Contato, edição para abril de 2015: Jesus

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MUDE SUA VIDA.

DEUS FAZ ALGO NOVO Renovação, regeneração e recriação

Em busca da estação sul Uma jornada de fé

Escutando por nós duas Um convidado especial

MUDE O MUNDO.


Volume 16, Número 4

C O N TATO P E S S OA L que m é el e ? Pouco depois de haver curado “grandes multidões” e alimentado 4 mil pessoas pela multiplicação de alguns pães e peixes,1 Jesus perguntou aos discípulos o que as pessoas diziam a Seu respeito. Responderam-Lhe que alguns acreditavam que fosse João Batista, outros achavam que Ele fosse Elias, Jeremias ou algum outro profeta do passado que teria ressurgido dos mortos. Essas reações, que revelavam a grande admiração que o povo tinha por Jesus e que O consideravam um grande profeta, estavam, na verdade, bem aquém da resposta certa! Jesus então perguntou àqueles seguidores: “Quem vocês dizem que Eu sou?” É possível imaginar a cena: os discípulos baixam a cabeça e se entreolham, incertos do que dizer, até que Simão Pedro, aparentemente o mais franco do grupo, reuniu coragem e, em uma frase, declarou a verdadeira identidade e propósito de Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”2 Ao longo da Bíblia, Jesus é retratado de muitas formas: a luz do mundo,3 o bom pastor,4 o Deus vivo,5 nosso amigo,6 nosso Salvador,7 etc. Identificações à parte, o que é verdadeiramente maravilhoso é que cada um pode, à sua própria maneira, vivenciá-lO. Jesus nos encontra onde estivermos e muitas vezes se manifesta da maneira como cada um precisa e que fará mais sentido para cada indivíduo. A Contato não tenta estabelecer uma visão particular de Jesus e Sua obra, mas quer, com mais esta edição, ajudá-lo a aprofundar seu relacionamento com Aquele que sempre o amará e sempre buscará fazer o que for melhor para você.8

Contamos com uma grande variedade de livros, além de CDs, DVDs e outros recursos para alimentar sua alma, enlevar seu espírito, fortalecer seus laços familiares e proporcionar divertidos momentos de aprendizagem para os seus filhos. Para obter informações sobre a Contato e outros produtos criados para a sua inspiração, visite nossa página na internet ou contate um dos distribuidores abaixo.

www.activated.org/br www.contato.org www.lojacontato.com.br E-mail: revista@contato.org

Editor Mário Sant'Ana Design Gentian Suçi Diagramação Angela Hernandez Produção Samuel Keating

E para você? Quem Ele é? Mário Sant’Ana Editor

© 2014 Activated. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Tradução: Mário Sant'Ana e Tiago Sant'Ana. A menos que esteja indicado o contrário, todas as referências às Escrituras na Contato foram extraídas da “Bíblia

1. Ver Mateus 15:29–38.

5. Ver João 10:30.

2. Mateus 16:16

6. Ver João 15:15.

3. Ver João 8:12.

7. Ver Atos 4:12.

4. Ver João 10:11.

8. Ver Isaías 54:10.

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Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição Contemporânea, Copyright © 1990, por Editora Vida.


TOQUE deAMOR Chalsey Dooley

Acho que uma das coisas que me faz querer permanecer cada vez mais perto

de Jesus é a maneira personalizada como Seu amor toca minha vida. Ele faz coisas especiais para cada um. Às vezes, as notamos; de um modo geral, não. Há aquelas situações, porém, em que o que Ele faz não passa despercebido, mas não atribuímos o crédito corretamente. Deve deixá-lO triste, mas Jesus nos ama demais para desistir de nós, continua declarando e demonstrando Seu amor a todos e a cada um! Na adolescência, lidando com incontáveis emoções e intensa solidão, eu precisava sentir esse amor de alguma forma tangível. Um dia, vi à beira da estrada, o amor-perfeito mais mimoso. Era minúsculo. A flor propriamente dita era menor que minha unha e o

1. 1 João 4:19

caule do comprimento do meu dedo. Colhi aquela delicada beleza, levei-a cuidadosamente para casa e a deixei em um copo de papel, sobre o criado-mudo em meu quarto. Uma semana depois, a florzinha permanecia alegre e brilhante, como uma boa notícia. E isso me deixou feliz. Então aconteceu a coisa mais interessante, do tipo “uma vez na vida”. Notei que do caule delicado nasceram raízes que foram se estendendo e ficando cada vez mais fortes. Plantei a florzinha em um vaso, onde cresceu e deu origem a muitos botões. Fiquei maravilhada com o fenômeno em si, mas também senti que aquilo fora, de certa forma, uma reconfirmação de que meu Criador — que faz florezinhas crescerem à beira da estrada — estava comigo, trabalhando em minha vida e trazendo pequenas belezas para ladearem meu caminho.

