Índice
MUITO É POUCO Começamos a caminhar para o segundo aniversário da revista. Para muitos é pouco, mas para nós é muito. Muito em todos os sentidos da palavra que tem um significado de grande, excessivo, bastante etc. No sentido abstrato é um sentimento de grandeza em realizar um trabalho de respeito ao leitor e para ele. No sentido concreto é de satisfação. Neste ano em comemoramos 25 anos de web e .br foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff o Marco Civil da Internet. A lei que está fresquinha (23 de abril), ainda não sinaliza quais serão as principais mudanças de fato, na aplicação e funcionalidade. Será que teremos mais uma lei que não sai do papel? Quanto à web, falamos na edição anterior, os outros dois assuntos estão aqui nas próximas páginas. Vamos falar também sobre novos Smartphones: o flexível da LG e o protótipo do celular de montar da Google. A novidades parecem não mais ter fim e nem a genialidade de quem as cria. Muita tecnologia que faz nos ver que estamos realmente no
futuro e que filme de ficção científica não são mais ficção e sim realidade. Financiamento Coletivo volta à cena para mostrarmos na prática um projeto e o resultado final do trabalho executado em 2012, pela artista Blubell que está se destacando como compositora e cantora no cenário nacional. Mudando um pouco de assunto, mas muito atual é ter um cerimônia de canonização de João XXIII e João Paulo II, no dia 27 de abril, no Vaticano, com a utilização das plataformas digitais já existentes pela igreja. A notícia em tempo real nas mídias sociais, em cinco idiomas: No Facebook: https://www.facebook. com/PapaGiovanniPaoloIIpaginaufficiale Twitter: https://twitter.com/santowojtyla No YouTube: https://www.youtube. com/user/adminkarol
Celular de montar
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Time is Money
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Financiamento Coletivo e cultura
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Álbum virtual da Copa do Mundo
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Heartbleed
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Marco Civil da net
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25 anos de .br
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Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Fabrício Rocha
Sinal dos tempos!
Augusto de Carvalho Editor-chefe
Diagramação Luis Gurgel
CELULAR
DE MONTAR Project Ara, que começou a ser desenvolvido pela Motorola, promete revolucionar mercado dos smartphones. Um dos brinquedos favoritos tanto dos pais como das crianças são os bloquinhos de LEGO, que permitem, com o auxílio da imaginação, construir basicamente qualquer coisa. Por estimularem o pensamento criativo, são uns dos presentes mais comuns para os mais novos, que adoram o brinquedo. O Google, por sua vez, parece querer inspirar os adultos com algo que remete aos famosos blocos, mas bem mais tecnológico: celulares de montar. Com o “Projeto Ara”, a empresa pretende possibilitar aos utilizadores customizarem os seus telefones da forma que melhor atender às suas necessidades, em todos os sentidos. Liberado no dia 10 do último mês, o primeiro kit para desenvolvimento de um “celular de montar” já dá o que falar. O Projeto Ara, que originalmente foi criado pela Motorola quando ainda pertencia ao Google, tem o intuito de criar smartphones com “módulos” substituíveis. Na prática, isto significa que existirão módulos para várias partes dos celulares, com características diferentes, o que permite ao comprador
