MUDE SUA VIDA. MUDE O MUNDO.
PÃES E ORAÇÕES Uma receita
Meu companheiro de lavar louças Amizade com Deus
O melhor do Céu O pão da vida
Volume 19, Número 8
C O N TATO P E S S OA L
A rolha e a barra de aço A Bíblia ensina que “a oração de um justo é poderosa e eficaz.”1 Mas a maioria provavelmente se pergunta quanta diferença suas orações fazem, especialmente depois de pedir por muito tempo e com muita intensidade a mesma coisa a Deus, sem obter o resultado desejado. Quando estava reunindo o material para esta edição, encontrei a seguinte ilustração: No galpão de uma fábrica, uma barra de aço pesando mais de 200 quilos foi suspensa por uma corrente. Próxima a ela, uma rolha de tamanho típico pendia por um fio de seda. “Quando voltarmos a este ponto — explicou o guia da visita às instalações — verão algo aparentemente impossível. A rolha terá posto a barra de aço em movimento.” O homem então acionou um mecanismo que fazia com que a peça de cortiça repetidamente se chocasse com suavidade contra a peça de aço. Depois de observarem a cena por um ou dois minutos, os visitantes continuaram o tour. Em dez minutos, a barra começou a vibrar e, ao cabo de uma hora, o grupo pôde ver a pesada barra se balançando como o pêndulo de um relógio. Portanto, da próxima vez que sentir que suas orações não estão surtindo efeito, lembre-se da rolha dessa história. Com frequência, as pessoas e as situações não mudam de uma hora para a outra, mesmo depois de orarmos. Contudo, cada oração é como o golpe da rolha contra a barra de aço. Mesmo que não pareça fazer uma diferença imediata, com o tempo veremos como Deus agiu em resposta às orações que fizemos. Mário Sant’Ana Editor
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Samuel Keating Gentian Suçi
© 2018 Activated. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Tradução: Mário Sant'Ana e Tiago Sant'Ana. A menos que indicado o contrário, todas as referências às Escrituras foram extraídas da “Bíblia Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição Contemporânea, Copyright © 1990, por
1. Tiago 5:16 2
Editora Vida.
Perdida em LIVERPOOL
“Ouvirão a voz dEle atrás de vocês, dizendo: ‘O caminho certo é este; andem nele’.” — Isaías 30:21 NTLH
Por Rosane Pereira
Desde muito pequena ouvira que Deus era onipresente. Fazia uma ideia
vaga do que isso significaria e imaginava algo como algum tipo de energia cósmica —, mas, desde então, tenho tido algumas experiências que mudaram esse entendimento. Aos 18 anos, no início dos anos 1970, eu estudava e morava em Londres quando aceitei Jesus em minha vida e nosso relacionamento começou. Eu tinha o hábito de fazer longas caminhadas no parque sozinha, mas com a sensação de que havia alguém comigo, andando ao meu lado, como um velho amigo. Com isso, em vez de solitária, eu me sentia revigorada. Certa vez, fui convidada por uns amigos a uma convenção política de jovens em Liverpool. Interessava-me 1. Salmo 46:1
mais pela cultura hippie do que por política, mas decidi ir, pois vi uma chance de visitar aquela cidade sem gastar muito, já que os custos seriam compartilhados. O evento foi realizado em um complexo esportivo e incluía várias palestras cujos temas não me lembro. Estava mais ligada em conhecer os points de beatlemaníacos e, na última tarde na cidade, convenci uma amiga a ir comigo nessa exploração. Ainda me lembro do céu límpido e do delicioso clima de primavera. Foi uma tarde maravilhosa, mas quando a noite começou a cair, percebi que eu não fazia nenhuma ideia do nome da rua onde me hospedara. As construções naquela área eram muito parecidas e os quartos que tínhamos alugado eram parte da casa de alguém, de forma que não tinha placas nem nada assim.
