*engrenagens
Museu José Guedes
_estudo preliminar _pa5
ufc/ arquitetura e urbanismo/ projeto arquitetônico V/ prof.º romeu duarte/ ana carolina dos s. barros; hortênsia gadelha maia; 2010.2
evolução da idéia A partir do estudo feito na etapa passada, estudo de viabilidade, foram definidos alguns princípios básicos que deveriam ser seguidos e expressados no decorrer de todas as etapas do projeto arquitetônico. Adaptando-se da melhor forma ao sítio e ao programa, o Museu Guedes favorece um mínimo de impacto para a comunidade. Optou-se por uma edificação de baixo gabarito e grandes percursos. Garantir a visual da praia foi um parâmetro importante ao escolher uma laje caminhável para o teto. O edifício se adapta perfeitamente aproveitando a declividade para criar pés-direitos duplos e abrigar os blocos educativo e acervo. A permeabilidade visual e física é evidente no projeto. Uma passarela liga o bloco educacional ao expositivo/acervo, aí se encontra o memorial do artista homenageado. Atravessando o riacho Jacarecanga reaviva-se sua importância como recurso natural e define uma melhor política de conservação desse recurso como parte integrante do programa museológico. Todo o edifício do Museu Guedes é recuado da faixa de praia, aproximando-se da avenida Leste-Oeste ampliando, assim, uma área destinada ao lazer. Os blocos destinados a exposição têm formas distorcidas e fragmentadas. Elas proporcionam um percurso cheio de surpresas e abrem novos caminhos. Não há nunca uma direção a ser tomada, o observador é levando por sua curiosidade, descobrindo os lugares e as obras. Passarelas surgem ligando as salas de diferentes mídias, abrindo novas perspectivas e visuais. O Museu aqui proposto faz parte de uma narrativa onde cada pessoa que o adentra narra uma diferente, fazendo o seu próprio itinerário. Não há salas destinadas especificamente para determinado tipo de mídia, dessa forma, podem ocorrer mudanças de localização, buscou-se uma flexibilidade. Um aspecto em destaque do partido escolhido foi o foco que se pretendia dar ao bloco educacional. Trazer uma realidade nova para as comunidades do Pirambu e do Tirol era de profundo desejo e necessidade. Essas comunidades são muitas vezes ignoradas pelo poder público. Trazer novos equipamentos para as pessoas seria uma maneira de, através do projeto, induzir novas atividades, trazer novos conhecimentos, ampliar o contato com a arte e com o ensino. É importante salientar que o museu contemporâneo não é apenas um museu, ele desenvolve diversas outras atividades. Atualmente o museu vem sendo utilizado para abrigar diferentes eventos, e ainda ser um ponto de encontro, de convivência. Trazer esse equipamento desenvolveria mais etapas e desenhos (em ordem o estudo da Arte e dos artistas locais estimulando o cronológica) que levaram a configuração aprendizado e produção da arte, arte-mídia. do estudo preliminar aqui apresentado.
distribuição espacial fluxograma
Mantendo o foco da proposta inicial, que privilegiava os percursos e fluxos internos e externos ao programa do museu, e com algumas alterações realizadas, é aqui apresentado o diagrama dos fluxos desejados para cumprimento do programa, segundo nossas principais premissas. As alterações realizadas, em relação ao esquema de fluxos apresentado na etapa de estudo de viabilidade, dizem respeito a criação de um núcleo de acesso principal (em detrimento dos dois acessos apresentados anteriormente) para que o acesso ao museu pudesse ser melhor monitorado, além da relocação das áreas destinadas ao estacionamento e, consequentemente, do acesso dos veículos a essas áreas. Outra alteração diz respeito ao «adensamento» desses fluxos, com relação às dimensões do terreno
distribuição espacial situação
Os volumes que desenvolvem o Museu Guedes são afastados da faixa de praia aproximando-se da Avenida valorizando e dando mais espaço para os banhistas e passantes, além da possibilidade da instalação de pequenas barracas de praia para apoio. Foi pensado num tratamento paisagístico ainda preliminar, que deverá ser melhor desenvolvido na próxima etapa. Este possibilitará uma amenizada no microclima e uma melhor ventilação. O espaço livre será trabalhando tanto quanto o construído. Eles deverão estabelecer uma relação fluida de interação.
anfiteatro
o espaço O fruidor chega a uma grande praça e chega na sutil entrada do Museu José Guedes. um grande átrio luminoso serve como elemento de circulação comunicando os vários níveis do edifício. Nesta parte se encontra o bloco educativo. As salas das oficinas são distribuídas de forma irregular. O impacto visual dos jardins internos causam sensação de acolhimento. Perspectivas são abertas por elementos translúcidos ou transparentes emoldurando a paisagem. Um bloco de circulação horizontal integra os dois «blocos» do museu, «separados» pelo riacho. Ao passar sobre o riacho, o bloco de ligação abriga também o memorial do artista e dá acesso ás outras salas de exposição. As salas se distribuem de forma bastante dinâmica e fluida, causando surpresas e descobertas, além da criação de cantos e recantos entre uma sala de exposição e outra. Cada fruidor desenvolve a sua própria narrativa sendo cada visita diferente da anterior. Chega-se, dessa forma, a um conhecimento das obras e dos espaços particular de cada pessoa.
