MEUS OLHOS TE TOCAM

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MEUS OLHOS TE TOCAM de Man Ray a Diane Arbus


acesso arte contemporânea 5ª. edição




MEUS OLHOS TE TOCAM O Projeto Acesso Arte Contemporânea realiza exposições desde 2012. Para 2017, propomos uma ocupação fotográfica. Um passeio sobre a importante trajetória da fotografia, no cenário das artes visuais, a partir de Man Ray à contemporaneidade do século 21. A diversidade garantirá um mosaico da fotografia neste período. Uma viagem ao longo da história, para revelar a extensão da importância que a fotografia exerce na arte, capaz de alterar (deslocar) nossa forma de olhar o mundo. Atentas ao poder da construção e da formação de público para arte contemporânea, buscamos o encontro entre arte, pesquisa e informação; ampliamos as oportunidades para os artistas mostrarem suas criações e incentivamos a participação de artistas de outros estados do Brasil, (alargando o eixo Rio/São Paulo. Cada artista convidado escolheu um fotógrafo(a) dentro do período proposto, elegendo como fonte de pesquisa sua obra e suas questões conceituais para desenvolver o trabalho fotográfico a ser apresentado na exposição. As técnicas fotográficas e de impressão serão diversificadas – analógica, digital, pinhole etc. e suportes diferenciados. Afinal como disse Susan Sontag "tudo existe para terminar numa foto". Curadoria/coordenação LÚCIA AVANCINI MARILOU WINOGRAD

Acesso arte contemporânea – 5ª. Edição www.acessoartecontemporanea.com


CAMILA DE PAZ A série chama-se “Hiato” as imagens foram feitas de 2016 até 2017, no início, eram despretensiosas como parte dos momentos em que deitava na rede da minha sala. Após, ver o resultado de algumas, essa ação tornou-se mais instigante, observava as variações das nuvens e suas movimentações, o cor do céu, havendo uma preocupação em registrar essas mudanças, já nos enquadramentos, minimamente sistematizados, a busca era evidenciar o que se passava no céu. Já conhecia o ensaio de Alfred Stieglitz chamado “Equivalentes”, o fotógrafo realizou a série de 1925 até 1934, relacionou o momento pessoal com a decisão de olhar para o céu, numa espécie de distanciamento emocional de si mesmo no entanto, propunha uma equivalência entre as nuvens e os estados emocionais dele mesmo e do observador.

ALFRED STIEGLITZ (1864-1946) fotógrafo norteamericano, filho de uma família judaica abastada. Estudou engenharia e química fotográfica em Berlim. Interessa-se, inicialmente, pelo aspecto funcional e científico dos seus estudos de fotografia. Nos anos noventa trabalhou em impressão de gravura, que o leva em 1902 a fundar com Edward Steichen e Alvin Langdon a Photo Secession e a publicação Camera Work. Sua última galeria foi “Na American Place” na qual segue mais uma linha idealista que comercial. “ O objetivo da arte é a expressão vital de si mesmo.” Alfred Stieglitz


AMANDA LEITE A série fotográfica Habita em mim é feita de contradições, de sentimentos e desejos que intimamente nos constituem e nos fazem existir. São fotografias inspiradas no trabalho experimental do fotógrafo norte-americano, Man Ray. Imagens surreais, que provocam o espectador a pensar sobre os seus medos, seus sonhos, suas angústias... A série cria um universo paralelo, sugere deslocamentos, abre fissuras para a incerteza, o estranhamento, a hesitação, o absurdo. Há uma insistente proteção dada por uma sombrinha, como um nimbo pessoal, mas, sabemos que o caos desorganiza, nos invade.

MAN RAY (artista norte-americano)

O trabalho de Man Ray é instigante e sempre me inspira a criar e a compor fotografias digitais. Trata-se de um dos principais referentes que misturava técnicas como pintura, colagens, filmes e fotografias experimentais. A influência do Surrealismo é o que mais me interessa em sua produção. Suas fotografias nos provocam observar cenas e objetos cotidianos de outros modos, deslocando-nos para o lugar da incerteza, do estranhamento, da hesitação e até mesmo do absurdo. O que mais gosto na obra de Man Ray é o estilo experimental e surreal de produzir narrativas visuais.

Habita em mim, 4 fotografias 20 x 30 cm e 1 fotografia 40 x 60 cm, Fotografia Digital, 2017


1923/suicidou-se em1971 Diane é uma artista que vive profundamente o que se propõe a fazer, em qualquer escolha de objeto de trabalho, pois o que a interessa é a experiência relacional. A fotografia é o registro dessa troca. Revela o que não se quer ver. Onde Quem Olha Encontra..., duas fotografias com projeção, papel fotográfico fosco, 100x45cm, 2017

DIANE ARBUS

ANA BIOLCHINI

Uma Relação de autenticidade da experiência A fotografia nasce não só da intenção, mas também da absorção das percepções e impressões do ambiente sobre o objeto a ser fotografado. A confiança naquilo que ainda vai surgir a partir da intenção de viver a experiência fotográfica. Isso me conecta a Diane Arbus. Não é a beleza da foto que importa, e sim o que sentimos, não explícito no resultado. Estou olhando pra dentro de mim, ao mesmo em que estou me submetendo a ser olhada, sem saber o que vou encontrar.


CADU LACERDA

ELLIOTT ERWITT

Fotógrafo franco-estadunidense nascido em Paris-1928. "Erwitt pode ser extremamente modesto, incrivelmente distante, e aparentemente desinteressado em falar sobre o seu trabalho. Ele descreve a criação de suas fotos como -"apenas compondo todas as partes em um retângulo". Mas ele faz tantas coisas diferentes com tanta habilidade e graça que essa aparente facilidade é muito enganosa". Seu trabalho é simplesmente espantoso." Michael Kaplan

Expiração de um propósito Dadá? Inspiração por um jeito anarquista de agir na ironia e nas situações absurdas, antagônicas ou fora do seu lugar, se for. No que parecem sem base na realidade, mas que transbordam conteúdo de um mundo de ser particular. Expulso mesmo estando fixo. Desde o primeiro instante. Agora. "Fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem.“ Man Ray

Geografia das Paixões 100 x 59 cm. Fotografia, 2017


CAROL MUÑOZ e JESS MELO Ensaio realizado durante a disciplina de Foto II, ministrada pelo professor Paulo de Barros no ano de 2015. Como base de pesquisa elegeu-se o trabalho da fotógrafa mexicana Flor Garduño; artista que se utiliza de frutos, flores, animais, pintura corporal e demais recursos orgânicos para a realização de suas obras, características estas que permeiam este ensaio chamado “Fecundo”. A artista tem o costume de fotografar pessoas próximas à ela como forma de presenteá-las, e neste ensaio todos os modelos fotografados são pessoas próximas às artistas, que também fotografaram uma à outra.

