ABISMO HUMANO 2 0 1 4
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MANIFESTO......................................................... 5 LABIRINTOS PROSAICOS.................................... 6
André Consciência...................................................... 6
FLAUTA DE PÃ...................................................... 8.
Nuno Silva...................................................................... 8
Marco Galrito................................................................. 9
José Amaro..................................................................10
Alfa Lucian....................................................................11
CAPTAÇÕES IMAGINÁRIAS.............................. 14
Albano Ruela...............................................................16
LOLA (Susana Guedes).............................................18
Soraya Moon...............................................................24
Sara L. Heart.................................................................26
Cláudia Melim.............................................................30
index
EDITORIAL........................................................... 4
ARAUTOS SONOROS.........................................36
Transmissões da Cena Experimental Francesa....34
EQUIPA EDITORIAL André Consciência, João Diogo, Mara d’Elean ASSINATURA abismohumano@gmail.com DOMÍNIOS Label: abismohumano.bandcamp.com Fórum: s13.invisionfree.com/AbismoHumano Rádio Abismo Humano: radioabismohumano.blogspot.com
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Editorial 4
A
Associação de Artes “Abismo Humano” dedica-se ao aproveitamento da tendência artística presente nas novas camadas jovens e a integrar, junto da arte, os valores locais, bem como ao entretenimento, educação e cultura de forma a ocupar os espaços livres na disposição dos seus associados. Para tal a associação compromete-se a contactar vários artistas, tanto na área da pintura, da literatura, escultura, fotografia, cinematográfica, ilustração, música e artesanato, de forma a expor as suas obras tanto num jornal de lançamento trimestral, consagrado aos sócios, como na organização de eventos, como tertúlias, exposições, festas temáticas, concertos e teatros. A associação das artes compromete-se igualmente a apoiar o artista seu colaborador, com a montagem de, por exemplo, bancas comerciais e com a divulgação do trabalho a ser falado, inclusive lançamentos, visando assim proteger a arte do antro de pobreza ingrata e esquecimento que tantas vezes espera as mentes criativas após o seu labor. Os eventos, que são abertos ao público, servem inclusive o propósito de angariar novos sócios, sendo que é privilégio do sócio, mediante o pagamento da sua quota, receber o jornal da associação, intitulado de “Abismo Humano”. Este jornal possui o objectivo de divulgar as noticias do meio artístico bem como promover os muitos tipos de arte, dando atenção à qualidade, mais do que à fama, de forma a casar a qualidade com a fama, ao contrario do que, muitas vezes, se pode encontrar na literatura de supermercado. Afiliada às várias zonas comerciais de cariz artístico, será autora de promoção às mesmas, deixando um espaço também para a história, segundo as suas nuances artísticas, u nindo a vaga jovem ao conhecimento e à experiência passada.
2. O Abismo Humano toma o compromisso de mostrar o que têm tendência a permanecer oculto por via da exclusão social, e a elevar o abominável ao estado de beleza, sempre na condição solene e contemplativa que caracteriza o trabalho da inteligência límpida e descomprometida. 3. O Abismo Humano dedica-se a explorar as entranhas da humanidade, e é essencialmente humanista, ainda que esgravatando o divino, e divino é o nome do abismo no humano. 4. O Abismo Humano é um espaço para os artistas dos vários campos se darem a conhecer, e entre estes, preferimos as almas incompreendidas nos meios sociais de maior celebridade. 5. O Abismo Humano é um empreendimento e uma actividade da Associação de Artes, e por isso tomou o compromisso matrimonial para com as gémeas Ars e Sophia, duas amantes igualmente sôfregas (impávidas), insaciáveis (de tudo saciadas) e incondicionais (solo fértil à condição). 6. O Abismo Humano compromete-se a estudar o intercâmbio da vida e da morte, da alegria e da tristeza, do amor partilhado e da desolação impossível, das quais o Abismo Humano é rebento. 7. Como membro contra-cultura, o Abismo Humano dedica-se à destruição da ignorância que cresce escondida, no seio das subculturas, cobrindo-as à sombra do conformismo e da futilidade. 8. Retratamos a tremura na mão do amor, a noite ardente, e a dança dos que já foram ao piano do foi para sempre.
MANIFESTO
1. O Abismo Humano compromete-se a apresentar a sapiência, o senso artístico, e o cariz cultural e civilizacional presente no gótico contemporâneo tanto como nas suas raízes passadas.
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† Labirintos Prosaicos † Dedos que cantam A menina de olhos verdes abre as pálpebras que tremem ao Sol. Ergue-se do verde como quem saltita, e segue o rio. O menino de olhos verdes é um pássaro que segue contra o rio, e rodopiam numa outra corrente que sobe, que desce e que sobe. A menina fecha os olhos e toca o sol com as pálpebras, porque param. Segue contra o rio e ele segue a favor do rio e rodopiam e o rio é um furacão fresco de alegria. Sentam-se palpitantes e desenham histórias com os dedos no ar, expressivos e dançantes. O verde namorisca o vento que salpica a água. Erguem-se de um salto e chove, não se tocam, senão com a alegria radiante dos corpos distantes. Fecham os olhos e abrem os olhos e o menino é passaro, é homem e ela dança e dança e a floresta ri-se com o rio. Contra remoinhos e a fúria dos elementos navegam os cavalos sobre a terra de serpentes e feras, a brisa nos cabelos e o sorriso como uma fenda clara de céu. Prescrutam as maravilhas do verde e do amarelo que borbulham no ar, com olhos laranja de fogo. Todas as serpentes de cabeça comida. O riso triunfal dos bárbaros na sapiência dos edificios de mármore onde os homens se reúnem para ler as colunas antigas.