Minha amiga começou a ficar preocupada, mas eu não. Sentia comigo a mesma presença que me acompanhava nas caminhadas pelos parques londrinos, garantindo-me que tudo ficaria bem. Havíamos andado umas 12 quadras quando uma vozinha falou dentro de mim: Vire à esquerda agora. Fizemos conforme eu fora instruída e, pouco depois, vi o resto do grupo com o qual eu viajara em frente da casa onde estávamos hospedados. A Bíblia diz: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia”1 e foi o que se provou ser verdade naquele momento. Rosane Pereira é professora de inglês e escritora no Rio de Janeiro. É membro da Família Internacional. ■ 3
PEÇAM, BUSQUEM, BATAM Por Peter Amsterdam, adaptação
O sétimo capítulo de Mateus 7, a parte final do
Sermão da Montanha, contém várias afirmações sucintas com importantes ensinamentos para os cristãos. Nessa passagem, Jesus trata da oração, dando continuidade ao que vinha falando no Sermão: não orar como os hipócritas que querem ser vistos pelos outros1 ou como os pagãos que falam em vão ou pensam que suas orações serão respondidas por serem repetidas incessantemente;2 mas orar 1. Ver Mateus 6:5–6. 2. Ver Mateus 6:7–8. 3. Ver Mateus 6:9–13. 4. Mateus 7:7–11 5. Mateus 5:45 6. Romanos 10:12–13. 7. John Stott, A Mensagem no Sermão da Montanha, 187. 8. 2 Coríntios 12:7–9 9. Salmo 22:1–2 4
a Deus com o entendimento de que Ele é nosso Pai no céu que nos ama e vela por nós.3 “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois aquele que pede, recebe; o que busca, encontra; e ao que bate, se abre. Qual dentre vós é o homem que, quando o filho lhe pede pão, lhe dará uma pedra? Ou, pedindolhe peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?!”4 Jesus perguntou o que os presentes fariam se um filho lhes pedisse pão ou peixe, alimentos típicos da Palestina naquela época. Obviamente ninguém daria à criança uma pedra ou uma serpente no lugar do alimento pedido. Como era seu costume, Jesus usou o argumento a fortiori, ou seja, por causa de uma razão mais forte. Se
pais terrenos dão coisas boas aos seus filhos quando estes pedem, quanto mais Deus o fará pelos Seus filhos quando estes Lhe pedirem? Se pais humanos, que são pecadores, amam seus filhos e atendem os seus pedidos com coisas boas, quando nós pedirmos ajuda ao nosso Pai, devemos esperar que Ele nos atenda. Alguns argumentam não ser necessário orar, já que muitos que não oram ou sequer creem em Deus parecem estar bem. Trabalham e são remunerados, portanto, podem comprar as coisas que precisam, sem terem de pedi-las a Deus. John Stott abordou essa questão ao escrever sobre a diferença entre as dádivas de Deus na condição de Criador e aquelas que Ele concede por ser nosso Pai: É preciso distinguir entre as dádivas da criação e as da redenção. Certamente é verdade que Ele concede dádivas (colheitas, bebês, alimento, vida) quer as pessoas orem, quer não; quer acreditem, quer não. Ele dá a todos a vida e os meios para viverem.5 Envia a chuva do céu e as estações são as mesmas para todos. O mesmo sol nasce sobre os bons e os maus. Ele ‘visita’ a mulher quando esta concebe e, posteriormente,
ao dar à luz. Nenhuma dessas dádivas depende de as pessoas O reconhecerem como Criador e O buscarem em oração. Todavia, as dádivas de redenção concedidas por Deus são outras. Ele não distribui a salvação para todos indistintamente, mas derrama Suas riquezas sobre todos que clamarem por Ele, “porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”6 O mesmo se aplica às bênçãos posteriores à salvação, as ‘boas coisas’ que Jesus diz que o Pai dá aos Seus filhos. Elas não são materiais, mas espirituais — perdão diário, livramento do mal, paz, maior fé, esperança, amor, ou seja, a obra do Espírito Santo como uma ampla bênção de Deus.7 Na Oração do Senhor, Jesus nos ensinou a orar pelos dois tipos de dádivas. O pão nosso de cada dia é uma dádiva da criação, enquanto que perdão e livramento estão entre as concedidas após a salvação. Pedimos a Deus perdão e livramento porque essas dádivas são dadas apenas em resposta à oração. Também nos é dito para orarmos pelas necessidades materiais, porque é apropriado reconhecer nossa dependência física do Pai.