Passaram-se dias, meses, anos e, sim, décadas, em que sempre aprendi a conhecer Jesus melhor e a amá-lO mais, ensinada por incontáveis toques especiais e manifestações do Seu amor. Coisas que para muitos pareceriam insignificantes quando comparadas a todas as mudanças e às tremendas necessidades no mundo inteiro fizeram uma tremenda diferença para mim. Mostrou-me que tenho valor para Ele que, assim, conquistou meu amor para sempre. Como o apóstolo João escreveu: “Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro.”1 Chalsey Dooley é escritora de literatura inspiracional para crianças e educadores. Mora na Austrália. Visite seu site: http://www. nurture-inspire-teach.com. ■ 3


Escutando por nós duas Joe Johnston

O campeonato estava nos playoffs. O Heat estava à frente

dos Lakers por 2 a 1, e a quarta partida da melhor de sete estava marcada para aquela tarde. Eu estava ocupada! Eu sempre estava ocupada, mas naquele dia ela tinha convidado amigos para o almoço, o que deu à palavra “ocupada” uma dimensão inteiramente nova. Ela tem muitos amigos. Não é estranho como as irmãs mais novas têm a tendência de ter mais amigos e colegas que as mais velhas? Eu tentava não dar bola. Não me interessava muito pelos amigos dela. Nunca me interessei. Por outro lado, é claro, queria dar uma boa impressão. E

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dar uma boa impressão se traduz em muito trabalho. A salada já estava pronta — era tudo enlatado, mas achei que ninguém notaria. Entretanto, a carne ainda estava congelada; o fogão, um desastre e as batatas esperavam ociosas sobre o balcão. Como se não bastasse, alguém se esquecera de lavar a louça do café da manhã. Vamos começar pelo início. Dando graças a Deus por seja lá quem for que tenha inventado o forno de micro-ondas, revesti-me de meu avental cor-de-rosa favorito e comecei a garimpar nas gavetas em busca de um descascador. O dia não tinha começado nada bem para


Para o cristão, o céu é onde Jesus está. Não precisamos ficar especulando como será esse lugar. É suficiente saber que estaremos lá para sempre com Ele. A vida começa quando encontramos alguém que amamos de todo o coração. Essa pessoa nos faz vivos e felizes. Assim é com Cristo. Neste mundo, nosso contato com Ele é um tanto nublado, pois não O vemos claramente, como se houvesse entre nós um vidro pouco transparente. É também espasmódico, pois somos criaturas pobres que não podem viver sempre nas alturas. Mas a melhor definição de céu é o estado em que sempre estaremos com Jesus e onde nada jamais nos separará dEle. —William Barclay (1907–1978)

mim e eu estava contando que o jogo mais tarde desse jeito nisso. Nada me faria perder aquela partida. Algumas pessoas sugerem que eu assista os jogos da liga feminina, na Home Shopping Network, mas sempre fui meio moleque. Enquanto eu desentupia a pia e procurava a vassoura, ouvi minha irmã e o amigo entrarem devagar e se esparramarem no sofá da sala. Sei que deveria ir lá e pelo menos dizer oi, mas eu estava muito ocupada. E conhecendo minha irmã, sei que ela podia fazer sala em nome de nós duas. Ela é trabalhadeira — não há dúvida. Mas cada vez que ele aparece, a menina tem um ataque de preguiça e larga tudo para ficar com o sujeito. Comigo não tem essa! Eu sabia que não tinha nada a ver deixar a casa uma bagunça só para ficar com um cara. Além disso, qualquer um que seja digno do meu tempo deve saber reconhecer alguém que cuida das coisas e não fica sentada de bobeira por aí. Meus dedos estavam molhados e... lá se foi em pedaços a saladeira! O que vou fazer? Será que fica ruim servir na de plástico? Um pedaço de vidro laranja ficou preso

