Revista AC Digital #47

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Edição #47 Março de 2017

MOBILE WORLD CONGRESS 2017 Feira em Barcelona apresenta novidades de smartphones e tecnologias; Brasil marca presença e fecha acordos internacionais de 5G e Internet das Coisas

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E MAIS: Jornalismo cresce nos EUA | Sites apostam em medidas contra ‘trolls’


EDITORIAL

Índice

Rio, 452 anos “Rio 40 Graus... Cidade maravilha Purgatório da beleza E do caos... Capital do sangue quente Do Brasil Capital do sangue quente Do melhor e do pior Do Brasil... Cidade sangue quente Maravilha mutante... O Rio é uma cidade De cidades misturadas O Rio é uma cidade De cidades camufladas Com governos misturados Camuflados, paralelos Sorrateiros...”

“Minha alma canta Vejo o Rio de Janeiro Estou morrendo de saudades Rio, seu mar Praia sem fim Rio, você foi feito prá mim Cristo Redentor Braços abertos sobre a Guanabara Este samba é só porque Rio, eu gosto de você...”

O Rio de Janeiro sobrevive à mão do homem que pela ganância não percebe que sem a beleza exuberante da fauna e flora, das montanhas, praias e cachoeiras, o Rio deixa de ser o Rio e toda riqueza que vem por causa da diversidade plural sumirá, restando A música de Fernanda Abreu apenas uma terra árida. retrata a mais pura realidade de “Quando uma árvore é cortaamor e ódio que a cidade provo- da ela renasce em outro lugar. ca com diferenças e contradições. Quando eu morrer quero ir para Cantada em verso e prosa por esse lugar, onde as árvores vivem muitos eternizada na música de em paz” – deixou registrado Jobim. Tom Jobim:

Perfil dos Brasileiros nos Social Media

03

Uber com carteira assinada

05

Perspective: aposta contra o abuso

09

Brasil tem novidades no MWC

13

Aumenta número de assinaturas de jornais

17

Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Diagramação Luis Gurgel


O PERFIL DO SOCIAL MEDIA

BRASILEIRO

Estudo apresenta dados de profissionais da área do tipo demográfico, de formação e estudos O site ADNEWS publicou um novo estudo, produzido por Ana Cláudia Zandavalle, Analista de Inteligência Sênior da Vert Inteligência Digital. O documento apresenta dados de demografia, formação e estudos, campo de trabalho, ferramentas e outros detalhes associados ao mercado de inteligência da área das mídias sociais do Brasil. De acordo com os dados colhidos pela pesquisa, nesta edição foram citadas 128 ferramentas que significou um

aumento de 30% quando comparada à edição do ano anterior. Em estaque figuram o Scup, Google Analytics e o Facebook Insights. Quem também se destacou foi o Stilingue, que logo em seu primeiro ano de existência entrou no ranking dos mais influentes. Ele é uma plataforma que fornece análises de influenciadores e de conteúdo postado em mídias sociais. Já referente ao perfil dos profissionais, em si, os dados mantiveram-se constan-


tes. Tal como no ano passado, a região sudeste permanece à rente, contando com 59% dos profissionais no ramo de inteligência das mídias sociais. Em termos de gênero, as mulheres aparecem um pouco na frente, com 52% de representatividade. Por fim, no quesito idade, a média dos profissionais da área é de 28 anos, mas a principal faixa engloba pessoas entre 19 e 32 anos. No quesito da formação, um novo recorde, e que mostra um cenário animador: os profissionais com mestrado e doutorado atingiram maior representatividade de sempre desde que a pesquisa passou a ser feita, com 10% de todo o grupo sendo composto por pessoas com mestrado ou doutorado. Para efeito de comparação, o percentual da população brasileira com título é de apenas 3,27%, segundo o censo de 2015. Em nota mais negativa, por outro lado, fica um problema comum a quase todas as áreas, mas que novamente volta a ser registrado na pesquisa:

