INFLUÊNCIA DA DANÇA E MUSICALIDADE AFRICANA NA CULTURA BRASILEIRA E AFRO-CAPIXABA NA CONTEMPORANEIDADE
Alan Christian Moreira dos Santos1,2,3
1. CULTURA AFRO-BRASILEIRA A cultura afro-brasileira é resultado da síntese de múltiplas etnias que chegaram ao Brasil e ao seu modo, se organizaram por meio da miscigenação para da origem a uma nova cultura que viesse influenciar de forma colossal as mais diversas formações sociais que se estabeleceram no país. Cultura essa que por muito tempo foi considerada de forma pejorativa como “coisa de preto” atualmente é referencia para inquietas formas artística e sociais em todas as parte do país como é nos guetos e favelas que para muitos trata-se de um quilombo urbano ou em áreas mais conceituadas de vivencia das classes sociais de maior ascensão. A culinária, a dança, a musicalidade e as religiões sem duvida e a parte da cultura e práticas afrodescendente de maior evidencia na sociedade contemporânea e infelizmente outras contribuições como a economia, a arquitetura e nesse aspecto vale ressaltar os espaços destinados ou não para os negros, além de outras importantes contribuições principalmente para ascensão de alguns grupos sociais. Quando se falam de africanidade no Brasil, múltiplos elementos étnicos culturais devem ser considerados, pois a reconstrução de parte do continente africano no Brasil foi feito por meio de variadas práticas em um contexto próprio e coletivo como forma de resgatar valores morais e sociais presentes em cada étnica em uma conjuntura sociopolítica e religioso. 1
Graduado em Ciências Biológica, especialista em História da Cultura Afro-Brasileira e africana e Arte na Educação. Fundador do Coletivo Orixás e Cultos. 3 Pesquisador 2
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A principal forma de transmissão do saber ancestral e religioso das nações africanas até hoje é por meio da oralidade que para as sociedades africanas que nesse artigo será destacado as subsaarianas e de grande importância além de ter um valor sagrado e origem divina. [...] a oralidade, o conhecimento transmitido de geração para geração por meio das palavras proferidas com cuidado pelos tradicionalistas – os guardiões da tradição oral, que conhecem e transmitem as ideias sobre a origem do mundo, as ciências da natureza, a astronomia e os fatos histórico (MATTOS, 2013. p. 19).
As danças, a musicalidade e as indumentárias também são formas de promoção de costume e da arte africana e é centralizado dentro das religiões afro-brasileiro em um elo do belo com sagrado na perspectiva de vida em comunhão. Para as costumes tradicionais africana, a dança pode ser empregada em ritos de passagem, fartura em colheitas, comemorações, atrair ou afastar energias ou espíritos e nas religiões de matrizes africanas as divindades chamadas por Orixás para os Nagôs, de Voduns para os Jejes (Ewe-Fons) e de Inkice ou Nkince para os Angolanos dançam para representar lendas e histórias vividas por eles no continente africano. [...] os diferentes orixás com suas diferentes características em um mesmo espaço, a roda, configurando um rico local para análise dos gestos da dança em suas formas diversas, e dos significados que elas engendram (PAIVA, 2009. p. 19). 2 OBJETIVO GERAL Demonstrar como a dança e a musicalidade presente nos costume africano contribuíram para a formação artística e cultural da população brasileiro e os processos de resistência da sociedade tradicionalista de reconhecer tais práticos como manifestação de arte e cultura. 3 JUSTIFICATIVA A dança e a musicalidade é um ponto importante para a tradicional africana de tal modo, que estudá-las é igualmente apoderar-se dos saberes dos distintos grupos étnicos que chegaram ao Brasil e qual a influência artística que a inserção desses grupos corroborou para afeiçoar a cultura brasileira.