ANDRÉ CONSCIÊNCIA André Consciência nasceu em Lisboa e vive na Margem Sul. É primeiro publicado na editorial Minerva, colectânea “Poesis”, em 2004, usando um poema e um texto em prosa poética. Em 2007 publica “Projecto Prometeus” e “Espinhos Sem Morte” e em 2008 publica “À Beira-Lua”, pela Corpos Editora e WorldArt Friends. Finalmente, 2012 encontra-o na colectânea de contos “A Boca da Noite”, pela editora Abismo Humano. Participa em revistas inglesas como a Silver Star, a SilkMilk, e vai participar na revista portuguesa Abismo Humano tanto como na revista brasileira Mallarmargens, onde começa a publicar as suas traduções. Em 2010 começa um programa de terapia por via da escrita criativa e inicia-se na performance poética, usando poemas exclusivos às performances. Estreia com “A Insolência das Janelas” para a qual realizou a banda sonora, em 2011 faz “Portas e Penedos” acompanhado em expressão corporal pela bailarina Soraya Moon e em 2012 “Multidão Memória” com a banda Alma Púrpura na ilustração sonora. Nesse mesmo ano interpreta também na performance de dança de Soraya Moon, “O Corpo das Palavras”, os poemas da mesma. Vai depois actuar com “Andreia Carvalho Gavita”, escritora brasileira, em Animula Vagula, e em “Língua de Fogo” na associação sociocultural Kultdulé, uma peça de teatro destinada a expressar a sua poesia. Por fim, interpreta em 2013 os poemas de Luiza Nilo Nunes em “O Ventre Constelado”, abrindo para o artista australiano Orryelle Defenestrate-Bascule no clube Heaven’s.
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O mundo cai e cai numa espiral, elas cavalgam a queda e voam, os cabelos contra a corrupção do tempo. Os estandartes orgulhosos erguidos contra as montanhas negras. O clarão do homem que se ergue ao Pôr do Sol como um Sol Nascente. As estrelas na ponta dos dedos que queimam e cintilam de riso e vitória, e as mulheres cospem as chamas e molham os campos.
Estátua da Liberdade A lembrança não conhece a sequência. Cada momento está parado, para sempre, sem lugar para mais nenhum. Mas as coisas movimentam-se. As pessoas. Nós estamos no espaço entre elas. As cores. Os ponteiros que soluçam sem alterar o mundo, e o ar. A areia. A linha das tuas ancas: não há sorte ou caminho. Estátuas, o que são as lembranças. Eu, um homem duplo, porque não tenho imagem no espelho. Se vestisse rosto, não saberia ver o Sol a bater no mar, ou o teu lábio trémulo. Havia destroços na praia. Havia destroços na praia desde o início. Havia destroços na praia desde o início das praias. Também o caranguejo na minha mão, o caranguejo na minha mão não ser mais do que posso ver, do que me pode esconder.
† Labirintos Prosaicos † Lugar onde existe barro Livre. É o asfalto que se solta quando largo a confusão pacífica do andamento do carril. Sinto a pressão do calor a comprimir-me e a espalhar-me também pelas paredes da estação. De vez em quando, fico agarrado aos outros, como uma consciência pegajosa, ou emano deles se suam. Não hoje. Há um casebre abandonado que graffitis coloridos insistem amar sempre que eu olhe ou que ninguém esteja atento, e que cada vez mais parecem vir a perder, sem pressa, o significado de se moverem ao fim da noite. As fábricas murmuram ao longe, e lembro-me de como não gostas do campo, de como te é mais fácil a ligadura cinzenta dos fumos: um pardal saltitante que adormece ao som das linhas de montagem e escreve a independência do amor a dormir. Duas baratas que se aprimoram perto das botas que passeio. O rato junto ao lago e a tua presença na cadeira metálica do café. Os pássaros movem-se com uma animalidade que sinto, agora que o Sol se pôs. Um alarmismo imperioso e sereno. E de noite enches-te, como a tua terra, de copas de árvores amarelas como lâmpadas torradas, ou da esquadra da polícia mesmo ao lado da Igreja com paredes por pintar, da escuridão do pontão que o rio murmura com um ou dois pescadores enterrados no outro lado do tempo. Olho para dentro das habitações brumosas. No Barreiro Velho, a negritude é sempre um Sol tostado. O teu sorriso também é as ruas.
