Qual é seu link ?

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Qual Ê seu link? acesso arte contemporânea


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As curadoras, preocupadas com o poder da construção e da formação de público para arte contemporânea, promovem o encontro entre arte e história.

Qual é o seu link?

Foi adotado aqui o conceito de rizoma desenvolvido por Deleuze e Guattari para representar, metáforaricamente, a estrutura do conhecimento que propomos. Criamos um campo de construção de conhecimentos. Para isto é preciso a compreensão de que existem diversas formas de conhecimento, que dialogam entre si dentro de contextos históricos e sociais. Os conteúdos abordados criam conexões múltiplas, se comunicam entre si e estabelecem redes interligadas que favorecem esta construção. Para esta exposição os artistas foram convidados a estabelecer um link com outro artista de sua escolha. A definição da escolha foi por sua influência, importância ou admiração na construção de sua própria obra. As obras foram produzidas a partir destes encontros. Com isso, o público tem a oportunidade de entender o universo do expositor e conhecer um pouco mais do legado do artista escolhido.

Curadoria LÚCIA AVANCINI MARILOU WINOGRAD

A ideia é provocar questionamentos e reflexões pelo aprofundamento e estudo sobre História da Arte e seus protagonistas, além de estimular a democratização do conhecimento Afinal a obra de arte é muito mais do que a expressão da subjetividade de seu criador, ela está impregnada da relação que mantém com a cultura e com a história da arte anterior a ela. Acesso arte contemporânea Rio de Janeiro, 2016




MARCEL DUCHAMP

ALINE REIS

Regras Duchampianas Tiragem: 1 2016

Duchamp deixou várias regras para suas irmãs de como deveriam montar suas obras. Proponho ao espectador riscar com uma caneta os verbos que não fazem parte da Arte Contemporânea. Quais seriam tais verbos, então? Diante da possibilidade da ação, vacilantes, muitos quererão manter algumas. Eu diria que diagonalizar é um verbo que manteria na Arte Contemporânea e em qualquer superfície, mesmo que fina recortaria, perfilaria, definiria, sem contudo fazer existir, sem contudo permanecer .

Francês, naturalizado americano.(1887/1968) Duchamp iniciou sua carreira como pintor impressionista, expressionista e cubista – arte que abandonou aos 25 anos. Foi o responsável pelo conceito de ready made, que é o transporte de um elemento da vida cotidiana. Seu primeiro ready-made, de 1912, é uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho (Roda de Bicicleta). O mais célebre, é o urinol invertido, assinado por R. Mutt, a que dá o título de Fonte, 1917. Os ready-mades de Duchamp constituem em manifestação cabal do espírito que caracteriza o dadaísmo. Ao transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista realiza uma crítica radical ao sistema da arte.


MARCEL DUCHAMP

LUCIA AVANCINI Duchamp me libertou. Rompi com as amarras do estabelecido e das coerências impostas. A obra de Duchamp me encorajou a ousadias. Das experimentações silenciosas no atelier – espaço de liberdade absoluta – ao espaço público. Abriu um caminho de infinitas possibilidades. Tudo é arte; Minha obra é a minha carta ao mundo.

Que peso a arte tem? Da série Instrumentos para medir arte Objeto, 2016


JOEL-PETER WITKIN norte-americano (1939/…) Fotógrafo. Filho de pai judeu e māe católica, Witkin estudou profundamente a arte religiosa, com ênfase em Giotto e nos simbolistas. Além destes, outros pintores famosos são descritos claramente em suas imagens. Produz, em média, de 10 a 12 imagens por ano, com laborioso método de execuçāo. Witkin criou uma forma de linguagem inovadora e diferente, que ao mesmo tempo prende e espanta nossos olhos. Está entre o depravado e o divino. Sua obra reflete a inquietação e o desejo de explorar aquilo que os outros tem medo. Foi fotógrafo de guerra entre 1961 e 1964, durante a Guerra do Vietnã

EDUARDO MARIZ O artista e fotógrafo americano Joel-Peter Witkin, nascido em 1939 notabilizou-se entre os anos 60 a 90 pelas montagens recortando e colando negativos. Fornece personagens que preenchem certas expectativas relacionadas à vocação da fotografia para manifestações surrealistas. O que sugiro como releitura do trabalho de Joel-Peter seria através da foto-assemblage oferecer a possibilidade de adentrar a universos manifestáveis em nossas consciências. Ao mesmo tempo, defendo o entendimento do que proponho em nível de conduta artística, a foto-assemblage, como um desdobramento da fotomontagem tradicional. Idolatria no. 4 foto-assemblage 122 x 57 cm 2015


GEOFFREY FARMER Canadense (1967/..) Trabalha com projetos muitimídias incluindo desenho, fotografia, vídeo, escultura, performance e instalação baseados em assuntos da cultura popular. Um dos trabalhos mais contundentes, é “Leaves of Grass”,uma escultura de 20 metros, apresentada na 13 ª Documenta Art Festival, montada com milhares de recortes da LIFE Magazine, que narra a história dos anos 1935 e 1985.

CLAUDIA HIRSZMAN A obra do artista canadense Geoffrey Farmer exposta na 13ª Documenta Art Festival na Alemanha em 2012 foi a inspiração para este trabalho em 3D. A pesquisa de portas e janelas que venho desenvolvendo, num fragmento, se aproxima da ideia expositiva, de acúmulo e tridimensionalidade de Geoffrey e contém em si embutida a ideia do processo e do vir a ser. Registros fragmentados de um Rio antigo. Vários elementos instalados na parede e no teto.


Esvaindo Emoções” Objeto escunadeira de cobre, lã de ovelha 165cm x 90cm x 55cm

EVA HESSE

EDA MIRANDA O trabalho que irei apresentar nesta exposição, busca investigar questões referentes a substância material e concretude a partir do universo feminino. Nesse sentido, reconheço algumas similitudes com a obra de Eva Hesse que evoca, sobretudo em seus trabalhos tridimensionais, o corpo e aspectos subjetivos da natureza íntima da mulher. Me identifico com Hesse, na maneira em lidar com os materias quando esta leva em consideração as qualidades intrínssicas da matéria, sem levar em consideração sua permanência e privilegiando a experimentação, o prazer e o processo na feitura da obra.

(1936-1970) Nasceu, de família judia, em Hamburgo, Alemanha. Para fugir do nazismo, ela e sua irmã foram mandadas para Holanda, após o reencontro com os pais, viajaram a Londres e fixaram-se em Nova York, onde ela desenvolveu sua curta carreira. Após a separação dos pais, sua mãe suicidou-se. Graduou-se na School of Industrial Art e completou sua formação acadêmica no Pratt Institute, na Cooper Union e na Yale School of Art, onde foi aluna de Joseph Albers. Casou-se com o escultor Tom Doyle e passaram um ano na Alemanha, ocupando uma antiga fábrica abandonada. Eva Hesse utilizada sobras de materiais da fábrica para construir seus trabalhos. Ao retornar a Nova York, ela concentrou sua produção de trabalhos utilizando látex, fibra de vidro e plástico. Tornou-se professora de arte na School of Visual Art.


JOHN BALDESSARI

americano,(1931/…) Pintor, fotógrafo, vídeomaker e arquiteto, Baldessari logo incorpora textos em suas obras e na série fotográfica apropria-se de fotografias. Produz vídeos instalaçōes. Sua obra enquadra-se na arte conceitual. Em 1970, queimou todas suas obras, Cremation Projec, uma forma de renascimento e de questionamento sobre a arte dominante na época. Usa círculos para tapar os rostos dos personagens, para acentuar o anonimato e obrigar o espectador a prestar atençāo e dar sentido à cena.

Atento ao q sou e vejo torno-me eles e não eu. Impressão fotográfica, acrílica, grafite, e verniz sobre canvas, 40x50 cm, 2015

GUSTAVO MORENO

A minha escolha se deu através do encontro entre minha obra e a de John Baldessari. Após realizar a exposição, “Cada um de nós também os outros,” com curadoria de Marcos Lontra na Galeria Paulo Darzé, ficou claro o diálogo entre o nosso trabalho ao me deparar com uma exposição do artista na Tate Gallery em Londres. O meu interesse foi discutir sobre questões da identidade e seus deslocamentos. A ambiguidade entre apagar e revelar que se faz presente no nosso trabalho.


PIET MONDRIAN

MARILENA MORAES Apenas o essencial Placa imantada 120 x 100 cm 2016

Piet Mondrian (1872-1944), um dos fundadores do movimento moderno holandês De Stijl, se fez marcar pela pureza das abstrações, simplificando radicalmente os elementos de suas pinturas, com que criou uma linguagem estética clara e universal. Reduziu formas, linhas e paleta ao básico. Como os demais artistas do De Stijl, visava expressar um ideal utópico de harmonia universal em todas as artes. “Gostaria de me aproximar o mais possível da verdade, e então abstrair o máximo, até chegar ao fundamental dos objetos.” Razão da minha escolha: Mondrian me fascina e me intriga ─ chegou ao essencial sem reduzir a tensão dinâmica de suas telas.

Países Baixos, , 1872 / 1944 Pintor modernista. Criou o movimento artístico neoplasticismo Após entrar em contato com a teosofia, passa por um breve período simbolista. Além do pensamento espiritual calcado na busca de uma essência matemática e racional para a existência que caracteriza a teosofia, também exibiu um interesse quase obsessivo pelo jazz – cujo ritmo irregular possuía um fundamento matemático. A partir de 1917 desenvolve sua grande obra neoplástica. Sua obra se caracteriza por pinturas cujas estruturas são definidas por linhas pretas ortogonais, que se relacionam de diferentes modos com os limites da pintura, preenchidos ou nāo com uma cor primária, definindo pesos visuais diferentes para esses espaços.


Um dos maiores expoentes das artes visuais do século XX. Estudou artes plásticas e composição musical; possibilitando desenvolver trabalhos cinéticos e holográfico ; com a multiplicidades das cores, e, com o deslocamento do observador, temos a percepção da obra em movimento . Neste mesmo contexto, desenvolvo a maioria dos meus trabalhos; compostos com a interferência da luz, possibilitando assim, complexas imagens do objeto

YAACOV AGAM

israelense. (1928/..) Escultor e artista experimental, foi um dos mais importantes realizadores de obras cinéticas transformáveis, aquelas que requerem a movimentação do observador para perceber todas as suas variações Formado em arte em Jerusalém, Agam também estudou composição musical no conservatório de Zurique, o que iria se refletir em suas obras posteriores. Instalado em Paris, o artista expôs, em 1953, suas primeiras pinturas polifônicas de natureza eminentemente cinética. Já na década de 1960 se decidiu por um novo suporte, o alumínio de superfície irregular, que trabalhou em tons muito brilhantes e com um estudado efeito ótico. Uma de suas esculturas mais importantes, As 100 Portas, decora a residência presidencial de Israel.

BB SCHMITT

Série jogo de luz


Terra Gravura em Metal/ponta seca / papel artesanal 30cm x 30cm

LUCIO FONTANA

LÉA SOIBELMAN Olhando para certas obras de Lucio Fontana , encontrei algo que acontece em alguns trabalhos meus e que são os cortes. Penso que cortava a tela para transmitir uma tridimensionalidade. O motivo dos cortes no meu trabalho, no papel que eu mesma faço, se dá pelo fato de que quando trabalhava com um papel importado, o Hanemuller , às vezes imprimindo, este ficava totalmente inutilizado porque rasgava. Resolvi então fazer o meu papel com rasgões e gravuras!

argentino, italiano.. (1899/1968) Escultor, artista plástico, engenheiro civil, professor. Em 1947, funda o espacialismo e publica até 1951 três manifestos,que exprimem a base da sua filosofia e explicam as suas pesquisas e conceção de uma arte nova. Em 1949, começa a perfurar, com uma ferramenta aguçada, papel colado sobre tela, frequentemente monocromática e esticada sobre uma estrutura.. Em 1951, cria «ambientes espaciais», atmosferas de tubos de néon.. Multiplica as experimentações com vidro, cerâmica, placas de metal. Em 1958, realiza as primeiras lacerações. Em dez anos, Fontana rasga, perfura, rompe e lacera o espaço da tela. É a primeira vez que um artista assim se autoataca no próprio suporte da criação. O seu trabalho é conceitual, porque, segundo o artista, as ideias da obra são mais importantes do que a própria obra.


