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Crônica

Crônica

Brasil está entre os 10 países que mais consomem medicamentos no mundo; diversas atividades buscam mudar este cenário

Grasiel Grasel

grasielfg@gmail.com

Joice Freisleben

joicefreisleben@hotmail.com

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ou simplesmente ODS, são propostas estruturadas a partir da Organização das Nações Unidas (ONU) com a finalidade de extinguir a pobreza extrema, proteger o planeta e assegurar que todos os seres humanos tenham acesso a meios de desenvolvimento digno e que tenham seus direitos cumpridos e respeitados. Compondo a Agenda 2030 para o planeta, os ODS estão dispostos em 17 objetivos com 169 metas a serem atingidas até o final desta década, diretrizes pactuadas por os quase 200 países membros da ONU ainda em 2015 e que os orientam a direcionar suas políticas públicas para o desenvolvimento sustentável. Doutora em Sociologia, Tanise Dias Freitas (foto) pesquisa e dá consultoria com temas relacionados aos ODS. Na condição de profissional que capacita gestores para a implantação de políticas públicas que convirjam com a Agenda 2030, Tanise Freitas falou para horizonteS explicando da importância do alinhamento entre governo federal, estaduais e municipais, para fazerem valer as ações propostas. O alinhamento auxilia na efetividade da Agenda, assim como na captação de recursos financeiros, vindos de organismos internacionais, empresas, fundações ou recursos destinados à isenção tributária, como na união dos demais recursos em políticas comuns. A falta de alinhamento e as descontinuidades das políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável estão entre os principais desafios do cumprimento da Agenda. A Agenda 2030 não cabe apenas aos entes públicos, mas também à iniciativa privada e à sociedade civil organizada, que podem e devem fazer parte, porque o desenvolvimento sustentável se atinge no conjunto da sociedade, afirma a socióloga, que tem pós-doutorado em Desenvolvimento Regional e atua por meio consultoria a municípios, empresas e organizações em diagnósticos e avaliações de projetos. Em escala global, organismos internacionais adotaram os ODS como norteadores de parte de suas ações, com o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO-ONU), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD-ONU), a Organização Mundial da Saúde e outras. Muitos são grandes financiadores de projetos pelo mundo.

Para a obtenção de auxílios destas organizações, os projetos feitos nos países precisam seguir inúmeras regras e elencar diversos dados como indicadores de monitoramento, indicadores de avaliação, quem irá fazer as ações, quanto tais ações custarão, identificando o público-alvo, objetivos a curto, médio e longo prazo, sendo finalizado pela avaliação de profissionais externos que não estejam ligados com o projeto. Tantas demandas necessitam de qualificação, tempo e investimento dos gestores que planejam a implementação de ações.

A perseguição aos ODS, segundo Tanise, não é um problema apenas quantitativo, mas também qualitativo. A intenção de fazer parte da Agenda e promover ações requer qualificação, com o envolvimento de profissionais que entendam do assunto e saibam as abordagens ideais. O planejamento para cumprir a Agenda 2030 tem que ser multidisciplinar e multisetorial, com cruzamento das ações entre os setores, pois muitos objetivos são relacionados. Da mesma forma, enfatiza a entrevista, é preciso ter continuidade no pacto com os ODS, mesmo com