FLOR GARDUÑO

Nascida no México em 21 de março de 1957, aos 5 anos mudouse com a família para uma fazenda, onde manteve contato íntimo com a natureza ao seu redor; o que determinaria uma de suas principais características como artista, a utilização de animais e recursos orgânicos. Estudou Artes Visuais na Antiga Academia de San Carlos (UNAM) de 1976 à 78, desistindo mais tarde dos estudos para trabalhar como assistente de quarto escuro para Manuel Alvarez Bravo. Trabalhou também para o Ministério de Educação do México. Em 82 realizou a sua primeira exposição individual na Galería José Clemente Orozco na Cidade do México.


CHEMA MADOZ (1958) Fotógrafo Espanhol. Sua obra nos mostra objetos cotidianos alterando seu significado, sua função e seu contexto. Isso possibilita múltiplas interpretações e reflexões a partir de suas metáforas e paradoxos. A proposta deste escultor e criador, com olhar fotógrafo, evolui do objeto encontrado ao objeto construído, onde a metáfora, o absurdo, o sorriso e a poesia visual se encontram. No ano 2000 recebeu o Prêmio Nacional de Fotografia do Ministério de Cultura da Espanha. Prêmio Kodak , Espanha de 1991, o Overseas Photographer, Higasikawa Photofestival de 2000, no Japão entre outros.

ILEANA HOCHMANN A fotografia utilizada como registro do objeto “encontrado” (fósseis de um passado longínquo) transformando-o em símbolo, parte de uma linguagem, criando novos dispositivos para ser lidos pelo espectador. Réplicas daquilo que já não é. A extinção. “A via de entrada ao presente tem necessariamente a forma de uma arqueologia.” (1) Os trilobites navegavam no mar do Paleozoico 500 milhões de anos atrás. Foram as primeiras formas de vida que viram o mundo. Seus olhos compostos (2), de uma surpreendente evolução nos tocam hoje, interrogándonos. (1) (2)

Agamben, Giorgio. O que é o contemporâneo. Infinitas lentes focando o mundo

O primeiro olhar, 2017 Fotografias sobre papel Hahnemühle 310. Objetos / Trilobites. Estrutura de madeira preta. Recreação de fósseis: Maria Gravino, Artista visual, Neuquén Fotografo: Mauricio Vázquez, Neuquén


ANDREA TORRES BALAGUER espanhola (1990...) Fotógrafa, vive em Barcelona, onde estudou Belas Artes. Em delicadas fotos, Balaguer cria imagens surreais.com luzes suaves, envoltas em mistério e simbolismo. Uma viagem ao subconsciente, ao mundo dos sonhos. Como Balaguer afirma, suas fotografias são como um trabalho sobre as pequenas memórias, que retemos de nossos sonho.

CHRISTINA AMARAL Na fotografia de cena, trabalha o surreal, o sonho e a memória. Retém a magia e o tempo. Um olhar poético entre técnica e sensibilidade. A fotografia como objeto de ruptura do real. Uma nova narrativa da cena, do fato.


DIANE ARBUS

CLAUDIA HIRSZMAN Olho a sombra, o que está oculto, o que está de um outro lado. Isso me move, me comove. Diane Arbus fotografava pessoas que tinham algo marcante, que muitos denominaram como excêntricas. Inspirada em Diane opto por olhar para uma pessoa, que em sua unicidade, contém múltiplas personas. Nessa linha de raciocínio, cada pessoa projeta uma sombra que na dinâmica do caminhar se transforma e reflete nossos múltiplos eus. Na década de 1960, a fotógrafa norte-americana Diane Arbus registrou o cotidiano de pessoas incomuns, estranhas, feias, grotescas para o padrão social. Pessoas marginalizadas, escondidas e próximas, uma parte camuflada da realidade. Suas fotografias retrataram sua inquietude e deixaram um rastro impactante de imagens que transcendem o nosso olhar. "Humanos" Fotografia Digital 1,20 x 0,80 cm


MÓNICA DE MIRANDA – (Porto, 1976)

A artista portuguesa vive em Angola, África, e é importante saber disso pois as paisagens d’ Angola aparecem inúmeras vezes em seus trabalhos. Mónica de Miranda trabalha com a matéria fotografia, ou seja: ela fotografa fotografias e cenas que remetem a ações fotográficas, em referências a fotografias préexistentes, em um processo de metalinguagem. Sua obra produz uma experiência visual densa: são aglutinados com refinamento plástico o trabalho tecnicamente perfeito em uma estética fotográfica apurada e, assim, como esses mesmos trabalhos envolvem sentidos mais narrativos, histórias de vida que são evocadas, com sujeitos e seus olhares perdidos ou corpos largados, desenvolvem estratégia perita capaz de produzir imagens instigantes, belas e nostálgicas. Alguns quadros são compostos em tríades ou múltiplos, criando paisagens expandidas e, em algumas destas, mostram figuras femininas vibrantes, quando enigmáticas gêmeas costumam aparecer.

ISABELA FRADE Frutos de uma pesquisa que parte de seu deslocamento pelo entorno por lugares distantes e países estrangeiros, - ela mesma já esteve aqui no Brasil -, suas fotografias me impulsionam a pensar uma obra que eu mesma já havia criado, um processo abortado pela pressa e dispersão, um caminho não desenvolvido, a que agora regresso para amadurecer completamente, a Antropometria das Pedras. É como vejo Mónica, artista jovem, mas que parece ter muitos anos de estrada, uma artista seminal, fecunda, a movimentar um mundo de coisas com a obra dela. ANTROPOMETRIA DAS PEDRAS - Momento Épico. Fotomontagem álbum com fotos analógicas, 15 x 25cm.2017.