ANN HAMILTON americana.(1956/...) Artista visual, internacionalmente conhecida pela atmosfera sensorial que cria em suas grandes instalações de multimídias. O uso de materiais densos contrasta com a efemeridade de suas instalações, provocando uma sensação intimista em relação à arquitetura e história do local. Embora sejam enormes, esses trabalhos são criados com o intuito de se tornar íntimos para o publico. Hamilton explora a relação entre luz, sombra, tecidos e linguagem escrita, mexendo com nossa imaginação, razão e memória

MARIA CHERMAN Minha admiração por Ann Hamilton cuja obra oscila entre o ver e nomear, nasceu quando vi sua instalação "Myein"no Pavilhão dos Estados Unidos na 48ª Bienal de Veneza em 1999. O têxtil, o desfiar, o fio nos trabalhos dela, suscita a idéia de disciplina e virtude que são questões que meu trabalho também atravessa. Com esse trabalho onde procuro representar meu universo cultural religioso, proponho que o espectador usufrua desse espaço para uma reflexão sobre virtudes e interdições.

Série Eu sou do meu amado Objeto - lona, barbante, pigmento, gesso, 185x60x50cm


NELSON LEIRNER

SANDRA SCHECHTMAN “Nelson Leirner meu LINK” Meu primeiro contato com Nelson foi em 2001 em cursos por ele orientado na Gávea. Seu humor sarcástico sobre o comportamento humano, a utilização de objetos comuns mas ícones de sociedades e a conexão com artistas do passado provocaram em mim novos desafios na elaboração de meus trabalhos

“Homenagem a Nelson Leirner” , 2016 Objeto de parede - Caixa de madeira nas dimensões 60 cm X 60 cm X7cm com vidro contendo uma foto de 40cmX40cm, e objetos .


NELSON LEIRNER São Paulo, 1932. Vive no Rio de Janeiro. É considerado um artista polêmico, com sua preocupação constante em sua trajetória artística, de atingir as ruas de forma a criar indagações nas pessoas. Para conseguir isso utiliza várias estratégias estéticas e/ou comportamentais de forma experimental, mesmo que isso cause estranhamento às pessoas. Tornou-se hoje um dos mais expressivos representantes do espírito vanguardista dos anos 60, tanto no Brasil, quanto no mundo. Sua ideia central é popularizar o objeto de arte e introduzir a participação do público. Uma das características de Nelson são as críticas irônicas ao sistema de arte.

MARCELO REZENDE Meu link é Nelson Leirner, artista contemporâneo brasileiro, nascido em São Paulo em 1932. Multimídia e polêmico, Nelson busca provocar indagações nas pessoas através de diversas estratégias estéticas e/ou comportamentais de forma experimental, mesmo que isso cause estranhamento. É um dos mais expressivos representantes do espírito vanguardista dos anos 60, no Brasil e no mundo. O artista utiliza em seus trabalhos temas populares, coisas comuns e objetos que costumamos ver nas feiras. Constantemente de forma divertida e irônica, suas obras fazem críticas à política e ao sistema de arte, questões que também exploro em meus trabalhos. Marcha dos Aloprados, Técnica mista sobre tela, 128 x 89 cm, 2016


PACOTES DE TEMPO (recorte 6 dias extraído de um total de 150 dias) 6 unidades de 10,4cm x 15,8cm e profundidades variadas - fotografia digital

Tehching Hsieh foi escolhido como meu link entre outras coisas pela ênfase no comportamento disciplinar e documentação meticulosa em relação ao conteúdo de seu trabalho . Em uma de suas “One Year Performances” informalmente conhecida como Time Piece, Hsieh usa um relógio de ponto onde comparece de hora em hora durante 24 horas por dia. É experienciada ai a natureza do tempo, a própria passagem do tempo em si mesma. O tempo em sua própria duração. No meu trabalho, programei-me para fotografar durante 6 meses o nascer do sol desde o seu primeiro avermelhar no céu até sua aparição completa no horizonte. Utilizei-me de um fenômeno climático para, em isolamento e solidão, documentar diariamente 15 a 20 minutos de tempo . Durante 6 meses, nos dias de sol, esse intervalo dividiu minha vida entre o sono e o sonho e o clarear de um novo dia, renovando um ciclo que parece eterno .

MABEL SPINOLA

TEHCHING HSIEH 1950 (65 anos), Taiwan Artista performático . Ele tem sido chamado de "mestre" por Marina Abramovic . Trabalha com a ideia de quebrar as barreiras da moldura entre a arte e a vida, fazendo performances de longa duração (1 ano). Em "Time Clock", ele bate ponto em cada hora cheia e se fotografa. "Trabalhos que examinam as fronteiras entre o corpo e o seu ambiente envolvente, entre o corpo individual e o corpo social ou coletivo, bem como o interior e o exterior do corpo. O que é infligido ao corpo do artista torna-se numa metáfora do que é infligido ao corpo social ou coletivo: o corpo do artista torna-se num símbolo. Levantamse questões de poder, controlo e intimidade respeitantes às liberdades que podemos ou não podemos assumir com os nossos corpos. A própria fronteira entre a arte e o seu público - entre a arte e a vida - é reduzida ou abertamente desafiada."


alemāo, (1971/…) Pintor. PIntura figurativa e paisagista. É um dos mais admirados entre os jovens artistas da Europa na atualidade. Sua pintura figurativa retrata pessoas em atividades do dia a dia, muitas vezes de costas. Outros temas incluem edifícios abandonados, containers para lixo e paisagem. O seu figurativismo é um convite à contemplação. O traço simples, o uso da cor, os volumes, as sombras, tudo em Eitel faz sentido. Numa palavra: harmonia. A obra de Eitel é contemporânea às questões do indivíduo e sua relação com o espaço.

TIM EITEL

MIRELA LUZ Meu interesse no trabalho de Tim Eitel remete a sua pesquisa plástica em torno da representação de ambientes internos e sua relação com o indivíduo, embora em meu trabalho essa presença seja apenas latente. São pinturas solitárias, melancólicas onde a figura humana é anônima, silenciosa. Tim pertence a uma geração de jovens artistas alemães da década de 1970.


FRANS KRAJEBERG Polônia (1921 (95 anos) Pintor, escultor, gravador e fotógrafo, artista plástico nascido na Polônia e naturalizado brasileiro. Em 2008, recebeu o grande prêmio da APCA. Em 1964, executou as suas primeiras esculturas com madeiras de cedros mortas. Realizou diversas viagens à Amazônia e ao Pantanal Matogrossense, fotografando e documentando os desmatamentos, além de recolher materiais para as suas obras, como raízes e troncos calcinados. Na década de 1970 ganhou projeção internacional com as suas esculturas de madeira calcinada. A sua obra reflete a paisagem brasileira, em particular a floresta amazônica, e a sua constante preocupação com a preservação do meio-ambiente.

O trabalho debruça-se nas mesmas concepções do mestre quanto à valorização,preservação do meio ambiente.Através da gravura em metal,demostro nessa obra, a crença da superação,da retomada da vida,roubada pelas chamas mas perene nas raizes!

MARIA LUCIA MALUF


FRANS KRAJEBERG

YOLANDA FREYRE Enchentes e incêndios nos mobilizam e afligem. Pintamos isso na nossa última série. Por outro lado, colecionamos galhos abatidos das árvores pela ventania que vem assolando a nossa cidade ultimamente. A imagem do trabalho de Frans Krajcberg está presente sempre.

"O que te conta este galho? Do que te fala esta folha? ". Ação e Instalação.


sul-coreano.(1932/2006) Trabalhou em diversos meios de arte, sendo creditado a ele a criação da videoarte. Estudou piano clássico, histórias da arte e da música. Conviveu, na Alemanha, com artistas conceituais. Esse encontro levou Paik à arte eletrônica. Participou do movimento Fluxus. Sua obra, conhecida por "TV Magnet", deu origem à viedoarte. Em 1965, surgiu primeiro dispositivo portátil de gravação de vídeo. Com ele, pôde mover e gravar coisas, simultaneamente, e a partir de então, se tornou uma celebridade internacional.

NAM JUNE PAIK

MIRO P.S Escolhi Paik como meu link, pela relação dele com a eletrônica e a arte. Nam June Paik viveu entre 1932 a 2006, e é considerado o pai da vídeo-arte. Ele visualizou a potencialidade de TV´s, Vídeos e eletrônicos como novas possibilidades artísticas. Aprecio muito o trabalho de Nam June Paik na construção de esculturas utilizando equipamentos eletrônicos. Paik ficou conhecido pela declaração polêmica. "A arte é pura fraude", afirmou certa vez. "Você só precisa fazer algo que ninguém tenha feito antes". Fome DQ objeto


NAM JUNE PAIK

COLETIVO PAPAIMAGEM Nam June Paik é o papa da videoarte. Fazer videoarte, a qualquer instante e em qualquer lugar, passa pela arte desse sul-coreano exigente, audacioso, criativo. Seus vídeos não tinham limites na imaginação e nem terminavam nas imagens/sons. A forma de apresentálos, ao espectador, fazia parte da obra. Contestador, representante do movimento de contracultura, dizia que a arte é uma fraude. Nós, do Coletivo, somos da linhagem de Paik, afinal como ele disse: "Você só precisa fazer algo que ninguém tenha feito antes". Paisagens Aprisionadas, vídeo instalação, 2015/2016


Gerhard Richter, artista alemão, tem um corpo de trabalho importante no campo da pintura, onde a substância visual da sua obra é composta a partir de uma lista básica de elementos. Os elementos visuais que constituem a substância básica daquilo que vemos, e seu número são reduzidos: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento. São as matéria-primas de toda informação visual em termos de opções e combinações seletivas, onde a força que determina quais elementos visuais estão presentes é ênfase com a presença ocorre. Desta maneira, para desconstruir a forma de área perfeitamente visível uso a minha visão míope, deixando assim, os movimentos pictóricos desfocados e que eu resolvi então chamar meu trabalho de “Abstrato Miopia”. A Série Landscape é um convite a sentir tudo que se contrapõe tudo que se completa. A relação de linguagem entre a visão míope e a paisagem vista que vai sendo revelada em cada obra com a gramática da impermanência transformando cada imagem em algo atemporal.

JORGE CALFO

GERHARD RICHTER

"LANDSCAPE “ Aquarelas, têmperas, acrílicos e encaustica em caixa de vidro com molduras de madeira natural 87 x 113 cm


GERHARD RICHTER alemāo, 1932 Artista visual. Gerhard Richter é o artista plástico alemão em atividade mais conhecido da contemporaneidade, considerado um dos responsáveis pelo resgate da pintura no final do século XX. A arte de Richter é regida por uma ética artística de prática cotidiana. Utiliza motivos variados, estilos e citações da história da arte, porém, seu único e grande tema, em última análise, é a pintura. Suas peças ora são puras, sobre a tela, ora misturadas a fotografias e recortes de jornal. Gerhard Richter compreende a pintura como um ato; uma busca da realidade atual: “O que eu via como a minha grande fraqueza, ou seja, a incapacidade de criar uma imagem, não é de fato uma incapacidade, mas sim, uma instintiva busca de uma verdade mais moderna, que já estamos vivendo”.

ECILA HUSTE Meu link para a exposição da Acesso é o pintor Gerhard Richter (Dresden, Alemanha, 1932). Sua produção artística pode ser inserida em três categorias: Figurativa, Construtivista e Abstrata. O que me encanta em sua obra é a exuberância da cor em sua fase abstrata e a liberdade com que transita entre as três categorias citadas acima. Papiro, 0.75 x 1.90, mista (tela + tubos de PVC)


Paisagem na neblina. Fotografia plotada em papel Schoeler. 23.20 x30.20.

NICE FRANÇA “ O logro do olhar” A nostalgia, é meu ponto de partida na imagem de 1969 que usei como referência e buscando desenvolver a reação enganosa que obtive com a obra de Gerhard Richter, ao descobrir sua pintura no que percebia com fotografia. A indefinição de contornos realçando o valor da imagem projetada, apresentam uma exaltação a natureza, que exerce sua própria rebeldia de ser o que quer ser... O olhar então, que pousamos sobre ela, é enganoso, já que a capturamos, mas não seus caprichos.

GERHARD RICHTER


suiça. (1931/…). Fotógrafa. Em 57 transfere-se para Sāo Paulo.n a década de 1970, Claudia Andujar vai estudar os índios yanomani, permanecendo entre eles durante cinco anos. A observação do modo de vida e das tradições yanomani tem sido o fio condutor de sua atividade como fotógrafa desde então.