1 entrada do estacionamento 2 estacionamento 3 núcleo de circulação vertical 4 administração 5 mezanino biblioteca 6 mezanino café 7 vestiários funcionários 8 oficinas 9 atelier do artista
1
planta 3º pavimento 1:1000
14 exposições temporárias 15 café 16 galeria memória josé guedes 17 salas de exposição
4
3 2
18 área técnica 19 mirante
6
7
20 jardins internos
1
21 laboratório de restauro 23 22 reserva técnica
2planta 2º pavimento 1:1000
23 sala de catalogação 24 sala dos conservadores 25 sala automação/vigilantes
8
26 doca de carga e descarga 11
20
8 20
20
24
20
17
12
18 17
1 17
11 biblioteca 12 loja/livraria 13 auditório
5
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9 17
10 recepção/monitoria
1
16
19
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10 4
13
17
17
17 17
20
18 20
20 20
3planta 1º pavimento 1:1000
17 20
perspectivas internas do museu
20
17 26
11
15
22
21 20
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25 20
20
16
4planta sub-solo 1:1000
estudos de distribuição dos espaços internos
1 entrada 2 estacionamento 3 núcleo de circulação vertical 4 administração 5 mezanino biblioteca 6 mezanino café 7 vestiários funcionários 8 oficinas 9 atelier do artista 10 recepção/monitoria 11 biblioteca 12 loja/livraria 13 auditório 14 exposições temporárias 15 café 16 galeria memória josé guedes 17 salas de exposição
1
18 área técnica 19 mirante
3
20 jardins internos 21 laboratório de restauro 22 reserva técnica 23 sala de catalogação 24 sala dos conservadores
planta 3º pavimento 25 sala automação/vigilantes
1
entrada - sem escala
26 doca de carga e descarga
8 11
20
8 20
12
20
20
17
18 17
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9 1
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17
17
17 17
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18 20
20 20
1 entrada do estacionamento 2 estacionamento 3 núcleo de circulação vertical 4 administração 5 mezanino biblioteca 6 mezanino café 7 vestiários funcionários 8 oficinas 9 atelier do artista 10 recepção/monitoria 11 biblioteca 12 loja/livraria 13 auditório
8
14 exposições temporárias 15 café 11
16 galeria memória josé guedes 17 salas de exposição
8 20
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12 14
9 1
1
16 15
10 13
4 20
18 área técnica 19 mirante 20 jardins internos 21 laboratório de restauro 22 reserva técnica 23 sala de catalogação 24 sala dos conservadores
planta 1º pavimento 25 sala automação/vigilantes
2
bloco educativo s/escala
26 doca de carga e descarga
8 11
20
8 20
20
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17
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14
9 1
1
16
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10 13
4
17
17
17 17
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18 20
20 20
1 entrada do estacionamento 2 estacionamento 3 núcleo de circulação vertical 4 administração 5 mezanino biblioteca 6 mezanino café 7 vestiários funcionários 8 oficinas 9 atelier do artista 10 recepção/monitoria
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11 biblioteca
20
17
12 loja/livraria 13 auditório
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16
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20
14 exposições temporárias 15 café 16 galeria memória josé guedes 17 salas de exposição 18 área técnica 19 mirante 20 jardins internos 21 laboratório de restauro 22 reserva técnica 23 sala de catalogação 24 sala dos conservadores
20
planta 1º pavimento 25 sala automação/vigilantes
3
bloco exposições s/escala
26 doca de carga e descarga
8 11
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8 20
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10 recepção/monitoria
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11 biblioteca
20
12 loja/livraria 13 auditório 14 exposições temporárias 15 café
17 26 22
21 20
1 entrada do estacionamento 2 estacionamento 3 núcleo de circulação vertical 4 administração 5 mezanino biblioteca 6 mezanino café 7 vestiários funcionários 8 oficinas 9 atelier do artista
18 área técnica 19 mirante
23 24
17
16 galeria memória josé guedes 17 salas de exposição
18
25 20
20
4
planta sub-solo s/escala
20 jardins internos 21 laboratório de restauro 23 22 reserva técnica 23 sala de catalogação 24 sala dos conservadores 25 sala automação/vigilantes 26 doca de carga e descarga
1
2
o espaรงo cortes 3
1
2
3
corte.01
corte.02
corte.03
o espaço perspectivas
As perspectivas internas e externas da proposta apresentada nessa etapa de projeto, evidenciam a preocupação com a proposição de um equipamento que surja enquanto lugar de encontro, de convivência e também de educação, que possa ser reconhecido e incorporado à comunidade e à paisagem da maneira menos conflitante possível. Salientou-se a importância de se estabelecer um ambiente fluido, permeável e flexível, que permita e estimule o caminhar em seu interior e exterior. O direito à paisagem e à faixa de praia foi preservado ao implantarmos o museu de tal forma que sua presença não barrasse os usos de lazer que já existem na área, assegurando os acessos visuais e físicos à orla e equipamentos esportivos relocados. O percurso cênico e dinâmico criado no interior do museu permite a emolduração de visuais, trazendo a paisagem para dentro do edifício sem uma interrupção brusca dos percursos expositivos e dando uma importância para esses elementos naturais dentro do programa do museu.