na sola do meu sapato e eu ainda não encontrei a vassoura! Agachei para pegar os cacos maiores quando um pequeno espetou meu dedo. O sangue escorreu pelo meu pulso e chegou à manga da minha blusa. A gargalhada aguda de Maria invadiu a cozinha, vindo da sala — sem dúvida alguma compartilhava um momento especial com seu amigo. O pano de prato estava molhado, sujo e duas batatas caíram no chão quando em um movimento brusco as derrubei do balcão, que estava todo molhado porque a pia havia transbordado. Sim, havia sobrado água também para o piso da cozinha. Eu estava ficando tonta. Por que tudo estava dando errado? “Marta.” Alguém me chamava. Por que estaria me chamando? O que poderia querer comigo? Apressei-me até a sala. “Mestre! Não vê que minha irmã deixou todo o trabalho para mim? Não dá para pedir para ela me dar uma mãozinha?” “Marta, Marta” — disse, levantou e tocou meu pulso. “Você está agitada demais. Sua mente está a mil, mas o mais importante não é cuidar

de mim, mas escutar o que tenho a dizer e foi o que sua irmã escolheu. Você não espera que eu a prive disso, não é mesmo?” Balancei a cabeça e fiquei olhando para o chão. “Não. Acho que não.” — concordei com um nó na garganta. O sangue havia desaparecido. O corte na pele fora milagrosamente fechado. “Sente-se” — convidou-me. “Escute o que tenho a dizer.” Seus olhos se amendoaram quando sorriu e insistiu: “Por favor”. Nosso irmão, Lázaro, chegaria a qualquer momento do Hospital Memorial, onde fazia um tratamento. E a cozinha estava — ainda — um desastre. Mas o mais importante… Sentei com minha irmã e seu amigo. Escutei o que ele tinha a dizer. Eu não estava nem aí que o micro-ondas estivesse berrando para eu resgatar os filés que já passavam do ponto. Não fazia diferença que Heat e Lakers já haviam começado o jogo. Eu estava ocupada. Joe Johnston é blogueiro no México. Esta história é uma releitura de Lucas 10:38–42. ■ 5


A diferença de um nome Sukanya Kumar-Sinha

Li recentemente um artigo sobre como o som de certas palavras pode afetar nossas emoções. Vocábulos como aceitação, plenitude, abraço, brilho, humor, riso e brincadeira nos deixam com sentimentos positivos. O mesmo efeito tem o som do nome de uma pessoa amada. Experimente! Feche os olhos e diga o nome de alguém que você ama muito. Fez você sorrir, não foi? É o que sempre me acontece quando ouço “Jesus”. Basta o som do Seu nome para me fazer pensar em tudo que Ele é: melhor amigo, guia e consciência sempre presentes, fonte de minha força, verdadeiro confidente que conhece meus mais profundos temores, esperanças e pensamentos.

1. Ver 1 Tessalonicenses 5:17. 2. Ver Filipenses 2:10–11; Hebreus 13:15; 1 João 2:12. 6

A Bíblia nos encoraja a orar com respeito a tudo.1 Tento seguir esse conselho bem literalmente e, por isso, Jesus tem muitos papéis em minha vida. É meu consultor financeiro que me ajuda a avaliar as condições de uma compra que envolve valores maiores; é meu corretor, quando busco a casa certa para morar; e até faz o papel de chef quando devo cozinhar para muitas pessoas. E sinto que é o que Ele quer: ser parte de tudo na minha vida. Faz alguns dias, eu estava matutando sobre uma importante decisão pessoal. Minha escolha, fosse qual fosse, não teria volta e produziria consequências duradouras. Enquanto tentava chegar a uma conclusão, senti a pressão e a responsabilidade crescerem. Então uma voz falou dentro de mim: Por que se preocupar? Jesus está aqui! O som de Seu nome mudou minha perspectiva completamente. Lembrei

que Ele queria me ajudar na decisão e que, se Lhe pedisse, certamente me guiaria no caminho certo. Muitas vezes, me flagro cantarolando uma canção que aprendi na infância: “Há poder, poder no nome de Jesus”. O tempo passou e a certeza dessa verdade só cresce. Todos os nomes são bonitos. Nossos pais escolheram nossos nomes porque significavam algo para eles. Entretanto, o de Jesus tem em si um propósito único. “Jesus” significa “Deus conosco”, reflete Sua identidade, Sua divindade, Seu propósito como Salvador do mundo. É o que torna Seu nome tão precioso. Jesus é o nome que faz toda a diferença!2 Sukanya Kumar-Sinha é leitora da Contato e mora em Nova Deli, Índia, onde é Gestora Sênior de Programas em uma missão diplomática. ■