EDA MIRANDA O trabalho fotográfico que apresento nesta exposição, perpassa por temas desenvolvidos por Kaaden em suas fotos, como o erótico feminino, tema que já vem sendo por mim abordado principalmente quando me expresso através da técnica - objeto. Neste trabalho, lanço mão de um signo pertencente a anatomia humana que alude ao órgão feminino - vulva, metaforicamente induzo o espectador a viajar em um cenário feminino, erótico, sensual, cheio de sensações que se entrecruzam quer em leveza, , harmonia, mas carregadas de uma força maior insuperável - Procriação.

PETER KAADEN O fotografo escolhido para fazer o link com a minha obra foi o artista alemão Peter Kaaden, que viveu muitos anos em Nova York. Artista famoso por suas fotos sensuais, excitantes, focando mais o nu erótico feminino e podemos também constatar um olhar erótico para o mundo que o cerca, haja a visto na serie das fotos de frutas, comidas e objetos tecnológicos.

A Sutileza da Força Maior. Fotografia, papel fotográfico, vidro e metal, 60 x 100cm.


GEORGES BATAILLE 1897-1962 escritor francês, cuja obra se enquadra tanto no domínio da Literatura como no campo da Antropologia, Filosofia, Sociologia e História da Arte. O erotismo, a transgressão e o sagrado são temas abordados em seus escritos.

ANA PAULA ALBÉ Imagem boca sem palavra muda trabalhei com os artistas surrealistas que estão sendo meu material de trabalho nos últimos tempos. Tem uma inspiração visual forte do Beckett, que fez aquele vídeo maravilhoso BOCA. Mas meu assunto vem do Bataille, com Madame Edwarda.

M.O.T.T


BILL BRANDT, (1904 – 1983), Discípulo do estúdio de Man Ray. Brandt pensava que a composição é essencialmente uma questão de instinto, e obedecer às “regras” é limitar a imaginação. Em suas séries de nus usava como elemento fundamental sua atração por interiores, não se preocupava com cenários, e sua insistência em trabalhar instintivamente, sem planejar. Essas são características deste grande fotografo que identifico muito em meu trabalho.

CAROLINA AMORIM Duplo olhar de Carolina Amorim, primeiro filme produzido com Lucas Zappa. Trocas de olhares ao trocar o filme, fotos em duplas exposições produzidas por duas pessoas sem saberem quais imagens estão provocando. A primeira troca de imagens foi com o fotógrafo Lucas Zappa onde a referência para a produção das imagens foi Bill Brandt em 2013. As reflexões sobre a fotografia enquanto linguagem no campo da arte a partir das experimentações. A poética da imagem baseada nas incertezas de imagens produzidas por fotógrafos sem ter o controle do resultado. Um resultado quase mágico onde o tempo se inscreve numa imagem construída de acasos, acidentes e intuições. A imagem se dilui nessa outra temporalidade. Uma certa invisibilidade se revela a câmera: não mais a invisibilidade do tempo congelado, do corte instantâneo. Agora é o tempo diluído, um tempo em degelo que se oferece ao olhar.


ROBERT MAPPLETHORPE

Um dos nomes mais importante da vanguarda e sua importância é inquestionável ao se tentar entender a arte homo-erótica na segunda metade do século XX. Ao trabalhar o corpo humano e suas paixões em cenas polêmicas, criou um trabalho arrebatador que assustou e confundiu mentes conservadoras, que o perseguiram e censuraram suas criações. Não é por menos que se torna um estandarte da luta por direitos da comunidade LGBT.

PAULO JORGE GONÇALVES Venho focando minha produção no corpo humano principalmente dando atenção ao fotografar excluídos ou ocultos que a sociedade quer esconder. Uma gama de homossexuais, michês, prostitutas, suburbanos e moradores da periferia ou da rua , manifestantes, e perseguidos em geral. Meu trabalho é só mais um grito em ouvidos que se recusam a escutar. Dilindar - Série de registros fotográficos 2016/2017. tamanho variados


MIGUEL RIO BRANCO (1946 ) artista multidisciplinar e fotógrafo Brasileiro. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro. Trabalhou intensamente na Europa e Américas desde o começo de sua carreira, em 1964, com uma exposição em Berna, Suíça.

MARIO CAMARGO Miguel Rio Branco sempre esteve presente no meu sub consciente fotográfico. Sei que temos muitos fotógrafos importante entretanto Miguel consegue transformar o simples em VITAL. Suas fotos em Cuba , América Central , conseguem descobrir a importância do obvio . O nosso olhar é pescado e ficamos presos para sempre as suas fotos. Escolhi estas duas fotos que de certa forma conversam com as minhas fotos noturnas, tiradas também na América Central só que em vez de Cuba, o pais visitado foi a Guatemala.


BERENICE ABBOTT (1898 – 1991) Fotógrafa Americana conhecida por seus retratos de figuras culturais do século XX, fotografias de arquitetura de Nova York e fotografias de interpretação científica na década de 1940-1960. Começou sua carreira sendo assistente de Man Ray em Paris. Uma das pioneiras da fotografia abstrata e considerada uma ícone da fotografia moderna, foi a primeira mulher a ser admitida na Academia Americana de Artes e Letras.

MARK ENGEL As pinturas digitais de Mark Engel, tendo como base fotografias pré-existentes e objetos escaneados, remetem ao trabalho de Berenice Abbott em sua pesquisa do abstrato dentro do concreto. Mark reexamina e manipula artefatos culturais comuns atráves de diferentes perspectivas, desenvolvendo novos significados e refletindo questões sociais e econômicas. A Morte de Marianne, 2017. (Digital C-Print mounted on Plexiglas. 120cm x 100cm. Edição de 5, 3 provas de artista)


COLETIVO PAPAIMAGEM

Vídeo da série Paisagens - o coletivo PapaImagem capta imagens belíssimas da natureza, ao mesmo tempo que, ao lado do ambientalista Adams, solta um grito de alerta . As transformações perversas causadas pelo desprezo aos cuidados com o meio-ambiente, assustam e preocupam. As geleiras estão se derretendo, ao lado de uma terra seca, áspera, arenosa, um solo pedregulhoso, onde outrora jorrava águas e águas.