CLAUDIA ANDUJAR

FABIO KERR

Minha pesquisa atual fala da perda de identidade, dignidade, cultura, espaço físico, conceito, crença religiosa, posição dentro da sociedade na qual um grupo minoritário como os índios brasileiros sofrem diante ao avanço das civilizações com as quais mistura-se. Não que o mesmo deixe de acontecer com os outros, mas a escolha se dá por afinidades e possibilidades de foro íntimo. Para tal, apropriando-me de imagens feitas por grandes fotógrafos que registraram este universo, e Claudia Andujar o fez de maneira brilhante e apaixonada, fazendo com que eu a escolhe-se meu principal link para desenvolver o trabalho da pesquisa.


CHRISTIAN BOLTANSKI

MARCIO ZARDO Dentre vários artistas que me inspiram e tenho como referência, destaco CHRISTIAN BOLTANSKI (Paris, 1944) como meu artistalink. Além da densidade visual, suas mostras têm algo de ritual, de experiência perceptiva transformadora. Suas obras têm um forte impacto emocional. Passam vibrações, vida, e estão além da obra de arte unicamente estética. Sua intenção é que o trabalho seja um lugar onde nos reconheçamos. “Não gosto de pessoas que são cheias de respostas. Eu estou sempre questionando o mundo e a vida. E, para mim, há uma contradição no fato de que somos tão únicos e, ao mesmo tempo, tão frágeis”(CB). sem titulo, 2013 foto de arquivo do artista /1957, com aplicação de palavras, ampliadas em papel supreme, com vidro e moldura de madeira. 44 x 32 cm cada - 142 x 106 cm total

Paris, 1944 É um artista multifacetado, cujas obras se têm centrado na sua vida pessoal (verdadeira ou ficcionada), mas também nas questões da memória, identidade, ausência, perda ou morte. O seu trabalho lida com o reposicionamento da identidade e da reavaliação do percurso de vida individual perante momentos históricos de grande impacto civilizacional. A memória histórica do Holocausto é o tema de trabalhos como Les Archives (Os arquivos), que apresentou na Documenta de Kassel em 1987, e em instalações como Autel De Lycée Chases (Altar ao Liceu de Chases), 1988, que inclui fotografias de crianças judias vítimas do genocídio, ou Réserve [Reserva], 1990, onde acumulações de roupa usada evocam as imagens dos campos de concentração.


CHRISTIAN BOLTANSKI

Teatro das Sombras

SANDRA MACEDO O tema da morte foi tratado por CB de diferentes maneiras. O Teatro de Sombras , na sua leveza e gravidade se aproxima da dança macabra , tradição da Europa do final da Idade Média. Em Os suíços mortos é sobre o inimaginável que fala: o extermínio de crianças judias. No meu trabalho são mulheres negras que de forma silenciosa mas eloquente ocupam o espaço. Elas, numa espécie de dança macabra, nos fazem lembrar de seus mortos, algo tão inimaginável como no trabalho de CB sobre o holocausto.

Sem título, da série OCUPAÇÃO Instalação, Dimensões variadas, madeira, papelão ,motor, lanternas


ANTONI TAPIES espanhol, (1923/ 2012). Pintor, escultor e teórico da arte. No início de sua carreira participou, junto com outros artistas e intelectuais catalāes, do grupo «Dau al Set», com interesse pelo surrealismo. . A partir de 1949, abandona as colagens, as pinturas de terra e pinta uma série de quadros em que predominam os tons de cinza. Em 1954, retorna ao uso da matéria: trabalha com argamassa, inspirado na cor esmaecida do mundo fossilizado. Depois de 65, sua obra pertence a neofiguraçāo e a arte matérica (arte pobre), incorporando os objetos rústicos e objetos do quotidiano. Na década de 70, suas “esculturas no espaço” imobiliza o objeto (madeiras, cadeiras, roupas, livros queimados) no espaço, com qrande carga emocional. Queimada-cerne, pintura , têmpera, carvão e papel, 100 cm x 70 cm, 2016

Desenvolvo, há dois anos, trabalhos a partir das queimadas. No início, apesar da presença constante de um elemento central, possuíam, na composição espacial final, um conjunto onde, apesar da representação em expansão, havia a busca pela força da concisão. Encontrei em Tàpies fluxos sólidos em uma poética imanente que se comportam como núcleos enigmáticos capazes de emanar as tensões das formas no quadro. Assim, a partir das observações sobre o seu trabalho, repito a busca infinitas vezes.

DENIZE TORBES


ANTONI TAPIES

ANA BIOLCHINI Meu link escolhido é o artista Catalão Antoni Tàpies. Me identifico com seus momentos de introspeção existencialista, o interesse em todas as coisas do mundo, e no significado da natureza. Na Obra apresentada desenvolvo imagens enigmáticas dispostas em conexões com eixos verticais, que remetem ao sagrado, e eixos horizontais do cotidiano da vida, com potencial de alterar a percepção da realidade. Assim como eu, o artista era inspirado pelos conceitos fundadores do Budismo, que através de uma multiplicidade de objetos evidencia leituras paradoxais.

VerboOndeCruzaEstrutura Colagem e edição digital a partir de fotografias de escultura em argila e partes do corpo, com posterior impressão em papel fotográfico. 120cm x 90cm - 2015/2016.


LUCIA FIGUEIREDO O ato de fotografar me salvou. O meu ato gratuito. A urgência de um ato de liberdade me traz Clarice e o Jardim Botânico. E lá, procuro em imagens a poesia de suas palavras. Fotografia como transcendência, como poesia, como salvação, assim como O Ato Gratuito de Clarice Lispector. “Olhei um tronco nodoso e escuro, tão largo que me seria impossível abraçá-lo. Por dentro dessa madeira de rocha, através de raízes pesadas e duras como garras – como é que corria a seiva, essa coisa intangível que é a vida? Havia vida em tudo como há sangue em nosso corpo.”

CLARICE LISPECTOR

O meu ato gratuito, Fotografia, Papel algodão, 62 x 43cm, 2016

1920,Ucrânia a 1977, Rio de Janeiro Premiada escritora e jornalista nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira — e declarava, quanto a sua brasilidade, ser pernambucana —, autora de romances, contos e ensaios sendo considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX e a maior escritora judia desde Franz Kafka. Sua obra está repleta de cenas cotidianas simples e tramas psicológicas, sendo considerada uma de suas principais características a epifania de personagens comuns em momentos do cotidiano.


CINDY SHERMAN 1954 (62 anos), EUA Fotógrafa e diretora de cinema norteamericana, mais conhecida por seus autoretratos conceituais. Ela atualmente reside e trabalha em Nova Iorque. Através de um número diversos de trabalhos, Sherman levantou questões importantes e desafiadoras sobre o papel e a representação das mulheres na sociedade, a mídia e a natureza da criação de arte.

MARGARET DE CASTRO A artista americana Cindy Sherman através de fotografias que tira de si mesma levanta questões importantes e desafiadoras sobre a representação das mulheres na sociedade, onde desempenham diferentes papéis. No meu trabalho a figura humana é sempre presente. O link para essa expo se faz pois apresento uma tela - que não chamaria de auto retrato pois é uma ficção – onde coloco minha imagem em um cenário artificial, vestindo roupas que não são minhas, representando um papel e atuando como modelo de uma situação não real, assim com Sherman, que brinca com os estereótipos dos papéis que assumimos na construção da nossa identidade. sem título, acrílica s/ tela 60 x 50 cm - 2016


ANNA MARIA MAIOLINO Italiana, (1942/..). Gravadora, pintora, escultora, artista multimídia e desenhista. Em 1960, transfere-se para o Brasil. Apesar da origem italiana, sua formação artística é latino-americana. A partir de 68, a artista volta-se para a poesia experimental, que rapidamente a leva ao desenho. Já na década de 70, experimenta outras formas de expressão. Realiza filmes e instalações.. Preocupa-se com a gestualidade e a relação com a matéria, presente nos objetos escultóricos de parede e relevos (em argila, gesso e cimento) do início dos anos 1990. Pouco a pouco, Maiolino concentra-se no aspecto manual do fazer artístico e passa a usar quase que exclusivamente a argila.

GRAZIELLA ANDREANI Anna Maria Maiolino é uma das mais importante artista, na arte contemporânea nacional e internacional, conheço e admiro sua obra. Luiz Camilo Osório cita, no catálogo segmentos de 2004: “O gesto na obra de Anna Maria Maiolino é simples e nasce de um movimento repetitivo, quase ritualístico, atuando sobre o suporte que vai do papel ao cimento”. "memoriam", cerâmica


ANISH KAPOOR

Da Série OBJETO RELACIONAL, 2012 Objeto em cerâmica aparente, alta temperatura diâm.>= 35cm; comp. variável de 45cm à 85cm

Bombaim, (1954) Artista plástico indiano-britânico. Venceu o Prêmio Turner. Começou a ganhar notoriedade internacional nos anos 80. As obras de Kapoor são freqüentemente simples, formas curvas, normalmente de só uma cor ou brilhantemente colorida. Em sua maioria, a intenção é prender a atenção do público, invocando um mistério através das cavidades escuras de seu trabalho, normalmente com seu tamanho e beleza simples. Ele usa pigmento em seus trabalhos e em torno deles. Essa prática foi inspirada pelos brilhantes e coloridos pigmentos nos mercados e templos índianos. Depois, seus trabalhos começaram a ser sólidos e muito deles possuíam aberturas cavadas e cavidades, e mexendo com opostos. (terra-céu, material-espírito, luz-escuridão, vísivel-invísivel, masculino-feminino e corpo-mente). Seus trabalhos mais recentes são baseados em espelhos, refletindo ou distorcendo o público.

CRIS CABUS

Meu trabalho se aproxima do de Kapoor na medida em que crio cavidades, espaços negativos e escuros, que evocam mistério e sensualidade, embora em escala reduzida - a das mãos em sua maioria - exigindo uma maior aproximação na investigação de minúcias. Esses espaços indicam possibilidades de contemplação das "internalidades universalizantes" e experiências sensoriais e intelectuais que apontam para os meandros do corpo, da origem e do cosmo.


ANDY WAHOL

SOLANGE PALATNIK “Marilyn Brown” Acrílica sobre tela 100cm de diâmetro 2015

“Marilyn Brown” Meu link é com um dos maiores artistas da pop art: Andy Warhol. Total surpresa quando estive em Moscou e me deparei com uma enorme retrospectiva de seu trabalho na Galeria Tretyakov. As filas eram imensas. Andy Warhol influenciou várias gerações de artistas no mundo inteiro. Minha inspiração foi nas “Shot Marilyns”, principalmente por serem figuras femininas, um de meus temas preferidos. Pintei a “Marilyn Brown” com minha técnica de colheradas de tinta, utilizando bastante vermelho e dourado. A minha Marilyn é uma negra.

EUA ( 1928 a 1987) Empresário, pintor e cineasta norte-americano, bem como uma figura maior do movimento de pop art. Os anos 1960 marcam uma guinada na sua carreira e passa a se utilizar dos motivos e conceitos da publicidade em suas obras, com o uso de cores fortes e brilhantes e tintas acrílicas. Reinventa a pop art com a reprodução mecânica e seus múltiplos serigráficos são temas do cotidiano e artigos de consumo, como as reproduções das latas de sopas Campbell e a garrafa de Coca-Cola, além de rostos de figuras conhecidas como Marilyn Monroe, Liz Taylor, Michael Jackson, Elvis Presley, Pelé, Che Guevara, Brigitte Bardot e símbolos icônicos da história da arte, como Mona Lisa. Estes temas eram reproduzidos serialmente com variações de cores. Além das serigrafias Warhol também se utilizava de outras técnicas, como a colagem e o uso de materiais descartáveis, não usuais em obras de arte.


PAULO BRUSCKY

pernambucano (1949/…) Artista multimídia, poeta. Na década de 1960, inicia pesquisa no campo da arte conceitual, e a partir de 1970 desenvolve pesquisas em artexerox. Na década de 1970, atua com vídeos, fotolinguagem e a arte postal. Em 1973, atua no Movimento Internacional de Arte Postal, sendo um dos pioneiros no Brasil nessa arte, e no ano seguinte lança o Manifesto Nadaísta. Suas experiências com arte postal, áudio-arte, videoarte, artdoor e xerografia/faxarte, são apontadas como pioneiras na utilização de novos meios na arte brasileira. A dissolução das fronteiras entre as linguagens artísticas está presente na produção do artista desde o fim da década de 1960.