Alguém se importa

Evelyn Sichrovsky

Koos Stenger

“Você tem um minuto para conversar? É importante!” —

disse o jovem ao se aproximar com um sorriso. Conversar comigo? Por quê? Admito que ele parecia amigável, mas fosse lá o que ele quisesse falar, eu não estava interessado. Quando notei que ele carregava uma bíblia, concluí que estivesse convertendo gente e queria fazer de mim sua próxima vítima. De jeito nenhum! Nem pensar! — reagi internamente. Olhei para ele com desprezo. Que presunçoso achar que pudesse ter algo que eu precisasse! Por acaso leu o Livro dos Mortos, como eu? Teria estudado Yoga, como eu? Teria aquele proselitista alguma experiência com drogas alucinógenas, como eu? Que nada! Esse cara não tem nada para me acrescentar. “Sabia que Deus se importa com você?” — perguntou o jovem. “Claro que conheço Deus” — respondi com aspereza. “Eu sou Deus. E você também! Todo mundo é 1. Isaías 41:10

Amada

Deus. Somos todos partes do grande universo cósmico!” Ele pareceu confuso por um momento, mas logo deu um sorriso e disparou: “Acho que não, parceiro. Você não se parece com Deus!” Revirei os olhos e me afastei pisando forte. O problema, contudo, era que o rapaz tinha razão. Eu não me assemelhava nem um pouco a Deus. Por muitos anos, viajei pelo mundo em busca de uma resposta, até que, sozinho na minha confusão, uma voz soou em minha consciência: “Não temas, pois Eu sou contigo; não te assombres, pois Eu sou teu Deus!”1 Em outra cidade, encontrei outro jovem, que também tinha um sorriso grande e me disse: “Sabia que Deus se importa com você?” Dessa vez, mudei o tom: “Por favor, conte-me mais!” Isso faz quarenta anos e Ele jamais me deixou desde então. Koos Stenger é escritor freelance nos Países Baixos.■

Amada — Não por grandes feitos ou conquistas Não por minhas realizações e fama Não pelos meus momentos de êxito, Quando sou forte e cheia de fé Não por meus avanços corajosos Ou quando ignoro a noite, pois espero a manhã Amada — Pelo que sou, hoje, agora Tropeçando enquanto tateio pelo caminho Um coração de sonhos, temores e os muros que construí Começo coisas que não termino, subo e desço tantas vezes Uma vida sem acabamento, ainda bruta Uma pecadora resgatada, perdida e encontrada. Evelyn Sichrovsky estuda Letras com especialização em Língua Inglesa e se dedica a trabalhos voluntários. Vive com sua família em Taiwan. ■ 7


Deus faz algo novo Peter Amsterdam, adaptação

A ressurreição de Jesus foi a primeira fase da nova criação de Deus, um novo tipo de existência —

um corpo humano foi transformado pelo poder de Deus e deixou de ser afetado pela morte, degradação e corrupção. Isso foi algo inédito! “Sabemos que, havendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre Ele.”1 O corpo ressurrecto de Jesus não sentia mais as dores da tortura que havia sofrido — Suas costas foram dilaceradas pelas chicotadas, Sua cabeça machucada pela coroa de espinhos, Suas mãos e pés perfurados. Ele não estava mais esgotado ou exausto por tudo que sofrera. Seu corpo ressuscitado não era um espírito, mas físico e Seus discípulos o puderam tocar. Ele lhes ensinou,2 caminhou com eles,3 cozinhou para eles4 e comeu com eles.5 Em determinada ocasião, reuniu-se com 500 de Seus seguidores.6 40 dias após haver ressuscitado,7 ascendeu fisicamente para o céu,8 onde, em Seu novo corpo, senta à direita de Deus.9

Na qualidade de cristãos e como parte da nova criação de Deus, podemos esperar com antecipação pelo momento em que, quando da volta de Cristo, Deus ressuscitará nossos corpos.9 O apóstolo Paulo se refere à ressurreição fazendo analogia com uma semente da qual nasce uma planta completa.10 Ele explica que esses novos corpos serão imperecíveis, ressuscitados em glória e poder. Serão corpos espirituais.11 Por serem imperecíveis, não terão as fraquezas que têm agora. Não serão afetados pelo pecado e pela natureza humana após o pecado, como hoje, mas serão totalmente obedientes ao Espírito Santo

