Revista AC Digital #33

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Edição #33 Janeiro 2016

BL OQ UE AD O Confira a história do bloqueio do WhatsApp no Brasil PÁGINA 04

E MAIS: AS REAÇÕES DA INTERNET AO IMPEACHMENT PG. 8


EDITORIAL 2016 chegou! Que seja pleno. Diante de tanta negatividade no país, com previsões piores para o ano que inicia, resolvi ver o que a numerologia diz sobre a soma dos números que compõe a data. Para surpresa minha, pelo menos ali,encontrei um alívio e repasso para vocês: “O número 9 é o final de um ciclo e começo de outro. Este número está associado ao altruísmo, a fraternidade e espiritualidade. O que compreende. Palavra chave: realização, universalidade, abnegação, compaixão. O nove representa a realização total com todas as suas aspirações atendidas e seus desejos satisfeitos. Este número representa a mais alta forma do amor universal. É o número da grande sabedoria e poder espiritual, já que contém a experiência de todos os anteriores. Representa a plenitude espiritual. Associa-se à totalidade e à conclusão”. Ficaram espantados? Eu também. O ser humano tem que se apegar a algo para acreditar, vamos rezar para que a numerologia ilumine nossos políticos. Acho até que vou mandar o resultado para o Congresso Nacional. O que acham? Muitos falam que o Brasil está acostumado com crise. Concordo, mas quando o fato é inerente à boa vontade de um conjunto de regras que movimenta a economia e o mercado financeiro. O que vemos não é isso e sim interesses pessoais, partidários e corrupção.

Mas não quero falar sobre isso e sim do que os astros reservam para 2016: Segundo a astróloga Lu Shalon, que não sei quem é e foi escolhida na sorte na busca do Google, “O ano de 2016 será regido pelo Sol, responsável pelo signo de Leão e está relacionado ao princípio criador, vitalidade, calor, luz. Será um ano para irmos atrás de conhecimento, realização, e envolvimento com nossa capacidade criadora. Um ano em que nos veremos em situações de liderança, uma vez que a personalidade solar é bastante independente e inspiradora para os demais”. Ainda estamos no clima positivo. Show! Sei que nos sentimos de mãos atadas perante o quadro atual e que ajudamos elegendo cada um dos políticos. O que nos resta agora são as previsões místicas ou tomarmos uma atitude para que a mudança comece em nós. Falamos muito, brincamos com nossas mazelas, mas na hora do vamos ver preferimos a comodidade. Estar presente e dizer não ou sim é um ato democrático. Se não concordamos a nossa arma e a mobilização, ir para a rua. Apesar das previsões teremos um ano ruim sim, mas encaremos como um carma, vivencia que passa. Bem vindo 2016!Pode entrar, a casa é sua.

Augusto de Carvalho Editor-chefe

Índice Guia Local Google

03 04

WhatsApp Bloqueado A Internet e o Impeachment

08

Três papeis num time de conteúdo

12

Twitter e Drones

16

Retrospectiva em Capas

19

Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Carlos Augusto Brum Caos Descrito Diagramação Luis Gurgel


GUIA LOCAL

DO GOOGLE Empresa investe em seus usários para agregar valor ao Google Maps

Nos dias correntes, o smartphone é um poderoso aliado para qualquer viagem ou passeio que se faça. Com aplicativos como o Foursquare e o Yelp, é possível encontrar descrições e avaliações escritas por utilizadores de diversos pontos turísticos, assim como restaurantes, hotéis etc. O Google Maps, serviço de mapas do Google, há algum tempo que oferece as mesmas capacidades, mas a adesão dos internautas tem sido, no máximo, modesta. Disposto a mudar isso, a empresa criou um novo programa que oferece pequenas recompensas àqueles que quiserem ser “Guais Locais do Google”. Para participar, basta fazer login na sua

conta Google, visitar o site dos Guias Locais e aceitar a sua inscrição no programa, concordando com os termos de serviço do mesmo. A partir daí, o usuário deve fazer ‘comentários de alta qualidade’, e, conforme o número de contribuições, o utilizador passa a receber pequenos brindes. Por exemplo, aqueles que tenham mais de cinco comentários avaliados como ‘de qualidade’ poderão ter a possibilidade de entrar em beta tests de novos programas do Google, e testá-los antes do público comum. Por sua vez, para aqueles que atinjam a incrível marca de mais de 200 comentários, o Google se compromete a enviar um presente anualmente como agradecimento pelos esforços. Ficou interessado? Descubra mais sobre o programa nesta página: https://www.google.com/intl/pt-br/local/guides/