montar o seu celular ideal. Precisa de mais bateria? Existirão módulos onde a bateria terá desempenho muito superior. Uma câmera melhor? Módulos com câmeras de qualidade distintas serão comercializados. É claro, por enquanto nada disso estará, de fato, disponível para o consumidor comum, até porque o kit liberado não passa de uma versão muito básica daquilo que o Projeto Ara pode vir a ser, de acordo com o Google. Ainda assim, a ideia é possibilitar aos desenvolvedores experimentar o conceito e fornecer inspiração para que entendam o sistema e possam oferecer feedback precioso em retorno. Ainda segundo a empresa, outros kits deverão ser lançados até ao fim deste ano, além da organização de conferências focadas no produto. Como funciona? Basicamente, os celulares poderão ter três tamanhos diferentes, com uma carcaça chamada de “endoesqueleto”. O menor, com 2x5, poderá acoplar até 6 módulos diferentes. O médio, 3x6, chega a 8 módulos, e o maior de todos, 4x7, que ainda não está se-
quer disponível neste primeiro kit, poderá ter 9 módulos. Além disso, o próprio endoesqueleto será customizável: apenas uma tela maior, uma tela com parte inferior para se segurar, ou até mesmo tela com um teclado no já habitual formato QWERTY, também utilizado em computadores. Esteticamente, o smartphone também poderá ser personalizado, já que o Google promete que o acabamento conterá revestimentos substituíveis, que poderão ser feitos através de impressão 3D colorida. Em funcionalidade, uma das vantagens mais badaladas fica por conta da bateria. De acordo com a empresa, o utilizador poderá ter vários módulos de bateria consigo, e, no caso de um deles descarregar, em vez de
Infográfico: Link /Estadao.com.br
simplesmente liga-lo à tomada e esperar, ele poderá simplesmente pegar outro módulo já carregado e substituir o antigo, eliminando assim aquele tempo de espera. Com certeza uma possibilidade que irá agradar àqueles que fazem viagens longas e precisam do celular sempre ligado, tanto para lazer como necessidade. Não há ainda detalhes de precificação ou datas para o lançamento, mas o kit de desenvolvimento do Google já dá uma ideia de como as ideias acima poderão ser postas em prática. De acordo com os documentos, as encomendas poderão ser feitas através da Play Store (loja do Google), com especificações e detalhes explicados antes do pagamento.
TIME IS
MONEY Tempo é dinheiro, traduzindo nosso título. Sem tempo e sem dinheiro fica difícil aprender um idioma, mas a AC Digital dá um jeitinho pra você. Há quem se lembre do tempo em discos de vinil podiam conter cursos de idiomas. Depois vieram as fitas cassete, para ouvir no walkman, junto com o videocassete, que trazia recursos visuais para o aprendizado. O conceito de aprender a distância é antigo e pode remeter aos séculos XVII e XVIII, quando na revolução científica, cartas eram trocadas para informar as descobertas. Essa
forma de compartilhar a educação evoluiu com a ciência e a humanidade e hoje qualquer um pode investir tempo e dinheiro para aprender o que quiser pela internet. A seguir reunimos depoimentos e dicas pra quem quer virar poliglota. Para aprender idiomas não faltam opções. O administrador hoteleiro André Golbi trabalhou e estudou em um curso, com es-
trutura física e aulas presenciais. Mas André precisava aprender inglês para futuras empreitadas e queria mais interação. Buscou na internet maneiras de interagir com nativos da língua. “Podemos tirar dúvidas em segundos e a cada dia se aprende uma nova expressão.”, diz André. Mergulhar na novidade era o ele queria e logo tratou de se inscrever em um programa que o tornou au pair, nos Estados Unidos. Esse termo francês denomina estrangeiros que passam certo tempo em um país de onde querem aprender a língua, vivendo com uma família local, em troca de trabalho, mas recebendo devida remuneração. André agora vive assim, em São Francisco, Califórnia, colocando em prática tudo que aprendeu em cursos presenciais e online. Apaixonados pelo nosso país também procuram a rede para aprender o português. É caso do mexicano Ar Yáñez, que tem relação de amor intensa com o Brasil e nos visitou há poucos meses.