1. Romanos 6:9 2. Ver Lucas 24:27.

10. Ver 1 Tessalonicenses 4:16–17; 1 Coríntios 15:51–52.

3. Ver Lucas 24:13–15.

11. Ver 1 Coríntios 15:35–38.

4. Ver João 21:9–13.

12. Ver 1 Coríntios 15:42–44,49.

5. Ver Lucas 24:41–43.

13. Wayne Grudem, Teologia Sistemática, p. 832.

6. Ver 1 Coríntios 15:6.

14. Tito 3:4–5

7. Ver Atos 1:3.

15. Ver Gálatas 5:22–23.

8. Ver Atos 1:9–11.

16. O Jesus Que Eu Nunca Conheci (Editora Vida, 5ª

9. Ver Marcos 16:19. 8

impressão, 1995)


e guiados por Ele, como um corpo espiritual. Segundo Wayne Grudem, “nestes corpos ressuscitados, veremos claramente a humanidade como Deus tencionou que fosse”.13 Quando alguém aceita Jesus como Salvador, o Espírito de Deus passa a habitar nessa pessoa, que vivencia uma renovação e regeneração. A regeneração é a produção de uma nova vida, consagrada a Deus, uma mudança radical da mente. “Quando apareceu a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o Seu amor para com os homens, não por obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a Sua misericórdia, Ele nos salvou mediante a lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo” 14 Como parte da nova criação, o Espírito de Deus regularmente nos renova, nos muda e nos ajuda a nos revestirmos da mente de Cristo, na medida em que desenvolvemos e refletimos algumas características de Deus ao crescermos em amor, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, gentileza e autocontrole.15 É por isso que temos tanto a celebrar! O Espírito Santo de Deus vive em nós para nos ajudar, nos guiar e nos renovar. Somos parte da Sua nova criação. Viveremos eternamente em nossos novos corpos, gozando de perfeita saúde e livres dos efeitos do envelhecimento, de doenças ou outros males. Temos a honra e o privilégio de compartilhar com os outros as boas novas do Evangelho: o amor que Deus tem pelo indivíduo, a oferta de vida eterna, a ressurreição, o tornar-se uma nova criatura em Cristo Jesus hoje e parte da nova criação maior na eternidade. Sejamos motivados pela beleza da dádiva de Deus por Jesus, para dividir suas bênçãos com tantos quanto pudermos.

Peter Amsterdam e sua esposa, Maria Fontaine, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã. ■

Cheguei à conclusão de que há duas maneiras de olhar para a história humana. Uma é focalizando as guerras e a violência, a esqualidez, a dor, a tragédia e a morte. Por essa perspectiva, a Páscoa parece uma exceção de conto de fadas, uma contradição atordoante em nome de Deus. Isso dá algum alívio, embora, reconheço, quando meus amigos morreram, o sofrimento foi tão sobrepujante que qualquer esperança na vida após a morte parecia um tanto fraca e nada substancial. Há outro jeito de olhar para o mundo. Se eu tomar a Páscoa como ponto de partida, fato incontestável que revela como Deus trata Seus amados, então a história humana se transforma na contradição e a Páscoa em uma pré-estreia da realidade final. A esperança então flui como lava por baixo da crosta da vida cotidiana. Isso, talvez, descreva a mudança na perspectiva dos discípulos quando, a portas trancadas, discutiam os incompreensíveis acontecimentos do Domingo de Páscoa. Num sentido, nada havia mudado: Roma ainda ocupava a Palestina, as autoridades religiosas mantinham um prêmio por suas cabeças, a morte e o mal ainda reinavam do lado de fora. Entretanto, gradualmente, o choque do reconhecimento deu lugar a uma longa e lenta contracorrente de alegria. Se Deus pôde fazer isso... —Phillip Yancey16 (nascido em 1949) 9


Registro zerado Gabriel García Valdivieso

Era época de Páscoa e

minha autoavaliação não estava boa, pois não parecia que eu estivesse vivendo à altura das admoestações do Evangelho para amar os outros e viver altruistamente. Sentia que estava dando atenção demais às coisas materiais e passei a me esforçar muito para melhorar. E foi nesse período de avaliação que tive uma experiência um tanto curiosa quando voltava para casa, no auge da hora do rush, em um transporte coletivo lotado. Quando entramos no ônibus, dois rapazes gentilmente nos ofereceram seus assentos. Sally aceitou a oferta, mas não eu. “Obrigado! Vocês parecem bem cansados.”