O BLOQUEIO

DO WHATSAPP Justiça determina bloqueio do acesso ao app e utilizadores se revoltam na Internet Utilizadores do popular serviço de mensagem WhatsApp tiveram uma desagradável surpresa durante o mês de dezembro. No dia 16 último, uma determinação judicial, que segundo o Tribual de Justiça de São Paulo, partiu da 1º Vara Criminal de São Bernardos do Campo, determinou que todas as operadoras de telefonia bloqueassem o acesso dos usuários ao WhatsApp por 48 horas, a partir das 0h do dia 17. A medida causou furor na Internet, com muitas pessoas utilizando as redes sociais para tecer críticas sobre a situação.

os ônus associados a esse cargo, como o pagamento de impostos e tantos outros.

No entanto, sites de publicações como a da revista EXAME vieram a público com a novidade de que, na verdade, o bloqueio se deu por outro motivo – uma investigação criminal que envolve tráfico de drogas e que está em curso há meses. A justiça teria enviado uma determinação judicial ao WhatsApp, buscando quebra de sigilo para as conversas de suspeitos, desde o último mês de julho. A empresa, protegendo a informação dos seus usuários, teria se Durante um primeiro momento, negado, o que causou o imbróglio que muitos acreditaram que o bloqueio se culminou com o bloqueio em territótratava de mais um capítulo na saga de rio nacional. problemas com a regulamentação de Nas redes sociais, a reação foi imedianovos serviços que surgem com a Internet, como é o caso, também, do Uber, ta. O Twitter foi inundado de mensae a situação que envolve os taxistas. Por gens dos brasileiros com queixas sobre realizar chamadas ‘gratuitas’, o WhatsA- a situação, e estas variavam de protespp já está na mira das operadoras bra- tos sérios aos já tradicionais memes. sileiras, que afirmam que o aplicativo Imagens do Chapolim Colorado com age como uma operadora sem possuir uma expressão triste, ou então de ‘Tom


Hanks’ em ‘O Náufrago’, ambas associadas com a tristeza de estar sem o aplicativo, foram algumas das mais compartilhadas (ver imagens ao lado). As reclamações fizeram com que o nome do WhatsApp assumisse o primeiro lugar dos Trending Topics mundiais durante o dia 17. No Facebook, uma situação similar. Porém, por conta do perfil mais social da rede, muitos aproveitaram para fazer desabafos sobre o absurdo da situação. Havia um sentimento de revolta generalizado, pois novamente um juiz de alguma cidade do país, em primeira instância, conseguiu bloquear um aplicativo usado por milhões de pessoas diariamente em primeira instância, como se de nada se tratasse. Desanimados, muitos compartilhavam imagens que comparavam como os cidadãos normais ficaram sem o seu aplicativo de comunicação predileto sem nenhuma razão, enquanto, nos presídios brasileiros, continuam a ocorrer histórias de telefones celulares que entram escondidos e são usados pelos detentos para cometer todo o tipo de crimes. “Penso ser um absurdo o que aconteceu, sinceramente. Não dá pra entender que um juiz, de uma cidade qualquer, possa ter um poder de decisão tão grande nas mãos sem consultar ninguém. É como se alguém pudesse simplesmente apertar um botão em algum lugar do país e desligar a internet da grande maioria da população. A regulamentação é importante, a investigação também, mas a medida foi precipitada e causou muitos inconvenientes a pessoas que não estavam ligadas a nada disso”, opina Henrique

OS MEMES Bloqueio do WhatsApp rendeu brincadeiras nas redes sociais


Gomes, 24, que é estudante de direito. Quem também se manifestou foi Mark Zuckerberg, CEO do Facebook e proprietário do WhatsApp, aplicativo que foi adquirido pela sua empresa em 2014 por mais de 20 bilhões de dólares. Em sua mensagem, Zuckerberg classificou o ocorrido como “um dia triste para o Brasil, que tem sido um importante aliado na criação de uma internet aberta”. Além disso, classificou o povo brasileiro como “um dos mais apaixonados em compartilhar suas vozes online”. O executivo se disse ainda “chocado que os esforços da empresa em proteger dados pessoais poderiam resultar na punição de todos os usuários de um país, pela decisão externa de um único juiz”, e garantiu estar a fazer tudo em seu poder para reverter a situação o quanto antes. Junto ao post, Zuckerberg também lançou a hashtag #ConectaBrasil.

