Portfolio 2016 Sons Antigos a Sul

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Programa | Programme

Missa do Santíssimo Sacramento Pedro Escobar: Missa Sine Nomine a 4

Procissão: Pange Lingua Intróito: Cibavit eos Kyrie Gloria Epístola Gradual: Oculi omnium Alleluia: Caro mea Evangélio Credo Ofertório: Sacerdotes incensum Prefácio Sanctus Pater noster Agnus Dei Comunhão:Quotiescumque manducabitis Pós Comunhão Procissão: Pange Lingua

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Ars Lusitana Filipa Meneses, Maria Bayley - cantus Francisco Vilaça, Isaac Alonso de Molina - altus André Ferreira, Daniel Nunes - tenor David Alonso - bassus O Renascimento é a era dourada da música em Portugal. São muitas as fontes musicais que se conservam, tanto de autores célebres como de anónimos, todas demonstrando a enorme qualidade e engenho dos músicos portugueses. É, no entanto, um repertório pouco interpretado, e difícil de abordar desde os nossos tempos modernos. Ars Lusitana tem como missão aproximar a nossa visão àquela da música que executa, através do contacto com as fontes originais e investigando o contexto de cada música para poder dar ao público de hoje leituras informadas de cada repertório. Fundado em 2011 por Maria Bayley, o ensemble apresenta nesta ocasião a Missa Sine Nomine a quatro vozes de Pedro de Escobar (c. 1465 - depois de 1535), no contexto de uma hipotética Missa do Santíssimo Sacramento reconstruída com várias fontes musicais portuguesas. Pedro de Escobar nasceu no Porto. Pouco se sabe sobre a sua vida até 1489, ano em que entrou ao serviço de Isabel de Castela, sendo o único cantor português na sua capela. Voltou a Portugal em 1499, mas em 1507 retorna a Espanha, onde trabalha como professor dos moços de coro da catedral de Sevilha. Despediu-se em 1514, por não considerar o salário alto o suficiente. Foi maestro de capela do Cardeal Dom Afonso em 1521, e é descrito como “Pedro do Porto” nas “Côrtes de Jupiter” de Gil Vicente, onde se relata uma peça sua ser interpretada no casamento da filha do Rei Manuel. Em 1535 sabe-se que ainda era vivo, habitando precariamente em Évora. Da sua obra sobrevivem missas, motetes e canções. Dirigido por Isaac Alonso de Molina, especialista em Música Renascentista e professor no Conservatório Real de Haia (Países Baixos), Ars Lusitana e os participantes no Workshop de Música Renascentista Portuguesa interpretarão esta missa lendo de reproduções dos manuscritos originais em formato de livro de facistol, apresentando assim o trabalho elaborado durante este curso, no qual se abordaram diversos aspectos cruciais à interpretação deste repertório, tais como a solmização, a notação mensural, e o contraponto improvisado.

Maria Bayley 4


Textos [Latim/Português] Procissão Pange lingua gloriosi Corporis mysterium, Sanguinisque pretiosi, quem in mundi pretium fructus ventris generosi, Rex effudit gentium.

PT Canta, língua, o mistério deste Corpo glorioso, e do Sangue precioso, derramado sobre o mundo fruto de ventre fecundo, Rei de todas as nações.

Nobis datus, nobis natus ex intacta Virgine et in mundo conversatus, sparso verbi semine, sui moras incolatus miro clausit ordine.

Foi-nos dado e nasceu para nós da Virgem pura e nesta Ele desceu, semeou a sua palavra, cumprindo aqui o seu tempo grande sinal nos deixou.

In supremae nocte cenae recumbens cum fratribus, observata lege plene cibis in legalibus, cibum turbae duodenae se dat suis manibus.

Na noite da santa Ceia com os irmãos, reunido, observando todo o rito daquilo que é prescrito, por suas mãos, em alimento, aos doze se entregou.

Verbum caro, panem verum Verbo carne efficit: fitque sanguis Christi merum, et si sensus deficit, ad firmandum cor sincerum sola fides sufficit.

O Verbo encarnado torna pelo seu Verbo, pão e vinho, no Seu Corpo e no seu Sangue, e para além do entendimento, do sincero coração a fé é o suficiente.

Tantum ergo Sacramentum veneremur cernui: et antiquum documentum novo cedat ritui: prastet fides supplementum sensuum defectui.

Este grande Sacramento inclinados, adoremos: e os antigos documentos dão lugar a novo rito. Sirva a fé de complemento na fraqueza dos sentidos.

Genitori, Genitoque laus et iubilatio, salus, honor, virtus quoque sit et benedictio: procedenti ab utroque comprar sit laudatio.

Seja dado ao Pai e ao Filho o louvor, o júbilo, saudação, honra, virtude assim como a benção ao que de ambos procede, demos o mesmo louvor.

Intróito Cibavit eos ex adipe frumenti, alleluia. Et de petra melle saturavit eos, alleluia.

Intróito Ele alimentou-os com a melhor farinha, aleluia. E encheu os com mel de uma pedra, aleluia. 5


Exultate Deo adiutori nostro, Iubilate Deo Iacob. V. Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto R. Sicut erat in principio et nunc et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

Cantai ao Senhor, nossa força. Aclamai o Deus de Jacó. V. Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo Resposta. Como era no princípio, agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amen.

Kyrie Kyrie, eleison. Christe, eleison. Kyrie, eleison.

Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós.

Gloria Gloria in excelsis Deo et in terra pax hominibus bonae voluntatis. Laudamus te, benedicimus te, adoramus te, glorificamus te, gratias agimus tibi propter magnam gloriam tuam, Domine Deus, Rex caelestis, Deus Pater omnipotens. Domine Fili unigenite Jesu Christe, Domine Deus, Agnus Dei. Filius Patris, qui tollis peccata mundi, miserere nobis. Qui tollis peccata mundi, suscipe deprecationem nostram. Qui sedes ad dexteram Patris, miserere nobis. Quoniam tu solus sanctus, tu solus Dominus, tu solus altissimus, Jesu Christe, cum sancto Spiritu, in gloria Dei Patris. Amen. Colecta

Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade. Nós Vos louvamos, nós Vos bendizemos, nós Vos adoramos, nós Vos glorificamos, nós Vos damos graças, por vossa imensa glória, Senhor Deus, Rei dos Céus, Deus Pai todo-poderoso. Senhor Jesus Cristo, Filho unigénito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho do Pai, Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. Só Vós sois o Santo, só Vós o Senhor, só Vós o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amen.

V. Dominus vobiscum. R. Et cum spiritu tuo. Oremus. Deus, qui nobis sub Sacramento mirabili passionis tuae memoriam reliquisti: tribue, quaesumus, ita nos Corporis et Sanguinis tui sacra mysteria venerari; ut remptionis tuae fructum in nobis iugiter sentiamus. Qui vivis et regnas cum Deo Patre, in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saceculorum. R. Amen

V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. Oremos. Deus, tu que neste magnífico sacramento nos deixaste a memória da Tua paixão: dá-nos, suplicamos-te, os mistérios do teu Corpo e Sangue, e que possamos sentir em nós o efeito da Tua redempção. Aquele que viva e reine com o Deus Pai, na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. R. Amen

Epístola Lectio epistolae beati Pauli apostoli ad Corinthios Fratres, ego enim accepi a Domino quod et tradidi vobis; quoniam Dominus Iesus in qua nocte tradebatur, accepit panem, et gratias agens fregit et dixit: accipite et manducate: hoc est corpus meum, quod pro vobis tradetur; hoc facite in meam commemorationem. Similiter et calicem, postquam cenavit, dicens: hic calix novum Testamentum est in meo sanguine; hoc facite, quotiescumque sumitis, in meam commemorationem. Quotiescumque enim manducabitis panem hunc et calicem bibetis, mortem Domini annuntiabitis donec veniat. Itaque quicumque manducaverit panem vel biberit calicem Domini indigne, reus erit corporis et sanguinis Domini. Probet autem seipsum homo; et sic de pane illo edat, et de calice bibat. Qui enim manducat et bibit indigne, iudicium sibi manducat et bibit, non diiudicans corpus Domini.

Lição da primeira carta de S. Paulo Apóstolo aos Coríntios. Irmãos, eu recebi do Senhor aquilo que vos dei; que o Senhor Jesus, na noite em que Ele foi traído, tomou o pão, e dando graças o partiu, e disse: tomai todos e comei. Este é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo o cálice, depois tomar a ceia, dizendo. Este é o sangue da nova aliança; fazei isto quando o bebeis, em memória de mim. Porque quando comeis o pão e bebeis o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha. Assim, quem comer este pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Mas deixai que cada homem se ponha à prova, e deixai-o comer do pão e beber do cálice. Pois aquele que come e bebe indignamente, sem assinalar o corpo do Senhor, come e bebe o seu próprio julgamento.

Gradual 6


Oculi omnium in te sperant Domine: et tu das illis escam in tempore opportuno. V. Aperis tu manum tuam: et imples omne animal benedictione.

Os olhos de todos olham-Vos com esperança, Senhor: e tu dás-lhes o seu sustento em tempo oportuno. V. Vós abris a Vossa mão: e satisfazeis o desejo de cada vida.

Alleluia V. Caro mea vere est cibus: et sanguis meus vere est potus: qui manducat meam carnem, et bibit meum sanguinem, in me manet, et ego in eo.

Aleluia, aleluia. V. A minha carne é alimento: e o meu sangue é bebida: aquele que come a minha carne, e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele.

Evangélio V. Dominus vobiscum. R. Et cum spiritu tuo. Sequentia sancti Evangeli secundum Ioannem. R. Gloria tibi, Domine. In illo tempore dixit Iesus discipulis suis et turbis Iudaeorum: Caro mea vere est cibus, et sanguis meus vere est potus. Qui manducat meam carnem et bibit meum sanguinem, in me manet et ego in illo. Sicut misit me vivens pater, et ego vivo propter patrem; et qui manducat me, et ipse vivet propter me. Hic est panis qui de caelo descendit. Non sicut manducaverunt patres vestri manna, et mortui sunt: qui manducat hunc panem, vivet in aeternum.

V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. Sequência do Santo Evangelho segundo João. R. Glória a Vós, Senhor. Naquele tempo, Jesus disse às multidões dos Judeus: a minha Carne é alimento, e o meu Sangue é bebida. Aquele que come a minha Carne e bebe o meu Sangue está em Mim e eu nele. Assim como o Senhor Me enviou, e como Eu vivo devido ao Pai, aquele que Me coma também viverá por Mim. Este é o pão que veio dos céus; não como os vossos pais que comeram o maná e faleceram. Aquele que coma este Pão viverá para sempre.

Credo Credo in unum Deum, Patrem omnipotentem, factorem caeli et terrae, visibilium omnium et invisibilium. Et in unum Dominum Iesum Cristum, Filium Dei Unigenitum, et ex Patre natum ante omnia saecula. Deum de Deo, lumen de lumine, Deum verum de Deo vero, Genitum, non factum, consubstantialem Patri: per quem omnia facta sunt. Qui propter nos homines et propter nostra salutem desccendit de caelis. Et incarnatus est de Spiritu Sancto Ex Maria Virgine, et homo factus est. Cruxifixus etiam pro nobis sub Pontio Pilato; passus, et sepultus est, et ressurexit tertia die, secundum Scripturas, et ascendit in caelum, sedet ad dexteram Patris. Et iterum venturus est cum gloria, iudicare vivos et mortuos, cuius regni non erit finis. Et in Spiritum Sanctum, Dominum et vivificantem: Qui ex Patre Filioque procedit. Qui cum Patre et Filio simul adoratur et conglorificatur: qui locutus est per prophetas. Et unam, sanctam, catholicam et apostolicam Ecclesiam. Confiteor unum baptisma in remissionem peccatorum. Et expecto resurrectionem mortuorum, et vitam venturi saeculi, amen. Ofertório V. Dominus vobiscum. R. Etcum spiritu tuo. Oremus. Sacerdotes Domini incensum et panes offerunt Deo: et ideo sancti erunt Deo suo, et non polluent nomen eius, alleluia.

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos. Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro: gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e Se fez homem. Também por nós foi cruxificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado, e resuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim. E no Espírito Santo, Senhor que dá a vida: que procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos Profetas. E na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só baptismo para remissão dos pecados. E espero a ressureição dos mortos, e a vida do mundo que há-de vir, amen.

V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. Oremos. Os sacerdotes do Senhor oferecem incenço e pão ao Senhor: e assim serão devotos ao seu Senhor, e não profanarão o seu nome, aleluia. 7


Prefácio V. Per omnia saecula saceculorum. R. Amen. V. Dominus vobiscum. R. Et cum spiritu tuo. V. Sursum corda. R. Habemus ad Dominum. V. Gratias agamus Domino, Deo nostro. R. Dignum et iustum est. Vere dignum et iustum est, aequum et salutare, nos tibi semper et ubique gratias agere: Domine sancte, Pater omnipotens, aeterne Deus: quia per incarnati Verbi mysterium nova mentis nostrae oculis lux tuae claritatis infulsit: ut, dum visibiliter Deum cognoscimus, per hunc in invisibilium amorem rapiamur. Et ideo cum Angelis et Archangelis, cum Thronis et Dominationibus cumque omni militia coelestis exercitus hymnum gloriae tuae canibus, sine fine dicentes.

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V. Pelos séculos dos séculos. R. Amen V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. V. Corações ao alto. R. O nosso coração está em Deus. V. Demos graças ao Senhor, nosso Deus. R. É nosso dever e é nossa salvação. É verdadeiramente justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças sempre e em todo lugar, Senhor Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso: pois através do mistério da Palavra tornada carne, a nova luz da Vossa glória brilha nos nossos olhos e mentes, e enquanto reconhecemos a Deus na forma visível, podamos através Dele amar o invisível. E assim com Anjos e Arcanjos, com o Trono e Dominação, e com todas as hostes do exército celeste, cantamos o hino da Vossa glória, dizendo sem fim:

Sanctus Sanctus, sanctus, sanctus Dominus Deus Sabaoth. Pleni sunt caeli et terra gloria tua. Hosanna in excelsis. Benedictus qui venit in nomine Domini. Hosanna in excelsis.

Santo, santo, santo, Senhor Deus do Universo. O céu e a terra proclamam a vossa glória. Hosana nas alturas. Bendito O que bem em nome do Senhor. Hosana nas alturas.

Pater Noster V. Per omnia saecula saeculorum. R. Amen. Oremus. Praeceptis salutaribus moniti, et divina institutione formasti, audemus dicere: Pater noster, Qui es in coelis: sanctificetur nomen tuum: adveniat regnum Tuum: fiat voluntas Tua, sicut in Caelo, et in terra. Panem nostrum quodidianum da nobis hodie: e t dimitte nobis debita nostra, s icut et nos dimittimus debitoribus nostris. V. Et ne nos inducas in tentationem. R. Sed libera nos a malo. V. Per omnia saecula saeculorum. R. Amen. V. Pax Domini sit semper vobiscum. R. Et cum spiritu tuo.

V. Pelos séculos dos séculos. R. Amen Oremos. Instruídos pelos vossos preceitos, e seguindo a Vossa divina instituição, ousamos dizer: Pai nosso, que estais nos céus, Santificado seja o Vosso nome. Venha a nós o Vosso reino. Seja feita a Vossa vontade, Assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. V. E não nos deixeis cair em tentação, R. Mas livrai-nos do mal. V. Pelos séculos dos séculos. R. Amen. V. Que a paz do Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós.

Agnus Dei Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, miserere nobis. Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, miserere nobis.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.


Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, dona nobis pacem. Comunhão Quotiescumque manducabitis panem hunc, et calicem bibetis, mortem Domini annuntiabitis, donec veniat; Itaque quicumque manducaverit panem vel biberit calicem Domini indigne, reus erit corporis et sanguinis Domini. Alleluia.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz.

Sempre que comeis o Seu pão e bebeis o cálice, proclamais a morte do Senhor, até que Ele venha. Deste modo, quem come o Seu corpo e bebe do cálice do Senhor imerecidamente, é culpado do Sangue e do Corpo do Senhor. Aleluia.

Pós-Comunhão V. Dominus vobiscum. R. Et cum spiritu tuo. Oremus. Fac nos, quaesumus, Domine, divinitatis tuae sempiterna fruitione repleri: quam pretiosi Corpotis et Sanguinis tui temporalis perceptio praefigurat: Qui vivis et regnas cum Deo Patre, in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saceculorum. R. Amen.

V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. Oremos. Suplicamos-te, Senhor, ser cheios da alegria eterna da tua divindade: prenunciada aqui na terra pela participação do teu precioso Corpo e Sangue. Aquele que vive e reina com o Senhor Pai, na unidade do Espírito Santo, Deus, pelos séculos dos séculos. R. Amen

V. Dominus vobiscum. R. Et cum spiritu tuo. V. Ite, Missa est. R. Deo gratias.

V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. V. Ide, a missa terminou. R. Damos graças a Deus.

Procissão ut supra

Procissão ver acima

Fontes [Musical Sources]

Pedro de Escobar: Missa sine nomine a 4 Kyrie / Gloria / Credo / Sanctus / Agnus Dei Pange lingua (himn) [P-Cug] Coimbra, Biblioteca Geral da Universi- [P-Cug] Coimbra, Biblioteca Geral da Universidade, Ms. Mus. 12 dade, Ms. Mus. 1 “Livro dos hymnos que se costumam cantar na Livro de coro polifónico, meados do séc. XVI Sancta See de Coimbra”, 1640 Officium in die corporis Christi Introitus / Graduale / Alleluia / Offertorium / Communio [P-Cua] Coimbra, Arquivo Distrital e da Universidade, XVI.5.5 Missal plenário, s. XIII [P-BRs] Braga, Arquivo da Sé, Ms. 34 Gradual, 1510-1515

Entonações de altar (orações, leituras, etc.) Pedro Thalesio: Arte de canto chão (Coimbra, 1618)

Respostas polifónicas (polyphonic answers) Amen / Et cum spiritu tuo / Gloria tibi domine / etc. [P-Cug] Coimbra, Biblioteca Geral da Universidade, Ms. Mus. 12 Livro de coro polifónico, meados do séc. XVI 9



Programa | Programme Alonso Mudarra (c.1510 - 1580): in Tres libros de música en cifra para vihuela, 1546: “Isabel perdiste la ti faxa” Anon. (séc. XVI) in Cancioneiro de Elvas, ca. 1530–45: “Mirad que negro amor” “Tu gitana que adevinhas” Anon. (séc. XVI) in in Cancioneiro musical de Belém, ca. 1580: “Niña era la infanta” Luys Milan (ca. 1500 – ca. 1560) in “El maestro”, 1536: “Quiem amores ten” Anon. (séc. XVI) in Cancioneiro de Elvas: “Com mi dolor e tormento” Luys Milan, ut supra: “Fantasia del sexto tono” Anon. (séc. XVI) in Cancioneiro de Elvas, ut supra “Porque me não vês Inês” (contrafacta de ‘Porque me não vês Joana’) Luys Milan ut supra Falai miña amor Luis de Narváez (fl. 1526 - 49) in Los seys libros del delphín, 1538 : “Veintidós diferencias sobre Conde Claros” Miguel de Fuenllana (fl. 1553–78) / Claudin de Sermisy(ca. 1490 - 1562) in Orphenica Lyra, 1554: “Glosa sobre ‘Tant que Vivray’”

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Alonso Mudarra / Pedro do Porto (ca. 1465 - após 1535) ut supra “Motete de la Cananea” Josquin des Prez (ca. 1450/55-1521) /Luis de Narváez ut supra “Mille Regretz”

Teatro (excertos) Gil Vicente (ca. 1465 - ca 1536) in Compilaçam de Todalas Obras de Gil Vicente, 1562: “Auto Pastoril Português” “Quem tem farelos?” “Farsa de Inês Pereira” “Cortes de Júpiter” “Romance à Morte de D. Manuel I” “Romance à Aclamação de D. João III” “Auto da Cananea”

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Notas de Programa

Gil Vicente (c.1470 – depois de 1536) é a figura síntese do teatro medieval europeu. Paradoxal autor que conjuga teatro profano (momos, farsas, soties, sermões pícaros, romances de cavalaria) e teatro religioso (mistérios, hagiografias, pregações) é um caso único no panorama português. Vai buscar influências às festas da corte, à doutrina cristã (em especial ao culto mariano), aos autores castelhanos como Juan del Encina e podemos dizer que inventa o teatro português, que com ele entra directamente na sua maioridade. A sua obra extende-se por quase quarenta anos de que temos a compilação póstuma feita pelos seus filhos: Copilação de Todalas Obras de Gil Vicente (1562). Nesta multifacetada obra, neste teatro total em que se encontram teatro, dança e música medievais, abundam exemplos musicais dos quais temos por vezes o texto e a indicação da música (vilancico, hino, romance) mas na maioria das vezes resta-nos somente o texto, sem informação sequer do autor da música. A síntese medieval de que foi protagonista Gil Vicente serve-nos de mote para este concerto teatral “Leixai-me ouvir e folgar”: baptizado com este verso de Inês Pereira, neste concerto fazemos o teatro vicentino dialogar com a música antiga, representando momentos tanto do seu teatro religioso como do teatro profano em que a música desempenha um papel central. Teremos pois Teatro e Música com Gil Vicente a dialogar com autores dos Cancioneiros de Elvas, Belém e Paris: Alonso Mudarra, Luys Milan, Luis de Narvaez e Miguel de Fuenllana. Dado sabermos que é de Pedro Escobar a autoria do Motete da Cananea, da peça Cananea (1534) será este autor a concluir o nosso concerto de cenas, vilancicos e romances. Leixemos-vos pois ouvir e folgar.

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Ensemble Vicente Nuno Meireles | actor, dramaturgia Manuela Lopes | soprano Hugo Sanches | vihuela

Nuno Meireles

é licenciado em Estudos Teatrais pela ESMAE, estudou encenação no Teatro Nacional D. Maria II e tem estudado Biomecânica Teatral com Guennadi Bogdanov no Centro Internazionale Studi di Biommecanica Teatrale (Perugia, Itália). Estreou-se como actor na Expo 98 com o Teatro de Marionetas do Porto. Como actor participa regularmente em recitais de poesia e em espectáculos cómicos como o recente As Obras Completas de Gil Vicente em 45 minutos (2014). Encenou a estreia nacional de “O Grande Enormo - Zaragata em Si Bemol” na Casa da Música. Encenou também no Teatro Universitário do Minho, no Máscara Solta (grupo de teatro da FLUP) e ainda na ESMAE. É responsável pelo Digital Detox Theatre, projecto de formação que visa a desintoxicação do digital através do teatro. Desde 2003 leccionou “Jogo e Expressão Dramática” assim como “Expressão Dramática e Movimento” nos cursos de Educação Básica e Música da Universidade do Minho e nos cursos de Teatro da ESAP e ESMAE. Foi responsável de 2004 a 2006 pelo Curso Livre de Teatro/Expressão Dramática da ESMAE. Desde 2009 desenvolve investigação no âmbito do jogo dramático e improvisação teatral colectiva.

Manuela Lopes

estudou Canto no Conservatório de Música do Porto, na classe da Professora Cecília Fontes, tendo ainda frequentado o Estúdio de Ópera do Conservatório com a Professora Isabel Mallaguerra. É licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem Cidade do Porto e licenciada em Música, na variante de Canto Barroco pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, na classe da Professora Magna Ferreira. Encontra-se presentemente a realizar o mestrado em performance histórica na Schola Cantorum Basiliensis, estudando canto com Evelyn Tubb.Ao longo do seu percurso educativo teve a oportunidade de estudar com Ana Mafalda Castro (Música de Câmara), Pedro Sousa e Silva (Música de Câmara), Peter Harrisson (técnica vocal) e Catarina Costa e Silva (Expressão Dramática). Frequentou masterclasses com Jill Feldman, Rui Taveira, David Mason, Richard Levitt, Isabel Afonso e Orlanda Velez Isidro. Ao longo do seu percurso enquanto cantora, participou em diversos projetos musicais integrando

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vários coros: Coro Polifónico da Lapa, Coro Claudio Carneyro, AEnsemble, Coro Anonymus. Como solista, destaca-se a sua participação no “Stabat Mater” de Pergolesi, sob a direção de Kamen Goleminov, “Gloria” de Vivaldi, sob a direção de Toby Hoffman, apresentação de peças de D. Pedro de Cristo, Duarte Lobo e Estevão Lopes Morago, no projeto “Sesquialtera”, sob a direção de Pedro Sousa Silva, “Membra Jesu Nostri” de Buxtehude, sob a direção de Barbara Franck, “Dixit Dominus” de Händel, sob direção de Dr. Ferreira dos Santos. É ainda de salientar a sua participação em projetos dedicados à Polifonia Renascentista: o ensemble “Arte Mínima”, sob a direção de Pedro Silva, o ensemble “Capella Sanctae Crucis”, sob a direção de Tiago Simas Freire e o mais recente projeto “Ensemble Marca d’Água”, formado por ex-alunos do Curso de Música Antiga da ESMAE.

Hugo Sanches é mestre e licenciado em alaúde pela ESMAE (Porto) e pós-graduado em psicologia da música pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. É actualmente professor no Curso de Música Antiga da ESMAE. Enquanto músico free-lance, para além de actuar em recitais a solo, colaborou ou colabora com agrupamentos como Orquestra Barroca da Casa da Música, The English Air, Officina da Música, L’Universo Sommerso, Sete Lágrimas, Orquestra Vigo 430, Ensemble Norte do Sul, Venice baroque Orchestra, Os Músicos do Tejo e Ensemble Mi contra Fa, tendo actuado, entre outros festivais e salas de espectáculo, no “La Folle Journée”, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza (Espanha), Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, Tardes Clàssiques de Gràcia (Barcelona), Encontros de Música Antiga de Loulé, Festival Terras Sem Sombra, Festival Internacional de Música da Madeira, Música em São Roque, Via Stellae (Galiza), Monte Music Festival (Goa, Índia), Stockholm Early Music Festival (Suécia), Festival Mozart Rovereto (Itália) e Festival de Sablé (França). Gravou com o grupo Sete Lágrimas os CD Kleine Musik, Diáspora.pt, Silêncio, Pedra Irregular, Vento e Terra e com o ensemble Capella Duriensis o CD Rito de Braga. Foi assistente de produção do CD The Bad Tempered Consort pelo agrupamento A Imagem da Melancolia. Encontra-se presentemente a realizar o doutoramento em musicologia histórica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É colaborador do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da mesma universidade desde Março de 2013. Realizou comunicações científicas nas jornadas Mundos e Fundos realizadas pela Universidade de Coimbra em 2012 e 2013 e no III Encontro Nacional de Investigação Musical organizado pela SPEM (Sociedade Portuguesa de Investigação em Música) em Cascais (2013). 7


Hugo Sanches is MMus and BMus in Musical Performance (early music, lute and classical guitar) by the Oporto College of Music, Portugal (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo - ESMAE). He also holds a post-graduate degree in Music Psychology by the Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. He performs regularly both as a soloist and with ensembles specialized in historically informed performance of renaissance and baroque music. He is currently undertaking his PhD in historical musicology at the University of Coimbra (Portugal), being also a member of the Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos of that same university. He is guest professor at ESMAE’s Early Music department.

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THE GOLDFINCH ENSEMBLE

Emmanuel Frankenberg: cravo | harpsichord Noyuri Hazama: violino barroco | baroque violin Pablo Sosa del Rosario: traverso | baroque flute SalomĂŠ Gasselin: viola da gamba

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The Goldfinch Ensemble foi fundado em 2014 no seio do Conservatório Real de Haia (Países Baixos), por 4 músicos oriundos de diferentes países e dedica-se ao reportório escrito para cravo, violino barroco, traverso e viola da gamba dos séculos XVII e XVIII. Em Maio de 2015 receberam o Segundo Prémio na Competição Internacional de Música Antiga do Val de Loire (França), apresentando-se em Agosto de 2015 no prestigiado Festival de Música Antiga de Utrecht (Países Baixos). O programa “Conversation”: Díálogo Teatral na Corte Europeia, apresentará obras de Bach, Telemann, Forqueray, Rameau entre outros mestres do barroco europeu e prestará uma homenagem ao Teatro Vicentino e à música barroca europeia composta para Teatro. Este evento resulta de uma parceria com o Conservatório Real de Haia e conta com o patrocínio de Cultugarve. The Goldfinch Ensemble was founded in 2014 when four young musicians met at the Royal Conservatory of the Hague. All from different continents and different backgrounds, they are driven by a common passion, comprehension and poetry that made them explore the quartet’s repertoire of the seventeenth and eighteenth centuries. Formed with traverso, baroque violin, viola da gamba and harpsichord, the Goldfinch Ensemble focusses particularly on French music of the XVIII century. As students at the Royal Conservatory they had the opportunity to receive coaching from leading early music figures such as Wieland Kuijken, Wilbert Hazelzet and Ryo Terakado. They have performed through the Netherlands, France and Belgium in various festivals and concert series. In May 2015 the Goldfinch Ensemble won the 2nd prize in the International Early Music Competition in Val de Loire.

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Programa | Programme Johann Sebastian Bach (1685 - 1750) Organ trio sonata BWV 529 (transcr. Re M / D major): • Allegro • Largo • Allegro Prelúdio improvisado (prélude improvisé) (cravo solo / harpsichord solo) Antoine Forqueray (1671 - 1745) La Portuguaise Georg Philipp Telemann (1681 - 1767) Quatuor Parisien no. 4: • Prélude • Triste • Coulant • Vite Jean Philippe Rameau (1683-1764) 4ième pièce de clavecin en concert: • La Pantomime: Loure Vive • L’Indiscrette: Vivement • La Rameau Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1706) Mistery sonata XVI: • Passacaglia Louis Gabriel Guillemain (1705-1770) Sonate en quatuor no. 3: • Allegro moderato • Larghetto • Aria gratioso • Allegro 4


Notas de Programa Programme notes “Conversation” EN | In 18th century Europe, royal courts used to receive music just like the Portuguese court used to receive the theatre of Gil Vincente, three centuries earlier. In France or in Germany; everywhere the rhetorics had a huge importance in every form of art. Through his music, Johann Sebastian Bach was a real reciter for prince Leopold – like Gil Vincente was for Dom Manuel. We start this program with a trio sonata for organ; three voices that Bach himself played on the organ. We have transcribed this sonata for our setting, a common the 18th century practise. The dialogue takes place in the two upper voices above the bass; as in conversation, as in theather. Room for improvisation: we can compare the verbal duel to a musical duel. Playing with the codes of rhetoric, the 18th century musician knew everything about improvisation. Today there will sound an improvised prelude on the harpsichord – as introduction for for La Portuguaise: the piece for viola da gamba and continuo by Jean-Baptiste Forqueray. In this piece we find the exotism, the nostalgics evoked by Portugal and the pride of this prevailing nation in times of Gil Vincente. The same Forqueray who used to play with Blavet and Guignon, invited by Georg Philipp Telemann in Paris 1737, where they together played Telemann’s Paris Quartets. A meeting where mister Rameau could have been present..! The theatre, or better, the art of the conversation appears again here. Jean-Philippe Rameau adds a violin part and a viola da gamba part to his Pièces de Clavecin. The two instruments adorn the discourse that takes place in the harpsichord part and like that bring new elements as wel as new colours into the scene. Rameau refers directly to the theather in his fourth concert with La Pantomime; here it’s the gestures of the actor that amuse the audience, in stead of the verbal discourse. That a conversation can be represented by only one musician, we will experience in Bibers passacaglia for solo violin. A ostinato bass forms the fundament for numerous reaction in the upper voice: two characters are trying to make a strong point. We end this program with the third quartet by Guillemain, going by name of galant conversation between a traverse flute, a violin, a bass viol and a thourough bass. Inspired by the Paris Quartets of Telemann, Guillemain show us a play about character and personality; a story where every instrument represents the impersonation of profound emotions. 5


“Conversation” FR | En Europe au XVIIIème siècle, les cours princières reçoivent la musique tout comme la cours du Portugal recevait le théatre de Gil Vicente trois siècles auparavant. Que ce soit en France ou en Allemagne, la rhétorique a une importance primordiale et est présente dans tous les arts. Johann Sebastian Bach par sa musique est un véritable rhéteur pour le prince Leopold comme Gil Vicente l’est pour Dom Manuel. Nous commencerons ainsi le programme par une sonate en trio pour orgue que le compositeur pouvait assuré seul à l’orgue. Nous avons transcrit ici cette sonate pour notre formation comme de coutume. Le dialogue qui s’installe alors entre les deux instruments de dessus et les basses nous rapporte une conversation, comme au théâtre. Place à l’improvisation. A joute verbale on peut aussi comparer joute musicale. En jouant avec les codes de la rhétorique, le musicien du XVIIIème siècle sait tout d’abord improviser. Vous entendrez ainsi un prélude improvisé au clavecin qui introduira “La Portuguaise”, pièce de viole de Jean-Baptiste Forqueray. On retrouve dans cette pièce l’exotisme, la nostalgie qu’évoque le Portugal et la fierté de cette nation qui gouvernait le monde au temps de Gil Vicente. C’est ce même Forqueray qui accompagné des virtuoses Blavet et Guignon invite Telemann à Paris en 1737, séjour au cours duquel ils joueront ensemble les quatuors parisiens. Une rencontre à laquelle aurait pu assister Monsieur Rameau ! Le théâtre ou plutôt l’art du discours est encore une fois mis à l’honneur. JeanPhilippe Rameau ajoute alors une partie de violon et une partie de viole à ses pièces de clavecins. Les deux instruments agrémentent le discours du clavecin en apportant des couleurs comme de nouveaux éléments au décors. Rameau fait directement référence au théâtre dans la première pièce du quatrième concert “La Pantomime”, geste du comédien qui vise à amuser le spectateur plutôt qu’à raconter une histoire. Biber rétorque un siècle auparavant par une conversation pour un l’instrument seul : le violon. Les basses de la passacaille dialoguent avec le chant du dessus et viennent parfois ponctuer son discours. Nous terminerons par le troisième quatuor de Guillemain autrement appelé “conversation galante entre une flute traversière, un violon, une basse de viole et une basse continue”. Inspiré par les quatuors parisiens de Telemann, Guillemain s’impose en dramaturge dans sa manière d’écrire les tirades, les répliques et les apartés de ces instruments ici concertants. 6


Biografias Biographies Emmanuel Frankenberg: cravo | harpsichord Emmanuel Frankenberg specialized already at young age in the authentic performance practice. He began playing the natural horn under the guidance of his teacher Stefan Blonk and began studying the harpsichord with Pieter-Jan Belder. Emmanuel studied the two majors first at the Royal Conservatory of The Hague and at the moment at the Conservatory of Amsterdam (harpsichord with Menno van Delft and natural horn with Teunis van der Zwart). With both of his instruments Emmanuel performs in Dutch baroque orchestras and chamber music ensembles, but is also fequently heard in the international early music scene. Emmanuel has performed with orchestras such as de Nieuwe Philharmonie Utrecht, Musica Amphion, Symphony Atlantique, The Netherlands Symphony Orchestra and Freiburger barockorchester. In 2015, he I will perform Haydn’s solo concerto with the Parnassus Ensemble and with the orchestra of the 18th century.