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4 METODOLOGIA Foram feitos pesquisa bibliográfica dos principais autores que dissertam sobre a cultura africana no Brasil em que envolve dança e a musicalidade como forma de expressão sociocultural e artística que decorreu na síntese dos resultados adaptados para as analises obtidas de manifestações sociorreligiosas em terreiros de Umbanda, barracões de Candomblé (nação Ketu) e Banda de Congo todos nas cidades de Vila Velha (os três terreiro de Umbanda, um Barracão de Candomblé e uma banda de Congo), na cidade de Cariacica (um barracão de Candomblé e um de Umbanda) e na cidade de Viana (uma banda de Congo). 5 A DIÁSPORA DOS AFRICANOS PARA O BRASIL No Brasil, a escravidão ocorrida no período colonial (século XIV ao XIX) promoveu a vinda de muitos grupos étnicos africanos para várias partes do país com as mais diversas finalidades (agrícola e pecuária, engenho, mineração, metalurgia, serviços domésticos etc.) e nos dois primeiros séculos da colonização brasileira, o país adotava como principal estratégia economia o cultivo agrícola principalmente de cana de açúcar e o engenho, a extração de madeira e conquistas de terra ocupada pelos nativos (ALBUQUERQUE e FILHO, 2006. p. 40) assim os escravizados aqui chegados vieram principalmente para trabalhar nas fazendas. África do Sul originou o maior numero de pessoas para o serviço escravocrata na época (século XIV até meados do século XVIII) e essas pessoas eram tratadas de Bantos oriundos principalmente do reino de Congo, Angola, Congo, Dongo, Região de Benguela e Moçambique. Os Bantos que aqui chegavam eram identificados de acordo com o porto que embarcavam e não pelo grupo étnico que pertencia de fato como cita (LOPES, 2008. p. 44). Os negros da costa viam principalmente dos portos de Luanda e Benguela e contra-costa (região banhada pelo oceano Índico) nos portos de Moçambique (Zambeze e Limpopo) Cabida e Mombaça. No Brasil os portos que recebiam esses africanos eram principalmente os portos do Rio de Janeiro e Salvador e a partir desses, eram distribuídos pelo Brasil (LOPES, 2008. p. 31).
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Os atravessadores de escravos como estratégia de dominação, misturavam esses grupos étnicos para dificultar a comunicação entre eles e assim impor sua autoridade para com os escravizados (ALBUQUERQUE e FILHO, 2006. p. 44). No primeiro século da escravidão dos africanos, também foi forte a diáspora dos negros da África ocidental por meio do comercio e isso perdurou por todo o período do tráfico de africano no transatlântico a ponto da região do Golfo de Benin (sudeste da atual Nigéria) ser conhecida como costa dos escravos (ALBUQUERQUE e FILHO, 2006. p. 26). Portugal sobre o domínio Espanhol (União Ibérica) ver o cenário econômico e comercial do Brasil diferente e essa diferença ocasiona em certa liberdade para o comercio de escravizados para o Brasil e a vinda dos negros de minas (nome atribuído aos africanos da região ocidental) começa ser direto para o país (ALBUQUERQUE e FILHO, 2006. p. 28 e LOPES, 2008. p. 44-49). Para Mattos (2013. p. 64) o sistema colonial consistia em; a colônia oferecer produtos orgânicos e metais preciosos para as metrópoles e esse devolvia em produtos manufaturados. O Brasil como grande propriedade de monocultura escravista provinha para Portugal Pau-Brasil (séc. XV), açúcar (séc. XVI e XVII), ouro (séc. XVIII) e café (XIX) e em contrapartida era retribuído de mão de obra escrava. E importante ressaltar que esse sistema de serviços e produtos, era o que movimentava o comercio de ambos os países, embora, outros produtos e serviços assim como outros países também participavam desse processo. No começo do século XIX com a soberania de Napoleão Bonaparte e a pressão exercida pelo seu império a Europa, forçou a coroa portuguesa migra para o Brasil primeiro para Salvador em 1807 e posteriormente para o Rio de Janeiro (1808) promovendo a colônia carioca o status de Reino Unido de Algarves. A partir dai o D. João instituiu alguns ministérios e estabeleceu órgãos fundamentais para a governança do Brasil como o Banco do Brasil, a Casa da Moeda, a Junta Geral do Comercio e o Supremo Tribunal. Com essa alteração política no Brasil, refletiu em mudanças econômicas que viabilizou a colônia a deixar de ser um país principalmente agrícola para ser também um país com aspecto urbano próximos das grandes cidades e nas capitais. Nos meados do 24 2
