MUDE SUA VIDA. MUDE O MUNDO.
ALTOS E BAIXOS Aprendendo e crescendo
Flertando com o fracasso Dois acidentes e uma lição
Papel de boba Enfrente seus temores
Volume 19, Número 3
C O N TATO P E S S OA L
O segredo
As decisões a serem tomadas aparecem em todas as formas e tamanhos. Diariamente, temos de decidir o que comer, onde nos exercitarmos, como usar o tempo, etc. Ao longo dos anos, formamos hábitos e não pensamos mais nessas escolhas. Quem toma boas decisões desde cedo, normalmente não tem de se preocupar com elas. O acúmulo de pequenas escolhas ruins, entretanto, dá origem a maus costumes que podem causar danos duradouros em nossas vidas, no nosso relacionamento com Deus e com os outros. Como não é fácil manter uma produção constante de boas decisões, Deus e Sua Palavra estão sempre disponíveis para nos ajudar. Ele é nosso Pai e, os pais querem sempre intervir em favor de seus filhos, quando estes precisam. Ao contrário de nós, contudo, que tantas vezes nos vemos diante de limitações quando tentamos ajudar os nossos filhos, Deus pode transformar até mesmo as situações mais desesperadas em vitórias importantes. Quando Jerusalém estava sitiada por um exército enorme, Ezequias, rei de Judá, recebeu uma carta com ameaças do rei inimigo. O monarca judeu entrou no templo de Deus, estendeu a carta no altar, implorou ajuda e foi atendido.1 Experimente. Na próxima vez em que se sentir numa sinuca criada por revezes, atrasos, questões pessoais ou de relacionamentos, pegue uma folha e faça uma lista com as ameaças. Depois, aponte para o papel e diga: “Querido Deus, estes são os problemas que tenho. Por favor, ajude-me.” Ao longo da Bíblia e da história, os grandes homens e mulheres de Deus dependiam dEle e, como resultado, deixaram um legado de fidelidade. Se seguirmos essa fórmula, vamos poder fazer o mesmo!
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Samuel Keating Gentian Suçi
© 2018 Activated. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Tradução: Mário Sant'Ana e
Mário Sant’Ana Editor
Tiago Sant'Ana. A menos que indicado o contrário, todas as referências às Escrituras foram extraídas da “Bíblia Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição Contemporânea, Copyright © 1990, por
1. Ver 2 Reis 19:14–19,32–36. 2
Editora Vida.
Por Joyce Suttin
ENFRENTANDO MUDANÇAS E PODANDO ÁRVORES Os podadores de árvores finalmente deram o ar da graça. Eu vivia um conflito
interno: parte de mim ansiava por ver as plantas podadas; parte tinha medo de como poderiam ficar. Fazia tempo que o desbaste precisava ser feito, mas como eu gostava daquele jeito de selva, protelei ao máximo ligar para os homens que fazem as podas. Chegaram esta manhã e eu tive de me controlar para não ir lá fora toda hora para lhes dizer como deviam fazer seu trabalho. Já vi podadores perpetrarem verdadeiras devastações em árvores, das quais sobrou pouco mais que um tronco desprovido de galhos e folhas, cuja beleza levou anos para ser recuperada. Mas cada vez que eu olhava pela janela para ver como estava indo o trabalho, tinha uma surpresa positiva.