Noyuri Hazama: violino barroco | baroque violin Noyuri Hazama is a violin player gratuated in 2010 First ranking of “Toho Gakuen School of Music” in Tokyo. Currently studying the Baroque Violin under guidance of Mr. Ryo Terakado at “The Royal Conservatoire Den Haag”, she has performed throughout Europe and Asia. Member of “Classical Players Tokyo” and “Bach Collegium Japan”, she is also concertmistress of “Majora Canamus Tokyo”. From 2007, she performed annually for “La folle Journée au Japon”. The different projects in wich she participates have notably enabled her to played with Werner Hink, Antony Spiri and principal players of the Vienna Philharmonic Orchestra at “Kusatsu International Summer Music Festival”, for “the Master pieces album” of NHK broadcast in 2011, Violin Recital with Masato Suzuki. In 2013, she played with Kuijken familly and Robert Kohnen at “Fukuoka early music festival. She also won Third Prize in “The All Japan Students’s Music Competition”(2003) and First 7


Prize in “Japan-German Exchange Festival (2004). Noyuri had the opportunity to play with Mr. Frans Bruggen and member of “Orchestra of the Eighteenth Century” in 2014. In 2015 she will play at BBCProms as a Academy of “The Orchestra of the Age of Enlightenment”.

Pablo Sosa del Rosario: traverso | baroque flute Pablo was born in 1991 in San Cristóbal de La Laguna. He started to study flute in the conservatory of Santa Cruz de Tenerife, where he finished his Intermediate degree with Catherine Biteur. In 2009 he was admitted in the Royal Conservatory of Madrid. He studied with Manuel Rodríguez Arribas and ge graduated ub 2013 with honors. While he was studying in Madrid he became interested in early music and he started to play Traverso. In 2013 he was admitted for the Early Music Performance Master in Barcelona, where he studied Traverso with Marc Hantai. He has played with differents orchestras as: Youth Orchestra Comunidad de Madrid, Orchestra and Choir Comunidad de Madrid, Baroque Orchestra Arturio Soria, Orchestra of the UCM, Iuventas Symphony Orchestra. Nowadays he is studying baroque and classical flute in Koninklijk Conservatorium Den Haag with Wilbert Hazelzet and Kate Clark.

Salomé Gasselin: viola da gamba Salomé Gasselin, discovering the viola da gamba at the age of eleven, began and completed her initial study of the instrument at the Conservatories of Angers and Nantes. Studying with Emily Audouin, Marion Middenway and Julien Léonard induced her to participate in various international summer courses where she worked with famous viola da gamba teachers and concert instrumentalists such as Wieland Kuijken, Emmanuel Balssa, Josh Cheatham and Paolo Pandolfo. In 2011, she entered Marianne Muller’s viola da gamba class at the Conservatoire National Supérieur de Musique et de Danse de Lyon (CNSMD). In 2015, she is studying with Philippe Pierlot and Mieneke van der Velden at The Royal Conservatory of The Hague. The different projects in which she participates have notably enabled her to play the viola da gamba in various orchestras: Capriccio Stravagante (dir. Skip Sempé), Pygmalion (dir. Raphael Pichon). She has performed throughout Europe in famous festivals : MA Fringe Festival in Bruges, Festival Oude Muziek Utrecht , BOZAR music in Brussels, International Festival of Lyric Art in Aix en Provence. Interested in Literature, she decided to enroll at the University of Paris X as well. 8



FESTA FOLIA Exploring European Dances at the Age of Enlightenment Kristen Huebner traverso [baroque flute]

Xurxo Varela viola da gamba baixo [7 ordens e 6 ordens] & soprano Hugo Sanches tiorba & guitarra barroca [baroque guitar] Para o encerramento da IV Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul , a Academia de Música de Lagos apresenta “Festa Folia”, programa dedicado à Folia dos séculos XVII e XVIII, que, nas palavras do musicólogo Rui Vieira Nery, é “uma dança medieval de origem portuguesa que durante mais de três séculos gozou de imensa popularidade, primeiro em toda a Península, depois pela Europa fora, até finais do século XVIII, ao ponto de Corelli e Vivaldi ainda comporem sobre ela”. Para o Concerto de Encerramento convidámos Kristen Huebner, flautista emergente no panorama holandês de música antiga com colaborações regulares para a Amsterdam Baroque Orchestra de Ton Koopman, a Orchestra of the Eighteenth Century de Frans Brüggen e o prestigiado Musica Amphion e dois grandes nomes do panorama nacional e internacional, Hugo Sanches na tiorba e Xurxo Varela na viola da gamba, actualmente a exercerem funções de docência no Curso de Música Antiga da ESMAE - Porto.

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Programa | Programme

Gaspar Sanz [Instrucción de música sobre la guitarra española, 1674]: Folias Diego Ortiz [Tratado de glosas 1553]: Recercada Octava sobre la Folia Jean-Baptiste Lully (1632-1687) Passacaille d’Armide, LWV 71 (1686)

*** Jacques Morel (1700-1749): Chaconne en trio em Sol M [G Major] Jean-Baptiste Drouart de Bousset (1662-1725): Air: Pourquoy doux Rossignol François Couperin (1668-1733) [Concert Royal N. 4, 1722]: Rigaudon, Sarabande, Forlane en rondeau

*** Robert de Visée (1655-1732/33) [Manuscrito Vaudry de Saizenay, c.1700]: Prélude, Allemande, Chaconne Marin Marais (1656-1728): Tombeau pour Le Monsieur de Saincte Colombe Arcangelo Corelli (1653-1713): Sonata in D minor “La Folia”, op. 5, n12, (1700)

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Programme notes

La Folia of antiquity serves as a springboard for modern interpretation of this and many similar dance settings from the past. The first time the term Folia appeared is on the play “Auto da Sibila Cassandra” from portuguese author Gil Vicente. Written in 1511 to be represented at the Christmas Matins for the royal family at Mosteiro de Xabregas. Although we cannot know which music the characters were singing and dancing the song’s lyrics addresses the freedom of expression and thinking. Cassandra is a women that admits no impositions, she symbolizes the freedom of creation, interpretation, of art(!) in a direct and powerful critic to Erasmo’s “The Praise of Folly” published earlier the same year. The use of this theme extended over the centuries with Lully, Couperin, Marin and even late musicians such as Liszt and Rachmaninov composing upon it. In modern study la folia is often grouped into two categories, the early and the late versions. The early pertains to a rather open, improvisatory structure, leaving the job of melodic substance up to the imagination of the musicians. It is often said that this dance was given its name because of its intoxicating effect on the dancer and listener alike. Its capabilities for inspiring a sort of temporary madness made it one of the most popular dances during the time. The later version evolved into a written-out, virtuosic display of the instruments’ capabilities, with less emphasis put on the freeness of in-the-moment improvisation, but more on a particular structure and set of variations on the principle melody. This is not to say that the early Folia were not virtuosic. On the contrary, it could be argued that the sheer demand of improvisation fueled an even greater wealth of ideas and development based purely on the experience of playing and listening. Reading music creates an entirely different playing and listening experience for both player and listener. It is our aim to use our knowledge of the past to fuse the energy of the early folia into our interpretations of the written out works we will share with you today. Today’s program will explore the evolution of la folia as it pertains to the later manuscripts from the 17th and 18th centuries, works which hark back to the time of earlier, more ancient structures while utilizing a new sound palate of the flauto traverso in combination with the viola da gamba and guitar. La folia was also adapted for solo instruments. The viola da gamba for example is capable of a full-fledged experience as it is capable of offering both harmonic and melodic functions. The flauto traverso, on the other hand, must rely on its speed of arpeggios to suggest harmony, as it is only capable of producing one line of sound at a time. Jean-Baptiste Lully was one of the first composers to write folia into his compositions in 1672. In contrast with the passacaille from the opera Armide, we begin to explore the juxtaposition of La Folia with other dances of the period. Born in Florence and working his way towards the top of the musical world at Versailles under Louis XIV’s reign, Lully was no stranger to the coexistence of styles which existed during the baroque time. Many of his compositions illuminate 4


these cultural and artistic differences. An exploration of la folia, then, should come as no surprise but serve as a valuable template for further exploration. A colleague of Lully, Marin Marais also played with the idea of folia. An understanding of La Folia can help us to articulate and interpret our performances of other similar dances from the 18th century. The rigaudon, allemande, forlane, sarabande, chaconne and passacaglia are some of the dances we will explore on this program, and the three latter bode a striking resemblance to la folia. The countries of origin for these compositions are primarily France and Italy, where we encounter a wealth of published material during the time. As the flauto traverso was a very particular baroque instrument with a large history, popularity and repertory in France, the juxtaposition of these courtly dances written at Versailles can serve as a microcosm of influence from la folia. The three works from Bousset, Couperin and Morel offer us a taste of the delicate and supple possibilities these particular dances have to offer. To complete our exploration of la folia, the incomparable Sonata No. 12 from Arcangelo Corelli represents one of the most powerful written-out interpretations. Originally written for violin, the version presented here today will have its own special blend of intensity and virtuosic spirit as the flauto traverso takes on the principal role with the fire and energy of the guitar and gamba charging ahead in the bass. As performers we are aided by these texts and manuscripts of musical compositions from the 17th and 18th centuries. However, these writings are merely a suggestion for what the musical world must have sounded like during the time. They serve to guide us down a path but by no means restrict the musicians in terms of choosing their own instrumental settings, tempi, general character and interpretation. That being said the written documents should also serve as inspiration for improvisation and creation of new material only the performer can provide.

Kristen Huebner@August 2015

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Biografias | Biographies Kristen Huebner traverso [baroque flute] Kristen Huebner é originária dos EUA mas actualmente reside nos Paises Baixos, onde desenvolve a sua actividade concertística. Uma especialista na flauta traverso e flauta clássica, Kristen é Graduada [BM e MM] pelo Conservatório de Utrecht [NL] e é também Mestre em Música [MM] pelo Conservatório Real de Haia [NL] , onde estudou com Wilbert Hazelzet e Kate Clark. Realizou tournés com a Amsterdam Baroque Orchestra sob direcção de Ton Koopman e cooperou com a Orchestra of the Eighteenth Century, sob direcção de Frans Brüggen. A sua temporada de concertos em 2015 inclui uma gravação e tourné por Itália, Áustria e França com Ensemble Diderot sob direcção de Johannes Pramsohler, concertos com o aclamado grupo Musica Amphion nos Países Baixos, e colaboração em musica de cãmara com o Damask Ensemble [NL] e New Vintage Baroque [EUA], em Nova Iorque e Haia, respectivamente. Kristen dedica-se também à pesquisa sobre o tema do Empfindsamkeit na música de câmara de Carl Philipp Emanuel Bach, tendo publicado recentemente um artigo no jornal online “Music & Practice”, em vias de publicação escrita ainda em 2015. Kristen Huebner is originally from the United States and now bases her musical life in the Netherlands and Europe. An avid specialist of the baroque flute, Kristen holds both Bachelors and Masters Diplomas from the Utrecht Conservatory (BM) and The Royal Conservatory of The Hague (MM), where she studied with Wilbert Hazelzet & Kate Clark. She has toured Europe with the Amsterdam Baroque Orchestra under the direction of Ton Koopman and has collaborated alongside members of the Orchestra of the Eighteenth Century with Frans Brüggen. Her upcoming 2015 season includes a recording and concert tour of Italy, Austria & France with Johannes Pramsohler’s Ensemble Diderot, appearances with Musica Amphion in the Netherlands, and a chamber music collaborative tour between New York City and The Hague with Damask Ensemble (NL) and New Vintage Baroque (USA). Kristen’s research on Empfindsamkeit in the chamber music of Carl Philipp Emanuel Bach has recently been adapted into an article for the online journal Music & Practice, set to be published in the Spring of 2015. 6


Xurxo Varela viola da gamba Começou a estudar viola da gamba em 1993 em Santiago com o seu mestre Francisco Luengo. No ano 1995, canto com Miro Moreira, principiando a sua carreira profissional como intérprete de viola da gamba. Em 2009 publicou com Francisco Luengo o CD “My Singular Entertainment, and Delight”. De novo com ele publicaria no ano 2013 “Le Nymphe di Rheno”. Para além destes dois registos, participou em diversas gravações com Malandança, Banchetto Musicale, Mudéjar, Axivil Aljamía... Toca a viola da gamba nos grupos Capela Compostelana, Banchetto Musicale, La Galería del Clarooscuro, Affecti Armonici, Ensemble la Chimera, Arte Mínima, I colori della armonia e L’antico affetto, o ensemble renascentista da ESMAE, Sesquialtera e a “vyola oval” no grupo medieval Malandança. Como cantor participa no Orfeón Terra a Nosa e em diversos coros da cidade de Santiago de Compostela. Tocou em muitos e diversos festivais por toda Europa e América. Participou em diferentes registos de música galega, com as compositoras e cantoras María Manuela, Paloma Suanzes, Najla Shamy e Helena de Afonso. Tem sido professor de viola da gamba e música de câmara desde 2012 nos cursos de música antiga de Lisboa e do Palácio Nacional de Mafra organizados pela ESML e a ESMAE-IPP, onde, como docente deste último centro, dá aulas de viola da gamba e música de câmara desde o ano 2009. Tem participado em diversos workshops sobre a viola da gamba e no 1º e 2º Encontro Ibérico de Viola da Gamba, organizado pela ESMAE na Casa Allen e na ESMAE no Porto. Foi director artístico em vários discos do selo GEASTER-DIVERDI, director artístico e arranjista dos disco-livros de Ed. Xerais de Galicia “O meu primeiro Celso Emilio” e “A Miña Primeira Rosalía” (grupo de María Manuela, Mini e Mero e Xiana Lastra), “Estiñada”, e “Polo correo do vento” (grupo Ledicia) além de “Para Miguel”, da cantora María Manuela. Cursou o primeiro ano de Mestrado em Interpretação Artística na ESMAE-IPP no ano lectivo 20142015 e a partir de setembro principiará o segundo.

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Hugo Sanches tiorba & guitarra barroca [baroque guitar] é mestre e licenciado em alaúde pela ESMAE (Porto) e pósgraduado em psicologia da música pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. É actualmente professor no Curso de Música Antiga da ESMAE. Enquanto músico free-lance, para além de actuar em recitais a solo, colaborou ou colabora com agrupamentos como Orquestra Barroca da Casa da Música, The English Air, Officina da Música, L’Universo Sommerso, Sete Lágrimas, Orquestra Vigo 430, Ensemble Norte do Sul, Venice baroque Orchestra, Os Músicos do Tejo e Ensemble Mi contra Fa, tendo actuado, entre outros festivais e salas de espectáculo, no “La Folle Journée”, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza (Espanha), Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, Tardes Clàssiques de Gràcia (Barcelona), Encontros de Música Antiga de Loulé, Festival Terras Sem Sombra, Festival Internacional de Música da Madeira, Música em São Roque, Via Stellae (Galiza), Monte Music Festival (Goa, Índia), Stockholm Early Music Festival (Suécia), Festival Mozart Rovereto (Itália) e Festival de Sablé (França). Gravou com o grupo Sete Lágrimas os CD Kleine Musik, Diáspora.pt, Silêncio, Pedra Irregular, Vento e Terra e com o ensemble Capella Duriensis o CD Rito de Braga. Foi assistente de produção do CD The Bad Tempered Consort pelo agrupamento A Imagem da Melancolia. Encontra-se presentemente a realizar o doutoramento em musicologia histórica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É colaborador do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da mesma universidade desde Março de 2013. Realizou comunicações científicas nas jornadas Mundos e Fundos realizadas pela Universidade de Coimbra em 2012 e 2013 e no III Encontro Nacional de Investigação Musical organizado pela SPEM (Sociedade Portuguesa de Investigação em Música) em Cascais (2013).

Hugo Sanches is MMus and BMus in Musical Performance (early music, lute and classical guitar) by the Oporto College of Music, Portugal (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo - ESMAE). He also holds a post-graduate degree in Music Psychology by the Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. He performs regularly both as a soloist and with ensembles specialized in historically informed performance of renaissance and baroque music. He is currently undertaking his PhD in historical musicology at the University of Coimbra (Portugal), being also a member of the Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos of that same university. He is guest professor at ESMAE’s Early Music department. 8


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#2014

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ul III C i c l o d e M Ăş s i c a A n t i g a



O III Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul conta neste ano de 2014 com a sua 3ª edição, sendo um projecto de promoção e divulgação da Música Antiga no Barlavento Algarvio, organizado pela Academia de Música de Lagos, sob a direcção artística de Elsa Santos Mathei. A primeira Edição decorreu em 2012 e surgiu da necessidade de dar a conhecer esta visão histórica a toda a comunidade local residente e aos seus visitantes, que se multiplicam na época de veraneio. Esta primeira série de concertos foi um sucesso de público, quase sempre de lotação esgotada. Os espaços escolhidos privilegiaram lugares de interesse patrimonial elevado, nomeadamente a igreja de Santo António em Lagos, a Igreja da Nossa Senhora da Graça na Fortaleza de Sagres e a Ermida da Guadalupe, estas duas últimas pertencentes aos Monumentos do Algarve, geridos pela Direcção Regional de Cultura do Algarve. A segunda Edição homenageou os 300 anos do Tratado de Utrecht, celebrado pela Grã-Bretanha, Brandeburgo/Prússia, França, Sabóia (norte de Itália), França, Espanha e Portugal em 1713. Procurou mostrar, através da música, as relações histórico-políticas que se estabeleceram na Europa desde os seus primórdios. A terceira Edição é dedicada aos grandes centros musicais da Europa latina, iniciando a sua viagem na Itália de Monteverdi, músico revolucionário que marcou a transição da Renascença para o Barroco, e terminando em Portugal, com um programa recheado de músicos oriundos de vários pontos europeus, marcando um paralelo com a actualidade emigratória jovem. O Renascimento Português marca a sua posição com “El Lusitano, dedicado à figura de D. Sebastião, que tão ligado está à cidade de Lagos. O Ciclo estende este ano a sua programação a Portimão, à Casa Manuel Teixeira Gomes, com 5 séries de concertos de ensembles profissionais internacionais dedicados à música antiga mas também a novos talentos emergentes. O Ciclo decorre aos fins-de-semana de todo o mês de Agosto, dando lugar a instrumentos tão variados como a flauta de bisel, traverso, violino barroco, cravo, violoncelo barroco, canto, alaúde, teorba, viola da gamba e dança.

[English sinopsis] The Academia de Música de Lagos is pleased to announce the 3rd Edition of the Early Music Festival Sons Antigos a Sul which aims to introduce this genre to wider public appreciation.The first series in August 2012 gave privileged access to culturally and historically valuable chapels, affording original acoustic sound. This cycle continues to embrace the Ermida da Guadalupe, recognized Portuguese heritage site, but this year extends its venues to the historical Armazém Regimental [Lagos] and the erudite cultural center of Portimão, Casa Manuel Teixeira Gomes throughout every weekend of August. The music will be performed by varied internationally acclaimed early music specialists on authentic instruments of several historical periods; viola de gamba, recorders, traverso, harpsichord and singing are just a few. The concerts of this season are dedicated to the musical centers of Latin speaking Europe, namely with the Italian, French, Spanish and Portuguese Renaissance, Baroque and Pre-Classic Periods.


Calendário de concertos / Schedule of concerts I. Ensemble Vox Antiqua: Joana Godinho, soprano | João Moreira, tenor | Helena Raposo, alaúde 10 ordens e teorba| Jiyun Kang, viola da Gamba 01.08.2014 | 17h00 Ermida de N. Sr.ª da Guadalupe,Vila do Bispo 02.08.2014 | 21h30 Casa Manuel Teixeira Gomes, Portimão 03.08.2014 | 22h00 Armazém Regimental de Lagos II. Ensemble Armilar: Sari Straatsma, traverso | Jiyun Kang, viola da Gamba | Elsa Mathei, cravo 08.08.2014 | 17h00 Ermida de N. Sr.ª da Guadalupe,Vila do Bispo 09.08.2014 | 21h30 Casa Manuel Teixeira Gomes, Portimão 10.08.2014 | 22h00 Armazém Regimental de Lagos III. Ensemble Voce Humana & Ars Lusitana: Daniela Tomaz, flautas | Maria Bayley, clavisimbalum e voz | Catarina Costa e Silva, soprano e dança | Isaac Alonso de Molina, tenor | Tiago de Sá, baixo 15.08.2014 | 17h00 Ermida de N. Sr.ª da Guadalupe,Vila do Bispo 16.08.2014 | 19h00 Casa Manuel Teixeira Gomes, Portimão 17.08.2014 | 22h00 Armazém Regimental de Lagos IV. Ensemble Aliseos: Nuno Mendes, violino | Joan Cervera, violino | Marion Peyrol, violoncelo 22.08.2013 | 17h00 Ermida de N. Sr.ª da Guadalupe,Vila do Bispo 23.08.2014 | 21h30 Casa Manuel Teixeira Gomes, Portimão 24.08.2013 | 22h00 Armazém Regimental de Lagos

V. Ensemble Ars Ibérica: Olavo Barros, traverso | Alexandre Andrade, traverso |Sofia Pinto, cravo 29.08.2014 | 17h00 Ermida de N. Sr.ª da Guadalupe,Vila do Bispo 30.08.2014 | 21h30 Casa Manuel Teixeira Gomes, Portimão 31.08.2014 | 22h00 Armazém Regimental de Lagos 16


Informação sobre os locais / information on the venues: Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, Vila do Bispo | Estrada Nacional 125 8650-285 Raposeira – Portugal | (+351)282 639 042 | guadalupe@cultalg.pt | www.cultalg.pt Casa Manuel Teixeira Gomes | Rua Júdice Biker, nº1 8500-701 Portimão | (+351) 282 480 492| casa.mtgomes@cm-portimao.pt | http://www.cm-portimao.pt Armazém Regimental | Praça do Infante D. Henrique, Santa Maria, 8600-605 Lagos

Informação sobre bilheteira / ticket office information: Concertos na Ermida de N. Sr.ª da Guadalupe, Vila do Bispo (DRCAlg) | 5 euros [preço único] Casa Manuel Teixeira Gomes | Entrada Livre [Protocolo de Parceria Câmara Municipal de Portimão] Armazém Regimental de Lagos | Entrada Livre [Apoio Direcção de História e Cultura Militar | Exército Português]

Para mais informação / for additional information: Academia de Música de Lagos Rua Dr. José Cabrita – Rossio S. João | 8601-905 Lagos Tel 282 082 786 Tlm 919 804 662 | www.academiamusicalagos. pt | www.facebook.com/academiamusicalagos | secretaria@academiamusicalagos.pt [geral] | dtomaz@academiamusicalagos.pt [direcção de produção do festival] 17


#Cartaz / Poster | Ermida de N.ÂŞ Senhora da Guadalupe


#Cartaz / Poster | Casa Manuel Teixeira Gomes


#Cartaz / Poster | ArmazĂŠm Regimental de Lagos


#Cartaz / Poster



O III Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul é uma iniciativa da Academia de Música de Lagos The III Edition of the Early Music Festival Sons Antigos a Sul is an initiative by Academia de Música de Lagos Presidente da direcção / President of the board: José Viegas Gonçalves Programação e direcção artística do festival / Artistic programming and direction of the festival: Elsa Mathei and Daniela Tomaz Direcção de produção do festival / Production direction of the festival: Daniela Tomaz Equipa de produção / Production team: Bruna Melia e Frederico Barroso Design gráfico / Graphic design: Daniela Tomaz Gravação e Edição de Imagem e Som / Image and sound recording and editing: Nelson Nunes Estrutura financiada por / Funded by: Governo de Portugal Direcção Geral das Artes / Secretário de Estado da Cultura Entidades de acolhimento / Host partners: Direcção Regional de Cultura do Algarve | Câmara Municipal de Vila do Bispo | Câmara Municipal de Lagos | Câmara Municipal de Portimão Apoios / Supports: Caixa Geral de Depósitos | Direcção de História e Cultura Militar do Exército Português


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Ensemble Vox Antiqua Joana Godinho, soprano João Moreira, tenor Helena Raposo, teorba e guitarra barroca Jiyun Kang, viola da gamba O Ensemble Vox Antiqua foi fundado no ano de 2004 e é especializado na interpretação da música antiga, usando principalmente instrumentos históricos de corda “pulsada”. Na base da sua formação tem a soprano Joana Godinho e a alaúdista Helena Raposo. Para além da sua formação original integra ocasionalmente músicos convidados. O seu objectivo principal é nos diversos concertos apresentados ao público, divulgar através de interpretações históricas contextualizadas, um vasto repertório vocal acompanhado a instrumentos históricos de corda “pulsada” (alaúde, guitarra barroca e a Teorba) abrangendo o vasto repertório europeu representativo deste estilo dos séculos XV a XVIII. Entre este repertório podemos encontrar obras de compositores ibéricos assim como de outros países, entre os quais Milan, Fuellana, Dowland, Campion, Caccini, Boesset, Purcell, Chédeville,Vivaldi entre outros. The Vox Antiqua Ensemble was founded in 2004 and specializes in the interpretation of early music, primarily using historical plucked instruments. On the basis of their training has the soprano Joana Godinho and lutenist Helena Raposo. Beyond its original formation integrates occasional guest musicians. Its main objective is presented in several concerts to the public, disseminate through historical interpretations in context, a wide vocal repertoire accompanied the historical plucked string instruments (lute, baroque guitar and Teorba) covering the vast repertoire European representative of this style of centuries XV to XVIII. Between this repertoire we can find works of Iberian composers as well as other countries, including Milan, Fuellana, Dowland, Campion, Caccini, Boesset, Purcell, Chedeville, Vivaldi and others. 26


Programa / Programme “Io Son Pur Vezzosetta” “Ardo e Scoprir” “Si Dolce é’l Tormento” Claudio Monteverdi 1567 -1643 Diego Ortiz c1510 – c. 1570 C. Monteverdi Tarquino Merula (c1594 -1665)

“Baci Cari”

“Ricercada Prima”

“Dialogo di Ninfa e Pastore” “Folle é Ben che si Crede”

C. Monteverdi

“Viva Fiamma”

C. Monteverdi

“O Comme Sei Gentile”

C. Simpson c1602 -1669

“Division em Sol M”

C. Monteverdi

“Pur Ti Miro”

C. Monteverdi

“Zefiro Torna” 27


Notas de Programa / Notes “Monteverdi (in)cantato” [PT] Claudio Monteverdi foi um dos compositores mais emblemáticos do período transitório do renascimento para o barroco e deu um importante contributo para o desenvolvimento da técnica do baixo contínuo que caracterizou parte da música barroca. O charme encantado da música de Monteverdi é aqui abordado por duas vozes acompanhadas pela teorba e viola da gamba, que retratam a simbiose perfeita entre linha melódica e baixo contínuo. A temática amorosa das obras que aqui irão ser interpretadas, são apenas alguns exemplos da ousadia de Claudio Monteverdi, que retratou nas suas canções e madrigais de amor um forte sentido erótico, através de textos carregados de uma subtil sensualidade, apoiados em belas mas também complexas linhas melódicas e harmónicas, num diálogo de vozes que nos transportam a uma época de doces sonoridades amorosas.

“Monteverdi (in)cantato” [EN] Claudio Monteverdi was one of the most iconic composers of the transitional period of the Renaissance to the Baroque and made an important contribution to the development of the technique of basso continuo part, that characterized the Baroque music. The charm of the enchanting music of Monteverdi is here approached by two voices accompanied by theorbo and viola da gamba, which portray the perfect symbiosis of melodic line and basso continuo. The love theme of the pieces that will be interpreted, are just some examples of the boldness of Claudio Monteverdi, who portrayed in his love songs and madrigals a strong erotic sense, through texts laden with a subtle sensuality, supported by beautiful but also complex melodic and harmonic 28


Biografias / Biographies Joana Godinho | soprano Natural da cidade de Lagos – Algarve cidade onde iniciou os seus estudos com Cândida Matos. Estudou Canto na Academia de Música Eborense, com a professora Joana Levy. Em simultâneo fez o curso de Violoncelo na Escola Profissional de Música de Évora onde foi aluna de Ana Paula Góis e Viktoria Chichikova. É licenciada em canto pela Universidade de Évora onde estudou sob a orientação da professora Liliane Bizineche. Actualmente frequenta o Mestrado em Música, Interpretação - Canto na mesma universidade. Frequentou Master-classes de canto e práctica coral em Espanha, Portugal e Itália, entre as quais se destaca a semana de Música Antiga em Parzanica com a cantora Claudine Ansermet. Dedica-se principalmente ao repertório de Câmara, integrando diferentes grupos onde interpreta um repertório abrangente que vai desde o séc. XV até ao séc. XX. Tendo-se apresentado em concertos em Portugal, Espanha, Itália e Malta. Interpertou o papel de Bastien, na ópera “Bastien und Bastienne” de Mozart sob a direccção do maestro Max Rabinovitch. Actualmente é professora de Canto e Classe de Conjunto no Conservatório Regional do Baixo Alentejo (Beja), na Academia de Música de Lagos e no Conservatório Regional de Évora (Eborae Musica) e dirige frequentemente workshops e master-classes de técnica vocal.

Born in the city of Lagos – Algarve, she initiated her music studies with Cândida Matos. She studied singing at the Music Academy Eborense, with Professor Joana Levy. Simultaneously she studied cello at the Professional School of Music with Ana Paula Gois and Viktoria Chichikov. She graduated in Singing by the University of Évora, where she studied under the guidance of Professor Liliane Bizineche. Currently attending the Master of Music - Interpretation - Singing at the same university. She has attended master-classes in singing and choir practice in Spain, Portugal and Italy, among which stands out the week of Early Music in Parzanica with the early music singer Claudine Ansermet. she is mainly dedicated to the chamber repertoire , where integrating different groups interpret a broad repertoire ranging from the fifteenth to the twentieth century. Having performed in Portugal, Spain, Italy and Malta. Interpreted the role of Bastien, from the opera “Bastien und Bastienne” by Mozart, conducted by Max Rabinovitch. Joana is also a singing and 29


chamber music teacher at the Regional Conservatory of Baixo Alentejo (Beja), Music Academy of Lagos and the Regional Conservatory of Évora (Eborae Music) and also directs workshops and masterclasses of vocal technique. João Moreira | tenor Nasceu em Évora em 1980. Iniciou os seus estudos musicais na Academia de Música Eborense, na classe de canto da professora Maria Repas Gonçalves e no Instituto Gregoriano de Lisboa, com Maria Helena Pires de Matos. Frequentou a Licenciatura em Canto da Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação da professora Sílvia Mateus. Participou em vários cursos de aperfeiçoamento em Canto e Música de Câmara onde trabalhou com Maria Cristina Kiehr, Evelyn Tubb, Gloria Banditelli, Gerd Türk, Jordí Savall, Pedro Memelsdroff, Peter Phillips e Owen Rees. Interpretou o papel de Orfeu da Ópera homónima de Fernando N. Lobo, com libreto de Nuno Júdice, na sala Jardim de Inverno do Teatro Municipal de São Luiz, Lisboa. Com o Ensemble Barroco La Nave Va, foi Ixion na Ópera La Descente d’Orphée aux Enfers de Charpentier. Interpretou também o papel de Agostinho na Ópera Orquídea Branca, de Jorge Salgueiro no Teatro Municipal Baltazar Dias do Funchal. Integrou o elenco da Ópera Crioulo, de António Tavares numa produção do CCB e também na Fundação Calouste Gulbenkian, foi Giliberto na Ópera La Zaira de Marcos Portugal. Fez também parte do elenco da Ópera O Sonho de uma noite de Verão, com o Teatro Praga em vários espectáculos em Lisboa, Salamanca e Paris. Com o Quarteto Tetvocal e a Orquestra Sinfonietta de Lisboa gravou a obra In Paradisum de Eurico Carrapatoso. Foi membro do Coro Gulbenkian de 2000 a 2011, tendo participado em inúmeros concertos e digressões. Colaborou também com os agrupamentos La Batalla e Concerto Atlântico de Pedro Caldeira Cabral.Vive na Holanda e desde Janeiro de 2009 que trabalha com o Nederlands Kamerkoor, Holland Bach Society, Egidius Kwartet, Vox Luminis, Apollo Ensemble, Margaretha Consort, Amsterdam Baroque Choir e Capella Amsterdam. Recentemente interpretou o Evangelista da Oratória de Natal de J.S.Bach, numa produção do Bach Ensemble Amsterdam

Born in Évora, Portugal, João Moreira studied singing with Maria Repas Gonçalves at Academia de Música Eborense in Évora and at Lisbon’s Escola Superior de Música with Silvia Mateus. In addition, he participated in singing master classes with Gloria Banditelli, Maria Cristina Kiehr, Gerd Türk, Evelyn Tubb and Tom Krause. In the operatic repertoire he performed the role Orpheu in the homonymous opera by Fernando N. Lobo, in São Luiz Theatre, in Lisbon, Ixion in the opera La Descente d’Orphée aux Enfers by Charpentier, the tenor role of Agostinho in the opera Orquídea Branca by Jorge Salgueiro. He was part of the cast of the opera Crioulo by António 30


Tavares, a production of CCB, Lisbon. With Gulbenkian Orquestra, he was Giliberto in the opera La Zaira by Marcos Portugal. In December of 2013 he sang the Evangelist of Weihnachts Oratorium by J.S.Bach in a production of Bach Ensemble Amsterdam. Since January 2009, João has been living in The Netherlands and singing with Nederlands Kamerkoor, Nederlands Bach Society, Egidius Kwartet, Vox Luminis, Apollo Ensemble, Margaretha Consort, Cappella Amsterdam and Amsterdam Baroque Choir. Helena Raposo | teorba e guitarra barroca Helena nasceu na cidade de Ponta Delgada, Açores. Estudou Guitarra Clássica com Luciano Lombardi, Gianna de Toni, Hamilton Gonçalves e posteriormente, em Lisboa com Paulo Amorim. Completou em 2008 a Licenciatura em Alaúde e Tiorba pelo Departamento de Música da Universidade de Évora. No mesmo ano, Helena é admitida no programa de Mestrado em Performance - Práticas Históricas de Interpretação na Faculdade de Música Antiga do Trinity College of Music em Londres, completando em 2009 a sua Pós-Graduação. Estudou Alaúde renascentista, Alaúde barroco, Guitarra barroca e Tiorba com David Miller; Basso Contínuo com James Johnstone e David Miller; Teoria e Interpretação da Música Antiga (Medieval, Renascimento e Barroco) com Phillip Thorby, Belinda Sykes e Stephen Preston; Música de Câmara com Rebecca Miles, Alison Crum, Tim Taver-Brown e Walter Reiter. Helena participou em master-classes com Jacob Heringman, Frances Kelly, Dr. Anne Daye, John Crawford, Dr Owen Rees, Dominique Vellard, Peter Phillips, Graham O’Reilly, entre outros. Como intérprete Helena tem atuado com diversos ensembles, tanto como solista como contínuo em Portugal e no estrangeiro. O seu repertório abrange desde a música medieval, passando pelo renascimento até ao barroco. Ensina Alaúde e Música Antiga na Escola de Música do Conservatório Nacional em Lisboa. Born in the Azores Islands, Portugal, Helena began her musical studies in classical guitar and holds a degree from the Ponta Delgada Conservatoire studying with Luciano Lombardi, Gianna de Toni, Hamilton Gonçalves and at Lisbon with Paulo Amorim. In 2003 she began to study Lute and Theorbo and is awarded a degree by the Music Department of Évora University. In 2009 Helena completed her Post- Graduate Diploma in Performance Studies Master Degree, in Historical Performance Practice at the Early Music Faculty at Trinity College of Music, London. She studies the renaissance Lute, baroque Lute, baroque Guitar and Theorbo with David Miller at Trinity College of Music in London. Continuo playing with James Johnstone and David Miller. Early Music Theory and Interpretation (Medieval, Renaissance and Baroque) with Phillip Thorby, Belinda Sykes, Stephen Preston. Also Chamber Music with Rebecca Milles, Alison Crum,Timothy Tavers-Brown,Walter Reiter. Helena participated in several courses and 31


master-classes with internationally renowned scholars and performers such as: Jacob Herigman, Frances Kelly, Dr. Anne Daye, John Crawford, Dr Owen Rees, Dominique Vellard, Peter Phillips, Graham O’Reilly. As a performer Helena has worked with many ensembles, as soloist and as continuo player in Portugal and abroad, performing a diverse and extensive repertoire. She teaches Lute and Early Music at Escola de Música do Conservatório Nacional – Lisboa.