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século XVIII as capitais como Salvador, Recife, São Luiz, São Paulo eram pólos extremamente urbanizados e muito bem estruturados (LOPES, 2008. p. 44-49). Isso ocasionou o interesse do Brasil por africanos oriundos da costa dos escravos (negros de minas) da região divididos em Iorubas (formados principalmente pelas cidades-estados de Oio, Ketu, Egba, Ijesá, IléIfé, Ire etc.) e o reino de Daomé (Ewe-fon) já que falavam variações do mesmo idioma e cultuavam alguns deuses em comum, dividiam o mesmo território que era do sudoeste da atual Nigéria e o sudeste da Republica de Benim (ALBUQUERQUE e FILHO, 2006. p. 26). Diferente do que ocorreram com os Bantos, boa parte dos Iorubas e Daomeanos tiveram sua distribuição restrita ao nordeste do Brasil principalmente na Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Maranhão isso justifica a predominância da cultura Jeje-Nagô entre as religiões de matrizes africanas no nordeste do país como o dialeto, as divindades e a concepção sociorreligiosa nas comunidades afrodescendentes. Porem com a vinda de forma expressiva dos Sudaneses ao Brasil e a restrição desses grupos (Iorubás e Ewe-fon [Jeje]) ao nordeste brasileiro a comunicação entre esses grupos foi inevitável, pois as maiorias falavam ou conhecia do dialeto Iorubá como já citado, isso justifica porque no Brasil o Iorubá é uma língua viva para muitos descendentes africanos e nas religiões de nação aqui no brasil. As religiões africanas tratadas pelos antigos estudiosos da cultura africana de africanistas (entre os pesquisadores podemos destacar Nina Rodrigues, João do Rio, Edson Carneiro) eram muito mais que a simples manifestação da fé e culto ao sagrado, também era a forma que os africanos tinham de resgatar valores africanos perdido na diáspora e tornam tangíveis suas crenças (socioespiritual), algo que claro para os senhores de escravizados, não era possível por subestimar a capacidade de organização dos africanos e crioulos (filhos de africanos nascidos no Brasil). Mas o que os colonos não imaginaram era a capacidade que os cativos africanos desenvolveriam de se relacionarem uns aos outros em culturas a ponto de formatar uma nova África aqui no Brasil, e assim eles fizeram. A Religião oficial no período Imperial e nas primeiras décadas da Republica Federativa do Brasil era a Católica Apostólica Romana, logo, a fé nas divindades que alguns grupos étnicos (em geral os Iorubás, Ewe-fons e os Bantos) africanos trouxeram 25 2
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para o Brasil, não puderam ser cultuado e eram usados como uma forma de justificar a escravidão, pois na visão da igreja, a escravidão era o meio que os portugueses tinham de purificar os africanos por meio do trabalho e da obrigatoriedade da fé católica. Em resposta a tal proibição, os africanos criaram um sistema de reconhecimento de suas divindades pelos santos católicos por assimilação algumas rigorosas e outras nem tanto que ficou conhecido como sincretismo religioso afro-católico. Desta forma, quando se cultuava algum santo católico o que estava por trás desses cultos eram a devoção e a Orixás e as Iyabas, e isso sem duvidas foi um processo determinante para que a fé nas divindades africana pudesse ser perpetuada para os seus descendentes (LOPES, 2008. p. 106). [...] é certo que eles ajudaram os escravos a lograr e a despistar os seus senhores sobre a natureza das danças que estavam autorizados a realizar, aos domingos, quando se reagrupavam em batuques por nações de origem [...] por um ancião calvo e inclinado sobre velhos livros, mas que é frequentemente acompanhado, em suas imagens, por um leão docilmente deitado aos seus pés [...] símbolo de realeza entre os iorubas (Verger, 2002).
Hoje encontramos algumas religiões de matriz africana que não se utilizam de tais comparações, pois entende que isso na época foi necessário, porem hoje só trás lembranças de um passado de repressão e omissão e continuar com esse processo só aperta as amarra que insiste em se manter nos pés e mãos dos praticantes das religiões afrodescendentes. [...] perceberemos como foi significativa a mudança ocorrida ao longo de algumas décadas. De lá pra cá, acompanhando os movimentos da sociedade, elas foram conquistando o direito de serem reconhecidas como religião, em pé de igualdade com as outras religiões hegemônicas no Brasil, mesmo que ainda não usufruam plenamente tal prerrogativa [...] estamos diante de um processo de reconstrução das religiões afrodescendentes, diretamente imbricado nas reconstruções identitárias do chamado “povo negro”, suas buscas por afirmação e valorização da sua cultura (OLIVEIRA, 2012. p. 2).
