Revista AC Digital #49

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Edição #49 Maio de 2017


EDITORIAL

Índice

Bate-papo Conversando sobre generalidades com uma pessoa que não tenho muita intimidade, mas admiro pelo trabalho que desenvolve, descobri que se alienar é uma forma de superar a crise. Como assim? Ela me confidenciou não assistir televisão, principalmente o noticiário. E cá pra nós, está puxado ver tanta negatividade em nosso mundinho e principalmente no Brasil. Alienar parece uma palavra negativa, mas vendo no dicionário, entre tantos outros significados (citarei o que se enquadra no que quero falar: afastar-se, deixar de conviver etc), percebo que pode ser uma forma de defesa para não se contagiar. Sei que o sentimento que está no coletivo é de incapacidade perante tudo que estamos vendo e sofrendo na carne, mas segundo minha nova amiga, não podemos parar. Parar não é a solução. É deter o progresso, o deslocamento, o movimento de; fazer deixar ou deixar de mover-se. Não quero e nem estou dando receita perfeita para ser aplicada, mas refletindo a realidade vivida. O universo é um bom exemplo a ser seguido. É sempre harmônico apesar do ser humano. Alienar-se ou não ao mundo? Para mim é difícil, já que acho que a culpa maior é por não nos responsabilizarmos pelos atos ao qual nos omitimos, ou seja pactuamos. Sugiro fazer como fazem os atores, vivenciam personagens, mas não os levam para a casa. Di-

fícil né! Como fazer? Não sei e nem imagino como. Ontem (1/05) no Rio, na Cinelândia, durante as manifestações em comemoração ao Dia do Trabalhador, vi imagens, pela televisão, de um cidadão sendo agredido por estar com a bandeira do Brasil, onde o predominante era o vermelho das centrais sindicais. Não sei o verdadeiro motivo da briga, mas ver as cores da pátria sendo arrancada das mãos do manifestante foi e é estranho para o meu entendimento. Comentei o ocorrido por ser um fato com duas atitudes diferentes não importando a ideologia. Ambas devem ser respeitadas, mesmo não concordando. Olhar e não ter opinião é um lugar que não quero estar. Mas concordo com alienar-se da negatividade que a classe política nos faz engolir todos os dias. Não é saudável ingerir doses diárias de corrupção e interpretações do judiciário quando o que aprendemos em casa, pelos nossos pais, que roubar é errado. Honestidade também está em nosso dicionário (qualidade ou caráter de honesto, atributo do que apresenta probidade, honradez, segundo certos preceitos morais socialmente válidos). Para concluir sugiro alienar-se do que é ruim, mas lembrar que o Brasil é muito mais que tudo isso. O que fazer então? Lutar por um lugar melhor é o que sugiro. – Augusto de Carvalho, editor-chefe

WhatsApp cai em todo o mundo

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Facebook celebra o F8 2017

04

Abusos em lives viram problema

08

Baleia Azul preocupa internautas do Brasil

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Rodrigo Silveira: Criticar para Crescer

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Nova ferramenta de pesquisa da Lava-Jato

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Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Rodrigo Carvalho Silveira Diagramação Luis Gurgel


WhatsApp fica fora do ar em vários países Queda durou mais de duas horas e deixou usuários em estado de alerta Após os recentes casos de bloqueio do WhatsApp no país, parece que qualquer alteração no funcionamento normal do aplicativo no Brasil já causa furor. No entanto, desta vez, a culpa não foi de nenhum país, e o nosso país tropical também não foi o único afetado. No último dia 3 de maio, o serviço WhatsApp ficou fora do ar em diversos países do mundo por mais de duas horas. Segundo o site norte-americano Outrage Report, que monitora serviços e plataformas onlines, em diversos países o número de

críticas e reclamações durante o período do problema apresentado superou 2,5 mil usuários. Quem tentou logar reportou a presença de uma mensagem de erro, como se o aplicativo estivesse tentando se conectar mas sempre sem sucesso. Outros simplesmente denotaram impossibilidade de envio de mensagens, que nunca chegavam a ser entregues aos recipientes. O WhatsApp se disse ciente do problema, mas até agora não divulgou a razão do ocorrido.