Eles eliminavam pequenos ramos que haviam crescido excessivamente nos contornos das copas. Depois, com a motosserra, derrubaram galhos maiores que não estavam mais saudáveis. Dedicaram toda a manhã a uma única árvore, como cirurgiões cuidadosos, removendo os males que drenavam a força do paciente. É um pouco como acontece em nossos corações. É assustador admitir erros e a necessidade de mudanças profundas. É preciso coragem para serrar os galhos de nossos problemas pessoais, pedir a Deus que elimine as coisas que atrapalham nosso crescimento, nossa saúde espiritual e nossa felicidade. É um processo dolorido e o som da “motosserra” assusta o coração. É nessas horas de vulnerabilidade, nas quais nos expomos para enfrentar nossas fraquezas, que devemos
ter o cuidado de não apenas sair arrancando o que estiver pela frente de qualquer jeito, a ponto de destruir coisas que são saudáveis e belas. É o momento para a ação das mãos delicadas e precisas do cirurgião cuidadoso, para não destruir as partes saudáveis do corpo que está sendo operado. Precisamos da paciência de podadores como os que contratei hoje, dispostos a demorar o necessário para identificar e subtrair somente os ramos excedentes, mortos ou perigosos, poupando os galhos maiores e belos, provedores de sombra no verão. Essa poda paciente e atenta permite que a árvore volte, na primavera, forte em sua individualidade, mais bela e brilhante. Joyce Suttin é professora aposentada e escritora. Vive em San Antonio, Texas. ■ 3
Ninguém se torna interessante sem erros. Quanto mais você falhar e se recuperar, mais melhorará. Conhece alguém para quem tudo dá certo sem que tenha que fazer nenhum esforço? Elas são rasas como uma poça na calçada. Ou não existem. — Chris Hardwick (b. 1971)
ALTOS E
Por Maria Fontaine, adaptação
Recentemente eu estava pensando na questão de
decisões erradas, depois de ter feito algumas que me deixaram desanimada. É natural gostarmos de ver que fizemos as escolhas certas e podemos ver com clareza os benefícios que delas advêm, mas é mais difícil imaginar algum resultado positivo das más decisões. Elas não são raras e vão desde as de pouca importância, que normalmente ignoramos, esperando que ninguém perceba, às de grande envergadura, com consequências importantes. Já se sentiu inútil, derrotado, achando que, por mais que faça, nunca vai conseguir se redimir dos erros? A impressão é de ter perdido bênçãos e de que sua vida jamais será tão boa ou completa como poderia ter sido sem essas confusões. 1. Romanos 8:1 4
Acredito que o Senhor quer que vejamos nossos altos e baixos sob a ótica da fé. Quer seja uma decisão certa, quer errada, podemos aprender com ela. Na verdade, penso que em alguns casos saímos ganhando tanto quanto ou até mais com as decisões erradas. As boas escolhas normalmente resultam em bênçãos e uma conexão mais forte e ágil com o Senhor. Quanto às más, apesar de, em muitos casos, implicarem em um caminho mais longo e acidentado, podem nos ajudar a aprender lições e a crescer. Se buscarmos a orientação do Senhor, nossas más decisões nos ensinarão lições e nos aproximarão dEle. Nossos erros servirão para nos identificarmos com outros a respeito das falhas deles. No final, o Senhor vai nos ajudar a superar as dificuldades resultantes dos nossos erros. Nós nos tornaremos mais sábios e estaremos mais bem preparados para a fase seguinte do nosso crescimento espiritual.
BAIXOS Em minha vida, fiz algumas escolhas catastróficas, diante das quais resta-me aprender e seguir em frente. — James Nesbitt (n. 1965) As pessoas mais bem-sucedidas são aquelas que aprendem com seus erros e transformam seus fracassos em oportunidades. — Zig Ziglar (1926–2012) Convidar Jesus para entrar em sua vida é a melhor decisão que você pode fazer. É só convidá-lO: Querido Jesus, por favor, entre em meu coração, perdoe-me pelas escolhas erradas que fiz. Ajude-me a aprender com meus erros e a melhorar no futuro. Amém.