Telegram, serviço rival do Whatsapp, conseguiu mais de 5 milhões de novos usuários no dia do bloqueio dono de um restaurante porque ele não sabe se um dos 50 clientes que pediu salmão comeu o prato inteiro”. Rivais agradecem

Mas nem todos acharam a proibição do WhatsApp um mau negócio. Desesperados por não terem acesso aos seus contatos nos celulares, muitos usuários rapidamente passaram a buscar soluções. Além do uso de uma VPN, que permitia ao usuário aceder o WhatsApp como se estivesse fora do país, burlando assim o bloqueio efetuado, muitos simplesmente escolheram a rota mais simples: baixar um novo aplicativo de mensagens similar ao ‘Zap’. O campeão da data Em entrevista à revista ÉPOCA, foi, certamente, o Telegram, que também rapidamente Adriano Mendes, que é sócio do es- passou a figurar ao lado do WhatsApp nos Trending critório de advocacia Assis e Mendes, Topics do Twitter, com muitos usuários indicando o informou que considera o caso do blo- aplicativo a outros. queio um exagero. Isto porque, segunPoucas horas após o bloqueio ter sido instaurado, do o mesmo, muito provavelmente o que a juíza solicitou são informações os servidores do Telegram estavam sobrecarregados, o ou dados que o WhatsApp não guarda e que fazia com que novos registros demorassem a ser que não é obrigado a guardar. Segundo finalizados, pois é necessário receber um e-mail da o advogado “nenhuma empresa é obri- empresa com um código de ativação. Com a enchengada a guardar informações que não se- te de novos usuários, o servidor não dava conta de jam necessárias ao seu negócio”. Ainda atender ao número enorme de solicitações. segundo Mendes, é importante frisar Por meio da sua conta do Twitter, a empresa deu que “os termos de uso do app não determinam que todas as mensagens po- atualizações constantes sobre a situação. Apenas duas dem ser resgatadas ou identificadas por horas após o início do bloqueio, já eram mais de 500 autoridades policiais”. Para ele, em uma mil novos usuários do Brasil. Ao fim do dia, um tweet analogia, condenar o WhatsApp nesta do Telegram afirmava que, no total, mais de 5.7 misituação “seria o mesmo que prender o lhões de pessoas baixaram o aplicativo naquele dia.


A INTERNET

E O IMPEACHMENT Aprovação de Eduardo Cunha para abertura do pedido de Impeachment movimenta a rede

Num ano marcado por diversas polêmicas, o mês de dezembro começou a todo o vapor. Além da situação com o WhatsApp (ver página 4), outro as-

sunto movimentou a grande rede durante este fim de ano: a aceitação da abertura do processo de pedido de impeachment da atual presidente Dilma


Rousseff, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. A notícia se espalhou rapidamente, e, por conta de toda a situação envolvendo os dois personagens principais da história, rapidamente ganhou as páginas das redes sociais do país, além do noticiário nacional e internacional. Suspeito de possuir contas no exterior do país e de lavagem de dinheiro, Eduardo Cunha é uma figura nada bem quista por grande parte da sociedade. Receoso por não ter o apoio do PT em sua defesa, durante a investigação, ele há alguns meses deixava claro a hipótese de aceitar o pedido de abertura do processo de impeachment, caso não agissem de forma a protegê-lo. Sentindo-se ‘abandonado’, o que era apenas uma ameaça tornou-se realidade no último dia 2 de dezembro: Cunha aceitou o pedido de abertura do processo proposto pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Conceição Paschoal, afirmando estar “ouvindo as vozes que vêm das ruas”. A declaração, é claro, não passou despercebida. Nas redes sociais, muitos repetiam o que foi dito pelo chefe dos deputados, questionando se essa grande vontade em ouvir as “vozes que vêm da rua” também o fariam pedir demissão, já que a sua popularidade é cada vez menor, e muitos perceberam no ato de aceitar a abertura deste processo uma última cartada do político, que está agora tentando de todas as formas manter-se no poder e livrar-se das acusações. Do outro lado, no entanto, oposito-


res ao governo Dilma Rousseff comemoravam a decisão, e apesar de reconhecerem que Cunha não é inocente, ainda assim acreditam que uma coisa não deveria impedir a outra, pois em suas concepções o país precisa, de fato, de sangue novo na presidência, e que Dilma Rousseff já teria esgotado todas as suas chances em tentar reverter o caótico cenário de crise que assola o país. As discussões proliferaram, e a Internet viveu, durante alguns dias, um cenário muito similar àquele que se presenciou durante as eleições para a presidência da república em 2014. Utilizadores tomavam ‘lados’, e todo o tipo de memes e imagens em defesa de cada um destes posicionamentos eram compartilhados (ver imagens na página anterior), com debates acirrados tomando conta das redes sociais.