a discrepância entre os salários pagos a homens e mulheres. Nos cargos de gerente, supervisor e diretor a diferença chega a 81% em favor do gênero masculino. Além disso, segundo Zandavalle, um outro ponto interessante de estudo que foi observado toca no quesito da construção de um portfólio digital público. 38% dos profissionais afirmam possuir um, dando ênfase a blogs e fanpages voltadas para o seu próprio negócio. De acordo com a condutora do estudo, este é um número relativamente baixo, já que a “a capacidade de análise é uma das habilidades mais valorizadas na área de inteligência, e um portfólio ou trabalho publicado é um ponto forte para uma contratação”. Interessados? A pesquisa completa está disponível online, e pode ser acessada, gratuitamente, por meio do link: https://pt.slideshare.net/AnaClaudiaZandavalle/pesquisa-o-profissional-de-inteligncia-de-mdias-sociais-no-brasil-2016-verso-completa

DESTAQUES REGIÃO SUDESTE DO PAÍS ABRIGA 59% DOS PROFISSIONAIS NO RAMO DE INTELIGÊNCIA DAS MIDIAS SOCIAIS 10% DE TODOS OS PROFISSIONAIS POSSUEM MESTRADO OU DOUTORADO MÉDIA DE IDADE: 28 ANOS, FAIXA ENTRE OS 19 E 32 ANOS


UBER COM CARTEIRA

ASSINADA? Motorista ganha na Justiça contra a empresa e abre precedente perigoso para o serviço Quem acompanha a AC Digital sabe que o Uber não tem tido vida fácil nos últimos tempos. Audiências na Europa, protestos de taxistas espalhados por todo o mundo, enfim, a empresa vem tendo dificuldade para se firmar por conta de vários problemas. No mês passado, o Brasil não ajudou, e uma decisão judicial inédita adiciona mais um item

à ampla lista de complicações do serviço: o Tribunal Regional do Trabalho de MG reconheceu vínculo empregatício entre o aplicativo e um de seus motoristas. Na prática o que isto significa é que a empresa de transporte agora terá de assinar a carteira de trabalho do motorista Leonardo Silva Ferreira, que entrou


com a ação, além de quitar horas extras, adicional noturno, 13º, férias e despesas associadas a outros itens de trabalho, como a gasolina ou a água e pequenos mimos como as balinhas, comumente oferecidos pelos motoristas do Uber. Leonardo Silva Ferreira trabalhou para o Uber em Belo Horizonte, Minas Gerais, entre fevereiro a dezembro de 2015. Durante a ação que ele moveu contra a empresa, requisitando o reconhecimento do vínculo empregatício, o Uber se defendeu afirmando que não havia uma prefixação de dias e horários obrigatórios para os motoristas associados trabalharem, o que tornaria a sua reivindicação nula. Além disso, a empresa também afirma que não foi ela que procurou e o motorista – e sim o reverso. Dessa maneira, não existia uma remuneração paga pelo Uber a Ferreira, e sim o contrário: o motorista pagou o Uber pelo uso de sua tecnologia. Ainda de acordo com Leonardo, o Uber lhe pagava um salário-produção, que leva em conta as comissões, que variava entre R$4.000 e R$7.000 por mês. Juiz não se convence O juiz Márcio Toledo Gonçalves não se convenceu pela posição da defesa e usou como referência uma decisão judicial semelhante publicada pelo Tribunal de Trabalho de Londres. Para Gonçalves, o argumento do Uber não se sustenta, pois indícios apontam para uma obrigação de o motorista ficar à disposição nas ruas com frequência. Embora houvesse flexibilidade no horário, ele era pressionado pela realização sistêmica do trabalho. A sentença cita o depoimento de um motorista que depôs como testemunha, segundo o qual eram enviados e-mails com ameaças de

desligamento da plataforma caso as corridas deixassem de ser feitas por muito tempo. A decisão também deixa claro que observa que o aplicativo exige registro prévio de cadastro pessoal de cada um de seus motoristas e o envio de documentos de cunho pessoal, tal como o certificado de habilitação, atestados de bons antecedentes e certidão de nada consta. Por haver esta escolha minuciosa de quem pode ou não integrar os quadros da empresa também reforça a existência de um processo de seleção de novos contratados. Além disso, Márcio Toledo também refutou a ideia de que Ferreira não recebia remuneração. De acordo com ele, já que a empresa é que decidia de forma exclusiva e unilateral toda a política de pagamento de seus associados, tal como o preço cobrado por km percorrido e o tempo rodado, isso signifi-