– Gosto de estudar online porque creio ser a melhor maneira de aprender uma língua: falando coloquialmente com pessoas que vivem coisas similares com as minhas, com quem posso conversar sobre atividades cotidianas. O que é difícil fazer em uma classe mais formal. – explica Yáñez, que é psicopedagogo, estudante de medicina e diretor de uma casa de idosos em seu país de
origem. Com tantas atividades o fator tempo foi determinante. A fala acima foi traduzida, mas para comprovar que o mexicano aprendeu mesmo o português, a pergunta sobre a eficácia do aprendizado à distância, ele respondeu na nossa língua: – Me ajudou demais. Acho que foi bom pra caramba. Eu consegui falar muito bem, consegui andar pelas ruas sem problemas e conhecer os lugares que eu sempre quis. Ao começo foi um pouco difícil, mas ao segundo dia acho que deu tudo certinho. Deu muita segurança pra eu conhecer um pouco ou muito da língua. Foi ótimo. O chileno David Rojas ainda não tem a mesma destreza que Ar com o nosso idioma. Ele é estudante de filosofia da Universidad de Chile e tem uma carga horária cheias de vacâncias que procura preencher aprendendo coisas, entre elas, idiomas. David conta que estudar no Chile, assim como no Brasil, é caro, daí a internet se configura como ferramenta barata e versátil. No caso dele, procura sempre sites gratuitos e que permitam a criação de um relacionamento entre os usuários. Traduzindo seu depoimento: – Para qualquer amante dos idiomas e da vida multicultural, porque para mim o ensino de idiomas constitui um mundo novo ao qual se pode acessar novas formas de pensar e conceber o mundo, diferentes, possivelmente da minha... ter um momento de aplicar seu entusiasmo de maneira didática, seja conversando com um nativo, seja fazendo jogos de marcar “x” em um programa, é muito mais divertido que ficar sentado de frente pra um professor que fala o idioma que você quer aprender por algumas horas ao dia. É notoriamente certo que cursos pagos e presenciais constituem um aprendizado sólido e efetivo, mas isso não tira o crédito do ensino online, onde as motivações se deixam sentir. E mais, é a autenticidade de não querer entrar na rotina, sendo absorvido pelo tempo, te dão a facilidade de fazer outras coisas ao mesmo tempo. – conclui o chileno, que acaba de deixar nosso país após uma aventura desbravando as florestas da Região Norte. Guilherme Siero aprendeu a língua de David conversando com nativos. Ganhou fluência no espanhol pela internet, em chats,
voltados justamente para essa finalidade de compartilhar idiomas. Graduado em Comércio Exterior, queria aprender alemão, mas dessa vez a internet já não o ajudou. Decidiu largar o emprego que tinha em São Paulo e investir em um intercâmbio em Hamburgo, na Alemanha.
sa dica são as comunidades, que são quase sites de relacionamento, só que com plataforma facilitadora para que os usuários não só aprendam, através de ferramentas e jogos, mas também compartilhem os idiomas que sabem. Listamos Babbel, Livemocha, Bussuu e Lingualia, que além de fáceis de usar tem modalidades gratuitas e pagas, de acordo com a necessidade do usuário. Agora é só colocar o “www.” e o “.com” depois dos nomes acima e começar a aprender.
DICA – Eu me formei ano passado e já tinha trabalhado e estudado ao mesmo tempo por cinco anos, então decidi tirar um “gap-year”. Eu sempre quis aprender alemão, pois sempre gostei da cultura e do país. Então fui a várias agências, pesquisei as cidades, comparei preços e decidir vir pra Hamburgo. Eles me arrumaram uma escola aqui e uma host-family. Vou ficar por sete meses estudando alemão. Onde estudar online? Mecanismos de busca como o Google. com direcionam facilmente qualquer um para páginas de aprendizado online. A nos-
Pra quem sabe inglês vale a pena dar uma olhada no site www.fluentin3months. com criado pelo irlandês Brendan Lewis, que promete, como o nome da página traduzida já revela, técnicas para fluência em idiomas em três meses.
