A profissão que a cada dia conta uma história diferente, que busca em vários cantinhos do mundo algo novo e inusitado para levar até sua casa, tem uma data especial. No dia 7 de abril é comemorado o dia do jornalista, profissional que retrata a realidade social, registra sorrisos e narra momentos importantes que ajudam a contar a história do mundo – mas também tem seus riscos e mexe com sentimentos. Independente do teor da notícia, o jornalista está presente todos os dias na vida das pessoas, seja através da TV, dos veículos impressos, do rádio ou da internet. Vem conosco viajar em alguns relatos sobre bastidores de coberturas jornalísticas.
Jornal Mural do Curso de Comunicação Social - UNISC - Abril de 2017 - Edição 104
Dia do Jornalista
Nelson Rebellato Junior – Jornalista da Unisc TV Escolher uma reportagem sempre é muito difícil. Afinal, todas são importantes, pelo menos para mim. Uma especial foi participar como repórter da RPC TV, afiliada da Rede Globo, da visita da Presidente da República, Dilma Rousseff, em Campo Mourão, interior do Paraná. Foi um dia intenso, de muito trabalho e, claro, com um pouco de ansiedade. Naquela ocasião, a presidente não participou de entrevista coletiva, ela fez apenas pronunciamento no palco. Sem ter a chance de fazer perguntas, a atenção, a tudo que ela dizia, precisou ser redobrada para realizar a reportagem. Neste dia, fizemos, eu e o repórter cinematográfico, duas reportagens e várias entradas, ao vivo, para os telejornais da RPC TV. Mas, em uma delas, devido ao grande número de repórteres, houve interferência de outros microfones na nossa transmissão e, por isso, fiquei completamente sem áudio. Isso serviu para aumentar um pouquinho a tensão, que já existe, em uma cobertura jornalística ao vivo de um Presidente da República. Foi, com certeza, um dos momentos mais marcantes da minha carreira como jornalista.
Heloisa Correa – Formanda em Jornalismo na Unisc A escolha pela profissão de jornalista me proporcionou experiências incríveis e, mesmo que ainda nem tenha terminado a faculdade, a minha sensação é que já tenho uma vida inteira de histórias para contar. Cada pessoa que eu conheci me ensinou algo sobre ser jornalista e sobre a vida. Desde a coberturas de Seacom e Feira do Livro feitas pela Agência A4 - gente, eu entrevistei o Sérgio Reis!!! - até hoje, no estágio na Gazeta do Sul, cada pergunta feita e linha escrita é o retrato de um mundo que estamos construindo, enquanto formadores de opinião.
Leonel Aires - Jornalista e professor de Comunicação Social na Unisc Lá pelo fim dos anos 90, eu trabalhava como repórter para a RBS TV e para o Diário Catarinense. Eis que o Jornal Nacional precisava de uma declaração de Leonel Brizola (um dos candidatos à presidência da república) para fechar uma reportagem. Não lembro da pauta em questão. Acontece que Brizola passaria por Santa Catarina e ficaria pouco tempo no aeroporto, sem nenhuma possibilidade de conceder entrevista. Mesmo assim, fiquei aguardando no saguão, junto com muitos outros repórteres, pela chance quase nula de uma declaração de Brizola. Ele apareceu e passou, rapidamente, cercado de assessores e seguranças, sem dar atenção aos repórteres. Gritei mais alto que pude, forçando um sotaque mais do que gaúcho, e ele então parou, olhou para onde todos estavam e perguntou meu nome. Disse que meu nome era Leonel, escolha de um pai brizolista, e consegui uma exclusiva. Pelo inusitado, foi um momento marcante da minha vida de repórter.
Diagramação: Gabriel Dorneles | Texto: Taisa e Madhiele | Fotos: Arquivo pessoal