Na prática, decisão fará com que o Uber tenha de arcar com os custos de férias, adicionais noturnos, horas extras, além de outras pequenas despesas como as balas que são oferecidas em viagens


ca que o negócio não era gerido pelo motorista, o que de fato aconteceria se, como defende o Uber, fosse Ferreira o contratante e não o contratado. “A reclamada não somente remunerava os motoristas pelo transporte realizado, como também oferecia prêmios quando alcançadas condições previamente estipuladas”, acrescentou o juiz. Segundo ele, caso se tratasse de fato apenas de uma empresa de tecnologia, a tendência era a cobrança de uma quantia fixa pelo uso do aplicativo, deixando a cargo dos motoristas os ônus e os bônus do serviço, entre os quais o papel de negociar seus valores com os clientes. Ainda assim, a decisão cabe recurso, e em nota enviada pela empresa, o Uber afirma que irá recorrer. Também deixou claro que existe um precedente, no próprio TRT-MG, datado de 31 de janeiro, que ofereceu uma sentença oposta, em que o tribunal negou o vínculo de emprego solicitado por outro motorista. “Os pontos levados em consideração são a atividade do Uber como empresa de tecnologia, a liberdade para que o parceiro escolha suas horas online sem qualquer imposição, o poder de não aceitar e cancelar viagens e a relação não-exclusiva, que permite que os motoristas prestem o serviço também por meio de outras plataformas”, argumen-

tou a empresa. Futuro Apesar de ser difícil acreditar que um processo como este pudesse ser repetido em todo o país, a decisão, caso venha a se confirmar, poderá ser mais um golpe para o Uber. A empresa já enfrenta diversos protestos diariamente, e está sob a mira de governos de todo o mundo que quebram a cabeça para descobrir de que forma melhor lidar com esta nova tecnologia. Para a jovem Mariana Alves, estudante de Letras, 24, o ‘Uber’, em si, não é a sua maior preocupação, mas é preciso reconhecer que uma nova era chegou e o público terá de se adapar. ‘Mesmo que o Uber venha a desaparecer, ou ser forçado a cobrar um preço mais alto pelos serviços, ele já não é o único aplicativo no mercado. Existe alternativas, menos populares mas que fazem o mesmo tipo de função, como o Cabify, por exemplo. Ou até mesmo o BlaBlaCar, que é um pouco diferente mas também pode ser usado para se locomover a preços mais acessíveis. Então, entendo que busquem seus direitos na justiça, mas mais importante é que a justiça e o governo consigam padronizar e legalizar os novos serviços para que todos saiam ganhando”.

RIVAIS DE OLHO Segundo leitores, Uber em si não deveria ser foco da questão. Caso a empresa tenha de aumentar seus o preço, rivais que oferecem serviços parecidos passariam a ser mais utilizados. É preciso legislação.


PERSPECTIVE

a tecnologia anti-abuso Tecnologia desenvolvida por subsidiária do Google quer acabar com abuso em comentários de sites de notícia A Alphabet Inc, uma das várias empresas do Google, ao lado da subsidiária Jigsaw lançaram, no último mês, uma nova tecnologia que poderá ser de grande ajuda para veículos de comunicação na Internet que lutam, diariamente, por ordem nas suas seções de comentários. O Perspective, como é chamado, pode-

rá ser usado por estas empresas e outras plataformas online para ajudar a identificar comentários abusivos postados em sites da web. Na teoria, o Perspective funciona de maneira muito simples. Uma vez ativado, a tecnologia permite ao software analisar todos os comentários que são


postados num determinado site automaticamente e compará-lo face a uma base de dados repleta de comentários que, à partida, estão marcados como “tóxicos”, ou que possam conter ofensas e desestimular o desenvolvimento de conversas. Esta tecnologia, inclusive, já foi testada em grandes veículos de jornalismo com abrangência mundial, como o New York Times, e a Alphabet diz que, no futuro, o plano é conseguir expandi-la para outros sites similares, como o The Guardian e o The Economist, que servirão para testar e refinar ainda mais a ferramenta. Em uma postagem no blog da Alphabet, Jared Cohen, presidente da Jigsaw, escreveu que as organizações de notícias têm como grande objetivo o estímulo à discussão sobre o conteúdo por eles postados, mas, frequentemente, encon-