Fotos de Carlos Alkmin
FINANCIAMENTO COLETIVO
possibilita projetos culturais Com a falta de patrocinadores artistas buscam outras formas para produzirem arte no Brasil. A captação de recursos é feita através de crowdfunding. A web, não é mais novidade para ninguém, virou uma vitrine poderosa para os artistas se manifestarem e ganharem notoriedade. O número de visualizações da página, vídeo, blog ou mídia social determina se tem direito ou não ao estrelato. Parece estranho, mais é a mais pura verdade. Bem diferente de até pouco tempo atrás que quem fazia o trabalho eram os veículos de comunicação,
assessores, mercado fonográfico, editorial e outros. As manifestações aconteciam no plano “físico”. Ganhar disco de ouro ou platina era a consagração de um cantor. Hoje a internet “democratizou” a música e o mercado fonográfico encolheu e os grandes sumiram com a pirataria e os downloads. O mesmo acontece em outros segmentos, mas na mú-
sica fica muito evidente. Os artistas tiveram que redescobrir o público e fazer da ferramenta uma aliada em todos os sentidos. Quando gravam um clipe pensam direto na internet e como vão fazer para que o material postado no You Tube bombe. As músicas ficam disponíveis, nos sites oficiais , para download. É uma nova visão pós o descobrimento da ferramenta que mundificou a maneira de se comunicar. Os que ainda não são consagrados pelo público ou que não são muito conhecidos estão buscando outras formas de patrocínio para continuarem a desenvolver suas mentes criativas, como é o caso do financiamento coletivo. Instrumento muito conhecido fora do pais e que já falamos aqui na AC Digital. A famosa vaquinha possibilita muitos trabalhos culturais. No Brasil já existem alguns exemplos de sucesso. A cantora e compositora Blubell buscou o financiamento coletivo para gravar um clipe. Ele foi feito em 2012 em homenagem a São Paulo. O projeto obteve 97 benfeitores (como são chamados os que doam dinheiro) e arrecadou R$8.885,00. As cifras foram modestas, mas possibilitaram a gravação do I Charleston SP by Blubell. O projeto no mundo I Charleston the World propõe gravar pessoas dançando em lugares famosos ao redor do mundo e compartilhar os vídeos pela internet. Já foram feitas versões em Paris, Nova Iorque, Berlim, Estocolmo, Japão, outros lugares e agora no Brasil. Surgido na década de 20 nos Estados Unidos, o charleston segue popular em diversos países e, apesar de não ser ainda mui-
to praticado no Brasil, vem ganhando cada vez mais adeptos, seja na forma pura ou no lindy hop, outro estilo de dança que também teve suas raízes na década de 20, no Harlem, em Nova York. Confira o resultado: http://youtu.be/DGV-UgYTy5w O projeto já obteve quase 120 mil visualizações e pode crescer ainda mais tornando a cantora mais conhecida e democratizando o trabalho desenvolvido. No próximo número teremos um entrevista exclusiva com Blubell, que falará da carreira, relação com as mídias sociais, financiamento coletivo e projetos futuros.