Porem para algumas religiões, essa relação ainda é tão forte, iniciado desde o século XVII pela Irmandade dos Homens Pretos (SOUZA, 2006. p. 116), que às vezes é impossível identificar em uma cerimônia ou em uma cantiga (ponto cantado) de quem realmente está se cultuando, já que algumas religiões o catolicismos já faz parte dos
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cultos (orações rezadas nas igrejas, símbolos utilizados no catolicismo como a cruz, bíblia e o batismo na água). Os cultos aos Orixás foram recriados e passam por varias mudanças ao logo do tempo. Muitas informações dessas antigas práticas vieram à luz do conhecimento principalmente pela oralidade como já supracitado, mas posteriormente através de algumas literaturas de pesquisadores renomados sobre o tema como Pierre Fatumbi Verger fotografo e etnólogo autodidata francês que desenvolveu uma serie de pesquisas tanto no Brasil, Cuba e principalmente na Nigéria e outros países africanos e através das imagens e dos dados coletados e organizados em livros, foram se reforçando e ajudando a moldar algumas praticas e costumes realizados no Brasil. Outros nomes também ganharam notoriedade embora controversa em partes. Nina Rodrigues foi um etnólogo e dedicou boa parte de seus estudos a fim de identificar e descrever algumas religiões comuns de matrizes africanas na época. Suas obras apresentam teor racista e preconceituoso, porem mesmo carregadas de intolerância, ainda sim, consegue trazer a luz inúmeras situações que serviram de base para vários outros pesquisadores, sendo então, suas obras indispensáveis para a compreensão dos cultos afro-brasileiros da época. Já Edson Carneiro antropólogo e etnólogo bem conceituado se especializaram sobre o tema religião e fez publicações importantíssimas para o meio acadêmico e religioso evidenciando as praticas africanas das religiões tidas na época de religião de negro. João do Rio era o pseudônimo do escritor, jornalista e teatrólogo brasileiro João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto. João do Rio foi um grande colaborador das religiões de matriz africana que ocorria no estado do Rio de Janeiro no inicio do século passado através de diversas reportagens que posteriormente viria a ser um livro intitulado de “As religiões do Rio” que foi publicado em 1906. Esse livro teve tanto sucesso que chegou a vender oito mil cópias em uma época que o índice de analfabetismo era elevadíssimo se comparado com os dias atuais. Reginaldo Prandi é doutor em sociologia especializado em métodos de amostragem, sociologia da religião e estudo afro-brasileiro e religião. Autor de vários livros e artigo tendo uma de suas obras intitulada de Mitologia dos Orixás indicado para 27 2
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o Prêmio Jabuti na categoria de melhor livro de ciência humana. Todos esses escritores e outros tantos que não serão citados ajudaram a preencher algumas lacunas deixadas pela oralidade. Ao misturar os diferentes grupos étnicos oriundos da diáspora do transatlântico, também houve a mistura das praticas religiosa e a partir desse processo, divindade que não eram cultuadas em determinada cidade na nação africana, ora até rival de determinado grupo étnico, no Brasil passou a ganhar respeito e admiração por parte dos africanos aqui residentes como escravos. Não demorou muito para o culto aos Orixás ser restabelecido e adaptado para uma nova forma de religião vigorando a miscigenação de cultos e praticas religiosa. Das nações que vieram para o Brasil a que mais influenciou aos cultos das divindades foi o Nagô que detinham o dialeto em Iorubá, isso explica a popularidade de alguns termos e nomes nesse dialeto embora houvesse muita variação dessa mesma língua nos diferentes grupos étnicos que compunha a nação. Entre os Nagôs (Iorubás) muitos eram da nação Ketu (Pessoa, 2014), oriundos do ataque ocorrido em 1780 pelos Daomeanos (Lopes, 2008. p. 48) onde foram feito milhares de escravizados levando a uma súbita redução da população de Ketu com a extinção da cultura desse povo em África (processo similar que ocorreu em Egbá onde ocasionou a transferência do culto a Yemanjá para o rio Ògún). Porem uma nova forma de culto ressurge no Brasil em forma de Candomblé. A nação de Ketu onde temos importantes instituições como O Ilê Axé Iyá Nassô Oká (terreiro da Casa Branca) a mais antiga casa de candomblé dessa nação localizada em Salvador é mais que um marco religioso, também é um símbolo de resistência e resgate de valores e cultura usurpado, mas que ressurge como ato de respeito e força da nação Ketu. Entre os Orixás que assume o panteão africano de divindades havia o deus dos raios e trovões, o Orixá fálico (Carneiro, 1991. p. 65) carrega em sua mão o poderoso machado de dois gumes chamado de oxé (osé). Para Verger (1997. p. 35), Xangô era referenciado como o Orixá dos raios e trovões apenas para os Oyos. Na cidade de Ifé (Ile Ifé), por exemplo, o titulo de deus dos raios e trovões foram dados a Oramfé, em Savé para Airá (embora seja considerada uma versão mais velha de Xangô).
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Similar a essas manifestações divinas dos deuses africanos, na antiga cultura Nórdica, existe a figura de Thor, também deus dos raios e trovões, carrega em sua mão um martelo e é filho de um poderoso deus Nórdico chamado Odin. No Brasil, essa associação pode ser curiosa tendo em vista que Xangô embora com grande similaridade a Thor, pois ambos são filhos de deus, ambos são deuses do raio e trovões, ambos empunham armas similares, ambos estão relacionados com justiça, ou seja, a diferença imediata e apenas que um tem origem africana enquanto o outro tem sua origem nórdica. Porem no Brasil Xangô e os demais Orixás e entidades que ser organiza dentro das religiões de matriz africana, é tratado como seres demoníacos principalmente por religiosos de matriz cristã em especial os integrantes do movimento religioso Neopentecostal. É fato que o inicio da perseguição das religiões de matriz africana no Brasil não começa pelos neopentecostais, pois nessa época eles sequer existiam porem ficou em cargo da igreja católica a proibição das praticas religiosas africana com a alegação de serem praticas feiticista e bruxaria, e a escravidão foi à forma que os brancos encontraram de salvar a alma dos nativos e dos negros por se tratarem de seres sem alma, pois por meio da escravidão os negros (e os nativos) tinham a oportunidade conhecer o cristianismo e abandonar as praticas demoníaca (ARAÚJO E ACIOLY, 2016. p. 571). [...] o batismo e a submissão às doutrinas da religião do colonizador representam bem a intolerância religiosa dessa época e como ela perpassou até os dias de hoje, sempre tendo como inferior tudo que deriva da cultura do colonizado ou escravizado.