Jiyun Kang | viola da gamba Jiyun Kang estudou violoncelo na Universidade Hanyang, na Korea. Após finalizar os estudos integrou a Prime Philharmonic Orchestra durante dois anos e meio em Seoul, Korea. Em 2004 iniciou o estudo do violoncelo barroco no Conservatorio de Utrecht com Viola de Hoog e viola da gamba com Joshua Cheatham e prosseguiu para Master no violoncelo, no Conservatorio de Amsterdão onde terminou em 2010. Foi distinguida com a bolsa HSP HuygensScholarship . O seu interesse pela viola da gamba foi ganhando intensidade e terminou o seu master em 2013 sob a direcção de Mineke van der Velden e Philippe Pierlot no Royal Conservatory of the Hague. Frequentou master classes com Jaap ter Linden e Wieland Kuiken. Integrou projectos como Collegium Musicum Hanyang, Zefiro Ensemble, Derek Lee Ragin, Tafelmusik Baroque Orchestra, Accademia Montis Regalis. Actualmente conta com participações profissionais tanto a solo como em baixo continuo com os ensembles l’arco Sonoro, Concordi Musici in Netherlands, etc.Gravou o primeiro albúm do ensemble ‘Concordi Musici’ in 2009 by Audioguy Records. Following her studies of violoncello at Hanyang University in Korea, Jiyun Kang established herself in the Prime Philharmonic Orchestra in Seoul, Korea. In 2004, she came to Holland with great enthusiasm for historical performance and studied baroque cello with Viola de Hoog, viola da gamba with Joshua Cheatham in Conservatory of Utrecht and continued in Conservatory of Amsterdam where she obtained Master degree in 2010. During her study, she was awarded a HSP Huygens Scholarship. Her interest was directed increasingly to viola da gamba, the instrument in which she just completed her Masters Degree in 2013 under Mieneke van der Velden and Philippe Pierlot at the Royal Conservatory of the Hague. She also took masterclasses with Jaap ter Linden(baroque cello) and Wieland Kuijken(viola da gamba). Besides her study, she participated in many projects such as Collegium Musicum Hanyang Zefiro Ensemble, Derek Lee Ragin, Tafelmusik Baroque Orchestra, Accademia Montis Regalis. And she is now found herself as professional soloist and basso continuo player in the ensembles such as l’arco Sonoro, Concordi Musici in Netherlands. She recorded the first album of ensemble ‘Concordi Musici’ in 2009 by Audioguy Records. 32



Ensemble Armilar Sari Straatsma, traverso Jiyun Kang, viola da gamba Elsa Mathei, cravo

[PT] O Ensemble Armilar com a formação apresentada, constituiu-se propositadamente para o programa proposto em torno da música dedicada a pequenos espaços ou câmaras, como é mais utilizado para definir divisões de palacetes típicos da época barroca. Os membros que formam este grupo conhecem-se há muito tempo e vão-se profissionalmente cruzando no panorama musical, tendo em conta o repertório específico em que cada um é necessário. A cravista Elsa Mathei é a base do Ensemble Armilar, que residindo no Algarve, vai divulgando a música antiga à comunidade local. A escolha do nome do ensemble evoca a esfera armilar, que é um instrumento de astronomia aplicado à navegação, tão intrínseco na história dos descobrimentos portugueses. [EN] The Ensemble Armilar in its present formation has been conceived specifically for the proposed programme centred on the the music composed to small division, typical in the palaces of the barroque period. The members of the group have known each other for many years, and have often collaborated in projects, each in her own specific repertoire.The harpsichordist Elsa Mathei is the basis of the Ensemble Armilar, resident in the Algarve and making early music known to the local community. The choice of the name of the group evokes the armillary sphere, an astronomical instrument used in navigation, so important in the history of the Portuguese Discoveries.

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Programa / Programme François Couperin (1668-1733) Concerts Royaux: Second Concert (1722) Prélude Alllemande Fugueé Air Tendre Air Contre Fugué Échos

Johann Schenck (1660 - 1712) Chaconne for viola da gamba and continuo in G major from Scherzi Musicali Op. 6(1701)

Antoine Dornel (ca.1680 - 1756) Premiere Suite pour la flute Traversiere (1711) Prelude La Bellône, allemande La d’Herouville La Zephir Chaconne

Jean-Philippe Rameau (1683 - 1764) Pièces de clavecin en Concert (1741): Premier concert La Coulicam La Livri La Vézinet

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Notas de Programa / Notes [PT] O programa La Chambre de Musique ( O Quarto de Música) é

dedicado à música de câmara francesa composta no período barroco, com especial enfoque na formação em trio com a combinação de traverso, viola da gamba e cravo. Os Concert Royaux foram compostos para Louis XIV, por isso utilizar-se real na denominação dos concertos, e constituiem uma importante obra de música de câmara. Estes concertos são compostos por diversas danças mas são para se ouvir e não dançar, efectivamente. As Pièces de clavecin en concerts são a única obra de música de câmara composta por Rameau e destaca o cravo com um papel de obligato virtuoso, acompanhado pela flauta e viola da gamba, ao invés do papel de continuo e acompanhamento tipico deste instrumento. Perto de 1700, J-M. Hotteterre revolucionou a construção dos traversos, antecessor da flauta transversal actual, de forma a gerar um instrumento flexivel e com mais som que o existente. Hotteterre dividiu a flauta em três partes e adicionou uma chave para obter um ré#/mib. De todas as alterações realizadas na flauta resultaram uma melhoria no tom, nas notas agúdas, dinâmica e afinação. A “nova flauta barroca” tornou-se popular tal que suplantou a flauta de bisel e a fluta traversa renascentista. A viola da gamba surge em Espanha nos finais do séc.XV e nada mais é do que uma viola que se toca entre as pernas; por isso assim lhe chamaram, sendo “gamba” perna em italiano, que era considerado o idioma de erudição e para a distinguir das violas “da braccio”, que se tocavam encostadas ao ombro, um pouco como os violinos e as violetas.

[EN] The program La Chambre de Musique ( The musique room) dedicates to the french chamber music composed in the barroque period, specially for a trio of traverso, viola da gamba and harpsichord. The Concert Royaux were composed for Louis XIV, that/s why they are royal, and they are a reference of the chamber musique of this period. Schenck’s Scherzi musicali were published in 1698, and betray a range of influences; their inventiveness when dealing with variations over a ground 36


bass, and their structure as suites of dance movements, suggest that the composer knew of the latest fashions at the French court. The Pièces de clavecin en concerts constitute the only chamber music by Jean-Philippe Rameau. The harpsichord is at the heart of the ensemble, playing a fully written-out obbligato part with virtuosity, with the accompaniment falling to the traverso and viola da gamba, instead of only providing the role of a continuo bass. J-M. Hotteterre was a musician and one of the first instrument builders who started to develope the transverse flute around 1700 to get a more flexible instrument with a bigger sound. Hotteterre divided the flute into three pieces and added a key for D sharp / E flat. He also changed the boring of the flute so that the head joint became broader than the foot joint (conical). These changes improved the tone, high notes, dynamic possibilities and intonation of the flute. The ´new baroque flute ´ , traverso, became soon more popular than recorder or the previous renessaince flute. Also Hotteterre composed music for traverse to introduce the new possibilities of the traverso. The viola da gamba appeared in Europe at the end of the 15th century, being a viol played between the legs, gamba meaning “leg” in Italian, then considered the language of erudition, and to distinguish the instrument from the viola “da braccio”, played against the shoulder, rather like violins and violas.

Biografias / Biographies Sari Straatsma | traverso Sari Räsänen nasceu em Kuopio, Filandia, onde estudou flauta transversal no Conservatório de Música e Dança. Concluiu o curso de docente de flauta transversal em 1996 e o diploma de solista em 1999, com Outi Svoboda. Paralelamente, leccionou em diversas escolas de música e colaborou regularmente com a Kuopio City Orchestra. Entre 1999 e 2000, Sari prosseguiu os seus estudos na “ Hogeschool voor de Kunsten, Utrecht, Faculteit Muziek” com Abbie de Quant. Nesse mesmo ano de 1999, iniciou os primeiros contactos com o traverso, sob a maestria de Wilbert Hazelzet. Após finalizar em 2000 a sua especialzação na flauta transversal, dedicou-se exclusivamente ao traverso. Sari frequentou diversas master classes com distintas personalidades do mundo do barroco, nomeadamente, Maarten Root e Barthold 37


Kuijken. Em Junho de 2002 termina o curso Médio de Traverso, em 2004 a Licenciatura, com louvor e o Mestrado em 2006, sempre sob a direcção de Wilbert Hazelzet. Desde 2002 que Sari tem vindo a colaborar com numerosos ensembles de música de câmara em diversos países nomeadamente Filandia, Suécia, Alemanha, Bélgica, Eslovénia e Holanda. Participou nos concertos Fringe, inseridos no Festival de Música Antiga de Utrecht, colaborando com diversos ensembles. Com Pramea Ensemble participou no “International Presentation of Young Artists 2003, Festival van Vlaanderen” em Antuérpia, assim como, integrou diversas séries de concertos no Festival Brežice em 2004. 2009 na Eslovénia, tendo sido transmitidos pela radio e televisão Eslovena. Pramea Ensemble gravou o seu primeiro CD em 2005 e o segundo em 2009. Sari goi seleccionada diversas vezes para tocar no Kuopio Baroque Festival. Desde 2003 que colabora com diversas orquestras barrocas na Filândia, Holanda e Alemanha, onde se incluem nomes como Amsterdam Baroque Orchestra, Helsinki Baroque Orchestra e La Risonanza.

Sari Straatsma was born in Kuopio, Finland, where she studied flute at the Conservatory of Music and Dance. She achieved her teacher’s diploma in 1996 and her soloist diploma in 1999 with Outi Svoboda. In addition to her flute studies, she taught flute in several music schools, and played as a freelancer in the Kuopio City Orchestra. From 1999 to 2000, Sari continued her flute studies at the “ Hogeschool voor de Kunsten, Utrecht, Faculteit Muziek” with Abbie de Quant. Autumn 1999, she followed her first traverso lessons ever with Wilbert Hazelzet. Since 2000, after making a fast progress, Sari could concentrate on her baroque flute studies with Wilbert Hazelzet as a main subject. She loves the sound of the traverso and is keen on searching the possibilities for dynamics, expression and colours. Sari feels at home with the flute and the music of the 18th and the 19th century. Sari has also participated in master classes, amongst others Maarten Root and Barthold Kuijken. In June 2002, she completed her traverso Certificate, and in June 2004 her Bachelor of Music with honours. In June 2006 Sari obtained her Postgraduate diploma (Master of Music). Since 2002, Sari has been playing in numerous chamber music ensembles including in Finland, Sweden, Germany, Belgium, Slovenia and The Netherlands. She has performed in the series of Fringe Concerts of the Holland Early Music Festival with several ensembles.With Pramea Ensemble she has been playing series of concerts in Festival Brežice in 2004- 2009 in Slovenia. Those concerts were also broadcasted on the Slovenian radio and television. Sari has also performed a series of concerts in Kuopio Baroque Festivals. Since 2003, Sari has also played in several baroque orchestras in the Netherlands, Finland and Germany including the Amsterdam Baroque Orchestra, Helsinki Baroque Orchestra, Holland Baroque Society and La Risonanza. 38


Jiyun Kang | viola da gamba Jiyun Kang estudou violoncelo na Universidade Hanyang, na Korea. Após finalizar os estudos integrou a Prime Philharmonic Orchestra durante dois anos e meio em Seoul, Korea. Em 2004 iniciou o estudo do violoncelo barroco no Conservatorio de Utrecht com Viola de Hoog e viola da gamba com Joshua Cheatham e prosseguiu para Master no violoncelo, no Conservatorio de Amsterdão onde terminou em 2010. Foi distinguida com a bolsa HSP HuygensScholarship . O seu interesse pela viola da gamba foi ganhando intensidade e terminou o seu master em 2013 sob a direcção de Mineke van der Velden e Philippe Pierlot no Royal Conservatory of the Hague. Frequentou master classes com Jaap ter Linden e Wieland Kuiken. Integrou projectos como Collegium Musicum Hanyang, Zefiro Ensemble, Derek Lee Ragin, Tafelmusik Baroque Orchestra, Accademia Montis Regalis. Actualmente conta com participações profissionais tanto a solo como em baixo continuo com os ensembles l’arco Sonoro, Concordi Musici in Netherlands, etc.Gravou o primeiro albúm do ensemble ‘Concordi Musici’ in 2009 by Audioguy Records. Following her studies of violoncello at Hanyang University in Korea, Jiyun Kang established herself in the Prime Philharmonic Orchestra in Seoul, Korea. In 2004, she came to Holland with great enthusiasm for historical performance and studied baroque cello with Viola de Hoog, viola da gamba with Joshua Cheatham in Conservatory of Utrecht and continued in Conservatory of Amsterdam where she obtained Master degree in 2010. During her study, she was awarded a HSP Huygens Scholarship. Her interest was directed increasingly to viola da gamba, the instrument in which she just completed her Masters Degree in 2013 under Mieneke van der Velden and Philippe Pierlot at the Royal Conservatory of the Hague. She also took masterclasses with Jaap ter Linden(baroque cello) and Wieland Kuijken(viola da gamba). Besides her study, she participated in many projects such as Collegium Musicum Hanyang Zefiro Ensemble, Derek Lee Ragin, Tafelmusik Baroque Orchestra, Accademia Montis Regalis. And she is now found herself as professional soloist and basso continuo player in the ensembles such as l’arco Sonoro, Concordi Musici in Netherlands. She recorded the first album of ensemble ‘Concordi Musici’ in 2009 by Audioguy Records.

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Elsa Mathei | cravo Iniciou os seus estudos musicais com a Prof.Maria Luisa Bruto da Costa e aos 13 anos ingressa na classe de Cravo da Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa. É Licenciada em Cravo pela ESMAE, no Porto, sob a orientação da Prof. Ana Mafalda Castro e Pos-graduada em Pianoforte pela ESMUC, em Barcelona, com Arthur Schoonderwoerd. Posteriormente segue os seus estudos de aperfeiçoamento com Siebe Henstra, no Conservatório de Música de Utrecht, na Holanda. Aperfeiçoa os seus estudos com diversas personalidades nacionais e internacionais, e em diversos cursos relevantes do panorama musical histórico actual, destacando-se, o trabalho realizado em Cravo com Jacques Ogg, Rinaldo Alessandrini, Ketil Haugsand, Wilton Wyoninsky, Pascal Dubreil, Bob van Asperen, Ewald Demeyere, Richard Egarr, entre outros, e Música de Câmara com Pedro Couto Soares, Wilbert Hazelzet, Paolo Pandolfo, Max von Egdmond, Rainer Ziperling, Ku Ebinger, Peter Hostlag, Emilio Moreno, Amandine Beyer, Lorenzo Coppola, Jill Feldman, Ricardo Kanji, Richard Gwilt, Peter van Heyghen, Marcel Beekman, entre outros. Paralelamente desenvolve a sua carreira de docente. Como cravista acompanhadora, toca regularmente em diversos cursos e grupos de música de câmara, colaborando com orquestras, entre elas Orquestra de Cascais e Oeiras, o Divino Sospiro, orquestra do Algarve, entre outras, assim como em diversos cursos de aperfeiçoamento. Actualmente reside em Lagos, onde desenvolve a sua actividade de docência e é a directora Artística do ciclo de música Antiga Sons Antigos a Sul, que decorre em Agosto, no Barlavento Algarvio. Born in Lisbon and studied harpsichord at the Escola de Música do Conservatório de Lisboa. Had the Bachelor degree in Escola Superior de Música do Porto with Ana Mafalda Castro. Post-graduated in Pianoforte at Escola Superior Musica de Barcelona with Arthur Schoonderwoerd in 2007. Frequency in Harpsichord course in Conservatoire of Utrecht with Siebe Henstra.Worked With several important references in Early Music, both in Harpsichord and Chamber Music like Jacques Ogg, Rinaldo Alessandrini, Ketil Haugsand, Wilton Wyoninsky, Pedro Couto Soares, Wilbert Hazelzet, Paolo Pandolfo , Max Von Egdmond, Rainer Ziperling, Peter Hostlag, Jill Feldman, Enrico Onofri, Pascal Dubreill, Reitze Smits, Marc Hantai, among several others.Worked several years as harpsichord teatcher as principal and secundary subject. As accompanist, worked in several workshops, like the important musicians Alfredo Bernardini, Enrique Onofri, among others. Colaborate with several portuguese orquestras and played chamber music in several parts and with diferent groups of Portugal. She is the Artistic director of the festival Sons antigo a Sul that happens in west Algarve, dedicated to early music.

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O LUSITANO: Mito Sebastianista | Saudade e Identidade Portuguesa

“Louco, sim, louco, porque quis grandeza / Qual a Sorte a não dá. / Não coube em mim minha certeza; / Por isso onde o areal está / Ficou meu ser que houve, não o que há. / Minha loucura, outros que me a tomem / Com o que nela ia. / Sem a loucura que é o homem / Mais que a besta sadia, Cadáver adiado que procria?” [“Dom Sebastião, Rei de Portugal”, by Fernando Pessoa [1888-1935)]

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Programa / Programme O LUSITANO: MITO SEBASTIANISTA | SAUDADE E IDENTIDADE PORTUGUESA PORTUGAL DE AVIS DE 1385 A 1580

CANÇÃO PROFANA RENASCENTISTA: ORIGENS DO MITO SAUDADE VILANCICOS, ROMANCES E CANTIGAS

Senhora del Mundo | Anónimo in Cancioneiro Musical Bibliothèque de l’Ecole Supérieure des Beaux-Arts de Paris 1520-1530 Terra donde me crei O tempo bom tudo cura Soledad tengo de ti terra Anónimos in Cancioneiro de Lisboa [Cancioneiro da Biblioteca Nacional (1530 - 1550)]

*** Ninha era la Infanta (1521) | texto recitado: “Cortes de Júpiter”, Gil Vicente Anónimo in Cancioneiro de Lisboa [ibidem]

II O LUSITANO - 1578 Prima Pars: La Guerre [extracto/extract] | Clement Janequin (1485-1558) Publicado por / published by Pierre Attaingnant (Paris c. 1528) Seconda Pars: Batalha de VI Tom | Pedro de Araújo (1662–1705), In “Livro de Obras de Órgão”, MS 964, Braga, Portugal, ca.1660 Terza Pars: Puestos estan frente a frente | Anónimo In Miguel Leitão Andrade (1553-1630), “Miscellanea do sitio de N. Sª. da Luz do Pedrogão Grande (…) “ 44


*** III PORTUGAL FILIPINO DE 1580 A 1640

PORTUGAL HISPÂNICO - A PERDA DA IDENTIDADE, FUGA E EXALTAÇÃO DO MITO SEBASTIANISTA

Dos estrellas lo siguen | Manuel Machado (1584-1646) In Cancionero de la Sablonara [Munique 1624-1625] Outra [Segunda] Susana grosada a 4 sobre a de 5 Manuel Rodrigues Coelho (1570-1675) In Flores de musica pera o instrumento de tecla & harpa em 1620 Fransiquiya donde vamo Guineo a 4 para a comunhão Quieres, pastorcillo? – Vilancico a 4 para o Corpus Cristi Vaya la princesa, vaya – Vilancico a 4 para a Assunção da Virgem Maria Gaspar Fernandes (c.1570-c.1629) in Cancioneiro Musical da Catedral de Oaxaca, México, 1609-1629

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Notas de Programa / Notes [PT] O Lusitano: Mito Sebastianista | Saudade e Identidade Portuguesa I PORTUGAL de AVIS de 1385 a 1580 Canção profana renascentista: origens do mito saudade - Vilancicos, romances e cantigas As formas líricas renascentistas, hoje apresentadas, são o ponto de origem de um mais tardio género musical tradicional português: Fado (destino). “Ninha era la Infanta” (Young was the Princess), é um romance a quatro partes, escrito para o momento da partida da princesa D. Beatriz, segunda filha do Rei D. Manuel, a caminho do seu casamento com Carlos III, Duque de Sabóia em 1521. Ilustra também a melancolia - “saudade” - em torno desta jovem mulher, de partida do seu País e da sua família.

II O LUSITANO – 1578 A morte do rei Português em 1578 levou a um movimento nacionalista denominado Sebastianismo. Este mito nacional surge ciclicamente nos momentos mais negros da História Nacional e apresenta D. Sebastião como o aguardado e esperado herói que salva o País. As palavras “El Lusitano” aparecem no romance anónimo ‘Puestos estan frente a frente’ de Miguel Leitão Andrade (1553-1630). O Romance é uma forma lírica genuinamente representativa da Península Ibérica; estes longos poemas, escritos em forma octossilábica, descrevem eventos históricos. Este particularmente informa sobre a batalha de Alcácer-Quibir (Al Quasr al-kibr - 1578) on donde o exército Português lutou pela defesa do Império em África. O Rei D. Sebastião, O Lusitano, morreu nesta batalha, o que levou à perda da Independência para o Império Espanhol em 1580 (até 1640). O mito Sebastianista incorpora o sentimento de ‘saudade’, tão enraizado e característico da identidade do povo Português, até ao presente.

III PORTUGAL FILIPINO de 1580 a 1640 Portugal hispânico - a perda da identidade, fuga e exaltação do mito sebastianista A união política provocada pela dinastia Filipina neste período permitiu oportunidades de carreira a compositores portugueses tanto em Espanha como no Novo-Mundo. Esta secção mostra então uma música de elevado cruzamento cultural. Deles destacamos Manuel Machado (1590–1646), discípulo de Duarte Lobo e membro da Capela Real Espanhola e Manuel Rodrigues Coelho (1570-1675), o único organista da Catedral de Lisboa a publicar uma colectânea de obras durante o domínio espanhol: Flores de musica pera o instrumento de tecla & harpa em 1620. Os vilancicos de Gaspar Fernandes (1570-1629), nascido em Portugal e Mestre de Capela na Catedral de Puebla (México) e na Catedral de Guatemala, terão sido escri46


tos com a intenção de evangelizar as populações nativas e os imigrantes da Península Ibérica e continente africano. Destes, destacamos “Fransiquiya donde vamo”, um guineo (vilancico que retrata os escravos africanos chegados ao Novo Mundo, imitando a sua forma de falar) para a comunhão; “Quieres, pastorcillo?”, um vilancico pastoril para a celebração do Corpus Cristi e “Vaya la Princesa”, escrito para as celebrações de 15 de Agosto, da Assunção de Nossa Senhora. Este vilancico retrata a viagem terrena-celestial - a Assunção - metaforizando os símbolos/ atributos de Nossa Senhora eg manto celestial, vestido de luz de sol, toucado com estrelas.

[EN] English Sinopsis I Senhora del Mundo (Lady of the World), it is a two-part vilancico, one of the most common music/poetical genres of the Iberian Peninsula in the Renaissance. In this particular piece, the text glorifies a Woman/Senhora, gentle metaphor for the Virgin Mary. The vilancicos in Cancioneiro de Lisboa that we have chosen, depict the feelings of saudade. Ninha era la Infanta (Young was the Princess), is a four-part romance written by portuguese dramaturg Gil Vicente for the moment of the departure of Princess Beatriz, the second daughter of King D. Manuel I, on her way to wed Charles III, Duke of Savoy in 1521. It also depicts the melancholy around this young girl leaving her family and country. II Ensaladas are an iberian renaissance music genre: they are a mixture of songs, some of them popular and known, entwined by musical texts of different meter and rhythms. ‘La Guerre’ depicts the ‘Batalla de Marignano’ (Italy, September 1515), in which the army of François I (France) won against the Suisse army, under Carlos V’s command (Spanish Empire). This piece initiated a musical genre - commonly described as ‘bataglia/ batalha/ bataille/ battle’ – which has inspired both vocal and instrumental pieces, e.g. the “ensalada” ‘La Guerra’ by Mateo Flecha Il Viejo (1481 – 1553) and the organ piece “Batalha de VI Tom”, by the Portuguese organist and composer Pedro de Araujo, presented today.The first part of Janequin’s La Guerre is almost ipsis verbis the first part of Araujo’s “batalha”. The Romance “Puestos estan frente a frente” is a lyric form that is genuinely representative of the Iberian Peninsula. These long poems, written on octosyllabic lines, inform on historical events. “Puestos estan Frente a Frente” depicts the battle of Alcácer-Quibir (Al Quasr al-kibr. 1578) where the Portuguese army was fighting for the defense of the Empire in Africa. Our King D. Sebastião died in this battle which lead to the lost of independence to the Spanish Empire in 1580 (until 1640). The death of the young Portuguese King overseas led to a nationalistic movement later called as “Sebastianism”, a national myth that cyclically arises in Portugal’s most difficult moments throughout History. The myth presents D. Sebastião as the still-to-come and long awaited hero that will save Portugal. III Gaspar Fernandes studied music at the famous Évora Cathedral in Portugal, and later on became the chapel master at the Cathedrals of Guatemala (1599-1606) and Puebla, Mexico (1606-29). He is known for its villancicos, written for several christian ocasions, as those we present today: comunion, corpus christi and the Assumption of Mary, also known as Assumption Day, that celebrates the day that God assumed the Virgin Mary into Heaven following her death, according to popular Christian belief. It is the principal feast day of the Virgin Mother. It is celebrated annually on August 15. @Daniela Tomaz 47


Textos / Texts Senhora del Mundo | Anónimo in Cancioneiro Musical Bibliothèque de l’Ecole Supérieure des Beaux-Arts de Paris Senhora del Mundo Princesa de vida, seáis de tal hijo en buena ora parida. Aquel soberano supremo Señor, por suma bondad vencido d’amor.

Tristis ero hasta la muerte pos que alongado de ti andarei mi triste suerte. O tempo bom tudo cura | Anónimo Anónimo in Cancioneiro de Lisboa O Tempo bom tudo cura mas a mim triste matou pello bem que me leuou

De vos toma el trage de manso pastor, porque d’el no huya la oveja perdida.

Soledad tengo de ti terra | Anónimo Anónimo in Cancioneiro de Lisboa

(…)

Ninha era la Infanta | Anónimo (1521) | texto recitado: “Cortes de Júpiter”, Gil Vicente

Trocamos por vos pesar en plazer, y siempre ganar y nunca perder. Pobreza en riqueza ignorancia en saber, el hambre en hartura, la muerte en la vida. Terra donde me crei | Anónimo Anónimo in Cancioneiro de Lisboa Terra donde me criei quem me aparto de ti? Sempre triste viverei lhorando pois te perdi. Mis dias seran penados 48

sim aver quem los confuerte. E mis plazeres tornados em pena i ansia forte.

***

Niña era la Ifanta, doña Beatriz se decía, nieta del buen rey Hernando, el mejor rey de Castilla, hija del rey don Manuel y reina doña María, reyes de tanta bondad que tales dos no había. Niña la casó su padre, muy hermosa a maravilla, con el duque de Saboya que bien le pertenecía, señor de muchos señores, más que rey es su valía. Ya se parte la Ifanta, la Ifanta se partía


de la muy leal ciudad que Lixbona se decía;

Escoutez, tous gentilz Galloys, la victoire du noble roy Françoys.

II Anónimo in Cancioneiro de Lisboa [ibidem]

Seconda Pars: Batalha de VI Tom | Pedro de Araújo (1662–1705),

Ninha era la infanta neta Del Rey de Castilha Dona Briatiz ha por nome todalas gratias tenia Hija Del Rei que nel mundo, otra tal no se sabia todolos Reis del Oriente le hazem gram cortesia I (continuação) La riqueza que llevaba vale toda Alejandría, sus naves muy alterosas, sin cuento la artellaría. Va por el mar de Levante tal que temblaba Turquía. Con ella va el Arzobispo, señor de la cleresía, van condes y caballeros de muy notable osadía, lleva damas muy hermosas hijasdalgo y de valía. ¡Dios los lleve a salvamiento como su madre querría! O Lusitano Prima Pars: La Guerre [extracto/extract] | Clement Janequin (1485-1558)

Terza Pars: Puestos estan frente a frente | Anónimo In Miguel Leitão Andrade (1553-1630), “Miscellanea do sitio de N. Sª. da Luz do Pedrogão Grande (…) 1629 “ I e II Puestos estan frente a frente Los dos valerosos campos Uno es del Rey Maluco Otro de Sebastiano El lusitano. Moço, animoso y valiente Robusto determinado, Aunque de poca experiencia Y no bien aconsejado, El lusitano. III e IV Quando los Moros sin cuento Su hueste la van cercando, 
 Que para uno de los suyos Son más dieziocho tantos. Ardiendo en fuego su pecho Rabia por poner las manos Piensa que todos son nada Manda a pelea echar bando El lusitano.
 V e VI Brama que envistan los moros 49


Y el exército contrário Ya se vá llegando cerca Aellos (dize) Santiago, El lusitano.

Sebastiano el Lusitano, Diziendo ahora es la hora, Que un bel morir, tuta la vita honora.

Dispara la artilheria La nuestra mal disparando, Llueven balas, llueve muertes, Saetas y mosquetazos.

(falado no final em portugues: Palavras que este Reytrazia dantes na boca & costumava dizer muitas vezes.)

XI e XII Que por los lados ya todos Es vanguardia nuestro campo. Y con sangre de los muertos, Está echo un gran lago. El Lusitano. Todo lo anda el buen Rey, Dando muertes muy gallardo, La espada tinta de sangre, Lança rota, sin cavallo. XIII e XIV Que el suyo passado el pecho Ya no puede dar un passo, A George D’Albuquerque pide Le dè su rucio rodado. Daselo de buena gana, Y el Rey cavalga de un salto, Mirale el Rey como jaze, De espaldas casi espirando. XV e XVI Mas le dize que se salve, Pues todo es roto en pedaços, Y el Rey se vá a los moros, A los moros Sebastiano. El Lusitano. Busca la muerte en dar muertes, 50

*** Dos estrellas lo siguen Manuel Machado (1584-1646) In Cancionero de la Sablonara [Munique 1624-1625] I Dos estrellas le siguen morena y dan luz al sol va de apuesta señora morena qu’ essos ojos son. II.Vuestra boca parece morena la India oriental Aunque en perlas más rica morena qu’en Oriente está. III. Quien no imbidia la suerte morena de esclavo vuestro Pues le bolveis de esclavo morena dueño del cielo. Outra [Segunda] Susana grosada a 4 sobre a de 5 | Manuel Rodrigues Coelho (1570-1675) in Flores de musica pera o instrumento de tecla & harpa em 1620


*** Fransiquiya donde vamo - Guineo a 4 Gaspar Fernandes (c.1570-c.1629) Estribillo I. Fransiquiya donde vamo junto con vosa mecé? II. Pues agora preguntamo donde va vosa mecé? III: Pues agora done vamo junto con vosa mecé? A comelo dona fe pan con que turo hartamo A buscalo dona fe pan con que turo hartamo. Coplas I . Cómo harta la criatura? Borarito deci voso Bocarito tene Dioso que sa divina hartura II. Si no sábelo lo cielo Como sábelo lo pan Cómelo lo que le dan que lo demás no entenderlo

Quieres, pastorcillo? – Vilancico a 4 Gaspar Fernandes Estribillo Quieres Pastorcillo ver la esencia mía? Mi Dios, sí querría, mas no se decillo. Coplas Si mi ser divino quieres ver humano extiende la mano a gustar del vino daréte un gustillo que mi pan lo cría.