ÁLBUM VIRTUAL DA COPA VIRA FEBRE
MUNDIAL
Iniciativa da FIFA e da Panini permite que fãs colecionem as figurinhas da Copa no ambiente online e ainda concorram a prêmios Faltando pouco mais de um mês para o início do maior evento futebolístico do mundo, os fãs já começaram a entrar no ambiente da festa. Aproveitando a oportunidade, a FIFA e a Panini voltam a utilizar o ambiente online de forma criativa ao oferecer uma versão virtual do “álbum de figurinhas da Copa do Mundo”, febre junto aos fanáticos por futebol. Tudo funciona de forma muito simples: o usuário cadastra uma conta no site da FIFA e acessa a página da brincadeira, localizada em stickeralbum.fifa.com. Ao entrar pela primeira vez, receberá três pacotinhos com cinco figurinhas em cada um. Uma vez abertos, haverá ainda a opção de completar
um pequeno questionário diário, com assuntos de todas as Copas. Acertando cinco em dez questões, recebe-se mais um pacote. A cada 24 horas, o processo pode ser repetido. Além disso, a FIFA tem utilizado as redes sociais para divulgar códigos promocionais que podem ser inseridos na página e que dão acesso a pacotes extras. Estes códigos também são encontrados em algumas figurinhas em formato físico, assim como em tampinhas de garrafas de edições limitadas de garrafas da Coca-Cola (neste caso, limitado a alguns países). Para evitar que alguém complete o álbum num único dia, cada utilizador só pode abrir cinco pacotinhos a
cada 24 horas – embora seja livre de juntar quantos quiser. No comunicado oficial divulgado pelo site da FIFA, o diretor de marketing da organização, Thierry Well, disse que o lançamento das figurinhas virtuais da Copa do Mundo é um marco na preparação para o Mundial, e que está feliz em providenciar esta experiência aos fãs. De acordo com Well, a edição de 2010 do álbum, primeira vez em que a iniciativa aconteceu, contou com 1.4 milhões de usuários registrados, sendo que mais de um terço destes chegaram a completar a coleção. Até agora, pouco mais de duas semanas após o lançamento, já são 800 mil usuários cadastrados na edição 2014, que traz algumas novidades. De forma a melhorar a experiência dos fãs, a FIFA disponibilizou um sistema de trocas, assim como a possibilidade de criar “grupos de colecionadores”, onde
cada utilizador pode convidar 10 amigos para se juntarem. Lá, é possível utilizar um chat onde normalmente cada um deixa o nome dos jogadores que têm repetidos, facilitando assim as trocas entre amigos. Ligeiramente menor que o álbum versão física, a versão virtual conta com 11 figurinhas de jogadores para cada uma das 32 seleções, além de outras 40 que cobrem desde as mascotes até aos logos das federações participantes. Aqueles que completarem os seus álbuns antes da data limite de 31 de agosto de 2014 estarão automaticamente inscritos num sorteio para concorrer a um dos 50 prêmios, que é a versão de capa dura do álbum de figurinhas oficial da Copa do Mundo de 2014. Além disso, também serão sorteados outros 200 prêmios de consolação, que incluirão um código de download para um set de 10 figurinhas personalizadas do evento.
A interface é rápida e realmente dá a sensação de estarmos preenchendo um álbum de figurinhas
HEART BLEED Falha ficou conhecida como uma das mais graves da história da Internet e afetou vários dos sites mais populares do mundo O software OpenSSL, que é utilizado pela grande maioria dos serviços na Internet, foi vítima de uma falha que, se explorada, permitia a criminosos obterem acesso a dados confidenciais dos utilizadores. De acordo com números do G1, estuda-se que cerca de 2 em cada 3 sites seguros da Internet foram afetados pela falha, e que, apesar da gravidade, o problema já exista há aproximadamente dois anos, só tendo sido descoberto agora. A principal característica do Heartbleed, e o que o torna tão perigoso se compara-
do a outros tipos de brechas exploradas por criminosos, é que não se trata de um vírus ou software malicioso instalado contra a vontade dos utilizadores. Não é possível superar a falha com uma ação unilateral, como a eliminação de um vírus ou uma simples troca de senhas, uma vez que o problema está intrinsecamente ligado ao OpenSSL, software usado por empresas em seus sites e cuja função é ajudar na criação de conexões seguras. Assim sendo, cabe aos donos dos sites e que utilizam o OpenSSL fazerem uma atualização que corrige a falha – e
