele muitas vezes brincava

bem no centro da lata. Dois anos depois

ser uma “meia ótica”.

ele nos levou para o Idart, junto com

¶ No ano seguinte nos encontramos

da Semiótica de Charles Sanders Pierce. ¶ Na FAU, além das aulas e das caronas

das Perdizes. ¶ Saimos da FAU em 1987 e a vida nos

Cozzella, Julio Plaza, Fernando Lemos,

separou. Ele decidiu viver uma ‘vida de ar-

em São Paulo, era a época das novelas

Maria Theresa Vargas, Lucrécia Ferrara,

tista’, mudou-se para a casa do Fiaminghi,

Nino, o italianinho e Beto Rockfeller. Uma

Raphael Buongermino Netto e outros,

depois para Curitiba e passamos

noite saímos com os maestros Damiano

a acompanhar suas esporádicas visitas

Cozzella e Julio Medaglia, que queriam

a SP nos artigos na Folha da S.Paulo

convencer Gal Costa a cantar a peça

e em encontros fortuitos em museus

modernista, Pierrot Lunaire, de Arnold

e exposições. O último encontro foi na

Schonberg, no Teatro Municipal. Ela ou-

exposição de fotografias do Lemos, na

viu a peça com uma cara assustadíssima,

Pinacoteca. Tinha acabado de publicar

parecendo não entender nada e declinou

Bili com limão verde na mão, livro infantil,

do convite sem nem saber porque. Os três,

pela Cosac Naify. Continuava o mesmo:

demos meia volta decepcionados e fomos

Design Claudio Ferlauto, 1987.

arguto, crítico, amigo. Agosto 2015 setembro /outubro 2015

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QUADRINHOS

o

O mundo de hoje, tal como na ficção científica, está criando robôs cada vez mais perfeitos em relação aos seres humanos.

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escritor Isaac Asimov autor do livro pioneiro Eu, Robô, no mundo da science fiction, criou as três leis da robótica. A mais importante, proibia os robôs de fazerem mal aos seres humanos. Mas, na própria obra esse é o tema central. E, nas ficções, nos quadrinhos, na literatura e principalmente no cinema, a luta entre robôs e humanos é constante, como no filme com Arnold Schwarzeneg ger, O Exterminador do Futuro. Recentemente, uma indústria japonesa fabricante de robôs divulgou um texto inusitado advertindo aos compradores que não os utilizassem para a prática de sexo. Isso nos remete a 1962, ano em que a revista francesa V Magazine começou a publicar em fascículos as aventuras galácticas de Barbarella. Criou a fricção científica. Barbarella tinha um comportamento liberal quanto às atividades sexuais, prenunciando o que viria a acontecer na década de 70, quando da liberação feminina. A criação de Jean- Claude Forest coincidiu com o ano em que o cineasta Alain Resnais criou o Club des Amis de la Bande Dessinée, lançando o movimento cultural inter nacional de reconhecimento dos comics como forma de arte, além de fenômeno de comunicação de massa.

Álvaro de Moya é autor do livro Vapt-Vupt. REVISTA ABIGR AF

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Barbarella transava com um robô. Na tradução de Jô Soares da edição brasileira, o incansável robô Aiktor recebe com modéstia os elogios da astronauta: “Oh! Madame é muito amável. Conheço as minhas falhas . . . meus enlevos têm algo de mecânico!” Na versão francesa cinematográfica de Roger Vadim, a atriz Jane Fonda transa com uma máquina operada pelo vilão Duran-Duran, em clave humorística em vez de erótica.




F OTOG R A F I A

Coração selvagem aun é uma pequena cidade ao noroeste de Botsuana, país africano que tem quase 70% de sua superfície coberta pelo deserto do Kalahari. É esse cenário, onde a natureza resiste a fazer concessões, que a fotógrafa Janaina Matarazzo escolheu como morada. Escolheu para viver a liberdade, para enfileirar-se ao lado daqueles que desejam ver a natureza preservada, para usar a fotografia como instrumento de resistência.