A verdade é um momento do falso O rio flutuante, o fugitivo antílope, a rugosa pedra no restolhar de folhas, a areia cinzenta do deserto que esconde o fogo cristalino, as cadeias inflamadas dos penhascos, sem nenhuma palavra, sem nenhuma palavra, sem nenhuma palavra. Tudo é absoluto. Eu não sei porque não o vi antes. Nas cidades, não o via. Nem mesmo quando sobrevoava no meu balão lento as enormes casas de banho de azulejos azuis, com estatuetas claras, várias, e conchas escuras em espiral, rodeadas de tribunais banhados a ouro onde dormem entre papel e tinta as sonolentas escribas. Não o via nas esquinas quadradas, não o via nas escribas serenas, nos edifícios, nem mesmo nas nuvens rosadas quando o Sol se punha. Será que a pedra é menos pedra quando a mulher a esculpe com os seus dedos? Se por um momento, neste roteiro, me despisse de toda a tecnologia, seria diferente desse verme marinho que o cachalote rói sem consciência? Não cairia por terra, para me arrastar, apanhada por toda a gravidade em simultâneo? Nos limites dos ramos, o gelo amarra-se. Uma janela voltada para o lago, e a brisa da Lua há de me visitar. É de noite, é de dia, e na cidade nunca é de noite, nunca é de dia. Faço desenhos quando o silêncio chega ao fundo, desenhos geométricos, dou-lhes nomes bárbaros, e grito-os com voz de menina, como se gritasse as árvores de estrondoso tamanho. Uma janela voltará para o lago. As roupas dei-as ao fogo, cubro-me do calor e do frio. O meu corpo canta dentro dos leões marinhos, e esse é um horror que ninguém conhece na cidade. Mas é assim com todas as criaturas, não há outra razão para desenvolverem novas formas e se adaptarem ao meio ambiente, o corpo não acaba no corpo. Esse horror não se conhece na cidade, na cidade, o corpo acaba no primeiro limite: a mente, e não chega a existir. Dou por mim a perguntar-me se penso mais com os pés nus do que com a cabeça, pois pisando o granulado conheço o texugo no subterrâneo, e a sua filosofia é simples e sábia: nenhuma. A minha filosofia não é tão simples, e nunca tão sábia: procurar o Senhor Lagarto, que virá a criar pela primeira vez as cidades feitas de lavatórios e tribunais, os balcões, a tecnologia, a terra gasta e moída, a álgebra, os oceanos, as trepadeiras, os leões africanos, a surda solidão após a tempestade, os ilimites, os seios parecidos com os calcanhares, os caminhos em linha e os sem traço, as coisas, e as minhas mãos, e procurar este Senhor Lagarto somente nas minhas mãos, feitas de desgaste e força, passado e passado.
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† Flauta de Pã † A Fonte. ou: O Lunário A tua alma, o intermitente copo de água transbordante onde mergulho subtilmente a ponta dos dedos A fonte perdia onde lavo loucamente os meus cabelos. Enxugo os olhos, mato a sequidão lenta destes desertos lábios Escorpiões vêm ter comigo, com Vénus e Mercúrio sobre as costas, deixando rastos de uma constelação maior pelo caminho. Os bichos mordem-me a nudez dos pés molhados do banho sagrado que em ti tomei. Meia Lua e um circulo inteiramente branco, pintados a rubro sangue e branca cal. Como pincel: uma brava rosa do deserto. Bebo os sinais inocentes do corpo, fico à luz da vela a desvendar os signos timidamente amarfanhados dentre as mãos. Mantive-me num silêncio discreto e só de anotar o que vi, atentamente quando reparo o lunário há muito incompletos dos teus olhos penso ter escrito.
NUNO SILVA “Quando comecei a escrever, acreditava que o poema era algo que devia possuir fúria própria para se sustentar a si mesmo. Agora sei que ele é feitos de carne, sangue, fogo e uma densidade infinita - como alguém que sonha e imagina algo inegavelmente completo.”
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† Flauta de Pã † Flauta d’Hamelin
Teratomas
Parte para a Eterna Juventude Os Grandes Antigos sonham em Nós Perseguimos o Abominável… Homens das Neves… Mas as pegadas terminaram de repente Eterna Batalha com o Fogo Os Gelos irão vencer de novo Chegámos a forjar provas para a Verdade ser aceite Aprendiz de Charles Fort Tempestade electromagnética Descargas interdimensionais Em cima, o Pântano Celeste Chove na Terra Assombrada Tremo surpreso por cada trovão O Senhor nos proteja das coisas que pulam na escuridão As Velhas conhecem o folclore Ouvi os seus murmúrios na noite E vi luzes engraçadas nos céus Pesquisador por conta própria Reúno os pedaços dispersos Sopro nas narinas e animo o Sátiro da Procissão Danada Liderando com a sua Flauta o coro dos pequeninos Para longe da aldeia pra sempre Não é preciso provas Se esta nossa Correspondência Terminar de repente Foram eles que me levaram...