II. Se adelante van pastor tus intentos los ojos atentos ten al blanco pan que su saborcillo sabe a virtud mía. III. Con ojos de fe me verás, pastor y con más amor yo te miraré no quedes cortillo habla en lengua mía. Vaya la princesa, vaya – Vilancico a 4 Gaspar Fernandes Estribillo Vaya la Princesa, vaya aunque al suelo desconsuela y hará alfombra la tela de que se cortó su saya. Coplas I. A quella mujer que vido Juan en el cielo subida del sol se hizo el vestido con que estaba tan lucida mas agora cuando vaya será du su chapin suela y hará alfombra la tela de que se cortó su saya. II. La que adornaban estrellas de su cabeza el tocado ya le servirán de estrado y allí se verán mas bellas y para cuando allá vaya todo el cielo se desvela y será divina la tela el brocado de su saya. FINE

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Voce Humana & Ars Lusitana Daniela Tomaz, flautas Catarina Costa e Silva, soprano e dança Maria Bayley, clavisimbalum e soprano Isaac Alonso de Molina, cravo e tenor Tiago Sá, baixo Voce Humana é um ensemble formado em 2011, com o objectivo de unir instrumentalistas e cantores em torno do pré-barroco, tendo entretanto aperfeiçoado o reportório profano do Renascimento Ibérico. Os seus elementos fundadores são originários de Portugal, França, Cuba e Países Baixos, tendo estudado nos Departamentos de Música Antiga dos Conservatórios Superiores de Utrecht e Tilburg, Países Baixos, mas conta actualmente com uma formação variável. O Ensemble fez a sua estreia na XXX Edição do Utrecht Early Music Festival, Fringe series, em Agosto de 2011. Entretanto já foram convidados a actuar na abertura Oficial da Hogeschool voor de Kusten Utrecht, com a Van Swieten Society, na série de concertos Kasteelconcerten e no Teatro RASA, em Utrecht, num showcase da Barend Tobe Cultural Connections. Ars Lusitana é um grupo dedicado à performance historicamente informada de música medieval e renascentista, dando especial atenção (mas não se restringindo) a música ibérica. De formação variável, foi fundado por Maria Bayley em 2011, e desde esse ano que já realizou vários projectos, incluindo o Requiem de Tomás Luis de Victoria a seis vozes, um programa dedicado ao hino “Ut queant laxis” no século XV, e outro dedicado à música de Frei Manuel Cardoso. O ensemble apresentou-se já em vários locais em Portugal e na Holanda, incluindo o Fringe do Festival de Utrecht em 2012. Foi recentemente convidado a actuar no Ciclo de Música Antiga da Catedral de Valência (Espanha), e no Ciclo de Música da Leonhardskirche em Basel (Suíça). Os grupos uniram-se pela primeira vez em Novembro de 2013, sob direcção artística de Daniela Tomaz e Maria Bayley, no evento “Bestemming Nederland’: Symposium in het kader van 50 jaar wervingsverdrag tussen Portugal & Nederland”, organizado pela Fundação Portugal-Holanda e pela Embaixada Portuguesa em Haia. 52


Daniela Tomaz inicia os seus estudos musicais em 1990 no Conservatório Regional de Gaia como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, estudando com Pedro Castro, Pedro Couto Soares e Pedro Sousa Silva. Em 2008 prossegue com os estudos musicais no Departamento de Música Antiga da Hogeschool voor de Kunsten Utrecht (HKU), Países Baixos, sob orientação de Heiko ter Schegget em Flauta de bisel e Wilbert Hazelzet em Traverso, graduando-se em Abril de 2012 Cum Laude. É Directora Artística do Ensemble Med, Voce Humana e No Sopro do Vento, tendo já colaborado com o Ensemble Barroco da Orquestra Orff do Porto, Ensemble Pavaniglia, Trovas d’Amigo, Rosa Gallica, Les Guillaumes, Fontys Early Music Ensemble, Henk Verhoef, Leids Barok Ensemble e Capella Duriensis, com quem gravou em Abril de 2013, a Missa pro Defunctis de Lourenço Ribeiro. Já se apresentou em Portugal, Espanha, França, Alemanha, Suécia e Países Baixos, desenvolvendo mais recentemente programas no âmbito da Música Medieval e Renascentista, destacando: Jornadas Medievais de Sesimbra (2010 e 2011), Les pontorsonades des arts (Pontorson 2011), 30ª Edição do Utrecht Early Music Festival (Fringe 2010), De Open Blokfluit Dagen Amsterdam (2012), The Best of Dutch Conservatories (2012), Notre Dame de Poitiers / Église de Salles-Curan / Église Saint Martin de Ligugé (2012), II Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul (2013), Catharijne Convent Classique Series (2014) e o III Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul (2014). Licenciou-se em 2006 em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, apresentando como Tese de Licenciatura: “Arquitectura e acústica: o es­paço sinestético”. Desde Setembro de 2012, colabora na Direcção Artística da Academia de Música de Lagos. Daniela Tomaz was born in Porto, Portugal. In 2001 she obtained the degree

of Complementary Studies in Recorder at the Conservatório de Música do Porto. In April 2012, she graduated (Cum Laude) in Recorder, from the Early Music Department of the Utrecht Conservatory, under guidance of Heiko Ter Schegget. She also studied Traverso with Wilbert Hazelzet. Furthermore she received historically informed ensemble practice with Siebe Henstra,Wouter Verschuren, Frank de Bruine, Adrián Rodriguez Van der Spoel and Rebecca Stewart. She is Artistic director within three active ensembles: Ensemble Med, Voce Humana and No Sopro do Vento, having played in several venues in the Netherlands, France and Portugal, mainly the Fringe Series of the 30th edition of the Utrecht Early Music Festival (August 2011), De Open Blokfluit Dagen Amsterdam (October 2012), the Kastelconcerten Series, Rasa Theatre, and the 2nd and 3rd Edition of the Ciclo de Música Antiga [Early Music Festival] Sons Antigos a Sul (Algarve, Portugal - August 2013 and 2014). As an active chamber music musician she is often invited to other early music ensembles and musicians: Rosa Gallica, Trovas d’Amigo, Les Guillaumes, Fontys Early Music Ensemble, Henk Verhoef, Leids Barok Ensemble, Capella Duriensis, with whom she recorded the Missa pro Defunctis of Lourenço Ribeiro [Música Sacra de Portugal Vol. 1 – O Rito Bracarense] , under the artistic direction of Jonathan Ayerst, in April 2013 and Ars Lusitana. She is also a graduated Architect by the Faculty of Architecture of Porto (FAUP), Portugal, since 2006, having written her final thesis under the theme : “Archi53


tecture and Acoustics: the synesthethic space”. Since September 2012, she is working in Artistic Programming and Production at Academia de Música de Lagos, (Portugal).

Maria Bayley começou os seus estudos musicais aos dez anos no Instituto Gregoriano de Lisboa, na classe de cravo de Cristiano Holtz e canto com Elsa Cortez.Participou em vários cursos e masterclasses de cravo, clavicórdio, teclados medievais e canto com nomes como Ketil Haugsand, Elizabeth Wright, Rebecca Stewart, Marcel Pérès, Luca Riccosa entre outros.Após terminar o curso secundário de cravo com nota máxima, ingressa no Conservatório Real de Haia (Países Baixos) para estudar cravo com Jacques Ogg. Foi-lhe atribuído primeiro prémio nos concursos Prémio Carlos Seixas (2005), Concurso Nacional de Cravo (2008) e Prémio Jovens Intérpretes de Música Antiga (2012).Como músico de ensemble, tanto tocando teclados como cantando, colaborou com grupos como La Academia de los Nocturnos, Ensemble Ascoli, Collegium Musicum Amsterdam, Die Koloristen, Cantores Sancti Gregorii, Palma Choralis, Voce Humana, entre outros. Com o ensemble Heptachordum, do qual é membro fundador, ganhou o primeiro lugar do Prémio Jovens Músicos 2012, na categoria de Música Barroca. Apresentou-se com este ensemble em concerto em vários eventos portugueses, tais como o ciclo “A volta do Barroco” da Casa da Música do Porto, e o Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim.Participou recentemente como cravista num projecto de música de J.S.Bach com a Orquestra XXI.É fundadora do ensemble Ars Lusitana, grupo enfocado na interpretação historicamente informada de música portuguesa (acima descrito). Para além do cravo e do canto, estuda harpa barroca italiana e ibérica. Presentemente, estuda no último ano de mestrado na Schola Cantorum Basiliensis (Suíça), especializandose em teclados medievais e renascentistas com Corina Marti, e no último ano de mestrado em canto com especialização em Música Antigua em Tilburg (Países Baixos), com Ildikó Hajnal e Vitali Rozynko. Maria Bayley started her musical studies at age ten in the Gregorian Institute of Lisbon, studying harpsichord with Cristiano Holtz and singing with Elsa Cortez.She participated in many workshops on harpsichord, clavichord, medieval keyboards and singing with Ketil Haugsand, Elizabeth Wright, Rebecca Stewart, Marcel Pérès, Luca Riccosa, among others.After finishing the Gregorian Institute with maximum grade, she continued her studies in the Royal Conservatoire of The Hague (The Netherlands), studying harpsichord with Jacques Ogg. She won the first prize of the competitions Carlos Seixas Prize (2005), Portuguese National Harpsichord Competition (2008) and Young Interpreters of Early Music Prize (2012). As an ensemble musician, both playing and singing, she has colaborated with ensembles such as La Academia de los Nocturnos, Ensemble Ascoli, Collegium Musicum Amsterdam, Die Koloristen, Cantores Sancti Gregorii, Palma Choralis, Voce Humana, etc. With ensemble Heptachordum, of which she is a founder member, she won the first prize in the Young Musicians Award of 2012, in 54


the Baroque Ensemble cathegory. She has performed with this ensemble in several Portuguese events, such as the “Around the Baroque” cycle in Oporto’s House of Music, and in the Póvoa de Varzim International Music Festival. She recently participated as a harpsichordist in a project dedicated to J.S.Bach’s music with the Orquestra XXI.She is the founder of Ars Lusitana, a group dedicated to the historically informed performance of Portuguese music. Founded in 2011, it has interpreted several programs by composers such as Frei Manuel Cardoso and Tomás Luis de Victoria.The group has performed in several countries in Europe, including the Utrecht Festival Fringe (The Netherlands), the concert cycle of the Leonhardskirche in Basel (Switzerland) and in the Valencia Early Music Cycle (Spain).Besides harpsichord and singing, she studies Baroque Italian harp and Iberian harp. She currently studies in the master in Medieval Keyboards in the Schola Cantorum Basiliensis (Switzerland) with Corina Marti, and in the master in singing with specialization in Early Music in the Tilburg Conservatoire (The Netherlands), with Ildikó Hajnal and Vitali Rozynko.

Catarina Costa e Silva concluiu o curso complementar de dança no Ginasiano Escola de Dança em 1993. Fez formação em dança do Renascimento Italiano, do Renascimento Francês e em dança do Barroco Francês com Bruna Gondoni, Caroline Pingault, Cecília Gracio Moura, Cecília Nocilli, Dorothée Wortelboer, Françoise Denieau, Jürgen Schrape, Marie Geneviève Massé e Maria José Ruiz, Maurizio Padovan.Trabalhou Canto Antigo com Jill Feldmann e Béatrice Cramoix, assim como, com esta última, Gestuelle Baroque. Na área da Dança Antiga destaca o trabalho realizado com a cravista Ana Mafalda Castro, destacando a sua participação com três solos de dança barroca no concerto “Mulheres, Barroco, Dança” do grupo Udite Amanti (Centro Cultural de Belém, 2005). Em dança moderna e contemporânea interpretou coreografias de Marcelo José, Yara de Cunto, Águeda Sena, Adriana Borielo, Hugo Rodas, Ana D’Andrea, Mélanie Clark, Pedro Carvalho, Ronit Ziv (Companhia Instável 2000) e Joclécio Azevedo (deste último, destacando a participação no Festival Aerowaves 2003-Londres). Em 2003 fundou o Ensemble Pavaniglia que se dedica à reconstituição de repertório coreográfico e musical dos períodos renascentista e barroco, tendo participado na criação de Bailes Quinhentistas (Guimarães 2003, 2004, 2005; Viana do Castelo, 2005; Famalicão, 2005, 2006, 2007) assim como se apresentando em concerto. Com este grupo realiza frequentemente concertos didácticos (destacando o concerto realizado nos Paços dos Duques de Bragança, Guimarães, 2007).Lecciona Danças Antigas na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do Porto no Curso de Música Antiga (desde 2005) e no Curso Superior de Teatro (desde 2000); na UATIP (Universidade Autodidacta e da Terceira Idade do Porto, desde 2004); cursos de curta duração em diferentes instituições de ensino como conservatórios, academias (destacando os regulares cursos organizados pela Academia de Música Antiga de Lisboa) e festivais (destacando os Encontros de Música Antiga de Loulé).É licenciada em Canto pela Escola Superior de Música e 55


das Artes do Espectáculo e licenciada em História, variante Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Em 2001 concluiu o Master of Arts em Estudos Musico-Teatrais, na Universidade de Sheffield (U.K.) com a dissertação The role of dance in H. Purcell’s Dido and Aeneas. Na área da encenação realizou a formação em Encenação de Ópera do Programa Criatividade e Criação Artística promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian no ano 2007, tendo aí encenado Il Combattimento di Tancredi e Clorinda de C. Monteverdi. Isaac Alonso de Molina preparou-se para a sua carreira com uma ampla formação musical clássica, licenciando-se no Conservatório Superior de Valencia nas especialidades de violoncelo, piano, música de câmara e teoria musical, e mais tarde trabalhando como especialista em teclados na Orquestra de Valência e como professor de improvisação no Conservatório da mesma cidade, frequentando simultaneamente aulas privadas e cursos de composição, direcção, musicologia, teoria musical e interpretação historicamente informada. Após desenvolver um forte interesse pela música antiga, ingressa no Conservatório Real de Haia (Países Baixos), onde se gradua na especialidade de cravo com Jacques Ogg. Ao mesmo tempo leva a cabo uma tarefa independente de investigação e documentação histórica, na qual baseia a sua perspectiva sobre a interpretação musical. Obtém o mestrado em música especializando-se em técnicas históricas de direcção sobre a supervisão de professores como Peter van Heyghen, Fabio Bonizzoni ou Ton Koopman, enquanto bolseiro da Fundação CajaMadrid. Nos últimos anos interpretou em concerto como maestro, cravista e cantor repertório desde o canto gregoriano à música sinfónica do século XIX, passando pela polifonia medieval e renascentista, música instrumental, música sacra concertada, música para teclado solista, repertório camarístico, ópera barroca, etc., sempre partindo de uma aproximação incondicional às fontes originais. Participou em festivais em Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Países Baixos, etc. É director e fundador se La Academia de los Nocturnos, com o qual interpreta principalmente música do Renascimento e Barroco, dando especial atenção ao repertório espanhol. Fundou também The Eroica Project, orquestra com a qual se dedica à interpretação de música de L. v. Beethoven com instrumentos originais. Actualmente, é professor de Música Renascentista no Conservatório Real de Haia. Isaac Alonso de Molina prepared for his career with a wide ranging classical music training, graduating from the Conservatory of Valencia in four major subjects: piano, cello, chamber music and music theory, and hereafter combined a professional career as keyboard player in the Orchestra of Valencia and teaching improvisation at the Conservatory of the same city, with private studies of composition and conducting, while also attending diverse courses and seminars on musicology, music theory and historical perfor56


mance practice. After developing a strong interest towards Early Music, he further graduated in harpsichord with Jacques Ogg at the Royal Conservatory of The Hague (The Netherlands). At the same time he undertook an independent task of comprehensive historical research and documentation, on which he bases his perspective on musical praxis. He was awarded the degree of Master of Music, specializing in historical conducting techniques under the guidance of teachers like Peter van Heyghen, Fabio Bonizzoni and Ton Koopman, and as a fellow of the Graduate Program of Fundación CajaMadrid. In the last years he has performed as a conductor, harpsichordist and singer from plainchant to XIXth century symphonic music, including Medieval and Renaissance polyphony, instrumental music, concerted sacred music, keyboard solo music, chamber repertory, Baroque opera, etc. always with an unconditional approach to the sources as starting point. He has taken part in festivals in Spain, Portugal, Italy, Germany, The Netherlands, etc. He’s founder and director of the ensemble La Academia de los Nocturnos, with which he performs Renaissance and Baroque music, paying special attention to Spanish repertory. He also founded The Eroica Project, orchestra with which he performs L.V. Beethoven’s symphonic music on period instruments. Isaac presently teaches Renaissance Music Theory and Performance Practice at the Royal Conservatory of The Hague.

Tiago Sá | Natural do Porto, iniciou os estudos de canto com o professor Pedro Telle , conclui em 2009 o Curso Superior de Canto Teatral na classe da professora Fernanda Correia . Frequentou Masterclasses com professores de renome internacional: Ilton Wjuniski (cravo); Manuel Pedro Ferreira, Maria Repas, António Salgado, Pedro Telles, Magna Ferreira, Laura Sarti, Christoph Roussel, Enza Ferrari e Patrizzia Morandini (canto e reportório); Cecília Gracio Moura Jurgen Scharpe, Catarina Costa e Silva, Bruna Gondoni (dança antiga). Participou como membro de coro e corpo de baile em varias produçoes operáticas tais como Dido e AEneas de Purcell, Die Zauberflöte de Mozart, The Threepenny Opera de Kurt Weill, Irene de Alfredo Keil, Le Bourgeois gentilhomme de Lully, Pierrot Lunaire de Shönberg. Em ópera interpretou os papéis de Sprecher, Erster Priester, Zweiter geharnischter Mann-Flauta Mágica sob encenação de Fernanda Correia, Carlos Otero e Patrizia Morandini; The Page em Amalh, Viconte Cascada em Die lustige Witwe de Lehár, Gato em Mausical de Franz Moser, Criado em o Doido e a Morte de Alexandre Delgado, Mendigo em The Threepenny Opera de Kurt Weill, Uberto em La Serva Padrona de Pergolesi e Guccio em Gianni schichi de Puccini.Foi solista na Missa da coroação e Vesperas do Confessor de Mozart, Magnificat SWV 468 De Shütz, Via Crucis de Liszt, Cantata BWV 147 e 140, Jephte de Carissimi Te Deum de Charpentier. Cantou sob a direção dos maestros Mario Mateus, Jose Miarmontes, António Saiote, João Paulo Janeiro, António Vassalo Lourenço entre outros. É membro do coro Casa da Música, coro de S. Tarcísio. Paralelamente ao canto também desenvolve a atividade de docente e de bailarino (Dança antiga).

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Ensemble Aliseos Nuno Mendes, violino Joan Cervera, violino Marion Peyrol, violoncelo

[PT] Nascido entre os corredores do Departamento de Música Antiga da ESMuC, o Ensemble Aliseos tem como principal objectivo recriar e renovar prácticas musicais do periodo barroco e primeiro classicismo, mantendo-se o mais fiel possível à tradição interpretativa e respectiva instrumentação vinculada à época em questão. Foi fundado por Marion Peyrol, Joan Cervera e Nuno Mendes em 2007 e actualmente conta com a colaboração de outros músicos igualmente especializados nas práticas históricas, utilizando instrumentos da época ou cópias fiéis. O seu repertório move-se no âmbito da trio sonata do séc. XVII e XVIII, com sonatas da Chiesa e da Camera, sonatas representativas e em diálogo. Numa outra vertente, o seu repertório recría também a tradição de transcrições e sem improvisações, uma práxis exercida por toda a Europa, sendo aqui tratado com especial ênfase a sua práctica na Península Ibérica (onde os instrumentos de corda não tinham ainda alcançado um status suficientemente importante que justificasse a composição de um repertório próprio). O Ensemble Aliseos não renega este repertório virtual a um segundo lugar e considera-o tão idiomático como aquele produzido além Pirinéus. Desta forma, realizam as suas próprias transcrições e adaptações, contribuindo também para a divulgação de este repertório de carácter Ibérico. Os seus músicos colaboram regularmente com os mais importantes representantes da música antiga, o que lhes permite recolher e canalizar essa inspiração num trabalho próprio e original de grande qualidade, com um cunho pessoal marcado pelo rigor historicista e pela frescura interpretativa. Desde a sua formação têm actuado em diversos eventos por toda a Espanha, destacando-se o concerto dedicado aos trios de Boccherini na Fundação Pau Casals em El Vendrell - Barcelona e a tournée realizada em colaboração com La Notte pela comunidade valenciana e catalã com obras de Bach,Vivaldi, Durante e Ragazzi.

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Programa / Programme

Johann Sebastian Bach (*1685; †1750) Trio Sonata em Sol Maior; BWV 1039

Carl Philipp Emanuel Bach (*1714; †1788) Trio Sonata em Sol Maior; H. 508

Joan Baptista Pla (*ca. 1720; †1733) Trio Sonata nº2 em Re menor (Londres)

Juan Oliver y Astorga (*1733; †1830) Trio Sonata n. 2, Do Maior, op. 3 (Londres)

Luigi Boccherini (*1743; †1805) Trio nº2 em Sol Maior, op. 34, G. 102 (Vienna)

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Notas de Programa / Notes [PT] O trio de cordas faz referência, geralmente, a obras escritas desde o período clássico até ao presente. Não obstante, a configuração desta formação instrumental e deste tipo de composição a três vozes não se originou de imediato, radicando-se em períodos anteriores. Assim, a trio sonata barroca — generalizada numa estructura com dois instrumentos agudos solistas apoiados numa linha de baixo contínuo interpretada por um instrumento melódico grave e por um ou mais instrumentos polifónicos — pode considerar-se a sua percussora imediata. Durante o classicismo, alcançou-se a maturidade do trio de cordas enquanto formação instrumental e género musical. Assim, o repertório da segunda parte do século XVIII para esta formação caracteriza-se por um constante experimentalismo no que respeita a texturas, assim como uma procura de equilíbrio entre os seus protagonistas, adaptando-se também este género às novas correntes estéticas, culturais e sociais. Ainda assim, geralmente, atribui-se ao primeiro violino a responsabilidade de dirigir o discurso musical e a consequente condução melódica, a qual é repetida, acompanhada ou comentada pelo segundo violino, enquanto o violoncelo, herdeiro da tradição do baixo continuo, mantém a função de realizar um suporte harmónico e rítmico, papel de base que contribui para uma estructura envolvente e um equilíbrio formal do discurso musical em geral. Não obstante, este último foi perdendo progressivamente a sua morfologia barroca equilibrando-se assim com os restantes instrumentos agudos. Como vestígio da tradição barroca, na interpretação do repertório camerístico clássico continuou-se, por vezes, a acrescentar um instrumento polifónico (como o cravo, forte-piano ou guitarra) que dobrava a voz grave, sem este estar especificado na partitura — idem nas primeiras sinfonías clássicas de Mozart, Haydn ou Beethoven. Por outro lado, também as obras barrocas em trio continuaram a fazer parte do repertório camerístico durante o classicismo, prescindindo-se, por vezes, do acompanhamento de um instrumento polifónico. Este programa de concerto oferece uma visão do período de formação e maturidade do género trio de cordas. A primeira parte do concerto dedica-se a ilustrar a passagem estilística do barroco 62


ao classicismo, utilizando como exemplo a família Bach. Partilhando a mesma formação e domínio do contraponto, Johann Sebastian desenvolve a sua arte na fase mais elaborada e refinada do barroco, enquanto Carl Philipp Emanuel personifica na sua obra a transição do barroco tardio ao estilo clássico — com as matizes próprias do Empfimdsamer Stil (estilo sentimental) que marcará posteriormente o romantismo germânico. A segunda parte do concerto centra-se em Espanha, país que acolheu, entre outros, uma das figuras mais destacadas da música de câmara clássica, o virtuoso violoncelista Luigi Boccherini. Boccherini, de origem italiana, estabeleceu-se em Madrid em 1769 como compositor e músico de câmara da família real Espanhola, cidade na qual trabalharam também Juan Bautista Pla* e Juan Oliver y Astorga. Para além de compositores, Pla era oboísta e fagotista e Astorga era violinista, tendo ambos actuado, tal como Boccherini, nos principais centros musicais europeus da sua época: teatros de ópera, orquestras residentes ou grupos de câmara das principais cidades e cortes europeias. Através desta selecção de obras, ilustra-se o interesse que a musica tradicional autóctone despertou nestes compositores, pelo que, em diversos momentos, a inspiração melódica, rítmica e formal era fornecida por elementos da musica popular Espanhola, posteriormente trabalhados e adaptados à criação musical. Desta forma, estes compositores conseguiram introduzir elementos da música popular Espanhola no repertorio musical — tiranas, fandangos, seguidillas, boleros, entre outros — e assim leva-la aos salões mais eruditos de toda a Europa. *Trabalhou na Corte Real Portuguesa entre 1747 e 1751 e mais tarde, como fagotista, entre 1769 e 1773.

[EN]

String trio refers, generally, to a repertoire from the classical period to modernity. Nevertheless, the typology of this instrumental form and musical genre for three voices was not established immediately.The baroque trio sonata - generalized by a structure for two treble instruments accompanied by a bass line (basso continuo) played by a melodic instrument and one or more polyphonic instruments - can be considered as its immediate precedent. During the classical period, the string trio reaches his maturity as a chamber music formation and musical genre.Thus, the repertoire from the second half of the 18th century for this chamber group is characterized by a constant experimentation on textures, as well as for his purpose for balancing both intervenients, according also to the new aesthetic, cultural and social values. Still, it generally delegates on the 63


first violin the responsibility of leading the musical discourse and the consequent melodic suggestion, which is repeated, accompanied or commented by the second violin, while the cello, according to the Basso Continuo tradition, keeps his role of giving an harmonic and rhythmical support, necessary to sustain the structure, formal balance and musical rhetoric. Nevertheless, the bass part gradually lose its baroque morphology stabling himself next to the treble instruments. As a remnant of the Baroque tradition, classical string chamber music performance generally included an additional polyphonic instrument (such as the harpsichord, forte-piano or guitar) doubling the bass line, even if it was not specified on the score — as in the performances of the first classical symphonies of Mozart, Haydn or Beethoven. Moreover, also the baroque trio compositions were still played on the classic period, excluding, frequently, the polyphonic accompaniment. This concert offers a vision of the early period and maturity of the string trio. The first act is focused on illustrating the aesthetic change between the baroque and classical period, using the Bach family as an example. Sharing the same training and mastery of counterpoint, Johann Sebastian applies his skills on the latter stage of the baroque period, while Carl Philipp Emanuel develops his technique during the transition from the late baroque to the classical style - also influenced by the Empfimdsamer Stil (sentimental style) which will be present until the later Germanic romanticism. The second act is focused on Spain, a country who hosted, among others, one of the most prominent figures of classical chamber music, the virtuoso cello player Luigi Boccherini. Borned in Italy, Boccherini settled in Madrid in 1769 as a composer and chamber musician of the Spanish royal family, working, among others, with Juan Bautista Pla* and Juan Oliver y Astorga, both famous virtuosos. Besides his composing activity, Pla was an oboe and bassoon player and Astorga a violin player, and, like Boccherini, they performed at the major European musical centres of their epoch: opera houses, orchestras and resident chamber groups on different cities and European courts. This selection of works illustrates how the traditional folk music influenced these composers. Frequently, the melodic, rhythmic and formal inspiration is provided by elements of Spanish folk music which are later worked and adapted to the musical composition. In this way, these composers were able to introduce elements of Spanish folk music — tiranas, fandango, seguidillas, boleros, among others — in the musical repertoire, spreading it through the most erudite halls all over Europe. * Juan Bautista Pla was employed by the Portuguese royal court between 1747 and 1751, and later, as a bassoonist, between 1769 and 1773.

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Biografias / Biographies Nuno Mendes | violino Nascido em Lisboa em 1983, iniciou o seu percurso musical aos 5 anos com a actividade coral, actividade que o tem vindo a acompanhar continuamente. Desde o ano de 2002, que dedica a sua atenção exclusivamente à interpretação da Música Antiga em instrumentos históricos, tendo iniciado com o Professor Marc Destrubé nos Cursos de Música Antiga na Casa de Mateus, em que tem participado anualmente e trabalhando com nomes como Paolo Pandolfo, Jacques Ogg, Lorenzo Copolla, Marc van Egmond, Peter van Heyghen, Ricardo Kanji, Alberto Grazzi, Paolo Grazzi, entre outros. Trabalhou também com Chiara Banchini, Enrico Onofri, Gilles Colliard e Richard Gwilt no âmbito de cursos de aperfeiçoamento. Em 2003, integra desde a sua criação, a Orquestra Barroca residente no Centro Cultural de Belém - Divino Sospiro - criada pelo violetista Massimo Mazzeo e actualmente dirigida por Enrico Onofri. Com esta orquestra tem actuado em inúmeros concertos em Portugal, Itália, França, Espanha e Japão, com músicos como Amandine Beyer, Rinaldo Alessandrini, Katia e Marielle Lábecque, Chiara Banchini, Christina Pluhar, Alfredo Bernardinni, Gaetano Nasillo, Cristophe Coin entre outros. Paralelamente, tem-se apresentado como freelancer com outros agrupamentos orquestrais e de Câmara em Portugal e Espanha como El Concierto Español, La Real Camara ou Os Músicos do Tejo, Conductus Ensemble, Academia 1750, Orquestra Barroca da Catalunha, entre outras, e com os grupos de câmara que dirige. Graduado com nota máxima em 2009 na classe do professor Emílio Moreno na Escola Superior de Música da Catalunya (ESMUC), em 2011 completa o mestrado em Metodologias da Investigação Musical na Universidad Autonoma de Barcelona (UAB). Actualmente é doutorante pela mesma universidade e orientado pelo Dr. António Ezquerro (CSIC). É também professor de violino no Centro de Estudis Musicals de Terrassa (CEM) e Escola Municipal de Música de Sant Quirze del Vallés (Barcelona) desde 2008. Foi bolseiro do Centro Nacional da Cultura no projecto Jovens Criadores no ano de 2009-2010.

Nuno Mendes, born in Lisbon on 1983, began his musical activity as a choir boy at the age of 5, and two years later he started on the classic violin, studying with Nicolay Lalov and later with Inês Barata at the “Professional School of Music and Arts of Almada - Lisbon”. 65


Since 2002, he focused exclusively on the early music interpretation with historical instruments, which led him to study with Marc Destrubé, Chiara Banchini, Richard Gwilt and Enrico Onofri. He moved to Barcelona in 2003 and in 2009 he graduated at the “Catalonia Superior College of Music” in the class of the professor Emilio Moreno with the maximum qualification, taking classes also with Manfredo Kraemer and Pablo Valletti. As a performer, Nuno Mendes took part since its creation, as a violin and viola player, at the Portuguese Early Music Orchestras “Divino Sospiro”, directed by Massimo Mazzeo and Enrico Onofri, and “Os Músicos do Tejo” directed by Marcos Magalhães and Marta Araújo, and, as a freelance musician, he collaborates regularly with chamber orchestras and ensembles such as “El Concierto Español”, La Real Cámara”, “Orquestra Barroca de Catalunya”, “Academia 1750”, La Galanía or “Vespres d’Arnadí”. He recorded to Glossa, Naxos, Sony, Zig Zag and Brilliant. He is also co-director of the “Ensemble Aliseos”, “Organo da Braccio” and “Confraria de Músics de Catalunya”, chamber groups who aim to recover the Iberian repertoire from the 17th and 18th centuries. He followed is musical studies with a master degree in Musicology, Music Research and Music Education at the “Autonomous University of Barcelona” in 2009 and he is currently preparing is PhD concerning the Iberian violin repertoire until the Utrecht peace-treaty at the “University of Salamanca”. He also teaches violin (classic and baroque) and chamber-music at music conservatoires in the Barcelona Area (CEM - Terrassa and Sant Quirze del Vallés). Joan Cervera | violino Nascido em Benaguasil (Valência), inicia os seus estudos musicais no Conservatório Profesional de Valência com Miguel Ángel Gorrea, recebendo o título de professor na especialidade de violino como “Prémio de Honor”. Continua os seus estudos no Conservatório Superior de Castellón con Anabel García, obtendo o título de Professor Superior de Música. Posteriormente entra no Conservatório Superior de Roterdão (Holanda) e estuda com Andras Cifra, e obtém o diploma de formação “Propodeuse”. Seguidamente desloca-se a França onde estuda cultura musical e violino barroco com Catherine Girard, no Conservatório Municipal de Paris, e recebe aulas de violino com Micheline Lefevre em Bordéus. De seguida entra na Escola Superior de Catalunya (ESMUC) onde cursa a especialidade de violino barroco com Emilio Moreno, e recebe aulas de professores como Beatrice Martin, Andrew Ackermann, Xavier Diaz, etc. Complementa a sua formação de violino clássico e barroco com numerosos cursos de aperfeiçoamento musical e especialização como o Curso Internacional de “La Caixa” com Hiro Kurosaki e Conrado Bolsi, o “Aula de Música” e a Universidad de Alcalá de Henares, com Jaap 66


Schröederm no Curso Internacional de Música de Segorbe, e outros cursos internacionais em Cullera com Joaquim Palomares, em Montserrat com Vasko Vassile, etc. Participou em orquestras sinfónicas como a de Valencia, a Orquestra do Auditorio de Torrent, a Joven Orquestra de La Comunidad Valenciana e La Rótterdam Youth Orchestra sobre a direcção de Valery Gergiev nos países baixos. Em relação a orquestras com critérios históricos, colaborou com o departamento de música de Boulogne-Billiancourt (França) actuando em sítios emblemáticos como o Castelo de Versailles, com a associação “Les Gouts Reunis” de Nanterre, o grupo Opalescentes de Paris, a Orquestra Clássica de Catalunya... Depois de concluir a sua formação em violino barroco na Escola Superior de Música da Catalunha, complementa a sua especialização com a docência da música em regime geral secundária e como professor de violino.

Joan Cervera was born in Valencia (Spain), where he attended the Professional Violin Degree at the Conservatory of the city where he received the Award of Honor “End of Studies”. In Castellón completed the Higher Degree of Violin but continued his education in different European cities: in Holland in the Higher Conservatory of Rotterdam, and at the Paris Conservatory and Bordeaux, combining the classical violin with historical interpretation. He obtained the diploma of specialization in early music in the ESMUC (School of Music of Catalonia) of Barcelona, under the supervision of Emilio Moreno (main violin teacher) and many other European specialists of the highest order. He currently combines teaching as a music teacher in high school with the interpretation of the violin in various orchestras and groups in Catalonia. Also develops artistic projects that bring music to schools. Marion Peyrol | violoncelo Natural de Grenoble (França), começou o estudo do violoncelo aos 5 anos no Conservatorio Nacional de Región de Grenoble e seguidamente no Conservatório de Chambéry donde obtém aos 15 anos o Diploma de Estudos Musicais (DEM) que inclui a “médaille d’or” de violoncelo e também de música de câmara. Continua os seus estudos no Conservatório Nacional de Región de Paris, no ciclo profissional, na classe de música de câmara de Paul Meyer e Eric le Sage. Em 2001 entra no Conservatório de Rótterdam (Países Baixos) na classe de violoncelo de Herre Jan Stegenga donde obtém o diploma de estudos superiores (1ª fase) na especialidade de violoncelo e certificado de professor, e dois anos mais tarde uma pós-graduação (2ª fase) em especialidade de música de câmara. Em Paris continuou a sua formação no Conservatório Municipal, em canto y violoncelo barroco com Philippe Foulon, e em Barcelona na ESMUC, em Formação contínua de violoncelo histórico com Bruno Cocset. À parte dos estudos académicos 67


foi aluna de Paul Boufil, Nicolás Hartman, Marie-Paule Milone… e realizou masterclasses com Steven Isserlis, Lluis Claret, Roland Pidoux, Etienne Péclard, François Guye, Jaap ter Linden… Ganhou diversos concursos: 1º prémio de violoncelo no “Lion’s Club”, 1º prémio do concurso de violoncelo “Léopold Bellan”, 1º prémio do “Concours du Royaume de la musique en trio” (Radio France). Actuou como solista com a Orquestra Sinfónica de Rótterdam, e em numerosos concertos de música de câmara em França, Países Bajos, Alemanha, Bélgica, Suiça, etc. Realizou uma tournée pela Bélgica e Países Baixos interpretando Pierrot Lunaire de Schönberg. Quanto a experiência de orquestra, participou com a Orquestra Filarmónica dos Países Bajos em produções operísticas como a Flauta Mágica de Mozart com a Orquestra de Câmara dos Países Baixos, com a Rótterdam Youth Orchestra sobre a batuta de Valery Gergiev entre outros, com a orquestra “Lamoureux” de Paris, “Ensemble Orchestral du Centre”. Realizado tournées europeias com a orquestra de câmara “Les musicians da Prée”, e a Orquesta do Mediterrânico.No campo da interpretação histórica, colaborou em concertos com o departamento de música antiga da Escola Superior de Música de Catalunya (ESMUC), a associação “Les Goûts Réunis” de Nanterre, o grupo “Opalescentes” de Paris, a “Orquestra Clássica de Catalunya”, etc.Tem combinado a interpretação com o trabalho pedagógico, ensinando violoncelo em escolas na Holanda, França e Espanha. Marion Peyrol was born in Grenoble (France). She began studying cello at the age of 5 years at the conservatory of his hometown and obtained the Diploma of Musical Studies at the age of 15 the Conservatoire of Chambéry. She continued his studies specializing in chamber music at the Conservatoire National of the Region of Paris, and later, to Rotterdam (Netherlands ), where she completed a Degree in Cello and the post-graduate chamber music. In terms of historical interpretation she trained in Paris by Philippe Foulon and at the ESMUC of Barcelona with Bruno Cocset . She has won several cello competitions in France ( “Lion’s Club”,“Léopold Bellan” and “Concours de musique du Royaume du trio” of Radio France ). As chamber musician has actually toured Holland, Belgium , France and has worked with several professional orchestras in Paris and Amsterdam. She currently teaches cello at various schools in Catalonia and belongs to several early music ensembles.