Voltemos agora à primeira parte desta passagem: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois aquele que pede, recebe; o que busca, encontra; e ao que bate, se abre.” Jesus estava afirmando categoricamente que toda oração obterá uma resposta positiva e que receberemos tudo que pedirmos? Um dos princípios para o entendimento das Escrituras é comparar o que lemos em um versículo específico com os ensinamentos das Escrituras em geral. A Bíblia deixa claro que nossas orações não são sempre atendidas da maneira como gostaríamos, como podemos verificar nestes versículos: Para que não me exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne… Três vezes orei ao Senhor para que o afastasse de mim. Mas ele me disse: “A Minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.”8 Deus meu, eu clamo de dia, mas tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego.9 5
Esses versículos nos ensinam e nossa experiência deixa muito claro que Deus nem sempre atende nossas petições como gostaríamos. Nosso Pai celeste não é nosso “office-boy cósmico”, pronto para nos obedecer em tudo. Entretanto, mesmo se alguns de nossos pedidos não forem atendidos conforme nossa preferência, podemos ter a paz que vem da certeza de que Ele, em Seu amor e sabedoria, sabe o que é melhor. Ainda bem que Deus não nos concede tudo que pedimos em oração. Se o fizesse, provavelmente oraríamos menos, por causa dos efeitos indesejados de nossos pedidos, os quais não havíamos previsto. Essas e outras promessas sobre conceder nossas orações não são 10. Ver João Stott, A Mensagem no Sermão da Montanha, 187. 11. Lucas 22:42 6
juramentos de Deus de que faria tudo que pedíssemos, sempre que Lhe apresentássemos petições e nos termos por nós definidos. Se fosse assim, a oração se converteria em um fardo que seríamos incapazes de levar.10 Somente nosso Pai onisciente, perfeitamente benévolo e cheio de toda sabedoria sabe como e quando as orações devem ou não ser atendidas. Voltando ao exemplo das crianças que pedem coisas aos seus pais: se um menino pedisse uma serpente, em vez de um peixe, o pai, motivado por amor e desvelo, não lhe concederia seu pedido. O conhecimento e sabedoria do pai, assim como seu amor pelo filho, o impediriam de atender esse pedido específico da criança. Em vez disso, por entender que a criança está com fome, oferece-lhe algo mais adequado para seu consumo. É comum os pais recusarem ou protelarem atender o pedido dos filhos, ou lhes dar algo que, apesar de não ser o que fora pedido, responde à necessidade. Nosso Pai Celeste com frequência trata da mesma forma nossas orações. Somos incentivados a orar — pedir, buscar e bater — para assim recebermos, encontrarmos
e termos acesso a oportunidades. São numerosas as promessas nas Escrituras de que Deus atenderá nossos pedidos. Contudo, apesar de não estar assim especificado em cada passagem com promessa, existe o princípio orientador dessas promessas de que Deus é bom, deseja o melhor para nós, ama-nos profundamente, quer conceder nossos pedidos e que, por ser nosso Pai amoroso, atenderá nossas orações conforme aquilo que sabe ser o melhor para nós. Oramos em fé, sabendo que Deus nos atenderá com base no que sabe ser o melhor para nós ou para os outros, por causa do Seu profundo amor por nós. Vimos a Ele com nossas necessidades e desejos; confiando que no Seu completo entendimento, sabedoria e bondade, dEle receberemos “sim”, “não” ou “espere”. Podemos confiar que Ele sabe como melhor reagir a cada uma de nossas orações, e orar conforme o exemplo de Jesus: “Não se faça a minha vontade, mas a tua.”11 Peter Amsterdam e sua esposa, Maria Fontaine, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã. ■
O MELHOR DO CÉU Por Bonita Hele
Eu tinha 15 anos e ficava na expectativa da viagem que fazíamos toda sextafeira para a praia. Toda semana,