Por sua vez, a imprensa na internet também deu grande destaque ao ocorrido. Além das notícias factuais sobre a abertura do processo, sites como O Globo, VEJA e tantos outros publicaram editoriais acerca da questão, e muitos dos seus colunistas aproveitaram, também, para opinar sobre a situação. Posicionamentos variavam de acordo com o direcionamento dos veículos, mas muitos partilhavam um consenso sobre dois pontos principais da história: o de que Eduardo Cunha se viu forçado contra a parede, e utilizou do recurso como uma última cartada, e, é claro, o de como esta situação demonstra, mais uma vez, uma aparente falta de maleabilidade política da presidente, que apesar de não se ter deixado ‘corromper’ ao aceitar as determinações de Cunha, acabou por criar, para si e para o país, uma situação muito desagradável.

Eduardo Cunha, em declarações, afirmou estar a ouvir ‘as vozes que vêm da rua’ quando aceitou o pedido de abertura do processo de impeachment


DESCRITO CAOSDESCRITO O Caos Descrito é um projeto que junta o cotidiano e arte, por meio da fotografia e a literatura. Podem conferir mais do trabalho do grupo no blog http://caosdescrito.wordpress.com

JANELAS por Letícia Pierre Foto: Bruno Duarte Sampaio

APADRINHE UMA CRIANÇA

Por trás das janelas pessoas, mobília e vigília. Cada qual no seu canto, suspirando, no entanto, por janelas vizinhas. De dia entra sol,

MUDE

UMA VIDA

de noite sai luz. Pra cima o céu, pra baixo a cruz.

mudeumavida.org.br


OS TRÊS PAPÉIS BÁSICOS NUM TIME DE CONTEÚDO (e porque uma só pessoa não pode cumprir todos) 2015 chegou ao fim, e nós podemos dizer que esse foi um ano importante para o conteúdo no universo da propaganda e do marketing. Marketing de conteúdo, inbound marketing, brand content, storytelling, storydoing, as estratégias de conteúdo ganharam força, sobretudo no leque de ações do marketing digital. Nosso oráculo Google profetizou: conteúdo é o segredo para ampliar a visibilidade das marcas. O mercado brasileiro esteve atento a esse conselho, e respondeu com grande empenho e criatividade. As agências cresceram com essa vertical, as organizações

Rodrigo Carvalho Silveira mais ainda. Mas o que ninguém pode dizer é que descobrimos uma fórmula ou um protocolo para o sucesso do conteúdo. Todos temos nossos palpites, claro, e um dos mais comuns é o de que as marcas devem produzir conteúdo em escala, a torto e a direito, como dizem por aí. Muitos especialistas discordam, eu também.Volume é importante, mas o conteúdo, para ter sucesso, precisa entregar valor real ao público, não


adianta enganar o mercado com meia dúzia de velhas novidades. Por outro lado, não acho justo que esse argumento intimide as pequenas e médias empresas que acabam de ingressar no universo do novo marketing em busca de visibilidade, engajamento e conversões a um custo reduzido. De alguma forma, sinto que fomos nós mesmos que prometemos isso a elas. Portanto, é nosso dever orientá-las de que qualquer conteúdo é melhor do que nada, mas que é possível sim começar de forma estruturada e sair na frente com um plano mais eficiente.Veja como. Descobri o conteúdo, e agora? A principal questão para as empresas que buscam sua primeira estratégia de conteúdo é sobre como planejar e produzir o conteúdo certo. “São só alguns textos? Sobre o que? Mas eu não estou acostumada a escrever assim... tem que ter imagem? Pode ser do Google?”. Nesse momento, surgem duas grandes opções que, à primeira vista, parecem mesmo as únicas soluções para o start imediato de um plano de conteúdo: produzir conteúdo in-house (aproveitando uma equipe interna) ou contratar uma agência. As empresas que buscam uma solução in-house batem à porta de seus assessores de imprensa e de todo o time de comunicação atual, ou recrutam um jovem guru do conteúdo, um profissional multi-

funcional que chega à empresa com a missão de fundar sua redação-de-um-homem-só. O outro caminho parece ainda mais ágil e certeiro, a contratação de uma agência soa como o fim de todas as barreiras e impedimentos para a produção do conteúdo de marca, além do que, é delicioso comprar conteúdo à granel, um blog post aqui, um e-book acolá. Baratinho, se quer saber!