A força dessa oposição está na beleza, na urgência em expor em cada ponto de suas imagens a imponência do mundo natural. E não se engane. Ao compartilhar conosco paisagens oníricas, Janaina quer nos seduzir, pretende despertar em cada um de nós o desejo de conhecer a África e assim, fortalecendo o turismo, ampliar as chances de sobrevivência da fauna e da flora. Em 2008, aos 30 anos, Janaina decidiu que era hora de deixar São Paulo e abraçar o sonho de conhecer a África. Optou por Botsuana pela

A natureza está ali tão explícita, nua, que chega a ser surreal. Na rotina de Janaina Matarazzo o amor pela fotografia e pelos animais se une para fascinar o observador e convencê-lo de que tudo aquilo merece ser preservado. Tânia Galluzzi


rusticidade, e partiu. A sintonia imediata com a natureza da região resgatou sua vontade de fotografar, embotada desde os tempos de faculdade. Rapidamente engajou-se no projeto Water For Life, depois chamado de Conser vation Safaris, que oferece aos turistas estadias mais longas em troca de ajuda nos projetos sociais com a comunidade e de conservação da natureza. Depois de cinco meses, Janaina voltou para a capital paulista apenas para organizar-se e retornar para Botsuana. Seguiram-se então quase quatro anos de intenso aprendizado sobre a região e a vida selvagem. Morando em um safari camp, não faltavam possibilidades para fotografar, e Janaina aproveitava todos os momentos. PARTICIPAÇÃO ATIVA JANAINA MATARAZZO www.janainamatarazzo.com

Já estabilizada no país, que da colonização inglesa herdou entre outras coisas a organização, Janaina abriu sua empresa, atuando hoje

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em três frentes: a fotografia autoral, cujo braço avançado em São Paulo, o Fine Art Studio, cuida da impressão de tiragens limitadas e ilimitadas; a fotografia de publicidade, voltada para o mercado regional, sobretudo para o fomento da atividade turística; e sua própria agência de turismo, a Travel For Conser vation. “Sem o turista não há futuro para a natureza em Botsuana. A economia aqui está baseada na extração do diamante e do cobre e, principalmente, na pe cuá ria, que disputa espaço com as reservas e parques nacionais. Se o fluxo de turistas cai, aumenta a pressão pela expansão das áreas ocupadas pelo gado”. Lutando para manter essa gangorra equilibrada, pelo menos uma vez por mês Janaina junta suas tralhas e parte sozinha em seu 4 × 4 para duas ou três noites acampando em uma reserva. Imersa nas entranhas da África meridional — cheia de cores na estação das chuvas, selvagem e rude no período da seca —, a fotógrafa busca o movimento em suas composições, espreita momentos onde a luz possa conferir um caráter de sonho às imagens, transformandoas em cenas quase surreais. “Quero encher os olhos do meu espectador”. A magia desses cenários encantou o Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, que produziu a exposição Mundo à Parte, em cartaz até o fim de outubro. Com curadoria de André Sturm, diretor do museu, a mostra é composta por 19 imagens, revelando instantes únicos da vida dos animais, como a fuga das zebras quando atacadas por uma leoa, enquanto urubus aguardam o desfecho nos galhos das árvores. A exposição deve seguir para outras cidades, e para 2016 Janaina pensa em editar um livro.



IMPRENSA

O Globo celebra 90 anos

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oltam-se as vistas para a nossa borracha! Com esta manchete, chegou às bancas de jornais o primeiro exemplar de O Globo, em 29 de julho de 1925. Seria o primeiro movimento em uma trajetória que acaba de completar 90 anos de história. Em quase um século de circulação o jornal O Globo permanece como um dos mais respeitados meios de comunicação do Brasil — e o que é melhor, mantendo suas edições impressas Da primeira em circulação, mesmo em sa em tempos de redução de titiragem, impres ada, ao ragens e desaparecimen- uma máquina alug gráfico, to de tantos títulos. Para moderno parque l aos fie construir essa sólida base, o jornal segue ndador, o veícu lo modificou muiideais de seu fu tas vezes seu projeto gráfico, Irineu Marinho. ampliou o número de páginas e de editorias, agregou suplementos, revistas e edições especiais, sempre em nome da modernização. Em nove décadas, os textos longos tornaram-se mais sintéticos, e as páginas monocromáticas, com quase nenhum recurso gráfico, ganharam imagens multicoloridas. A mais recente reforma gráfica ocorreu em 2012, quando o novo projeto investiu ainda antigo do Largo da Ca rioca, espaço emmais nas cores, ampliando também a claprestado pelo Liceu de Artes e Ofícios. Isso reza de títulos, textos, infográficos e fotos. ocorreu depois de uma viagem à Europa, quando seu fundador entregou-se à criaA data de 29 de julho foi celebrada, ção de um novo veícu lo identificado com o neste ano, com uma missa no Largo São Rio. O nome foi escolhido por meio de um Francisco de Paula, região central do Rio concurso, mas o mais votado, “Correio da de Janeiro, à qual compareceram cerca de Noite”, já estava registrado. Assim, Irineu 60 pessoas, entre funcionários e diretores, escolheu o segundo colocado. Em reconhecomo o presidente do Grupo Globo, Robercimento aos participantes que haviam voto Irineu Marinho, o vice-presidente José tado nos dois títulos, ele distribuiu 6 mil Roberto Marinho e o vice- presidente e assinaturas mensais do vespertino. Com presidente do Conselho Editorial do Gruo objetivo principal de mostrar os propo Globo, João Roberto Marinho. Para blemas enfrentados pelos cidadãos, a pucomemorar o dia, os leitores foram surblicação circulou pela primeira vez com preendidos com a dia gra mação da capa exatos 33.435 exemplares, distribuídos do jornal, inspirada no desenho de 1925. exclusivamente pelos “gazeteiros”. A mensagem transmitida com essa homenagem foi clara: os valores do jornal Após a morte prematura de Irineu Mapermanecem os mesmos, ainda que os rinho, em 21 de agosto de 1925, seu pritempos sejam outros. mogênito Roberto o substituiu oficialmente em 1931. O jovem assumiu o comando e alavancou o crescimento do jornal, origem HISTÓRIA do maior grupo de comunicação do País, O jornal O Globo nasceu pelas mãos de as Organizações Globo. Irineu Marinho, instalado em um prédio REVISTA ABIGR AF