Série paisagens, frame/vídeo, 2017

ANSEL ADAMS, fotógrafo e ambientalista americano. (1902/1984)

Famoso por suas paisagens, Adams era o fotógrafo da perfeição técnica.. Para ele, "A maior satisfação que podemos obter da fotografia está na realização de nosso potencial individual, na percepção única de algo e em sua expressão por meio da compreensão dos instrumentos”.


DIANE ARBUS

Fotógrafa norte-americana, conhecida pelo seu interesse em registrar o submundo, o incomum, o ignorado, enfim, o cotidiano das pessoas marginalizadas pela sociedade. Trabalhava para revistas de moda como a Vogue, mas abandonou esse universo fashion que para ela nada significava. Suas fotos eram sempre em preto e branco e quadradas. Suicidou-se em 26 de julho aos 48 anos.

MARIA CHERMAN Nesse meu trabalho clicado durante uma caminhada numa praça e que me sensibilizou profundamente, quis expressar a marca da minha referente, a fotógrafa Diane Arbus que por meio dos seus retratos nos mostra a beleza do bizarro e nos faz sentir que olhar as coisas ordinárias significa tornar-se responsável pelo que se vê. Igualdade-Fraternidade Fotografia, Impressão fotográfica sobre papel de algodão, 48x60cm, 2017


MAN RAY (Emanuel Rudzistky) - Filadélfia 1890, Paris 1976 “Eu não fotografo a natureza, fotografo as minhas fantasias” Estudou arquitetura em Nova Iorque, em 1915 conheceu Marcel Duchamp fundando o dadá nova-iorquino. Trabalhou com diferentes mídias: pintura, colagem, fotografia, filmes. A partir de 1940 viveu em Paris onde realizou sobretudo obras surrealistas, sendo um dos mais importantes artistas do início do século XX.

PEDRO TEBYRIÇÁ Os precursores da fotografia como expressão artística me parecem extraordinariamente mais livres diante do grande “dogma” de representação da realidade implícito no fazer fotográfico. Man Ray é, para mim, de uma inspiração libertadora quando volta a lente de sua câmara para dentro da sua cabeça, contrapondo-se à representação do mundo exterior tal como ordinariamente o vemos.


SANDRA SCHECHTMAN Em meus trabalhos a fotografia entra como suporte de linguagem. A presença ou ausência de luz e sombra fazem parte da minha poética. Apropriei-me do trabalho de Man Ray “Blanche et Noir” ( impressão com negativo invertido) de 1926 , para fazer um auto retrato utilizando técnicas contemporâneas. “Tudo pode ser transformado, deformado e eliminado pela luz”, Man Ray.

MAN RAY.

Auto Retrato Foto digital impressa em papel fotográfico. Foto com moldura nas dimensões de 70 cm x 70 cm 2017

Emanuel Radnitsky, Man Ray, nasceu na Filadélfia em 1890 e faleceu em Paris em 1976 .Seus trabalhos iniciais foram pintura, objetos. A partir de 1915 trabalha com fotografia, e encontra Duchamp, passando a ter um longo relacionamento. Participou dos grupos: Dada e Surrealista. Em 1922 inventa o rayograma e nos anos vindouros trabalha intensamente com a fotografia, objetos, filmes e novas invenções que se refletem na arte contemporânea.


MAN RAY

NICE FRANÇA Vi uma citação de Man Ray: "Eu não fotografo a natureza , eu fotografo as minhas fantasias." Esse foi meu ponto de partida. Meu pensamento se constrói por imagens, minha investigação plástica vem da fotografia. Não pretendo explicitar nenhum virtuosismo fotográfico . Utilizo uma câmera pinhole ou outras técnicas artesanais.

Fotos Pinhole em papel fotografico no interior da lata.


ECILA HUSTE Meu percurso no campo da arte contemporânea, usando a pintura como expressão, tem como fonte de inspiração a emoção que a natureza me desperta, sem qualquer intenção de retratá-la. Meus olhos tocam os de Porter quando nos deixamos influenciar pela vibração e exuberância da cor da natureza em nosso trabalho. Na exposição Meus Olhos te Tocam apresento um painel com seis fotos trabalhadas virtualmente.

ELIOT PORTER (1901-1990, EUA) Artista com forte interesse ambiental e científico, além de senso gráfico afiado, Eliot Porter é um fotógrafo conhecido por dar cores à natureza quando os registros ambientais ainda eram monocromáticos. Ganhou sua primeira câmera em 1911, aos 10 anos, quando tornou-se um fotógrafo amador. Formou-se em Engenharia Química e Medicina, mas nunca abandonou a fotografia, dedicando-se cada vez mais a fotografar paisagens. Em 1934 conheceu Alfred Stieglitz que, quatro anos mais tarde, convidou-o a expor seus trabalhos em sua galeria em Nova Iorque. Devido ao sucesso da exposição, Porter passou a ser um fotógrafo em tempo integral, abandonando a carreira acadêmica.


IRVING PENN

(1917 – 2009) O fotógrafo Americano Irving Penn iniciou a carreira de fotógrafo na década de 1940. Apesar de muito conhecido por sua fotografia de moda, o repertório de Penn não se encerra nesta categoria. A arte de Penn passeia por fotografias etnográficas, propaganda, fotojornalismo e “still lifes”. Penn foi um dos primeiros a fotografar com simples fundos brancos ou cinzas e desenvolveu ainda em seu estudio cenários também austeros, propondo uma ideia de fechamento, que influenciavam a reação de seus modelos.

ILANA SANCOVSCHI Este trabalho propõe um contraponto às obras still life “findings” - de Irving Penn. Enquanto Penn explora, em sua obra, a crua realidade de pequenos achados expressando-a em belas e organizadas formas, este trabalho desfoca, tira de escala e confunde a materialidade do dinheiro. Em um momento de crise econômica, política e social, o trabalho propõe uma ilusão de propriedade naquilo que foi perdido. Serie: “Perdidos” (2017), 45 x 60 (cada foto)


ROBERT MAPPLETHORPE

Americano (1946 a 1989) Fotógrafo erótico do século XX. Famoso por fotografias carregadas de conteúdos homoerótico. Fotografa flores, nus iconografias sadomasoquistas, sexualidade velada, O erótico feminino foi retratada, em Pally Smith, com quem foi casado.