“É delicioso comprar conteúdo à granel, um blog post aqui, um e-book acolá. Baratinho, se quer saber!”

Mas qual é a melhor opção, afinal: montar uma equipe interna ou contratar uma agência? A meu ver, ambas são ideias bastante arriscadas. E o motivo é bem fácil de ser explicado, veja...

Equipe Interna versus Agência de Conteúdo Aprendi com a Melissa Lafsky Wall (@Lafsky) que o marketing de conteúdo precisa ser uma poderosa extensão da sua marca, com uma estratégia personalizada, um discurso consistente, e uma voz única e distinta. Optar pela terceirização de tudo isso é como contratar um redator freelance para escrever seus votos de casamento. Não dá, né?


O conteúdo de marca é tudo aquilo que se manifesta na voz da sua empresa, tudo aquilo que ela quer dizer ao mundo. Contratar alguém para simplesmente “lidar” com isso também parece uma medida incoerente, apesar de ter se tornado comum para as marcas a ideia de olhar para uma única pessoa que irá “resolver o seu problema de marketing de conteúdo”. Você pode sim contratar uma agência ou um analista de conteúdo, pode até contratar um novo gerente de marketing, diretor editorial, vice-presidente de conteúdo, editor de marketing, ou qualquer outro título que sugira importância. Se você não der a real importância para o processo e para a cultura do conteúdo, ao final do primeiro ano, sua empolgante estratégia de conteúdo terá sido apenas um cargo a mais no plantel da empresa com o único propósito de tirar o ‘conteúdo’ da aba de outro alguém. Portanto, antes de decidir se vai montar uma equipe de conteúdo ou contratar uma agência, leve em consideração o seu pensar-agir estratégico e ative sua capacidade de planejar. Você não precisa ter todas as respostas logo de cara, na maioria dos projetos de conteúdo que liderei eu não tinha a menor ideia de quantas pessoas precisaria para iniciar e executar uma operação de conteúdo bem-sucedida. Mas ao longo do planejamento a gente se acerta com relação a isso. A premissa é que você preencha três cadeiras diferentes, ou melhor, planeje três escopos diferentes que, por razões de limitação humana, não poderão ser cumpridos pela mesma pessoa. São três trabalhos complementares, mas absolutamente separados nos papéis do proje-

to: estratégia, execução e integração. Você pode resolver isso in-house, contratar uma agência ou até fazer uma combinação dos dois, criando uma espécie de time misto. Mas sempre que você tentar suprimir uma dessas frentes estará tirando uma coluna do tripé, e aí as coisas ficam um tanto desequilibradas. Aqui está um resumo do que cada um desses postos de trabalho irá atender: 1. ESTRATÉGIA DE CONTEÚDO: antes de publicar um único artigo, e-book ou vídeo, você tem que ter um plano. Não apenas um calendário editorial, desses que a gente baixa um modelo da internet. O plano de conteúdo exige uma abordagem muito mais profunda e detalhada, mas nada diferente do que já fazem os administradores e gerentes de projetos. O profissional responsável pela estratégia de conteúdo deve responder, antes de tudo, quais são os objetivos, metas e indicadores de sucesso para o conteúdo. Resumindo, deve saber aonde quer chegar e como vai medir o sucesso de suas ações. Outras atividades que cabem a este posto são: investigar qual é o perfil do seu público e descobrir quais os problemas que você está resolvendo para eles; definir qual é a voz da sua marca e o que ela fará para se destacar entre todas as outras zilhões de mensagens ou vídeos que se aglomeram na internet; e, finalmente, os


processos: como serão criados e aprovados todos os conteúdos necessários.