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A Academia de Música de Lagos é uma Associação de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, fundada em 27 de Maio de 1986 por D. Maria Boulain Fogaça. Iniciou a sua atividade cultural em 17 de Dezembro de 1988 com a realização do concerto inaugural na Igreja de Santa Maria de Lagos. Desde 1989 que, pelo Ministério da Cultura, é reconhecido, consecutivamente, o Manifesto Interesse Cultural aos seus Planos de Actividade e distinguida em 2006, por sua Excelência, a Sra. Ministra da Cultura, Dr.ª Isabel Pires de Lima, com o Superior Interesse Cultural para as actividades desenvolvidas durante esse ano. É detentora da Medalha de Mérito Cultural, concedida pela Secretaria de Estado da Cultura em Setembro de 1993, Medalha de Mérito Municipal, grau prata, atribuída pela Câmara Municipal de Lagos em Outubro de 2002, Medalha de Mérito Municipal, grau prata, atribuída pela Câmara Municipal de Portimão em 11 de Dezembro de 2012 e do Troféu Infante de Sagres para a área da Cultura, atribuído na I Gala O ALGARVE, Grupo Lena Comunicação, em 2009 no Casino de Vilamoura – Algarve. A Academia de Música de Lagos já realizou 3 180 eventos, repartidos por Concertos de Música Clássica, Concertos Pedagógicos, Seminários, Conferências,Workshops, Masterclasses, Espectáculos de Dança, Concursos de Música, Exposições e Estágios para Orquestra de Cordas e Orquestra de Sopros e Percussão. Iniciou a atividade pedagógica em 12 Outubro de 1988 em Lagos. Em Abril de 1990 abriu uma Secção de Música em Portimão, atualmente, Conservatório de Portimão - Joly Braga Santos e a funcionar com autonomia pedagógica. Em Novembro de 2003, abriu a Secção de Música de Lagoa – Conservatório de Música de Lagoa e mais recentemente, Julho de 2014, a Secção de Música de Loulé-Conservatório de Música de Loulé. As Escolas de Música funcionam com autorização definitiva concedida pelo Ministério de Educação e Certificação pela Direcção Regional de Educação do Algarve, desde 1 Setembro de 2001. Estão autorizados os Cursos de Acordeão, Alaúde, Bateria, Canto, Clarinete, Contrabaixo, Cravo, Fagote, Flauta de Bisel, Flauta Transversal, Formação Musical, Guitarra Portuguesa, Oboé, Percussão, Piano, Saxofone, Trombone, Trompa, Trompete, Tuba, Violino, Violeta e Violoncelo. Para além do ensino dos instrumentos constantes do plano curricular, também são oferecidos em regime de curso livre, todas as disciplinas instrumentais autorizadas pelo MEC e o ensino segundo os Métodos Infantis de Flauta, Piano, Trombone, Trompete, Violino (Suzuki), Viola, Violoncelo e Piano (Os Pianinhos). Desde 1 de Outubro de 1999, a Academia de Música de Lagos, oferece o curso completo do ensino artístico especializado da música do Conservatório Nacional, hoje, por força da entrada em vigor do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo (Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de Novembro), a oferta será efetivamente própria, com conteúdos programáticos atualizados e ajustadas as novas realidades e a serem submetidos para aprovação do Ministério da Educação e Ciência. A Academia de Música de Lagos em parceria com a ESPAMOL Escola Secundária Padre António Martins Oliveira – Lagoa e a Câmara Municipal de Lagoa, na Secção de Lagoa- Conservatório de Música de Lagoa, oferece Cursos Profissionais Nível IV (equivalência ao 12.º ano do ensino regular) para Instrumentista de Cordas e Teclas e Instrumentista de Sopros e Percussão. Anualmente são estabelecidos Contratos de Patrocínio com o Ministério da Educação e Ciência, Contratos Programa com as Câmaras Municipais de Lagoa, Lagos e Portimão e Secretaria de Estado da Cultura/dgARTES. Protocolos de Articulação com as Escolas Secundárias Padre António Martins Oliveira, ESPAMOL – Lagoa; Júlio Dantas – Lagos; Poeta António Aleixo – Portimão; Manuel Teixeira Gomes – Portimão; Escola Básica e Secundária da Bemposta – Portimão; Escola Secundária com 3.º C.E.B. Gil Eanes, Lagos; E.B. Tecnopólis - Lagos e E.B. das Naus em Lagos; E.B. de Monchique; E.B. Mexilhoeira Grande; E.B D. Martinho Castelo Branco; E.B. Prof. José Buísel; E.B. Eng.º Nuno Mergulhão; E.B. 2,3 Jacinto Correia, Lagoa; E.B. Prof. João Cónim – Estômbar; E.B. Rio Arade, Parchal; E.B. Dr. Garcia Domingues – Silves; E.B. Padre João Coelho Cabanita – Loulé e E.B Eng.º Duarte Pacheco.Protocolos de Colaboração com a Direcção Regional da Cultura do Algarve; Juntas de Freguesia de Bensafrim e Barão, Odiáxere, Luz, e União das Juntas de Freguesia de Lagos. Acordos de colaboração com a Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco; Universidade de Évora; Instituto Piaget - Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares – Almada; Escola Superior de Música de Lisboa; Universidade do Algarve – Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo; Escola Profissional Gil Eanes – Portimão; Escola Secundária Júlio Dantas; Colégio de São Gonçalo – Lagos; Centro Paroquial de Estômbar – Lagoa; Centro de Apoio Social de Carvoeiro – Lagoa; Federação Concelhia das Associação de Pais de Lagos; Serviços Sociais, Culturais e Desportivos dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Lagoa; Farmácia Ribeiro Lopes – Lagos; Farmácia Dias – Portimão; Solidó, Instrumentos Musicais, Lda. e Lagos-em-Forma – Gestão Desportiva E.E.M.; ACP – Automóvel Clube de Portugal; SNQTB – Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários.

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Ensemble Ars Iberica Olavo Tengner Barros Traverso (Director Artístico) Alexandre Andrade Traverso Sofia Nereida Pinto Cravo

[PT] Dedicando parte do seu repertório ao estudo e interpretação da música ibérica e suas relações com a América do Sul, o Ensemble Ars Iberica faz a ponte histórica entre Espanha, Portugal e Brasil, na transição do séc. XVIII para o Séc. XIX. A investigação musicológica leva-nos à performance histórica de obras de Avondano, Rodil, Jommelli e Pla. Este programa foi apresentado pela primeira vez 4/12/2013 no Auditório de S. Francisco integrado no XVII Festival de Música Antiga de UBEDA e BAEZA, Espanha. [EN] The Ensemble Ars Iberica dedicates part of its repertoire to the study and interpretation of Iberian Music and its relationship to South America. The Ensemble Ars Iberica makes a historical bridge between Spain, Portugal, and Brazil in the transition from the 18th century to the 19th century. The musicological investigation takes them to historically informed performance of works by Avondano, Rodil, Jommellli, and Pla. This programme was presented for the first time on 4 December 2013 at the San Francsico Auditorium as part of the XVII Early Music Festival of UBEDA and BAEZA, Spain. 72


Programa / Programme PRIMEIRA PARTE Nicolo Jommelli (1714-1774) Sonata à tré con due flauto traverse e basso – nº 7 (1751) Non Presto; Adagio; Allegro António Rodil (c.1720-1787) Duetto II per due flauti traversi (1774) Allegro;Vivo Juan Bautista Pla (c.1720-1773) Sonata nº 2 en Ré Menor para dos flautas (o violines o oboe) y bajo (c.1770) Allegro; Andante - Largo; Allegro

SEGUNDA PARTE Pedro António Avondano (1714-1788) Trio nº 1 en Ré Maior (c.1766) Allegro; Andante; Allegro Pedro António Avondano (1714-1788) Lisbon Minuets for two flutes and bass (1766) Minueto I em Ré Maior; Minueto II em Fá Maior; Minueto III em Ré Maior; Minueto IV em Ré Maior; Minueto V em Ré Maior; Minueto VI em Sol Maior Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788) 12 Kline Stuke (1758) Minuet I; Minuet II; Polonoise; Presto; Allegro; Allegro; Presto; Allegro;Allegretto; Allegro assai; Andantino; Andantino 73


Notas de Programa / Notes [PT] MÚSICA PARA FLAUTA NO TEMPO DE D. MARIA I (LISBOA, 1734 – RIO DE JANEIRO, 1816) O mote para este concerto é a música para flauta no tempo de D. Maria I (Lisboa, 1734 – Rio de Janeiro, 1816), em particular as últimas décadas de setecentos. Com a deslocação da família real para o Brasil, em 1808, o gosto e o requinte musical vivido na época também acompanhou a corte de D. João VI. Parte deste espólio musical praticado dentro da corte desde as últimas décadas de setecentos, foi vivenciado no Brasil na corte joanina, nas casas da alta aristocracia e ricos comerciantes. A comprovar esta prática musical temos as obras de Jommelli (1714-1774) e D. Perez (1711-1778) localizadas nos arquivos brasileiros. Dedicando a sua escrita à flauta, Avondano filho do violinista genovês Pietro Giorgio Avondano estabelecido, em Lisboa, ao serviço da corte de D. João V, e Jommelli são duas referências desta influência italiana exercida no meio erudito da música portuguesa da segunda metade do séc. XVIII, agora aqui retratadas neste concerto, e complementado com as obras dos espanhóis António Pedro Rodil (c.1720-1788) e os irmãos Pla. NICOLO JOMMELLI (1714-1774) - Compositor italiano, apesar de destacar-se na sua produção operática, deu sempre grande importancia aos sopros na sua escrita. Assim, publicando em 1751, um conjunto de 7 sonatas para duas flautas e baixo continuo. D. José I, rei de Portugal, terá tentado convencer Jommelli a vir para Portugal, porém, apenas terá conseguido um acordo assinado em 1769, entre a coroa portuguesa e este compositor, visando a sua produção musical e as atividades da Real Orquestra de Câmara de Lisboa. Num estilo galant estas sonatas organizam-se em três andamentos. No caso caso da Sonata à tré con due flauto traverse e basso – nº 7 (1751) temos Non Presto, Adagio e Allegro. ANTÓNIO RODIL (C.1720-1787) – As fontes localizadas que abordam o percurso musical de Rodil, são referentes à sua atividade musical na Real Orquestra de Câmara de Lisboa, de D. José I, rei de Portugal, o qual ingressou em 1765. De origem espanhola é reconhecido como virtuoso flautist e oboista, a partir dos seus concertos em Londres, em 1774. Depois de oncluir a sua digressão por Inglaterra viria a fixar-se em definitico em Lisboa 74


como 1º flauta da orquestra da casa real. Para além das suas Sei Sonata per Flauto Traversiero e Basso, Rodil compos Sei duetto per due flauti traverse, estas obras terão sido idealizadas para ue proprio uso, nos concertos que realizava e participava, como convidado de Avondano nos saraus musicais na Assembleia das Nações Estrangeiras, em Lisboa. Para este concerto propomos Duetto nº 2 que se define num estilo galant típico da época. JUAN BAUTISTA PLA (C.1720-1773) – De origem espanhola, Juan Bautista Pla é irmão de José Pla (1728-1762) famosos oboistas, foram importantes instrumentistas e compositores de música instrumental. Começaram as suas viagens ao estrangeiro desde a década de 1740, tendo passado pela primeira vez em Portugal, em 1747, em finais de 1751, Juan e José já se encontravam em Paris, e em 1753, em Londres onde actuaram em vários concertos organizados pelo violinista Passerini. Entre 1754-55 Juan esteve ao service da Orquestra do Duque de Wurttemberg a qual tinha como director musical Joemmlli. Devido à trajectoria conjunta deste dois instrumentistas, muitas das obras editadas foram mencionadas como dos irmãos Pla, não fazendo uma distinção entre qual dos dois será efectivamente o autor destas composições. Porém, no caso desta obra Sonata nº 2 en Ré Menor para dos flautas, publicada em 177o, tudo indica que será de Juan, uma vez queue José já teria falecido. O estilo e qualidade da obra dos Pla é algo irregular, a maioria das peças localizadas são para trios com baixo continuo; 2 oboés, 2 flautas (os Pla para além de bons oboistas também tocavam flauta, como era comum na época), 2 violinos, 2 pares de violas, oboe e violin, ou flauta e violino. Em finais de 1760, Juan regressa em definitivo a Lisboa e integra a Orquestra Real, talvez até sob recomendação de Jommelli, onde ficaria o resta da sua vida. Porém, a partir de 1773 o seu percurso é algo misterioso, e não existe informação documental. PEDRO ANTÓNIO AVONDANO (1714-1788) – trio nº 1 publicado por volta 1766, é uma obra escrita originalmente para dois violinos e baixo continuo (aqui proposta numa interpretação por flautas traversas) por Avondano, destacado violinista e compositor ao serviço da Real Orquestra de Câmara de Lisboa. Avondano foi um dos mais célebres compositores de música instrumental na segunda metade de setecentos, em Portugal. Em paralelo com a sua atividade artística, também era o principal responsável por dinamizar as noites em que reuniam os membros da colónia britânica na Assembleia das Nações Estrangeiras. Neste sentido, é provável que os Minuetos de Lisboa tenham sido escritos originalmente para este género de eventos, os quais se mantiveram em actividade regular até ao final do século. O flautista espanhol António Rodil (c.1730-1787), 1º flauta da Orquestra Real e colega de Avondano, a convite deste, participava com regularidade nestes saraus musicais. Em linhas gerais, estes trios caracteriza-se por movimentos melódicos elegantes, frases simples, mas cativantes e 75


de fácil percepção para o ouvinte. Com a obra de C. P. E. BACH (1714-1788), uma vez que 2014 é celebrado a Ano Jubileu deste destacado compositor, pretende-se com a presença desta peça realizar uma mostra da sua valiosa obra para sopros.

[EN] “MUSIC FOR FLUTE AT THE TIME OF D. MARIA I” The motto for this concert is the music for flute in the time of D. Maria I (Lisbon, 1734 - Rio de Janeiro, 1816), in particular, during the last decades of the 1800’s. With the displacement of the Royal Family to Brazil in 1808, the taste and the musical refinement that was lived in the epoch also accompanied the court of King John VI. Part of this musical archive practiced within the Court from the last decades of the 18th century was evidenced in Brazil in the Joanine Court, in the houses of high aristocracy and rich trades’ people.To prove this musical practice, we have the works of Jommelli (1714-1774) and D. Perez (1711-1778) found in Brazilian archives. Dedicating his writing to the flute, Avondano, son of the Genoese violinist Peitro Giorgio Avondano, established in Lisbon, at the service of the court of D. John V, and Jommelli, are two references of this Italian influence exercised in the erudite environment of Portuguese music of the second half of the 18th century, now retraced here in this concert, and complemented with works by the of the Spanish Antonio Pedro Rodil (c.1720-1788) and the Pla brothers. NICOLO JOMMELLI (1714-1774) – Italian composer, in spite of being renowned for his operatic production, he always gave great importance to the winds in his compositions, thus, publishing in 1751, a series of 7 sonatas for 2 flutes and figured bass. D. José I, King of Portugal, will have tried to convince Jommelli to come to Portugal and this composer, seeking his musical production and activities at the Royal Chamber Orchestra of Lisbon. In gallant style, these sonatas are organized in three movements. In the case of Sonata à tré con due flauto traverse e basso – nº 7 (1751), we have “Non Presto”, “Adagio”, and “Allegro.” ANTÓNIO RODIL (C.1720-1787) – The sources found, which address the musical course of Rodil, are referring to his musical activity at the Royal Chamber Orchestra of Lisbon, of D. José I, King of Portugal, who began his reign in 1765. Of Spanish origin, he is recognized as a flute and oboe virtuoso, from his concertos in London in 1774. After concluding his tour in England, he would establish himself definitely in Lisbon as the 1st flutist of the Royal orchestra. Beyond his Sei Sonata per Flauto Traversiero e Basso, Rodil composed Sei duetto per due flauti traverse. These works will have been idealized for his own use in the concerts he 76


realized and participated in as the invited of Avondano in the musical evenings of the Assembly of Foreign Nations in Lisbon. For this concert, we propose the Sonata no. 3 and Duetto no. 2, which are defined in the Galant style typical of the epoch. JUAN BAUTISTA PLA (C.1720-1773) – Of Spanish origin, Juan Buatista Pla is the brother of José Pla (1728-1762), famous oboists who were very important instrumentalists and composers of instrumental music. They began their foreign travels from the decade of the 1740’s, having passed for the first time in Portugal in 1747. At the end of 1751, Juan and José already were found in Paris, and in London in 1753, where they performed in various concertos organized by the violinist Passerini. Between 1754-1755, Juan was in service of the orchestra of the Duke of Wurttemberg, who had as musical director Jommelli. Given the trajectory together of these two instrumentalists, many of the works published were mentioned as by the Pla brothers, a distinction not being made between which of the two is actually the author of these compositions. However, in the case of this work, Sonata no. 2 in D Minor for two flutes, published in 1770, everything indicates that it is Juan, since that José had already died. The style and quality of the work of the Pla brother is something irregular. The majority of the pieces found are for trios with figured bass: 2 oboes, 2 flutes (the Pla brothers besides being good oboists also played flute, as was common at the time), 2 violins, 2 pairs of violas, oboe and violin or flute and violin. At the end of 1760, Juan returns definitively to Lisbon and enters the Royal orchestra, perhaps even at the recommendation of Jommelli, where he would stay the rest of his life. However, from 1773, his path is something mysterious and no documental information exists. PEDRO ANTÓNIO AVONDANO (1714-1788) – Trio no. 1, published around 1766, is a work written originally for two violins and figured bass (here proposed in an interpretation by transverse flutes) by Avondano, renowned violinist and composer in service of the Royal Chamber Orchestra of Lisbon. Avondano was one of the most celebrated composers of instrumental music in the second half of the 18th century in Portugal. Parallel to his artistic activity, he was also the main person responsible for organizing the evening events where the members of the British colony met at the Assembly of Foreign Nations. In this sense, it is probable that the “Lisbon Minuets” were written originally for this kind of event, of which there remained regular activity until the end of the century.The Spanish flutist, Antonio Rodil (c. 1730-1787), 1st flutist of the Royal orchestra and colleague of Avondano, at his invitation, regularly participated in these musical evenings. In general terms, this Trio is characterized by elegant melodic movements and simple phrases, yet captivating and easy for the listener to perceive. With the work by C. P.E. BACH (1714-1788), since 2014 is celebrating a Jubilee year of this composer, it is intended by the presence of this piece to realize a sample of his valuable works for winds. 77


Biografias / Biographies Olavo Tengner Barros | traverso e direcção artística Diplomou-se em flauta transversal (diploma de solista – U.M.), em 1992, na Academia Superior de Artes Constantijn Huygens, em Zwolle (Holanda), na classe do professor Jorge Caryevschi. Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, estudou com Abbie de Quant e Marten Root (traverso) no Conservatório de Utrecht. Foi aluno do Conservatório de Música do Porto, onde se diplomou, com distinção, em 1985, na classe do professor Eduardo Lucena. Participou em masterclasses com Pierre-Yves Artaud, David Reichenberg, Philippe Suzanne, Wilbert Hazelzet , Marc Hantai e Enrico Onofri. Obteve, em 1988, o 1º prémio - nível superior do Concurso da Juventude Musical Portuguesa. Em 1984, obteve o 1º prémio do Concurso de Música de Braga, assim como o Prémio Engº António Almeida, no Porto. Actuou como solista com a Orquestra Gulbenkian, Orquestra RDP Porto e Filarmonia das Beiras. Foi flautista principal da Orquestra do Norte. É membro dos grupos “Música Nova”, “Músicos do Tejo” e “Flores de Música” É membro fundador dos grupos: “Contraverso”, D’Amore” e “Portogalante”. Dirigiu masterclasses em várias escolas do país. Actualmente, lecciona flauta transversal no Conservatório de Música do Porto e na Escola Superior de Música de Lisboa. É professor de traverso no Curso de Música Antiga da ESMAE. Alexandre Alberto Andrade | traverso È professor auxiliar do I.S.E.I.T-Viseu, Instituto Piaget (Portugal), e professor Convidado da Universidade Federal de Alagoas e Universidade Federal da Bahia (Brasil). É Licenciado em Ensino de Flauta Transversal (Universidade de Aveiro) em 1995, na casse de Pedro Couto Soares, realizou o Mestrado em Performance na Irlanda (Waterford Institute of Technology) em 1997, tendo estudado música antiga com Rachel Brown. Doutorou-se em Música (Universidade de Aveiro) em 2005, dedicando a sua tese A PRESENÇA DA FLAUTA TRAVERSA EM PORTUGAL DE 1750 A 1850, seu repertório e performance do traverso na 2ª metade do séc. XVIII e 1ª metade do séc. XIX. É professor de flauta no Conservatório de Música da JOBRA (Albergaria). É investigador membro da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música e interprete de traverso. Desde 2007, é instrumentista e diretor musical da Orquestra de Câmara Piaget Viseu. Atualmente, está a realizar o seu projeto de Pós-Doutoramento “Música Portuguesa para flauta na transição do séc. XVIII/XIX” na Universidade de 78


Aveiro. Em novembro de 2013, no âmbito do programa Erasmus realizou uma master classe e seminário no Real Conervatório Superior de Música de Madrid para as classes de Traverso e Flauta Moderna. Sofia Nereida Pinto | cravo Tem o grau de licenciatura em Música Antiga – Cravo, pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (ESMAE), Porto, e frequenta o mestrado em Ensino da Música na Escola superior de Música de Lisboa (ESML). Leciona no Conservatório de Música do Porto e na Academia de Música da Póvoa de Varzim, tendo também já lecionado na ESMAE, na Escola Profissional de Viana do Castelo, na Academia de Música de Viana do Castelo e na Academia de Música Guilhermina Suggia/Fundação dos Amigos das Crianças no Porto. A convite do Serviço Educativo da Casa da Música, no Porto, concebeu e dirigiu os espetáculos “O Que é a Música Antiga?” e “Viva,Vivaldi” que apresentou em Fevereiro e Novembro de 2012, e em Fevereiro de 2013 respetivamente na referida Casa. Em 2009/2010 fez o V Curso de Formação de Animadores Musicais na Casa da Música, com Tim Steiner, Sam Mason, Paul Griffiths e Oren Marshall, entre outros. Em 2010 fundou o grupo de fusão de Música Antiga e Tradicional Ela uma Vez e em 2005 fundou, juntamente com Tiago Simas Freire e Hugo Sanches, o agrupamento Officina da Música com quem se apresentou em Portugal (Festival da Primavera de Viseu, Festival de Música Antiga de Loulé, etc) e na Holanda (Fringe Festival de Música Antiga de Utrecht). Em 2009, apresentou-se com a violoncelista galega Isabel Figueiroa no Teatro Helena Sá e Costa. Em 2008, tocou a solo com os cravistas Ana Mafalda Castro e Lawrence Cummings e a Orquestra Barroca Casa da Música. Em 2007, apresentouse em concerto na Fundação Calouste Gulbenkian, na XXVIII edição do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, nos Concertos Promenade do Coliseu do Porto.Tocou nas Folles Journées 2006 de Lisboa no CCB com a Orquestra de Música Antiga da ESMAE, nas actividades da inauguração da Casa da Música em 2005, e em concertos na Casa Bonjóia (Porto), Culturgest (Lisboa), Museu Nacional da Ajuda (Lisboa), Palácio Nacional de Queluz, entre outros. Em 2004, apresentou-se em concerto com o oboísta Isaac Duarte e com o fagotista Matthias Rázc, solistas da Orquestra de Zurique. Desde 2000 até ao presente ano, frequentou masterclasses com Gustav Leonhardt, Ketil Haugsand, Siebe Henstra, Miklos Spanyié e Lawrence Cummings. Em 2003, fez um período de estudos em Amesterdão onde foi aluna do cravista Richard Egarr. Foi também aluna de Viola da Gamba do professor Miguel Ivo Cruz. Paralelamente à actividade musical, é licenciada em História Moderna e Contemporânea, na variante Gestão e Animação de Bens Culturais, pelo ISCTE, Lisboa (19992003), tendo estudado em Portugal e na Holanda (ao abrigo do Programa Erasmus). 79


A Academia de Música de Lagos é uma Associação de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, fundada em 27 de Maio de 1986 por D. Maria Boulain Fogaça. Iniciou a sua atividade cultural em 17 de Dezembro de 1988 com a realização do concerto inaugural na Igreja de Santa Maria de Lagos. Desde 1989 que, pelo Ministério da Cultura, é reconhecido, consecutivamente, o Manifesto Interesse Cultural aos seus Planos de Actividade e distinguida em 2006, por sua Excelência, a Sra. Ministra da Cultura, Dr.ª Isabel Pires de Lima, com o Superior Interesse Cultural para as actividades desenvolvidas durante esse ano. É detentora da Medalha de Mérito Cultural, concedida pela Secretaria de Estado da Cultura em Setembro de 1993, Medalha de Mérito Municipal, grau prata, atribuída pela Câmara Municipal de Lagos em Outubro de 2002, Medalha de Mérito Municipal, grau prata, atribuída pela Câmara Municipal de Portimão em 11 de Dezembro de 2012 e do Troféu Infante de Sagres para a área da Cultura, atribuído na I Gala O ALGARVE, Grupo Lena Comunicação, em 2009 no Casino de Vilamoura – Algarve. A Academia de Música de Lagos já realizou 3 180 eventos, repartidos por Concertos de Música Clássica, Concertos Pedagógicos, Seminários, Conferências, Workshops, Masterclasses, Espectáculos de Dança, Concursos de Música, Exposições e Estágios para Orquestra de Cordas e Orquestra de Sopros e Percussão. Iniciou a atividade pedagógica em 12 Outubro de 1988 em Lagos. Em Abril de 1990 abriu uma Secção de Música em Portimão, atualmente, Conservatório de Portimão - Joly Braga Santos e a funcionar com autonomia pedagógica. Em Novembro de 2003, abriu a Secção de Música de Lagoa – Conservatório de Música de Lagoa e mais recentemente, Julho de 2014, a Secção de Música de Loulé-Conservatório de Música de Loulé. As Escolas de Música funcionam com autorização definitiva concedida pelo Ministério de Educação e Certificação pela Direcção Regional de Educação do Algarve, desde 1 Setembro de 2001. Estão autorizados os Cursos de Acordeão, Alaúde, Bateria, Canto, Clarinete, Contrabaixo, Cravo, Fagote, Flauta de Bisel, Flauta Transversal, Formação Musical, Guitarra Portuguesa, Oboé, Percussão, Piano, Saxofone, Trombone, Trompa, Trompete, Tuba, Violino, Violeta e Violoncelo. Para além do ensino dos instrumentos constantes do plano curricular, também são oferecidos em regime de curso livre, todas as disciplinas instrumentais autorizadas pelo MEC e o ensino segundo os Métodos Infantis de Flauta, Piano, Trombone, Trompete, Violino (Suzuki), Viola, Violoncelo e Piano (Os Pianinhos). Desde 1 de Outubro de 1999, a Academia de Música de Lagos, oferece o curso completo do ensino artístico especializado da música do Conservatório Nacional, hoje, por força da entrada em vigor do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo (Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de Novembro), a oferta será efetivamente própria, com conteúdos programáticos atualizados e ajustadas as novas realidades e a serem submetidos para aprovação do Ministério da Educação e Ciência. A Academia de Música de Lagos em parceria com a ESPAMOL Escola Secundária Padre António Martins Oliveira – Lagoa e a Câmara Municipal de Lagoa, na Secção de Lagoa- Conservatório de Música de Lagoa, oferece Cursos Profissionais Nível IV (equivalência ao 12.º ano do ensino regular) para Instrumentista de Cordas e Teclas e Instrumentista de Sopros e Percussão. Anualmente são estabelecidos Contratos de Patrocínio com o Ministério da Educação e Ciência, Contratos Programa com as Câmaras Municipais de Lagoa, Lagos e Portimão e Secretaria de Estado da Cultura/dgARTES. Protocolos de Articulação com as Escolas Secundárias Padre António Martins Oliveira, ESPAMOL – Lagoa; Júlio Dantas – Lagos; Poeta António Aleixo – Portimão; Manuel Teixeira Gomes – Portimão; Escola Básica e Secundária da Bemposta – Portimão; Escola Secundária com 3.º C.E.B. Gil Eanes, Lagos; E.B. Tecnopólis - Lagos e E.B. das Naus em Lagos; E.B. de Monchique; E.B. Mexilhoeira Grande; E.B D. Martinho Castelo Branco; E.B. Prof. José Buísel; E.B. Eng.º Nuno Mergulhão; E.B. 2,3 Jacinto Correia, Lagoa; E.B. Prof. João Cónim – Estômbar; E.B. Rio Arade, Parchal; E.B. Dr. Garcia Domingues – Silves; E.B. Padre João Coelho Cabanita – Loulé e E.B Eng.º Duarte Pacheco. Protocolos de Colaboração com a Direcção Regional da Cultura do Algarve; Juntas de Freguesia de Bensafrim e Barão, Odiáxere, Luz, e União das Juntas de Freguesia de Lagos. Acordos de colaboração com a Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco; Universidade de Évora; Instituto Piaget - Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares – Almada; Escola Superior de Música de Lisboa; Universidade do Algarve – Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo; Escola Profissional Gil Eanes – Portimão; Escola Secundária Júlio Dantas; Colégio de São Gonçalo – Lagos; Centro Paroquial de Estômbar – Lagoa; Centro de Apoio Social de Carvoeiro – Lagoa; Federação Concelhia das Associação de Pais de Lagos; Serviços Sociais, Culturais e Desportivos dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Lagoa; Farmácia Ribeiro Lopes – Lagos; Farmácia Dias – Portimão; Solidó, Instrumentos Musicais, Lda. e Lagos-em-Forma – Gestão Desportiva E.E.M.; ACP – Automóvel Clube de Portugal; SNQTB – Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários.


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O II Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul é um projecto de Música Antiga no Algarve, organizado pela Academia de Música de Lagos e que pretende instalar-se anualmente. A denominação “música antiga” compreende um ramo da música erudita onde está inerente a prática da música historicamente informada, um conceito que ainda hoje é debatido por teóricos da especialidade. De uma forma geral, poderemos afirmar que “música antiga” se reporta à música escrita anterior a 1800, onde a interpretação musical é assente na utilização de cópias fidedignas de instrumentos da época a que se reporta, (cujos originais estão espalhados por museus ou colecções privadas um pouco por todo mundo) e na utilização de partituras e tratados antigos que descrevem e teorizam o respectivo estilo interpretativo musical. Segundo Jordi Savall, um dos grandes mestres actuais, “podemos falar de partituras antigas, mas não de música antiga”. Esta afirmação vai ao encontro do que se pretende com este Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul: concertos de excelência na região algarvia que primem pela comunicação musical do reportório de outros tempos, mas de uma forma viva e actual. O reportório subjacente contempla toda a música de tradição escrita do período Medieval, passando pelo Renascimento, Barroco e Pré-Clássico. A primeira edição ocorreu em Agosto de 2012. Esta primeira série de concertos foi um sucesso de público, quase sempre de lotação esgotada. Os espaços escolhidos privilegiaram lugares de interesse patrimonial elevado, nomeadamente a igreja de Santo António em Lagos, a Igreja da Nossa Senhora da Graça na Fortaleza de Sagres e a Ermida da Guadalupe, estas duas últimas pertencentes aos Monumentos do Algarve, geridos pela Direcção Regional de Cultura do Algarve. É nossa intenção, e cada vez mais, a união do património musical ao património edificado arquitectónico, numa acção de divulgação dos mesmos por todo o Algarve. Neste segunda Edição, o Ciclo estende a sua programação ao Pátio do Centro Cultural de Lagos, com 6 séries de concertos de ensembles profissionais dedicados à musica antiga de renome nacional e internacional mas também a novos talentos emergentes. O Ciclo começa no final de Julho e prolonga-se a todos os fins-de-semana de Agosto, dando lugar a instrumentos tão variados como a flauta de bisel, traverso, corneta e clarinete históricos, canto, alaúde, teorba, moraharpa, viola da gamba e dança, para citar apenas alguns.

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O II Ciclo Sons Antigos a Sul é uma estrutura financiada pela Direcção Geral das Artes / Secretário de Estado da Cultura, no âmbito do programa de Apoio Sustentado às Artes do Espectáculo. Em 2013, esta candidatura centrou-se na celebração do Ano Europeu da Cidadania e do 20.º aniversário do Tratado de Maastricht, procurando dar destaque aos músicos, compositores e sons definidores de diversos países que agora constituem a União Europeia. Esta segunda edição do Ciclo Sons Antigos a Sul, procurará homenagear os 300 anos do Tratado de Utrecht, celebrado pela Grã-Bretanha, Brandeburgo/Prússia, França, Sabóia (norte de Itália), França, Espanha e Portugal. Procurará mostrar, através da música, as relações histórico-políticas que se estabeleceram na Europa desde os seus primórdios. Recordamos que as lutas territoriais entre nações europeias levaram à fundação da nacionalidade portuguesa, a 5 de Outubro de 1143. Daí até à assinatura do acordo de paz em 1713, em Utrecht, nos Países Baixos, muitos foram os encontros e desencontros político-culturais da nova Europa. E como sempre, a música foi o seu principal veículo de comunicação. Temos portanto que celebrar o percurso complexo e rico que levou à união entre as diversas culturas que montam politicamente a nossa actual União Europeia, desde o século XII ao século XXI, numa mensagem de harmonia e paz internacional e intercultural.