tram dificuldades em cultivar um ambiente propício para que estes debates sejam criados. A razão, explica, é que a Internet não encontrou ainda a solução para lidar com o spam, ou até mesmo o “trolling” de usuários que gastam o seu tempo para perturbar ou caçoar de outros internautas. Assim, infelizmente, existem sites que até mesmo optaram por fechar suas seções de comentários, levando assim a uma perda inestimável de opinião por parte dos leitores. É nesse sentido que o Perspective foi criado, e, segundo Cohen, a ferramenta é mais uma prova de que a “tecnologia pode ajudar”. Para garantir que o Perspective não crie problemas, a ferramenta, em seu período de testes, analisou centenas de milhares de comentários, segundo a empresa, de forma a refinar ao máximo a sua análise do que é ou não uma men-

Barra permite organizar comentários mostrados ou não baseados no nível de “toxicidade” presente neles


sagem indesejável. Conforme é utilizada, mais entradas e mais exemplos são adicionados, o que permite um aperfeiçoamento ainda maior da tecnologia. No entanto, isto não significa que a contribuição humana será descartada. Apesar de conseguir detectar os comentários nocivos, a ferramenta não irá decidir o que fazer com eles. Em vez disso, cabe a editores a tarefa de sinalizá-los aos moderadores de cada portal para que estes possam lidar com a situação da forma que acharem mais apropriada. De acordo com CJ Adams, gerente de produtos da Jigsaw, o próximo passo é fazer com que a tecnologia esteja disponível para “todas as plataformas”. Além disso, de acordo com o executivo, conforme for sendo desenvolvida, o Perspective poderá ganhar novas funções. Em vez de apenas detectar comentários abusivos, é inteiramente possível que ele consiga detectar ataques pessoais, ou até mesmo mensagens off-topic, que fogem do tema em questão em favor de outros aleatórios. Segundo a Reuters, a iniciativa contra os ‘trolls’ da Internet vem no seguimento de esforços compartilhados das gigantes Google e Facebook contra a viralização de notícias falsas em países como a França, Alemanha e os Estados Unidos. Este último, inclusive, foi pivô de uma polêmica durante as eleições presidenciais norte-americanas, onde fatos errôneos foram divulgados como verdadeiros nas redes sociais e causaram inconveniência a milhões de pessoas. Desde então, o debate à volta da proliferação de “falsas notícias” ganhou importância e há um movimento crescente para fazer com que as redes sociais sejam mais responsáveis pelo conteúdo

que por elas e nelas é postado. A má notícia, por enquanto, é que o Perspective ainda está em fase de desenvolvimento e “longe de perfeito”, de acordo com Cohen. Então, é apenas um primeiro passo para uma luta que, conforme a Internet avança, promete ser uma constante na vida dos usuários da grande rede. Além disso, pelo menos num primeiro momento, o Perspective apenas será capaz de analisar mensagens postadas em inglês. Porém, segundo Cohen, isto pode mudar no futuro, uma vez que a versão original esteja madura o suficiente.

AÇÃO CONSTANTE

Como no exemplo acima, usuários também poderão ser notificados enquanto escrevem os seus comentários com uma mensagem que já os deixa de sobreaviso se a mensagem que estão digitando será ou não vista como “tóxica”. A primeira, que pode ser traduzida como ‘discordo respeitosamente’, tem apenas 2% de chances de ser tratada como tal. Já a segunda, que diz que “tralhas devem morrer’, apresenta um índice de 95% de reprovação.