durante o verão, nosso grupo de jovens improvisava alguma apresentação de música e teatro à beira-mar para compartilhar a mensagem do amor de Deus com quem estivesse por lá. Quando pouco antes de sairmos de viagem recebemos uma doação generosa de pão e salgadinhos de uma padaria, alguém sugeriu: “Vamos levar para a praia!” Ao chegarmos e anunciarmos que havia comida grátis, um grupo de pessoas com aparência empobrecida se aproximou de nós. Muito gratos, aceitaram o que oferecemos, exceto dois homens que reclamaram por não havermos trazido seu tipo de pão favorito. Não aceitaram o que tínhamos para oferecer e foram embora, de mãos vazias, murmurando suas queixas. Logo depois, uma jovem se aproximou. À sua frente, um carrinho duplo de bebê, no qual empurrava não apenas duas crianças, mas o que parecia ser tudo que possuía. “Ouvi dizer que
vocês estão distribuindo pão”. Sua voz foram embora sem levar nada. parecia quase desesperada, provavelO pão do céu é dado livremente a mente refletindo o que era sua vida. todos que buscam. As vezes em que Uma das crianças com ela, de uns permaneço insatisfeita são aquelas dois anos, tudo observava, enquanto em que não permito que essa dádiva o bebê dormia um sono agitado. entre em meu coração e preencha Suas roupas pareciam relativamente minha alma. novas, mas o resto da bagagem que preenchia todo espaço imaginável no Bonita Hele é escritora pequeno veículo sugeria que aqueles freelance e editora nos três não tinham onde ficar. EUA. É membro da Família Ensaquei a comida que restava — Internacional. ■ alguns muffins e dois pães — e entreguei para a mulher que, sem olhar o que havia no pacote, agradeceu-me com óbvia sinceridade. Percebi, muito mais Um de meus amigos claramente do que antes, que o assunto mais importante e começou a conversar mais urgente com que tenho de me ocupar com a jovem mãe, ina cada dia é conservar a minha alma muito feliz formou-lhe o endereno Senhor. A primeira coisa com que devo me ço de um local que preocupar não é tanto o quanto eu posso servir ao acolhe mulheres e Senhor, mas o quanto eu posso colocar a minha alma lhe deu o dinheiro num estado de felicidade no Senhor e alimentar para chegarem lá. o meu homem interior. Agora vejo que a coisa Eu estava feliz por mais importante que eu deveria fazer era me ela ter nos procurado entregar à leitura da Palavra de Deus, e assim conseguido e nela meditar. — George Müller um pouco de ajuda e (1805–1898) esperança. Fiquei também pensando naqueles dois que 7
PÃ E S E ORAÇÕES
Por Marie Story
A oração muitas vezes funciona como o processo de fazer um pão. É preciso
misturar os ingredientes, sovar a massa, deixar descansar e então assar. Primeiro passo: misturar os ingredientes. Não se pode apenas jogar um monte de ingredientes aleatoriamente numa bacia e achar que vai ter um pão. Se deseja algo comestível precisa usar ingredientes específicos. Deus atende a todos os tipos e estilos de oração, e adora respondêlas mesmo quando não sabemos exatamente como ou pelo que orar. Mas é bom saber que “ingredientes” colocar na oração, porque então terá a fé de que fez a sua parte e o resto ficará por conta de Deus. Seguem-se alguns ingredientes importantes: 1) Orar em nome de Jesus. Em João 14:14, Jesus disse: “Se pedirdes 1. ênfase adicionada 2. João 17:17 3. Filipenses 4:6] 4. Ver Hebreus 10:36. 8
alguma coisa em Meu nome, Eu o farei.”1 2) Ser específico e definido. Diga a Jesus o que precisa e como gostaria que Ele suprisse. Mateus 7:7 diz: “Pedi e recebereis; buscai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á”. Para poder “buscar” no lugar certo e “bater” nas portas certas, precisa saber o que está buscando, o que precisa. 3) Clamar as promessas de Deus. Quando Jesus Se dirige a Seu Pai, Ele diz: “A Sua Palavra é verdadeira.”2 As palavras e promessas de Deus são reais, autênticas. 4) Ter fé na resposta. Lemos em Tiago 1:6–7: “Peça, porém, com fé, não duvidando, porque o que duvida é semelhante à onda do mar que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.” 5) Envolver a oração em louvor e ação de graças. Paulo ensinou: “Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em todas as coisas, por meio de
oração e súplica, com ação de graças, apresentai vossas petições a Deus.”3 Esses são alguns ingredientes básicos da oração; como a farinha, o sal, a água e o fermento, do pão. Segundo passo: sovar a massa. Depois de misturar os ingredientes, precisa sovar. Essa é a parte mais trabalhosa. Para fazer o pão é preciso esticar a massa, dobrar e apertar muitas vezes e por um bom tempo.