DO: este é um termo que uso para descrever o grupo de atividades que inclui a documentação das estratégias, a configuração dos canais, o engajamento (Essa é apenas uma amostra de to- dos demais membros e setores da empresa (também é das as perguntas que um estrategista de nosso papel defender os interesses e a valorização das conteúdo tem de responder, eu tenho estratégias de conteúdo) e, por fim, as valiosíssimas muitas outras embaixo do meu teclado) ações de link building e de ampliação de impacto por 2. EXECUÇÃO DE CONTEÚDO: meio de influenciadores (de certa forma é o que o Se você já trabalhou com equipes de mercado chama de SEO Off-page). conteúdo antes, seja em revistas, jornais O termo “integração” sugere que as ações de conou sites que produziam conteúdo so- teúdo precisam ser integradas ao cotidiano da marca, bre seus produtos, você sabe bem que deve permear tudo o que está acontecendo na em‘pôr no ar’ um trabalho de qualidade presa. Todos os outros departamentos, das mídias soleva um bom tempo e exige um consi- ciais ao setor vendas, passando pelo RH e até pelo derável esforço. financeiro, precisam saber o que está sendo publicado, A editoria de uma revista, por exem- e como esse conteúdo pode beneficiar seus esforços. plo, tem uma equipe em tempo integral Da mesma forma, o time de conteúdo precisa saber dedicada à realização de todas as tarefas o que está acontecendo em cada um desses departanecessárias que vêm com planejamento, mentos para identificar, mais do que meras pautas, as produção, revisão e ajustes, publicação e melhores oportunidades de conectar o conteúdo ao distribuição de conteúdo. Se você pre- sucesso da jornada de vendas, saber onde o conteúdo tende publicar mais de um artigo por pode ajudar a resolver problemas e a fornecer valor semana - ou mesmo um único artigo para a empresa. de qualidade -, pode considerar a exeIsso significa, como você pode imaginar, tempo cução como sendo uma atividade que disponível para participar de reuniões, conversas, enocupa todo o tempo de um profissional. trevistas, dinâmicas, apresentações, telefonemas, enSe este profissional está alocado full fim, tudo o que não poderia ser feito se estivéssemos time na produção dos conteúdos, não presos exclusivamente às demandas de estratégia ou há meios de se desenvolver um bom execução. planejamento ou mesmo de monitorar as ações realizadas e seus resultados, deixando então de promover os ajustes Para ler mais sobre o assunto, visite a de rota necessários para multiplicar o página de Rodrigo no LinkedIn: https:// impacto e aproveitar as oportunidades www.linkedin.com/pulse/os-tr%C3%AAsidentificadas ao longo do trajeto. -pap%C3%A9is-b%C3%A1sicos-em-um-time3. INTEGRAÇÃO DE CONTEÚ- -de-conte%C3%BAdo-e-uma-rodrigo

SOBRE O AUTOR Rodrigo Carvalho Silveira atua no planejamento de marketing digital com foco em estratégias de conteúdo e SEO, ajudando as empresas a ampliarem sua visibilidade e relevância no meio digital. https://br.linkedin.com/in/rodrigocsilveira


TWITTER + DRONES Microblog registra patente que poderá incluir o uso de drones em seus serviços de vídeo e foto A febre dos ‘Drones’ parece não ter fim. Utilizados para todo o tipo de atividades nos dias correntes, a mais nova empresa a demonstrar interesse na tecnologia é o Twitter. Recentemente, o microblog mostrou um pedido de patente requerido e que foi aprovado nos Estados Unidos da América: uma aeronave não tripulada que teria a capacidade de gravar vídeos e tirar fotos, que poderiam, em seguida ser transmitidos para as contas dos usuários no Twitter. A ideia, segundo um porta-voz da empresa que foi entrevistado pela emissora norte-americana CNBC, é

bastante simples e pode ser definida em apenas duas palavras: ‘drone selfies’, ou selfies feitas por drones. A frase, na verdade, não se trata de um conceito inteiramente original, pois o próprio microblog já havia utilizado os “Dronies” para a cobertura de alguns eventos no ano passado, como o Festival de Cinema de Cannes. Ainda assim, é claro, esta patente apresenta algumas diferenças. Ao contrário dos Dronies feitos anteriormente, confinados a um único espaço durante uma grande apresentação, o texto deste novo documento dá azo a algumas interpretações mais ambi-