que foi disponibilizada poucas horas após a divulgação do problema -, e, se necessário, entrar em contato com os seus utilizadores de forma a conscientizá-los do que está acontecendo e guia-los através de passos de precaução caso seja necessário, tal como a mudança de senha etc. O nome, Heartbleed (sangramento de coração), está relacionado à extensão “Heartbeat” (batimento de coração) do OpenSSL, que é utilizada para manter uma ligação de Internet permanente entre dois computadores. Para tal, o Heartbeat exige que o outro lado da conexão envie uma mensagem igual à recebida. O OpenSSL, então, fica responsável por ler a mensagem e retornar. O problema é que, em vez de efetuar, de fato, uma leitura do que lá está, o programa se guia por um campo da mensagem que informa o seu tamanho, só que em nenhum momento fazia uma verificação se o tamanho informado estava de acordo com o real enviado. Aproveitando esta brecha, os criminosos mandavam a mensagem que simulava ter o tamanho correto, mas, na realidade, recebiam de volta um “vazamento” maior de informações, correspondente ao número de bytes informado. Todo este processo não era detectado por quem acessa a rede, mas poderia permitir o acesso a dados em tempo real a quem explorasse essa falha. Quem foi afetado? Potencialmente, qualquer site que utilize o OpenSSL para a criptografia ficou sujeito a ser vítima da falha Heartbleed. Sites populares como o Yahoo e o Flickr, por exemplo, confirmaram que foram afetados, mas já efetuaram a atualização necessária. A boa notícia é que, de acordo com a revista Época, serviços bancários não deverão ter sido afetados. A razão é que, por lidarem com muitas informações delicadas, os bancos costumam usar software de criptografia comerciais, que ao contrário do OpenSSL não sofreram com esse problema. Além disso, é importante notar que mesmo que um hacker tenha feito uso da falha, não necessariamente informações como logins ou senhas foram vazadas. Isto porque apesar da sua gravidade, devido à forma
como o Heartbleed opera, o problema não dá liberdade aos criminosos de manipular livremente qual informação receberão. Assim, tudo depende da sorte, tanto poderão obter informações muito importantes como outras que não deverão ter grande utilidade. Repercussão Profissionais de rede de todo o mundo passaram a frequentar os jornais de modo a informar a população acerca dos problemas e cuidados a serem tomados após a descoberta do problema. De acordo com Nicholas Weaver, que é especialista de segurança na Internet do Instituto Internacional de Ciências da Computação, da Universidade da Califórnia, “não há, na memória, outra falha tão grave quanto o Heartbleed. Nada afetou tantos servidores e foi tão repentino: o atacante consegue roubar informações do servidor sem que ninguém perceba”. No Brasil, a rede Globo News transmitiu uma entrevista em seu jornal com o coordenador de monitoramento de mercado do Ministério da Justiça, Danilo Doneda, que recomendou que pessoas que procurassem as empresas com as quais normalmente troquem dados pessoais, de modo a questionar se foram afetadas pela falha e se, agora, já efetuaram as correções necessárias.
“Não há, na memória, outra falha tão grave quanto o Heartbleed. Nada afetou tantos servidores e foi tão repentino: o atacante consegue roubar informações do servidor sem que ninguém perceba”. - Nicholas Weaver, especialista de segurança da Internet da Universidade da California
MARCO CIVIL
DA INTERNET
Lei criada para regular a Internet no Brasil foi sancionada pela presidente Dilma e promete melhorar a experiência dos internautas Demorou, mas finalmente aconteceu. O Marco Civil da Internet, que já circula pelo congresso como projeto de lei desde 2009, finalmente saiu do papel e virou realidade no dia 23 de abril. Durante o evento NETMundial, que reúniu representantes de mais de 90 países para discutir os rumos da Internet, a presidente Dilma Rousseff sancionou o Marco Civil, após aprovação no senado no dia anterior. A lei visa servir como uma espécie de constituição para os assuntos digitais, de forma a que tanto usuários como empresas tenham uma cartilha, clara, que