Nem sempre vemos a oração como trabalho de verdade. Muitas vezes é o último recurso depois de tentarmos por um tempo resolver um problema. Mas, às vezes, Deus espera que perseveremos em oração até recebermos a resposta. Lucas 18:1 nos diz para “Orar sempre, sem jamais esmorecer.” Terceiro passo: deixar a massa descansar. Antes de colocar o pão para assar é necessário deixar a massa descansar e crescer. Nessa etapa não há muito que se possa fazer para agilizar o processo, mas apenas confiar que vai dar certo. Ter paciência é como deixar a “massa” da sua oração descansar.4 Às vezes, é preciso sovar de novo e deixar descansar mais um pouco. Muitas vezes, a oração funciona dessa forma. Você faz a sua parte, tem fé, ora regularmente, tem paciência, mas depois vem um golpe que parece ser uma negativa ou uma pausa no seu pedido. A fé é que lhe dará forças para seguir confiando mesmo quando parecer que a sua oração sofreu um golpe e não vai dar em nada. A fé é como o fermento que faz a massa crescer mesmo depois de sovada. Hebreus 11:1 diz, “Fé é a substância” —a prova ou garantia— “das coisas que se espera; a evidência das coisas que não se veem.” Quarto passo: assar o pão. Depois de colocar o pão no forno, terá de esperar mais algum tempo. Às vezes, a parte mais difícil é justamente esperar pela resposta. Sente o cheiro do pão assando, sente que Deus está agindo, mas precisa esperar. Pãezinhos pequenos assam em minutos, mas os grandes podem demorar mais. O tempo mais
prolongado não significa que o pão não vai ficar pronto, apenas que você precisará de um pouco mais de paciência. Depois que o pão está no forno, você precisa confiar que vai assar. Pode abrir o forno e dar uma olhada, mas isso não vai apressar o cozimento. Hebreus 11:6 diz que ao apresentarmos uma petição a Deus, devemos “acreditar que Ele é o galardoador dos que O buscam”. Tem que deixá-lo assando e esperar o “timer” de Deus tocar.
Alguns pães demoram mais para assar; outros levam poucos ingredientes, e outros uma grande variedade. Alguns pães são de massa rápida; você mistura os ingredientes e coloca no forno, ou até mesmo em uma chapa no fogão, outros exigem um processo mais demorado, de até um ou dois dias antes de serem assados. Acontece o mesmo com nossas orações. Misture os ingredientes, deixe descansar (com fé), e confie em Deus para o resultado. Marie Story vive em San Antonio, Texas, onde trabalha como ilustradora freelancer e conselheira voluntária em um abrigo para pessoas sem teto. ■
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Pensamos na oração como uma preparação para o trabalho, ou um momento após o término do trabalho. Contudo, a oração é o trabalho essencial. — Oswald Chambers (1874–1917) A melhor forma de oração é o diálogo. A parte mais importante desse diálogo é escutar às respostas de Deus. — Frank C. Laubach (1884–1970)
ORAÇÕES DE DOIS MINUTOS Por Chris Mizrany
Muitas vezes, tive dificuldades para dedicar tempo à oração. Apesar de
minha esposa e eu termos o hábito de orarmos juntos antes de sair da cama, não é raro eu esquecer de “conversar com Jesus” ao longo do dia, especialmente quando surgem imprevistos. Sei que preciso orar, mas é difícil —muito difícil mesmo— dedicar tempo para orar. Até eu ler a Regra de Dois Minutos.1 Veja como funciona. De um modo geral, as tarefas que procrastinamos não são difíceis de serem realizadas. Evitamos começálas por algum motivo, tipicamente porque “não temos tempo”. A Regra de Dois Minutos supera a procrastinação e a preguiça facilitando o início da ação. A regra se divide em duas partes… 1. David Allen, Getting Things Done 2. Ver 1 João 5:14–15. 10
Parte 1: Se demorar menos de dois minutos, faça agora.
Há muitas coisas que adiamos, mas que podem ser feitas em dois minutos ou menos. Lavar nosso prato logo após uma refeição, colocar a roupa suja na máquina de lavar, colocar o lixo para fora e enviar um e-mail são alguns dentre muitos exemplos de coisas que podem ser feitas rapidamente. Essa regra se aplica à oração? Certamente!
Parte 2: Começar um hábito demora menos de dois minutos.