ciosas. A patente sugere que o drone poderia ser controlado por “meios democráticos” e, segundo a empresa, ações como curtir um post, dar um retweet ou até mesmo responder à conta associada ao drone, poderiam controlar a direção para a qual o objeto iria se dirigir, ou até mesmo o momento em que ele decidiria parar e começar uma gravação em determinado lugar. Da mesma forma, segundo a equipe do microblog, eles poderiam ser empregados ou contratados por veículos de imprensa para realizarem transmissões e coberturas ao vivo dentro da própria rede social. Periscope Ainda no início de 2015, o Twitter também lançou o aplicativo “Periscope”, tentando entrar de vez no

mercado dos vídeos. Com o aplicativo, usuários podem fazer login e associar o Periscope às suas contas do microblog, o que permite fazer transmissões de vídeo em tempo real e selecionar quais dos seus seguidores é que terão acesso ao vídeo. Os participantes têm a possibilidade de enviar mensagens em tempo real, ou então certo símbolos como corações, de forma a demonstrar a sua aprovação pelo conteúdo. Os vídeos transmitidos pelo Periscope, no entanto, não ficam disponíveis para sempre, podendo apenas ser vistos por cerca de 24 horas após a sua transmissão. Ainda assim, a expectativa é que o Periscope e a nova patente possam, também, funcionar em conjunto, se tornando mais um atrativo na luta contra a concorrência do Meerkat.

DRONIES: Drones + Selfies já são uma realidade com o aumento da popularidade dos aparelhos


RETROSPECTIVA

EM CAPAS Confira as capas da AC Digital de 2015 e relembre o que rolou de melhor durante o ano

A primeira capa do ano deu destaque à pesquisa de mídia efetuada pelo Governo Federal. Nela, era possível ver os hábitos de consumo de comunicação de toda a população, separado por diversas categorias..

Logo em fevereiro, a primeira bomba: o atentado ao jornal francês Charlie, que desencadeou uma verdadeira onda de comoção pela Internet, e aquele que seria apenas o prólogo de um ano marcado pelo terrorismo.

Em matéria mais relacionada à comunicação, em março a AC preparou um especial sobre gerenciamento de crises, um assunto sempre em voga no movimentado mercado da comunicação atual.


Dois anos de AC Digital, e continuamos, com perseverança, a caminhada iniciada. A capa, arte do colaborador de longa data, Carlos Augusto Brum, convidava-nos a sonhar e a manter nossos sonhos sempre vivos.

Maio foi um mês cultural. De um lado, uma matéria especial sobre o mercado literário brasileiro. Do outro, a ascenção do streaming, e um olhar sobre o crescimento dos serviços de música e vídeo na Internet.

Tecnologia sempre foi um dos fortes da AC Digital. Em Junho, quem ganhou destaque foi o LIGHT PHONE, um aparelho com design arrojado mas com uma proposta inovadora de reduzir o tempo gasto em celulares.

Os livros de colorir foram uma das maiores febres do país e do mundo. Julho trouxe uma matéria explicado o fenômeno que tomou conta das livrarias do país.

Viajar é bom, mas o risco de não conseguir compreender outra língua é preocupante. Felizmente, novos sistemas de tradução estão surgindo, e a AC falou sobre eles.

McDonalds e Burger King quase fizeram setembro de 2015 o mês da maior colaboração publicitária de sempre. Quase. A história não avançou, mas a AC conta tudo!


Um projeto de lei na Câmara chegou a assustar os internautas Caso aprovado, o mesmo daria direitos de quase espionagem a “autoridades competentes”. O caso ganhou força online, inclusive com petições contra o PL.

Em novembro, novamente uma capa mais didática da revista, desta feita com a matéria do colaborador Rodrigo Carvalho Silveira e a sua visão sobre o Marketing de Conteúdo, uma tendência do mercado.

#CURTAS Galaxy S7 deve passar a ser vendido a partir de fevereiro A Samsung, uma das maiores empresas no ramo de tecnologia e principal rival da Apple no mercado dos smartphones, já começa a mexer os seus pauzinhos para a próxima geração do celular “Samsung Galaxy”. Segundo fontes, o novo aparelho , que será chamado de S7, deverá ser lançado em fevereiro, e, seguindo as tendências do mercado, deverá também contar com duas versões distintas.

Por fim, fechamos o ano com mais um triste episódio – os atentados em Paris. A AC trouxe uma matéria especial, analisando a importância e diferenciais das várias redes sociais durante o episódio.