As Filhas do Homem são perversas Com os aromas da sua Taça Seduziram os Anjos de Deus Traíram a pureza da Raça Cederam aos mais altos Instintos Geraram o gigante e a besta Mães de uma prole temível Que escapa por entre a fresta
Nós, as Almas Nós, as Almas nas janelas com vista para a grande Peregrinação Cósmica Viagens Interplanetárias Desvendando a nossa Origem Extra-terrena
Nós, as Almas na Janelas ouvindo a grande harmonia da Orquestra das Esferas Viajando Anos-luz Relembrando a nossa Origem Extra-terrena Tantos sonhos estranhos numa Praia estranha também
Poemas do livro “Sereias Movediças” de Marco Galrito
MARCO GALRITO Outubro de 89 Sol e Lua em Escorpião e algumas Casas vazias Lembranças: Infinito Gélido Mãe Serpente
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Lohengrin Ela chora Chora e parte pedra a lágrima Ao quebrar encontra a mágoa Do olhar mais demorado Corre de novo a água Corre de novo Mas morre no lago Vem de novo velho amado Volta alado sobre o lago Vem sobre as águas bem guardado Por anjos dois tão bem guardado Nadam leves lado a lado Que dizer aos guardiões Que dizer ou estar calado Diga a pedra quem chorou Esconde a Cara o Véu molhado Sim eu vou com Cisnes dois Só Com os Cisnes do lago Como por dois eu vim guiado Quanta dor na tua cara Foi pelo teu véu tapada Quanta triste solidão Ter de te dizer ou não um nome, uma palavra
Se ousasse Serei ousado? Ou cobarde estar calado Mesmo tendo a tua mão Não era minha a decisão Não sou eu Não sou eu, não Não sou eu quem foi coroado Que cruel coroa seria Esta de espinhos no coração Asas brancas solidão Triste destino sobre o lago Que cruel dama daria comando tal quem me faria partir e morrer Calado De sublimes formas rodeado Mas Calado Sob o olhar mais terno de lágrimas de lago Sob este olhar, calado Sobre o lago Só o silêncio me devolve o lago
JOSÉ AMARO “Sou de Castelo Branco e estudo psicologia em Lisboa. Gosto de escrever poemas, ajudam-me a entender-me.”
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moda antiga da beira baixa Procurei no cimo do monte Procurei ao largo do vale Se te vir antes da morte É o que chega para que me cale E da voz que me foi roubada Faço presente para te dar Não digo qualquer palavra Mantenho-a viva no olhar Olha que não sou poeta E menos sei eu cantar Esta vida que mal presta Fi-la toda a trabalhar Já passei também sem comer Quando para comer não havia Mas passar sem te ver Não aguento mais um dia
I anjos mastigam vidro no mar em silêncio e os seus véus atravessam sombras dissipam o ar nos seus olhos crateras focam nuclear o sol que chove em pedaços adormece o dia
II 1999, o vinho era bom, falava-se do fim dos dias, um gato miou e refugiou-se debaixo de um Fiat 600, estes tambores no céus levam-me a imaginar os cavaleiros só que e depois? Como chegarei a 2045? A 1347? Ao AC? Carrego no botão do elevador, chaves na porta de casa, esta chave não é a minha, não tenho um lar, donde veio este pedaço metálico? Chamam-me várias vezes para me dar folhetos, Farmácia Nunes, Professor Bambu, o Apocalipse de S. João, mas afinal estamos todos doentes ou sou só eu que tenho um aspecto não remediado? Sinto-me febril, estou pendurado por ganchos, estranhamente ninguém me chicoteia, ouço um ruído afiado, não é o estalar familiar de botas de cabedal, cortaram-me às tiras, alguém disse que pediu a melhor parte da pá, é tão estranho esse acto de facas destruirem pás. Luzes intermitentes, talho ou enfermaria? Overdose, disse ela. excerto de Aoristos
III Fundi o mar com os pés ancorei junto à costa esperando o alvorecer mas aqui este espaço não passa de um quarto miragem tingido de sangue em convulsões o eco dos murros nas paredes quando retiram o casaco com as correntes e podemos partir os ossos escrever com o seu pó que somos tão loucos por não querer sequer permanecer lá fora em vez de ver somente o que imaginamos... IV adjectivos descem pelas sombras beijando a luz em veneno chamamentos de pessoas suspensas em separatismos género identidade cor corpos tudo mosaicos de dor e só queriamos ter um nome nada mais Alfa Lucian, Memórias de outro Inverno
ALFA LUCIAN O sangue da alma dilatando a meditação do corpo, doença imparável de escrever, colapso inevitável.