VERA LÚCIA ANDRADE BUENO Manuseando os mexilhões, observei a sua forma, cor e semelhança com a natureza feminina e sua eroticidade. No meu cotidiano já vinha observando os catadores de mexilhões na praia onde moro. Sem título, Fotografia em canvas,1 metro X 70 cm.Tiragem: única, 2017


ARTHUR OMAR

(Poços de Caldas, 1948), é um artista brasileiro contemporâneo. Trabalha com fotografia, cinema, instalações e artes plásticas. Foi considerado, nos anos 80, um dos primeiros artistas no Brasil a lidar com novas mídias, como o vídeo. Em todos os campos, introduziu novas maneiras de pensar, e contribuições radicais a uma renovação das linguagens e das técnicas. Temas como o êxtase estético, a violência sensorial e social e a construção de metáforas visuais marcam toda sua obra, voltada para busca de uma nova iconografia da realidade brasileira.

MYRIAM VILLAS BOAS Não proponho uma aproximação estética com a obra do fotógrafo Arthur Omar, em A Antropologia da Face Gloriosa, por quem tenho profunda admiração, mas trago dele a possibilidade de contemplação da imagem primitiva do outro que lhe devolve a imagem de si mesmo: Para quem olho? Quem me vê? Neste sentido também caminha a obra de Arthur Omar, na medida em que ele busca: “retirar cada face de seu contexto original, e deixá-la viver por si mesma, com sua carga de ambiguidade e mistério”. Embora a obra de Arthur Omar vá muito além, trazendo nuanças antropológicas e religiosas, retira dela a mesma carga de possibilidades. Nesta medida, a série não deixa de trazer a atração narcisista pela própria imagem, sair de si mesmo para se ver melhor.


ELEONORA DOBBIN Essas imagens escolhidas foram um presente do acaso e como postulava Henri Cartier-Bresson: “devemos tirar proveito do acaso”. Assim como ele, comecei com a pintura para chegar com encantamento à fotografia. O que me inspira em Henri Cartier-Bresson é a poesia presente nas imagens que captava, em detrimento até de um rigor técnico. É a busca não só do acaso, mas de registrar, naquela fração de segundo, a vida no seu cotidiano e lirismo, na sua graça e leveza.

"Para calor ...água" I e II, Morro D.Marta, 0.40x0.60Impressão digital sobre papel Matt Fibre Hahnemuhle, 2014

HENRI CARTIER-BRESSON (1908-2004) – França. Considerado o “Olho do século” e o “Pai do fotojornalismo”. Aficcionado pelo mundo das imagens: expressou-se por meio de desenhos, pintura e imagens cinematográficas. Mas foi através da sua produção fotográfica que exercitou a liberdade, presente no seu modo de pensar, falar, sentir, viver. Desde cedo foi fascinado pelo fato de a fotografia conseguir imortalizar o momento, retratar os detalhes mais pequenos da vida. Com sua poética fotográfica, desvelou o cotidiano.


DAVID LEVENTI

Fotografou diversos interiores de Casas de Óperas pelo mundo, para mostrar a riqueza e exuberância de uma época. Em contrapartida, capturou imagens de prisões, criando um paralelo entre as duas realidades.

VANIA PENA C Pelos Cantos I A arquitetura e detalhes do seu interior tocam também o meu olhar. Mas ao contrário de David Leventi, eu faço acoplagem de fotos com essas duas realidades. São cantos colhidos em viagens e montagem lcom interferência digital. Essa recriação tornam essas formas Desconexas, assim como a própria realidade.

Série Paisagem Desconexa Pelos Cantos I Fotos acopladas com interferência digital 41 x 21,5 cm, 2017


ROSELANE PESSOA Busquei Robert Doisneau como referência ao trabalho para a exposição MEUS OLHOS TE TOCAM, a partir de um olhar que pretendo continuar explorando, a do puro acaso, a fotografia feita de forma inesperada, mas de um tema que há algum tempo venho colecionando: fotografias de noivas surgidas no meu horizonte, quando caminho pelas ruas do mundo. No meu trabalho artístico a fotografia entra como mídia alternativa já que dispendo meu tempo em arte também através de outras linguagens. Comecei com a técnica “pinhole” mas também busquei a experimentação e a interferência no processo fotográfico e na produção da imagem de outras formas. Participei de editais no Parque Lage, na Funarte e no MACRO de Rosário/Argentina com trabalhos não convencionais mas desenvolvidos com uma máquina Nikon analógica. Tudo mudou com a inserção da câmera fotográfica nos aparelhos celulares e a consequente facilidade em capturar imagens instantâneas. Deixei de lado a preocupação com a excelência da lente e passei a capturar o inesperado que encontro na rua. E dentro dessa ótica me atrai fotografar as noivas que me esbarram pelas cidades do mundo.

ROBERT DOISNEAU (1912-1994)

“8 noivas”

Começou a fotografar nos anos 30 do século passado foi um autor de fotografias de rua, sempre tendo como tema o amor,o humor e os personagens anônimos da cidade de Paris, onde fez o registro de sua célebre e icônica foto “Le baiser de l’Hotel de Ville” (“O Beijo”/1950), sempre ressaltou o inesperado que se encontra na rua. Dele é a frase emblemática:” Não fotografo a vida como ela é, mas a que gostaria que ela fosse”.


