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A indústria gráfica no Brasil e a normalização

Quais são as vantagens de utilizar normas técnicas na indústria gráfica? As normas técnicas podem oferecer inúmeras vantagens na indústria gráfica, incluindo:

◆ padronização, que garante que o trabalho seja realizado de forma consistente e uniforme;

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◆ qualidade, que ajuda a garantir que o trabalho final atenda aos requisitos do cliente;

◆ eficiência, que otimiza o uso de recursos e reduz o tempo de produção;

◆ compatibilidade, que garante a compatibilidade entre diferentes equipamentos, softwares e processos de produção;

◆ conformidade, que garante uma produção em conformidade com regulamentações relevantes, incluindo questões de segurança e proteção ambiental.

São estes os pilares de um processo de padronização de uma atividade industrial: padronização do produto final, qualidade no produto final, eficiência no processo, compatibilidade entre diferentes fornecedores (locais ou do exterior) e conformidade a uma especificação técnica objetiva acordada entre gráfica/ convertedor e comprador.

Uma das formas mais efetivas de um setor industrial se afirmar no mercado é através da publicação de suas melhores práticas, sob forma de documentos padronizados, Normas Técnicas, a fim de que os produtores possam garantir conformidade às demandas de compradores e consumidores, assim como atestar que os produtos ali produzidos possuam a qualidade possível e esperada.

Apesar de ser senso comum que os consumidores “sabem o que desejam” ou, em última análise, sabem descrever os seus requisitos técnicos para serem plenamente atendidos, para descrever um produto gráfico como um caderno escolar, um passaporte ou um livro é preciso que existam essas boas práticas publicadas para fornecer requisitos, alvos, tolerâncias e amostragens. Essas informações são publicadas sob forma de Normas Técnicas que, no setor gráfico, têm a função de determinar se os produtos foram feitos de acordo com as melhores práticas da indústria ou de forma artesanal sem qualquer controle de qualidade e repetibilidade.

Quem publica as Normas Técnicas do setor gráfico no Brasil é a ABNT e, desde 1993, com o suporte financeiro do Sindigraf­SP, através da Abigraf Nacional, produz as normas de Tecnologia Gráfica com a condução do Comitê Brasileiro de Comunicação e Imagem Impressas, o CB­27. Sou o superintendente do CB­27 há mais de 15 anos, responsável por participar dos encontros do TC130 da ISO, elaborar os votos brasileiros para os projetos internacionais e participar do Conselho Técnico da ABNT. A secretária é Andrea Vichi, responsável pela administração das comissões, atas, convocações etc.

Hoje temos 65 normas publicadas e em vigor (ver https://www.abntcatalogo.com.br). Essas normas são (a maioria) equivalentes nacionais de Normas Internacionais ISO, que orientam compradores, produtores e fornecedores de insumos a proceder de acordo com as melhores práticas do planeta. Além disso, a adoção das normas ISO permite que a indústria gráfica brasileira seja percebida pelos parceiros externos como uma indústria transparente e em linha com níveis de qualidade exigidos internacionalmente.

O CB­27 tem comissões de estudo sobre chapas, offset, flexo, roto, tintas, pré­impressão, impressos de segurança, livros didáticos e materiais escolares. A participação nas comissões do CB­27 é livre e de caráter voluntário e, além da indústria, governos e universidades e institutos de pesquisa indicam membros para as comissões existentes.

Um aspecto importante do trabalho do CB­27 é a elaboração de normas Nacionais, que por terem um teor ainda não normalizado na ISO, são normas NBR que atendem aos interesses locais das gráficas em regulamentar segurança na impressão, características técnicas de livros didáticos e materiais escolares e envelopes para o correio.

O sucesso do CB­27 é dado pela participação dos seus membros, assim como pela adoção das normas: hoje são impressos milhões de livros didáticos em conformidade com nossas normas técnicas, são impressas milhões de provas do Enem em conformidade com nossas normas técnicas. Todos os cartões de crédito também seguem nossas normas, assim como a maioria do material escolar impresso produzido no Brasil.

Superamos grandes desafios nestes 30 anos e esperamos a colaboração da indústria, fornecedores e entidades neutras (governos, ONGs e universidades) para superarmos juntos os grandes desafios que a indústria gráfica tem pela frente.

Participe você também!

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