1. Romanos 7:19 2. Christopher Spencer. 20th Century Fox, 2014. 3. Ver Colossenses 2:13–14. 4. Ver Efésios 2:8–9. 5. Ver Mateus 19:17. 10

Sentia-me bastante satisfeito com minha boa ação até que uma garota que estava sentada perto de onde eu permanecia em pé, deu um tapinha no meu braço e disse com um tom irritado: “Cavalheiro, o senhor poderia, por favor, controlar sua bolsa. Ela fica balançando e batendo em mim. E já faz algum tempo.” Lá se foi minha autoestima recentemente inflada pelas minhas boas maneiras! Desculpei-me, mas me senti horrível, como Paulo, quando disse: “Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço.”1 Enquanto eu preparava a mensagem para compartilhar com nosso grupo de estudo bíblico em alusão à Páscoa, vivenciava o paradoxo de me sentir culpado por minhas imperfeições, quando, na verdade, todo o propósito da morte de Jesus na cruz era nos salvar de nossos pecados e defeitos, e nos dar o poder para amarmos Deus e uns aos outros. Outro dia, enquanto assistia ao filme Filho de Deus2, sobre a paixão

de Jesus, entendi, de repente e mais uma vez, um princípio no qual não pensava fazia anos: no momento de Sua morte na cruz, Jesus zerou nosso registro.3 Pude ver que meus esforços para tentar viver um padrão inalcançável eram simplesmente vãos. Lá estava Ele, pregado na cruz, dizendo-me: “Paguei por você. Simplesmente vá e viva segundo Minha nova lei, o melhor que você conseguir. Estarei com você e o ajudarei.” A cena foi libertadora! Eu perdera, com o tempo, essa simplicidade e a certeza de que é tudo por graça e não por obras, esforços e exercícios de piedade.4 Foi maravilhoso relembrar que somente Deus é bom5 e somos apenas Seus instrumentos. Gabriel García Valdivieso é o editor da Conéctate, versão em espanhol da Contato, e membro da Família Internacional no Chile. ■


Apostar na certa Luis Azcuénaga

Sou muito competitivo e

sempre gostei de aventuras e riscos. A ideia de investir um pouco para obter grandes retornos sempre me fascinou. Gosto de praticar esportes e de jogos de uma maneira geral, mas desde pequeno, eu tinha de apostar algo, mesmo que fosse numa partida de ping pong ou em algum jogo de tabuleiro, ou não me dedicaria tanto à disputa nem desfrutaria a competição. Quando me tornei adulto, apaixonei-me pelo pôquer e, várias vezes, virei a noite jogando com amigos nos fins-de-semana.

1. Ver Mateus 13:45–46. 2. Mateus 6:19–20,33 3. João 8:32

Então passei por uma mudança grande e inesperada. Jesus entrou em minha vida e Suas palavras começaram a mexer comigo, mudar aos poucos minhas perspectivas, metas, valores e prioridades. Comecei a entender que as verdadeiras recompensas são celestiais, não terrenas e que eu podia ter o bem mais precioso que existe: a vida eterna. Fiz como o homem da parábola que Jesus contou, que vendeu todos os seus bens para comprar uma pérola.1 Eu sabia que era uma “aposta segura”, porque tinha as melhores garantias — recompensas eternas fundamentadas nas promessas de Deus: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões arrombam e roubam.

Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem destroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam. Buscai primeiro o Seu reino e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”2 Desde que tomei a decisão de seguir Jesus e investir em coisas eternas, meu desejo por coisas materiais desapareceu. Ainda gosto de jogos e praticar esportes, mas não tenho mais a necessidade de apostar como antes. É o cumprimento de outra promessa maravilhosa: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”3 Luis Azcuénaga é membro da Família Internacional em Bogotá, Colômbia. ■ 11


Joyce Suttin

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Minha infância foi marcada pela fé. Jamais

duvidei da existência de um Deus amoroso que Se importa com a minha vida, atende às minhas orações e me ajuda no dia-a-dia. Eu orava desde que comecei a falar, cantava canções sobre Jesus e O amava. Ele era uma presença muito real na minha vida. Quando meus tios-avós faleceram, não foram ocasiões de angústia, mas celebrações da passagem deles para um mundo melhor. Na adolescência, porém, comecei a questionar os princípios da fé que me fora ensinada quando criança.