HANS GUNTER FLIEG Alemanha em 1923 . De origem judaica , chegou ao Brasil em 1939. Ainda adolescente Flieg aporta em São Paulo carregado de influências da NEUE SACHLICHKEIT (Nova Objetividade ) o último estágio do Expressionismo Alemão, cujo final ,abordava a inserção das máquinas na sociedade moderna , entre outras questões . Seu trabalho se desenvolve de forma singular ao documentar de forma dramática o início da industrialização brasileira nas décadas de 40 e 50 . Sua obra de insere de forma única na historiografia de arte brasileira a meio caminho da abstração

MARCO CAVALCANTI Nasceu vive e trabalha no Rio de Janeiro. Arquiteto de formação, estudou Pintura na E.A.V do Parque Lage nos anos 90 e concluiu o mestrado do Programa de linguagens Visuais da UFRJ em 2000. Seu trabalho em Pintura, Fotografia e Design Gráfico se caracteriza pelo experimentalismo, e busca do acidente como elemento estruturante de seu processo e linguagem. Sua fotografia tem como procedimento raro em nosso panorama, negar os eventos que acontecem diante da lente para mergulhar nas possibilidades oferecidas pelos laboratórios analógicos e digitais . O resultado final se apresenta de forma dramática sempre dentro de uma estética de conflito.


MARIA LUCIA MALUF Sobre Man Ray Grande expoente na fotografia no século XX, se destacou no trabalho em preto e branco, na beleza feminina em clips, em sutis doses. Apesar de não sermos contemporâneos, há uma relação que me surpreende ao constatar que, ouso dizer, vejo Man Ray nos cortes das figuras femininas naquela ocasião, nas minhas primeiras gravuras em metal ,primeira exposição individual. Fotos de alguns desses trabalhos foram selecionadas para essa exposição. Imagem inline 1


ANA MENDIETA (18 de novembro de 1948 – 8 de setembro de 1985) foi uma performer, escultora, pintora e vídeo artista cubana, que é mais conhecida por suas obras de arte "corpo-terra" ("earth-body"). Nascida em Havana, Mendieta chegou aos Estados Unidos como refugiada em 1961, dois anos após o líder revolucionário Marxista Fidel Castro depor o então presidente cubano, Fulgêncio Batista.

FERNANDA LAGO

Esse trabalho fala sobre a ideia de passagem, morte. O corpo que passou,, se foi e a relação que vejo com o trabalho da Mendieta são das suas séries de silhuetas que também tinham essa ideia de memória de um corpo, da silhueta daquele ser que não se encontra mais lá.

foto performance 100cm x 50cm impressão em PVC 2008


MAN RAY

MARCELO CARRERA Com a fotografia componho minha visão de mundo e minha interpretação poética do imaginário. Uso técnicas fotográficas analógicas, de médio e grande formato, que possibilitam o erro, e acabo depois incorporando essas surpresas em minhas imagens como mensagens inconscientes.


LÚCIA AVANCINI Faço da minha obra um exercício experimental da liberdade. Meu corpo é presença recorrente, em toda minha obra, ora suporte, ora representacional. Vou, aos poucos, escavando e construindo um corpo simbólico, pleno de significados. Arrisco, exploro, elimino a dor e me exponho como obra de arte. Crio reflexões urgentes.

FRANCESCA WODMAN fotógrafa norte-americana (1958/1981). Famosa por seus trabalhos em preto e branco, nos quais utilizou a própria imagem ou a de modelos femininos.. Muitas das suas fotografias mostram jovens mulheres nuas, desfocadas fundindo imagem e ambiente. São fortes as imagens. Um soco, um grito de desespero Suicidou-se aos 22 anos de idade.


MARILOU WINOGRAD Nossos olhos se encontram num olhar cego que a cada ausência tenta desvelar o enigma da alma, do olho e do espírito. Obrigada Evgen Bavcar!

EVGEN BAVCAR ( 1946/...) Lokavec, Eslovênia, vive em Paris. Perde a visão aos 12 anos. “ A fotografia não é exclusividade de quem pode enxergar. Meu trabalho é juntar o mundo visível com o invisível. A fotografia me permite corromper o método de percepção estabelecido entre as pessoas que vêem e as que não vêem”.

Reflex # !20cm x 80cm # foto


VERA PAMPLONA A busca de um tempo, memórias e imagens interiores. Ar, movimento, o som. Chegadas, partidas, interferências, conexões. Bauvcar nos mostra que ao enxergar com o toque e com os outros sentidos é possível perceber o Mundo e diz: “O seu horizonte é até onde você pode ver. Se você vê com as mãos, logo o seu horizonte é até onde você pode tocar.” “Narciso morreu afogado porque não compreendeu que entre ele e a imagem existe a água.” Evgen Bauvcar

EVGEN BAUVCAR

1946 - Esloveno naturalizado francês, Bavcar perdeu a visão gradualmente, aos 12 anos.Com ajuda da irmã, desenvolveu técnicas de captura da imagem como o alto contraste,multi exposições,o uso de flashs, de sinos e do toque. "Minhas imagens são frágeis, eu nunca as vi, mas sei que elas existem, e algumas delas me tocam profundamente só de ouvir falar". Evgen Bauvcar


MAN RAY, americano (1890/1976)

Fotógrafo, pintor e criador de objetos e filmes, Man Ray se distinguiu por suas ousadia e criatividade. Destaque na vanguarda americana do início do século XX, teve papel fundamental nos movimentos dadaísta e surrealista, nos EUA e na França, onde viveu por muitos anos.

coletivozé

Frame/vídeo

Man Ray era provocador, audacioso, experimental e inconformado. Um artista da mudança, do novo. As inquietudes estéticas e artísticas do coletivozé nos levam a novos experimentos, em busca de uma representação das nossas fantasias, assim com Ray.


ANSEL ADAMS, fotógrafo e ambientalista americano. (1902/1984) Famoso por suas paisagens em preto e branco. Adams era o fotógrafo da perfeiçao técnica, mas sua maior preocupaçao nao era com a realidade externa e sim com o conteúdo emocional (interno), provocado pela foto.

SILVIA SANTIAGO "Meu Lençol de Linho", foto da natureza delicada, cruel e exuberante dos Lençóis Maranhenses, foi inspirada no trabalho do fotógrafo americano Ansel Adams. O branco e cinza, cores naturais do local, a delicadeza das ondas de areia contrastando com a rusticidade da madeira em decomposição revelam um momento especial, efêmero e mutável da natureza. Uma mensagem, quase mística, de paz.