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Edição nº 1 29 de julho de 1925

Muitas histórias marcaram essa trajetória, mas destaca-se a inauguração da primeira sede, em 1954, no centro do Rio, no primeiro prédio da América Latina projetado para abrigar um jornal. Outro momento importante transcorreu entre 1985 e 1986, quando O Globo colocou em prática profunda mudança física em sua redação, com a troca das antigas máquinas de escrever por terminais de computadores. Também sobressai nessa linha do tempo a inauguração, em 12 de janeiro de 1999, do parque gráfico — quatro anos depois de o jornal adotar a diagramação eletrônica. Instalado no quilômetro 2,5 da Rodovia Washington Luís (Rio–Petrópolis), em Duque de Ca xias, o parque gráfico ocupa uma área de 175 mil metros quadrados. Bem diferente dos primeiros tempos: nos três primeiros anos de existência, O Globo foi rodado em uma máquina alugada por dez contos mensais. O GLOBO www.oglobo.com.br


o ã ç a m r o f n i s i a m s a d a t n a l p s a t s e r mais f lo

Você sabia que as empresas brasileiras produtoras de papel obtêm 100% da FHOXORVH D SDUWLU GH æ RUHVWDV SODQWDGDV"* $ ¡UHD GH æ RUHVWDV SODQWDGDV QR %UDVLO equivale a 2.2 milhões de campos de futebol.** Leia seu jornal favorito tranquilamente, pois o papel é feito de madeira natural e renovável.

Para descobrir fatos DPELHQWDLV VXUSUHHQGHQWHV VREUH D FRPXQLFD§£R impressa e o papel, visite www.twosides.org.br

Two Sides é uma iniciativa que promove o uso responsável da comunicação impressa e do papel como uma escolha natural e reciclável para comunicações poderosas e sustentáveis. *Folha Bracelpa Nº01, Maio / Junho 2009. **Two Sides Brasil, 2014.


1975–1985

Período de incertezas Em sua segunda década de atuação como representante máxima da indústria gráfica brasileira, a Abigraf precisou enfrentar os altos e baixos da economia nacional.

D

Senai — e o setor gráfico mundial iniciava a sua escalada em termos de evolução técnica. O fotolito passou a ser muito importante dentro de uma gráfica, assumindo a condição de protagonista na área de préimpressão. Com o advento do escâner, a seleção de cores e a definição de imagens

entrava em nova dimensão. Em 1977, começaram a chegar às gráficas as primeiras impressoras offset de pequeno e médio portes totalmente fabricadas em território nacional, por empresas como Solna e Catu. O mercado começava também a se diversificar em termos de negócios. Assim,

Texto: Laura de Araújo e Ada Caperuto

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epois de celebrar, em junho de 1975, sua primeira década de existência, a Abigraf se viu diante do início de um período de grandes entraves econômicos, impostos por dificuldades de toda ordem. Por outro lado, foi também o momento de renovar sua comunicação com o mercado, lançando mão da reformulação do Boletim da Indústria Gráfica (BIG), até então o principal informativo do setor. Surgiu, em dezembro daquele ano, a Abigraf em Revista. Aquele também era um momento em que os centros de ensino profissiona lizante se desenvolviam — desde 1971 vinham sendo rea lizadas as Semanas Tecnológicas de Artes Gráficas (Stag), organizadas pelo REVISTA ABIGR AF