Todas as suas metas podem ser alcançadas em menos de dois minutos? Claro que não, mas toda meta pode ser começada
em no máximo dois minutos. As orações longas e fervorosas são boas e muito necessárias, mas, experimente fazer orações mais curtas. Como isso me ajuda a orar mais? Em vez de esperar para ter disponibilidade para um prolongado “tempo de oração”, estou tentando enviar orações curtas ao longo do dia — sempre que surge a necessidade, se possível. A Bíblia promete que Jesus sempre me ouve e é sobre essa verdade que me firmo.2 E foi assim que comecei o hábito de orar. Chris Mizrany é web designer, fotógrafo e missionário na organização Helping Hand na Cidade do Cabo, África do Sul. ■
VELAS E ORACOES Por Joyce Suttin
Há alguns versículos com os quais tenho dificuldades. Um deles é “Orai sem cessar.”1
Sempre penso nele e aprendi a importância de orar. Oro muito, mas não sem cessar e muitas vezes me senti culpada por não orar o bastante. Por melhores que sejam minhas intenções, minha mente muitas vezes se ocupa com outras coisas. Faço uma oração rápida antes de dirigir, de comer, de dormir, ou quando acordo. Tenho uma lista de coisas pelas quais peço a Deus todos os dias e intercedo pelas pessoas que me vêm ao pensamento. Mas não importa o quanto, ou por quanto tempo, ou quão bem eu ore, sei que nunca será continuamente. Recentemente minha filha viajou para a Europa. Foi um voo longo com várias conexões e eu realmente 1. 1 Tessalonicenses 5:17
queria continuar orando por ela por todo o tempo até ela chegar com segurança ao seu destino. Encontrei uma pequena vela chamada "Sussurro de Anjo" e a ideia sugerida pelo nome me agradou. Acendi a vela em um lugar seguro e visível, orei por sua viagem e então segui o meu dia. Toda vez que eu passava pela vela eu orava por minha filha, assim como quando sentia a fragrância no ar que emanava da vela. A vela continuou queimando até que recebi notícias de que ela havia chegado em segurança. Talvez nossas orações sejam como aquela vela. Nossa fé e confiança em Deus são como o incenso de aroma doce subindo ao Seu trono. Talvez Ele aprecie a fragrância de nossas orações tal como gostei de sentir o aroma que emanou daquela vela e encheu minha casa. É uma bela imagem pensar que talvez a fragrância de nossas orações encha os salões do céu.
Então decidi não me preocupar com todas as vezes que não orei. Farei o que puder e tentarei orar o máximo possível. Quando houver momentos de desespero, acenderei uma vela perfumada e darei meus pensamentos e orações ao Senhor, tanto quanto eu puder. Então vou confiar nEle para todo o resto, com a minha vida e a vida daqueles que amo, lançando todos os meus cuidados sobre Ele, porque sei que Ele cuida de mim. Vou colocar o versículo, “Orem continuamente” no contexto. Vou fazer o melhor ao meu alcance para orar continuamente e vou confiar na Sua misericórdia sempre que isso não acontecer com tanta “continuidade”. E em todas as circunstâncias, darei graças a Deus. Joyce Suttin é professora aposentada e escritora. Vive em San Antonio, Texas. ■ 11
Por Sally García
MEU COMPANHEIRO DE LAVAR LOUÇAS Alguns dos momentos mais importantes com Deus
aconteceram enquanto eu lavava louças. Há muitos anos cultivo o hábito de começar a manhã com leitura e oração. Entretanto, o tempo não para e eu preciso levantar e começar as tarefas do dia antes mesmo de sentir que terminei meu tempo com Deus. Parafraseando o antigo hino cristão, “Eu ficaria no jardim Contigo, mas o dia à minha volta começa.”1 Então digo para Deus: Continuamos mais tarde, e levo a louça do café da manhã para a cozinha. Não gosto muito de lavar louça, então, às vezes, coloco alguma música ou um podcast inspiracional enquanto trabalho, mas o mais comum é eu ficar em silêncio e deixar minha mente fluir. Fico pensando em acontecimentos e me perguntando como e por que
certas coisas estão acontecendo. Penso na minha filha, sua família e outras pessoas que me são próximas, e logo esses pensamentos se convertem em orações simples. Então, às vezes, um novo pensamento me ocorre, uma maneira inédita de ver algo, uma solução, uma imagem animadora e assim por diante. Às vezes, não é sequer um pensamento, mas a paz em meu coração e um sentimento de confiança e gratidão. Quando isso acontece, é óbvio para mim que não é algo que construí sozinha. Acredito que a inspiração, às vezes, venha da voz suave de Deus falando com minha alma. Como disse Billy Graham, “Posso lhe assegurar que Deus está vivo, porque falei com Ele hoje de manhã.” Sally García é educadora, missionária e membro da Família Internacional no Chile. ■
1. “No Jardim,” por Charles Miles, 1913 2. http://www.crosswalk.com/faith/prayer/practicing-god-s-presence-in-2017.html 12
Veja o maravilhoso exemplo do Irmão Lawrence. Era um humilde cozinheiro em um monastério francês, no século 17, que conseguiu transformar um trabalho tedioso, tal como lavar pratos, em um ato de adoração e uma oportunidade de edificar seu relacionamento com Deus. Ele disse: “O segredo para se ter amizade com Deus não é mudar o que você faz, mas a sua atitude com respeito ao que faz. O que tipicamente você faz para si, passe a fazer para Deus, tal como comer, tomar banho, trabalhar, relaxar ou levar o lixo para fora.”2 Em todo o mundo, não há vida mais agradável e feliz que aquela que dialoga continuamente com Deus. — Irmão Lawrence (c. 1614–1691) Jesus quer ser seu melhor amigo e parceiro. Apenas convide-O para entrar: Querido Jesus, por favor, entre em minha vida e fique ao meu lado. Ajude-me a conhecer Você melhor e a me aproximar de Você pela leitura da Sua palavra. Amém.