Jesus pode transformar nossos erros e decisões erradas em maiores vitórias — se Lhe permitirmos. A Bíblia promete: “Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus!”1 Ele gosta que reconheçamos o crescimento conforme aceitamos o que Ele quer nos mostrar com a situação. Isso faz parte das coisas “positivas” que Ele nos ajuda a aprender. Veja o caso do filho pródigo, teimoso, rebelde, cobiçoso e egoísta. Apesar de ter trilhado um caminho mais longo e difícil do que o do irmão mais velho, entendeu o amor do pai por ele e amadureceu com o sofrimento. Perdeu a herança material, mas ganhou algo muito maior. Aprendeu o valor do legado espiritual, o amor do seu pai, infinitamente maior do que as coisas que antes lhe pareciam mais importantes. O irmão mais velho foi sábio na sua decisão de cumprir as obrigações designadas pelo pai e foi recompensado, mas também
fez escolhas más, que lhe renderam aprendizado e crescimento, como, no caso, a sua falta de compaixão e perdão pelas falhas dos outros. Tudo isso faz parte da vida. O esforço para tomar as decisões certas vai nos poupar muitas dificuldades e problemas. Mas em algum momento vamos errar. Estamos aqui para aprender e crescer. É impossível não errar jamais. A meta é usar as decisões boas e sábias ao máximo, e transformar os erros e escolhas erradas em experiências de aprendizado. Esses altos e baixos nos ensinam muito mais sabedoria e a profundidade da misericórdia e compaixão de Deus para podermos compartilhar isso com outros. Maria Fontaine e seu marido, Peter Amsterdam, são diretores de A Família Internacional, uma comunidade cristã. ■ 5
Por Elsa Sichrovsky
O FIM do CAPÍTULO Vanessa acenou para mim
quando as portas fecharam e vi o trem levar embora uma amizade de seis anos. Conhecemo-nos no Ensino Fundamental e nosso interesse comum em escrever histórias e a preferência que compartilhávamos por romances deram início a um relacionamento que resistiu aos altos e baixos de nossos anos de adolescência. Então, ela ganhou uma bolsa de estudo e foi para o exterior, em busca de sua graduação. A mim restou tentar entender como seguir em frente, apesar de sentir que aquela separação tirara o chão de sob meus pés. Obviamente sempre soubemos que um dia nos separaríamos, mas quando aconteceu, fiquei desestruturada. Nas primeiras semanas, a ausência de minha amiga
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me despertou para a grande dependência que eu tinha dela. Quando estávamos juntas, em vez de eu passar tempo com vários amigos, ficava na zona de segurança com Vanessa e nossos poucos amigos em comum. Era mais fácil adotar as opiniões de alguém agradável e inteligente como ela, em vez de desenvolver as minhas próprias. Sempre segui suas indicações de livros e filmes, por exemplo. Ser tremendamente leal não era uma coisa ruim, mas percebi que eu evitava assumir os riscos pessoais de formar uma convicção própria e traçar meu próprio caminho. Eu também ficava assustada só de pensar na turbulência emocional que seria chegar à idade adulta sem a segurança da validação de minha melhor amiga e do seu apoio emocional.
Vanessa e eu mantivemos contato por mais ou menos um ano, mas, aos poucos, fomos nos afastando. Foi triste ver despedaçadas as esperanças de manter nossa amizade. Entretanto, em retrospectiva, é fácil ver que isso deu um novo e importante ímpeto à minha vida. Vi-me forçada a fazer amigos e a me virar sozinha. Não poder pedir a opinião da Vanessa para tudo me obrigou a sondar meu próprio coração e contemplar as questões por mim mesma. Apesar de ter me sentido solitária e abandonada, entendo agora o que Faraaz Kazi escreveu sobre amizade: “Algumas pessoas vão partir, mas esse não é o fim da história. É o fim do capítulo delas na sua história.” Elsa Sichrovsky é escritora freelance. Vive com sua família em Taiwan. ■
A dádiva da Por Marie Alvero
O ano não foi terrível, mas foi difícil. Nossa família se
viu às voltas de muitos desafios relacionados ao trabalho, à saúde e de natureza financeira. Minha esperança era que este ano seria mais suave, mas não está sendo. Contudo, quero compartilhar com você algumas coisas que Deus está me ensinando, pois dessas provações advieram algumas coisas maravilhosas. Certo dia, eu estava irritada e desanimada com respeito à falta de dinheiro. De novo. Eu também estava muito, mas muito cansada. Mesmo eu dando tudo de mim, as contas nunca fechavam. Abri a Bíblia e li o Pai Nosso: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje.”1 A imagem é de dependência, de um sustento que tem de vir de Deus diariamente para garantir a sobrevivência de cada dia. Isso não descreve a rotina de uma pessoa correndo por 1. Mateus 6:11