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(E/D) Rubens Amat Ferreira; Jurandyr de Carvalho, diretor da Escola Senai Theobaldo De Nigris; Sidney Fernandes, presidente, e Waldyr Priolli, diretor, ambos da Abigraf Nacional. 1982


PRESIDENTES

Importante conquista. O governador em exercício do Estado de São Paulo, José Maria Marin assina o decreto n-º 20519/83 proibindo a criação de gráficas estatais, na presença de um grupo de representantes da indústria gráfica. Entre eles, identificamos (E/D), em pé: Max Schrappe, presidente da Abigraf-SP; Jamil Michel Haddad, advogado da Abigraf e Homero Villela de Andrade, diretor da Abigraf; sentados, Valdemar Maffei, presidente do Sindicato dos Trabalhadores, e Sidney Fernandes, presidente da Abigraf Nacional. Fevereiro de 1983

a criação de gráficas estatais. Conquista similar à que se viu em fevereiro de 1983, quando a Abigraf comemorou a assinatura do decreto nº– 20.519, de mesma finalidade, no âmbito do Estado de São Paulo. O documento foi definido por Sidney Fernandes, presidente da Abigraf Nacional e do Sindigraf-SP, na ocasião, como uma verdadeira “carta de alforria”. O cenário para a indústria gráfica era animador naquele período, apesar de pequenos percalços. Os empresários observaram o desempenho dos indicadores e avalia ram que o setor atravessava uma fase favorável de crescimento. Harmonizando com aquele momento, a Revista Abigraf passou por nova reformulação e, a partir de sua 89ª– edição, começou a ser produzida pela Clemente e Gramani Editora e Comunicações, com tiragem ampliada para 5 mil exemplares. O ano de 1983 também foi marcado pela inauguração da Abigraf Regional de Brasília e da Abigraf Re gional Mato Grosso do Sul. No ano seguinte foi a vez da Abigraf- RJ, que finalmente se estabeleceu jur idicamente (foi cria da em 1980). Durante a segunda déca(E/D) O empresário Ferdinand Vaders e os diretores da Abigraf Pery Bomeisel da de atividades da e Homero Villela de Andrade. 1982

em 1982, a Abigraf acompanhou a primeira participação de empresas brasileiras na Drupa, a maior e mais importante feira do setor, rea lizada a cada quatro anos na Alemanha. Naquele momento complexo para a economia do País, a taxa de inflação continuava em ascensão e a previsão é que o ano se encerraria com alta de quase 100%. Não bastasse, a Abigraf enfrentava o problema da bitributação, o conflito ICM × ISS, empreendendo uma série de iniciativas em busca de soluções para esse impasse tão oneroso para as gráficas. Porém, outra luta havia sido vencida. A epopeia de mais de dez anos de luta da entidade contra a estatização parecia dar seus primeiros resultados concretos: em 26 de janeiro de 1982, o presidente da República, João Figueiredo, promulgou o decreto nº– 86.873, proibindo

Rubens Amat Ferreira Gestão 1971/1980

Henrique Nataniel Coube Gestão 1980/1981

Sidney Fernandes Gestão 1981/1986 Congressos Brasileiros da Indústria Gráfica Período: 1975/1985 • Quarto Congresso: Caxias do Sul/ RS 13 a 15 de maio de 1976 • Quinto Congresso: Salvador/BA 21 a 23 de maio de 1981 • Sexto Congresso: Recife/PE 7 a 10 de setembro de 1983