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Passei a ver meus pais, sua crença em Deus e na Bíblia como algo falível. Logo deixei de crer, comecei a duvidar e depois me tornei agnóstica. O que ouvia e via no mundo ao meu redor não combinava com a fé infantil que aprendera na infância. Quando eu falava com grandes argumentos do meu novo sistema de fé, meus pais simplesmente sorriam e me diziam que estavam dispostos a me escutar, mas não podiam se afastar daquilo que sabiam ser o certo. Esse período de busca espiritual coincidiu com minha mudança de uma cidade pequena no norte do estado de Nova York para Boston,

em Massachusetts. Um dia, decidi ir para casa de trem. Fiz reserva com antecedência e estava certa de que sabia como chegar de metrô à Estação Sul. Depois de algum tempo nos túneis do “T”, como as pessoas de Boston chamam o metrô, desembarquei e subi uma escada longa até chegar à ofuscante luz do nível da rua. Eu sabia que a Estação Sul ficava ali, mas olhei em todas as direções e não a vi. Protegi-me do sol sob um arco enorme que havia ali, mas não conseguia encontrar a estação. Consultava o relógio repetidamente, preocupada que perderia o trem. Pedi


informações a alguém que passava por ali, mas o homem me olhou com estranheza e seguiu seu caminho apressado, sem responder. Então decidi atravessar a rua. Depois que o movimento de carros amainou um pouco, tornei a olhar para o outro lado da rua, onde me encontrava fazia poucos instantes. Em letras gigantescas, três metros acima da calçada, estavam as palavras “South Station” (Estação Sul). Bem ali, onde eu havia saído da estação do metrô, ficava a de trem, e a entrada era justamente o arco à sombra do qual me refugiara até meus olhos se ajustarem à luz. Era tão grande que

de onde eu estava anteriormente não consegui ver. Somente depois de me afastar entendi que eu estava exatamente no lugar que procurava. Logo depois daquela experiência, comecei a perceber que eu era diferente dos meus amigos descrentes. Para começar, eu gostava de almoçar em um lindo cemitério antigo na Rua Tremont, cujas sepulturas datavam dos anos 1600. Um dia, um amigo almoçou comigo ali e questionou: “Você não acha um pouco estranho vir a um cemitério para espairecer? Não faz você pensar na morte? Não a deixa com medo?” Pensei naquelas coisas enquanto terminava meu sanduíche. “Na verdade, não tenho medo algum” — respondi. “Para mim, a morte é apenas uma passagem deste mundo para o próximo, um tipo de renascimento. Acredito que, quando morrer, vou para um mundo muito maior e melhor”. O que me diferenciava dos meus amigos era que, lá no fundo, eu ainda tinha fé. Ainda acreditava em Deus e em Jesus. Poucos dias mais tarde, escrevi para meus pais contando sobre o que me acontecera na Estação Sul e sobre o período no qual me envolvi

com o agnosticismo. Eu já não tinha dúvidas quanto ao que eu realmente acreditava. Agradeci-lhes pela fé que me haviam transmitido, assim como por terem sido tão pacientes e compreensivos comigo. Eles sabiam que eu só precisava “atravessar a rua e olhar para cima”. O tempo passou, tive oito filhos e conforme os vi crescer, observei-os duvidar de sua fé e dar um passo atrás. Tentei seguir o exemplo de meus pais e ser compreensiva, imaginando-os de pé sob o arco da Estação Sul, procurando por ela. Oro por eles, certa de que aquilo que buscam está bem ali — acreditem eles ou não — e oro que levantem os olhos e percebam onde estão. Às vezes, todos nos sentimos perdidos e nos perguntamos onde Deus está. Procuramos a fé e o sentido da vida, e acabamos encontrando-os bem ali, à nossa frente, e tudo que precisamos é ir para outro ponto de observação para vermos que estamos no nosso lugar. Joyce Suttin é professora e escritora. Vive em San Antonio, Texas. ■ 13


UM AMIGO PARA A VIDA Momentos de quietude Abi May

Tenho um grande amigo, em quem confio completamente. Abre o coração comigo e me sinto completamente à vontade para fazer o mesmo com ele. Ele sabe tudo que penso, sinto e entende o que é importante para mim. Tenho-vos chamado amigos, pois tudo o que ouvi de Meu Pai vos tenho dado a conhecer. — Jesus, João 15:15 Direi do Senhor: “Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.” — Salmo 91:2 A palavra de Deus é viva e poderosa e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois lados. … vai até o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas. — Hebreus 4:12 (NTLH) Nem sempre me comporto como deveria, mas meu amigo nunca me 14