aí como louca tentando fazer tudo, mas de alguém que confia que Deus proverá o bastante. Todos os dias. É constrangedor depender tanto de Deus? Não sugere incompetência, preguiça ou falta de sucesso? Tive de revisitar a maneira como vejo a escassez, para ver as coisas que Deus está tentando me mostrar. Aprendi ser uma oportunidade para maior proximidade de Deus, para aprender a confiar na Sua bondade em vez de nas minhas habilidades. Não me refiro apenas à falta de recursos financeiros. Há outras formas e dimensões a ser consideradas, tais como solidão, incapacidade física e várias outras. Observei que minha primeira reação à sensação de escassez ou a um vazio interior é buscar algo que me faça sentir melhor: amigos, coisas, entretenimento, realizações e “produtividade”. Contudo, agora mesmo, estou em uma posição em que me vejo forçada a dar uma boa
olhada no que está acontecendo em meu coração e vida. Estou chegando à raiz de alguns de meus temores e outros problemas, e estou grata por esta oportunidade de crescimento espiritual e falta de distrações. Conforme a fase da vida, há momentos em que desabrochamos e crescemos, mas há outros em que nos recolhemos, nossos ramos se veem desnudos e nossas raízes buscam maiores profundidades, para sobrevivermos ao inverno, seguros de que a primavera virá na sequência. Se você estiver passando por um período de escassez, talvez seja algo que Deus esteja usando para demonstrar Sua bondade. É possível que Ele queira lhe ensinar Sua fidelidade e a beleza de depender dEle. É nosso bom pastor e cuidará de nós. Marie Alvero foi missionária na África e no México. Vive atualmente no Texas. ■ 7
o d n a t Fler o com o s s a frac Por Joseph M ai
Eu caminhava rapidamente ao entardecer em direção ao
ponto de ônibus depois de um dia cansativo no trabalho. Não queria perder o ônibus, pois sabia que demorava a passar. Em frente à loja de conveniência ali perto, vi um adolescente com óculos de sol Oakley e um terno elegante — Mais parecia um candidato a segurança do Presidente da República. Tive de rir, porque a cena me remeteu a um incidente da minha adolescência. Conversava com uns colegas quando um amigo nosso passou a toda em sua nova moto, fez o retorno e parou perto de nós. Achei aquilo o máximo. A maneira de ele 8
andar, falar, até as roupas e o gel no cabelo eram incríveis. “Quer dar uma volta?” — perguntou-me. O tom de sua voz me fez sentir finalmente aceito na turma. Colocou a moto na minha frente e lembro que pensei não fazer diferença o fato de eu nunca ter pilotado uma moto. Eu só conseguia pensar na sensação incrível de partir velozmente rumo ao pôr-do-sol e os créditos do filme descendo pela tela ao som de solos de guitarra. Quando eu voltasse e parasse a moto quase em cima deles, meus amigos diriam: “Maneiro, cara!” Infelizmente, não foi bem assim que aconteceu. Acelerei com vontade e, num piscar de olhos, a moto
voou sobre o porta-malas do carro estacionado do outro lado da rua. Caí como um balão furado, sem saber onde colocar a cara. Quando cheguei em casa naquele dia, fui direto para o quarto e me joguei na cama com roupa e tudo. Dormi o dia inteiro e nada me fazia sentir melhor. Dez anos depois dessa humilhação, passei por outro desagradável incidente. Nossa, que meninos barulhentos! Pensei, enquanto fazia uma curva fechada no caminho sinuoso na montanha. O barulho das crianças ficava cada vez mais alto e eu, cada vez mais irritado. Acho que devo tomar uma atitude, pensei com os
meus botões. Nesse momento uma das crianças gritou: “Vou jogar isto pela janela!” Automaticamente virei para trás e em uma fração de segundo ouvi o som de metal e plástico se chocando. Eu havia invadido a outra pista e batido em um veículo que vinha sentido oposto. É estranho o que acontece nesses acidentes de carro. Não tem música de suspense, luzes piscando nem fumaça negra. Só se ouve um estrondo. Na delegacia de polícia, senteime diante de uma jovem policial. Que sofrimento foi ouvi-la descrever o acidente passo a passo e ter que confirmar tudo. Ao meu lado, o
motorista do outro carro se limitava a indicar com a cabeça também concordar com o relato. Alguns momentos depois, outra policial me fotografou. Nem deu tempo para eu arrumar a camisa e melhorar um pouco o visual. Só não sucumbi na delegacia porque o carro tinha seguro total. Pelo menos era o que eu pensava até conversar com o corretor mais tarde e descobrir que a cobertura contratada só daria conta de parte das despesas. Ao que pagaria a seguradora, tínhamos de acrescentar uns R$ 2000. E como se não bastasse, estávamos mudando de casa! Aquela noite foi péssima! Sob as cobertas, tentei me esconder do