@festivaldançacabofrio

CONHEÇA O CANAL DE YOUTUBE DO FESTIVAL: http://bit.ly/2oUAld5



F8 2017 Em evento anual da empresa, Facebook revela foco pesado no Messenger para o próximo ano

Durante os dias 18 e e 19 de abril, o Facebook realizou a sua feira anual, a F8, nos Estados Unidos. O evento, um dos mais chamativos do setor de tecnologias e redes sociais, contou com a presença de Mark Zuckerberg e seu time recheado de especialistas, que apresentaram ao mundo as próximas tendências do Facebook e de seus produtos relacionados. Uma das surpresas ficou mesmo pelo foco anunciado no Messenger, que deverá contar com várias funções novas e, de acordo com executivos, será um dos carros-chefes do Facebook para o próximo ano. Ao subir ao palco, David Marcus, o vice-presidente de serviços de mensagens do Facebook, foi apresentado pelo chefão Zuckerberg como “A Coisa”. O apelido, referente ao super-herói do Quarteto Fantástico, provavelmente leva em conta o porte físico de Marcus, assim como o sucesso alcançado pela divisão de mensagens nos últimos anos.

Messenger e WhatsApp têm sido sucessos absolutos, e carregam com distinção um dos pilares mais valorizados e divulgados pela empresa: a comunicação interpessoal. Nessa pegada, Marcus aproveitou o F8 para chamar a atenção para a nova função de vídeo do Messenger. Segundo ele, é cada vez mais importante estar presente dentro dessa área, e, com as mudanças no Messenger, será possível manter uma conversa com até 12 pessoas com a tela dividida. Nos Estados Unidos, o Messenger virou o grande produto a impulsionar dentro da divisão de mensagens. Parte da razão são os usuários individuais, claro. Mas o que também vem fortalecendo o produto é a crescente utilização do mesmo por empresas, com o uso da inteligência artificial através de bots. Em um exemplo, o vice-presidente citou a rede de perfumarias Sephora, que utiliza o Messenger para oferecer descontos e


produtos e serviços de beleza por meio de um assistente virtual. Além disso, de acordo com estudos, em muitos locais o próprio Messenger das empresas já tem se configurado como um substituto para o telefone. As pessoas procuram uma empresa, e, se a encontram no Facebook, acham mais fácil simplesmente tirar suas dúvidas diretamente pelo chat em vez de telefonar. Poupa-se dinheiro, tempo, e, acima de tudo, resultados mostram que o processo é classificado como sendo “menos chato” pelos usuários. Não obstante, Marcus também destacou que o processo de mandar uma mensagem apresenta outras vantagens, tais como a preservação do que foi dito, e o fato de não requerer a atenção constante da pessoa, que pode estar engajada em outras atividades enquanto

espera a resposta. Por ora, no entanto, a única dúvida fica mesmo por conta da relação entre o Messenger e o seu ‘primo’ mais novo, o WhatsApp. Dono de ambos, alguns se perguntam se um não compete com o outro, e como lidar com essa situação. Marcus afirma que, de fato, os dois são concorrentes, mas isso não se configura como um problema – os dois aplicativos caminham de forma independente, e atendem públicos diferentes. “Em alguns países, como na Alemanha e na América Latina, o WhatsApp é o favorito. Nos Estados Unidos e alguns lugares da Ásia e da Europa, prefere-se o Messenger”, diz Marcus. Assim, tendo acesso a esses dados, assim como à utilização do Facebook Lite, o Facebook foca os testes do Messenger em lugares


onde já determinou que há uma maior penetração do aplicativo. Segundo ele, restrições tecnológicas também estão associadas à preferência de um programa sob o outro: “Em geral, lugares com celulares avançados e boa conexão veem o Messenger ir bem”. Uma das principais diferenças entre os dois produtos é que, no caso do Messenger, qualquer pessoa que crie uma conta no Facebook já está pronto para interagir com seus amigos pelo aplicativo. Além disso, há o compartilhamento da imagem de perfil e dos contatos na rede. Isso o torna, também, mais apetecível aos olhos do Facebook, que pode utilizar espaços como os headers e o topo do aplicativo para a venda de publicidade. Claro, não da maneira tradicional, mas ao exibir páginas de empresas que já estejam no Facebook e dando assim a possibilidade dos seus usuários interagirem com estas marcas por livre e espontânea vontade. Inteligência Artificial é o próximo passo Mas nem só de conversa vive o Facebook. Segundo Marcus, outro importante fator que está sendo considerado pela empresa, no momento, é a questão da Inteligência Artificial. Também aplicada ao Messenger, como exposto no caso da rede de perfumarias, esta tecnologia está movimentando o Vale do Silício em mais de uma maneira. Segundo o vice-presidente, é preciso ser possível antecipar os anseios do consumidor, o que ele define como sendo “uma tarefa árdua”. Atualmente, por meio de inteligência artificial, o Facebook já é capaz de determinar alguns tipos de informações, como, por exemplo, fazer reco-