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e assessorou os empresá rios gráficos de todo o Brasil, por meio de circulares, sobre problemas futuros, recomendando cautela nas negociações. Uma notícia afetaria fortemente o setor em abril daquele ano: a morte do presidente da República Tancredo Neves. Ele vinha sendo apontado como aquele que, enfim, resolveria o maior problema da época, a estatização. Em diá logo com os líderes gráficos — Sidney Fernandes, presidente da Abigraf; Max Schrappe, presidente da Abigraf-SP; e Hilton Pinheiro Mendes, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Distrito FedeAtrás (E/D): não identificado, Manoel Vieira, semiencoberto (presidente da Abre), e Hélio Furmankiewicz. ral —, Tancredo Neves chegou a demonstrar À frente: Pery Bomeisel, Sidney Fernandes, Affonso Celso Pastore (secretário da Fazenda do Estado SP), o empresário Caio de Alcantara Machado e Luiz Carlos Cunha Vieira Weiss (Senai). Fiepag, março de 1979 firme disposição nesse sentido. entidade foram também instaladas a Abi- predatória, que, por algum tempo, teve A partir daquele momento, a Abigraf graf Regional Goiás (1979) e Abigraf Regio- como resultado o aviltamento dos preços de profissionalizou sua atuação e diversifinal Bahia (oficia lizada em 1980, mas que mercado. Para evitar esse tipo de atitude e cou as atividades, dando prioridade ao esa descapitalização da indústria, a Abigraf, tímulo à maior participação na entidade, a funcionava desde 1968). A indústria gráfica começou o ano de juntamente com o Sindigraf- SP, alertou fim de torná-la cada vez mais representati1984 em ritmo lento. Algo que seria modifiva. Um dos resultados descado, mais uma vez, pela inovação tecnolósa ação é a conquista de um gica. Naquele ano, o setor entrou na era da importante ponto de luta informática e aos poucos os computadores para a Abigraf. Naquele peiam chegando à pré-impressão das empreríodo, finalmente terminou sas, com o surgimento de programas espeo impasse entre a Secretacíficos para as indústrias gráficas, princiria Estadual da Fazenda e palmente para elaboração de orçamento. a Secretaria Municipal das Finanças de São Paulo, que Após um período de recuperação, que causava grandes prejuízos à teve início na metade daquele ano, o seindústria gráfica da capital, tor sofreu com uma série de medidas que submetida a uma bitributarepercutiram negativamente no seu deEm dezembro de 1975 surge a Abigraf em Revista sucedendo ao Boletim da sempenho. Para sobreviver, algumas em- Indústria — ISS e ICM. No dia 10 ção Gráfica. Em 1983, a partir da edição n-º 89, totalmente reformulada, presas adotaram uma política de preços a revista passa a ser desenvolvida pela Clemente e Gramani Editora de maio de 1985 foi publicado no Diário Oficial do Município o Parecer Normativo PMSP 001/85, que isentava do Imposto Sobre Serviços, a confecção de rótulos, etiquetas, bulas, embalagens, manuais de instrução e assemelhados, destinados à industria lização ou comercia lização. Ao comemorar seus 20 anos de fundação, em 1985, e em meio à intensa evolução tecnológica mundial, a Abigraf Nacional convivia com dificuldades que fazem parte da gênese da indústria gráfica nacional, e que persistem até os dias de hoje. Dentre eles está a questão das gráficas filantrópicas, estatais, religiosas e sindicais, que não sofrem o mesmo tratamento tributário que as empresas privadas. Além disso, o setor estava inserido em um cenário econômico desfavorável, mas essa situação mudaria (E/D): Fany Feffer, acionista da Suzano; Geraldo Palma, secretário da Indústria e Comércio de SP; Rubens Amat radicalmente na década seguinte. Ferreira, presidente da Abigraf; e Manoel Vieira, presidente da Abre. Fiepag, março de 1979 REVISTA ABIGR AF

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A Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica ( ABTG) ampliou suas instalações na antiga sede, localizada à Rua Bento Freitas, 178, no centro de São Paulo. A entidade anunciava grandes reali za ções. Além do ciclo de palestras técnicas que estava sendo realizado no Senai, encontravam-se em formação os grupos de trabalho, pesquisa e desenvolvimento tecnológico de 17 áreas das artes gráficas. Estavam sendo desenvolvidos estudos para a implantação de um curso de Engenharia Gráfica, museu de artes gráficas e a edição de boletins técnicos.

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edição 101 da Revista Abigraf trouxe como destaque a 10ª Fiepag – Feira Internacional de Embalagem, Papel e Artes Gráficas, que aconteceria de 14 a 20 de outubro, em São Paulo, com informações sobre as empresas expositoras. Nas duas primeiras páginas, a matéria apresentou uma revisão histórica das feiras de equipamentos gráficos no Brasil, revelando que o primeiro evento do gênero ocorreu na capital paulista, durante a Exposição Internacional do IV Centenário de São Paulo, em 1954. A comemoração, por sua importância — aliada ao fato de ser São Paulo a cidade mais industrial do Brasil e com o maior número de gráficas, na ocasião — mereceu uma reportagem especial da conhecida revista El Arte Tipográfico, com a capa ilustrando a famosa elipse, símbolo do IV Centenário.

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indústria do papel e celulose, que desfrutava de si tua ção financeiramente saudável, via- se diante da necessidade urgente de tomar uma importante decisão: viabilizar novos investimentos para expansão da produção de celulose e ampliar sua base florestal. Naquele ano, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Papel e Celulose (ANFPC), a demanda interna de papéis havia crescido 22% e a de celulose 11%. Para atender o mercado interno, as exportações tiveram que ser parcialmente contidas.