PERLA BRAGA

"Gipsy Woman" , Colagem, Acrílica, nanquim, papel sob papel, 38 x 30 cm, 2016

Paulo Bruscky explora novas mídias contemporâneas e inova usando arte postal, audioarte, videoarte, xerografia no Brasil. Em suas obras, ele experimenta a abertura nos limites discursivos e representacionais usando uma linguagem poética e uma cosmovisão do mundo. Escolhi Paulo como link para minha obra, pois o acho genial, admiro seu trabalho inovador com colagem e seu jeito peculiar de transmitir poesia nas suas obras.


MARC CHAGALL

russo,(1887/ 1985)

ILANA SANCOVSCHI Este trabalho traz referências a obre de Marc Chagall. A ideia de tempo e espaço é perpassada pelas suas duas condições determinantes, libertação e aprisionamento. A noção de passado é desafiada por um presente incerto que estabelece um futuro sombrio. Na referência espacial, o estar na cidade, nos prédios, nos edifícios construídos para a vida em família e em comunidades, estão disputando com um sentimento de aprisionamento, de esgotamento de limitação. Aqui, a imaginação, a arte e o pensamento nos fazem estar e não estar. Ser e não ser. Ter vínculos com o presente e sonhar com um futuro. Tal qual na obra de Chagall, o presente sufoca e o futuro me chama a ruptura. des-humanize-se, 2009/2010. Fotocolagem

Pintor, ceramista e gravador surrealista Em 2010 foi para Paris, onde entra em contacto com artistas e poetas, como o modernista Guillaume Apollinaire de quem se tornou amigo. Foi um período fértil em que Chagall pinta dois dos seus mais conhecidos quadros: Eu e a aldeia e O Soldado bebe. A partir de 1935, o clima de perseguição e de guerra repercute em sua pintura, onde surgem elementos dramáticos, sociais e religiosos. Na arte contemporânea a pintura de Chagall se destaca pela importância do elemento temático, de fundo onírico, refletindo as profundas raízes afetivas e culturais do artista.


WOLF VOSTELL

1932 a 1998, Alemanha Foi um dos pioneiros da Instalação, Videoarte e do Happening . Artista alemão, que pertence ao Movimento Fluxus, se notabilizou por trabalhar com o acidente promovido pelo aleatório. Vostell, assim como todo o Movimento Fluxus, é classificado na história contemporânea como descendente do Dadaismo. Nos EUA o Fluxus provocou uma simbiose com o Black Mountain, conhecido por muitos como Neo-Dada.

MARCO CAVALCANTI Meu trabalho é uma fotomontagem de 1m X 75cm. Foi obtido através de uma modesta câmera digital pousada no chão (asfalto) de uma rua em frente à Catedral de Florença. Após muito testar com possibilidades convencionais coloridas, preto & branco e sépia, resolvi experimentar com os negativos. Tudo isso aconteceu entre 2011 e 2013. Durante o ano de 2014, voltei para a estratégia dos acidentes ao superpor os negativos de forma aleatória. Dentro de um trabalho compulsivo, de 32 imagens, selecionei aquelas que de forma inconsciente se aproximavam, do segmento áureo - proporção grega.


“Leituras futuristas. 2016” (O futurismo, movimento artístico e cultural que surgiu, no inicio do século XX, na Itália, e teve influência também em outros países, abrange diferentes formas de expressão, desde a literatura a escultura a poesia e teatro, cinema até a fotografia. O nome deriva do próprio fundador Filippo Tommaso Marinetti que esteve também no Brasil duas vezes, em 1926 e 1936. A proposta do manifesto futurista era demolir o passado, mudar o rumo das artes, saudar os novos tempos das realizações cientificas e industriais e glorificar a violência e a guerra. )

Nas “Leituras futuristas, 2016”a proposta do trabalho é recuperar sob nova ótica o discurso do “fotodinamismo”. No âmbito do discurso futurista a fotografia se torna o meio técnico mais apto para novas experimentações como combinar numa imagem situações espaciais e temporais de um corpo em movimento. Procura-se evidenciar as ilusões visuais com as quais os nossos sentidos gravam a realidade. A fotografia do movimento é vista como energia em ato, segundo os fotógrafos irmãos Anton Giulio e Arturo Bragaglia que foram os fundadores do “fotodinamismo”. A proposta é a desconstrução da relação espaço temporal enquanto vinculo unívoco expresso pela fotografia instantânea. Os fundadores intuem a possibilidade de captar o feixe luminoso determinado pelo movimento de qualquer objeto como a força vital que está na própria matéria. As direções tomadas no inicio do século XX por esse grupo de fotógrafos obedeciam as intenções de destruir a ilusão de uma mimese naturalista chegando até a negar a fotografia da realidade fazendo que a fotografia se auto –revelasse como imagem artificial construída em estudo. A fotografia ao se rebelar da função de “espelho da realidade” descobre sua potencialidade técnica e criativa que lhe possibilita de entrar a fazer parte do mundo da arte se tornando , assim, geradora da própria realidade.

MARIA PACE CHIAVARI

FILIPPO TOMMASO MARINETTI 1876, Egito / 1944, Itália Escritor, poeta, editor, ideólogo, jornalista e ativista político italiano. Foi o fundador do movimento futurista, a primeira vanguarda histórica do século XX. Suas primeiras obras foram poemas que escreveu para revistas literárias e, mais tarde, para sua própria revista - Poesia. Publicou no jornal Le Figaro (1909), de Paris, um famoso manifesto em que mostrou sua oposição às fórmulas tradicionais e acadêmicas, expondo a necessidade de abandonar as velhas fórmulas e criar uma arte livre e anárquica, capaz de expressar o dinamismo e a energia da moderna sociedade industrial, que é considerado o texto fundador do movimento futurista. Este não foi o único movimento italiano de vanguarda, tendo sido no entanto o mais radical de todos, por pregar ruidosamente a antitradição. Indicava que as artes demolissem o passado e tudo o mais que significasse tradição, e celebrassem a velocidade, a era mecânica, a eletricidade, o dinamismo, a guerra.


americano (1928/2011) Pintor, escultor , desenhista e fotógrafo. Em 1957 mudou-se para Itália. A partir dos anos 50, Twombly introduz giz e lápis assumindo um caráter mais gráfico de sua obra .Ao se mudar para Roma, explora a pincelada como forma de escrita, inspirada em paisagens e literatura clássicas. Na década seguinte, utiliza signos eróticos e cores mais intensas e densas. Em meados de 70, pintou paisagens em cores marrom, verde e azul claro, com inscrições e colagens, distribuídas em ângulos retos que enfatiza a legitimidade da imagem e seu caráter narrativo.

CY TWOBLY

CLAUDIA LYRIO Ao longo de minha trajetória artística, fui influenciada por diversos outros artistas. Porque os admirava, porque os entendia, porque me identificava com suas linhas de trabalho, às vezes com um traço. Em meu trabalho sempre busquei a experimentação com diversos meios e técnicas até me fixar mais significativamente na gravura e especialmente na pintura que , hoje, considero o meu principal meio de expressão. Foram várias fases e isso talvez ainda não tenha terminado, o que me parece bom pois revela a inquietação necessária para a produção criativa. Tenho duas linhas básicas de pesquisa em pintura e gravura, uma, mais abstrata, e outra mais figurativa. Ambas, entretanto, procuram trabalhar narrativa e cor. A primeira, explorando o grafismo; a segunda, explorando a imagem. Sou o resultado de uma mistura de dicções externas que são devoradas pelas minhas próprias idéias e inquietações. Tenho a minha assinatura na minha pincelada. Posso listar , assim , diversos links importantes para minha formação, como Cy Twombly, Gerhard Richter, Leonilson, Ad Reinhardt, William Kentritge, Adriana Varejão, Neo Rauch, Eduardo Berliner e muitos outros. O trabalho que desenvolvo, em si, pode não apresentar a lembrança deste ou daquele, pois o link pode ser apenas o desejo de fazer tão bem como aquele artista. O link nem sempre é explícito. Para esta exposição optei por deixar à mostra a ligação com Cy Twobly , uma das minhas paixões visuais que faz o elogio do rabisco, explora narrativa, cor e grafismos com uma delicadeza ímpar e uma sensibilidade excepcional.


CHRISTO AND JEANNE CLAUDE

Christo (Gabrovo, 1935, búlgaro) e JeanneClaude (Casablanca, Marrocos 1935). O casal ficou conhecido pelas instalações de arte ambiental, entre outros, pelo seu trabalho no Reichstag, o Parlamento alemão, em Berlim e na Pont Neuf, ponte em Paris, e mais recentemente The Gates no Central Park de Nova Iorque. A efemeridade de suas obras simboliza o amor das pessoas por aquilo que nāo dura, por exemplo, vida, infância, arco-iris. Patrocinadores e contribuições de fundos públicos foram negados por ambos os artistas, que financiaram sua arte só com a venda dos esboços.

VERA PAMPLONA O trabalho de Christo e Jeanne Claude, insere-se no contexto de uma obra monumental e efêmera: um processo de embalagem de grandes áreas; estrutura e percepção de um lugar. A minha conexão é o uso deste mesmo processo de empacotamento, embora numa situação contrária ao monumental. São submersos objetos, de lembranças e memórias. Imersos em água, em constante estado de silencio e solidão. Registro de um tempo interno. Embalado. Embalsamado. Prega do tempo. Água da solidão.


DIONÍSIO DEL SANTO

capixaba de Colatina. (1925/1999) Sua obra situa-se entre a geometria e a figuração. No começo da década de 1950, realiza xilogravuras figurativas, que remetem à sua origem rural.. Começa a apresentar mais simplificação formal e o interesse pela geometria em suas pinturas. No final dos anos 50, cria formas geométricas por meio de linhas que percorrem toda a superfície gravada, explorando a contraposição entre cheio e vazio ou positivo e negativo. Na década de 1970, insere cordas ou cordéis na superfície da composição. Dionísio del Santo explora a técnica da serigrafia com grande refinamento e utiliza-a como um campo experimental para suas produções. Na década de 1990, Del Santo começa a trabalhar com formas mais complexas e uso intenso da cor.

EVANY CARDOSO Dionísio del Santo desenhista, pintor, gravador, foi o artista que renovou a Serigrafia Brasileira, tirando-a de simples reprodução automática de imagens para uma expressão artística, como uma nova possibilidade de impressão através de sua obra gráfica, e de seus ensinamentos. Em 1976, convidado por Rubem Gershman, então diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage , abriu a Oficina de Serigrafia, que funciona até hoje (2016). Dionísio também foi o inventor da Máscara de Grafite. Fui aluna, colaboradora nos cursos, workshops, e desde 1990, trabalho sempre com serigrafia sobre diferentes suportes: papel, acrílico, metal, madeira e vidro. Pedras Empilhas 1, 2 e 3 Portal 1 2016, Técnica Serigrafia c/máscara de grafite, 36x24cm


Escolhi o ballon dog do escultor americano Jeff Koons para fazer um antilink com meu paper dog. Enquanto Jeff prima por uma obra brilhante de aço inoxidável, de apuradíssimo acabamento e eterna, meu paper dog feito de papelão reciclado, sem rigor de acabamento é transitório. Os contrastes sempre me interessaram. Em minha pesquisa venho trabalhando com o tema semente/flor. Da observação da natureza, extraio a contração/expansão e percebo onde há esse movimento há vida. Assim também como a inspiração/expiração, luz/escuridão, silencio/barulho, as ondas do mar que vem e vão e etc.

MYRIAM GLATT

JEFF KOONS EUA, 1955 Artista conceitual usa várias ideias e materiais para construir suas obras. Transforma o que é kitsch em obra de arte. Puppy - um cachorro formado por flores, medindo 16 metros de altura, construído num jardim de um palácio. Um protesto por não ter participado da Documenta de Kassel, em 1992. Ele comparou a cidade alemã à Disneylandia. Brancusi- um coelho feito de plástico espelhado, imitando aço inoxidável que reflete a personalidade do observador e se adequa ao ambiente como um camaleão. Na Série de Objetos de Porcelana fazia encomendas, a artesões, de pequenos objetos populares, se apropriando de elementos estéticos da cultura de massa, descontextualizando-as. Põe em questão: obra de arte ou objeto de cultura de massa?