mendações úteis para facilitar a vida de seus usuários, como que Uber ou Lyft pegar para chegar a algum local. Nos Estados Unidos, recentemente, este tipo de funcionalidade foi expandido, também, e agora é capaz até mesmo de sugerir lugares para encomendas de refeições que se adequem ao gosto do dono da conta. Por enquanto, só em inglês e na terra do tio Sam, mas o intuito é continuar desenvolvendo este tipo de tecnologia para outros países e línguas.

Realidade Virtual também será um dos focos da empresa, que espera se antecipar à competição feroz existente no Vale do Silício por esse nicho da tecnologia


ABUSOS COLOCAM

LIVESTREAMS SOB CRÍTICAS

Tecnologia sendo utilizada para a transmissão de conteúdos como assassinatos e suicídios preocupa a comunidade online No mês passado a AC Digital publicou matéria sobre projeto de lei na Alemanha que visava criminalizar as redes sociais por não removerem conteúdo ofensivo de maneira imediata. Este as-

sunto, que tem estado em voga nos últimos anos, com a crescente utilização da internet para a proliferação do discurso de ódio, ganhou novos capítulos no mês passado quando, nos Estados Uni-


dos, um homem narrou, via Facebook, um assassinato cometido, por meio de uma transmissão ao vivo. Os sites têm fortalecido seus algoritmos para detectar imagens e posts ofensivos, mas, apesar de tudo, existe ainda um calcanhar de Aquiles: as transmissões ao vivo. Como não é possível controlar ou saber de antemão o que a pessoa irá colocar no ar, muitas vezes o conteúdo fica disponível durante minutos, horas, ou até mesmo dias, antes que alguma denúncia ou parte da equipe do site consiga removê-lo. Foi o ocorrido no último dia 18 de abril. O suspeito, identificado como Steve Stephens, aparece selecionando uma vítima aleatória e conversando com um idoso na rua, antes de atirar na cabeça do mesmo. Este foi o primeiro vídeo colocado online, sendo que, pouco de-

pois, Stephens voltou a fazer uma nova transmissão, desta feita assumindo a responsabilidade pelo crime, além de afirmar já ter matado outras 12 pessoas. Tal como em outros casos, o Facebook não teve agilidade suficiente para retirar o conteúdo. O que aconteceu é que, durante algumas horas, pessoas puderam assistir essa execução em tempo real, além da confissão de culpa de Stephens. O caso despertou, novamente, o debate sobre qual deveria ser a responsabilidade da rede social nestes casos, pois o enquadramento da mesma como uma empresa de mídia faria com que, teoricamente, estas fossem sujeitas ao mesmo tipo de escrutínio de outros veículos de comunicação. Nisto, é claro, estão inclusas as medidas como o projeto de lei alemão anteriormente citado.

Steve Stephens selecionou vítima ao acaso e transmitiu o seu assassinato em direto pelo Facebook


Facebook responde No seguimento do ocorrido, o próprio Facebook se pronunciou sobre a questão. Por meio de um comunicado oficial, a empresa afirma que “este é um crime terrível e nós não permitimos esse tipo de conteúdo no Facebook. Trabalhamos duro para manter o Facebook como um ambiente seguro e estamos em contato com a lei no caso de emergências que ameaçam a segurança física das pessoas”. Apesar das palavras, no entanto, esta não foi a primeira vez que casos deste tipo ocorrem nos feeds da rede social de Mark Zuckerberg. Há algum tempo, a execução de dois jornalistas na República Dominicana também foi transmitida via Facebook. A este crime juntam-se tantos outros, como a tortura de um deficiente físico por um grupo de jovens, a decapitação de um casal pelo Estado Islâmico, além da morte de uma criança de dois anos. Isso, claro, para não falar nas dezenas de vídeos de maltratos de animais que muito comumente podem ser encontrados pelos feeds do site. Vale notar, no entanto, que nem sempre os vídeos são colocados no ar com o intuito de promover o ódio, ou incitar a violência, como ocorrido no caso Stephens. Às vezes, a transmissão se dá acidentalmente, quando algo acontece a meio de um live sem relação alguma com a tragédia, ou então são gravados e transmitidos como forma de protesto, onde a própria gravação é feita com o intuito de gerar provas, evidências contra abusos sendo cometidos em algum lugar. Classificar e filtrar o que é ou não permitido e válido é que se transforma num grande desafio, já que um vídeo com tortura feito para provar algo ainda