mundo. Só queria dormir e não pensar em nada. Mas aquele acidente teve um elemento diferente do que aquele que provoquei com a moto: a bênção do consolo da minha querida esposa e do relacionamento íntimo com um Amigo que nunca me desamparou. “Quer que eu ore por você?” — sussurrou minha amada carinhosamente, sentada ao meu lado. Depois da oração, meu coração abatido foi inundado por alívio e conforto. A situação me fez lembrar do rei Davi. Ele deve ter ficado bem triste depois de algumas “trombadas” na vida pessoal e pública. Aquele escândalo do “roubo de esposa” deve 9
É impossível viver sem falhar em alguma coisa, a menos que você viva de forma tão cautelosa que pode não ter sequer vivido de verdade e, nesse caso, o fracasso é garantido. — J. K. Rowling (n. 1965) Precisamos ensinar aos homens altamente educados que falhar não é uma desgraça e que é necessário analisar cada erro para descobrir sua causa. Falhar com inteligência é uma das mais importantes artes no mundo. — Charles Kettering (1876–1958)
ter sido uma humilhação.1 Culpa e desânimo muito provavelmente o tomaram por conta das ações de seus filhos, a quem ele tanto amava, mas sobre quem não tinha nenhum controle: Absalão e Adonias.2 Não consigo sequer imaginar as críticas e as acusações que sofreu quando Deus julgou toda a nação por causa do pecado do monarca.3 No entanto, foram exatamente esses fracassos – não o fato de ter matado o gigante ou derrotado 1. Ver 2 Samuel 11. 2. Ver 2 Samuel 15; 1 Reis 1. 3. Ver 2 Samuel 24. 4. Salmo 34:18 NVI 5. 2 Coríntios 12:9 10
Cada vez que você falhar, recomece. Isso o tornará mais forte e o aproximará de um propósito. Talvez não o que você tinha originalmente, mas um com o qual você se alegrará quando lembrar. — Anne Sullivan (1866–1936) Sou muitíssimo orgulhoso das bênçãos que Deus me concedeu. Ensinou-me que posso cair, mas que também posso me levantar. Espero poder aprender com os meus erros e ter a oportunidade de me fortalecer e melhorar. — Martin Lawrence (n. 1965)
os inimigos do seu povo — que ensinaram Davi a verdade que humilha, mas liberta: sem o Senhor nós somos uma bagunça. Certa vez ele admitiu com muita gratidão: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.”4 É como a citação que memorizei certa vez e me deu ânimo depois de alguns erros que cometi: “Admitir continuamente para nós mesmos que somos uma grande porcaria pode evitar aquele espírito orgulhoso que nos faz criticar e condenar as pessoas.” Jesus criou você exatamente do que jeito que você é, e é assim que Ele ama você!
Certa vez, Cristo disse o seguinte para animar o apóstolo Paulo: “Minha graça é suficiente, pois o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.”5 Portanto, se você se flagrar flertando com o fracasso, não desanime! Há um amigo que jamais deixará você, mas o ajudará a resistir ao desânimo, à desesperança e o acolherá em Seu consolo, aceitação e perdão. Joseph Mai é missionário e escritor. Vive atualmente em Taiwan. ■
DE UM ABRACO DE
URSO
NA MUDANCA
Por Curtis Peter van Gorder
Um amigo me deu um conselho para tentar me ajudar a receber bem as mudanças em minha vida. Minha esposa e eu morávamos no Oriente Médio fazia sete anos e estávamos muito felizes, mas víamos que estávamos atingindo o período pré-aposentadoria. Ao longo dos anos, criamos raízes e sentíamos que tínhamos pouco solo para nos desenvolvermos e que chegara a hora de sermos transplantados para outro solo, com novos desafios. Como tantas vezes acontece, quando uma porta se fecha, outra se abre. No meu caso, foi um convite para trabalhar em Mumbai, na Índia. Eu já havia visitado a cidade antes e estava ciente dos desafios físicos que encontraria, assim como da fascinante e recompensadora experiência que teríamos. Lembrei do que meu amigo dissera sobre abraçar a mudança. Se a mudança pudesse ser personificada, acho que seria um urso. Então seria o caso de dar 1. Ver https://activated.org/en/life/the-whole-you /personal-growth/item/542-deserted-phone-booths 2. http://elixirmime.com
um abraço de urso na mudança. De um modo geral não queremos mudar. Queremos que as coisas melhorem, mas preferimos evitar o esforço que mudar tantas vezes requer. Certa vez li a seguinte reflexão: “Todo mundo é a favor do progresso mas não de mudanças. Temos uma relação de amor e ódio com a mudança. Queremos que as coisas continuem como são, mas melhorem.” Sou assim. Às vezes, ajuda imaginar como sua vida seria sem mudanças. A alternativa à mudança seria as coisas continuarem como são. Em várias cidades há inúmeros telefones públicos que servem como monumentos fantasmagóricos a um sistema de comunicação outrora tão relevante. Lá estão eles, testamentos silenciosos do famoso adágio: “Mude ou morra!”1 Quer saber se abraçamos a mudança e fomos para Índia? Sim! E começamos ali um maravilhoso capítulo de nossas vidas. Curtis Peter van Gorder é roteirista e mímico 2 na Alemanha. ■ 11
A D I V A H N I M
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MINHAS DECISÕES.