OSWALDO GOELDI 1895 a 1961, Rio de Janeiro desenhista, ilustrador, gravador e professor. Nas imagens urbanas criadas por Oswaldo Goeldi há uma atmosfera de solidão profunda. Figuras humanas se perdem em ruas, becos e praças mal iluminadas de cidades indiferentes à presença de cada um. Em seu imaginário, pescadores, peixes e o mar protagonizam cenas que denotam uma solidão profunda. Suas xilogravuras são emblemáticas do conflito do ser humano e uma das melhores tradições da arte brasileira. O perigo é que paulatinamente crie-se um monopólio sobre o processo de exposição e do debate sobre Goeldi, que ele se torne refém do obscurantismo que ele mesmo combateu e as universidades e os museus se afastem diante de entraves burocráticos e financeiros supervenientes.

MARCELO OLIVEIRA Oswaldo Goeldi - Sua obra, entre outras questões, aborda a exclusão social e os conflito do ser humano, explicitando as vísceras da sociedade carioca da época. O universo marginal que surge das sombras dos personagens notívagos a perambular pelos becos escuros, a boemia da lapa, os pescadores e seus peixes, o ambiente relegado e temido aparecem do claro- escuro das xilogravuras e desenhos com uma força e magnetismo aterradores. Minhas pesquisas atuais tangenciam esse mundo que caminha à margem e quer seu lugar ao sol. A partir da observação e registro de algo que desperta para o olhar, dos meios de comunicação visuais legitimados ou dos cartazes populares que anunciam produtos e serviços traço os meus enredos. O contexto da visualidade urbana local, sendo considerado o que estiver dentro e fora da norma culta, as relações de (des)afeto e as reflexões políticas são a massa que dá forma e liga à obra final.

Produtos Notáveis - PRAÇA XV Xilogravura - acrílica - guache e caneta permanente, 42,5x30,5 , 2014


ANNIE LEIBOVITZ americana, 1949. Fotógrafa, notabilizou –se por fazer retratos de celebridades. Leibovitz tem uma trajetória de sucesso. Ainda jovem revolucionou o mercado de moda e de comportamento, fotografando para a revista Rolling Stones e Vogue. Seus retratos são elaborados com esmerada técnica, rica produção e, principalmente, com olhar movido pela contestação social, como parte do movimento da contracultura, dominante entre os intelectuais da década 60. Eles representavam um novo comportamento social, uma atitude mais libertária, menos convencional.

Fotografia, Dani Barros em Estamira – beira do mundo, 2016

Com olhar único e criativo, Leibovitz acredita na colaboraçao íntima entre o retratista e o retratado. Essa relação, a que chamo de “encontro das almas”, quando o fotógrafo e o modelo se unem, quase em simbiose, transforma a ação em um momento único, mágico. Renascem os dois, diretor/modelo, nessa relaçao e a partir desse encontro tudo é possível. Descortinamos o que está escondido em nós. Para Annie é assim. Neste ponto nós duas nos encontramos.

CHRISTINA AMARAL


ANA DANTAS

T.S. ELIOT.

Posso ter interpretado estas palavras de uma forma distorcida, de um jeito só meu, mas elas foram incorporadas na minha vida, na prática, transformando-me para sempre. Hoje, elas, do jeito que eu as interpretei, me pertencem. E hoje, a vida, que não tinha significado, ganhou todo um outro sentido. Você, que já me conheceu percorrendo “o caminho que eu não estava”, não reconhece o esforço, o medo e a morte que antecederam os dias em que tudo o que eu sabia era que eu não sabia. Eu podia não estar lendo jornal, mas eu estava intensamente envolvida nas questões invisíveis, onde moram todas as motivações que geram qualquer notícia impressa.

Americano, naturalizado inglês (1988/1965). Poeta, ensaísta, dramaturgo e crítico literário. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1948. T.S. Eliot produziu uma obra poderosa, por conjugar elementos clássicos e modernos, revolucionários e reacionários, realistas e metafísicos. Exerceu grande influência na poesia ocidental. “In order to arrive there, To arrive where you are, to get from where you are not, You must go by a way wherein there is no ecstasy. In order to arrive at what you do not know You must go by a way which is the way of ignorance. In order to possess what you do not possess You must go by the way of dispossession. In order to arrive at what you are not You must go through the way in which you are not. And what you do not know is the only thing you know And what you own is what you do not own And where you are is where you are not.” Trecho de Four Quartets de T. S. Eliot

Sem título, 2014 Fotografia sobre papel de algodão, barbante encerado, moldura e vidro Dimensões variáveis (foto 1 - 28.5 cm x 22cm x 3.5cm & foto 2 - 58.5 cm x 40 cm x 3.5 cm)


ARTEMISIA GENTILESCHI (1593 - 1656), Itália Artemisia Gentileschi, romana nascida em 1593, foi a primeira mulher aceita como membro na Academia de Arte del Disegno em Florença. Sua história de vida foi marcada pelo estupro sofrido e torturas no julgamento do acusado. Como técnica, faz uso do chiaroscuro, detalhes dourados e cores fortes nas roupas que são sempre cheias de dobraduras, amassados e ondulações. Nos tempos modernos ganhou nova fama como heroína feminista.

"A mulher que pintava“, Bordado em papel e acrílica, Medida variável, 2016

Quando conheci as pinturas de Artemísia, fiquei fascinada pela delicadeza de suas pinceladas em contraste com seus personagens femininos fortes. Essa ousadia e a audácia em ser artista em época ingrata às mulheres, me fizeram pesquisar a fundo a vida e obra da artista. Ao escolher um link para este projeto, imediatamente, desejei homenagear Artemísia. Com o bordado sobre papel, realçado pelo dourado, num objeto tridimensional, faço uma releitura contemporânea do barroco Italiano e do meu link: Artemísia Gentileschi.

SILVIA SANTIAGO


paulista (1961/...). Fotógrafo, desenhista, pintor e gravador. Muda-se para Nova York em 1983, onde reside e trabalha. Após um breve período ligado à escultura, passa a dedicar-se ao desenho e sobretudo à fotografia. Trabalha com séries de fotografias, na maioria das vezes reproduções de obras de arte reconhecidas, que recria com materiais diversos como papéis perfurados, algodão, recortes de revistas, chocolate líquido, açúcar ou poeira. Busca na fotografia a expressão para questões de representação da realidade, ligando-a ao desenho e à pintura, de forma não-convencional. Suas imagens suscitam no espectador a sensação de estranheza, e o questionamento da fotografia como reprodução fiel da realidade.

“Um outro olhar”, Ilusão fotográfica com materiais perecíveis, 0,60m X 0,38m, 2016

VICK MUNIZ

INEZ SOARES

Escolhi Vik Muniz porque além de admirar sua obra, acredito que o futuro da humanidade depende muito da maneira de como estamos encarando a questão da sustentabilidade do planeta. Vik , ao usar materiais descartáveis, indo em busca da imagem, reanima o aturdimento visual e crítico do expectador, clareando mecanismos que estão por trás da produção, construção e reprodução das imagens. E usando materiais que descartamos todo dia!


YVES KLEIN

O trabalho que apresento fala sobre a natureza do "Vazio" e que resume um pouco a forma de pensar de Ives Klein, artista que propunha que a arte fosse livre de influências do mundo, uma zona neutra em que as pessoas são induzidas a concentrar-se em suas próprias sensações, e não na representação da realidade." "Saut dans le vide"

SANDRA PASSOS

França (1928 a 1962) Artista francês considerado uma figura importante da arte europeia após a Segunda Guerra Mundial. Ao final da década de 1950 seus trabalhos monocromáticos tornaram-se quase exclusivamente produzidos em um matiz azul intenso, que ele patenteou como International Klein Blue (IKB, =PB29, =CI 77007), embora a cor jamais tenha sido produzida comercialmente. Klein utilizou-se de modelos nuas cobertas com tinta azul moviam-se ou imprimiam-se sobre telas para formar a imagem, utilizando as modelos como “pincéis vivos”. Este tipo de trabalho ele denominou de “Antropometria”. Outras pinturas com este método de produção incluem “gravações” de chuva que Klein realizou dirigindo na chuva a mais de 100 km/h com uma tela atada no teto de seu carro, e telas com formas provocadas por sua queima com jatos de fogo.


YVES KLEIN

SONIA WYSARD MERGULHO, Vídeo, 2013

... cada tela deveria sensibilizar o espectador... uma mistura que permitisse reproduzir uma intensidade luminosa... uma energia pura... para ele, as cores eram seres vivos, extremamente evoluídos que se assemelham a nós e a todo o resto...


AGNES MARTIN canadense, naturalizada americana (1912/2004) A partir do final dos anos 50, as abstraçoes de Martin tornaram-se mais simplificadas, com variaçoes sutis de tonalidade. Pintava em formato quadrado, grades, linhas desenhadas sobre tela e cor monocromática. Recebeu vários prêmios, entre eles o Leāo de Ouro da Bienal de Veneza em 1997.

Meu link é com a artista americana Agnes Martin que me mostrou como sintetizar uma ideia, uma imagem a ser trabalhada em um espaço pictórico. Outro elemento que foi fundamental para meu trabalho é o uso da linha, do traço como elemento que se incorpora a construção da imagem.

ANA HERTER


Ocupa fita, 61cm x 61cm, 2016

JANAINA MELLO

São Gotardo – Brasil, 1974 Vive em São Paulo

Janaina Mello vem desenvolvendo trabalhos feitos de fitas de cetim tensionadas sobre chassi de madeira em que usa a trama para representar uma arquitetura multidirecional, onde o olhar corre livre, entrando e saindo pelos caminhos sugeridos por este lugar. As arquiteturas inventadas criam uma reflexão sobre as relações entre tempo e memória, na combinação do estudo arquitetônico e das técnicas manuais com as quais a artista trabalha. De planos simples e poucos ângulos surgem profundas perspectivas que aprisionam o olhar em sua arquitetura labiríntica, a-centrada, rizomática, com múltiplas entradas e linhas de fuga.

GRASI FERNASKY Utilizando placa de PVC como suporte e vários tipos de fitas adesivas como ferramentas, a artista Grasi Fernasky cria um universo de fitas. No mundo imediatista elas estão por toda parte, envolvem embalagens, demarcam o chão, impedem acesso a determinadas áreas, sinalizam, isolam fios e cabos, entre outras. Pode estar nas construções, nas escolas, supermercados, lojas, hospitais, nas ruas, em nossa casa e na obra Ocupa fita cria um novo diálogo. Em Ocupa fita, as fitas mostram seu pertencimento a um espaço urbano que está em constante fluxo e transformação. O link que faz a ligação da obra Ocupa fita de Grasi Fernasky com a obra Labirinto 1 Breu, de Janaina Mello é a urbanidade e a fita como recurso.


AMILCAR DE CASTRO

Mineiro de Paraisópolis (1920/2002) Amilcar foi escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo, professor. Participou da 1a Exposiçao Nacional de Arte Concreta e assinou o Manifesto Neoconcreto, em 1959. Em sua escultura, parte do plano que é cortado e dobrado, formando um objeto tridimensional. Em suas últimas esculturas nao realiza dobras, mas apenas cortes em espessas paredes de ferro que deixam passar a luz.

Geométricos, Arte digital, Nove peças de 30x30cm cada, 2016

Em sua obra ele brinca com as formas geométricas, dobrando, cortando e torcendo, assim criando novas formas. Esta brincadeira sempre me atraiu, talvez por exercer a mesma profissão que ele, diagramação.

ANA ROSA D'ALEGRIA


YOSUKE GODA

japonês.(1985/...) Artista japonês Yosuke Goda cria instalações que envolvam o espectador fisicamente e mentalmente e que parecem ser capazes de engolir os seres humanos. Com talento e uma caneta preta na mão, Yosuke Goda transformou paredes em uma tela gigante. O trabalho do artista impressiona pelo detalhismo e pela grande quantidade de traços, que se emaranham nas paredes, no teto e no piso. De perto, é possível ver que partes do corpo humano fazem parte dos desenhos, como se fossem membros dos monstros e criaturas fantásticas. A impressão é que todos os seres entrelaçados fazem parte de uma única entidade, que vai se espalhando pela sala branca.

DANIELE BLORIS As linhas que se entrelaçam formam a trama de um sonho. Um mundo onírico. Sonhos como realização de desejo. Esse é o link com o trabalho do artista Yosuke Goda. Linhas infinitas, emaranhadas, indecifráveis.