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V Esventrei Oneiros corvo de fogo no bico sangue de sono em chamas encontrei-me alvorado semente de tempestade em fome de um novo mundo
VI Somos fonte êxtase do Nada fluente deslumbre e nesse retrato que dança despido em teus olhos um augúrio só
VII dois pássaros incólumes no horizonte viajam ao alcance de mendiga magia à velocidade que os anjos foram substituidos por outra deidade a inocência que são lábios cruzados em perdão devia quedar-se em eternas chamas em silêncio geodes sangram pela terra esquecida os olhos em transe no céu o êxtase moribundo da prece e a realidade aqui tão perto perdida anónima em catatonia
VIII
IX
Instigo que sejas rosa e me cortes e recortes até eu acordar
Administrei em mim o fogo arsénico de te ver, observar-te de longe sem coragem de bradar toda esta esperança de existir. Como um poema solto ou um cabelo desalinhado caminhei pela vida, pelo deserto, incólume e sereno, completamente inútil... Mas sabia de ti, sabia-te por inteiro, a um distância segura - sempre tive medo do real, sou um louco, não me misturo, doi essa imagem das tintas que transbordam umas nas outras e se tornam outra cor completamente diferente. E que poderia eu querer acrescentar-te? Estragar-te-ia com desejos, devaneios, alterações, pequenos gestos de controlo subtil, palavras que pedem que desapareças do que és para outra qualquer forma. Prefiro andar só, desgovernado, meditabundo, a tropeçar nos conceitos e cair de cara no charco lodoso da escrita. O corpo, esse, ofereço-o ao vazio. Alfa Lucian, Confissões
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mais que pó acção mais que sonhos movimento a verdadeira motriz do corpo é outro corpo que se concretiza
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† Captações Imaginárias †
In Utero
SVEN WU WEI Nasceu em 1977. Performer da dança Butoh e Terapeuta. Praticou artes marciais diferentes em 10 anos, assim como o karaté, Kung Fu Wu Shu & Shaolin, Chi Kung e Tai Chi. Estudou em Londres em 2009, em artes e Performance do Futurismo até ao presente, começando com a Performance Conceptual. Após isto, participou em Workshops de Performance com Teja Reba, Loup Abramovic, e Workshops de Butoh com Atsushi Takenouchi, Yumiko Yoshioka, Yuko Ota e Paulina Almeida. Desde 2009 se dedicou a diferentes tipos de Performance; Conceptual, Happening/Fluxus, Video/mapping, Interpretação e a maior paixão: Butoh. Em 2012 começa com a sua própria Companhia de Butoh, que dá o nome de “Anattabardo”. De momento, está a explorar o Teatro Fisico Experimental e Cinema. Como Terapeuta, ele está sempre à procura de ir ao mais profundo de si numa consciência livre multidimensional. LINK: www.facebook.com/sven.wu.wei.ArtWork Ureberis
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† Captações Imaginárias †
Izo’ethith
Sufficit
Mirna Jad & Erks
Uzhesho
Miz Tlin Tlan
Wovuqoe
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† Captações Imaginárias † ALBANO RUELA Albano Ruela é um artista que se reinventa constantemente. Dado à escultura, à pintura, ao filme e à fotografia, influencia-se pelo lado mais experimental do punk e do gótico.
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† Captações Imaginárias †
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† Captações Imaginárias †
LOLA (SUSANA GUEDES)
“Lola and the Photography” surgiu como um projeto artístico de fotografia, pela mão da Lola (o nome adoptivo de Susana Guedes), inicialmente de forma tímida e sem um rumo muito definido. Posteriormente, revelou-se uma representação estética de conceitos mas, acima de tudo, de emoções. A fotografia começou na infância, por influência do pai, tendo ficado em stand by durante os anos de faculdade. Nesse período, com a frequência do Curso de Técnica Vocal e Repertório no Conservatório de Música do Porto e a inerente construção de personagens, a fotografia começou novamente a traçar o seu percurso. O ponto de mudança deu-se em Outubro de 2013 quando, em colaboração com a atriz Inês Mondim, foram feitos os primeiros trabalhos de cariz mais naturalista e etéreo (“The Sun Always Reminds Me of You” e “Mexican Summer”, inspirados em músicas de Marissa Nadler e ainda “The Last Of The Lost Ones”). Seguiram-se várias colaborações com conceitos desenvolvidos a partir da ambiência induzida por determinadas músicas (“Ghosts and Lovers”, “My Wild Love”, “Falling, Catching” ou “Fade Into You”) sendo que 2014 pretende cumprir com um projeto denominado de “The Book of Tales” que pretende concentrar em si a representação estética de personagens das mais diversas fontes (como mitologia, contos ou lendas). Cada conceito é trabalhado em detalhe, tentando que a personagem seja a representação metafórica de pelo menos parte da pessoa que a incorpora. Para isso Lola organiza todo o guarda-roupa de forma específica para a personagem, tratando também da maquilhagem e cabelos. Recentemente viu o seu trabalho publicado em vários sites de fotografia como o ARTFreeLife, assim como em algumas webzines da área, como é o caso da holandesa Get Inspired! e da portuguesa SHOT! Magazine. Foi ainda entrevistada para o Photo Channel, o maior site de fotografia do Brasil. Atualmente encontra-se a trabalhar dois novos projetos fotográficos temáticos que decorrerão no último trimestre de 2014 e darão continuação ao trabalho levado a cabo em “The Book of Tales”.
Annabel Lee Edgar Allan Poe sempre foi um ponto de fascínio literário. Quando o meu caminho cruzou o da Catarina Gomes, imediatamente vi nos seus olhos a personificação da Annabel Lee, no seu reino junto ao mar. Até hoje considero que esta é das fotografias mais emocionalmente misteriosas que tive o prazer de conseguir.
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† Captações Imaginárias †
Atlantis Uma noite, entre as horas onde o sono não chega e o alarme do despertador, enquanto pensava na abordagem para a construção estética, fiz uma associação entre o cabelo azul da Andreia Malta com a água do mar e a luz que nela incide. Surge assim o conceito da mulher que emerge do mar, vinda de Atlântida, trazendo em si o peso dos anos de História e conhecimento e nunca chegando a fazer parte real da nossa contemporaneidade. Ela acaba por ser a parte do eu comum que fica no passado e nos escapa, fazendo-nos esquecer de onde viemos.
The Story of the Little Dark Riding Hood Este set faz parte de conceitos que se englobam no projeto “The Book of Tales”. Entre contratempos, cavalos, espartilhos e embalagens de Skittles, a Inês tornou-se a incorporação perfeita da concepção em que o lobo não é um personagem externo mas sim parte intrínseca daquela a quem chamam capuchinho vermelho. Surge assim a dualidade entre a subtileza da luz e a intensidade da sua ausência.