julga. Sempre fica ao meu lado, pois é assim que Ele é. Se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas. — 1 João 3:20 Eu a ninguém julgo. — Jesus, João 8:15 Se somos infiéis, Ele permanece fiel; porque não pode negar-se a Si mesmo. — 2 Timóteo 2:13 Ele me ajuda quando estou em apuros. Às vezes, quando não consigo discernir para onde devo ir, Ele me aconselha. Volta e meia, vai adiante para que eu possa seguir Seus passos. Em outras ocasiões, ilumina o caminho para eu ver à frente. Quando tira para fora todas as ovelhas que Lhe pertencem, vai adiante delas, e elas O seguem, porque

conhecem a Sua voz. — João 10:4 Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra, e luz para o meu caminho. — Salmo 119:105 Passei por dificuldades bastante sérias recentemente. Foi complicado para mim. E lá estava Ele, ao meu lado, sempre pronto para ajudar. O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. — Salmo 121:2 Eu sou o Senhor teu Deus, que te toma pela tua mão direita, e te diz: “Não temas; Eu te ajudarei.” — Isaías 41:13 Mas Ele não aparece só quando as coisas vão mal. É um grande amigo e ótima companhia para celebrar e sabe tudo sobre desfrutar a vida. Ele tem um bom equilíbrio entre saber quando rir e ser feliz, quando chorar e quando ser solidário.


DE MÃOS DADAS PELA ETERNIDADE

A E DEPOIS Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar. — Eclesiastes 3:4 “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.” — Jeremias 29:11

Ele não é exclusivista. Não leva em conta nosso manequim, idade, gênero, raça ou posição na sociedade. Ele aceita todos que vêm a Ele.

Ele não é meu único amigo. Os outros fazem algumas coisas que Ele faz, mas ninguém, nem de longe, é tão constante quanto Ele.

Oro para que, segundo as riquezas da Sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder pelo Seu Espírito no homem interior, para que Cristo habite pela fé nos vossos corações. E oro para que, estando arraigados e fundados em amor, possais perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. — Efésios 3:16–19

Certamente estou convosco todos os dias, até a consumação do século. — Mateus 28:20

Abi May é escritora freelance e educadora na Grã-Bretanha. ■

Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância. — Jesus, João 10:10

Jesus, Você nos disse: “Creiam em Deus; creiam também em Mim.”1 Acredito que Você é o Filho de Deus, que morreu por mim e ressuscitou para derrotar a morte.2 Por favor, perdoe-me pelos meus erros e falhas, entre em minha vida, cuide de mim com Seu amor, hoje e pela eternidade. Se Cristo habita em um homem, como seu amigo e nobre líder, então o homem tudo pode suportar, pois Cristo nos ajuda, nos fortalece e jamais nos desampara. É um verdadeiro amigo. — Teresa de Ávila (1515–1582) Existe apenas um alicerce seguro: um relacionamento genuíno e profundo com Jesus Cristo, que o ajudará a superar qualquer provação. Por piores que sejam as tempestades à sua volta, você permanecerá firme em Seu amor. — Charles Stanley (82) Faminto de amor, Jesus olha para você. Sedento de bondade, roga a você. Carente de lealdade, espera em você. Desabrigado em busca de um teto, pede abrigo em seu coração. Você quer ser essa pessoa para Ele? — Madre Teresa (1910–1997) A alma que se entrega totalmente e sem reservas a Deus será preenchida com Sua paz. Quanto mais próximos nos tornamos dEle mais fortes, firmes e tranquilos nos tornaremos. — Jean Grou (1731–1803) ■ 1. João 14:1 2. Ver 1 Tessalonicenses 5:10. 15


Com amor, Jesus

Vamos viver!

Se você já Me conhece, sabe o segredo para experimentar a vida plenamente. Sou muito mais que um personagem histórico que existiu há dois mil anos. Vivi e morri naquela época, é verdade, mas também ressuscitei e sou tão vivo e ativo hoje como quando estava na Terra. E porque vivo, você pode ter vida e amor de verdade, agora e para sempre, em um mundo sem limites e eterno. Não há dor que Eu não possa sanar, tristeza que Eu não possa converter em alegria, necessidade além da Minha capacidade de prover e vazio que Eu não seja capaz de preencher. Estou vivo hoje em todo coração que Me recebe. Sou ativo e trabalho. Sempre que Me dão uma oportunidade, renovo, restauro, embelezo e melhoro as coisas. Deixe-Me viver em você!


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