assim poderá ser visto como controverso pela sociedade. O debate da responsabilidade Com o constante crescimento do Facebook e o seu alcance cada vez maior, o debate sobre a responsabilidade da rede social também tem ganhado novos capítulos. Conforme publicado na própria AC Digital, recentemente a empresa se envolveu em polêmica durante as eleições presidenciais norte-americanas, ao ser acusada por especialistas de ter sido um grande centro para a proliferação e divulgação de notícias falsas entre candidatos, o que teria influenciado o resultado do pleito. Esta situação, inclusive, já gerou medidas do próprio Facebook, que no mês retrasado começou parceria com agências de notícias de forma a tentar filtrar e avisar os seus usuários sobre notícias com baixo índice de confiabilidade. A grande questão por detrás do debate, no entanto, fica por conta do real caráter da empresa. Inicialmente vista como apenas um empreendimento de tecnologia, o alcance e a influência do Facebook fazem com que o site comece a ser enxergado como mais um poderoso jogador no tabuleiro da mídia. E, se for este o caso, especialistas esperam que o próprio Facebook esteja dentro de um padrão de qualidade e confiabilidade esperado de grandes jornais, canais de televisão e outros meios de comunicação. Isto porque, caso tal coisa não aconteça, um precedente de que é “seguro” demonstrar tal descuido com a informação possa abrir brechas no ecossistema da mídia, o que poderia trazer consequências bem mais graves do que as já atualmente verificadas e questionadas.


BALEIA AZUL Desafio online que envolve mutilação e suicídio faz com que autoridades reforcem apelo para conscientização sobre os perigos do ambiente online O mês de abril ficará marcado, certamente, pelo aparecimento do jogo ‘Baleia Azul’. O assunto explodiu nas redes sociais de todo o país e, desde então, especialistas e população têm se mostrado muito preocupados com a aparente viralização do game, que embora tenha um nome inofensivo, tem por detrás algo muito mais sombrio: desafios que envolvem todo o tipo de práticas erradas, desde automutilação e culminando no suicídio. O principal alvo do game são as crianças e adolescentes, que por passarem mais tempo na internet, além de se-

rem mais suscetíveis aos contatos feitos por terceiros, correm maior risco de entrar na ‘brincadeira’. Tudo funciona de maneira simples. A pessoa é abordada e começa a receber missões. Inicialmente, tratam-se de objetivos ‘bobos’, como assistir um filme de terror, desenhar uma baleia num papel ou ouvir algumas músicas menos comuns. As vítimas são instruídas a tirar fotos para comprar o seu progresso. Conforme avançam nas missões, o tipo de pedidos começa a ficar mais perigoso. Pendurar-se em lugares altos, visitar locais perigosos, automutilação, são vários os relatos de missões


assustadoras. Por fim, para completar o jogo, a 50º missão trata-se de suicídio. A origem do jogo, supostamente, é traçada para a Rússia. Em 2015, um jovem pulou de um prédio no país, e, poucos dias depois, outro se jogou em frente a um trem. Ambos estariam cumprindo missões, o que despertou as autoridades do país a realizarem uma investigação. Foi então que se fez a ligação entre os cinquenta desafios e um grupo que estaria por trás do ocorrido. Desde então, outros relatos similares já apareceram, em diversos países. Mas a notícia realmente ganhou força este mês depois que, no Mato Grosso, uma menina de 16 anos foi encontrada morta, afogada numa lagoa na região central de Vila Rica. A polícia brasileira agora também trabalha com a suspeita de que a vítima era uma participante do jogo “Baleia Azul”, que vitimou os jovens descritos anteriormente, Ela apresentava, também, diversos cortes no braço, que teriam sido parte de uma missão anterior. Toda esta situação tem reforçado a atenção das pessoas para os perigos da Internet e do surgimento de “modas” similares. Especialmente junto aos jovens, tendências assim não são incomuns e já acabaram em tragédia outras vezes. No ano passado, por exemplo, um garoto também foi encontrado morto, em São Paulo, após participar de um “jogo do enforcamento. Tudo leva a crer que foi um acidente, pois o desafio consistia apenas a interromper o ar com as mãos, mas o jovem não resistiu ao jogo. No caso da Baleia Azul, no entanto, o problema é um pouco mais complexo. O jogo, desde sua premissa, já apresenta sofrimento, dor e até a morte como ingredientes. E, ainda assim, muitos jo-