É inegável a presença da cultura africana no Brasil e em grande parte, essa cultura é apresentada como manifestação artística que geralmente reúne musicalidade, dança, vestimenta e comidas típicas. Segundo Lopes (2008. p. 80) para a cultura africana a arte extravasa o aspecto estético e pode alcançar diversos níveis e organizações, além de finalidades várias como, por exemplo, a dança e a musicalidade e por meio dessas duas de expressão artística, os africanos e posteriormente seus descendentes realizam cerimônia de invocação e louvor a divindades, exaltação a feitos heróicos, suavizar um trabalho árduo
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ou manifestar um sentimento que estará presente em todos os momentos da vida do individuo, do nascimento à morte. [...] foi assim que a música da África chegou às Américas, com os escravos – nos cânticos religiosos e de trabalho, nos acalantos, na animação da dança ou na encorajando nas revoltas [...] em ccontato com a música européia e seus instrumentos, os africanos e seus descendentes experimentaram
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apropriaram-se dessas novidades, trazendo-as para o se universo e adaptandoas à sua cultura. Do mesmo modo que fizeram com as línguas dos colonizadores e sua religiosidade (LOPES, 2008. p. 80).
Ainda de acordo com Lopes (2008. p. 86) a dança trazida pelos escravizados eram rica de mímica e teatralidade. A cultura brasileira herdada dos Iorubás veio principalmente das danças dos Orixás e dos bantos foi herdada a dança em circulo e em cortejo expressa geralmente em enredo sendo denominadas de “danças dramáticas”. A natureza também é representada como parte constituinte na concepção artística dos afrodescendentes como é percebida na dança de alguns Orixás como a Oṣún (Oxum) em que dança como o cair das águas quando não está na qualidade de Oṣún Apará (um das qualidades de Oṣún). Movimento da água também faz os Iawos (iniciadas nas religiões de nação) quando em transe sobre manifestação de Iemanjá a rainha do mar sagrado, ou o movimento dos ventos quanto manifestado (a) por Oiá (Iansã) a Orixá dos ventos e tempestade, controladora dos mortos. Já nas danças circulares de origem Banto a performance ocorre no centro da roda por meio de gestos corporais a intenção é expressa e por meio desse processo surge algumas danças populares como a Umbigada ou o samba de roda. Os cortejos é percebido em alguns momentos da Congada, no Maracatu e outras que pode ter fim religioso ou episódio de guerras como é expresso no Maculelê. 5.1 ESPAÇO DE SOCIALIZAÇÃO DA CULTURA E ARTE DE MATRIZ AFRICANA NA GRANDE VITÓRIA 5.1.1 MUSEU CAPIXABA DO NEGRO O Museu Capixaba do Negro (MUCANE) está localizado no centro de Vitória/ES e é um espaço destinado à cultura e memória afrodescendente no Espírito Santo e fomenta ações em prol da valorização do negro na busca por sua identidade
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étnica e social por meio da dança, musicalidade, capoeira, literatura, roda de conversa, palestra e exposição todas gratuitas com formação de grupos de estudos e de apresentações para diversas finalidades que para a cultura e a arte afro-capixaba é de grande conquista tendo em vista, o processo maciço do racismo e a discriminação sofrida pelos negros no estado além de servir como alicerce para a atual e as próximas gerações na reconstrução da identidade afro-capixaba. 5.1.2 PROJETO RAIZ FORTE Localizado próximo a Rua Sete de Setembro no centro de Vitória/ES o projeto Raiz forte é um espaço de criação de cunho sociocultural não governamental voltado para o corpo negro em todo seu contexto inserido na sociedade na busca de seu reencontro e/ou autoafirmação e desenvolve diversas atividades e vivem que possibilita o reencontro do negro com sua ancestralidade propiciando a reconstrução de valores perdidos ou até desconhecido pela comunidade afro-capixaba. ODOMODE Odomodê que do Iorubá significa “Juventude” é o nome atribuído ao Núcleo Afro que desenvolve junto a comunidade jovens afrodescendentes de 13 a 29 principalmente do município de Vitória várias atividades artísticas e culturais que envolvem além da dança (Forró e break) e da musicalidade, desenhos, poemas, produção de fanzine, teatro, moda, roda de conversas, debates, fotografia, exibições de filmes, apresentações em escola e outros espaços culturais e também é objetiva fomentar o combate a desigualdades raciais e sociais e a luta contra o preconceito, a violência e a exclusão sendo um espaço de formação, convivência e participação dos jovens. 