"Meu Lençol de Linho", foto colorida impressa sobre canvas, 47,5x72,5 cm


MAN RAY (1890 -1976) foi um multitalento -

criou pinturas, esculturas, colagens e fotografias, além de trabalhar como diretor e cineasta. Anarquista, participou do movimento dadaísta em Nova York até entrar em contato com o surrealismo. Na fotografia utilizou a técnica solarização e desenvolveu as rayografias (fotogramas), obtendo imagens abstratas a partir da exposição à luz de objetos previamente dispersos sobre papel fotográfico.

JANAINA DE ARAUJO MORAIS Corpo feminino, formas, cheiros, fluidos, texturas, cores... Olha, explora, sente, conhece. Corpos belos e fluidos poderosos, historicamente oprimidos, invisibilizados e hostilizados ganham luz, tons invertidos e cor. Os corpos nus retratados por Man Ray me instigam e sua trajetória provocadora, experimental e anarquista como fotógrafo e pintor me inspira. Quero explorar a anatomia feminina, experimentar os limites entre a fotografia e a pintura, a fixidez e a fluidez dos corpos. Quero me perder e me encontrar na familiaridade dessas formas e me reinventar! Escolher Man Ray é aceitar o desafio de romper formatos. Vamos ousar não se enquadrar?

Corpo Fluido Fotografia digital modificada em software de edição e pintada com tinta acrílica. Impressão em papel fotográfico fosco (30x45cm) , 2017


MAN RAY – 1890 USA / 1976 FR Um dos mais influentes artistas do Século 20, circulou no dadaísmo e surrealismo. Duchamp muito o influenciou além de colaborador e amigo íntimo. Fez trabalhos experimentais – fotogramas e solarização - encorajando fortemente a arte de vanguarda. Trabalhou em New York com fotografia de moda para Harper’s Bazaar e Vogue, tornandose renomado, também, por suas ousadias.

LAURA BONFÁ BURNIER Escolhi Man Ray por suas experimentações artísticas na técnica da fotografia, instigando o olhar e nos levando à uma inusitada leitura. Abriu o obturador para a arte.

Male Ray fotografia apropriada ( L.G. ), intervenção c/ acetato de vinila 40 x 60 x 6cm, 2016


MAN RAY

“Posso fazer a fotografia o mesmo que faço na pintura. Não há limites.”

MARILENA MORAES Trabalha com interferência em imagens, com aplicativos e técnicas digitais. Homenagem à foto TEARS (1932) Interferência com colagem em fotografia PB 30cm x40cm


CLAUDIA ANDUJAR nasceu em 1931, na Suiça. Em 1955, mudou-se para o Brasil onde iniciou sua carreira como fotógrafa. Em 1970, teve seu primeiro contato com os Yanomami, experiência que a marca profundamente e decide se envolver com a questão indígena no Brasil. Claudia desempenhou um papel fundamental no reconhecimento do território yanomami pelo governo brasileiro e realizou a mais importante obra fotográfica até então a eles dedicada – retratos, cenas do cotidiano e de sessões xamânicas.

olho d’água

ELIANE TERRA

Segundo os Yanomami, os brancos desenham suas palavras porque seu pensamento é cheio de esquecimento. Fluxos reversos. “A terra da floresta possui um sopro vital, wixia, que é muito longo. Vocês não veem, mas a floresta respira. Olhem para ela: suas árvores estão bem vivas, e suas folhas brilham. Esse sopro vem do fundo da terra, lá onde repousa seu frescor. Ele também está em suas águas. ” Davi Kopenawa


LUCIA VILASECA Man Ray foi o artista escolhido como referência para o trabalho que venho apresentar. Minha proposta tem como intenção traçar uma conexão com a obra do artista e algumas questões do dadaísmo, como por exemplo um pequeno texto escrito pelo autor em julho de 1958: Why? Who cares? Who doesn’t care ? Dada is dead. Or is Dada still alive. We cannot revive something that is Alive just as we cannot revive anyThing that is dead Is Dadadead? Is Dadalive Dada is Dadaism

Abajour 017 ou acho que carreguei um pouco no pincel!, 2017 Fotografia – Impressão em papel de algodão


MARCOS BONISSON Nasceu e trabalha na cidade do Rio de Janeiro. Estudou gravura, desenho cinema e fotografia na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1978-1981) e é Mestre em Estudos Contemporâneos das Artes (UFF).

THEREZA CARVALHO O fotógrafo que escolhi, cujo olhar muito me toca, é brasileiro, está vivo, e chama-se Marcos Bonisson. Suas intervenções em imagens cotidianas parecem fazer do banal paisagens oníricas.


ANA VITÓRIA MUSSI

(Laguna, SC) é a precursora brasileira da videoarte. Vive no Rio de Janeiro, onde estudou com Ivan Serpa e Dionísio Del Santo, dentre outros artistas. Atuou como repórter fotográfica de 1979 a 1989, e, depois, voltou, em 1990, a se dedicar às Artes Visuais, usando fotografia e outros meios. Sua primeira exposição foi no I Salão de Verão, no MAM RJ (1969).

MARCELA LEMOS “[...] talvez, Ana Vitória Mussi insista em não explicitar as imagens, em não doá-las aos olhos sem que, por vezes, vacilemos em seu reconhecimento.” Fátima Flórido Cesar Ausências e velamentos são recorrentes no trabalho da Ana Vitória Mussi, assim como a apropriação de imagens diversas (cenas de guerras, filmes, esportes, dentre outras). Marcela Lemos, por sua vez, escolheu a apropriação de imagens que, de tanto serem compartilhadas, acabam banalizadas e, muitas vezes, nos passam despercebidas. A técnica usada para impressão silencia, apaga as imagens, evidenciando sua condição de des|percepção.

"Bom dia“ Transferência térmica sobre tecido, 120 x 80 cm; 2017


FRANCESCA WOODMAN (1958-1981) USA fotógrafa americana, filha de pais artistas, que começou a tirar fotos aos 13 anos, na maioria das vezes dela mesma. Utilizava locais abandonados, em ruínas, para seus autorretratos, sugerindo uma atmosfera surrealista às imagens, em situações inusitadas. Como ela mesma se escondia por detrás do desfoque ou do movimento, seu estilo é referido como “anti-retratos”. Sua obra nos oferece extrema potencia poética através de leituras onde aparentemente seu corpo e alma se revelam. Cometeu suicídio aos 22 anos, fato que propagou seu trabalho de maneira mais intensa ainda no mundo.

