DESAFIOS MARCAM A IMPLEMENTAÇÃO DOS ODS Brasil está entre os 10 países que mais consomem medicamentos no mundo; diversas atividades buscam mudar este cenário
O
s Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ou simplesmente ODS, são propostas estruturadas a partir da Organização das Nações Unidas (ONU) com a finalidade de extinguir a pobreza extrema, proteger o planeta e assegurar que todos os seres humanos tenham acesso a meios de desenvolvimento digno e que tenham seus direitos cumpridos e respeitados. Compondo a Agenda 2030 para o planeta, os ODS estão dispostos em 17 objetivos com 169 metas a serem atingidas até o final desta década, diretrizes pactuadas por os quase 200 países membros da ONU ainda em 2015 e que os orientam a direcionar suas políticas públicas para o desenvolvimento sustentável. Doutora em Sociologia, Tanise Dias Freitas (foto) pesquisa e dá consultoria com temas relacionados aos ODS. Na condição de profissional que capacita gestores para a implantação de políticas públicas que convirjam com a Agenda 2030, Tanise Freitas falou para horizonteS explicando da importância do alinhamento entre governo federal, estaduais e municipais, para fazerem valer as ações propostas. O alinhamento auxilia na efetividade da Agenda, assim como na captação de recursos financeiros, vindos de organismos internacionais, empresas, fundações ou recursos destinados à isenção tributária, como na união dos demais recursos em políticas comuns. A falta de alinhamento e as descontinuidades das políticas voltadas ao desen-
volvimento sustentável estão entre os principais desafios do cumprimento da Agenda. A Agenda 2030 não cabe apenas aos entes públicos, mas também à iniciativa privada e à sociedade civil organizada, que podem e devem fazer parte, porque o desenvolvimento sustentável se atinge no conjunto da sociedade, afirma a socióloga, que tem pós-doutorado em Desenvolvimento Regional e atua por meio consultoria a municípios, empresas e organizações em diagnósticos e avaliações de projetos. Em escala global, organismos internacionais adotaram os ODS como norteadores de parte de suas ações, com o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO-ONU), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD-ONU), a Organização Mundial da Saúde e outras. Muitos são grandes financiadores de projetos pelo mundo. Para a obtenção de auxílios destas organizações, os projetos feitos nos países precisam seguir inúmeras regras e elencar diversos dados como indicadores de monitoramento, indicadores de avaliação, quem irá fazer as ações, quanto tais ações custarão, identificando o público-alvo, objetivos a curto, médio e longo prazo, sendo finalizado pela avaliação de profissionais externos que não estejam ligados com o projeto. Tantas demandas necessitam de qualificação, tempo e investimento dos gestores que planejam a implementação de ações. A perseguição aos ODS, segundo Tanise, não é um problema apenas quantitativo, mas também qualitativo. A intenção de fazer parte da Agenda e promover ações requer qualificação, com o envolvimento de profissionais que entendam do assunto e saibam as abordagens ideais. O planejamento para cumprir a Agenda 2030 tem que ser multidisciplinar e multisetorial, com cruzamento das ações entre os setores, pois muitos objetivos são relacionados. Da mesma forma, enfatiza a entrevista, é preciso ter continuidade no pacto com os ODS, mesmo com
Imagem: Arquivo Pessoal/ Tanise Dias Freitas
Grasiel Grasel grasielfg@gmail.com Joice Freisleben joicefreisleben@hotmail.com