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(E/D) Os presidentes Horácio Cherkassky (ANFPC), Alfredo Weiszflog (CBL) e Osmar Zogbi (APFPC), no momento da assinatura do convênio

A edição também noticia uma grande ação da Câmara Brasileira do Livro (CBL), em parceria com a Associação Paulista dos Fabricantes de Papel e Celulose (APFPC), para incentivar o livro e a leitura. As duas entidades assinaram um convênio por meio do qual todas as vendas de papel, envolvendo fabricantes e editores de livros, teriam 1% do seu valor destinado a um fundo. Cada uma das

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partes contribuiria igualmente com 0,5% a partir de 1º de outubro e com validade de cinco anos. O dinheiro arrecadado seria administrado por uma comissão paritária, formada por integrantes da Câmara e da APFPC e deveria ser aplicado em campanhas e atividades que estimulassem a leitura, a exemplo de ações publicitárias, promocionais, cursos, seminários, feiras e exposições.

Notícias publicadas na Revista Abigraf nº– 101, de setembro/outubro de 1985

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nquanto o País vivia uma inflação que ameaçava superar os 200%, a indústria gráfica também sofria com outros problemas. No segundo semestre de 1985, o setor se viu penalizado com a redução do prazo de recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que passou de cinco meses para apenas 45 dias. A mesma decisão foi tomada em relação ao Iapas (Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social) — o antigo INSS. Além disso, o Conselho Interministerial de Preços (CIP) já havia autorizado um aumento médio de 30,26% no preço do papel em agosto daquele ano. Não bastasse isso, os fornecedores do insumo cortaram em 15 dias o prazo de faturamento, que passou de 60 para 45 dias.


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Setor gráfico vai a Brasília para lançar Frente Parlamentar Entre os pleitos da categoria estão o fim do conflito tributário e a desoneração fiscal de livros e materiais escolares.

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o dia 20 de agosto, empresários do setor gráfico capitaneados pelo presidente nacional da Abigraf, Levi Ceregato, estiveram em Brasília para o lançamento da Frente Parlamentar do Setor Gráfico e Mídia Impressa, que conta com a liderança do deputado federal Baleia Rossi (PMDB/SP). O objetivo é pleitear, de maneira mais eficaz, mecanismos capazes de remover os entraves à produtividade e competitividade do setor. De acordo com Ceregato, “a criação da Frente é um exemplo de boa prática política, de respeito às instituições democraticamente constituídas e um sinal de esperança para as mais de 20 mil gráficas representadas pela Abigraf, geradoras de 206 mil empregos”. O deputado Baleia Rossi ressaltou as cinco bandeiras (Projetos de Lei) que, de acordo com ele, deverão beneficiar não apenas a indústria gráfica, mas a sociedade como um todo.

Também participaram do evento de lançamento o diretor de relações políticas da Abigraf Nacional, Jair Leite; o presidente do Conselho da Abigraf Nacional e presidente da Regional Mato Grosso do Sul, Julião Flaves Gaúna; o presidente da regional do Distrito Federal da Abigraf, João Batista Alves dos Santos; os deputados Mauro Pereira (PMDB/ RS) e Walter Ihoshi (PSD/SP), além de mais de 20 parlamentares da Câmara Federal e do Senado. Um dos mais importantes projetos a serem trabalhados pela Frente Parlamentar é o PLP 366/2013, de autoria do senador Romero Jucá (PMDB/RR), cujo propósito é o de pôr fim no conflito de normas tributárias, que hoje dá margem à dupla tributação de produtos gráficos, onerando- os tanto por ICMS quanto por ISSQN. O u t ro f o co e s t á n o PL 7867/2014, de autoria do deputado federal Vicentinho (PT/SP), que visa garantir que os recursos

públicos do orçamento da União, no caso do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e similares de outras esferas do governo, bem como o montante da renúncia fiscal de estímulo à cultura, no tocante à Lei Rouanet, gerem emprego e renda no País através da produção e impressão local, fomentando assim o setor gráfico nacional, visto que atualmente grande parte destes livros estão sendo impressos fora do Brasil. A Frente Parlamentar também vai trabalhar no PL 2396/2015, de autoria do deputado Walter Ihoshi, que pleiteia alíquota zero de PIS/Cofins para impressão de livros no Brasil. O objetivo é corrigir distorção histórica, que faz com que a impressão seja a única etapa não favorecida pela imunidade tributária que beneficia a produção de livros, revistas e periódicos. Com isso, as gráficas nacionais têm seus preços agravados em 9,25% de PIS/Cofins, ao contrário dos concorrentes