Pequenas composições DIEBENKORN campos de cor, 2015 Monotipias e encáustica sobre MDF

RICHARD CLIFFORD DIEBENKORN JR. amerciano. (1922/1993) Foi pintor e professor. Desde o 46, desenvolveu seu próprio estilo vigoroso do expressionismo abstrato como seu veículo de auto-expressão. Iniciou, em 1967, a série "Ocean Park"sua obra mais famosa, com cerca 135 pinturas, com base na paisagem aérea.Em 1990, Diebenkorn produziu uma série de seis gravuras para a edição Arion Press of "Poemas de WB Yeats ", com poemas selecionados.

ROBERTO TAVARES O link que permeia minha produção estão elencados numa lista interminável. Nesta, meu link é o pintor americano Richard Diebenkorn. A cada proposta plástica, uma nova pesquisa, em links que se completam e que são determinantes para minha busca pessoal. No desafio apresentado “Qual é o seu link?”, estabeleci uma ordem em que a obra escolhida buscava proximidades com uma proposta pictórica que tivesse menos ênfase no gesto, nas pinceladas e na ação, em favor de uma coerência global da forma, do processo e dos campos de cor.


LOUISE BOURGEOIS 1911, França a 2010, Nova Iorque, EUA Fortemente influenciada pelo surrealismo, pelo primitivismo e por escultores modernistas como Alberto Giacometti e Constantin Brancusi. Seus trabalhos tendem a ser abstratos e altamente simbólicos, e estão presentes em vários espetáculos e coleções permanentes em museus ou galerias pelo mundo fora. A artista se notabilizou pela abordagem agressiva e explícita do sexo em suas obras, centradas no estudo do corpo humano e na necessidade de proteção diante de um mundo assustador. Ela costumava se inspirar em episódios de sua infância para fazer suas obras, marcadamente a relação entre seus pais, que mantinham um relacionamento infiel. A série de aranhas desenvolvida a partir dos anos 90, inclusive, representa estas inquietações familiares.

LÍGIA TEIXEIRA Escolhi Louise Bourgeois como meu link, pois em seu trabalho ela lida com o corpo como lugar dos mesmos questionamentos da minha obra “Zona de Conflito” . “Zona de Conflito” fala do corpo, do desejo e suas pulsões. O corpo como território de embate e conflito e não de apaziguamento . O corpo como lugar de contradições e diferenças. Fala do feminino, do estar no mundo e de identidade. O corpo como fetiche e transformação. Pulsão de vida e de morte, dor e prazer, sujeito e objeto. Lugar do real e do simbólico, de poder e submissão. O corpo como liberdade e afirmação.

"ZONA DE CONFLITO“, instalação


ANSELM KIEFER alemāo (1945/...) Durante os anos 70, estudou com Joseph Beuys. Utiliza materiais como palha, cinza, argila, chumbo e selador para madeira. Seus trabalhos são caracterizados por um estilo maçante, quase depressivo e destrutivo, em grandes formatos. O uso da fotografia como suporte prevalece, e terra e outros materiais da natureza são incorporados. Também é característico o uso de escritos, personagens lendários ou lugares históricos. O trabalho de Anselm Kiefer é denso, rico em simbologias e múltiplos significados. Com o objetivo de criar tensões entre planos de existências e mexer em áreas de sombra do humano, Keifer se utiliza de imagens e citações colhidas em diversas narrativas.

Árvore da Vida - 80 x 100cm, óleo, bastão a óleo,carvão, grafite, impressão em papel Fine Art, fios de metal, folha de árvore, sobre papel Panamá colado em madeira, 2016

SANDRA FELZEN

Escolhi Anselm Kiefer como link, por considerá-lo um artista visionário cuja obra sempre teve um grande impacto sobre mim. Keifer se utiliza de imagens e citações colhidas em diversas narrativas. Forças da Natureza, mitologias, cosmologias, referências históricas, signos de guerra e destruição, símbolos de regeneração que se interpõem e remetem o expectador a intensas experiências. Em meu trabalho, procurei me conectar com essas forças da Natureza, suas profundezas, seus desequilíbrios e potencial restauração. A Árvore da Vida é uma simbologia da mística judaica de conexão e reequilíbrio. Como Kiefer, procurei utilizar vários materiais, entre eles uma folha de árvore (que se contrapõe à folha representada), papel impresso, fios de metal, além de tintas, carvão e grafites.


CARLOS VERGARA

gaúcho, (1941/...) Inicialmente dedicou-se ao artesanato de joias, trabalhos com que participou pela primeira vez da Bienal de São Paulo (1963). A partir de 1964 passou a se dedicar ao desenho e à pintura. Foi ativo participante da vanguarda dos anos 60 e 70. Obteve certificado de isenção de júri em 1966 no Salão Nacional de Arte Moderna e aquisição na Bienal de São Paulo de 1967. Esteve presente na Bienal de Veneza em 1980. Dedicou-se ,também, à cenografia e à arte gráfica. Ronaldo Brito escreveu, em 1983, sobre Vergara: "A premência e a urgência da pintura, da vontade de pintura, se tornam flagrantes pela falta de qualquer mediação entre o próprio ato de pintar e a coisa pintada. A trama é exatamente o que se trama, tudo o que se trama. (...) A tela pronta se busca ainda, pulsa inquieta e escapa a seu método."

ERIKA SOTHER Ao visitar a exposição de Carlos Vergara( Sagrado Coração) em 2008, no Paço Imperial, RJ, na saída, este cartaz estava sedo distribuído, eu peguei e tempos depois, no atelier, me deu uma imensa vontade de em cima do Sagrado coração dele, trabalhar o meu Sagrado Coração. E foi aí, que no final, percebi que havia profanado o que ele já havia profanado. Daí o título: "Profanando o profanado" "Profanando o Profanado" Acrílica sobre tela(1,00m x 50cm largura) e papel e colagem com outros materiais.


Ele fotografava o seu mundo, seu dia a dia, a cena gay, a contracultura de onde viveu e a experiência da AIDS pela qual sucumbiu. Foi um marginal em todos os sentidos e considerado o primeiro punk de Boston. Emergiu de uma infância e adolescência rodeada pela prostituição, drogas e violência. Criou um zine chamado de revista sujeira, vídeos e principalmente fotografias. Mesmo partindo prematuramente aos trinta anos, já havia realizado o trabalho de uma vida inteira: deixando 2.000 fotografias, 800 Polaroids, 600 gravuras de prata. Todo este material ficou mais conhecido do grande público bem mais tarde, quando seu estilo único veio à tona e foi aclamado como um nome da arte contemporânea. Sua arte aparentemente simples e de uma cor mágica é repleta de experiências que vai revelando sutilezas de pura poesia visual. E o que faz de Morrisroe tão especial e instiga a debruçar sobre seu trabalho? Mais que uma linguagem das artes plásticas, fotografar é se lançar e ter atitude. Estar em um lugar e se apoderar da imagem que te cerca sem proteção, sem preconceitos e sem limites. Viver seu instante de forma total. Realizar um trabalho fotográfico é uma performance constante onde o foco principal é mais que o retratado que a lente aponta e mais que o fotógrafo que dispara a câmera. O personagem principal desta ação é a vida que o cerca.

PAULO JORGE GONÇALVES

Série meninos, Registros em fotografia, 2016

MARK MORRISROE

EUA – 1959/ 1989 Conhecido por suas performances e fotografias. Experimentou técnicas de desenvolvimento incomuns, recebendo apoio generoso de suprimentos, filmes e produtos químicos a partir da Polaroid Corporation. Rabiscava comentários, notas biográficas e dedicatórias ao lado de suas imagens, que as faziam peças muito pessoais de arte. Suas fotografias foram em sua maioria retratos , incluindo amantes, amigos, prostitutas e pessoas que visitaram seu apartamento. Há algumas fotos que incorporam paisagens e cenas externas.


1967 (49 anos), EUA Artista norte-americano multimídia trabalha com instalações, escultura, fotografia, desenho e filme. Seus primeiros trabalhos foram instalações escultóricas, combinadas com performance e vídeo. Em 1994 iniciou o seu mais importante trabalho ─ o Ciclo Cremaster. Esta obra foi concluída em 2002, e trouxe Barney à ribalta da arte contemporânea. Vive em New York e é casado com a artista islandesa Björk, com quem tem uma filha. O épico Cremaster Cycle é um projeto que consiste em cinco filmes longa-metragem, que exploram processos de criação. O vídeo é um meio para o seu produto escultórico final. O projeto se desenrola também com fotografias, desenhos, esculturas, instalações que se contaminam por curiosas performances, que o artista produz. Parte a nível conceptual do músculo cremaster, que controla a temperatura dos testículos e desencadeia contrações em resposta a estímulos externos.

EDUARDO SOUZA

MATTHEW BARNEY

A raiz e a chave - Vídeo

A obra “O Ciclo Cremaster”, do artista Matthew Barney é a construção de uma mitologia para o novo milênio. Um mito têm o poder de nos enredar numa trama alegórica, prendendo-nos ao imaginário coletivo e se constitui geralmente de um relato fantástico que encontra lugar fora de um tempo definido, tem caráter simbólico, e é dotado de lógica própria, via de regra irracional, sem caminhar para uma síntese, confortando o entendimento ante o desconhecido. Na criação de “A Raiz e a Chave”, parto da tentativa de construir através da percepção, uma mitologia pessoal, codificada através de sentimentos, pensamentos e atitudes, enxergando a própria vida como um drama em evolução, numa fantasiosa interpretação da realidade e sobretudo, um tipo de experiência que, de alguma forma, vem preencher uma lacuna existente no homem contemporâneo, o autoconhecimento.


CARO HÉLIO, QUERIDA LYGIA. dois displays, frente e verso com os telegramas enviados 22,50 X 31,00 cm cada

mineira (1920/1988) Pintora e escultora, Lygia se autointitula de nāo artista. Em 59, assina o Manifesto Neoconcreto,e propōe com sua obra sair do espaço da moldura.Em 60’ cria sua série Bichos, tornando-se uma das pioneiras na arte participativa mundial. Em vínculo com a vida, Lygia faz “A Casa é o Corpo”, uma instalaçao de 8 metros, que permite a passagem das pessoas por seu interior, para terem a sensaçao de ovulaçāo, germinaçāo e expulsāo do ser vivo. Sua trajetória faz dela uma artista atemporal.

LYGIA CLARK

QUANDO ACEITEI O CONVITE E VI A PROPOSTA, A ESCOLHA DE LYGIA NÃO DEIXOU DÚVIDA, FOI IMPOSITIVA. HÁ TODO UM MUNDO, QUE COMEÇA DEPOIS DE LYGIA. ELA É O TEMPO DO PRINCÍPIO. O CORTE, QUE ATIVA AMPLIANDO. A SINGULARIDADE DA SUA OBRA, SEU CONTINGENTE TRANSPOSITIVO UMAMETALINGUAGEMPOÉTICAVIVENCIAL. ESCREVI PARA ELA, UMA CARTA DE IMAGENS CIFRADAS (PARA O TEMPO) UM VARAL IMAGINÁRIO DE ORAÇÕES AFIRMATIVAS REVERENCIANDO A RESSONÂNCIA, ENTRE NÓS DUAS, COMO ARTISTAS.

DEBORA CARNEIRO DA CUNHA


CELEIDA TOSTES

Cerâmica

carioca, (1929/1995) Escultora e professora. Usa a cerâmica como uma forma de exercício experimental na arte contemporânea. Tudo ligado à feminilidade é o fio condutor de sua obra: fertilidade, sexualidade, maternidade, fragilidade e resistência, nascimento e morte, corpo. A artista revela: "Meu trabalho é o nascimento. Ele nasceu como eu mesma nasci de uma relação. Relação com a terra, com o orgânico, o inorgânico, o animal, o vegetal. Misturar os materiais mais diversos e opostos. Entrei na intimidade desses materiais que se transformaram em corpos cerâmicos. Começaram a surgir bolas. Bolas com furos, com fendas, com rompimentos que me sugeriam vaginas, passagens. Senti então a necessidade imensa de misturar-me com o meu material de trabalho…”

Experiência Liberdade Exuberância Investigação Dúvida Incerteza Ação Novidade Argila Saudade

KATIA GORINI CELEIDIANAS O trabalho apresenta anagramas poéticos/imagéticos para celebrar a artista Celeida Tostes aplicando metodologias celeidianas da imaginação criadora que provocam tensões para pensar a arte nas mediações da diversidade dos processos socioculturais do mundo contemporâneo.