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† Captações Imaginárias †
Ariadne’s Lament A primeira personagem do “The Book of Tales”. Ariadne, filha de Minos e Parsífae, entregou a Teseu uma espada e um novelo de fio para que não se perdesse no labirinto onde travaria a luta com o Minotauro. O Fio de Ariadne representa a forma de aplicação da lógica para a resolução de um problema. Colocar o Fio de Ariadne nas mãos de Ariadne é torná-la responsável pela procura constante e lógica de uma solução para o seu destino.
The Triad of the Nymphs Edgar Keats, artista acima de tudo, fotógrafo numa das suas vertentes, lançou-me o desafio de criar um editorial a publicar na Van Der Love Magazine. A química que consegui em colaboração quer com a Diana Rosa quer com a Catarina Gomes levou-me a finalmente por em prática uma ideia que já nos tinha surgido em conversa: recriar o ambiente etéreo das ninfas. Entre os diversos contratempos para encontrarmos a terceira ninfa, surge a Andreia Vieira da Silva que completou de forma ideal a tríade. O Ricardo Lopes (o único elemento masculino dos meus sets mais naturalistas) apoiou-nos na logística desta sessão que decorreu na Praia da Adraga num dia gélido e com um mar em condições extremamente adversas. Apesar de tudo, o resultado traduziu-se num conjunto de imagens que, para mim, são o exemplo mais do que perfeito daquilo que para mim representa “Lola and the Photography”.
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† Captações Imaginárias †
Your Heart is a Twisted Vine Set inspirado numa música da Marissa Nadler que partiu de uma componente de forte ligação entre a mística feminina e a natureza. Foi-nos interdita a entrada no local onde íamos fotografar e tivemos que recorrer ao improviso pelo que a Diana Rosa teve a coragem de ostentar, nos meandros da baixa lisboeta, uma carcaça envolta numa espiral de cabelo ruivo. Essa carcaça encontra-se em display no hall de entrada da minha casa e é impossível passar por ela sem lembrar essa aventura e soltar uma gargalhada.
The Tragic Story of Cleopatra O olhar da Bárbara Matos lembra-me o Egipto. Não sei bem ao certo porquê, confesso. No entanto ela teria que ser a incorporação de uma Cleópatra para o “The Book of Tales”. Uma Cleópatra enquanto mulher, sem a constante demonstração exacerbada de poder a que se viu acometida num universo maioritariamente masculino. Rumamos a Cascais e, já a caminho da Boca do Inferno, acabamos por nos render ao labirinto de rochedos que aparentava poder ser engolido pela força do mar a qualquer instante.
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† Captações Imaginárias †
Dying Breed Há muito que procurava alguém que pudesse trazer às minhas fotos um espírito boémio, numa visão anos 60/70, em versão masculina. Entretanto descobri o Ricardo, que teve a coragem de se aventurar comigo, de sacos e mochilas às costas, pelo meio do mato. Entre experiências com pó de talco para criar maior difusão de luz e passeios para trás e para a frente à procura do melhor enquadramento, a missão de conseguir retratar um espírito livre, uma alma nómada, foi mais do que cumprida.
When I am laid in earth Com o meu background de canto lírico e a paixão pela opera, há muito que tinha a ideia de retratar algumas das mais belas arias em fotografia. Quando estive em contacto com a Soraya Moon, a impressão que mais me ficou da sua personalidade era a de um romantismo trágico. Estas duas componentes tiveram um casamento muito feliz e pelo resultado nunca ninguém diria que a temperatura no Cabo da Roca, à hora desta foto, rondava os zero graus. O movimento nesta imagem torna-a uma das minhas favoritas.
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† Captações Imaginárias †
Where the Wild Roses Grow A Mara (Kahina Spirit) é dona de uma força interior imensa. O conceito partiu da música do Nick Cave e misturou essa força com, de certa forma, a aceitação de que nem sempre controlamos o que está para vir. O equilíbrio gerado nesta imagem, onde a sombra só existe porque a luz também dela faz parte, com a conjugação do véu (que cria uma separação física da luz) deixa no ar uma certa conformação com a tristeza como parte da força que nos faz avançar.