determine os seus direitos e obrigações enquanto usuários da grande rede. Após os eventos do ano passado relacionados à espionagem da CIA- EUA, a presidente Dilma Rousseff transformou a finalização do projeto como meta de governo. Com os escândalos pipocando por todos os lados pediu prioridade ao Congresso Nacional. O governo convencido sobre a necessidade de ter uma Internet onde a privacidade dos usuários é respeitada e protegida, pressionou e passou a participar ativamente na ONU, também, alertando sobre a necessidade das outras nações seguirem o exemplo, de modo a evitar problemas similares. Apoio Apesar da desconfiança por parte de algumas pessoas, sites internacionais têm demons-
trado otimismo após a divulgação da sanção da lei. Além disso, Sir Tim Berners-Lee, o criador da Web, sobre quem a AC Digital falou na última edição, publicou um comunicado apoiando a lei. Em suas palavras, a aprovação do Marco é o “melhor presente para os usuários da web”, pois “ajudaria o Brasil a cimentar a sua reputação como um líder mundial em democracia e progresso e a estimular uma nova era, na qual os direitos dos cidadãos de todos os países são protegidos por leis de direitos digitais”. O que muda? Nesta nova fase, muita gente ainda não sabe quais serão as mudanças e o que isto significa para o usuário comum. O artigo completo está disponível <aqui>, mas ficam as principais informações: Neutralidade – Basicamente, uma das bandeiras mais defendidas pelo Marco Civil é de que a experiência dos usuários na Internet deve ser similar, e que todos devem acessar o mesmo conteúdo, sem a existência de pacotes a preços diferenciados ou situações similares. Neste sentido, a lei deverá acabar com as práticas como a venda de planos em que, por exemplo, o acesso ao Facebook é grátis, mas o pagamento de outros conteúdos é pago. Da mesma forma, também o tão conhecido traffic shaping, onde os provedores reduzem a velocidade de acesso em
sites que utilizem muita largura de banda, como o YouTube, está com os dias contados, já que a Internet deveria, na teoria, funcionar da mesma forma independentemente do site que esteja sendo acessado. Privacidade – De acordo com a nova lei, provedores de acesso poderão guardar registros de conexão dos usuários (IPs e horários, por exemplo) durante um ano. Os provedores de Internet, como Velox, Net, GVT e afins, não poderão mais armazenar e monitorar o histórico de navegação e informações dos usuários. Porém, um dos problemas e que mais discussão causou antes da aprovação fica por conta do artigo 15, que estipula que empresas como o Facebook e Google, por exemplo, têm de armazenar os dados dos usuários por seis meses. Para os defensores da privacidade, essa prática violaria princípios constitucionais, como a presunção da inocência, além de estimular o tratamento da privacidade como mercadoria. Responsabilidade dos provedores – Além dos usuários, os provedores também terão que se adequar a novas realidades. Uma das principais mudanças é o aumento da isenção destas empresas sobre o conteúdo que é publicado pe-
los seus clientes. No caso de críticas contra uma empresa efetuada pelo Facebook, por exemplo, a responsabilidade de tal mensagem passará a ser do autor, e não do Facebook. Isto é algo óbvio, mas a realidade é que as redes sociais recebem vários pedidos de remoção de conteúdo, e, com a ameaça de represálias judiciais, acabam por ceder. Assim, praticam uma forma de censura, ao optar por apagar blogs ou post. Agora, com a nova lei, o esperado é que as empresas ganhem uma nova proteção e só precisem agir de tal forma após receber uma ordem judicial. Existem, contudo, algumas exceções, como é o caso da pornografia infantil e imagens de cunho sexual sem consentimento. Juizados especiais – Por fim, uma das críticas mais recorrentes ao Marco Civil foi de que seria mais difícil para uma pessoa comum solicitar a remoção de conteúdos ofensivos sem recorrer à justiça. Com o novo texto, questões relacionadas à honra e reputação poderão ser tratadas em juizados especiais, onde não existe a necessidade de um advogado. Por outro lado, esta medida também não escapou das críticas, já que existe uma preocupação de que ocorra justamente o oposto, e um número exagerado de pedidos apareça.