MEU FUTURO.
Por Natalie Brooks
Todos provavelmente já ouvimos estes pensamentos: • O mundo é a sua ostra. • Não há limites. • No meu dicionário, não existe a palavra impossível. • Nunca desista. • Se você pode sonhar, consegue fazer. • A melhor maneira de conhecer o futuro é criá-lo. 1. Mateus 19:26 NVI 2. Filipenses 4:19 3. 2 Coríntios 9:8 4. Romanos 4:20–21 5. 2 Crônicas 26:5 6. Ver Romanos 8:28. 12
• Sucesso é 1% inspiração e 99% perspiração. Parecem bons pontos, mas no final eu estava pensando: “Legal, mas…” Então lembrei que a Palavra de Deus nos diz coisas muito semelhantes: • E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.”1 • E o meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo a Sua gloriosa riqueza em Cristo Jesus.2 • E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra.3
• Ele não duvidou da promessa de Deus, deixando-se levar pela incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, estando certíssimo de que o que Ele tinha prometido também era poderoso para cumprir.5 • Enquanto buscou o Senhor, Deus o fez prosperar.5 Tenho um relacionamento pessoal com Jesus. Sei que Deus me ama. E tenho a fonte da verdade nas mãos que é a Bíblia e outros textos inspirados na fé em Deus. Acredito que tenho muito a oferecer ao mundo, e deveria aproveitar as vantagens e muitas oportunidades que se me apresentam para servir,
O.
retribuir, encontrar realização e traçar um caminho rumo a um legado que dará orgulho aos meus amados e a Jesus. Então por que às vezes a minha “realidade” não é assim? Há ocasiões em que me sinto pequena, preterida, perdida, sem rumo. No meu íntimo, sei que sou abençoada, tenho conhecimento, entendimento da fé e valiosos dons espirituais. Mas, às vezes, não consigo combinar tudo para aproveitar ao máximo esses dons. Quanto mais me sinto assim, pior fico, até chegar a um ponto em que começo a me perguntar se algum dia ainda encontrarei o caminho para uma vida melhor, um relacionamento mais profundo, um estilo de vida mais saudável. Quando me sinto travada ou incerta quanto à minha condição atual, pode ser confuso ou frustrante tentar “consertar”, ou sequer saber por onde começar. Então cheguei a uma conclusão que tem me ajudado: Esta é a minha vida, e eu determino como ela vai ser. Percebi que nem mesmo Deus pode viver por mim; tenho de assumir a responsabilidade pelas minhas decisões. Fiz uma lista de alguns obstáculos que me puxam para trás e me travam. Inércia. Continuar agindo automaticamente é mais fácil do que mudar. Escolher e seguir a trajetória da minha vida exige energia, sacrifício e movimento. Sei que sem determinação e foco continuarei na vidinha de sempre.
Medo. Medo de errar, de ficar constrangida, do sucesso, do fracasso, de ter de trabalhar demais. Tanto medo paralisa. Acho que o temor nos faz acreditar que a nossa situação poderia piorar e, portanto, não vale a pena arriscar mudar. Procrastinação. Deixar para depois é a receita perfeita para a estagnação. As expectativas de outros. A opinião dos outros pode me impedir de efetuar mudanças e me aventurar em território desconhecido. Tento me concentrar no fato de que vou estar diante de Deus sozinha. Não serei julgada ou abençoada de acordo com o que outros achavam que eu devia ter feito. Deus vai considerar o que eu efetivamente fiz, como conduzi a minha vida. Em última análise essa responsabilidade é só minha, de mais ninguém. Falta de clareza. Algo lhe diz que precisa mudar. Você sente inquietude e desconforto. Seu sexto sentido lhe diz que o Senhor tem algo novo e melhor reservado para você, mas como não sabe ao certo em que direção deve seguir ou o que fazer, você espera. Já passei por isso. Acho que o segredo é fazer algo, pois conforme avançamos, as coisas ficam mais claras. É preciso coragem para seguir Deus. É preciso coragem para tomar decisões e mudar. É preciso coragem para assumir riscos.