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† Captações Imaginárias †
SORAYA MOON Desde cedo Moon sempre se fascinou pelo mistério e a intensidade de tudo o que via a sua volta, de todas as suas emoções e o que sentia no seu corpo. Recordações de outros tempos desejavam brotar sem ela ter qualquer controle. Moon dedica todo o seu tempo na criação da sua própria expressão e forma de dançar, e no mergulhar da sua energia como ser vivo. “We are all in the gutter, but some of us are looking to the stars” Oscar Wilde https://www.facebook.com/where.the.stars.shine Modelo: Mary Neiman
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† Captações Imaginárias †
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† Captações Imaginárias †
SARA L. HEART Uma escritora e artista portuguesa, nascida em Novembro de 1991. A sua poesia toca em assuntos como a espiritualidade e o romance, narrando a busca de experiências de transcendência da dualidade através dos sentidos, da perda, do amor e de todas as emoções intensas. Com a sua arte, ela busca a união da beleza plástica com mensagens provocadoras sobre a experiência humana. Usando técnicas tradicionais como a pintura acrílica e lápis de cor, ela explora temas de fantasia e misticismo, representados por seres angélicos, feéricos e figuras presentes nas suas narrativas. www.facebook.com/nyalinneart
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† Captações Imaginárias †
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† Captações Imaginárias †
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† Captações Imaginárias †
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† Captações Imaginárias †
CLÁUDIA MELIM Fotógrafa de moda & fantasia em Wicked Wonderland Photography. Residente em Lisboa. FB: www.facebook.com/claudiamelim.wickedwonderland Instagram: wickedwonderlandphotography
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† Captações Imaginárias †
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† Captações Imaginárias †
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† Captações Imaginárias †
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† Arautos Sonoros † “TRANSMISSÕES DA CENA EXPERIMENTAL FRANCESA”
Reviews de Rabbit das revistas francesas IRM e Des Cendres à la Cave • tradução do francês para o inglês de Ed Ward • tradução do inglês para o português de André Consciência
“SECOND THOUGHT” (BLWBCK)
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Data de lançamento : 19 de Maio de 2014 http://sylviamonnier.bandcamp.com/album/second-thought Anteriormente conhecido como Sunny Dunes, o pintor abstracto de Lyon, Mika Perez, continua a esculpir drones magnéticos e remoinhos cósmicos sob a sua nova identidade. Em Second Thought, o fluxo e refluxo sintético abraça a vastidão e o mistério do vale celeste enquanto os loops de pulsações de borracha e outros espirálicos arpeggiators vergastam constantemente a sua matéria, contrastando isto com a tranquilidade dos sintetizadores e colocando em questão a natureza dos nossos tormentos. O lançamento apresenta quatro temas hipnóticos com uma latejante aura que não estamos verdadeiramente surpresos de ver lançada em cassete por BLWBCK, uma vez que as ondas de nostalgia radiante encontram harmonia com a estética majestosa e retro-futurista da editora de Tolouse.
Autopublicação
THE ONE BURNED MA - GRIS AMER EP 25 de Janeiro de 2014 http://theoneburnedma1.bandcamp.com/album/grisamer-ep-5 Vindo do rock experimental, todos os novos lançamentos do parisiense apontam cada vez mais para o noise e a abstracção. Próximo do harsh noise do duo Merzbow/Balázs Pândi, a primeira parte do lançamento debruça-se sobre picos de violência catártica onde as ondas quebradas das escarpas digitais confrontam os libertos tambores marciais. Mas é a segunda parte que revela verdadeiramente o talento de The One Burned Ma com as suas insidiosas masmorras sónicas (La Part d’Ombre) e a ameaçadora Les Heures Sombrents, perfeita no seu drone doom.
† Arautos Sonoros †
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MR. TEDDYBEAR - “MUSIC FOR VIDEO GAMES” Data de lançamento : 11 de Novembro de 2013 http://mrteddybear.bandcamp.com/album/music-for-videogames Antigo compositor de hip-hop inspirado pela memória dos seus sotwares, o parisiense sonha-se enquanto compositor de música para o mundo imaginário dos video-jogos, no entanto indo nitidamente demasiado longe para os clichés do género! No estágio mais profundo dos nossos sonhos, ele torna-nos nos protagonistas indefesos das suas divagações alucinadas à terra de Morfeu, polvilhada de texturas entontecedoras e poesia amniótica. Percussões que conspiram e cordas de piano espalhadas, atropeladas com ansiedade, dominam o instrumental desta viagem interior enquanto field recordings da floresta nos abandonam à misericórdia dos seus encantos como marionetas de madeira suspensas nos mistérios do próprio inconsciente.
Autopublicação
REDSPACEROD - MARCH Data de lançamento: 17 de Março de 2013 http://redspacecyrod1.bandcamp.com/album/march-ep Mesmo o nome Red Space Cyrod tendo sido encurtado para Redspacerod, Cyrille Poumerie de Paris e o seu amigo californiano Jay Echeverria mantiveram o seu gosto pelas digressões na composição underground dos oitenta nesta mais recente composição transatlantica. Esta é a década que continua a inspirar o duo através das suas encostas mais sombrias e surrealistas, desde o gótico ao regressivo post-punk, de Creditor’s Tears ao noise electro-voodoo de Peunultimate Fly até ao psycho-blues sintético de Let’s Jumpi Into Jelly. Quanto à destacada Siver Palace, realiza o encontro entre jazz de improviso e a psicadélia cósmica sob a influência de Syd Barrett e levantada pelo funk e pelo krautrock.
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Reviews de Rabbit das revistas francesas IRM e Des Cendres à la Cave • tradução do francês para o inglês de Ed Ward • tradução do inglês para o português de André Consciência
† Arautos Sonoros † LE CRAPAUD ET LA MORUE - EP 1 : PROGRAMME (Autopublicação) Data de lançamento : 1 de Agosto de 2013 http://lecrapaudetlamorue.bandcamp.com/album/ep-1programme-2 Noise esquizofrénico, blues-rock psicadélico, dub matemático e filosofia do Absurdo... Romain Breton e Baptiste Bondu levam tudo à colisão neste primeiro lançamento após o EP 0, reflectindo a sua musicalidade fragmentada e o seu gosto pelo que se aproxima ao narcótico. É na verdade essa tendência para saltar de um ponto ao outro que proporciona ao projecto o charme das composições semi-improvisadas, cujos efeitos afogados revelam pequenos toques de uma identidade bastante dissonante, a mesma impossibilidade de encaixe que dá forma à estética mutante e singular do projecto.