#CURTAS Igreja digital Na edição passada, as #Curtas trouxeram a informação de que a canonização dos papas contaria com vários tipos de tecnologia de forma a auxiliar os fiéis a acompanhar o evento. Agora, com o evento finalizado, é possível dizer que as expectativas foram superadas. Além da transmissão de informações pela Internet, foi montado em roma um esquema onde vários telões de cinema também transmitiram o evento em 3D. Um luxo.
LG lança celular com tela curva Está agora disponível no Brasil o primeiro celular com tela curva do mercado, lançado pela LG, chamado de “LG Flex”. Além do ecrã curvado, o aparelho também possui outras características que o destacam, como ser ligeiramente flexível e possuir uma capa traseira que se regenera sozinha de pequenos arranhões. O aparelho custa R$2,7 mil.
25 ANOS DE
.br
Ao completar um quarto de século, .br já conta com mais de 3 milhões de domínios registrados Quem usa a internet diariamente está acostumado aos .coms, .nets, e, é claro, ao “nacional” e mais conhecido “.com.br”. O que pouca gente sabe é que, no mês de abril de 2014, foi comemorado o vigésimo quinto aniversário do domínio .br, numa altura em que o país já alcançou o expressivo número de 3,4 milhões de domínios registrados. A história teve início em 1989, quando Jon Postel – famoso por suas contribuições para as normas da rede – incluiu o Brasil num mapeamento global da Internet. Na altura, Postel era parte da IANA (Internet Assigned Numbers Authority) que era o órgão responsável pela manutenção dos endereços, protocolos e outros tantos assuntos relacionados com a web. Posteriormente, junto às comunidades acadêmicas brasileiras, estabeleceu a primeira subdivisão do “.br” em 1991, que passou a contar com os domínios “org.br” (para organizações), “gov.br” (para governos), “net.br” (destinado a registros
gerais) e “mil.br” (visando as páginas militares). A adesão viu um aumento significativo em 92, quando aconteceu o ECO-92, e várias esferas da sociedade civil engajadas em atividades relacionadas à preservação do meio ambiente e sustentabilidade passaram a movimentar esses domínios. Porém, não foi até 1996 que ocorreu o grande boom do “.br”, uma vez que foi a partir desse ano que a web realmente passou a crescer e ganhar força do ponto de vista comercial. De acordo com números do Registro. br, em menos de um ano o número de domínios cresceu de 851 para 7.507. Atualmente, esse número já ultrapassa os 3 milhões de registros, e não dá sinais de abrandar. É uma marca expressiva, e que, no cenário mundial, coloca o Brasil como o oitavo no ranking mundial.Além disso, o Registro.br, operado pelo CGI (Comitê Gestor da Internet) facilita a consulta e o registro, oferecendo ainda dicas sobre hospedagem e provedores de acesso.
Rolou no O LinkedIn é uma rede social onde profissionais de várias áreas podem se encontrar e trocar ideias. Aqui, você encontra um pouco do que aconteceu por lá.
Estagnação do segmento de assessoria de comunicação
Smartphones
Também no grupo “Comu No grupo “Comunicação”, um nicação”, foi divulgado um estudo do grupo PwC que artigo traz à tona uma pesquisa realizada pelo “Mega Brasil”, que in- demonstra, em vários países dica que, pela primeira vez em vários diferentes, quais são os serviços oferecidos por smaranos, o segmento de assessoria de tphones que os utilizadores comunicação não registrou aumento mais prezam, e a relação dos no faturamento, estabilizando entre mesmos com a publicidade. R$1,7 bilhões e R$2 bilhões. Este Vale a penaconferir!
número é relevante pois, de acordo com Lena Miessva, que é coordenadora editorial do anuário, um setor que tem crescido durante os últimos 15 anos com números na faixa dos dois digitos ficou estável num ano em que o PIB alcançou 2,3%. Para exemplo de comparação, em 2012 o crescimento do setor foi de 18,33%, enquanto que o PIB ficou-se por 0,9. Em 2011, 24,5% de crescimento do segmento, contra 2,7% do PIB. Vale a pena ficar de olho.