É preciso coragem para alinhar a vida às nossas mais nobres aspirações, em vez de sucumbirmos à mediocridade. É preciso coragem para ir mais fundo e nos tornarmos as pessoas que queremos ser, em vez de nos escondermos atrás de justificativas, ou colocarmos a culpa nos outros. É preciso coragem para viver a verdade e cumprirmos o que Deus espera de nós. É preciso coragem para ficarmos no rumo e enfrentarmos as tempestades que inevitavelmente surgem depois que decidimos mudar. Depois que reunirmos a coragem para reconhecer o que precisa mudar, o próximo passo é agir. O hoje é tudo que temos e nossas ações estão criando nossa vida e legado. Estes são os desafios que tenho diante de mim: • Assumir as rédeas da minha vida. • Identificar os obstáculos que estou enfrentando ou o que está me travando. • Ter coragem. • Agir. Devemos pedir a Deus coragem para agir no sentido do cumprimento de nossos sonhos, podemos ter certeza que não estamos sós. Deus é por nós. Ele não pode viver por mim, mas se eu der um passo na direção certa, Ele fará com que todas as coisas contribuam para o meu bem, em Seu tempo, a Seu modo.6 Natalie Brooks vive no Texas, onde é escritora freelance. ■ 13
Por Marie Story
PAPEL DE BOBA Tenho uma boa amiga que
decidiu jogar tênis. Comprou todo o equipamento e marcou a primeira aula. Ao chegar à quadra, logo percebeu que não era a única pessoa no lugar. Havia crianças no parquinho, pessoas caminhando com seus cachorros e um grupo assistindo a um jogo de beisebol ali perto. Apesar de ninguém estar assistindo ao seu treino, ficou muito preocupada com o que pensariam dela. A aula começou, mas ela estava tão nervosa que não conseguia sequer acertar a bola. Ficava olhando ao seu redor para ver se alguém a estava observando. Sentia-se tola e desajeitada, além de idiota por querer aprender a jogar tênis. No final, o instrutor foi ter uma conversinha com ela: “Ninguém
1. Ver Josué 6:1–27. 2. Ver 1 Samuel 17. 3. “John Grisham celebra o 20º aniversário de Tempo de Matar,” por Dennis Moore, USA Today 4. Filipenses 4:13 14
consegue aprender se não se arriscar e fazer ‘papel de bobo’ no início.” Explicou que deveria parar de pensar em si mesma e na sua aparência na quadra, ou seja, não se importar com o seu desempenho. Quando ouvi essa história, fiquei pensando que isso acontece muito e não só nos esportes. Morei quase oito anos no México, mas nunca consegui falar mais do que o básico do espanhol. Minha irmã, se tornou fluente em menos de dois anos. Sabe o que fez a diferença? Ela não é mais inteligente, não tem um Q.I. acima do normal, não tem uma facilidade especial para aprender idiomas nem passou mais tempo estudando. O principal motivo do seu sucesso foi que ela simplesmente se arriscava. Eu me retraía porque não sabia dizer algo direito, mas ela se arriscava; ela tentava. Eu evitava ficar com pessoas que só falavam espanhol, mas minha irmã, aproveitava a oportunidade para praticar o idioma. Ela falava muita coisa errada e às vezes fazia papel de boba. Na verdade, eu própria zombava dos seus erros, mas ela nem ligava. Via que tinha pronunciado errado, procurava corrigir e tentava de novo. Podemos perder ótimas oportunidades de fazer coisas legais simplesmente por medo de errar, de fazermos papel de bobo. E mais importante que