internacionais, cujos produtos chegam às prateleiras totalmente isentos dessas contribuições. O Cartão Aquisição de Material Escolar, alvo do PLS 122/2013, de autoria da senadora Lúcia Vânia (PSB- GO), dispõe sobre a transferência direta de recursos aos beneficiários do Programa Bolsa Família para aquisição de material escolar. Além disso, a medida pretende fomentar pape larias e co mércios regionais com a reen tra da no mercado de um contingente de milhões de consumidores. Ainda no âmbito do material escolar, o PL 6705/2009, de autoria do senador Agripino Maia (DEM/ RN), prevê a desoneração de material escolar através da isenção de IPI e alíquota zero de PIS/Cofins incidentes na venda desse material, de maneira a beneficiar a indústria gráfica (no caso de cadernos, agendas e classificadores) e os consumidores finais, de um modo geral.

Projeto Leitura para Todos chega a Santa Rosa do Viterbo O município paulista, de aproximadamente 25 mil habitantes, é o 20º a ser contemplado pela iniciativa do Sindigraf-SP e da Abigraf-SP

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om a inauguração da Biblioteca Municipal Professora Licínia Nogueira Magalhães, em Santa Rosa de Viterbo, no interior do Estado de São Paulo, o SindigrafSP e a Abigraf-SP alcançam o total de 20 cidades contempladas pelo Projeto Bibliotecas – Leitura para Todos. Desde sua criação, em 2005, o Projeto Bibliotecas cria ou revitaliza anualmente espaços públicos de leitura em

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pequenos municípios. A escolha é feita por meio das seccionais das entidades — uma na região de Bauru e outra na de Ribeirão Preto. A festa de inauguração contou com apresentação do grupo de capoeira da cidade e da Banda Sinfônica de Santa Rosa de Viterbo. Ao final do evento, dois alunos da região foram premia dos como “melhores leitores”. “O Brasil é muito carente em

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bibliotecas e educação. O projeto contribui para o acesso da população ao mundo dos livros, além de proporcionar convivência e

aprendizado à população”, afirmou Fábio Sarje, primeiro vicepresidente da Seccional Ribeirão Preto das entidades.

PROJETO BIBLIOTECAS EM NÚMEROS 20 bibliotecas criadas ou revitalizadas 840 mil pessoas potencialmente beneficiadas nos municípios atendidos 21 mil livros doados desde 2005


Brasília recebe 22 sindicatos da indústria gráfica Pauta do 3º Encontro Nacional, realizado em Brasília, privilegiou o debate de políticas públicas.

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a mesma data de lançamento da Frente Parlamentar do Setor Gráfico e Mídia Impressa, 20 de agosto, foi realizado em Brasília (DF) o 3º Encontro Nacional de Sindicatos da Indústria Gráfica. Com a presença de 53 lideranças de entidades representativas do setor, oriundas de 22 Estados, o evento foi promovido pelo Sindigraf-SP e abrangeu temas voltados ao aprimoramento da gestão das entidades sindicais na defesa de seus filiados e na melhoria do ambiente de negócios. Na abertura do encontro, o presidente do Sindigraf- SP, Fabio Arruda Mortara, mencionou o atual panorama de crise política e econômica, comentando

que, embora as discussões propostas no encontro corroborassem a gravidade da conjuntura, elas também deixavam clara a existência de ótimas perspectivas, inclusive para as pequenas e microempresas, de voltar a crescer e vislumbrar o desenvolvimento. Compuseram a mesa os presidentes do Sindigraf-SP, Fabio Arruda Mortara, da diretoria executiva e do conselho diretivo da Abigraf Nacional, Levi Ceregato e Julião Flaves Gaúna; da Abigraf Regional São Paulo, Sidney Anversa Victor, e da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), Claudio Baronni. A terceira edição do Encontro privilegiou o debate sobre

políticas públicas, como indutoras do aumento da competitividade. Isso pôde ser percebido na palestra de abertura “A importância da ação parlamentar para o desenvolvimento de um setor”, apresentada por Roberto Nogueira, diretor da Consultores Associados RN, seguida pelo tema “Sebrae e sindicatos: importância da integração para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas”, ministrada por Analuiza de Andrade Lopes, gerente adjunta da Unidade de Atendimento Setorial Indústria do Sebrae Nacional. No segundo bloco, foram quatro palestras: “Política industrial: produtividade e competitividade”, por

João Emílio Padovani Gonçalves, gerente de política industrial da Confederação Na cio nal da Indústria (CNI); “Cenário macroeconômico e seus reflexos na indústria”, por Flávio Castelo Branco, gerente executivo da Unidade Política Econômica da CNI; “Conflito tributário – ISS × ICMS na indústria gráfica”, por Marcelo Viana Salomão; e “Tratamento diferenciado e simplificado para as micro e pequenas empresas; iniciativas para o aperfeiçoamento e sistematização do marco regulatório”, por Mauro Bogéa, secretário de Racionalização e Simplificação da Secretaria das Micro e Pequenas Empresas da Presidência da República.