THE ALL - SUICIDE ECHOES “Finalizando a trilogia iniciada com The Light, Suicide Echoes presenteia-nos com The All um álbum que deambula por entre ambientes Darkwave e aromas de Gothic Rock. Uma trilogia inspirada por escritos ocultistas, desde Aleister Crowley e o seu Livro da Lei até ao grande “Kybalion”escrito pelos “Três iniciados”... Termina assim esta viagem iniciática que teve início em 2012. The All é mais uma vez um passo em frente na sonoridade deste Multi-instrumentista que nas suas aventuras musicais dá vida a projectos tão dispares como Cotard Delusion, Sid Suicide ou mesmo Dirty:6: http://abismohumano.bandcamp.com/album/the-all
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† Arautos Sonoros † GOD’S SLEEPING DISORDER - FAERIES OF THE CHASM God’s Sleeping Disorder é um projecto português experimental entre o Dark Ambient, o Noise, o Drone Metal, o Rock, o Neoclássico e oPsicadélico. O projecto surgiu em Abril de 2013, como uma faceta paralela de Babalith, projecto de André Consciência, tendo o tema Rabbit Howls sido exposto com um vídeo baseado em “Alice No País das Maravilhas”, compondo uma mistura de sonoridades entre a música clássica e o industrial. Após esse tema são lançadas várias músicas num registo minimalista sempre acompanhadas por vídeoarte psicadélica, incluindo estas uma cover adulterada de “The Conquest of Paradise”, tema original de Vangelis e “One Final Graven Kiss”, título de Cradle of Filth. O conjunto dos primeiros trabalhos terá sido então submetido à produção de um split com o projecto de Black Metal “Obscvrii Lvnae”, que aqui explorará um lado ambiental e electrónico. Em 2014, Lino Mateus, mentor de projectos de Black Metal como Bruma Obscura e Revage, tendo o próprio gravado para uma demo com “Obscvrii Lvnae”, é convidado para composição e performance das guitarras. Por fim God’s Sleeping Disorder concretizava a sua forma mais compacta e solidificava o seu primeiro lançamento de curta duração “Faeries of The Chasm”, a ser representado pela Korvustronik. http://korvustronik.bandcamp.com/album/faeries-of-thechasm
CLOSE ENCOUNTERS OF THE HOLOCAUST - CHURCH OF NOISE Close Encounters of the Holocaust (previamente Atrum Sol Solis) é um projecto que germina sons apocalípticos numa mistura entre a revolta e a loucura, num ambiente negro, por vezes acústico, com influências de Noise ritualista e death industrial. http://korvustronik.bandcamp.com/album/church-of-noise
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† Arautos Sonoros † O SUOR DAS FERAS - E O SILÊNCIO O conto O Suor das Feras e o Silêncio de Luiza Nilo Nunes, escrito na primavera de 2010, nasce inicialmente de um desejo de concretizar através da palavra o que a autora denomina por “um caudal avermelhado de imagens, um ofuscado e diabólico espelho, onde figuras estranhas se anunciam, assopram os seus segredos e desaparecem”. Posteriormente é através da sonoridade de Babalith que este texto concretiza uma segunda visão: é a visão auricular das vozes, a música e o grito; sons terrestres e ctónicos que conferem às palavras uma vertigem inicial, matricial e exangue. Trata-se sobretudo de uma ilustração sonora – um gesto de fazer murmurar e gritar e ecoar uma história: a história de um lugar inexorável, um lugar à distância do tempo onde um rapaz melancólico (dividido entre espelhos narcisísticos e o amor incestuoso, dividido entre a morte e a violência monstruosa das feras) encontra na treva uma espécie de saída para a luz do dia, uma espécie lírica e angustiada de regresso. http://abismohumano.bandcamp.com/album/o-suor-das-feras
INSOMNE - 2014 “Fusão da imagética musical com a palavra dita.” Projecto Experimental “WordSong” que tenta unir o hipnótico com um instrumental envolvente em texturas de melancolia a embalar sentidos. https://abismohumano.bandcamp.com/album/2014
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† Arautos Sonoros † ORLA - ORLA Orla é um projecto criado por Aeternum X (Alma Púrpura, Monte 6, Obscuro Quasar) focado em Field recordings (inglês), Noise, Experimental e Dark Ambient maioritariamente, com a inclusão de outros estilos. A finalidade deste projecto é o foco em sons da vida quotidiana sob uma perspectiva experimentalista e musical, sombria e estranha. https://korvustronik.bandcamp.com/album/orla
MARY NYMPHECTION - KAFKIAN WAVES A Mary Nymphection é uma artista/actriz/música multiinstrumentista crossdresser e bissexual portuguesa que age no espectro das artes em geral incluindo a multimédia e também é a directora e lider da Editora/Distribuidora de música Lateex. Existem vários projectos associados à personagem da Mary Nymphection, entre quais se destaca o polémico Leite, entre outros pequenos projectos de estúdio e o projecto principal intitulado Mary Nymphection. A sonoridade destes projectos varia muito, mas essencialmente combina parte da cultura musical industrial com outros estilos fora dela. https://mochodeprata.bandcamp.com/album/kafkian-waves
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