5.2 RELIGIOSIDADE E PRATICAS CULTURAIS DE MATRIZ AFRICANA No estado do Espírito Santo desde o final do século XIX surge segundo Maciel (1992. p. 57) a religião de Cabula que o autor define como prática cultural religiosa africana com grande importância para a religiosidade afro-capixaba, que devido à forte perseguição, hoje está restrito em numero muito reduzido nas cidades de São Mateus e Conceição da Barra, porem é uma religião que nasce a partir dos [...] escravos maltratados nas fazendas e nas cidades, refugiaram-se nas matas onde se reconfortaram espiritualmente a sua moda (Maciel, aput Novaes, 1992. p. 57) e fundamentou a 211 2
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religiosidade de várias outras expressões religiosas entre ela a Umbanda que das outras influências que recebeu, a Cabula teve um papel importantíssimo em sua formação sociorreligiosa da Umbanda no Espírito Santo. Ainda de acordo com o autor (1992. p. 128) a Umbanda está presente no Espírito Santo desde o ano de 1920 mesmo com as constantes perseguições as religiões de matriz africana que segundo Maciel os templos de Umbanda (e outras de matriz africana como o Candomblé e a Cabula) eram comparados a casas de “lazer” a prostibulos e seus frequentadores sofriam agressões morais, psicológicas e físicas sendo possível observar sinais dessas agressões em algumas cantigas de Umbanda (pontos cantados) que ocorrem em terreiros da Grande Vitória e do norte do Estado; Se a radio patrulha chegasse aqui agora, Seria uma grande vitoria, ninguém poderia correr, Agora, eu quero ver, quem é malandro não pode correr (cantiga de Umbanda cantada em um templo de Umbanda na cidade de Vila Velha). [...] a policia vem que vem brava, quem não tem canoa cai n’água, O barulho no beco ta fervendo, quanto penso que pago, to devendo, A Maria me disse que não bebe, mas de baixo da cama tem garrafa (cantiga de Umbanda cantada em um templo de Umbanda na cidade de Vila Velha).
Devido aos poucos registros que se tem da época (primeiras décadas do século passado) associada ao fato que muitos templos não eram registrados, fica difícil saber ao certo quantos terreiros havia nesse período, porem alguns templos se destacam tanto pela arquitetura quanto pela idade como é o caso do Atual Santuário de Umbanda Tabajara (antigo Templo de Umbanda Tabajara) localizado no bairro de Vila Tabajara fundado em 1945 e reinaugurado em 1952 pela sacerdotisa Maria de Lurdes que impressiona pela grandeza arquitetônica. Também é possível encontrar outros terreiros antigos como o Centro Espírita Paz, Amor e Caridade Canabibi em Jucutuquara fundado em 1949, o Centro Espírita de Aruanda do pai Silvino fundado em 1964 e outros mais novos porem com grande influência na religiosidade capixaba como o Centro Espírita São Vicente de Angola fundado em 1985 no bairro de Ilha da Conceição pelo sacerdote Pai Eraldo hoje dirigido por sua filha carnal, mãe Jussara e Centro Espírita São Cosme e São Damião no bairro de Ilha das Flores fundado em 1996 fundado pela Mãe Helena.
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Embora a Umbanda seja uma religião sincrética, ou seja, possui em sua estrutura sociorreligiosas os fundamentos de outras religiões como o catolicismo, o espiritismo Kardecista são as influências africanas que contornam a religião com mais força. As indumentárias associados às danças e a musicalidade (chamada de pontos cantados), auxiliam na formação da egrégora que impulsiona a religiosidade a diferentes status entre ele a cultura e a arte afro-brasileira. Na região sul do estado do Espírito Santo no bairro, na cidade de Castelo de Itapemirim o bairro de Zumbi é o de maior população negra da região e concentra numerosos terreiros de Umbanda que junto com outras manifestações cultural como o Samba, Caxambu e a Folias de Reis, colaboram com a formação