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ARTE & INDÚSTRIA GRÁFICA

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MENSAGEM

upção rr co e s o st o p im s, ra b co Sobre girafas, de

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ade são piadas id ob pr im e os ad er ag ex os Tribut ia nacional mau gosto da grande coméd

ser preso no Brasil. onde se ref ug iou para não , lia Itá a um r hentas? tenda compra jiboias, que nem são peçon as só e qu Prezado leitor, caso você pre r Po l na vada pois o Superior Tribu ios enfatizam os ônus da ele sód epi is do Os girafa, é bom se preocupar, . Obviamente, a e o PIS/Pasep e a Cofins ga tributária e da corrupção de Justiça (STJ) decidiu qu car ios sár pre em Os lado, não é grave portação. das três girafas, um fato iso o açã devem incidir sobre a sua im tax tos cus s no buições contribuições como a incidência das contri ís Pa o conhecem bem o peso dessas ra pa lo, . O saldo o ocorre, por exemp sociais na impressão de livros dos produtos e ser viços, com ial específica axação negativo da balança comerc na impressão de livros. A t milhões ,6 em desse ser viço foi de US$ 57 é um dos fatores que reduz a-se em as ção, que em 2014; e o problema agrav up rr Co a competitividade das gráfic gráficas nesas e dade, 2015. A concorrência com as ili ib ed cr brasileiras em relação às chi a et af is os livros têm sido estrangeiras é desigual, po s, to de outros países, nas quais al os st po im e em fru quiridas impressos no exterior usu rodadas até mesmo obras ad os am er on tributária para que para plenamente da imunidade pelo Ministério da Educação e -s a em nossa cas. custos, incluem produtos editoriais garantid os alunos das escolas públi s empresas, entre as causas Constituição. Para as nossa A inusitada tributação de Maior. i pelo pasmem, esbarra-se na Le grave crise da três girafas foi confirmada afas, urso da Ainda sob a questão das gir brasileira ica ôm STJ em julgamento de rec on ec gou que , que o zoológ ico catarinense ale Fundação Hermann Weege cobrado ser e, a rod eri me nenhum tributo dev mantém um zoológ ico em Po uv não ho e operação o seu ingresso no País, pois Santa Catarina. A entidade ra pa de ois dep o foram na Justiça, importação. Os animais nã na ra cei an havia contestado a cobrança fin s do ra o desembaraço tucanos. Aspectos recolher todos os tributos pa comprados, mas trocados por s. ina mp Ca em , pos gunta-se: para o bem ídico-tributários à parte, per bichos na alfândega de Viraco jur de sto po im política nacional rar-se do sil, outras espécies da fauna Bra Nos tribunais, conseg uiu liv do s, ria ciá en vid permuta? tribuições pre não poderiam ter entrado na bém importação, mas não das con tam res de empresas como ocorre, aliás, com milha dança nas regras brasileiras, aflitas ante a mu sidney@congraf.com.br entos. gam pa de ha fol da ção era do jogo da deson parda lis não A taxação da Giraffa camelo Reino Animal da é a única notícia curiosa do sil. Vejamos: a partir República Federativa do Bra Público Federal, de uma ação do Ministério de sete espécimes de conseg uiu-se a repatriação ular jiboia. As serpentes Boa constr ictor, a nossa pop as para os Estados haviam sido contrabandead do Zoo de Niterói. Unidos, após desaparecerem ras de volta à Ótimo que trouxemos as cob uma comemoração na Pátria, fato que mereceu até shing ton. Entretanto, embaixada brasileira em Wa vitável a pergunta: por que considerando tal feito, é ine o daquele Homo sapiens não conseg uimos a extradiçã os cesso do mensalão a 12 an fica sapiens condenado no pro Bra sileira da Indústria Grá tin Presidente da Associação diretor de Marke g exo , Sim ? ) eia f-SP cad igra de (Ab lo ses e sete me Regional São Pau e Pizzolato continua na do Banco do Brasil Henriqu

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