Entrevista/Rodrigo Abreu

Por: Tânia Galluzzi

Rodrigo Abreu

“Ficar sozinho é sempre mais difícil”

Empreendedor e investidor nas áreas gráfica, de educação e tecnologia, Rodrigo Abreu é master franqueado e franqueado da AlphaGraphics no Brasil, rede que faz parte de um grupo com três marcas: AlphaGraphics, PostNet e MBE, presentes em 50 países. Entusiasta das novas tecnologias e apaixonado pela gestão de pessoas, Rodrigo dá conta de outras funções como diretor de Marketing e Comunicação da Associação Brasileira de Franchising e diretor de Novos Mercados da Abigraf. Nesta entrevista, o empreendedor fala dos caminhos trilhados pela AG nos últimos dois anos, da operação em si e da expectativa para 2022.

Como foi 2021 para a rede AlphaGraphics? Nos últimos dois anos, a AG se lançou em novos mercados. Como foi essa estratégia? Olhando para o último trimestre, fechamos 2021 apenas 15% abaixo do resultado do mesmo período de 2019. Se compararmos o semestre, a queda foi de pouco mais de 30% e olhando para os 12 meses gira em torno de 40%. Mas o importante é olhar esse ritmo, enfatizando que tivemos em 2021 o melhor dezembro de nossa história. É óbvio que a variante Ômicron está atrasando um pouco a retomada dos escritórios e vai retardar a recuperação. Mas, antes disso, a nossa projeção era de que até abril ou maio deste ano já estaríamos no mesmo ritmo de 2019. Tudo o que fizemos estava dentro do planejado. A questão é que havia muita coisa projetada para acontecer em cinco anos e foi condensada em dois. Quais fatores impulsionaram o bom resultado no último trimestre de 2021? Eu creio que são vários. Existia uma demanda reprimida em relação a treinamentos, eventos e até de turismo. Por outro lado, como AlphaGraphics, aceleramos a implantação de novos projetos, ampliamos nosso portfólio. O exemplo mais contundente é a nossa atuação no mercado de comunicação visual, pela qual não éramos reconhecidos antes da Covid. Outros exemplos: produção de etiquetas em pequenas e médias tiragens sob demanda, soluções em Realidade Aumentada, fabricação de caixas e kits personalizados, incluindo a logística de entrega.

O legal do último trimestre é que o resultado confirmou a nossa projeção. Apostamos que a demanda do que já oferecíamos voltaria e que passaríamos a ser reconhecidos por novas soluções e sairíamos fortalecidos,

e foi o que aconteceu. O resultado do último trimestre, e especialmente o de dezembro, é fruto dessa visão. Quantas unidades AlphaGraphics estão em operação no Brasil atualmente? Temos 15 operações funcionando e a expectativa da abertura de três no primeiTemos 15 operações ro semestre. Duas em São funcionando e a Paulo e uma no Rio de Jaexpectativa da neiro. São empresas do seabertura de três no tor gráfico que vêm acomprimeiro semestre. panhando o movimento da Duas em São Paulo e uma no Rio de Janeiro. Averdade é que nunca tivemos AG e estão nos procurando para se unir a nós. As negociações com essas três estão bem avançadas, e podemos ter até mais novidades. tantas conversas A verdade é que nunca tivesólidas com mos tantas conversas sópessoas do setor lidas com pessoas do setor querendo conhecer querendo conhecer a Alphaa AlphaGraphics, Graphics, exatamente porexatamente porque que a pandemia mostrou a pandemia mostrou que em qualquer situação que em qualquer ficar sozinho é mais difícil. situação ficar sozinho é mais difícil. Onde estão essas 15 unidades? Qual é o perfil dessas operações, existem diferenças entre elas? Temos uma loja no Espírito Santo, uma em Brasília, uma em Fortaleza, duas no Rio e dez em São Paulo. É importante dizer que, sim, há diferenças em termos de capacidade de produção, mas não em relação à capacidade comercial. Isso significa que todas as lojas têm que estar culturalmente preparadas para vender todo o nosso portfólio, independentemente de estarem ou não habilitadas a produzir internamente. Naturalmente, você vende aquilo em que se sente mais confortável. Mas priorizamos o consumidor final. Ele pode preferir uma loja ou outra em função do relacionamento, por proximidade, porém tem de saber que qualquer unidade será capaz de atendê-lo. Se o franqueado vai fazer a produção internamente ou através de um parceiro, não faz diferença para o cliente final.

Como podemos definir o mix de produtos da AlphaGraphics? A impressão digital continua sendo o carro-chefe, responsável por cerca de 50% da nossa receita, principalmente impressão colorida, tanto aqui quanto na AG no resto do mundo. A sinalização está representando em média 25% da receita global e no Brasil estamos muito próximo disso, entre 20 e 25%, sendo que em 2019 a comunicação visual girava em torno de 15% da receita. Vale destacar os serviços de marketing digital, que partiram de 2% do faturamento em 2019 para 12%.

O que você considera serviços de marketing digital? Design, criação de campanha de e-mail marketing, de website, construção de site de e-commerce, enfim, tudo o que é ligado à tecnologia e ao marketing. Estamos nos apresentando de uma outra forma para o cliente. Normalmente a gráfica é procurada no momento da produção do material e buscamos estar ao lado dele desde o planejamento.

Mas essa venda, vamos dizer, consultiva, não é novidade. Sim, é verdade, mas vamos lá. A crise não bateu só no nosso mercado. Muita empresa pequena e média teve de dispensar o serviço de agências de comunicação. Muitas tinham departamentos de marketing interno e tiveram de eliminá-los. Mas precisam continuar fazendo marketing. É aí que a gente entra. A crise nos deu a oportunidade de sermos mais agressivos e de dizer para o cliente: fazemos a sua logomarca, o hotsite do seu evento. Esse tipo de serviço vinha crescendo organicamente, mas a pandemia acelerou esse processo. Impressão, sinalização, marketing e tecnologia. Esses são nossos quatro pilares e têm que ser fortalecidos e crescer juntos em todas as nossas operações. Esse é o nosso grande desafio.

Como fica a estrutura das unidades? Qual o perfil do franqueado? A capacidade de produção e a estrutura do franqueado variam bastante. Pode ser uma loja como a minha, com 70 m² e 10 funcionários, a unidades com mais de 1.200 e 70 funcionários. O que importa é a percepção do empresário, que ele tenha uma postura comercial agressiva, proativa, voltada para os quatro pilares.

E como você enxerga o ano de 2022? É um ano de consolidação desses novos produtos e serviços. Do ponto de vista conjuntural, será marcado pelas questões política e econômica, além da elevação dos custos de insumos como o papel e da energia. As vendas vão aumentar, mas é preciso estar muitíssimo atento aos custos. Outra questão importante: o gráfico não pode ignorar a discussão do Metaverso. Não podemos mais ficar discutindo se as apostilas serão impressas ou digitais, porque elas serão interativas, assim como as embalagens. Nos livros didáticos, toda página terá um QR Code que levará o leitor ao mundo virtual. Isso pode fazer com que interajamos ainda mais com os clientes. E não só com a área de compras, mas também com a equipe pedagógica. A questão é que há pessoas que não querem mudar, não querem discutir o setor e não podemos gastar nossa energia tentando convencer profissionais com esse perfil. Existem os early adopters e os never adopters, que terão cada vez menos espaço.

O gráfico não pode ignorar a discussão do Metaverso. Não podemos mais ficar discutindo se as apostilas serão impressas ou digitais, porque elas serão interativas, assim como as embalagens. Nos livros didáticos, toda página terá um QR Code que levará o leitor ao mundo virtual.

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