TRES
LICOES QUE FORTALECEM A FE Por Marcus Vernier
Tudo começou uma manhã quando discordei de minha esposa. Foi durante um momento
de provação e devo dizer que não me saí muito bem. Andava muito irritado e encontrando defeito em todos ao meu redor. Eu estava para falar uma grosseria para minha esposa quando me flagrei, interrompi o que começara a dizer e resolvi orar para saber se deveria dizer aquilo. A resposta foi um enfático “Não!” Tudo aconteceu tão rapidamente na minha cabeça, mas deu início a uma reação em cadeia de coisas que produziu um importante aprendizado. Aprendi uma segunda lição pouco tempo depois. Estava fazendo nossos relatórios financeiros mensais, uma tarefa nada fácil que exige paciência e persistência. Então surgiu um novo 1. Salmo 55:22 2. Salmo 46:1 3. Ver Hebreus 4:11.
detalhe que interrompeu minha linha de raciocínio. Apesar do trabalho ser urgente e importante, eu não conseguia pensar neste novo fator. Fiquei desanimado e poucos cliques depois, já estava dando uma olhada nas notícias, entrei no Facebook e assim por diante. Finalmente, muito desanimado, consegui reorganizar meus pensamentos e orar sobre o que fazer. Como é de costume, a solução veio quase imediatamente. Se eu tivesse feito isso no início, teria me poupado muito tempo, sem falar no estresse que teria evitado. A Palavra de Deus nos ensina: “Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá.”1 Mas dá para imaginar lançar um cuidado sobre o Senhor se Ele estiver a uma quadra de distância? Ou até mesmo a vários metros? Só podemos lançar sobre Ele os nossos cuidados se Ele estiver ao nosso lado, ou melhor, em nós. Quanto mais próximos estivermos,
mais fácil fica Lhe entregar nossos cuidados e fardos e nos comunicarmos com Ele. “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.”2 Quando morei em Hong Kong, costumava pegar a barca para o Distrito Central. Notei que quando a embarcação reduzia a velocidade para atracar, flutuava por um tempo meio sem rumo até ser devidamente amarrada ao cais. E aí está a terceira lição: entrar nessa condição de descanso pela oração, como a Bíblia nos ensina que devemos fazer,3 demanda esforço. Contudo, é a maneira de garantir que vamos nos amarrar firmemente naquele que tem todas as respostas e pode nos ajudar a vencer, apesar de nós mesmos. Marcus Vernier é membro da Família Internacional, em Taiwan. Ele é missionário, pintor iniciante e escritor. ■ 13
TEMPO DE QUEM? Por Elsa Sichrovsky
Não faz muito tempo,
confidenciei a uma amiga que eu me sentia sobrecarregada com estresse e ansiedade por causa do meu trabalho. Ela sugeriu que eu passasse mais tempo meditando na bondade de Deus e estudasse a Sua Palavra como antídoto. “Mas não tenho tempo para isso!” — protestei. “O que você quer dizer com não tenho tempo?” —perguntou com um brilho nos olhos. “Não tenho um monte de tempo!” — retruquei, incomodada e intrigada. Ela sorriu dizendo. “Então você não possui tempo? A ideia de ter tempo equivale à de possuir luz solar. Você não diz isso porque sabe que Deus fez o Sol, mas já parou para pensar que o tempo é uma dádiva ou um empréstimo feito por Deus e não algo que você possa ter?” “Bem, não... é só que...” Não soube o que dizer. Nunca percebi que 1. 1 Crônicas 29:11 14
pensava no tempo como algo que eu “possuísse”. Mas era verdade e a ideia de Deus me emprestar ou dar tempo parecia absurda para mim. Estava acostumada a pensar que eu às vezes era generosa por Lhe dar porções preciosas do meu tempo! Quanto mais pensava nisso, mais via como esse conceito equivocado estava profundamente entranhado no meu subconsciente. Quantas vezes disse que alguém havia “desperdiçado meu tempo”. Conversei um pouco mais com minha amiga no dia seguinte. Falamos sobre como cultivar uma atitude possessiva em relação ao tempo tinha me levado a me concentrar apenas nas minhas próprias ideias, metas, desejos e empurrar Deus efetivamente para longe das minhas decisões. Sem a ajuda dEle para otimizar minha agenda e estilo de vida, eu lutava para estar em dia com o meu trabalho. Não é por nada que eu andava estressada e sentia que não “tinha” tempo para comungar com meu Criador.
