Jornal Mural do Curso de Comunicação Social - UNISC - Julho de 2018 - Edição 124
Feira do Livro A leitura é a nossa interface com o mundo. Desde muito pequenos, quando somos capazes de ler as primeiras palavras, passamos a nos aventurar por histórias, considerando as nossas primeiras revistas e livros como relíquias. Muitas vezes essa primeira “trilha” pela leitura se abre com os denominados gibis, para os mais clássicos, e, atualmente, as histórias em quadrinhos, tirinhas, cartoons, mangás, ilustrações - os quadrinhos, tema central da 31° Feira do Livro de Santa Cruz do Sul. Tidos como uma literatura ampla e de fácil compreensão, encanta novos leitores a cada nova geração pelo entretenimento, imaginação e aventuras contidas em suas histórias. Além de ser uma ótima fonte de aprendizagem, pois algumas narrativas abordam aspectos educacionais que auxiliam na alfabetização de crianças. No entanto, as histórias em quadrinhos não são destinadas apenas aos pequenos. A diversificação de conteúdo tem sido ampliada, atraindo cada vez mais os jovens e adultos. Os escritores de histórias em quadrinhos, atualmente, abordam temas como, por exemplo, política, gênero e sexualidade para entreter um leitor cada vez mais exigente e diferenciado.
A acadêmica de jornalismo da Unisc, Vitória Rocho, 21 anos, acredita que as histórias em quadrinhos conseguem atingir diversas gerações, tanto aqueles que cresceram lendo-as quanto aqueles que cresceram assistindo suas adaptações no cinema. “Além de explorar universos e realidades, as HQs dão a oportunidade de personagens e relacionamentos serem retratados e explorados de forma que outros meios ainda não se permitem. Como, por exemplo, Deadpool usando vestidos e deixando claro sua pansexualidade e o Spider-verse com Miles Morales e Spider Gwen. Esses dois últimos estão ganhando espaço em outras mídias e nesse ponto que podemos notar a força dessas representações”, diz Vitória. Bruno Seidel, publicitário, 33 anos, considera que ser um bom apreciador de quadrinhos é como ter bom gosto para filmes, seriados, livros, músicas, teatro, games. “Costuma-se dizer que histórias em quadrinhos são uma ‘porta de entrada’ para as pessoas se tornarem bons leitores de ‘livros de verdade’. Mas quem conhece o amplo universo das HQs sabe que é possível encontrar todo tipo de gênero nesse formato, de histórias infantis a clássicos adultos”, diz Bruno. Além de considerar o entretenimento como um reflexo da realidade. “Histórias de invasão alienígena, por exemplo, são nitidamente inspiradas na chegada dos europeus às Américas na metade do milênio passado. Autores de HQs, bem como os de Hollywood, de novelas e de romances são, em geral, pessoas que têm uma
mensagem a passar ao mundo. Seus valores e ideais normalmente estão implícitos nas obras”, conclui Bruno.
A Revista DaFeira tem relação direta com o mundo dos quadrinhos e com a 31° Feira do Livro de Santa Cruz do Sul. Além de conter as entrevistas com o Patrono e Homenageado, contempla em seu conteúdo, reportagens, dicas e crônicas, que instigam o leitor ao tema da feira “Ler é uma aventura”. Organizada e elaborada por alunos e professores do curso de Comunicação Social da Unisc a revista traz uma leitura divertida e informativa ao público.
Diagramação: Vitória Schwertz | Texto: Nathiele Droese e Letícia Santos | Fotos: Arquivo Pessoal