comentam a notícia lerão, de fato, o seu conteúdo, tendo portanto um conhecimento acerca daquilo que vão discutir O Perspective, no entanto, não é a e podendo, assim, contribuir para foúnica iniciativa do tipo criada para ten- mentar novos debates”. Após o lançamento da iniciativa, leitar tornar as seções de comentários de sites de notícias em locais mais habitá- tores do site da NRK saíram em defeveis. Na Noruega a empresa NRKBeta, sa da empresa e aplaudiram o esforço. um braço da NRK, maior estação de “Brilhante iniciativa, apesar da minha fé televisão do país, criou uma nova ferra- na humanidade não ser grande o sufimenta, também na esperança de assus- ciente para acreditar que isto irá acabar tar trolls e abusadores de estragarem os com todos os problemas, ainda assim comentários das notícias de seu portal. quero acreditar que irá melhorar a quaA nova ferramenta funciona de for- lidade do debate”, disse um dos leitores. Markus Arnesen, editor chefe da ma muito simples, e está ativa apenas em partes do website, restrita a algumas NRK, afirma que, por enquanto, a inimatérias. Após ler a notícia em ques- ciativa está em fase de testes, e a própria tão, e caso queira comentar no artigo, o NRK gostaria de descobrir maneiras leitor precisará responder algumas per- de medir o sucesso desta tentativa. Seguntas com informações encontradas gundo ele, no presente momento, ainda no texto que ele, supostamente, acabou não é possível determinar se o teste foi de ler e deseja debater. Uma vez res- ou não bem sucedido, pois o grupo não pondidas estas questões, a NRK libera sabe que variáveis buscar: mais comentários? menos comentários? E de que o acesso aos comentários. De acordo com o próprio site, a me- forma poemos afirmar que houve uma dida quer garantir que “todos os que melhoria na qualidade? Na Noruega, site também lança medida anti-troll

Matéria sobre o motor de busca Stalkscan, ao lado, tinha questionário que perguntava sobre quem criou o site e em que ano o Facebook lançou o Graph, todos dados disponíveis no próprio artigo.


BARCELONA RECEBE O

MOBILE WORLD CONGRESS Principal feira de tecnologia móvel traz foco em 5G e Internet das Coisas; Brasil fecha acordos internacionais O fim de fevereiro para a cidade de Barcelona foi um pouco diferente do normal. Isto porque o lugar, conhecido por suas belezas naturais que atraem milhares de pessoas todos os anos, desta vez se tornou num dos pontos mais cobiçados para se estar pelos amantes de tecnologia. Barcelona recebeu, entre 27 de fevereiro e 2 de março, a 12ª edição Mobile World Congress (MWC). Inicialmente, a feira teve sempre um foco muito grande na apresentação de novos telefones, conforme indica o


nome “Mobile World Congress”. No entanto, nos últimos anos, com o crescimento do evento, as próprias empresas têm passado a apostar na exibição e apresentação de novas tecnologias que serão, ou já estão sendo, introduzidas aos seus aparelhos, de forma a mostrar quais novidades serão responsáveis por levar o cliente a preferir determinada marca sob a outra. Neste ano, quem roubou a cena foi a internet 5G, assim como a Internet das Coisas (Internet of Things, IoT, em inglês). Para o 5G, não é surpresa ver o nome da nova geração de rede móvel na lista. Internet mais rápida e confiável é sempre um dos pedidos no topo da lista de exigências dos clientes, e, a cada ano que passa, o prazo limite imposto pela União Europeia para o pontapé inicial da nova rede também se aproxima (2020). Assim, os testes têm sido intensificados para que ninguém perca o início desta nova geração de Internet. A sua grande vantagem é que, em teoria, o 5G apresenta menor latência (tempo de resposta), tornando-a assim

mais rápida. Além disso, o foco das empresas está em desenvolver uma tecnologia que não seja útil apenas para as comunicações entre duas pessoas, e sim que possa facilitar o processo entre as máquinas. Ou seja, a tão comentada Internet das Coisas. Nessa área, empresas como a Nokia, Huawei, Ericsson, SAP e IBM estiveram presentes, todas apresentando novidades relacionadas à IoT. Foram projetos que envolvem categorias muito diversas,