Celeidianas, Impressões em Folha A4, 2016


GORDON MATTA-CLARK

lugares da existência Acrílica, colagem de tela, grafite sobre tela 50 cm x 100 cm - 2015

LAURA BONFÁ BURNIER Meu trabalho se baseia na pesquisa e observação das linhas nas construções que nos rodeiam, tanto na cidade como no campo. Crio os desenhos que dão ilusão de espaços. lugares de existência O espaço familiar e habitável, com seus limites, aberturas e fechamentos, cria um lugar na espacialidade do mundo.

(1943/1978), Nova Iorque, Nova Iorque, EUA artista estado-unidense mais conhecido por seus trabalhos de arte em locais específicos que fez na década de 1970. É famoso por seu "building cuts," uma série de trabalhos em edifícios abandonados nos quais ele removia partes do piso, teto e paredes dos andares.


Inglaterra (1898 /1986) escultor e desenhista britânico que desenvolveu uma obra tridimensional predominantemente figurativa, com breves incursões pela abstração. Considerado um dos maiores escultores contemporâneos, recebeu o Prêmio Internacional de Escultura na XXIV Bienal de Veneza (1948), na II Bienal de São Paulo (1953) e na V Bienal de Tóquio (1959). Em 1983, o Metropolitan Museum de Nova Iorque apresentou a retrospectiva "Henry Moore: 60 anos de arte" em homenagem aos seus 85 anos de vida.

HENRY MOORE

OSVALDO GAIA Henry Moore, a identificação com esse brilhante artista se deu através de um amigo crítico e professo da UFPA, onde comentou que o meu trabalho tinha uma relação com o dele eu não o conhecia. Comecei a pesquisar e dar mais atenção em suas obras especificamente na sua fase abstrata onde há pontas, tensões de linhas, e, suas soluções para resolver e finalizar as esculturas, e é isso que me fascina.


afro-americano. (1935/2005) Pintor e expressionista abstrato. Seu trabalho é conhecido por abstração hard-edge (com contornos marcados),construções em tecidos e grandes colagens de papel, explorando todas as relações de cores. Cedo, Loving começou a trabalhar em um estilo que ele denominava abstração material. Este estilo era marcado pelo uso de papel salpicado ou pulverizado com tinta, cortado em pedaços, formando elementos geométricos abstratos. Em meados de 79, passou a usar todo o espaço da galeria pintando nas paredes, amarrando correias e utilizando drapeados por toda sala. Uma ideia radical naquela época.

AL LOVING

Alvin Loving , pintor americano , nasceu em 1935 e viveu até 2005. Tive oportunidade de ver seus trabalhos no MOMA , no Whitney em Nova York e no Beaubourg em Paris. Me despertou muito interesse , seus trabalhos pela coragem em trabalhar com tiras de telas , construindo composições arrojadas e uma fusão de cores, que prendeu meu olhar. Como já trabalhava com tiras de telas em pequenos formatos , Al Loving me deu coragem para ousar em telas grandes.

MARIO CAMARGO


MANGELOS

sérvio. (1921/1987) Dimitrije Basicevic Mangelos foi artista, crítico de arte e curador cuja produção artística incluiu livros artesanais, esculturas e pinturas. Criou obras de arte extremamente originais, sem comparação e semelhanças com outros artistas de seu tempo. Utiliza objetos como notebooks, mesas escolares e globos e neles escreve letras, palavras, frases, ensaios em alfabeto latino, ou letras cyrilic e glagolitic, cujo conteúdo é preenchido com significado enigmático. Sem o desejo de chamar esta atividade de arte, inventou o termo no-art.

Qual é a sua vingança? Objeto Caixa acrílica, globo terrestre, água 50 x 40 x 40 cm 2016

GILDA SANTIAGO

Quando iniciei minha série Globo, me apresentaram a obra de Mangelos no MOMA. Fiquei logo envolvida por seus trabalhos e por sua atitude crítica perante à arte. Criativo e irriquieto, Mangelos navegava entre as artes visuais e a letras. Suas criações são baseadas no paradoxo: "escrevendo uma pintura, pintando literatura" ou "negando a pintura, criando-a a partir das palavras, negando a palavra, pintando-a". Um paradoxo sob uma estética refinada.


KASIMIR MALEVICH

MARCIAH ROMMES Quadrado negro 1,00m x 1,00m 2016

Ao entrar em contato com as obras "Quadrado negro sobre fundo branco" (1915) e " Composição suprematista: branco sobre branco" (1918) do artista Kasimir Malevich, percebi às relações do abstracionismo geométrico e do monocratismo com o trabalho que apresento nesta coletiva. Nele o expectador é convidado a passear seu olhar pela tela negra onde encontrará nuances produzidas nas texturas que compõem a poética da obra.

russo (1878/1935) Fez parte da vanguarda russa e foi o mentor do movimento conhecido como Suprematismo. Ao lado de Kandinsky e Mondrian, é um dos inventores e teóricos da arte não figurativa. Como fundador do Suprematismo, levou o abstracionismo geométrico à sua forma mais simples, sendo o primeiro artista a usar elementos geométricos abstratos. O Quadrado negro sobre fundo branco, pintado entre 1913 e 1915, constituiu uma ruptura radical com a arte existente na época. Em 1929, foi acusado pelo governo soviético de “subjetivismo" e nos anos que se seguiram foi continuamente atacado pela imprensa. Perdeu suas funções oficiais e chegou a ser preso e torturado. Morreu abandonado e na pobreza, em São Petersburgo, em 1935. Apesar de ter recebido funerais oficiais, a condenação de sua obra e do suprematismo foi seguida de um esquecimento de décadas. O reconhecimento do artista só ocorreu a partir dos anos 1970. Desde então, numerosas retrospectivas pelo mundo consagraram Kasimir Malevitch com um mestre da arte abstrata.


Envolvimento instalação: tecido, tinta látex, agulhas, 2003/2016

MIRA SCHENDEL

1919, Suíça 1988, São Paulo Considerada um dos expoentes da arte contemporânea brasileira. Haroldo de Campos, próximo a ela, disse, que Mira “se sentia meio exilada”. Participa da 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951) que lhe permite contatos internacionais e a inserção na cena nacional. Muda-se para São Paulo, conhece o livreiro alemão Knut Schendel, com quem casa e adota seu sobrenome. Na década de 1960 produz mais de quatro mil desenhos com a técnica da monotipia em papel-arroz. Em 1966, apresenta em Londres sua série Droguinhas, elaborada com papel-arroz retorcido. Entre 1970 e 1971 realiza um conjunto de 150 cadernos, desdobrados em várias séries. Na década de 1980, produz as têmperas brancas e negras, os Sarrafos, e inicia uma série de quadros com pó de tijolo. Após sua morte, muitas exposições apresentam sua obra dentro e fora do Brasil. Em 1994, a 22ª Bienal Internacional de São Paulo dedica-lhe uma sala especial.

MARILOU WINOGRAD ¨O que importa na minha obra é o vazio, ativamente o vazio silêncio, vazio.¨ Mira Schendel Gestos pequenos e delicados, esculturas efêmeras, droguinhas, transparências, a arte da simplicidade, desmistificar e desnudar a realidade, dar visibilidade ao invisível silêncio visual, a sutileza da impermanência. Eis o que me encanta e desafia na obra de Mira Schendel.


JOSEPH BEUYS alemāo (1921/1986) Artista plástico, escultor, artista performático, professor. Partindo das oposições razãointuição, frio-calor, ele trabalhou para o restabelecimento da unidade entre cultura, civilização e vida natural, revolucionando as idéias tradicionais sobre a escultura. O contato de Beuys com Fluxus, nos anos sessenta, estabeleu um marco no neodadaísmo e conceitualismo. Beuys se incorpora completamente em um mundo de materiais e às conexões psicológicas e alegóricas, que os mesmos sugerem, tornando-se parte do desenvolvimento da arte objeto do nosso século. Desenvolve, nessa época, as suas primeiras "Ações".

A NATUREZA DO OBJETO, caixa de madeira, terra, pá e óleo, 43 x 20 x 11 cm

O trabalho reflete o pensamento da escultura social como intervenção direta no meio ambiente – lugar dos corpos e das associações entre os seres. A operação técnica, sofisticada no planejamento participativo, na escolha de cada elemento do projeto, no estudo do espaço circundante, no envolvimento do público como substância e forma, núcleo real do trabalho da arte ampliada. As ferramentas desta ação são tocadas e regidas pelo estado da essencialidade, operação que se dá na dimensão física da construção material na natureza. E são essas as mesmas que produziram as primeiras paisagens humanizadas: a pá, o ancinho, o machado. A floresta, o campo, o canteiro, a natureza como obra, metáfora da totalidade orgânica para uma sociedade integrada. A terra, informe, caótica, fonte da vida, materia mater sobre a qual descansa a operosidade do artista.

ISABELA FRADE


JOSEPH BEUYS

JULIA MARTINO O Sistema de Contrapeso e Joseph Beuys Uma das coisas que eu acho interessantes em Joseph Beuys é a forma como ele apresenta as baterias, como ele apresenta a energia e a conservação de energia. Na banha, na cera, no feltro que conserva o calor. O sistema de contrapeso mantém em suspensão a força da gravidade sobre o objeto pendurado. A energia está ali, visivelmente puxando o objeto suspenso na direção do chão. Sistema de Contrapeso

Madeira, cabo de aço, ganchos, areia, concreto, sacola variável, objeto variável. 175 X 185 X 85 cm


JORGE DUARTE 1958 (Brasil, Minas Gerais, Palma) pintor, gravador, desenhista “Minha questão central é a multiplicidade, a diversidade de influências. Dou liberdade total à ideia. Cada trabalho se segura por si, se basta, se resolve. Tem início, meio e fim em si mesmo”, afirma o artista. Na mostra da Coleção de Arte, telas do início dos anos 1990 misturam citações, como haicais, com imagens que remetem às pinturas populares das traseiras de caminhão. De 2006 vem Burro morto, em acrílica, tinta artesanal e arame farpado sobre tela, recriando a paisagem árida do sertão.

RAIMUNDO RODRIGUEZ

Citação ao Mestre " O filé da Arte Contemporânea" Pintura objeto 50 x 50 x 5 cm, 2015


CLEMENS KRAUSS 1978, Áustria. Estudou medicina, artes, e ciências da arte em Graz, Viena, Berlim e Londres. Ele vive e trabalha em Berlim e Viena. O corpo humano está no centro do seu trabalho. Seu trabalho desafia qualquer abordagem consensual à pintura. Seu último projeto sugere um novo gênero seus personagens não são pendurados em paredes ou telas, como na pintura clássica, mas são transferidas para três dimensões em diversas montagens. Durante três anos, ele tem participado em exposições coletivas como a "A juventude de hoje" exposição de 2008 na Schirn Kunsthalle, em Frankfurt, e "Anstoss Berlim, Kunst macht Welt" em Berlim.

Kontinuitäten...às vezes eles voltam, Instalação

LUCIO VOLPINI

Quando conheci o trabalho do artista alemão Clemens Krauss uma equação que martelava minha cabeça foi resolvida, queria desestruturar o corpo estruturalmente, e isso foi o que encontrei nas suas figuras de tintas espessas e horizontais que se tornou inspiração para mim, tanto no concepção da figura como no uso de diversos matérias.


LENDAS GREGAS Um guerreiro e a arte das guerras

Objetos, cerâmica, 60 cm

Não tem um artista específico. Tem a arte de lendas Gregas como um todo, a arte das guerras! E a letra do funk, que são os meus links, que eu peguei um viés: em vez de pegar um artista peguei o meio todo, dentro de critérios como por exemplo, ter trabalhado junto...

RICARDO C. SIMÕES


Remete remete remete remete ... Vai ficando sem vergonha! E vem a concepção Que questiona a libido A olho em pica decadência Viva a beleza lírica que por certo é quem ganha Artista tem de prostituto e a arte de piranha

FUNK

RICARDO C. SIMÕES Performance 2016


CHIHARU SHIOTA 1972, Osaka, Osaka, Japão vive desde 1996 em Berlim, na Alemanha, onde estudou artes plásticas com Marina Abramovic, que motivou o interesse pela performance em suas primeiras experiências artísticas. Mais tarde, decidiu desenvolver também as grandes instalações, caminho que a inseriu definitivamente no cenário artístico internacional: em experiências mundo afora, ao suspender em cordões, organizar ou empilhar objetos usados, como cartas, chaves, camas, malas e sapatos, a artista se afeiçoou a construir verdadeiras teias sustentadas pelo passado e pelo presente, que evocam as camadas da memória e amadurecem um estilo em que a carga narrativa está contida na conjugação de experiências íntimas com o público.