afro-brasileira da região (DIAS, 2014. p. 30), Ainda de acordo com Dias (2014. p. 64) a religião de Umbanda foi à primeira religião a chegar a Castelo, trazida pela sacerdotisa Dona Eleny embora hoje tenha menos templos de Umbanda que foi o reflexo da inserção cristã por meio do catolicismo e protestantismo. O Candomblé em Vila Velha está concentrada na região 5, mais precisamente nos bairro de Santa Paula 1 e 2, Barra do Jucu, Riviera da Barra, João Goulart, Morada da Barra, Terra Vermelha, Normilha e Ponta da Fruta, isso possivelmente por serem bairro que até a década de 90 haviam poucas residências e a perseguição era menor tendo em vista que a instalação em bairros mais populosos. Amorim e Oliveira (2017) em um trabalho realizado pelo programa de Extensão Africanidade no Núcleo de Estudo Afro-Brasileiro (Neab) estuda 84 templos de Candomblé na grande Vitória com o objetivo de identificar e mapear os templos de Candomblés da região metropolitana da Grande Vitória. O Candomblé pode ser definido como [...] organização em comunidades denominadas casas, terreiros, Nzo e ilê que, por sua vez, estão agrupadas em unidades maiores denominadas axé e, mais acima, em unidades maiores denominadas de nações (AMORIM E OLIVEIRA. 2017. p. 9). Segundo Maciel (1992. p. 113) várias nações de Candomblé tem representante no estado do Espírito Santo, porem nem todos tem templos aberto e destaca a nação de Angola representado por quatro troncos, pela nação de Keto representado por três trocos a as nações Jeje e Jeje-Nagô sem a descrição de divisão por tronco embora faça 213 2
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referencia de zeladores e a outros títulos/funções do candomblé e todas essas nações são confirmadas por Amorim e Oliveira (2017). 5.2.1 DANÇA E MUSICALIDADES NAS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS Uma das características estrutural de todas as religiões de matrizes africana que cultua divindades é sem duvida a dança e a musicalidade que se apresenta nos rituais de forma variadas e sacra em momentos que antecedem os rituais públicos e posterior a eles. Na Umbanda admite-se que os cânticos é uma forma de louvar as divindades por meio de oração que se expressa por meio de melodia e rimas chamadas de pontos cantados e a dança que devem ocorre em momentos específicos tanto para os iniciados quanto para as divindades e entidades que se manifestam é um complemento da energia emanada dos pontos cantados porem também pode definir a característica da entidade que se manifesta como, por exemplo, um Preto-Velho que dança curvado, ou um Caboclo que dança simulando uma caçada, ou um boiadeiro que dança como se estivesse laçando uma boiada etc. No Candomblé não é diferente já que as divindades que possuem arquétipos bem definidos e expressam esses arquétipos por meio da dança então Ògún dança como se estivesse em batalha por ser a divindade ligada a guerra, ou Orisa lá (Òḅatalà) dança com movimento lentos e passos curto decorrente de sua idade.
5.3 CONGO O Congo é um dos folguedos mais populares do estado do Espírito Santo e reúne elementos africanos, indígenas e católicos em sua composição e pode participar pessoas de ambos os sexos e de diferente idade todos, portanto indumentária especifica que pode diversificar em cores ou adereços de acordo com a banda, os tambores geralmente de fabricação artesanal que lembra um pequeno barril coberta com couro em uma das extremidades em que é percutida com as mãos puras (sem ajuda de varetas ou luvas) acompanhado de uma espécie de “reco-reco” chamado no estado de “Casaca” que se destaca pelo tamanho e pela imagem talhada na parte superior (geralmente é uma 214 2
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cabeça) além de outros instrumento como o triangulo, pandeiro coberto com pele de anima (geralmente de boi, cabra ou gato) uma espécie de cuíca rústica também de pele (dos mesmos animais) entre outros instrumento e as comemorações mais populares com apresentação de bandas de Congo estão a festa do Caboclo Bernardo que é realizado em Regência distrito de Linhares e a festa de São Benedito que ocorre principalmente nos municípios de Vitória, Vila Velha, Viana, Serra e São Mateus.