5G PROMETE MAIS VELOCIDADE E MAIOR CONFIABILIDADE PARA COMUNICAÇÃO ENTRE MÁQUINAS, AUXILIANDO ASSIM NO ‘BOOM’ DA INTERNET DAS COISAS


passando desde ligações à saúde como à indústria automóvel. Uma das que mais apostou na Internet das Coisas foi a D-Link. No Brasil, muito conhecida por seu trabalho com roteadores, a expertise da empresa com assuntos relacionados à internet agora está sendo aplicada a outros tipos de projetos, como a Câmera “Omna 180 HD” apresentada. Ela é a primeira câmera de segurança compatível com a plataforma HomeKit da Apple, e permite integração dessa plataforma com a tecnologia de monitoramento, de forma a que os iPhone, iPad, e iPod Touch possam se transformar em verdadeiros aparelhos de segurança domiciliar. A câmera possui detectores de movimento que, quando acionados, fazem com que ela emita um alerta imediato pelo aparelho, além de gravar e transmitir as imagens para o mesmo. Brasil fecha parcerias O Brasil também marcou presença na MWC. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Informações e Comunicações

(MCTIC) aproveitou a deixa para assinar dois memorandos de entendimento com a Europa, visando o intercâmbio de informações e experiências sobre a tecnologia 5G e a Internet das Coisas. No campo do 5G, o país fechou uma parceria entre a Telebras e a 5G Infraestructure Association (5GIA), organização que reúne empresas e desenvolvedores de 5G na EU. De acordo com a 5GIA, o Brasil é “um dos quatro países estratégicos para a colaboração conjunta no desenvolvimento da tecnologia”, ao lado de Japão, China e Coreia do Sul. Já com a Internet das Coisas, o acordo foi firmado entre o MCTIC e a European Alliance for Internet of Things (AIOTI). Maximilliano Martinhão, secretário de Política de Informática do MCTIC, afirmou na ocasião que a “ideia é trabalhar projetos reais e alcançar progressos reais”. Já que “os problemas e soluções brasileiros, às vezes, não são os mesmos dos europeus, e podem ser discutidos e utilizados pela outra parte, formando assim uma solução ganha-ganha”.

Omna, da D-Link, é a primeira câmera no mercado que possui ligação com o App HomeKit, permitindo assim utilizar plataformas da Apple e transformá-las em sistemas de segurança domiciliar


Ainda de acordo com Maximilliano, o Brasil e a EU entendem que é preciso desenvolver padrões globais e aspectos de harmonização, de forma a promover a Internet das Coisas. Com este acordo, a esperança é, também, que a experiência europeia possa auxiliar na construção do Plano Nacional de IoT. Gigantes apresentam novidades móveis Mas, é claro, além de toda a tecnologia IoT e 5G, a feira não abandou por completo o seu conceito original, de servir como palco para os novos aparelhos celulares das empresas. Assim, a LG trouxe o novo G6, que apresenta tecnologia à prova de água e conta como uma câmara de lente dupla de diferencial. Já a Samsung, que ainda está em voltas com o fiasco que foi a bateria do Samsung galaxy S7, fica de fora da briga dos novos smartphones por enquanto, aproveitando a ocasião para apresentar o seu novo tablet, o Galaxy Tab S3. Mais surpreendente que todas as anteriores, no entanto, é a Nokia. Além de apresentar novos smartphones, a marca finlandesa, que outrora já dominou toda a indústria de celulares, aproveitou a oportunidade para mais uma vez chamar a atenção para o relançamento do Nokia 3310. O aparelho celular mais popular de todos os tempos, com 126 milhões de unidades vendidas, está de volta com uma roupagem nova mas muito próxima ao do original. Por fora, as mudanças foram poucas. Um pouco mais arredondado, botões maiores e mais iluminados. Já por dentro, a Nokia trouxe o 3310 um pouco mais para a modernidade. Antes, o aparelho só permitia toques monofônicos, agora você

RETORNO DO REI – 3310, aparelho mais vendido da história, com 126 milhões de unidades, volta com repaginada no look e funções

pode até mesmo carregar seus mp3s para dentro do celular e colocá-los como toque do seu celular. O display também foi modificado, com uma tela de 2.4 polegadas de 240x320 pixels, que por ser curvada permite a visualização de tudo até em locais muito iluminados. A tecnologia QVGA empregue também é supereconômica, o que irá fazer com que a bateria dure bastante mais tempo. Na contramão dos celulares modernos, a bateria do 3310 está aí para não deixar quem procura confiabilidade e poucas firulas na mão: são 22 horas de ligação ininterruptas, ou até 31 dias de duração se deixado em modo de espera. Por fim, o novo 3310 conta com entrada para headphones, rádio FM, e até mesmo uma porta micro USB que permite o carregamento de fotos e áudios. De memória interna, são só 12MB, mas você pode utilizar cartões MicroSD de até 32GB nele, expandido – e muito – seu armazenamento.