vens estão dispostos a participar. O YouTuber brasileiro, Felipe Neto, que tem mais de 10 milhões de inscritos, foi um dos que fez um vídeo sobre a questão. Diagnosticado com depressão há mais de sete anos, Neto chamou a atenção para que pais e amigos estejam sempre de olho, pois uma pessoa que se dispõe a participar de um desafio assim já deve apresentar, antes mesmo, alguma condição similar à depressão para que sequer considere tirar a sua própria vida. “Não é algo que uma pessoa que está sã, física e mentalmente, faria”, diz ele em seu vídeo. Segundo ele, o jogo é apenas o gatilho, mas a questão é muito maior, e o YouTuber espera que a questão desperte a atenção da sociedade para a depressão, um problema real e que muitas vezes é ignorado ou tratado com desdém por outros. Até ao fechamento desta edição, o vídeo já teve mais de 5.5 milhões de visualizações, e repercutiu junto aos maiores veículos de comunicação de imprensa do país. Série de TV causa polêmica A nova série do Netflix ’13 Reasons Why’, que gira em torno da protagonista Hannah Baker, foi um sucesso absoluto de crítica e recepção. Liberada no último dia de março, a atração se tornou no assunto mais comentado do Twitter no mês e recebeu diversas avaliações positivas de críticos e espectadores, que, inicialmente, elogiaram a forma como o programa lidou com assuntos muito em voga na sociedade atual, como o bullying e o suicídio. Porém, no meio de abril, uma reviravolta: alguns especialistas questionaram a cena em que a protagonista comete suicídio, mostrada


Série ‘13 Reasons Why’, do Netflix, foi outro ponto que trouxe a discussão do suicídio à ribalta durante este mês. Programa atraiu críticas e elogios à sua abordagem sobre o tema. de forma bastante explícita, e que de acordo com os críticos poderia servir como gatilho para jovens com depressão e outros casos clínicos se inspirarem. Existiria, na opinião das pessoas, uma romantização do suicídio. O tema ganhou tração, e sites de notícias e as redes sociais foram tomadas pelo debate. Um dos roteiristas da série, inclusive, publicou uma carta aberta, na revista Vanity Fair, onde defende a exibição da cena. De acordo com Nic Sheff, a coisa “mais irresponsável que poderia ter sido feita era não mostrar nada da morte”. Ele teceu a comparação com uma sessão dos Alcoólicos Anônimos, onde a ação de demonstrar o que vai acontecer, de forma real, organizada, metódica, é chamada de “rodar a fita”. Isso encoraja as pessoas que buscam ajuda a saberem o que lhes espera caso sofram uma recaída, fazendo-os também

ver de que esta recaída, ou o suicídio, no caso, não se trata de um alívio, e sim de um horror agonizante. Por ora, é impossível determinar que lado da discussão terá mais razão. Porém, após o lançamento da série, um número chamou a atenção: o CVV, Centro de Valorização à Vida, divulgou nota a afirmar que percebeu um aumento de aproximadamente 100% no número de mensagens de texto e ligações de pessoas que buscavam ajuda, conversar sobre o suicídio. Ainda segundo a instituição, muitos destes relatos chagaram mesmo a mencionar a trama, mostrando que, para alguns, a história de Hannah teve um efeito positivo, levando-os a procurar aconselhamento. Quem deseja procurar o CVV pode fazê-lo através do atendimento pelo telefone 141, que funciona 24 horas por dia, ou mesmo pelo site www.cvv.org.br.