as trocas de governo. No Brasil, por exemplo, o governo federal atual não renovou o acordo para o cumprimento da Agenda, fazendo com que as políticas federais, desde 2019, não sejam mais pautadas para implementação dos ODS. Por outro lado, Tanise lembra que mesmo assim, estados e municípios podem, e muitos o fazem, elaborar e implementar políticas voltadas para as metas dos ODS. O quadro leva a outro grande desafio dos ODS, o desconhecimento da Agenda 2030, explica a entrevistada. Tanto por parte de muitos governos, como dos cidadãos, falta conhecimento de como planejar ações que vão ao encontro dos ODS, assim como de cobrar a sua realização. Por outro lado, a consultora lembra que o Brasil já atingiu várias metas, como ter mais de 90% das crianças na escola, ter um sistema de saúde público e universal como o SUS, manter uma democracia e a liberdade de expressão. Mas há outras tantas a atingir, assim como o esforço de manter as metas conquistadas, conclui. Tanise salienta que “existem sim, muitos desafios, mas muitas metas já foram alcançadas, pois muito vem sendo feito em políticas públicas desde em governos anteriores”. Alcançar os ODS é também responsabilidade individual dos cidadãos. Ações como a separação do lixo, a equiparação salarial e o respeito aos diferentes gêneros, orientações sexuais e religiões faz parte da busca pela vida sustentável no planeta. A sociedade civil desenvolve papel importante na compreensão dos ODS e cobrando para que tais ações sejam implementadas, afirma a entrevistada.

PRATICAR O HÁBITO DE LER É ESSENCIAL

Bruno Bica

brunobica1212@outlook.com

Quantos livros por ano você costuma ler? Uma das coisas que mais pode trazer conhecimento a uma pessoa é a leitura de um ou vários livros. Quanto mais ler, mais sabedoria ela irá consumir. Porém, vivemos em um país que a cada ano podemos perceber um índice de leitura bem baixo. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil é a responsável por analisar o comportamento leitor da população, sendo ela a única a fazer isso nacionalmente.

A pesquisa possui cinco edições desses estudos, realizadas em 2001, 2007, 2011, 2015 e 2019. E um dado muito preocupante foi o que mostrou a diminuição de muitos leitores no país, com 4,6 Em tempos de pandemia, fica complicado para algumas pessoas saírem de casa para irem até uma livraria comprar um livro ou ir até uma biblioteca retirar por empréstimo algum livro. Um dado surpreendente de antes da pandemia foi a alta da venda dos e-books (livro em formato digital) no Brasil, que aumentou em 115% de 2016 até 2019, conforme mostrou a pesquisa da Nielsen junto à Câmara Brasileira do Livro e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros. Porém, como vivemos em país muito desigual economicamente, é muito difícil que todos possam pagar por livros, que às vezes acabam saindo muito caros. Existem sites que disponibilizam milhares de e-books gratuitos, como, por exemplo, a Amazon, enorme empresa americana. Disponibilizando vários gêneros de livros, e também com diferentes idiomas, eles levam à leitura para vários lugares do mundo. milhões a menos em 2019 com relação a 2015. Um movimento que pode auxiliar na ampliação da leitura é o das bibliotecas públicas ou comunitárias, responsáveis por prestar um excelente serviço às pessoas, no que diz respeito ao incentivo da leitura. Parte dessas bibliotecas tem, como algumas de suas funções, disponibilizar, para quem tiver o interesse de ler, o empréstimo de um ou mais livros, liberar acesso à internet para que as pessoas possam fazer pesquisas, além de também possuírem um ambiente de leitura de livros, revistas, jornais, entre outras

LER SEM SAIR DE CASA

obras literárias. Além da Amazon, existem vários sites para você fazer a leitura grátis digital, como por exemplo também o Open Library, que já possui mais de 1 milhão de títulos para baixar e ler. Para encontrar mais lugares que possam baixar livros gratuitamente, leia mais em https://catracalivre.com.br/ educacao/15-sites-para-baixar-livros-gratuitamente/ Seja por qualquer uma dessas maneiras de ter acesso a livros que já foram citadas, ler nunca é demais, a cada leitura feita podemos aprender mais e adquirir muito conhecimento. Além disso, incentivar as pessoas que estão ao nosso redor pode ser muito benéfico para elas, mas também para si mesmo, afinal, poder comentar sobre livros já lidos é uma ótima forma de trocar conhecimento. Além de tudo, um livro é algo que você pode guardar para sempre, ao invés de comprar algo que possa ser descartado depois, não contribuindo com o ambiente e o desenvolvimento sustentável.

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