Morreu Ian Murdock, pioneiro do Linux O fim de 2015 ficou marcado pela morte de Ian Murdock, um dos pioneiros do sistema operativo ‘Linux’. O engenheiro foi responsável pela fundação do projeto Debian, uma das distribuições mais populares do Linux. Além do Linux, Murdock tem em seu curriculum passagens pela Oracle e pela ExactTarget. Suspeita-se que Murdock tenha cometido suicídio


CRÔNICA

CARLOS AUGUSTO BRUM

Longa vida ao Espírito Natalino Eu amo o Natal. Amo cada pedacinho dele. Amo os enfeites, as cores, as luzes, os presentes, as memórias e as promessas. Sempre enfeito a casa de verde e vermelho, cubro meu pinheirinho de luzes, circulo-o de pacotes e, feitas as preparações, delicio-me com as memórias dos Natais passados e encho-me de esperança com as promessas dos Natais futuros. Unindo e confirmando a presença de tantos símbolos, um sentimento cujo nome surgiu da manjedoura do menino Jesus mas que superou os limites da religião: o espírito natalino. Difícil conceituá-lo em palavras – talvez por ser sentimento tão abstrato, talvez pela necessidade de ser puramente particular. Para mim, o espírito natalino é definido pela mudança impossível do velho Scrooge em “Um Conto de Natal” de Charles Dickens: nesse mês mágico e fatídico que coloca um ano para dormir e abre nova etapa em seu poente, o utópico vira realidade. A possibilidade do impraticável pode vir em um instante de paz em um mundo marcado pela guerra e pela violência, em uma antiga esperança renovada no despertar de algo novo, em um sonho adormecido realizado na calada da fé ou na redenção de alguém cujas limitações sempre foram percebidas como eternas. O espetacular pode nascer da generosidade, da empatia, do altruísmo, da dedicação, da repaginação de valores ou da negação de velhos vícios – esperamos que nasça, seja no Natal ou nos onze meses seguintes. Escrevo após um 2015 onde o mundo não andou lá muito natalino. Entre conflitos, miséria, doenças, atentados, crimes, extremismos, ignorância, atraso, ódio, corrupção, crise econômica, crise política e, podemos discutir, crise espiritual e/ou moral, a maioria deixa o ano passado para trás como uma carcaça cansada, estraçalhada e ressentida, daquelas peles que trocamos e nunca teremos saudade. Vi poucos enfeites, cores, luzes, presentes, memórias e promessas nesse dezembro que passou. Às vezes parecia impossível contrariar: o Natal morreu. Chove lá fora, é verdade, mas como podemos escapar da tormenta? Onde esconde-se o sol? Cada um conhece bem os caminhos de suas fugas e a localização de seus refúgios, aqueles momentos onde o fardo do tempo e a agressão do mundo se esvaem em alegria e a caminhada humana torna-se menos mundana e mais mágica. Talvez seu porto seguro encontre-se nos momentos vividos com aqueles poucos membros de sua família que você ama além do contrato firmado pelo sangue; na conversa despretensiosa com um amigo querido que nunca lhe deu as costas; na realização dentro do prazo de um trabalho estupendamente bem feito; na solidão com um ótimo livro, música, filme ou série... É, convenhamos: o Natal não morreu. O espírito natalino vive naqueles raros momentos onde parece absurdo que alguém seja infeliz em um mundo tão fantástico, naqueles instantes onde esquecemos que parece impossível que alguém seja feliz em um mundo tão cruel. Seja o que for, que esses seus momentos mágicos perdurem no 2016 que nasceu, e que você sobreviva aos outros. Um próspero Ano novo!

Contatos: carlosaugusto52@gmail.com | facebook.com/cadu.doslivros

Rolou no Confira alguns dos assuntos em voga na rede social

Bloqueio No “O Melhor do Marketing”, um Infográfico ensina dicas valiosas para vencer o tão temido “bloqueio criativo” na hora de tentar dar início àquele texto ou campanha publicitária. Confira!

Tendências No grupo “Digital Marketing”, um artigo aborda as tendências e novidades do Marketing de Conteúdo para o novo ano que está entrando. Entre as várias dicas disponíveis, estão assuntos como o poder das imagens e de vídeos na divulgação do seu conteúdo, e a superioridade dos mesmos quando colocados na balança contra o simples texto. Além disso, o texto ainda faz menção à importância da diversidade, e de como os sites e peças devem tentar possuir atrativos diferenciados, que consigam agradar a vários grupos/tribos diferentes ao mesmo tempo.



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