CRITICAR PARA CRESCER por Rodrigo Carvalho Silveira Às vezes, guardamos uma opinião por tanto tempo que ela se torna uma bola de ferro presa aos nossos tornozelos, ou pior, uma bola de pelos a nos engasgar. No universo corporativo isso se parece com aquele processo desajustado que compromete o desempenho de todo o time, mas que ninguém tem coragem de apontar. Aliás, nem sempre é uma questão de coragem, afinal, para boa parte de nós, parece uma ótima ideia cultivar um

foco de des-culpas particular: “meu trabalho é bom, mas as coisas não dão certo por causa daquele processo desajustado”. Dessa forma a vida segue, os gestores ocupam-se das estratégias, o time dedica-se às tarefas recorrentes, e ninguém tem olhos para aquele pequeno defeito, para aquela mínima fraqueza ou inconsistência, para aquela quina áspera que dia após dia rasga a lisura das entregas.


É claro, ninguém quer assumir uma responsabilidade que não é sua, principalmente se ela foi exposta por uma falha no processo. Onde não há a figura do gerente de projetos ou de produto, as famosas zonas cinza são, de fato, órfãs. Mas é preciso tomar uma atitude, libertar-se das desculpas perversas de corredor e fazer críticas e apontamentos de peito aberto.

Você tem mais chances de crescer profissionalmente se assumir uma conduta questionadora e participativa

Doa a quem doer, a franqueza e a autenticidade são melhores trunfos do que o ‘quietismo’ dos funcionários ‘comportados’. E garanto, ao contrário do que pregam, que você tem mais chances de crescer profissionalmente se assumir uma conduta questionadora e participativa. Claro que isso deve ser feito de maneira respeitosa e, muitas vezes, até política. Mas de qualquer maneira deve ser feito. Primeiro porque críticas não são, necessariamente, insultos. Críticas bem construídas são verdadeiros diamantes, e críticas bem recebidas são mais valiosas ainda. Segundo porque os apontamentos bem intencionados expressam o desejo de melhorias e a responsabilidade pelo bom desempenho de toda a equipe.


Isso é admirável e indigno de punição. Por outro lado, as críticas não precisam ser despejadas diretamente sobre pessoas ou cargos, mas sim sobre situações e cenários. Similar aos processos de construção de feedback, a elaboração de uma crítica não deve atacar nem expor um indivíduo, mas sim apoiar o seu crescimento, compartilhar uma leitura pontual de um cenário em pleno desenvolvimento. É preciso clareza e objetividade para que a crítica não pareça um ataque pessoal. O cenário habitual de quem é criticado e não está preparado para tal contrariedade, é a negação e os punhos cerrados, como quem ativa um sistema de defesas puramente emocional e egóico. Mas passado o atrito momentâneo, e se a crítica conduz a um benefício verdadeiro, certamente será naturalizada e valorizada em um futuro breve. Muito melhor se tivermos a chance de nos aprimorarmos, deixando de lado nossos egos para construir ou fortalecer um objetivo comum. Muito

Uma crítica não deve atacar nem expor um indivíduo, mas sim apoiar o seu crescimento pior se ignorarmos uma falha até que ela se torne grande o bastante para engolir a todos. Não se cale diante de uma oportunidade de avanço ou melhoria. Cuide para expor suas opiniões e críticas da melhor maneira possível, assim, todos crescem, todos ganham. E você, já teve dificuldades para criticar? E para ser criticado? O que aprendeu? Comente.

SOBRE O AUTOR Rodrigo Carvalho Silveira atua no planejamento de marketing digital com foco em estratégias de conteúdo e SEO, ajudando as empresas a ampliarem sua visibilidade e relevância no meio digital. https:// br.linkedin.com/in/rodrigocsilveira