NOS EUA...

CRESCE NÚMERO DE ASSINANTES DE JORNAIS Pesquisa da Nielsen mostra que leitores estão mais confortáveis em pagar para consumir notícias e jornais registram recordes de novas assinaturas É comum ouvir de profissionais de comunicação, no Brasil, que a área está cada vez mais debilitada. Jornais são fechados, demissões em massa são anunciadas mês sim, mês não, o cenário, em geral, é cada vez mais preocupante. As notícias que vêm dos Estados Unidos, então, talvez sejam uma pequena cente-

lha de esperança. De acordo com com um estúdio do grupo Nielsen, mais de 169 milhões de adultos norte-americanos leem jornais todos os dias em algum veículo, seja ele impresso, digital ou mobile, valor que corresponde a 70% da população. Na mesma mão, os jornais têm registrado crescimento no


número de suas assinaturas. O New York Times, por exemplo, afirma ter conseguido 130 mil novos assinantes apenas no último mês de novembro. Para efeitos de comparação, isso equivale a 10 vezes a média de crescimento mensal do veículo. O Wall Street Journal experimentou um fenômeno parecido, com um salto de 300% nas assinaturas. Los Angeles Times, 61% de crescimento.Vanity Fair com 13 mil novos inscritos num único dia. E o Washington Post, o novo queridinho dos leitores e que atualmente abriga o editor-chefe Marty Baron, fenômeno do jornalismo, está contratando 60 novos escritores. Em um estudo recente, segundo o Tech Crunch, a NPR também descreveu o jornalismo como “uma tendência em ascensão”. Como explicar este fenômeno? Um artigo do Tech Crunch afirma que, é

claro, o novo cenário político contribuiu muito para parte destes números. O novo presidente e tudo o que cerca o seu governo contribuiu para despertar a atenção das pessoas, que buscam notícias confiáveis. No entanto, isso não é tudo. Curiosamente, o que o Tech Crunch afirma ser uma das principais armas desta recente ascensão do jornalismo está intrinsecamente relacionado com o mercado da publicidade no ambiente digital. E o quão indesejável ela é. Adotada como forma de ganhar pão e sustentar os sites dos jornais, a publicidade na internet evoluiu e se tornou, cada vez mais, um empecilho para os leitores. Hoje é comum encontrar, em quase todos os computadores, algum tipo de ferramenta para bloquear anúncios, o que efetivamente os torna inúteis e faz com que estes leitores não aju-

Situações como estas são comuns em páginas da web e aparecem como uma das razões que levam novos leitores a utilizar adblockers ou a procurar alternativas.


dem a custear o preço de manter estes jornais em circulação. Em números publicados pelo e-marketer, 80 milhões de americanos fazem uso de bloqueadores, o que custa à indústria jornalística algo em torno de 10 bilhões de dólares. Então, como lidar com isso? A resposta é: melhorar a experiência de navegação dos assinantes. Ao tornar os anúncios como algo a ser combatido, e a oferecer uma navegação livre destes aborrecimentos, os jornais encontraram um meio de transformar algo que os prejudicava num “bônus” para os seus assinantes. Com o primeiro passo dado, os jornais conseguiram começar a aumentar as suas receitas, e, por conseguinte, a planejar melhor o conteúdo extra que será oferecido por meio destas plataformas online a quem os assina. Os exemplos disto estão por todo o lado, e não se limitam apenas ao jornalismo. O próprio YouTube, maior plataforma de vídeos do planeta, tem anúncios antes de seus vídeos. Porém, há algum tempo, a plataforma lançou o YouTube “Red”, onde ao pagar uma mensalidade fixa por mês, o utilizador do ‘Red’ pode ver qualquer vídeo sem a necessidade de se submeter a comerciais. O Medium, plataforma de escrita colaborativa que já foi abordado aqui na AC Digital, é outro que está em vias de lançar um novo produto, livre das práticas dos anúncios no ambiente digital e que irá cobrar mensalmente uma taxa aos interessados, de forma a poder melhorar a plataforma e oferecer mais aos assinantes. De acordo com o Tech Crunch, esta mudança também passa por uma mudança no perfil do consumidor de notícias. Com os jovens cada vez mais ocupando lugar de destaque no mer-