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Calendário de concertos / Schedule of concerts Informação sobre os locais / information on the venues: Pátio do Centro Cultural de Lagos Rua Lançarote de Freitas, n.º 7 8600-605 Lagos (+ 351) 282 770 450 | centro.cultural@cm-lagos.pt | http://centroculturaldelagos.wordpress.com Igreja de N. Sr.ª da Graça – Fortaleza de Sagres,Vila do Bispo Fortaleza de Sagres 8650-360 SAGRES (+351) 282 620 140 | geral@cultalg.pt | www.cultalg.pt Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe,Vila do Bispo Estrada Nacional 125 8650-285 Raposeira - Portugal (+351)282 639 042 | guadalupe@cultalg.pt | www.cultalg.pt Informação sobre bilheteira / ticket office information: Concertos no Pátio do Centro Cultural de Lagos têm entrada gratuita. Aceita-se reserva de mesas, com direito a lugar priveligiado numa mesa no pátio, programa detalhado do concerto e Porto de Honra [Colheita Clã / Vinhos Quinta Nova] Concerts in the courtyard of the Centro Cultural de Lagos have free entrance.We gladly accept reservations, with seating place at a table that grant a privileged spot, concert programme and Port Wine [Colheita Clã / Vinhos Quinta Nova] Contactos / Contacts: 910508134 Concertos na [concerts at] Igreja de N. Sr.ª da Graça – Fortaleza de Sagres, Vila do Bispo e [and] Ermida de N. Sr.ª da Guadalupe, Vila do Bispo (DRCAlg), verificar preço praticado pela DRCAlg de entrada do monumento no website [check prices by DRCalg at the website] www.cultalg.pt Para mais informação / for additional information: Academia de Música de Lagos Rua Dr. José Cabrita – Rossio S. João. 8601-905 Lagos [PT] | Tlm 910508134 | dartistica@academiamusicalagos.net | www. academiamusicalagos.net | www.facebook.com/aml 84


O II Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul é uma iniciativa da Academia de Música de Lagos The II Edition of the Early Music Festival Sons Antigos a Sul is an initiative by Academia de Música de Lagos Presidente da direcção / President of the board: José Viegas Gonçalves Programação e direcção artística do festival / Artistic programming and direction of the festival: Elsa Mathei Direcção de produção do festival / Production direction of the festival: Daniela Tomaz Equipa de produção / Production team: Bruna Melia e Frederico Barroso Design gráfico / Graphic design: Daniela Tomaz Gravação e Edição de Imagem e Som / Image and sound recording and editing: Nelson Nunes

Estrutura financiada por / Funded by: Governo de Portugal - Secretário de Estado da Cultura - Direcção Geral das Artes / Entidades de acolhimento / Host partners: Direcção Regional de Cultura do Algarve | Câmara Municipal de Lagos Apoios / Supports: Caixa Geral de Depósitos | Vinhos Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, Grupo Amorim 85


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Programa / Programme Georg Friedrich Händel (1685-1759) Concerto grosso Opus 6, nº 12 em si menor (1739) Largo Allegro Aria Largo Allegro Johann Sebastian Bach (1685-1750) Concerto para 2 Violinos em ré menor, BWV 1043 (1723) Vivace Largo Allegro Intervalo / Break Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791) Quinteto para Clarinete, 2 violinos, viola e violoncelo em lá maior, KV581 Allegro Larghetto Menuetto Allegretto com Variationi O programa proposto tem por base o clarinete com o qual Mozart conviveu e compôs, o que permite propôr ao público conhecer os sons ouvidos na época. O quinteto para clarinete e cordas de Mozart, segundo o seu próprio catalogo, foi terminado no dia 29 de Setembro de 1789 en Viena, durante o mesmo período em que compunha Così fan tutte. O quinteto foi composto para o seu amigo Anton Stadler, um dos melhores clarinetistas da sua época. Mozart refere-se a este quinteto como o Quinteto Stadler em cartas escritas durante esse periodo. Stadler, juntamente com Theodore Lotz (um dos mais importantes construtores de clarinetes da época) criaram um novo género de clarinete – clarinete de Bassetto – o qual inspirou Mozart para a composição de este quinteto. A estreia foi tomada a cabo no dia 22 de Dezembro de 1789 no Burgtheater em Viena, como um concerto por 88


subscrição do Vienes Tonkünstler-Sozietät (sociedade de musicos), onde a cantata Il Natale d’Apollo de Vincenzo Righini, chefe de capela de Mainz, também foi tocada. Neste quinteto o clarinete é visto como um elemento mais dentro do quinteto, e não como um instrumento solista, como iria a passar anos mais tarde no quinteto de C.M.Von Weber para a mesma formação. A primeira parte deste concerto centra-se em dois grandes mestres que antecederam Mozart e o periodo clássico: Händel e J.S. Bach, duas figuras incontornáveis do periodo barroco. Tomando como modelos o antigo concerto da chiesa e o concerto da camara de Arcangelo Corelli, com cinco andamentos ao invés do mais tardio concerto veneziano de três andamentos de Antonio Vivaldi (também da preferência de J. S. Bach), os Concertos Grossos foram compostos para ser tocados durante os oratórios e odes de Händel. Apesar do modelo convencional, Händel incorpora nestes concertos toda a variedade dos seus estilos de composição, incluindo trio sonatas, árias de ópera, aberturas francesas, sinfonias Italianas, arias, fugas, temas e variações e uma multiplicidade de danças. Os concertos foram em grande parte compostos a partir de material novo, e estão entre os melhores exemplos do género do concerto grosso barroco. Esta primeira parte culmina com um dos concertos de Bach escritos para violino(s) e ensemble instrumental, sendo foram todos escritos entre 1717 e 1723 em Cothen. Este foi um dos períodos mais felizes da vida do compositor, enquanto ao serviço do Príncipe Leopold de Anhalt-Cothen, que colocou à disposição de Bach dezoito talentosos músicos. Os concertos para violino de Bach não são peças de exibição virtuosística, como os de Vivaldi tendem a ser, mas sim concebidos em termos puramente violinísticos. Procurado evidenciar a destreza dos dois solistas, Bach reduziu substancialmente a contribuição orquestral nesta obra. Os solistas têm ainda a seu cargo abrir o final e novamente dominar esse andamento. Entre os dois andamentos exteriores (1º e 3º) encontra-se uma das maiores e mais sublimes criações de Bach, um dueto eloquente de sobreposição e frases imitativas pontuado em quatro ocasiões por um fragmento de quatro notas em suave movimento descendente, que de cada vez parece levar a uma intensificação da pungência e profundidade do sentimento desse diálogo maravilhoso. Em suma, o objectivo é muovere gli affetti, mover os afectos da audiência. 89


Ana Melo | Clarinete Histórico A sua paixão pelo em clarinete histórico resulta da curiosidade em desenvolver, investigar e aprofundar o seu instrumento de base, o clarinete moderno. Opta por ir para Barcelona estudar sob a orientação de Lorenzo Coppola onde obtém, em 2009, o grau de Licenciatura em clarinete histórico, pela Escola de Música da Catalunha (ESMUC). Em 2009/2010 frequenta o estágio de orquestra e música de câmara Jeune Orchestre de Atlantique (JOA), tendo a oportunidade de trabalhar com Nicola Boud, Tíndaro Capuano, François Gilardot y Benjamin Dieltiens. Durante esse período, tocou sob a direcção de maestros como Hervé Niquet, Andreas Spering, Jérémie Rhorer, David Stern, Louis Langée, Marc Minkowski, Christophe Rousset, Jean- Claude Malgoire ou Philippe Herreweghe. Em 2011 obtém o mestrado en clarinete histórico no Conservatoire National Superieur de Musique et Danse de París (CNSMDP), sob a tutela de Eric Hoeprich. No campo orquestral colabora com a Orquestra Barroca de Salamanca (Andreas Marcon), Orquestra Barroca de Sevilha (Enrico Onofri), Le Concert Espirituel (Hervé Niquet), Le Cercle de l’Harmornie (Jérémie Rhore), Ensemble Philidor, La Grand Écurie et la Chambre du Roi (Jean-Claude Malgoire), Opera Fuoco (Andreas Stern) e Les Musiciens du Louvre ( Marc Minkowski). Foi selecionada para tocar o Quinteto de Mozart em La M com o Quarteto Mathis no programa de 2010 Antiqva da Fundació Obra Social de “La Caixa” e no Fabuloso Fringe d’Utrecht. É membro fundador do Ensemble Una Cosa Rara. Ana participou na gravação de em Cd’s para as etiquetas como Naïve. Quarteto de Cordas da Academia O Quarteto de Cordas – dois Violinistas, um Violetista e um Violoncelista – é das formações mais proeminentes da dita Música Clássica, ou erudita. Com origem nos finais do Séc. XVIII, todos os principais compositores desde então escreveram obras para 90


esta que é considerada a formação de Música de Câmara por excelência. Foi pois, neste contexto, e com toda naturalidade que, do seio da Academia de Música de Lagos, nasceu o Quarteto de Cordas da Academia. O Quarteto formado por músicos profissionais com larga experiência nacional e internacional é constituído pelos violinistas João Pedro Cunha e Oxana Temniakova, pela violetista Gina Grigore e pela violoncelista Sunita Mamtani, todos professores da Academia de Música de Lagos. A estreia do Quarteto teve lugar em 15 de Maio de 2009, na Cidade de Lagos. Desde então tem actuado, essencialmente na Região do Algarve, tanto em concertos formais como outros de carácter pedagógico. O seu repertório expande-se desde o Período Barroco até ao Contemporâneo. João Pedro Cunha | Violino Mestre, pós-graduado e Licenciado em Violino no Reino Unido numa das mais prestigiosas Universidades de Música do mundo, João Pedro Cunha, com mais de 500 apresentações no seu currículo, e tendo tocado como solista com várias Orquestras de Portugal e Espanha, é também um Professor muito requisitado. Dando especial atenção à Música de Câmara, apresenta-se regularmente com vários grupos nacionais e internacionais. Para mais informação vide site www.jpcunha.com Oxana Temniakova | Violino Oxana Temniakova iniciou os seus estudos de violino aos seis anos de idade na Escola Especializada de Música para crianças dotadas do Conservatório Nacional Superior dos Urais .Terminou Curso Superior de Violino, com aproveitamento e distinção e dois anos mais tarde terminou a Pós-Graduação no Conservatório Estatal dos Urais. Como artista integrou a Orquestra Sinfonica Academica dos Urais; a Orquestra do Conservatório de Bruna (Checoslovaquia); a Orquestra da Câmara “Arqueto” do Festival de Musica em Ferentino (Italia), entre outras. Com estas formações actuou em vários países, nas salas mais prestigiadas de todo mundo, como 91


Carnegie-Hall(EUA), Smetana-Hall(Checoslovaquia), Sala Grande do Conservatório de Moscovo (Rússia), entre outros. Foi membro da Orquestra Juvenil Russa – Americana, com a qual participou no Festival Internacional “ Todo o Mundo é Orquestra”. Tem trabalhado com muitos maestros e solistas famosos tais como: M. Rostropovich, V. Guerguiev, Y. Bashmet, D. Liss, L. Botstein, entre outros. Frequentou diversas Master Classes tendo trabalhado, entre outros, com Mestre Alexey Bruni (Concertino da Orquestra Nacional Russa sob a direcção do Maestro V. Spivakov), Lidya Mordkovitc, (Professora Titular da Classe de Violino da London Royal Academy, aluna de D. Oistrakh), Zakhar Bron, (Professor Titular da Escola Superior de Música Rainha Sofia, Madrid). Actualmente reside em Lagos e lecciona Violino na Academia de Musica de Lagos e no Conservatório de Portimão. Faz parte de Quarteto de cordas da Academia e é chefe de naipe de segundos violinos na Orquestra Clássica da Academia, com participação em vários projectos e festivais musicais. Participou no Projecto Sueste’Arte, conjunto instrumental promovido pela UE, com o qual efectuou digressões pelo Portugal e Espanha. Gina Grigore | Viola d´Arco Natural de Bucareste, Roménia, Gina Grigore iniciou os seus estudos em violino com 6 anos de idade, e aos 13 passou para viola d´arco, instrumento em que se licenciou em 2004 com a nota máxima pela Universidade Nacional de Música de Bucareste e reconhecida em Portugal pela Universidade de Aveiro. Entre 1999 e 2004 desenvolveu a paixão pela música de câmara e realizou recitais em vários países como Hungria, Turquia e outros. Tem uma grande experiência orquestral sendo nesse periodo colaboradora permanente da Orquestra Filarmónica “George Enescu” de Bucareste, da Orquestra Filarmónica “Ion Dumitrescu” de Râmnicu Vâlcea, membro da Orquestra Filarmónica Giurgiu e da Orquestra Balcânica de Skopje, Macedonia . Também foi membro do quarteto “Arpeggione”, da Orquestra de Câmara “Sinfonia Bucareste”, da Orquestra de Câmara da Radiotelevisão Romena, 92


membro fundador da Orquestra Sinfónica “Sergiu Celibidache” e do quarteto “D´Arco” com que se apresentou em vários países como Hungria, Macedónia, Alemanha e Correia do Sul. Trabalhou com grandes maestros como Seiji Ozawa, Horia Andreescu, Jin Wang e outros. Em 2005 efectuou uma digressão em Portugal com o quarteto “D´Arco” onde realizou recitais na abertura dos concertos de Michael Bolton, Gypsy Kings, Buena Vista Social Club. Tocou com Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras e em 2007 foi contratada pela Orquestra Filarmonía das Beiras. Em 2009 veio para Algarve e desde então integra o quadro do corpo docente na Academia de Música de Lagos/Conservatório de Música de Lagoa. Apresenta-se com regularidade em recitais de música de câmara e é colaboradora da Orquestra do Algarve. Sunita Mamtani | Violoncelo A violoncelista Sunita Mamtani iniciou os seus estudos musicais aos 9 anos. Prosseguiu os estudos no Conservatório Superior Richard Strauss de Munique e continuou os estudos na Escola Superior de Música e Teatro de Munique na classe do Prof. Ginzel. Aí fez o Diploma artístico e o Mestrado nas disciplinas de Violoncelo e Música de Câmara. Participou em projectos e masterclasses de Janos Starker, Menahem Pressler (Beaux Art Trio), “Deutsches Streichtrio”, H. Rilling, Ch. Poppen e outros docentes. Tocou com diversas orquestras na Alemanha, na Espanha e com a Orchestra Ensemble Kanazawa, no Japão. Com o trio de piano “Trio Suc”tem gravado em directo para “Deutschland Radio”, BR 4 Klassik e a televisão, realizou vários concertos e ganhou a competição de Música de Câmara “Theodor Rogler”, em 2003. Com o seu trio das cordas, o “Lenbach Trio”, e como solista, foi admitida na organização de Yehudi Menuhin “Live Music Now”. Sunita Mamtani tocou e toca concertos na Alemanha, Áustria, Croácia, Japão, Espanha e Portugal. Actualmente é docente de Violoncelo na Academia de Música de Lagos. 93


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Programa / Programme SYMPHONIÆ SACRÆ ~ Música instrumental nas cerimónias eclesiásticas na Europa do séc. XVII ~ A la mi re Falso bordone quinto tono Canzon decima a 4 Sinfonia Terzo tono Canzon ottava a 4

Giovanni Paolo Cima (1570-1610) Pietro Lappi (c.1575-1630) Biagio Marini (1587-1663) Pietro Lappi

D sol re Ricercata Aurelio Virgiliano (c.1600) Fabordão do 1º Tom Dom Jorge (1ª met. s.XVII- S.Cruz Coimbra) Canzon prima a 4 Adam Jarzebski (1590-1648/9) Concertado a 3 Dom Teotónio da Cruz (†1654) C sol fa ut Ego sum panis vitae Quinto tuono Tarambote para as duas charamelinhas

Tarquinio Merula (1594/5-1665) Tarquinio Merula Anónimo (1ª met. s.XVII- S.Cruz Coimbra)

F fa ut Sesto Tuono Tarquinio Merula Corona Aurea a 2 soprani Adam Jarzebski E la mi Falso bordone quarto tono Ricercata quinta Tento do 4º Tom Prolatio do 3º Tento do 4º Tom

Giovanni Paolo Cima Giovanni Bassano (1558-1617) Diego de Alvarado (c.1570-1643) Anónimo (1ª met. s.XVII- S.Cruz Coimbra) Frei Agostinho da Cruz (c.1590-1633)

G sol re ut Fabordão Canzona seconda a quattro Tocatta arpeggiatta Canzon quinta a 4

Anónimo (1ª met. s.XVII- S.Cruz Coimbra) Maestro Bellunesi Giovanni Geronimo Kapsberger (1580-1651) Adam Jarzebski


SYMPHONIÆ SACRÆ Música instrumental nas cerimónias eclesiásticas na Europa do séc.XVII Nas cerimónias eclesiásticas a música vocal é sem dúvida a forma primordial de expressão sonora pela espessura de significado do texto. Porém, muitas e variadas formas de música instrumental especulativa se desenvolvem na esfera do sagrado a partir do século XVI. No seu contexto original, estas obras instrumentais servem, regra geral, de introdução e/ou alternância com obras vocais.Todavia, escolhemos para este concerto as isolar e reagrupar segundo a Clave sobre a qual se repousa cada obra, como um catálogo imaginário prêt à sonner de um instrumentista ao serviço de uma instituição eclesiática entre os séculos XVII. Muitas edições da época, nomeadamente italianas, são dedicadas a um repertório sacro concertístico (sonatas, canzonas e sinfonias): tal é o caso dos Concerti Ecclesiastici di Paolo Giovanni Cima (Milão, 1610), das Canzoni da suonare di Pietro Lappi, maestro della Musica di Santa Maria della Gratie di Brescia (Veneza, 1616) ou ainda Diversi generi di Sonate da Chiesa e da Camera dal Cavalier Biagio Marini (Veneza, 1655). Contemporaneamente, a forte influência italiana no desenvolvimento destas formas e géneros musicais, extende-se também a áreas geográficas mais periféricas do espaço europeu, tal como o da corte do Monarca Sigismund III Vasa: soberano da Polónia e posteriormente da Commonwealth Polaca-Lituana. Ao serviço desta estiveram vários músicos notáveis de origem italiana, tais como: Tarquinio Merula (entre 1621-26) e vários membros da família de violinistas Rognoni – Riccardo e os seus dois filhos Francesco e Giovanni Domenico; bem como músicos polacos que estudaram directamente em Itália sob patronato do monarca, como por exemplo Adam Jarzebski (1590-1648/9). Outras obras de carácter mais especulativo, de construção contrapontística (falsosbordões e tentos) ou de natureza solista (recercadas, fantasias e tocatas), poderiam igualmente servir a introduzir o tom de um salmo, de uma antifonia ou outra obra vocal, bem como acompanhar um rito religioso específico. Desta forma, procuramos aqui apresentar a evidente variedade formal deste género explorando uma igual variedade de ambientes sonoros. 96


Paralelamente a diversas fontes europeias apresentamos aqui obras de fontes musicais inéditas oriundas do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra onde encontramos fabordões, concertados, tentos e outras tantas peças instrumentais que acompanhariam os variados serviços religiosos da Casa-Mãe da congregação da Ordem da Regra de Santo Agostinho. Tiago Simas Freire (CECH, U. Coimbra / CNSMD Lyon / U. Jean Monnet)

A CAPELLA SANCTÆ CRUCIS é antes de mais um laboratório de polifonia portuguesa. É a imagem sonora do trabalho de investigação de doutoramento levado a cabo pelo seu director artístico Tiago Simas Freire, desenvolvido em co-tutela internacional entre o CNSMD de Lyon (França), a Universidade de Saint-Etienne (França) e a Universidade de Coimbra. O agrupamento deve o seu nome à capela do mosteiro de onde são provenientes os manuscritos musicais sobre os quais o cerne do seu trabalho é elaborado, contribuindo para a pesquisa sonora das origens do Barroco Musical Português, no seu contexto ibérico e europeu. Este projecto visa estabelecer pontes entre a pesquisa teórica musicológica e a busca de um resultado sonoro que reanime e justifique o valor dos tesouros ainda pouco conhecidos, tais como a actividade musical de um dos principais centros culturais portugueses durante os séculos XVI e XVII – o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Desde a sua criação em 2012, o agrupamento foi convidado a se apresentar em concerto em Coimbra (Portugal), em Lyon (França), em Riga (Letónia), no Festival « Pavia Barrocca » (Itália), no Festival « Sons Antigos a Sul » (Portugal), nos « Encontros de Música Antiga de Loulé » (Portugal) e no Festival de Ambronay (França) e na “Cité de la Voix” (Vézelay, França). Para além das residências na Capela da Universidade de Coimbra a convite do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, a CAPELLA SANCTÆ CRUCIS beneficia em 2013 de residências “Jeunes Ensembles” no CCR de Ambronay e no Centro de Música Antiga de Riga. Estas residências estão inseridas no programa Odyssée-Accr com o apoio do Ministério da Cultura e da Comunicação francês, projecto financiado com o apoio da Comissão europeia. 97


TIAGO SIMAS FREIRE [PT] Após a obtenção do título de Mestre em Música Antiga – Flauta de bisel, pelo CNSMD de Lyon (França), Tiago Simas Freire foi admitido em Doutoramento com um projecto de investigação e práticas interpretativas em co-tutela entre o CNSMD de Lyon, a Universidade de Saint Etienne (França) e a Universidade de Coimbra. No seu percurso académico passou igualmente pelos departamentos de Música Antiga da ESMUC em Barcelona (Espanha) e ESMAE-IPP (Portugal), tendo passado pelas classes de Flauta de bisel de Pedro Sousa Silva, Pierre Hamon e Pedro Memelsdorff, e pelas classes de Corneta histórica de William Dongois, Jean Tubéry e Jean-Pierre Canihac. Em workshops da especialidade trabalhou com inúmeros músicos que se tornaram referências pessoais tais como Jordi Savall, Peter van Heyghen, Erik van Nevel e Judith Pacquier entre outros. É convidado regularmente a colaborar com diversos ensembles, nomeadamente Capriccio Stravagante (Skip Sempé), Orquestra Barroca Divino Sospiro (Enrico Onofri), ensemble Sete Lágrimas (Filipe Faria & Sérgio Peixoto), ensemble La Nave Va (António Carrilho), ensemble Flores de Música (João Paulo Janeiro) e Le Concert de L’Hotel Dieu (Frank-Emmanuel Conte). É co-fundador de Aperto Libro (consort de instrumentos de sopro da renascença) e o fundador e director artístico do projecto Capella Sanctæ Crucis – ensemble residente do Centro Cultural de Ambronay em 2013 –, através do qual revela o seu trabalho de doutoramento. Na sua actividade de investigador e pedagogo, Tiago Simas Freire foi convidado a leccionar seminários no departamento de Música Antiga da ESMAE e a ser conferencista no Centro Cultural de Ambronay (França), no congresso 98


NEXUS 2012 em Milão (Itália), na Universidade de Coimbra (Portugal) e na Haute École de Musique de Genève (Suiça). É professor de Flauta de bisel e música de câmara nas Escolas de Música de Écully e de Francheville desde 2010. É igualmente Mestre em Arquitectura pela IST da Universidade Técnica de Lisboa. Trabalhou como arquitecto com Camilo Cortesão (MVCC) em Portugal e com Rem Koolhaas (OMA) na Holanda. Uma bolsa ADAMI foi-lhe atribuída em 2012. TIAGO SIMAS FREIRE [EN] Tiago Simas Freire has a Master degree in Early Music (CNSMD-Lyon, France). He’s currently developing doctoral studies in Music and Musicology with a project on Portuguese seventeen century polyphony in cotutelle between Lyon’s CNSMD, Lyon’s University (France) and Coimbra’s University (Portugal). Tiago studied recorder with Pedro Sousa Silva, Pierre Hamon and Pedro Memelsdorff, and the cornett with Jean-Pierre Canihac, William Dongois and Jean Tubéry. He plays currently with several early music ensembles such as Capriccio Stravagante (Skip Sempé), Orquestra Barroca Divino Sospiro (Enrico Onofri), Sete Lágrimas (Filipe Faria & Sérgio Peixoto), Flores de Música (João Paulo Janeiro) and Le Concert de L’Hotel Dieu (FrankEmmanuel Conte). He’s co-founder of the renaissance consort Aperto Libro and founder/director of Capella Sanctae Crucis with which he reveals his musicological researches. As a teacher and researcher Tiago developed workshops and presented conferences in Portugal, Italy, France and Switzerland. Furthermore he holds a Master degree in Architecture (IST-UTL). 99


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LE GOUT THÉATRAL Nutrindo especial interesse pelo que de cénico existe na música antiga, Le Gout Théatral desenvolve o seu trabalho no espaço de diálogo íntimo e constante das diferentes linguagens artísticas, tentando compreender as suas funções e cumplicidades num mesmo contexto dramático. O grupo, de formação variável, é composto por diferentes intérpretes de áreas distintas como a música, a dança ou o teatro. As propostas partem de temáticas que despoletem a união das artes e sigam sempre uma orientação de espectáculo cénico. O repertório executado situa-se entre os séculos XV e XVIII privilegiando a interpretação historicamente informada. De igual forma, sensível aos espaços arquitectónicos, procura-se integrar patrimónios propondo relações que tanto poderão ser expectáveis quanto inesperadas. soprano & dança – Catarina Costa e Silva viola da gamba – Carmina Repas Gonçalves alaúde, tiorba, guitarra barroca – Hugo Sanches percussão histórica – Rui Silva 101


Programa / Programme Robert de VISÉE (ca 1655 - 1733) Suite en mi m para tiorba (Prélude, Allemande, Courante, Sarabande, Gavotte, Gigue, Double) Michel LAMBERT (1610 - 1696) Vos mespris chaque jour Henri DU BAILLY (? - 1637) Passacaille Yo soy la locura Gaspar SANZ (1640 - 1710) Folia em ré m Estienne MOULINIÉ (1599 – 1676) Por la verde orilla del claro Tormes Marin MARAIS (1656 – 1728) Suite em ré m para viola da gamba e contínuo (Prélude, Fantasie, … Michel LAMBERT (1610 - 1696) Ombre de mon amant (decor) Marin MARAIS (1656 – 1728) Suite em ré m para viola da gamba e contínuo (… Allemande, Courante, Sarabande, Gigue, Rondeau) Antoine BOESSET (1586 - 1643) A la fin cette bergère Jean Baptiste LULLY (1632 - 1687) / Robert DE VISÉE Sarabande des espagnoles (Premier air des espagnoles) da comédie-ballet Le Bourgeois Gentilhomme para tiorba Pierre GUÉDRON (1570 - 1620) Aux plaisirs, aux délices bergères 102


Robert de Visée

#1

Michel Lambert [Vos mespris chaque jour] Me cause mil alarmes Mais je chéri mon sort Bien qu’il soit rigoureux

#2 [Os vossos desprezos cada dia] Me causam mil cuidados Mas eu amo a minha sorte Mesmo sendo ela rigorosa

Hélas! Si dans mes maux Je trouve tant de charmes Je mourois de plaisir Si j’étais plus heureux.

Oh! Se em meus males Eu encontro tanto encanto Eu morreria de prazer Se fosse mais feliz.

Henri du Bailly [Yo soy la locura] La que sola infundo, Plazer y dulçura Y contento al mundo

#3 [Eu sou a loucura] A única que inspira Prazer e doçura E contentamento ao mundo

Sirven a mi nombre Todos mucho o poco Y pero no ay hombre Que piense ser loco

Servem em meu nome Todos muito ou pouco E no entanto não há homem Que pense ser louco

Gaspar Sanz

#4

Estienne Moulinié (1599 – 1676) [Por la verde orilla del claro Tormes] Va corriendo la Niña tras sus amores [copla] Por el prado ameno, Va corriendo aprissa, Las aves se alegran com grande alegria, Muestran su armonia los ruyseñores.

#5 [Pela verde margem do claro Tormes] Vai correndo a Menina atrás de seus amores [copla] Pelo prado ameno,Vai correndo à pressa As aves se alegram com grande alegria, Mostram sua harmonia os rouxinóis.

Marin Marais

#6

Michel Lambert [Ombre de mon amant] Hélas, que voulois vous Je meurs.

#7 [Sombra de meu amante] Oh! Que quereis vós? Eu morro.

Soyez um moment attentive Au funeste récit De mes vives douleurs.

Dai por um momento atenção Ao funesto relato De minhas vivas dores. 103


104

C’est sur cette falate rive Que j’ay vu votre sang Coulez avec mes pleurs Rien ne peut arreter mon âme fugitive Je cedde à mes cruels malheurs.

Foi nesta fatal margem Que eu vi vosso sangue Escorrer com as minhas lágrimas Nada pode parara minha alma fugitiva Eu cedo às minhas cruéis desgraças.

Marin Marais

#6

Antoine Boesset [À la fin cette bergère] Sent les maux que j’ay souffers, Et sa foy jadis legère Perd ce tiltre dans ses fers: Nous vivons sous mesme loy Puis que je la tiens à moy. Je la tiens, je la tiens à moy.

#8 [Por fim esta pastora] Sente os males que eu sofri, E a sua fé outrora ligeira Perde nos seus ferros: Nós vivemos sob a mesma lei Desde que eu a tenha comigo. Eu a tenho comigo.

Non, je n’ay plus cette crainte Que j’avois par le passé: Car Phillis se trouve attainte De ce trait qui m’a bléssé. Nous vivons…

Não, já não tenho esse temor Que tinha no passado: Porque Phillis está na expectativa Deste seta que me feriu. Nós vivemos…

Mes feux ont produit la flame Qui me rend esgal aux dieux, Et l’amour est dans son ame, Qui n’estoit que dans ses yeux. Nous vivons…

Os meus fogos produziram a chama Que me torna igual aos deuses, E o amor está no seu âmago, Quando estava apenas em seus olhos. Nós vivemos…

Mon amour recompensée N’aura plus de desplaisir, Nous n’avons qu’une pensée, Qu’un vouloir, et qu’un desir Et vivons…

Meu amor recompensado Não terá mais desprazer, Apenas temos um pensamento, Uma vontade, e um desejo. E vivamos…

J. B. Lully / Robert de Visée

#9

Pierre Guédron [Aux plaisirs, aux délices bergeres]

#10 [Aos prazeres, às delícias pastoris]


Il faut ester du temps menageres: Car il s’escoule et se perd d’heure en heure, Et le regret seulement en demeure. Á l’amour, aux plaisirs, aux boccage, Employés les beaux jours de votre âge.

É preciso poupar-se : Porque ele se entorna e se perde de hora em hora, E o remorso apenas leva tempo. Ao amor, aos prazeres, aos bosques, Empregai os bons dias de vossa idade.

Maintenant la saison vous convie De passer en aymant vostre vie: Des-ja la terre à pris sa robe verte, D’herbe et de fleurs la campaigne est couverte.

Agora a estação vos convida De a passar amando vossa vida: Já a terra tomou seu vestido verde, De erva e de flores o campo está coberto.

Á l’amour,…

Ao amor,…

Le cristal fugitif des fontaines Va bordant les chemins et les plaines: L’Aurore espend au Ciel autant de roses Qu’elle en descouvre en la terre descloses.

O cristal fugitivo das fontes Vai cingir os caminhos e as planícies: A Aurora apresenta ao Céu tantas rosas Que ela descobre na terra escondidas.

Á l’amour,…

Ao amor,…

Du printemps les plus belles journées Semblent ester aux amours destinées: Le Soleil vient, et rapporte de l’onde Le feu d’Amour, avec celuy du monde.

Da primavera os mais belos dias Parecem estar aos amores destinados: O Sol vem, e traz da onda O fogo do Amor, com aquele o mundo.

Á l’amour,…

Ao amor,…

Les ruisseaux vont aux plaines fleuries Cajolant, et baisant les prairies: Le doux Zephir parle d’amour à Flore, Et les Oyseaux en parlent à l’Aurore.

Os rouxinóis vão às planícies floridas Galantear, e beijando os prados: O doce Zéfiro fala de amor à Flora, E os pássaros falam-no à Aurora.

Á l’amour,…

Ao amor,…

On ne voit que des feux et des dances, On n’entend que chansons et cadances, Et le vent mesme escoutãt ces merveilles, Ferme la bouche, et non pas les oreilles.

Apenas se vêm fogos e danças, Só se ouvem canções e cadências, E o próprio vento escutando estas maravilhas Fecha a boca, e não os ouvidos.

Á l’amour,…

Ao amor,…

Ce qui vit, ce qui meurt, qui respire, D’amour parle, ou murmure ou soupire: Aussi le coeur qui n’en sent la pointure S’il est vivant, il est contre nature.

Quem vive, quem morre, quem respire, De amor fala, ou murmura ou suspira: E o coração que não sente a punctura Se está vivo, é contra natura.

Á l’amour,…

Ao amor,… 105


Catarina Costa e Silva | soprano & dança Desenvolve actividades regulares como intérprete e docente abrangendo suas diferentes formações artísticas: curso vocacional de dança pelo Ginasiano Escola de Dança; Licenciatura em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Licenciatura em Canto pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo; Ma Music-Theatre Studies pela University of Sheffield; Curso de Encenação de Ópera da Fundação Calouste Gulbenkian.
 Na área da dança antiga, trabalhou com importantes nomes como Bruna Gondoni, Caroline Pingault, Cecília Gracio Moura, Cecília Nocilli, Dorothée Wortelboer, Françoise Denieau, Jürgen Schrape, Marie Geneviève Massé, Maria José Ruiz, Maurizio Padovan. Como intérprete neste repertório destacase o trabalho realizado com a cravista Ana Mafalda Castro e o grupo Udite Amanti, em concertos temáticos como Mulheres, Barroco, Dança (2005) e La Folia (2010) em importantes festivais portugueses. Desde 2000 lecciona Danças Antigas na ESMAE (IPPorto) e ainda cursos de curta duração em diferentes instituições como conservatórios, academias (destacando a Academia de Música Antiga de Lisboa), orquestras (destacando a European Union Baroque Orchestra) e festivais (destacando Os Dias da Música do Centro Cultural de Belém, Lisboa, 2009).
 Na área do canto, trabalhou repertório solista do séc. XVII e XVIII com professores como Jill Feldman e Béatrice Cramoix. Integra actualmente o Ensemble Clepsidra e ainda a formação alargada do Coro da Casa da Música do Porto. Trabalhou sob a direcção de maestros como Felipe Nabuco Silvestre, J.L. Borges Coelho, Gabriel Garrido, Andrew Parrott, entre outros.
Coreografa para ópera (ex: Le Bourgeois Gentilhomme de J. B. Lully, Dido and Eneias de H. Purcell, Le Nozze di Figaro de W. A. Mozart) e encena, regularmente: Il Combat106


timento di Tancredi e Clorinda de C. Monteverdi (2007); intermezzi La Serva Padrona (2008) e La Contadina Astuta (2009) ambos de autoria de G. B. Pergolesi. Em 2012 encenou dois projectos integrantes da programação da Capital Europeia da Cultura – Guimarães 2012: L’Enfant et les sortilèges de M. Ravel e Muito Guizo, Pouco Siso (concerto barroco encenado), com o grupo Il Dolcimelo. Nasceu no Porto em 1973. Carmina Repas Gonçalves | viola da gamba Estuda música (violino, piano, canto e viola da gamba), dança e teatro desde pequena, tendo passado pela Juventude Musical Portuguesa, pelos Pequenos Cantores do Estoril (com quem gravou um CD de Natal), pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa, pela Escola de Dança Ana Mangericão, Escola Superior de Teatro e Cinema, pela Sjöviks Folkhögskola, pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo e pela Royal College of Music in Stockholm. Como actriz, cantora e bailarina participou em espectáculos de Teatro Musical (Um Sonho Mágico, José e o Deslumbrante Manto de Mil Cores, Cabeças no Ar, Cantastórias, O Segredo da Floresta, A boneca de Trapos e o Homem de Lata), como Assistente de Encenação participou na ópera Fausto de Gounod (Teatro Nacional São Carlos), como cantora no Coro Sinfónico da Casa da Música, como Directora Musical no espectáculo Cântico dos Cânticos (em colaboração com o TeatroEnsaio e o Teatro Nacional São João). Como viola gambista, toca com os mais diversos grupos em Portugal e na Suécia, tanto Música Antiga como Música Tradicional Portuguesa e Sueca.