LAVA JOTA

Site oferece banco de dados com todos os processos da Lava-Jato para consulta por termos em documentos individuais O processo da Lava-Jato é um dos maiores da história de toda a Justiça Brasileira e não dá sinais de abrandar. Todas as semanas preenche os noticiários, com novas denúncias, delações e julgamentos acontecendo, numa tentativa de tentar reformar a classe política que tanto dano tem causado ao

país nas últimas décadas com ataques de corrupção escancarados. Por conseguinte, existe uma criação de novos processos num ritmo frenético, e apesar de estarem disponíveis para a consulta de todos, chegar até eles pode se mostrar um desafio para aqueles não iniciados na arte da pesquisa e em si-


tes de tribunais. Pensando nisso, o site Jota.info embarcou num projeto ambicioso, o desenvolvimento do LAVA JOTA (https://www.jota.info/lavajota/): um site que busca servir como a maior base de dados públicos do país sobre a operação. Lançado no início de abril, o LAVA JOTA reúne em seu acervo mais de novecentos processos associados à operação. Além disso, por conta da organização do site, os usuários podem contar com um buscador que consegue até mesmo realizar pesquisas por palavras-chave diretamente dentro de cada um dos documentos produzidos pela Lava-Jato. O projeto é uma realização do JOTA e da Digesto, empresa de tecnologia que atua na área jurídica. Para transformar o conceito em realidade, a Digesto fez uso da tecnologia Power Bi, da Microsoft, além de contar com parceria com a organização da Transparência Internacional, uma coalisão

global que tem como único objetivo o combate à corrupção. O JOTA conta com atualizações constantes e, todas as semanas, é atualizado com novos processos que vão sendo gerados. Quem quiser acompanhar os novos documentos lançados também poderá fazer uso das redes sociais para tal, como o Facebook (Jota Justiça) e o Twitter (Jotainfo). Além da ferramenta de pesquisa, a página inicial do Jota também conta com algumas outras funções, úteis para quem procura diversificar suas pesquisas. O site apresenta um acervo de vídeos, além de gráficos relacionados à Lava Jato, que também podem ser consultados gratuitamente. O site também conta com integração ao próprio portal do JOTA, o que permite que os leitores tenham acesso a todo o conteúdo produzido pelo site sobre o judiciário, como artigos e colunas de especialistas. Para conferir, basta acessar o link: https://www.jota.info/lavajota/


#CURTAS

Rolou no

Facebook registra aumento de 77% em lucros trimestrais

Confira alguns dos assuntos em voga na rede social

O Facebook informou que registrou aumento de 76,6% em suas receitas trimestrais, atingindo assim a marca de 3, 06 bilhões de dólares. Para comparação, em 2016, durante o mesmo período, a receita tinha sido de 1,73 bilhão. A empresa também informou que atingiu a marca de 1,94 bilhão de usuários ao redor do planeta, e afirma que o crescimento nas receitas se deve, além disso, ao grande sucesso de estratégias de publicidade em dispositivos móveis. Segundo a eMarketer, apenas em 2017, é estimado que o Facebook gere 31 bilhões de dólares apenas com a receita gerada pela publicidade móvel, que já correspondem a 85% da receita total de anúncios da empresa.

No grupo “O Melhor do Marketing” uma discussão sobre a função e finalidade das midias sociais. Um dos membros diz que, nos tempos atuais, muitos têm a ideia de que as mídias sociais são a solução para todo e qualquer problema de comunicação. “Para quem tem martelo, tudo é prego”.

Novo Golpe usa Gmail e Google Docs para enganar usuários Um novo golpe vem fazendo com que usuários de serviços do Google se queixem de terem tido suas contas hackeadas. Segundo a empresa, a falha está sendo abusada por meio de um convite enviado por e-mail, normalmente com o endereço e nome de uma pessoa conhecida, convidando o usuário a clicar num link para editar um documento de texto colaborativamente no Google Docs. Ao clicar, o site falso pede que o usuário informe seu email e sua senha, que então fica de posse do hacker. Desta forma, os hackers podem usar novos e-mails para disparar para outros contatos, facilitando a propagação do golpe num “efeito dominó. A recomendação é que, mesmo que o link aparente ser de um conhecido, as pessoas tomem cuidado e evitem clicar em arquivos dos quais não estejam à espera, de forma a evitar descuidos que possam comprometer sua segurança online.

Prato Pronto

Dicas para Marketing No grupo “Digital Marketing”, um artigo traz seis dicas valiosas para tocar um negócio de marketing com sucesso. A primeira delas, é claro, é primar por apresentar-se como algo pessoal, que realmente dê origem a laços com os seus clientes. Nessa mesma veia, o artigo também recomenda a criação de conteúdo que promova conversa e interação constante com seus seguidores, de forma a que estes se sintam valorizados. Para aproveitar esta recém criada fidelidade, crie programas de lealdade, que recompensem seus clientes.


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