A ERA DOS SERVIÇOS

Jovens na Internet optam, cada vez mais, por contratar pequenos serviços. Food boxes, Netflix, Spotify e tantos outros são investimentos feitos em busca de conveniência e de produtos de qualidade. Jornalismo digital pode encontrar um nicho neste grupo. cado e na sociedade, vem acontecendo uma mudança de paradigma. Esta nova geração está, desde muito cedo, sendo habituada a pagar por serviços. É o caso do Spotify, do Netflix, de food boxes, enfim, o espectro de serviços que são pagos mensalmente continua a crescer, e o jornalismo parece ter encontrado, dentro deste pedaço do mercado, um nicho em que pode atuar e crescer.


#CURTAS

Rolou no

Brasil aparece em 10º no ranking de pessoas sem conexão à Internet

Confira alguns dos assuntos em voga na rede social

Um estudo encomendado pela Internet.org, uma iniciativa do Facebook para levar conexão a populações de baixa renda de todo o mundo, traz notícias preocupantes. O Brasil apareceu em 10º lugar no ranking de países com o maior número de pessoas desconectadas. No total, são 70,5 milhões de brasileiros que estão ‘offline’, ou seja, que não possuem acesso à internet, seja fixo ou móvel. A pesquisa é baseada em dados colhidos de várias fontes, como a União Internacional de Telecomunicações, além de entrevistas com especialistas no tema. O relatório foi revelado em Barcelona, na última semana de fevereiro, durante o Mobile World Congress. No topo da lista aparecem países como a Índia e a China, que têm 864 milhões e 669 milhões de pessoas desconectadas, respectivamente.

No grupo “O Melhor do Marketing” uma discussão sobre a função e finalidade das midias sociais. Um dos membros diz que, nos tempos atuais, muitos têm a ideia de que as mídias sociais são a solução para todo e qualquer problema de comunicação. “Para quem tem martelo, tudo é prego”.

Novas funções do WhatsApp levantam questão de plágio Com as recentes atualizações do WhatsApp, agora um produto do Facebook, que permitem aos usuários compartilhar fotos por períodos limitados de tempo, uma questão está sendo levantada: o quanto é necessário copiar para que determinada funcionalidade seja considerada plágio? A dúvida surge porque este tipo de interação é comum ao Snapchat, concorrente do WhatsApp, e que tem nessa vertente o seu principal foco. De acordo com José Calazans, da Nielsen, em declarações ao Link, do Estadão, “existe uma guerra no segmento de vídeos efêmeros”. O analista diz que esta medida foi a resposta do Facebook para tentar desestabilizar o Snapchat, que recentemente abriu suas ações para a bolsa de valores americana. Vale lembrar que, em 2013, Mark Zuckerberg havia feito uma oferta de cerca de 3 bilhões de dólares ao concorrente, mas o Snapchat a recusou.

Prato Pronto

Dicas para Marketing No grupo “Digital Marketing”, um artigo traz seis dicas valiosas para tocar um negócio de marketing com sucesso. A primeira delas, é claro, é primar por apresentar-se como algo pessoal, que realmente dê origem a laços com os seus clientes. Nessa mesma veia, o artigo também recomenda a criação de conteúdo que promova conversa e interação constante com seus seguidores, de forma a que estes se sintam valorizados. Para aproveitar esta recém criada fidelidade, crie programas de lealdade, que recompensem seus clientes.


ASSESSORIA DE IMPRENSA

www.accomunicacao.com.br


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