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Hugo Sanches | alaúde, tiorba & guitarra barroca É mestre e licenciado em música antiga – alaúde - pela ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Instituto Politécnico do Porto), licenciado em guitarra clássica pela mesma escola e pós-graduado em psicologia da música pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Estudou alaúde e práticas históricas de interpretação musical com Ronaldo Lopes, Ana Mafalda Castro e Pedro Sousa Silva. Aperfeiçou-se enquanto instrumentista com músicos como (entre outros) Léo Brouwer, Eugène Ferré e Amandine Beyer. A sua actividade principal é presentemente a de músico “freelance”. Para além de actuar em recitais a solo, colaborou ou colabora com agrupamentos como Ensemble Pavaniglia, Orquestra Barroca da Casa da Música, The English Air, Officina da Música, L’Universo Sommerso, Amar contra o Silêncio, Sete Lágrimas, Orquestra Vigo 430, Ensemble Norte do Sul, Orquestra barroca de Veneza, Os Músicos do Tejo e Ensemble Mi contra Fa, tendo actuado no Festival Sons da História, Festival Internacional de Música de Espinho, “La Folle Journée”, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza (Espanha), Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, Festival de Música Medieval de Carrazeda de Ansiães, Tardes Clàssiques de Gràcia (Barcelona), Encontros de Música Antiga de Loulé, Festival Terras sem Sombra, Curso Internacional de Música Antiga da Academia de Música Antiga de Lisboa, Festival Internacional de Música da Madeira, Música em São Roque, Festival de Música em Leiria, Festival Via Stellae (Galiza), Monte Music Festival (Goa, Índia), Stockholm Early Music Festival (Suécia), Festival Mozart Rovereto (Itália) e Festival de Sablé (França). Gravou com o grupo Sete Lágrimas os CD Kleine Musik, Diáspora.pt, Silêncio, Pedra Irregular, Vento e Terra. Participou na gravação do CD Orquestra Vigo 430 pela orquestra com o mesmo nome. Foi assistente de produção do CD The Bad Tempered Consort pelo agrupamento A Imagem da Melancolia. 108


Paralelamente ao trabalho como concertista, desenvolve também actividade pedagógica sendo assistente convidado no curso de Música Antiga da ESMAE, leccionando as disciplinas de aláude, música de câmara e baixo contínuo. Na área de investigação em musicologia, fez a sua primeira comunicação científica nas jornadas “Mundos e Fundos” realizadas pela Universidade de Coimbra, Portugal, em Dezembro de 2012. Rui Silva | percussão histórica 1984, Coimbra. Em 2012, concluiu, com nota máxima (10) o Master en Interpretación de Música Antigua - Percusión Histórica, na ESMUC (Barcelona, Catalunha), tendo sido aluno de Pedro Estevan. Actualmente, dando seguimento à sua tese de mestrado (“Alduff: bases para aplicação das técnicas de frame drums mediterrânicos ao adufe, séc. XXI adentro” ESMUC, Maio 2012), desenvolve uma linha de investigação em torno do Adufe, pandeiro quadrado português, religando-o aos frame drums mediterrânicos através das técnicas de performativas e da inovação na construção de protótipos. É percussionista das Sete Lágrimas - Consort de Música Antiga e Contemporânea e Touli Ensemble. Toca com instrumentos Missom, Rui Silva - Adufes, Red Clay, e adufes tradicionais José Relvas.

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Ensemble Med O Ensemble Med [med: mediterrâneo/medieval] nasceu em Abril de 2012 no seio do Departamento de Música Antiga da Hogeschool voor de Kunsten Utrecht, Países Baixos, sob direcção artística de Daniela Tomaz (flautas). O ensemble (in illo tempore “Tre Fontane”) nasceu da interpretação da peça homónima, a Istampitta Tre Fontane, motor do nascimento de um novo olhar interpretativo da música deste período, entre a tradição escrita e a tradição oral. Tem-se apresentado regularmente ao público, com diversas formações, destacando músicos como Yenisey Gomez (canto), Ilil Danin (organetto) e Jornt Duyx (darbouka) . Participou em diversos festivais de música antiga neste país desde então, destacando: Kamermuziek Dag em Nikolaikerk, Utrecht (Junho 2012), a Temporada de Verão do Catharijn Museum, Utrecht (Agosto 2012) e o Festival De Open Blokfluit Dagen Amsterdam, (Outubro 2012), aqui em representação da Hogeschool voor de Kunsten Utrecht. Em Março de 2013 apresentou-se no II Festival Internacional de Percussão Cidade de Portimão com Rui Silva do Projecto AL-DUFF e Ana Margarida Marreiros no canto. Para o II Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul 2013, o projecto extende-se e incorpora um novo músico de formação erudita e transdisciplinar, Sérgio Calisto, que se tem dedicado ao estudo da nyckelharpa e moraharpa, no âmbito da música tradicional e medieval. O Ensemble Med, desde os seus primórdios, procura como inspiração este delicado ponto de contacto entre os universos da música antiga historicamente informada e a música tradicional historicamente informada, procurando a sua própria interpretação viva e actual da música de raiz medieval Europeia, realizada em torno da Ibéria e das regiões circundantes do Mar Mediterrâneo, numa abordagem multicultural e transversal entre o legado cristão, árabe e sefardita. O projecto desta noite é o resultado de uma residência artística na Academia de Música de Lagos no âmbito do II Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul, e marca o início de uma nova formação do Ensemble Med. Daniela Tomaz: flautas de bisel e axabeba Yenisey Gomez: canto Sérgio Calisto: nyckelharpa e moraharpa Rui Silva: percussão histórica Para mais informações: www.facebook.com/EnsembleMed 111


[English sinopsis] The Ensemble Med [med: mediterranean/medieval] (in illo tempore “Tre Fontane”) aims at exploring the limits between Early Music and World Music i.e. the written source versus the oral tradition. Some performers and musicologists today seem to be exploring this new source of inspiration on the interpretation of medieval Western music. This could point the path to the revival of Medieval Music into the living performance practice. The Ensemble has worked with several instrumentalists between widns and percussions: voice, “organetto” (portative organ), traverse, duct-flutes and adufe, a Portuguese squared percussion instrument, very similar to its Arab homologous - the “duff ”. Iconography and Literature show that both the “adufe” and flutes have appeared in Europe around the 12th century. The group was formed in April 2012 by Daniela Tomaz and has been invited to play in several early music festivals in the Netherlands, e.g. the Kamermuziek Dag at the Nikolaikerk Utrecht in June 2012, the Summer Concert Series of the Catharijn Museum, Utrecht, August 2012 and De Open Blokfluit Dagen Amsterdam, October 2012, as a representation of the Best of Dutch Conservatories. In March 2013, has been presented un the II Internation Percussion Festival Codae de Portimão, with Rui Silva [Projecto AL-DUFF] and Ana Margarida Marreiros [Voice]. The performance here today is the result of an artistic residence at the II Ciclo de Música Antiga [Early Music Festival] Sons Antigos a Sul 2013, and presents for the first time, these 4 transdisciplinar and different backgrounded historical/traditional informed professional musicians. Daniela Tomaz: recorders and axabeba [medieval traverso] Yenisey Gomez: singing Sérgio Calisto: nyckelharp and moraharp Rui Silva: historical percussion For more information: www.facebook.com/EnsembleMed

Programa / Programme A los baños dell amor Anónimo, Cancionero Musical del Palacio, in: Biblioteca del Palacio Real, Madrid circa 1470/1520 Tres morillas m’enamoran Cancionero Musical de Palacio, ibidem Makam Rast «Murass’a» usul Duyek [instrumental] Tradicional Turca, recolhida por Dimitri Cantemir, 16731723] Si Verías a la Rana, Canção tradicional sefardita do Al-Gharb Al-Andalús, circa século XV,, recolhida Moshe Shaul, 1929-


*** Senhora do Almurtão Tradicional da Beira-Baixa [recolhida por Rodney Gallop,“Cantares do Povo Português”, Lisboa, Instituto de Alta Cultura, 1960] Cantiga de Ceifa [instrumental] Tradicional de Penha Garcia [recolhida por Michel Giacometti em Penha Garcia [Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Portugal, 1970] Côro das Maçadeiras [canto de trabalho] Tradicional de Póvoa de Lanhoso - Portugal [Cancioneiro Minhoto de Gonçalo Sampaio 1943] *** Istampitta Tre Fontane [instrumental] The Manuscript London, British Mu¬seum Add. 29987 Fenice fu’ e vissi pura e morbida Jacopo de Bologna (1339-1386) in Florence: Biblioteca Medicea-Laurenziana, Palatino 87 (Squarcialupi Codex) Saltarello [instrumental] The Manuscript London, British Mu¬seum Add. 29987 *** O Virgo Splendens / Mariam Matrem Virginem In: Codex El Llivre Vermell de Montserrat, Biblioteca de l’Abadia de Montserrat, circa 1399 Stella Splendens [instrumental] In: Codex El Llibre Vermell de Montserrat, ibidem Senhora del Mundo Cancioneiro Musical Bibliothèque de l’Ecole Supérieure des Beaux-Arts de Paris, 1520-1530 Rosa das Rosas, Cantiga de Santa Maria X Alfonso X “O Sábio” (1221-1284) 113


BEN SENI SEVERIM

“Hispaniae et Portugalliae Regna”, Allard, Carel(1648-1706, Amsterdam 1685

The theme of our concert circles around the Feminine Persona in ancient Iberia and Mediterranean Region.The program centers itself in four medieval originated genres and sources: the arabian/sefardit legacy; the portuguese traditional music, the italian trecento and the iberian Marian repertoire. It relates, in our programme, to the adoration and love for Virgin Mary (O Virgo Splendens -O Splendid Virgin) and the complexity of the Feminine persona, since the Middle Ages till late Renaissance; from the holy and devoted love to the earthly feelings of desire passion. But also to the traditional portuguese working songs, e.g. “Coro das Maçadeiras.” From the heavenly feeling, we present “Rosa Das Rosas” (Rose of Roses), one of the 457 Cantigas de Santa Maria (Songs of The Virgin Mary), gathered during the kingdom of Afonso X de Castilla y de León (1221-1284) and written in Galician Portuguese language. This particular cantiga praises the Virgin Mary for its beauty, kindness and power. The collection remains one of the biggest sources of monodic songs in the Middle Ages, along with 114


El Llibre Vermell de Montserrat (Mariam, Matrem Virginem, O Virgo splendens and Stella Splendens). Other connections to the Virgin are gathered in “Senhora del Mundo”, a twopart Portuguese villancico in which the text glorifies a Lady (Senhora) - gentle metaphor for the Virgin Mary and “Senhora do Almurtão”, one of the oldest versions of the traditional theme of Beira-Baixa [Portugal]. On the other hand, the anguishes of love indeed embrace most non-sacred repertoire in the middle ages and renaissance. “Tres morillas m’enamoran” (three moorish girls I have fell in love) depicts the topic of prohibited love between a Christian man and three Moorish girls showing the recurrent theme of forbidden desire. Indeed much of the renaissance sources show ancient medieval themes. “Cancionero del Palacio”, one of the most know renaissance “cancioneros” it was meant to be performed during the reign of the “Catholic Monarchs”. During this reign, the peninsula faced the expulsion of all its Jews and Muslims. Nevertheless, the poetic subjects and forms of the musical expression at this time were still strongly engaged in either christian, jewish (“A los baños dell amor”) and arab (“Tres morillas m’enamoran”) cultures. Nature is also a recurrent there, as in “Fenice Fu”, hiding strong symbolic features. The phoenix, a mythic bird that re-arises from its ashes is a common symbol for all connected with renovation. In this particular 2-part madrigal, there is a conservative moral regarding the passage of time, and how it takes beauty to the fairest of women. The “baños” (baths) in “A los Baños dell Amor” highlight the water as a symbolic universe of purification, after the heart illness that is struck with unfulfilled love. Particularly impressive in this piece is the throughout repetition in the cantus firmus of ” sol-la-mi-re”, that relates to the cantus text: “Sola me iré” (I will go alone). The idea around the extreme sadness and solitude around this woman walk to the purification place, is musically enhanced with the percussive rhythm of the processional “pavana”.This is also a very popular sephardit theme. We continue our journey furthermore in the medieval Iberian Peninsula, a territory now corresponding politically to Portugal and Spain. Curious to notice that although Portugal is one of the oldest nations in Europe, independent since 1143, the other kingdoms of Iberia (e.g. Castile-Léon, Aragón and Granada) continued independent entities till the marriage of Queen Isabela I of Castilla with King Fernando II of Aragon at the turn of the XVI century. The union of the “Catholic Monarchs” settled the path to the birth of modern Spain, and its consequent separation of these three once united cultures: christian, arab and jewish. The medieval italian repertoire is extremely important mainly for its instrumental legacy. “Tre Fontane” belongs to a small group of music purely instrumental, up to the year 1400 d.C. Indeed - until the libera¬tion of instrumental music in the Late Renaissance - the main extant repertoire is vocal. The exception is made on the dance-music repertoire i.e. the french “estampie” or the italian “istampitta”. Today are known sixteen textless composi¬tions identified in their sources as “estampies” which represent both the French and the Italian traditions: eight are in the late 13th century “Manuscrit du Roi” and eight in an Italian manuscript from about 1400 (The Manuscript London, British Museum Add. 29987), following the heading Istanpitta.The melodic material of this repertoire, does not 115


resemble similar Western European repertoire of the same period hence the immediate and spontaneous identification with an Arabic sonority. According to Handschin (1930–31) and McGee (1982) - the construction of the Italian dances indeed resemble more that of eastern Mediterranean dance than that of European music (of the same period). The performance practice of such distant repertoire represents undoubtedly immense creative possibilities.The outcome presented today is a sum of steps that gradually builds itself from the written material offered by the source into a kind of live improvisation, that we believe is closer to the piece historical performance practice. Daniela Tomaz [sinopse em português] O programa evoca o património musical de raiz medieval da Peninsula Ibérica e Peninsula Italiana, procurando evidenciar a riqueza cultural desta região de uma forma historicamente informada, tanto na música escrita como na tradição oral. O reportório varia então entre canções sefarditas, árabes e cristãs, encontradas tanto em fontes escritas da época, como recolhidas pelos primeiros etnomusicólogos do século XX em Portugal. agradecimento especial / special thanks repertório tradicional português/ traditional portuguese repertoire: José Prata repertório tradicional sefardita / traditional sefardit repertoire: Rui Silva

Biografias / Biographies

Daniela Tomaz | flautas e direcção artística Inicia os seus estudos musicais em 1990 no Conservatório Regional de Gaia como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, estudando com Pedro Castro, Pedro Couto Soares e Pedro Sousa Silva e obtendo em 2001 o Diploma de Estudos Complementares do Conservatório de Música do Porto, em Flauta de Bisel. Desenvolve paralelamente atividade em dança antiga, tendo trabalhado com Universo Sommerso e Ensemble Pavaniglia e realizado cursos de aperfeiçoamento com Catarina e Costa e Silva, Bruna Gondoni, Cecília Grácio Moura e Dorothée Wortelboer. 116


Em 2008 prossegue com os estudos superiores em Música Antiga no Departamento de Música Antiga da Utrecht School of the Arts, Países Baixos, sob orientação de Heiko ter Schegget em Flauta de bisel, graduando-se em Abril 2012 Cum Laude. Inicia os estudos de traverso com Wilbert Hazelzet desde 2009 e paralelamente desenvolve atividade como percussionista na área da musica medieval e barroco frances, sendo frequentemente convidada para actuar como flautista e percussionista em diversos ensembles. Como organizadora ativa, forma e dirige frequentemente ensembles de música antiga e.g. Tre Fontane [Ensemble Med], Voce Humana e No Sopro do Vento, especializados em Música Medieval, Renascentista e Barroca, especificamente. Obtêve formação em música de câmara com Siebe Henstra, Frank de Bruine,Wouter Verschuren, Rebecca Stewart e Adrian Rodriguez Van der Spoel. É também diplomada em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde elaborou uma tese Final sobre Arquitetura e Acústica: o espaço sinestético. Colabora desde Setembro de 2012 na direcção artística da Academia de Música de Lagos, tendo coordenado a candidatura (aprovada) de Apoio Sustentado às Artes do Espectáculo da Direcção Geral das Artes em Dezembro de 2012. Neste momento, integra a direcção de produção / assessoria de programação / divulgação e design gráfico da II Edição do Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul 2013. Daniela Tomaz was born in Porto, Portugal. In 2001 she obtained the degree of Complementary Studies in Recorder at the Conservatório de Música do Porto. In April 2012, she graduated (Cum Laude) in Recorder, from the Early Music Department of the Utrecht Conservatory, under guidance of Heiko Ter Schegget. She also studied Traverso with Wilbert Hazelzet. Furthermore she received historically informed ensemble practice with Siebe Henstra, Wouter Verschuren, Frank de Bruine, Adrián Rodriguez Van der Spoel and Rebecca Stewart. She is an active chamber music musician, specialized in pre-baroque repertoires. Thus she is often organizing and being invited into several early music ensembles: Tre Fontane, Voce Humana, Rosa Gallica, Ensemble Portigaler, Trovas d’Amigo, Les Guillaumes and No Sopro do Vento. Yenisey Gomez | canto Nasceu em Santiago de Cuba, em 1983. Em 1993 obteve a sua Licenciatura em Música, vertente Direção Coral, no Conservatório Esteban Salas, em Santiago de Cuba. Posteriormente ela prosseguiu os seus estudos em Música no Departamento de Música Antiga do Fontys Conservatorium em Tilburg, 117


Países Baixos desde 2008, sob direção de Ildiko Hajnal. Recebeu formação em música historicamente informada com Xenia Meiyer, Stratton Bull, Anne Azema, Jill Feldman, Kees Boeke, Patrizia Bovi e Adrian Rodriguez Van der Spoel. É regularmente convidada a integrar diversos grupos dedicados a práticas musicais anteriores a 1700, tais como: Musica Temprana, Ars Vocalis, Musica Aurea,Voce Humana e Ensemble Med. Yenisey Gomez was born in Santiago de Cuba, Cuba in 1983. In 1993, she obtained her musical degree in Choir Direction at the Conservatorium Esteban Salas in Santiago de Cuba. Furthermore she studies at the Early Music Department of the Fontys Conservatorium in Tilburg, Nederlands, since 2008, under the direction of Ildiko Hajnal. She has received coaching on historically informed practice with Xenia Meiyer, Stratton Bull, Anne Azema, Jill Feldman, Kees Boeke, Patrizia Bovi and Adrian Rodriguez Van der Spoel. She is often called to integrate vocal ensembles e.g. Musica Temprana, Ars Vocalis, Musica Aurea and Ensemble Med. Sérgio Calisto | nickelharpa & moraharpa Professor de violoncelo e músico natural do Porto, formou-se em Ensino de Música (Ramo:Violoncelo) pela Universidade de Aveiro. Depois de terminar a sua formação em música erudita, dedicou-se ao estudo da nyckelharpa e moraharpa, tocando estes instrumentos nos ensembles de música folk MU e Mandrágora (ambos vencedores do Prémio Carlos Paredes) e no ensemble de música medieval Trovas de Amigo. Realizou masterclasses de nyckelharpa com Ditte Andersson, Magnus Holmström, Marco Ambrosini e Didier François. Recentemente foi convidado a participar no projecto ENCORE - European Nyckelharpa Cooperation - ORchestral Experience. Na área da música improvisada trabalhou com Mark Dresser/ Fred Frith e realizou um curso de aperfeiçoamento em Soundpainting com Walther Thompson. Is a cello teacher and musician from Porto, graduated in Music Education from Aveiro University. After finishing his classical music 118


studies, started learning the nyckelharpa/morharpa and played folk music in several ensembles such as MU and Mandrágora (both winners of Prémio Carlos Paredes) and medieval music with Trovas d´Amigo. At the International Days of the Nyckelharpa had the opportunity to work with Ditte Andersson, Magnus Holmström, Marco Ambrosini and Didier François. Recently was invited to participate in the nyckelharpa orchestra ENCORE –EuropeanNyckelharpa Cooperation - ORchestral Experience. After attendind a Soundpainting course with Walther Thompson he as been also studying this live composing sign language. Rui Silva | percussão histórica 1984, Coimbra. Em 2012, concluiu, com nota máxima (10) o Master en Interpretación de Música Antigua - Percusión Histórica, na ESMUC (Barcelona, Catalunha), tendo sido aluno de Pedro Estevan. Actualmente, dando seguimento à sua tese de mestrado (“Alduff: bases para aplicação das técnicas de frame drums mediterrânicos ao adufe, séc. XXI adentro” ESMUC, Maio 2012), desenvolve uma linha de investigação em torno do Adufe, pandeiro quadrado português, religando-o aos frame drums mediterrânicos através das técnicas de performativas e da inovação na construção de protótipos. É percussionista das Sete Lágrimas - Consort de Música Antiga e Contemporânea e Touli Ensemble. Toca com instrumentos Missom, Rui Silva Adufes, Red Clay, e adufes tradicionais José Relvas. 1984, Coimbra - Portugal. In 2012, was awarded the title Master in Early Music Interpretation - Historic Percussion, at ESMUC (Barcelona, Spain) under the supervision of Pedro Estevan and having graduated top in his class. Currently, he is following up on the theme of his dissertation “Al-duff: applying mediterranean frame drums techniques to the adufe in the 21th” by further researching the Adufe, the portuguese traditional square frame drum. He is doing this by developing performance techniques which connect the Adufe to classic mediterranean frame drums and also through building inovative prototypes of the Adufe which aim at broadning the instrument’s sound and playing range. He is resident percussionist at Sete Lágrimas - Old and Contemporary Music Consort and also at Touli Ensemble.

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Os músicos de “Canto Divino” contam com uma larga trajectória no mundo da música antiga e já participaram nos mais prestigiados festivais e orquestras espa nholas do momento, asssim como em múltiplas gravações de várias empresas discográficas. Ana López | traverso Patrícia Paz | soprano Daniel Zapico | tiorba Para mais informações: www.cantodivino.es

Programa / Programme “Douce Tranquilité” André Campra (1660 – 1744): Cantata “Arion” *** Michel Pignolet de Montéclair (1667 – 1737): Cantata “Le dèpit gènerèux” *** F. Couperin (1668 – 1733): Premier Concert de Concerts Royaux Prélude Allemande Sarabande Gavotte Gigue Menuet en Trio *** François Couperin (1668 – 1733): Troisiéme Leçon a deux Voix pour le Mercredy 121


O último rei de Espanha, Carlos II, morre em 1700 sem deixar descendência.Os anos que antecederam a sua morte formam a preocupação da sua sucessão e levam à Guerra da Sucessão Espanhola, um conflito internacional que durou de 1701 a 1713, aquando a assinatura do tratado de Utrecht. A casa de Bornón ocupa o trono nomeando Filipe de Anjou o herdeiro da coroa e obtém o reconhecimento de Filipe V como o rei de Espanha e as Indias por parte de todos os países envolvidos no tratado, mas estabelecendo uma clausula de salvaguarda proibindo que o rei de Espanha e França sejam a mesma pessoa. O Tratado de Utrecht teve consequências elevadas para o trono espanhol, perdendo todas as possessões na Europa em beneficio da Inglaterra, França e Austria, assim como viu-se obrigada a ceder face aos interesses comerciais britânicos. Na corte do rei Lius XIV a música e as artes retratavam o rei como uma figura divina fundamental do Estado. O próprio Luis XIV explorou o seu talento e foi um mecenas generoso das artes em geral, aproveitando esta dinâmica para obter benefícios políticos. Durante o seu longo reinado ( 1661 - 1715) Luis XIV usou os eventos culturais para centrar a atenção em si mesmo de toda a corte francesa e conseguiu impressionar toda a Europa e o mundo inteiro com todo o esplendor e brilho da cultura francesa. O estilo barroco e a utilização do género vocal recitativo marcam a mudança das prioridades na música. A música está agora ao serviço da palavra e é o ritmo da palavra que determina o discurso melódico. Inicialmente as cantatas francesas surgiram num contexto de câmara dos palácios e casas da nobreza parisiana, longe da corte. A cantata substituiu a “air de court” que floresceu nos mesmos ambientes e chegou a obter uma variação mais séria, as “air sérieux”. Com a introdução do recitativo impôs-se o género cantata. Las Leçons de Ténèbres do famoso cravista François Couperin (1668 - 1733) foram escritas para serem interpretadas por cantores profissionais de ópera, contratados pelas monjas da abadia de Longchamp, próximo de Paris, entre 1713 - 1717. Tenebrae é um comummente associado à Ofício das Trevas, combinando matinas e laudes durante a 5ª feira, 6ª feira e Sábado Santos, imediatamente antes do Domingo de Ressurreição. Durante o ofício Tenebrae apaga-se, depois de cada salmo, uma vela das 15 acesas. Os textos musicalmente importantes são as 3 leituras do primeiro nocturno de cada dia, retirado das Lamentações do Profeta Jeremias, parte do Antigo Testamento. 122


Biografias / Biographies Ana Lopez Suero | traverso Nasceu em Cáceres em 1977 e inicia os seus estudos de flauta transversal no Conservatório Manuel de Falla de Sevilla com Luis Orden. Como bolseira da Junta de Andalucía obtém o Bachelor sob a orientação de Marieke Schneemann no Conservatorium van Amsterdam. Realizou diversos cursos de aperfeiçomento com Jaime Martín, Michel Debost e Jacques Zoon e frequentou classes regulares com Leon Berendse, Eline van Esch e Jim Lymann. Obteve acompanhamento regular de flauta barroca e clássica com o flautista Guillermo Peñalver e Wilbert Hazelzet, e frequentou masterclasses em música de câmara com Pierre Hamon, Michael Schmidt-Casdorff, Manfredo Kraemer e Anton Steck. Desde 2001 é convidade regular das Orquestras de Córdoba, Extremadura, Sinfónica del Principado de Asturias e Manuel de Falla de Cádiz. Desde 2004 o aumento do seu interesse por instrumentos históricos leva-a a desenvolver uma ampla actividade como concertista, explorando as possibilidades das flautas da época clássica, barroca e renascentista com os grupos Carmen Veneris, Compendio Harmonico, Dolce Sirena y Canto Divino e participando em várias ocasiões no Ciclo de Música Antigua para jóvenes intérpretes de la Obra Social de Cajasol, Juventudes Musicales, Festivales de Música Antigua del Monasterio de la Valldigna en Simat (Valencia), Aranjuez (Madrid), Segóbriga (Cuenca), Camino de Santiago (Huesca), Festival Internacional de Saintes (Francia) Hochschule für Musik de Berlín y Karlsruhe (Alemania), Femás (Sevilla) e nos Circuitos de Música de la Junta de Andalucía y Diputación de Sevilla. Gravou em diversas ocasiões para a editora Almaviva e recentemente com Lindoro (Ensemble Carmen Veneris: obras de J. Chr. Fr. Bach, J. F. Tapray, F. Devienne y T. Giordani, 2008) e Arsis (Dolce Sirena: El Manuscrito de Enrique VIII de Inglaterra, 2009). Desde 2004 é também professora de flauta e funcionária da Junta de Andalucía, leccionando desde então nos Conservatorios “La Palmera”, “Francisco Guerrero” e “Macarena” em Sevilla. 123


Patricia Paz | soprano Desenvolve os seus estudos musicais na Real Escuela Superior de Madrid. Participou em diversos cursos de interpretação vocal com rofessores como Marius van Altena, Philippe Herreweghe e Jordi Savall. Apresentou-se como solista as “Canciones Negras” de Xavier Monsalvatge, “Messias” de Haendel, “Requiem” de Mozart e “O triunfo da Honra” de Scarlatti. Realizou concertos por toda a Espanha, Europa e diversos países asiáticos. Participou na gravação dos CD’s do ensemble Neocantes na gravação da integral das Cantigas de Santa Maria de Alfonso X, o Sábio, dirigio por Eduardo Paniagua e com Speculum en Fumeux par fumée ( CHOC de le Monde de la Musique). Colaborou com o filme Goya de Carlos Saura. Daniel Zapico | tiorba Nasce em 1983 em Langreo, Asturias. Obteve o seu diploma frequentando a ESMUC, na classe de Xavier Diaz-latorre, onde termina com a máxima classificação. Complementa a sua formação sob a orientação de prestigiados músicos como Rolf Lislevand, Hopkinson Smith, Robert Barto, Eduardo Eguez, Laura Mónica Pustilnik, Luca Pianca, Juan Carlos de Mulder e Juan Carlos Riviera. Como membro fundador do ensemble Forma Antiqua integrou importantes festivais de música por toda e Espanha e a nível Internacional, como Austrália, Bolívia, Brasil, China, França, Grécia, Holanda, Japão, Sérvia e Singapura, obtendo um enorme êxito do público e crítica. Com este ensemble gravou diversos CD’s: Bizarro!!, Insólito Estupor, Sopra Scarlatti, Amore x Amore, Concerto Zapico e recentemente As quatro estações de A. Vivaldi (Winter&Winter), galardoados com importantes prémios do panorama musical como Scherzo. Com Enrique Solinís e o seu irmão Pablo Zapico forma Pulsata3, grupo seleccionado por concurso para os Circuitos Musicais do INJUVE, em 2004. São habituais em La Caravaggia (ganharam o concurso internacional de Les Sacqueboutiers in Toulouse em 2006), La Ritirata (menção de honra no concurso Josep Mirabent de Sitges 2008) e na Orquesta Barroca de Sevilla. 124


Como concertista colabora com importantes figuras do panorama musical como Emilio Moreno (El Concierto Español), Christina Pluhar (L’Arpeggiata), Michael Hofstetter (Orquesta del Liceu Barcelona), Leonardo García Alarcón (Cappella Mediterranea), Ara Malikian, Fahmi Alqhai (Accademia del Piacere), Manfredo Kraemer (Orquesta Barroca de Sevilla), Riccardo Muti, Kenneth Weiss, Enrico Onofri, Petra Müllejans, Margaret Faultless, Chiara Banchini ou Attilio Cremonesi (Orquesta del Gran Teatro La Fenice). Em 2006 foi seleccionado pela Académie Baroque Européenne d’Ambronay para participar na ópera Ercole Amante dirigida por Gabriel Garrido e em 2007 pela European Union Baroque Orchestra (EUBO) como tiorba principal para duas giras de concertos por toda a Europa sob a direcção de Christina Pluhar e Margaret Faultless. Em finais de 2008 volta a ser convidado pela EUBO para um ciclo de concertos com Enrico Onofri, com quem viria a participar no programa em directo “In Tune” da BBC Radio3, um projecto da conhecida Chiara Banchini (Agosto 2009) e uma gira com Petra Müllejans (Noviembre 2009). De destacar a sua participação na gravação do CD-DVD Vespro della Beata Vergine de Claudio Monteverdi com L’Arpeggiata para Virgin Classics e a gravação para a cadeia televisiva Mezzo com La Caravaggia durante REMA showcase. Desde 2008 é professor de Instrumentos de corda beliscada do Renascimento e Barroco no Conservatorio Profesional de Música de Zaragoza e desde 2009 professor na Academia de Música Antigua de Gijón (AMAG). Também desenvolveu masterclasses no The University of Melbourne (Australia), Le Rocher de Palmer (Cenon, França) e Yong Siew Toh Conservatory of Music (Universidad Nacional de Singapore).

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Vox Antiqua O Ensemble Vox Antiqua foi fundado no ano de 2004 e é especializado na interpretação da música antiga, usando principalmente instrumentos históricos de corda “pulsada”. Na base da sua formação tem a soprano Joana Godinho e a alaúdista Helena Raposo. Para além da sua formação original integra ocasionalmente músicos convidados. O seu objectivo principal é nos diversos concertos apresentados ao público, divulgar através de interpretações históricas contextualizadas, um vasto repertório vocal acompanhado a instrumentos históricos de corda “pulsada” (alaúde, guitarra barroca e a Teorba) abrangendo o vasto repertório europeu representativo deste estilo dos séculos XV a XVIII. Entre este repertório podemos encontrar obras de compositores ibéricos assim como de outros países, entre os quais Milan, Fuellana, Dowland, Campion, Caccini, Boesset, Purcell, Chédeville,Vivaldi entre outros.

The Vox Antiqua Ensemble was founded in 2004 and specializes in the interpretation of early music, primarily using historical plucked instruments. On the basis of their training has the soprano Joana Godinho and lutenist Helena Raposo. Beyond its original formation integrates occasional guest musicians. Its main objective is presented in several concerts to the public, disseminate through historical interpretations in context, a wide vocal repertoire accompanied the historical plucked string instruments (lute, baroque guitar and Teorba) covering the vast repertoire European representative of this style of centuries XV to XVIII. Between this repertoire we can find works of Iberian composers as well as other countries, including Milan, Fuellana, Dowland, Campion, Caccini, Boesset, Purcell, Chedeville,Vivaldi and others.

Joana Godinho | Soprano Helena Raposo | Alaúde 10 ordens | Teorba | Guitarra Barroca

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Programa / Programme prima pars Mr. Dowlands Midnight John Dowland | 1563-1626 My Love hath vowed Thomas Campion | 1567-1620 Jack an Joan Thomas Campion | 1567-1620 Rest Sweet Nymphs Francis Pilkington | 1565-1638 Mrs Winters Jump John Dowland | 1563-1626 Me, me and none but me John Dowland | 1563-1626 Flow My Tears John Dowland | 1563-1626 Almand Robert Johnson | 1583 - 1624 Have You Seen But a White Lily Grow Robert Johnson | 1583 - 1624 Where the Bee Sucks Robert Johnson | 1583 - 1624 seconda pars Dolcissimo Sospiro Giulio Caccini | 1551-1618 Belle Rose Porporine Giulio Caccini | 1551-1618 Preludio 12mo Johannes H. Kapsberger | 1580-1651 128


Si Dolce é’l Tormento Claudio Monteverdi | 1567-1643 Folle e ben che si crede Taquinio Merula | 1595-1665 Preludio al 5to tono Francesco Corbetta | 1615-1681 Amor ch’Attendi Giulio Caccini | 1551-1618 Canzonetta Spirituale a la Nanna Taquinio Merula | 1595-1665 Se L’aura Spira Girolamo Frescobaldi | 1583-1643

“Amorosa Melancolia”

O culto da melancolia em que a época renascentista estava embebida deu origem às sonoridades exploradas pelos compositores da época através da temática amorosa, sendo a música inglesa do séc. XVI uma das suas melhores representações. O espírito melancólico amoroso influenciou ainda alguns compositores do inicío do barroco, tendo porém já outro tratamento da linha melódica e de texto, prevendo uma alteração estilística eminente. “Amorosa Melancolia” leva o público a viajar pelo tema de eleição da música renscentista inglesa e barroca italiana, através de árias acompanhadas por instrumentos históricos de corda pulsada.