5.4 TUCUMBI Cleber Maciel define o Tucumbi como um dança dramática com cortejo real que segue uma embaixada de guerra, com episódio de combates coreografadas, repetitivas e demoradas representando o Rei de Congo e o outro o Rei Bamba em que os participantes [...] vestem-se de longas batas brancas e rendadas com fitas coloridas, calças brancas, um vistoso chapéu enfeitado de flores de papel de seda ou/e plástico, capa comprida de tecido estampado e, na mão ou na cinta, uma espada (MACIEL, 1992. p. 68), quanto aos instrumentos tocado são apenas um pandeiro enfeitado com fitas ou não e um violão rústico ambos de fabricação caseira que para Maciel, esta organização sociocultural tratava-se de uma leitura que os afrodescendentes fazem da antiga prática comim dos reinos africanos ante do processo de destruição dos costumes africano resultado da colonização [...] A dramatização é uma das reminiscências ainda vivas da memória africana manifesta nessa que tem sido considerada uma das mais importantes manifestações da cultura afro-capixaba da região norte, São Mateus e Conceição da barra (MACIEL, 1992. p. 69). 5.5 CAXAMBU Também chamado de Jongo, Batuque ou Tambor, esse folguedo trata-se de um conjunto de práticas de origem angolana que reúne além da dança e da musicalidade, os elementos do candomblé embora com alteração resultado do sincretismo com o catolicismo em que os participante adornam-se com enfeites e adereços e as mulheres trajam saia rodada todos guiador por um mestre que realizam movimentos de passos na roda acompanhados de pulos no final de cada passo em que um solista canta (geralmente o mestre) e os demais respondem todos de forma harmônica e os
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instrumentos tocados seguem a características dos demais folguedos de origem africanas que são os tambores, cuida, chocalho (angóia). 5.6 SAMBA E PAGODE Maciel (1992. p. 66) relata que em Nova Almeida em 1854 haviam sancionado a postula n°3 que proibia os batuques, danças e ajuntamento de escravos porem em 1888 no município de Cachoeiro de Itapemirim ocorria um Pagode de Reis que reuniam grande quantidade de pretos em sua realização. Atualmente os pagodes acontecem não apenas em eventos públicos, mas também em espaço privados como em clubes e casas de shows, mas não deixou de ocupar as calçadas, bares e os fundos dos quintais, já o samba considerado para os capixabas o “de raiz” ou os de agremiação carnavalesca, ocorre dentro dos barracões de escolas de samba e na semana anterior ao do carnal do resto do país. Os principais instrumentos usados nos pagodes são; pandeiro, reco-reco, tantan, surdo, repique-de-mão todos de percussão e violão, cavaquinho, banjo, bandolim como instrumento harmônico, já os chamados samba de raiz utilizam em geralmente como percussão o pandeiro, reco-reco, cuíca e surdo já o harmônico geralmente são violão, cavaquinho e bandolim embora possam utilizar-se de outros objetos como instrumento como caixa de fósforos, garrafa ou prato percutido com colher. Já as escolas de samba trazem como de percussão pela bateria; surdo de primeira, de segunda e de terceira, sendo que o surdo de primeira dá a primeira batida (chama), o surdo de segunda da à segunda batida (resposta) e o de terceira floreia entre os dois (repica), a caixa ou malacacheta (a base da bateria), o repique de mão (usado para chamar e orientar a bateria), a cuíca, os chocalhos, os tamborim e os pratos (em geral esses três últimos compõem a primeira fileira de ritmista na bateria). Quanto a o instrumento harmônico são usados o cavaco e o violão. 6. CONCLUSÃO Por muito tempo a arte de origem africana foi considerada apenas como uma manifestação folclórica sem o devido valor sociocultural e histórico presente em seu bojo para a construção da sociedade brasileira, Não é claro para a maioria dos brasileiros o tanto quanto a arte africana contribuição para a formação do Brasil no aspecto sociocultural e histórico e a riqueza 216 2
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trazida pelos africanos de determinada etnia ao misturar com outros grupos étnicos africanos, ameríndios, portugueses e posteriormente os Italianos e Alemães favoreceram na grande diversidade cultura que é expressa de várias formas e estilos que chamamos de afro-brasileira. A dança e a musicalidade africana e afrodescendente tem o mesmo valor que as demais danças e musicalidade principalmente as rotuladas como clássicas, porem ainda é uma barreira para a sociedade brasileira contemporânea enxergar ou admitir que o produto artístico de matriz africana geralmente tratados de folclórico em um contexto desvirtuado e um tanto quanto pejorativo principalmente por termos o padrão eurocêntrico de avaliação da arte e por se tratar de cultura de negro vindo como escravo sendo então algo de baixo nível ou de cultura boçal. Entretanto a figura do negro e suas produções atualmente é motivação para varias áreas de pesquisa tanto no meio acadêmico quanto em outras áreas artística em que a dança e a musicalidade associada a outras pratica de matriz africana, reforça o reconhecimento das praticas africanas dentro do cenário das grandes produções artística do Brasil e do mundo a qual a arte da cultura negra é redescoberta e ganha destaque dentre várias outras por se trata de algo novo para as novas concepções artísticas.
7. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ALBUQUERQUE, Wlamyra de, Filho, Walter Fraga; Uma história do negro no Brasil , Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006. 322 p. CARNEIRO, E.; Candomblés da Bahia, 8° edição, Rio de Janeiro, 1991. 145 p. _____________; Negros Bantos. 2° edição, Rio de Janeiro, 18981. 115 p. _____________; Religiões Negras. 2° edição, Rio de Janeiro, 18981. 122 p. CUNHA, Lázaro; Contribuições dos povos africanos para o conhecimento cientificam e tecnológico universal. 2012 (?). 16 p. disponível em<htpp://www.acaoeducativa.org.br> acessado em 15/11/2016. DIAS, Silvia de Souza; O Bairro de Zumbi na Perspectiva de Território Negro e Lugar de Práticas Culturais Afro-Brasileiras em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. Dissertação. Centro de Ciência Humanas e Naturais da Universidade Federal do Espírito 217 2
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Coletivo Orixás e Cultos. APOIO
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