Depois que comecei a implementar a sugestão da minha amiga, notei que minha equivocada maneira de pensar sobre o tempo também tinha influenciado como eu via minha família, meu trabalho, meus bens e muitas outras coisas na vida. As palavras “meu” e “minha” permeavam todos os cantos do meu coração. Em vez de estar grata pelo tempo que me foi dado e ser generosa com essa dádiva, eu egoistamente me agarrava a ela como um direito adquirido. Sempre que pareceu que Deus não estava atendendo minhas orações e concedendo meus desejos, eu reclamava que “o meu Deus” não estava fazendo o que eu queria, quando eu queria, como algum subordinado a mim. Essa mudança de mentalidade não tem sido fácil e não está concluída, mas aprendi a fazer minhas as palavras do salmista: “Teu é tudo o que há nos céus e na terra.”1 Elsa Sichrovsky é escritora freelancee. Vive com sua família em Taiwan. ■
Por Marie Alvero
UMA SIMPLES ORAÇÃO Há vários anos, minha vida era
muito incerta. E em um contexto de perdas, crise e estresse, passei a questionar tudo, inclusive os fundamentos de minha fé. A oração, que sempre foi algo muito natural, passou a ser uma dificuldade. Certos dias eu estava zangada com Deus, em outros não sentia que pudesse confiar nEle e havia aqueles momentos em que eu simplesmente não sabia como me sentia. Então tive a ideia de ler parte do Livro de Salmos no início de cada manhã. Não demorou, vi que era um livro de orações. O rei Davi compartilhava sem filtros seus pensamentos e emoções com Deus. Ele não esperava para poder fazer isso “adequadamen1. Acredita-se que o rei Davi tenha sido o autor de 78 dos 150 capítulos do Livro de Salmos. 2. Salmo 139:7–10 3. Salmo 30:8–10 4. Salmo 139:4 NTLH
te”. Se seu coração estivesse partido, era disso que falava. Quando estava tomado pela alegria, era isso que manifestava por meio de louvor.1 No Salmo 139, Davi diz a Deus: “Para onde me irei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer nas profundezas a minha cama, tu ali também estás. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.”2 Quando viu que precisava muito de ajuda, orou: “A ti, Senhor, clamei; ao Senhor supliquei. Que proveito haverá no meu sangue, se eu descer à cova? Louvar-te-á o pó? Anunciará ele a tua verdade? Ouve, ó Senhor, e tem piedade de mim! Ó Senhor, sê o meu auxílio.’”3 Não parece a comunicação de um coração que conhece Deus? É íntimo e confiante, autêntico, contrito e grato ao mesmo tempo. Davi trazia diante de Deus todo e qualquer
sentimento que tivesse. Ele pedia aquilo que precisava. Foi o que procurei fazer a partir de então. Passei a orar sem formalidades. Expressei minhas desesperanças, dores, petições, alegrias, raivas, temores e necessidades, usando as palavras que me vinham. O principal, contudo, é que continuei falando com Deus, mesmo quando eu mesma não entendia o que estava acontecendo, mesmo quando as respostas demoravam a vir. Orar é simplesmente falar com Deus. “Antes mesmo que eu fale, tu já sabes o que vou dizer”4, disse Davi. Deus já sabe o que está em seu coração, não é preciso caprichar na embalagem para Ele. Marie Alvero foi missionária na África e no México. Vive atualmente com sua família na região central do Texas, EUA. ■ 15
Com amor, Jesus
NÃO PRECISA PERFEIÇÃO Muitos não oram a menos que estejam em apuros e então sentem que sua fé está fraca e que o relacionamento Comigo anda desgastado por não Me darem muita importância antes do problema acontecer. Acham que estão sendo hipócritas e que não merecem vir a Mim em oração, mas não sabem o que fazer ou como começar a acertar essas coisas. Não se preocupe se já se sentiu assim. Não exijo perfeição para atender as orações. Ajudo todos que Me buscam em fé e humildade. Simplesmente busque-Me quando precisar, corrija seu coração confessando suas falhas, receba Meu perdão, creia que Me importo com você e com tudo que lhe diz respeito. E o melhor é que isso pode ser o início de uma nova fase de nosso relacionamento, na qual poderá vivenciar mais respostas às suas orações e maior proximidade de Mim.