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Biografias / Biographies Joana Godinho | canto

Natural da cidade de Lagos – Algarve cidade onde iniciou os seus estudos com Cândida Matos. Estudou Canto na Academia de Música Eborense, com a professora Joana Levy. Em simultâneo fez o curso de Violoncelo na Escola Profissional de Música de Évora onde foi aluna de Ana Paula Góis e Viktoria Chichikova. É licenciada em canto pela Universidade de Évora onde estudou sob a orientação da professora Liliane Bizineche. Actualmente frequenta o Mestrado em Música, Interpretação - Canto na mesma universidade. Frequentou Master-classes de canto e práctica coral em Espanha, Portugal e Itália, entre as quais se destaca a semana de Música Antiga em Parzanica com a cantora Claudine Ansermet. Dedica-se principalmente ao repertório de Câmara, integrando diferentes grupos onde interpreta um repertório abrangente que vai desde o séc. XV até ao séc. XX. Tendo-se apresentado em concertos em Portugal, Espanha, Itália e Malta. Interpertou o papel de Bastien, na ópera “Bastien und Bastienne” de Mozart sob a direccção do maestro Max Rabinovitch. Actualmente é professora de Canto e Classe de Conjunto no Conservatório Regional do Baixo Alentejo (Beja), na Academia de Música de Lagos e no Conservatório Regional de Évora (Eborae Musica) e dirige frequentemente workshops e master-classes de técnica vocal.

Born in the city of Lagos – Algarve, she initiated her music studies with Cândida Matos. She studied singing at the Music Academy Eborense, with Professor Joana Levy. Simultaneously she studied cello at the Professional School of Music with Ana Paula Gois and Viktoria Chichikov. She graduated in Singing by the University of Évora, where she studied under the guidance of Professor Liliane Bizineche. Currently attending the Master of Music - Interpretation - Singing at the same university. She has attended master-classes in singing and choir practice in Spain, Portugal and Italy, among which stands out the week of Early Music in Parzanica with the early music singer Claudine Ansermet. she is mainly dedicated to the chamber repertoire , where integrating different groups interpret a broad repertoire ranging from the fifteenth to the twentieth century. Having performed in Portugal, Spain, Italy and Malta. Interpreted the role of Bastien, from the opera “Bastien und Bastienne” by Mozart, conducted by Max Rabinovitch. Joana is also a singing and chamber music teacher at the Regional Conservatory of Baixo Alen130


tejo (Beja), Music Academy of Lagos and the Regional Conservatory of Évora (Eborae Music) and also directs workshops and masterclasses of vocal technique. Helena Raposo – alaúde | teorba | guitarra barroca Helena nasceu na cidade de Ponta Delgada, Açores. Estudou Guitarra Clássica com Luciano Lombardi, Gianna de Toni, Hamilton Gonçalves e posteriormente, em Lisboa com Paulo Amorim. Completou em 2008 a Licenciatura em Alaúde e Tiorba pelo Departamento de Música da Universidade de Évora. No mesmo ano, Helena é admitida no programa de Mestrado em Performance - Práticas Históricas de Interpretação na Faculdade de Música Antiga do Trinity College of Music em Londres, completando em 2009 a sua Pós-Graduação. Estudou Alaúde renascentista, Alaúde barroco, Guitarra barroca e Tiorba com David Miller; Basso Contínuo com James Johnstone e David Miller; Teoria e Interpretação da Música Antiga (Medieval, Renascimento e Barroco) com Phillip Thorby, Belinda Sykes e Stephen Preston; Música de Câmara com Rebecca Miles, Alison Crum, Tim Taver-Brown e Walter Reiter. Helena participou em master-classes com Jacob Heringman, Frances Kelly, Dr. Anne Daye, John Crawford, Dr Owen Rees, Dominique Vellard, Peter Phillips, Graham O’Reilly, entre outros. Como intérprete Helena tem atuado com diversos ensembles, tanto como solista como contínuo em Portugal e no estrangeiro. O seu repertório abrange desde a música medieval, passando pelo renascimento até ao barroco. Ensina Alaúde e Música Antiga na Escola de Música do Conservatório Nacional em Lisboa. Born in the Azores Islands, Portugal, Helena began her musical studies in classical guitar and holds a degree from the Ponta Delgada Conservatoire studying with Luciano Lombardi, Gianna de Toni, Hamilton Gonçalves and at Lisbon with Paulo Amorim. In 2003 she began to study Lute and Theorbo and is awarded a degree by the Music Department of Évora University. In 2009 Helena completed her Post- Graduate Diploma in Performance Studies Master Degree, in Historical Performance Practice at the Early Music Faculty at Trinity College of Music, London. She studies the renaissance Lute, baroque Lute, baroque Guitar and Theorbo with David Miller at Trinity College of Music in London. Continuo playing with James Johnstone and David Miller. Early Music Theory and Interpretation (Medieval, Renaissance and Baroque) with Phillip Thorby, Belinda Sykes, Stephen Preston. Also Chamber Music with Rebecca Milles, Alison Crum,Timothy Tavers-Brown,Walter Reiter. Helena participated in several courses and master-classes with internationally renowned scholars and performers such as: Jacob Herigman, Frances Kelly, Dr. Anne Daye, John Crawford, Dr Owen Rees, Dominique Vellard, Peter Phillips, Graham O’Reilly. As a performer Helena has worked with many ensembles, as soloist and as continuo player in Portugal and abroad, performing a diverse and extensive repertoire. She teaches Lute and Early Music at Escola de Música do Conservatório Nacional – Lisboa. 131


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ons antigos

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#2012

ul I C i c l o d e M Ăş s i c a A n t i g a ‘1 2


CICLO DE MÚSICA ANTIGA SONS ANTIGOS A SUL 2012 Sons antigos a Sul é o início de um projecto de Música Antiga no Algarve que pretende instalar-se anualmente. A Música Antiga compreende a utilização de instrumentos originais ou cópias fidedignas de instrumentos construídos na época e que se encontram espalhados por museus ou colecções privadas, um pouco por toda a Europa. Na base desta busca do som dito “original”, está a utilização de tratados e métodos antigos que descrevem e teorizam o estilo interpretativo musical relativo a cada fase da história da música. Com esta conjugação de meios chegamos à Música Historicamente Informada que contempla toda a música do período Medieval, passando pelo Renascimento, Barroco e Pré-Clássico. O I Ciclo de Música Antiga Sons Antigos a Sul é um projecto de Música Antiga no Algarve, organizado pela Academia de Música de Lagos e que pretende instalar-se anualmente A primeira edição ocorreu em Agosto de 2012. Esta primeira série de concertos foi um sucesso de público, quase sempre de lotação esgotada. Os espaços escolhidos privilegiaram lugares de interesse patrimonial elevado locais, nomeadamente a igreja de Santo António em Lagos, a Igreja da Nossa Senhora da Graça Na Fortaleza de Sagres e a Ermida da Guadalupe, estas duas últimas pertencentes aos Monumentos do Algarve, geridos pela Direcção Regional de Cultura do Algarve. É nossa intenção, e cada vez mais, a união do património auditivo ao património edificado arquitectónico que pouco conhecido é na região Algarvia. Estamos, por isso, num período de procura de novos espaços de alto valor patrimonial para que possam ser divulgadas através dos Sons Antigos a Sul, reciprocamente, para a Música ganhar o seu devido estatuto dentro do nobre património edificado do sul do País. Neste segunda Edição, o Festival pretende promover 5 séries de concerto, cada uma nos respectivos fins-de-semana de Agosto, apontando para 5 programas musicais no âmbito da música antiga europeia, Em Agosto, o Algarve ganha uma nova densidade demográfica e cultural, nomeadamente com nações oriundas destes mesmo países que vamos retratar. Elsa Santos Mathei direção artística Daniela Tomaz assessoria artística e design de comunicação 134


So n s a n t i g o s Su l

13 Julho

Igreja de Santo António

concertos 18h00

A MUSICALL BANQUET Joana Godinho - soprano Helena Raposo - teorba / alaúde

entrada 5 € / com os descontos habituais 3 €

20 Julho CANTATA HUMANA Joana Godinho - soprano Ana Lopez Suero - traverso Patricia Gonzalez - cravo

3 de Agosto AS NAçõES (RE)UNIdAS José Rodrigues Gomes - fagote / flauta Tiago Simas Freire - flauta Sofia Nereida Pinto - cravo

S Su l

10 Agosto

ons antigos

BARoQUE GENERATIoN Nuno Mendes - violino Ji Yun Kang - violoncelo Elsa Mathei - cravo

a

17 Agosto LE GoûT THéATRAL danielaTomaz - flauta / traverso / percussão Ji Yun Kang - violoncelo Elsa Mathei - cravo C i c l o d e M ú s i c a A n t i g a ‘1 2 Elsa Santos Mathei:

direcção artística e concepção

José Viegas Gonçalves (AML):

direcção de produção

Frederico Barroso/Bruna Melia:

assistência de produção

Daniela

Tomaz:

concepção

gráfica

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CICLO DE MÚSICA ANTIGA SONS ANTIGOS A SUL 2012

14 Julho

Igreja de Nª Sra da Graça na Fortaleza de Sagres A MUSICALL BANQUET: Joana Godinho - soprano Helena Raposo - teorba / alaúde

concertos 17h30

22 Julho

entrada gratuita

Ermida de Nª Sra de Guadalupe CANTATA HUMANA: Joana Godinho - soprano, Ana Lopez Suero - traverso, Patricia Gonzalez - cravo

5 Agosto

Igreja de Nª Sra da Graça na Fortaleza de Sagres AS NAçõES (RE)UNIdAS: José Rodrigues Gomes - fagote / flauta, Tiago Simas Freire - flauta, Sofia Nereida Pinto - cravo

S Su l

ons antigos

12 Agosto

Ermida de Nª Sra de Guadalupe BARoQUE GENERATIoN: Nuno Mendes - violino, Ji Yun Kang - violoncelo, Elsa Mathei - cravo

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19 Agosto

Igreja de Nª Sra da Graça na Fortaleza de Sagres LE GoûT THéATRAL: daniela Tomaz - flauta / traverso / percussão, Ji Yun Kang - violoncelo, Elsa Mathei - cravo

C i c l o d e M ú s i c a A n t i g a ‘1 2 Elsa Santos Mathei:

direcção de produção

Frederico Barroso/Bruna Melia:

assistência de produção

Daniela

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direcção artística e concepção

José Viegas Gonçalves (AML):

Tomaz:

concepção

gráfica


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CICLO DE MÚSICA ANTIGA SONS ANTIGOS A SUL 2012

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So n s a n t i g o s Su l dois anos e meio em Seoul, Korea. Em 2004 iniciou o estudo do violoncelo barroco no Conservatorium de Utrecht com Viola de Hoog e viola da gamba com Joshua Cheatham. Depois de terminado o Master com Viola de Hoog no Conservatorium de Amsterdam leccionou violoncelo barroco na Universidade Hanyang. Frequentou masterclasses com Jaap ter Linden e Wieland Kuiken. Foi selecionada para tocar nos concertos fringe do Utrecht earlymusic festival em 2008, 2009 e 2010, assim como integrou os projectos Collegium Musicum Hanyang com o Zefiro Ensemble e Derek Lee Ragin. Participou na L’orchestra Giovanile Accademia Montis Regalis em Mondovi, Italy. Foi distinguida com a bolsa HSP HuygensScholarship em 2007/2008. Actualmente frequenta o Master em viola da Gamba com Mieneke van der Velden e Philippe Pierlot no Royal Conservatory of the Hague

Joana Godinho é natural de Lagos e iniciou os seus estudos musicais nesta cidade

com Cândida Matos. Estudou Canto na Academia de Música Eborense, com a professora Joana Levy. Em simultâneo fez o curso de Violoncelo na Escola Profissional de Música de Évora onde foi aluna de Ana Paula Góis e Viktoria Chichikova. É licenciada em canto pela Universidade de Évora onde estudou sob a orientação da professora Liliane Bizineche. Actualmente frequenta o curso de mestrado em Música, Interpretação Canto na mesma universidade. Frequentou cursos de aperfeiçoamento e Masterclasses de canto e em Espanha, Portugal e Itália, entre as quais se destaca os encontros de Música Antiga em Parzanica onde estudou com a cantora Claudine Ansermet. Dedicase principalmente ao repertório de Câmara e integra diferentes grupos onde se dedica ao repertório renascentista e barroco e séc. XX, tendo actuado em concertos por todo o país, Espanha, Itália e Malta. Interpertou o papel de Bastien, na ópera “Bastien und Bastienne” de Mozart sob a direccção do maestro Max Rabinovitch. Orienta regularmente workshops e masterclasses de técnica e saúde vocal. Actualmente é professora de Canto e Classe de Conjunto na Academia de Música de Lagos, no Conservatório Regional do Baixo Alentejo (Beja) e no Conservatório Regional de Évora (Eborae Musica).

José Rodrigues Gomes é licenciado em Ciências Musicais, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; em flauta de bisel, sob orientação de Peter van Heyghen e Daniel Brüggen, e em fagote histórico, sob orientação de Donna Agrell e Wouter Verschuren, ambos pelo Conservatório Real da Haia nos Países Baixos; e mestrado em fagote histórico pelo Conservatório de Amesterdão, sob orientação de Benny Aghassi, tendo centrado a sua investigação sobre o uso do Baixão nas escolas polifónicas portuguesas dos séculos XVII e XVIII. É membro regular das orquestras barrocas Divino Sospiro, e Orquestra Barroca da Casa da Música, e colaborou com agrupamentos do resto da Europa tais como Les Musiciens du Louvre – Grenoble; Musica Amphion; New Dutch Academy; ou EUBO (European Union Baroque Orquestra), da qual foi membro em 2008, 2009 e 2010. Tendo trabalhado sob a direcção de músicos de renome como Enrico Onofri, Laurence Cummings, Marc Minkowski, Chiara Banchini, Christophe Coin, Marc Hantäi, Christina Pluhar, Margaret Faultless, ou Keneth Weiss, José é um músico versátil tanto enquanto solista, como músico de câmara ou de orquestra, sendo experiente numa vasta gama de estilos e períodos históricos, e ainda enquanto improvisador (improvisação livre), género em que é muito activo, nomeadamente com o agrupamento RIO – Royal Improvisers Orchestra. Nuno Mendes dedica-se exclusivamente ao estudo da interpretação histórica 139


CICLO DE MÚSICA ANTIGA SONS ANTIGOS A SUL 2012

Biografias dos Músicos edição I

Elsa Santos iniciou os seus estudos musicais com a Prof.Maria Luisa Bruto da Costa e aos 13 anos ingressa na classe de Cravo da Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa. É Licenciada em Cravo pela ESMAE, no Porto, sob a orientação da Prof. Ana Mafalda Castro e Pos-graduada em Pianoforte pela ESMUC, em Barcelona, com Arthur Schoonderwoerd. Posteriormente segue os seus estudos de aperfeiçoamento com Siebe Henstra, no Conservatório de Música de Utrecht, na Holanda. Aperfeiçoa os seus estudos com diversas personalidades nacionais e internacionais, e em diversos cursos relevantes do panorama musical histórico actual, destacando-se, o trabalho realizado em Cravo com Jacques Ogg, Rinaldo Alessandrini, Ketil Haugsand, Wilton Wyoninsky, Pascal Dubreil, Bob van Asperen, Ewald Demeyere, Richard Egarr, entre outros, e Música de Câmara com Pedro Couto Soares, Wilbert Hazelzet, Paolo Pandolfo, Max von Egdmond, Rainer Ziperling, Ku Ebinger, Peter Hostlag, Emilio Moreno, Amandine Beyer, Lorenzo Coppola, Jill Feldman, Ricardo Kanji, Richard Gwilt, Peter van Heyghen, Marcel Beekman, entre outros. aralelamente desenvolve a sua carreira de docente. Como cravista acompanhadora, toca regularmente em diversos cursos e grupos de música de câmara, colaborando com orquestras, entre elas Orquestra de Cascais e Oeiras e o Divino Sospiro, assim como em diversos cursos de aperfeiçoamento, destacando-se a master classe de oboé ministrado por Alfredo Bernardini e violino barroco por Enrico Onofri, no CCB em Lisboa. Daniela Tomaz inicia os seus estudos musicais em 1990 no Conservatório Regional

de Gaia como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, estudando com Pedro Castro, Pedro Couto Soares e Pedro Sousa Silva e obtendo em 2001 o Diploma de Estudos Complementares do Conservatório de Música do Porto, em Flauta de Bisel. Desenvolve paralelamente actividade em dança antiga, tendo trabalhado com Universo Sommerso e Ensemble Pavaniglia e realizado cursos de aperfeiçoamento com Catarina Costa e Silva, Bruna Gondoni, Cecília Grácio Moura e Dorothée Wortelboer, Em 2008 prossegue com os estudos superiores em Música Antiga no Departamento de Música Antiga da Utrecht School of the Arts, Países Baixos, sob orientação de Heiko ter Schegget em Flauta de bisel, graduanso-se em Abril 2012 um Laude. Inicia os estudos de traverso com Wilbert Hazelzet desde 2009 e paralelamente desenvolve actividade como percussionista na área da musica medieval e barroco frances, sendo frequentemente convidada para actuar como flautista e percussionista em diversos ensembles. Como organizadora activa, forma frequentemente ensembles de música antiga e.g. Tre Fontane, Voce Humana,e No Sopro do Vento, especializados especificamente em Música Medieval, Renascentista e Barroca. Obtêve formação em música de câmara com Siebe Henstra, Frank de Bruine, Wouter Verschuren, Rebecca Stewart e Adrian Rodriguez Van der Spoel. É também diplomada em Arquitectura pela Faculdade de ARquitectura da Universidade do Porto, onde elaborou uma tese Final sobre Arquitectura e Acústica: o espaço sinestético.

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So n s a n t i g o s Su l Ana Lopez Suero nasceu em Cáceres em 1977 e inicia os seus estudos de flauta transversal no Conservatório Manuel de Falla de Sevilla com Luis Orden. Como bolseira da Junta de Andalucía obtém o Bachelor sob a orientação de Marieke Schneemann no Conservatorium van Amsterdam. Realizou diversos cursos de aperfeiçomento com Jaime Martín, Michel Debost e Jacques Zoon e frequentou classes regulares com Leon Berendse, Eline van Esch e Jim Lymann. Obteve acompanhamento regular de flauta barroca e clássica com o flautista Guillermo Peñalver e Wilbert Hazelzet, e frequentou masterclasses em música de câmara com Pierre Hamon, Michael Schmidt-Casdorff, Manfredo Kraemer e Anton Steck. Desde 2001 é convidade regular das Orquestras de Córdoba, Extremadura, Sinfónica del Principado de Asturias e Manuel de Falla de Cádiz. Desde 2004 o aumento do seu interesse por instrumentos históricos leva-a a desenvolver uma ampla actividade como concertista, explorando as possibilidades das flautas da época clássica, barroca e renascentista com os grupos Carmen Veneris, Compendio Harmonico, Dolce Sirena y Canto Divino e participando em várias ocasiões no Ciclo de Música Antigua para jóvenes intérpretes de la Obra Social de Cajasol, Juventudes Musicales, Festivales de Música Antigua del Monasterio de la Valldigna en Simat (Valencia), Aranjuez (Madrid), Segóbriga (Cuenca), Camino de Santiago (Huesca), Festival Internacional de Saintes (Francia) Hochschule für Musik de Berlín y Karlsruhe (Alemania), Femás (Sevilla) e nos Circuitos de Música de la Junta de Andalucía y Diputación de Sevilla. Gravou em diversas ocasiões para a editora Almaviva e recentemente com Lindoro (Ensemble Carmen Veneris: obras de J. Chr. Fr. Bach, J. F. Tapray, F. Devienne y T. Giordani, 2008) e Arsis (Dolce Sirena: El Manuscrito de Enrique VIII de Inglaterra, 2009). Desde 2004 é também professora de flauta e funcionária da Junta de Andalucía, leccionando desde então nos Conservatorios “La Palmera”, “Francisco Guerrero” e “Macarena” em Sevilla.

Helena Raposo

nasceu na cidade de Ponta Delgada, Açores. Estudou Guitarra Clássica com Luciano Lombardi, Gianna de Toni, Hamilton Gonçalves e posteriormente, no Conservatório Nacional de Lisboa com Paulo Amorim. Completou em 2008 a Licenciatura em Alaúde e Tiorba pelo Departamento de Música da Universidade de Évora. No mesmo ano, Helena é admitida no programa de Mestrado em Performance Prácticas Históricas de Interpretação na Faculdade de Música Antiga do Trinity College of Music em Londres, completando em 2009 a sua Pós-Graduação. Estudou Alaúde renascentista, Alaúde barroco, Guitarra barroca e Tiorba com David Miller; Basso Contínuo com James Johnstone e David Miller;Teoria e Interpretação da Música Antiga com Phillip Thorby, Belinda Sykes e Stephen Preston; Música de Câmara com Rebecca Miles, Alison Crum e Tim Taver-Brown. Helena participou em master-classes com Jacob Heringman, Frances Kelly, Dr. Anne Daye, John Crawford, Dr Owen Rees, Dominique Vellard, Peter Phillips, Graham O’Reilly, entre outros. Como intérprete Helena tem actuado com diversos ensembles, tanto como solista como contínuo em Portugal no estrangeiro. O seu repertório abrange desde a música medieval, passando pelo renascimento até ao barroco. A sua outra grande paixão para além da música é a fotografia, Helena recentemente tirou um curso de Fotografia e edição de Imagem com o fotógrafo profissional Pedro Vilhena.

Jiyun Kang estudou violoncelo na Universidade Hanyang, na Korea. Após finalizar os estudos integrou a Prime Philharmonic Orchestra durante

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CICLO DE MÚSICA ANTIGA SONS ANTIGOS A SUL 2012

com instrumentos da época desde os 18 anos, iniciando-se com Marc Destrubé, e

prosseguindo os seus estudos posteriormente com Emilio Moreno na Escola Superior de Música da Catalunha. Paralelamente efectuou diversos cursos de aperfeiçoamento com Chiara Banchini, Enrico Onofri, Manfredo kraemer e Pablo Valetti em violino barroco, e em música de câmara com Paolo Pandolfo, Alfredo Bernardino, Peter Van Heyghen, Jacques Ogg entre outros.É membro da orquestra barroca Divino Sospiro desde a sua fundação e apresenta-se regulamente com agrupamentos orquestrais como El Concierto Español, Os Músicos do Tejo, La Galanía, Conductus Ensemble, Orquestra Barroca Catalana, Academia 1750 e com formaçãos camaristicas como o Ensemble Aliseos, Con Molto Garbo, Doppler Ensemble, entre outros. Na seu percurso tem gravado para discográficas como Glosa, Naxus e Nixium, entre outras, actuando em diversos festivais europeus especializados na música antiga. Em 2009 termina os seus estudos de violino Barroco na Escola Superior de Música da Catalunya no departamento de música antiga com Matrícula de Honra pelo seu trabalho e concerto intitulado “Repertório virtual para violíno Barroco: A transcrição no barroco e duas propostas de obras para violino solo”. Prosseguindo com o trabalho de investigação musicológica no campo do repertório ibérico para violino durante os séculos XVII e XVIII, é bolseiro do Centro Nacional de Cultura em 2009 e 2010, e conclui em 2011 o mestrado em Investigação Musicológica e Interpretação da Música Antiga pela Universidade Autónoma de Barcelona obtendo a classificação máxima após defender a sua tese intitulada “Repertório Inédito na Biblioteca de Catalunha. Violin Edition 1.0”. É também professor de violino e orquestra e director do departamento de Música Antiga do Centro de Estudos Musicais em Terrassa, Barcelona, e desde 2010 professor no curso de Música Antiga de Cabrera de Mar, Barcelona, juntamente com Montserrat Torrent i Guido Iotti.

Patricia González têve um crescente interesse pela música antiga, depois dos seus estudos de piano, composição e flauta transversal. Licenciou-se em musicologia no Conservatorio Superior Manuel Castillo em Sevilla, ao mesmo tempo que entrava em contacto com o cravo através de Alejandro Casal. Em 2012 completou o BMus en Hogeschool voor de Kunsten Utrecht, em cravo e orgão sob a orientação de Siebe Henstra e Reitze Smits respectivamente, assim como baixo continuo e improvisação no Koninklijk Conservatorium Den Haag con Patrick Ayrton. Em 2011 obteve o grau de mestrado em Musicologia, Educação e Interpretação de música antiga pela Escola Superior de Musica de Catalunya y la Universidad Autónoma de Barcelona, especializando-se com a investigação do repertório espanhol de música para tecla. Realizou diversos cursos de especialização no âmbito da música barroca para tecla, Patricia apresentou-se em diversas cidades europeias, nomeadamente em Espanha, Holanda, Alemanha e Inglaterra, com formações de câmara e orquestras. Colaborou com directores importantes como Christina Pluhar, Wilbert Hazelzet e Manfredo Kraemer. Actualmente é continuista no Nova Lux Ensemble de la Coral de Cámara de Pamplona, que centra a sua actividade na música do Renascimento e Barroco Espanhol. Em 2008 iniciou um projecto pessoal de edição musical sob a licença creativecommons, de cuja experiência surgiram colaborações com diversas produções de grupos especializados na música antiga (Opera2day, Les Esprits Animaux, Orchestre Français des Jeunes - Maison de Radio France, entre outros).

Sofia Nereida Pinto 142

tem o grau de licenciatura em Música Antiga – Cravo,


So n s a n t i g o s Su l pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (ESMAE), Porto. Leciona na ESMAE e em outras reconhecidas instituições do Norte do País. A convite do Serviço Educativo da Casa da Música, no Porto, concebeu e dirigiu o espetáculo “O Que é a Música Antiga?”, que apresentou em Fevereiro de 2012 na referida Casa e que terá a sua reposição em Novembro próximo. Em 2010 fundou o grupo de fusão de Música Antiga e Tradicional “Ela uma Vez” e em 2005 fundou, juntamente com Tiago Simas Freire e Hugo Sanches, o agrupamento “Officina da Música” com quem se apresentou em Portugal (Festival da Primavera de Viseu, Festival de Música Antiga de Loulé, etc) e na Holanda (Fringe Festival de Música Antiga de Utrecht). Em 2009, apresentou-se com a violoncelista galega Isabel Figueiroa no Teatro Helena Sá e Costa. Em 2008, tocou a solo com os cravistas Ana Mafalda Castro e Lawrence Cummings e a Orquestra Barroca Casa da Música. Em 2007, apresentou-se em concerto na Fundação Calouste Gulbenkian, na XXVIII edição do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, nos Concertos Promenade do Coliseu do Porto. Tocou nas Folles Journées 2006 de Lisboa no CCB com a Orquestra de Música Antiga da ESMAE, nas actividades da inauguração da Casa da Música em 2005, e em concertos na Casa Bonjóia (Porto), Culturgest (Lisboa), Museu Nacional da Ajuda (Lisboa), Palácio Nacional de Queluz, entre outros. Em 2004, apresentou-se em concerto com o oboísta Isaac Duarte e com o fagotista Matthias Rázc, solistas da Orquestra de Zurique. Frequentou masterclasses com Gustav Leonhardt, Ketil Haugsand, Siebe Henstra, Miklos Spanyié e Lawrence Cummings. Em 2003, fez um período de estudos em Amesterdão onde foi aluna do cravista Richard Egarr. Foi também aluna de Viola da Gamba do professor Miguel Ivo Cruz. Paralelamente à actividade musical, é licenciada em História Moderna e Contemporânea, na variante Gestão e Animação de Bens Culturais, pelo ISCTE, Lisboa (1999-2003), tendo estudado em Portugal e na Holanda.

Tiago Simas Freire estudou Música Antiga na ESMAE (Porto, Portugal), no CNSMD (Lyon, França) e na ESMUC (Barcelona, Espanha) tendo passado pelas classes de flauta-de-bisel de Pedro Sousa Silva, Pierre Hamon e Pedro Memelsdorff, e pelas classes de corneta de William Dongois, Jean Tubéry e Jean-Pierre Canihac. No CNSMD de Lyon estudou também canto com Anne Quentin, notação musical e solmização com David Chappuis, contraponto e retórica musical com Gérard Geay, e contraponto improvisado com Barnabé Janin e Jean-Yves Haymoz. Em workshops da especialidade trabalhou com inúmeros outros músicos que se tornaram referências pessoais tais como Judith Paquier, Erik van Nevel, Peter van Heyghen e Jordi Savall. Foi convidado a leccionar seminários de IHI (Interpretação Historicamente Informada) no Departamento de Música Antiga da ESMAE. Foi conferencista convidado no Centre Culturel de Rencontre em Ambronay (França) e no congresso NEXUS2012 em Milão (Itália). Para além de convidado a colaborar com diversos ensembles (Divino Sospiro, Sete Lágrimas, La Nave Va, Ensemble Baroque de Lyon, Le Concert de L’Hotel Dieu), o seu trabalho mais experimental em favor da música historicamente informada fá-lo com os seus agrupamentos Ensemble Incipit, Aperto Libro e Officina da Musica com que já se apresentou em concerto em Portugal, França, Holanda e Suécia. É também diplomado em Arquitectura (IST-UTL) sendo a sua tese de Mestrado comum às duas esferas artísticas – estudo das relações entre Música e Arquitectura no século XV.

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CICLO DE MÚSICA ANTIGA SONS ANTIGOS A SUL 2012

Em 2013, O II Ciclo de Sons Antigos a Sul, procurará homenagear os 300 anos do Tratado de Utrecht, celebrado pela Grã-Bretanha, Brandeburgo e Prússia, França, Sabóia (norte de Itália),França, Espanha e Portugal, no seguimento das Itinerâncias Musicais propostas pela AML na celebração dos 20 anos do Tratado de Maastricht. Procurará mostrar, através da Música, as relações histórico-políticas que se estabeleceram na Europa desde os seus primórdios. Recordamos que as lutas territoriais entre nações europeias levaram à fundação da nacionalidade portuguesa, a 5 de Outubro de 1143. Daí até À assinatura do acordo de paz em 1713, em Utrecht, nos Países Baixos, muitos foram os encontros e desencontros político-culturais. E como sempre, a Música foi o seu principal veículo de comunicação. Temos portanto que celebrar o percurso complexo e rico que levou à união entre as diversas culturas que montam politicamente a nossa actual União Europeia, desde o século XII ao século XXI.

Elsa Santos Mathei direção artística Daniela Tomaz assessoria artística | design de omunicação 144


So n s a n t i g o s Su l

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A Academia de Música de Lagos é uma Associação de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, fundada em 27 de Maio de 1986 por D. Maria Boulain Fogaça. Desde 1989 que é reconhecido, consecutivamente, o Manifesto Interesse Cultural aos seus Planos de Actividade intercalado com o reconhecimento do Superior Interesse Cultural. Do seu historial consta a atribuição da Medalha de Mérito Cultural (1993), atribuída pela Secretaria de Estado da Cultura, a Medalha de Mérito Municipal ( 2002) grau prata, pela Câmara Municipal de Lagos, o Troféu Infante de Sagres para a área da Cultura (2009), e a Medalha de Mérito Municipal, grau prata (de 2012) pela Câmara Municipal de Portimão. A Academia de Música de Lagos, é das mais dinâmicas e produtivas associações culturais portuguesas na área das artes e espectáculos. Desde 1990 que mantem o Conservatório de Portimão - Joly Braga Santos, estabelecimento de ensino com autonomia pedagógica, e desde 2003, a Secção de Lagoa – Conservatório de Música de Lagoa. As Escolas de Música funcionam com autorização definitiva concedida pelo Ministério de Educação e Ciência e desde 1 Setembro de 2001 possuem a Certificação pela Direcção Regional de Educação do Algarve. Todos os Cursos estão autorizados pelo MEC e possuem paralelismo pedagógico com o Conservatório Nacional. Anualmente são estabelecidos Contratos de Patrocínio com o Ministério da Educação e Ciência, Contratos Programa com as Câmaras Municipais de Lagos, Portimão, Lagoa e dgArtes/ Secretaria de Estado da Cultura; Acordos de Colaboração com as Juntas de Freguesia dos Concelhos de Lagos, Portimão e Lagoa, Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco; Universidade de Évora; Escola Superior de Música de Lisboa; Instituto Piaget – Cooperativa para o Desenvolvimento Humano, Integral e Ecológico, CRL; Instituto Superior D. Afonso III – Loulé; Colégio “O Bambino” – Lagos; Colégio de São Gonçalo – Lagos; Centro de Apoio Social de Carvoeiro; Centro Paroquial de Estômbar – Lagoa; Colégio Ti-Té e Flor em Portimão; Serviços Sociais, Culturais e Desportivos dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Lagoa; Farmácia Ribeiro Lopes – Lagos; Farmácia Dias – Portimão; Solidó, Instrumentos Musicais, Lda., Lagos em Forma – Gestão Desportiva E.E.M. Protocolos de Articulação com as seguintes Escolas: - LAGOS- E.B.Tecnopólis de Lagos, E.B. 2,3 das Naus, Escola Secundária com 3.º C.E.B. Gil Eanes e Escola Secundária Júlio Dantas; PORTIMÃO- Escola Secundária Poeta António Aleixo; Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, Escola Básica e Secundária da Bemposta, EB 2,3 Prof. José Buisel, EB 2,3 D. Martinho Castelo Branco, E B 2,3 Eng.º Nuno Mergulhão; E.B.I. Mexilhoeira Grande, E.B.2,3 D. João II – Alvor; SILVES- Escola Secundária de Silves, E.B. 2,3 Dr. Garcia Domingues, E.B. 2,3 Dr. António Contreiras - Armação de Pêra; LAGOA- Escola Secundária Padre António Martins Oliveira, ESPAMOL, Lagoa E.B. 2,3 Jacinto Correia, E.B. 2,3 Prof. João Cónim – Estômbar, E.B. 2,3 Rio Arade, Parchal MONCHIQUE-E.B. 2,3 Monchique; l; LOULÉ- E.B. 2,3 Padre João Coelho Cabanita; Protocolo de Colaboração com a Direcção Regional da Cultura do Algarve;


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