TANIA BONIN Nesse “anti-autorretrato”, velando meus seios, fundi minhas cicatrizes à minha alma e, como elemento surpresa, num pequeno detalhe, percebi também a imagem de N. Sra. Aparecida. Seria um sinal?

s/título, Fotografia, 2017


CLAUDE CAHUN (Lucy R. Schwob) -francesa

(1894/1954). Fotógrafa, escritora e ícone do feminismo. Rompeu com os estigmas da sexualidade na fotografia e na vida. Ela e sua companheira foram presas, torturadas e condenadas à morte, pelos nazistas. Foram libertadas, com a saída dos nazistas da França. Claude fotografava a si mesma, andrógina e em atitudes conflitantes. Um mistério para decifrar o significado de homem/mulher.

GILDA SANTIAGO e JOÃO MAIA Corajosa, transgressora e contundente. Suas fotos introduziram uma estética simples, intensa, provocante e, sobretudo, revolucionária. Vida e obra, para Claude, se mesclavam, indissolúveis. Nós nos rendemos à beleza, à simplicidade, à imensa carga emocional e criatividade da sua obra de imediato. A força de suas fotos nos comove, nos incita. Buscamos a bravura e criatividade de Claude em nosso mundo poético.


FERNANDA CHEMALE Abstracto | ElefanteCidadeSerpente, 1991 | 2008 A subjetividade como combustão, distorções, visões elípticas, o detalhe inesperado, a abordagem direta e factual do assunto são pontos onde sou tocada pelos olhos do fotografo André Kertész. Nesta trajetória desenvolvo uma investigação que aproxima o real do imaginário e busco interromper o vinculo do olhar cotidiano, quando objetos banais se transformam em seres exóticos e atemporais e funcionam como disparadores de novas possibilidades no campo visual. Os efeitos que provocam sensações de revolução são encontrados no momento do registro.

ANDRÉ KERTÉSZ viveu entre os anos de

1894 e 1985. Migrou para os Estados Unidos em 1930. Um dos grandes nomes da fotografia é considerado pioneiro dos gêneros fotográficos surrealista, modernista e fotojornalismo. Retratou sua vida cotidiana como um momento efêmero e não épico, propondo uma verdade lírica de modo alegre, aplicando em seu trabalho uma observação ingênua às imagens triviais, Kertész é dono de uma obra poética e realista.


ROSANGELA RENNÓ [Belo Horizonte, 1962] é formada em arquitetura pela Escola de Arquitetura da UFMG (1986) e em artes plásticas pela Escola Guignard (1987), ambas em Belo Horizonte. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. É uma artista que utiliza a fotografia como meio/matéria e trabalha com conceitos como memória [o nosso link], sujeito e identidade, oferecendo novas possibilidades de leitura para histórias esquecidas, ou realizando novas leituras.

NEY VALLE O link que escolhi foi , por conta do trabalho dela com memória.

Da janela lateral do quarto onde não dormi Impressão fotográfica sobre foam 70 x 58 cm, 2016


EDUARDO MARIZ Uma abordagem possível à boa parte do trabalho de Jeff Wall seria a observação de relações que se escondem ou se subjetivam numa imagem retirada de uma cena cotidiana. O artista/fotógrafo canadense parece exaltar algo como laços de energias escondidas em vivencias comuns; talvez revivendo os “instantes fora do eixo” reveladores de almas, praticados por Diane Arbus. Poucas são as imagens de Wall onde não aparecem pessoas, mas eu as colhi como referência para este trabalho, na medida em que, a meu ver, fomentam ainda mais a observação desse caráter subjetivo. Seria essa subjetivação, com traços de irreverência, que procuro atingir em algumas de minhas propostas. Aqui apresento a imagem PET nº 20, trabalho em foto-assemblage produzido na época em que se discutia a viabilidade da realização de competições olímpicas de iatismo na Baia de Guanabara devido à poluição de suas águas. O termo e sigla PET faz um trocadilho com o termo “para enganar turistas”.

JEFF WALL

fotógrafo e artista canadense, 1946.

PET nº 20 foto-assemblage 120 x 55 cm 2015


ANALU NABUCO “A fotografia não é obra final de um único criador, ao longo da história diversas pessoas foram agregando conceitos e processos que deram origem a fotografia como a conhecemos”. (Wikipédia) Não me ative em um único fotógrafo em particular, mas no interesse que me desperta a visão do conjunto da obra, do processo , da soma do todo que nos proporcionam a visão do que temos hoje na contemporaneidade. É nesse caminho, é nessa diversidade que eu me ative.

Técnica pinhole


OTTO STUPAKOFF (1935 - 2009) Pioneiro da fotografia de moda no Brasil e um dos fotógrafos brasileiros de maior projeção internacional, com uma série de 43 fotografias incorporada desde 1969 à coleção permanente do MOMA. Personagem destacado de uma época de ouro da fotografia de moda e do retrato, nas décadas de 60 e 70, convivendo lado a lado com nomes como Richard Avedon, Diane Arbus, e Irving Penn.. Seu estúdio-hangar na rua Frei Caneca (SP) transformou-se em ponto de encontro de artistas e intelectuais, o que combinava com sua crença de que é “de vital importância para um fotógrafo não pensar tanto em fotografia, mas buscar referências na literatura, na pintura, no desenho, na música”.

GUILHERME SILVA Fui trabalhar como designer gráfico na área de moda, quando desenvolvi o interesse por fotografar pessoas. Hoje em meus processos, resgato também as artes plásticas que havia deixado. Esta foto me remete aos ensaios de nu que Stupakoff fazia com amigas. Ele também apreciava combinar as diversas artes e esta tem sido uma busca atual em meu trabalho. Gosto do trabalho híbrido, das referências diversas, do comportamento humano, do movimento, corpo e experimentações, visuais, sensoriais... a imaginação, o lúdico." Sem título, 2015 40cm x 60cm, impressão em papel algodão Modelos: Bruna Stricker e Nina Pais Assistente de fotografia: Renata Rockert


Observatรณrio Coral Carioca


PERFORMANCE JANAINA MORAES



www.acessoartecontemporânea.com


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