isso, podemos até deixar escapar o plano de Deus para nossas vidas. Talvez o ridículo sofrido por alguém não pareça muito relevante em comparação com a meta que essa pessoa atingiu, mas ninguém começa a vida como herói. Cada um se arriscou a fazer papel de tolo para chegar a alguma grande realização. Quando Josué e os filhos de Israel queriam tomar o controle de Jericó, tinham um exército forte e haviam derrotado muitas cidades, mas Deus lhes disse para caminhar ao redor da cidade em vez de lutar. Imagine o que eles devem ter pensado no terceiro ou quarto dia: “Já estamos andando há dias e ainda não aconteceu nada. O exército de Jericó está rindo de nós. Acho que estamos fazendo papel de bobo.” Mas não desistiram e seguiram as instruções de Deus, mesmo que parecessem uns bobos. Resultado: a muralha caiu e a cidade foi conquistada.1 Davi certamente era quem aparentemente tinha menos chances de enfrentar o gigante Golias. Faltava-lhe treinamento no uso de armas, qualificação para batalhas ou histórico de enfrentar gigantes. Além do mais, ele era um adolescente magrinho. Mas não deixou isso impedi-lo de jeito algum! Por acaso parou quando as pessoas riram dele por se oferecer para lutar contra o gigante? Será que se deteve quando Golias zombou dele? Não e não! Davi entendeu ser a melhor pessoa para a tarefa e não deixou nada se interpor no cumprimento do seu destino. Foi em frente, mesmo fazendo papel de bobo e, com uma funda, lançou a pedra que matou o gigante.2 Tempo de matar, a primeira obra ficcional de John Grisham, um dos mais lidos autores americanos, começou como um fracasso. O livro foi rejeitado por 16 agentes e 12 casas publicadoras. Finalmente, uma pequena editora imprimiu cinco mil exemplares, mil dos quais foram adquiridos pelo próprio Grisham para
vender pessoalmente. Ele fez o seu próprio lançamento, promovendo seu livro na biblioteca da sua cidade natal e em diversas bibliotecas em todo o estado. Demorou meses para vender todos os exemplares. Imagino que tenha sido constrangedor tentar vender seu próprio livro para estranhos e que em algum momento tenha pensado: Deixa para lá. Não nasci para isso. Mas, Grisham não desistiu e foi nesse período que começou a escrever um segundo livro, A Firma, que se tornou um sucesso instantâneo. A sua determinação compensou.3 A Bíblia nos diz que “tudo podemos em Cristo que nos fortalece”4 Não diz que tudo sairá perfeito, ou “tudo será fácil e você não parecerá um tolo jamais”. Se fosse o caso, não precisaríamos dEle para nos dar forças, mas poderíamos fazer tudo sem o mínimo esforço. É preciso força para se arriscar a fazer papel de bobo. É preciso força para falhar e continuar tentando. É preciso força para tentar algo que parece maluco ou irrealista. Mas essa é justamente a força que Deus promete nos dar. Você tem evitado algo por medo de falhar? Está fugindo de algum desafio na sua vida porque não quer correr o risco de se expor? Se for o caso, pare! Dê meia volta. Encare o desafio, ouse fazer papel de bobo, e vença! Marie Story mora em San Antonio, Texas, onde trabalha como ilustradora e conselheira voluntária em um abrigo para moradores de rua. ■ 15
Com amor, Jesus
PANELAS E FRIGIDEIRAS Em uma cozinha de alguém que gosta muito de cozinhar e sabe o que faz, você não vai encontrar um paneleiro perfeito e reluzente. As panelas têm manchas de gordura, partes amassadas e outros defeitos. Essas imperfeições impedem a preparação de belas refeições? Não. Peça a qualquer chef para lhe mostrar suas panelas favoritas. Provavelmente serão as que ele mais usa, as testadas e comprovadas pelo uso, e a condição de cada uma delas vai indicar isso. Agradeça-Me pelos desafios na sua vida. Confie que estou ao seu lado e lhe mostrarei o próximo
passo. Confie que ajudarei você a superar esse período e a se tornar uma pessoa melhor, mais sábia e mais forte, que realizará o que sei que produzirá os melhores resultados para você, para os outros e para o Meu reino. Em vez de lamentar os erros ou perder tempo desejando ter agido de outra maneira, peça-Me para usá-la exatamente nas circunstâncias em que se encontra. Você pode ser uma dessas panelas úteis nas quais sempre se pode confiar, sempre disponíveis e valiosas para Mim, o seu grande chef. Juntos podemos fazer maravilhas!