Chiharu Shiota tem sido uma importante artista, dentro dos meus estudos de referência. Quando comecei a desenvolver meu trabalho artístico autoral, me deparei com um gosto enorme por linhas e suas formas, que podem ser retratadas em diferentes mídias como o desenho, a escultura, a performance, etc. As instalações de Shiota me fascinou, e estimulou ainda mais a minha produção. No processo de criação da minha performance "DESAMAR.rar", notei uma grande semelhança estética na performance "Wall" da artista. Coincidentemente, descobri a performance da artista após estar quase concluindo a minha, e me encantei com a semelhança. Sua pesquisa que consiste em relações com a morte e questões interpessoais também foram outras semelhanças que notei em nossos trabalhos, e desde então tenho tomado Chiharu Shiota como uma grande referência.

THIAGO SGUOTI Performance 2016


JOÃO GUILHERME MAIA Performance Você tem medo de que? 2016

ALFRED HITCHCOCK 1899/1980, Reino Unido Cineasta britânico. Considerado o "Mestre dos filmes de suspense", foi um dos mais conhecidos e populares realizadores de todos os tempos. É considerado como o "maior diretor de todos os tempos". Seus filmes viraram clássicos e até hoje servem de referência para estudiosos e admiradores. Costumava chamar os atores de “gado”, mas mesmo assim era respeitado por todos. Dizia “Existe algo mais importante que a lógica: a Imaginação. Se a ideia é boa, jogue a lógica pela janela.”

Nunca imaginamos que inocentes criaturas como pássaros tornar-se-iam vilões que atormentariam multidões. Nunca um sangue em preto e branco foi tão vermelho e aterrorizante como em Psicose Nunca um simples jantar entre amigos foi tão Diabólico Nunca esqueceremos Rebecca , a personagem inesquecível mas que sequer aparece em uma cena do filme Alfred Hitchcock foi muito mais que um diretor de cinema , e ainda hoje é o mestre.


PINA BAUSCH alemā. (1940/2009) Foi coreógrafa, dançarina, pedagoga e diretora da Tanztheater Wuppertal. Pina Bausch, que combinou poesia e cotidiano em suas coreografias, desenvolveu técnicas de expressão criativa livre influenciadas por outras formas de arte, o que se refletiu numa abordagem aberta em seu trabalho. Ao inovar em seu método de trabalho, Pina Bausch encontrou a forma na poética das imagens e na linguagem corporal partindo das emoções humanas essenciais. Ao mesmo tempo que tem um olhar inflexível na realidade, Pina nos convida a sonhar.

Ela foi levada, pela mão, até a dor Performance, 2016

Pina lidava com a emoção, com as questões básicas do ser humano. A dor, representada em nossa performance, nos trouxe Pina. Os movimentos repetidos, dramáticos e cruéis da dor sentida, em contraponto aos movimentos quase mecânicos do cotidiano, causam estranheza por romperem com o esperado. Esta é a escrita de Pina, romper com o comum, surpreender com o real. Pina quebrou fronteiras entre arte e dança, entre arte e vida. Podíamos ser Pina sem ser dança, sem ser teatro. Podíamos tudo.

coletivoZ


JEAN BAPTISTE DEBRET Paris, França - 1768 a 1848 Pintor, desenhista e professor . Integrou a Missão Artística Francesa (1817), que fundou, no Rio de Janeiro, uma academia de Artes e Ofícios, mais tarde Academia Imperial de Belas Artes, onde lecionou. De volta à França (1831) publicou Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (1834-1839), documentando aspectos da natureza, do homem e da sociedade brasileira no início do século XIX. Uma de suas obras serviu como base para definir as cores e formas geométricas da atual bandeira republicana, adotada em 19 de novembro de 1889. Apesar da formação neoclássica, pode ser considerado um artista de transição entre o neoclassicismo e o romantismo.

REINALDO COTIA BRAGA Performance 2016

A chegada da Missão Francesa ao Rio de Janeiro após o restabelecimento da Paz entre Portugal e França foi um marco na história da arte no Brasil. Destaca-se nesse cenário, o olhar de Debret, um dos primeiros registros do Carnaval daquele tempo. Além disso, o artista registrou paisagens, arquitetura, fauna, flora e os costumes da população. O Entrudo é um dos primeiros registros do carnaval à época. A releitura dessa obra permite fazer um link com contemporaneidade e nos faz lembrar Walter Benjamin em “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, Henri Bergson em “Matéria e Memória” e também um possível rizoma nos territórios de Gilles Deleuze e Felix Guattari. A negra que traz um balaio na cabeça com frutos e aves tem seu rosto pintado de branco, bem como o garoto que espirra água no rosto dela. Evidencia uma troca de papéis sociais naquela sociedade escravocrata. - O Branco e o Negro em contraste na carnavalização simbólica de classes sociais. São duzentos anos da visita da Missão Francesa que comemoramos em 2016, reúne 50 folhas de papel vegetal com 4 traços reproduzidos a partir da obra original, em cada uma delas, somam 200 vestígios ou marcas de um legado. Duas melodias dão conta do passado e do presente. O Hino Nacional da França e uma canção ícone da música popular brasileira, Aquarela do Brasil.

performance


À MANEIRA DE ARTAUD Tenho muita curiosidade pela obra desse extraordinário artista que é o Artaud. Na Arte ele encontrou a salvação para sua extrema sensibilidade. Além de poemas e textos, criou um método, uma maneira para que suas palavras ecoassem em seu complexo mundo. Para ele as palavras vivem, pulsam e pensam poeticamente no corpo, e são dinâmicas como células vivas, não como pedras mortas. Algumas vezes grita as palavras, distorce, fragmenta buscando a essência e outros múltiplos e inesperados sentidos. Quero vivenciar essa maneira de dizer, de ecoar. Para isso escolhi um recorte de um poema de sua autoria e alguns fragmentos da peça Hamlet de Shakespeare.

ANTONIN ARTAUD francês, (1896/1948) Poeta, ator, escritor, dramaturgo, roteirista e diretor de teatro de aspirações anarquistas e ligado fortemente ao surrealismo. Escreveu o Teatro e seu Duplo, considerado um dos principais escritos sobre a arte do teatro no século XX. Na sua obra ele expõe o grito, a respiração e o corpo do homem como lugar primordial do ato teatral, denuncia o teatro digestivo e rejeita a supremacia da palavra. Esse era o Teatro de Crueldade de Artaud, onde não haveria nenhuma distância entre ator e plateia, todos seriam atores e todos fariam parte do processo, ao mesmo tempo. Para Artaud, o teatro é o lugar privilegiado de uma germinação de formas que refazem o ato criador, formas capazes de dirigir ou derivar forças.

VANJA FREITAS Performance 2016


JOSEPH BEUYS “ Lieberknecht: O senhor conhece as fábulas em que as levres aparecem? Na Irlanda, há fábulas desse tipo que remontam ao século VIII. E a lebre na maioria das vezes surge como uma figura espiritual que trabalha de um modo estranho, tanto a favor quanto contra os seres humanos. Uma outra história fala de uma mulher que queria ter filhos e não conseguia, até encontrar no brejo uma lebre que lhe providenciou então um filho. Beauys: A lebre tem algumas coisas em comum com o veado, mas tem uma especialização muito diferente com relação as forças do sangue. Não está ligada, como no caso dos veados, à parte superior do corpo, da cintura até a cabeça, mas remete mais para baixo. Então a lebre tem uma relação forte com a mulher, com o nascimento, e também com a menstruação, e de um modo geral como conjunto das transformações químicas do sangue. É disso que se tratava aqui de maneira alusiva, do que a lebre torna visível para nós todos quando ela faz a sua toca. Ela se enterra. Assim temos novamente o movimento da encarnação. É isso que faz a lebre: encarnar-se fortemente dentro da terra, coisa que o homem só poder realizar radicalmente por meio de seu pensamentoesfregar, bater, cavar na matéria ( terra ); por fim, penetra ( a lebre ) nas leis da terra. Nesse trabalho seu pensamento é aguçado e então transformado, tornandose revolucionário. “ Conversa entre Joseph Beuys e o Hagen Lieberknecht, escrita por Joseph Beuys.

RAQUEL ROMERO-FAZ Performance (re)encarnação 2016

A obra de J. Beuys se inscreve no espirito romântico das suas ações e de sua visão da arte como regeneradora da sociedade contemporânea. A lebre, elemento presente no seu trabalho, representa o renascimento e reencarnação. Meu trabalho artístico explora a relação entre o sofrer, a dor, e o drama desse sentimento, a natureza e a beleza como parte da riqueza ousada e descarnada desse estado. É dessas chagas coletivas e pessoais que conversa meu trabalho de um modo geral com o de Beuys, me situando próxima do seu pensamento, onde sempre existe uma transformação inevitável após termos vicenciado uma perda, um sofrimento físico, mental ou espiritual e consequentemente uma inevitável busca pela cura e libertação do mal-estar. A beleza, o silêncio, a dor, o medo, a incomunicação, conduzem minha obra, num diálogo profundo com essa lebre beuysiana, que simbolicamente feminina, enterra-se, encarna-se dentro da terra mãe, penetrando-a e tornando seu pensamento revolucionário.


1904/1989, Figueres, Espanha pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. Sua obra chama a atenção pela combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos mestres do classicismo. Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura, poesia e fotografia. Tinha uma reconhecida tendência a atitudes e realizações extravagantes destinadas a chamar a atenção, o que por vezes aborrecia aqueles que apreciavam a sua arte, ao mesmo tempo que incomodava os seus críticos, já que sua forma de estar teatral e excêntrica tendia a eclipsar o seu trabalho artístico.

SALVADOR DALI

Instalação interativa inspirada na escultura mais famosa de Salvador Dalí, O BIGODE. Várias fotos de tamanhos variados instaladas fazendo um percurso. O público será convidado a interagir com o bigode.

PAULO BRANQUINHO "Eu, Dalí ? instalação


YVES KLEIN

MIRIAM PECH Aether Performance 2016

"Vida longa ao Imaterial" "O que é o azul? O azul é o invisível que se torna visível“ (Yves Klein) Com suas pinturas azuis, na década de 50, Yves Klein passa a ser conhecido como "Yves - Le Monochrome" Artista peculiar, pinta monocromos por 15 anos, cria estados pictóricos imateriais, manipula as forças do vazio, esculpi no fogo e na água, pinta através do fogo e da água, pinta com pincéis vivos, inventa a "arquitetura e urbanismo" do ar, propõe uma nova concepção de música com sua Sinfonia Monótona Silêncio e precipita um teatro do vazio. Em 1957 realiza "Yves Klein no papel de maestro" no Gelsenkirchen Theater, ilustrado por uma fotografia na qual ele rege, perante um público invisível cuja atenção converge para um acontecimento que ainda não se terá produzido no domínio da arte. Em 2001 eu, Miriam Pech, começo a usar gelo seco como principal "material "em meus trabalhos de arte. Em 2002 ao ler KLEIN, escrito por Hannah Weitemeier, sinto-me extremamente próxima aos pensamentos de Yves Klein. ao término do livro, realizo "Miriam Pech no papel de maestrina". Em 2003 ao encostar metais no gelo seco nasce a "Sinfonia de Gelo". Para esta exposição apresento Ar: Alimento da Vida, Alimento da Arte. Uma viagem material imaterial "Vida longa ao Imaterial".



Curadoria

LÚCIA AVANCINI MARILOU WINOGRAD

Pesquisa

GILDA SANTIAGO LÚCIA AVANCINI

Agradecimentos

ALINE TOLEDO CHRISTINA AMARAL CLAUDIANA COTRIM CRIS CABUS GILDA SANTIAGO ELISA DE CASTRO LIMA JORGE CALFO LUCIA MARIA ATALIBA LUCAS CHAVES MARIA ELISA CHURRO MARIANA STARLING MARILENA MORAES PAULO JORGE GONÇALVES Agradecimentos especiais

CENTRO MUNICIPAL DE CULTURA E CIDADANIA CALOUSTE GULBENKIAN A TODA EQUIPE DE MONTAGEM E AOS ARTISTAS PARTICIPANTES REALIZAÇÃO

APOIO


www.acessoartecontemporanea.com


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