MUDE SUA VIDA. MUDE O MUNDO.
O METRÔNOMO
A relevância da palavra de Deus
Cavaleiros e espelhos Para quem você olha?
O coração de um herói O segredo da coragem
Volume 20, Número 8
Con tato Pe ss oal Entrada → Saída
Na Ciência da Computação e na Matemática, a expressão em inglês Garbage In, Garbage Out (lixo entra, lixo sai), descreve o conceito de que a entrada de dados errados ou absurdos produz uma saída igualmente ruim, ou “lixo”. Em outras palavras, as informações imprecisas ou com erros no início do processo inevitavelmente levarão a resultados imprecisos ou com erros. No Sermão da Montanha, Jesus disse algo muito semelhante: “Toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. A árvore boa não pode dar frutas ruins, e a árvore que não presta não pode dar frutas boa. Portanto, vocês conhecerão os falsos profetas pelas coisas que eles fazem.”1 Essa breve parábola nos convida a refletir sobre o que nossas palavras e ações dizem sobre nós e o Salvador que vive em nós. Nossas vidas expressam Seu desvelo pelos outros ou nosso egocentrismo? Comunicamos Sua generosidade e justiça, ou adotamos o impulso humano típico de construir muros que excluem os outros? Como os códigos para computador e as equações matemáticas podem ser corrigidos mudando-se os dados de entrada, Jesus nos lembra que a vida cristã demanda transformações interiores, do tipo que só Ele pode trazer. “Permaneçam em Mim, e Eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em Mim.”2 Jesus In, Jesus Out.3
Contamos com uma grande variedade de livros, além de CDs, DVDs e outros recursos para alimentar sua alma, enlevar seu espírito, fortalecer seus laços familiares e proporcionar divertidos momentos de aprendizagem para os seus filhos. Para obter informações sobre a Contato e outros produtos criados para a sua inspiração, visite nossa página na internet ou contate um dos distribuidores abaixo.
www.activated.org/pt revistacontato.mail@gmail.com Editor Design
Ronan Keane Gentian Suçi
© 2019 Activated. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Tradução: Mário Sant'Ana e Tiago Sant'Ana. A menos que indicado o contrário, todas as referências às Escrituras foram 1. Mateus 7:17–18,20 NTLH
extraídas da “Bíblia Sagrada” — Tradução
2. João 15:4 NVI
de João Ferreira de Almeida — Edição
3. O editor agradece a Chris Mizrany, articulista da Contato, pela inspiradora
Contemporânea, Copyright © 1990, por
analogia desta introdução. 2
Editora Vida.
Por Marie Story
QUAL É A SUA FONTE? Você alguma vez experimentou colocar um talo de salsão em água com corante? Caso nunca tenha feito
isso, o que acontece é que ele começa a mudar de cor à medida que vai absorvendo essa água. Leva uns dias para a mudança ser visível, mas logo a verdura ficará da cor do líquido em que está mergulhada. O mesmo ocorre quando em contato com pesticidas e outros venenos presentes no ar ou no solo. Algo semelhante acontece com nossos espíritos. Somos influenciados — para melhor ou para pior — pela nossa fonte de alimentação ou input, e aquilo a que nos expomos. Recebemos um enorme volume de input que chega pela Internet, pelos filmes, pela música, pelos livros e pelas pessoas com quem interagimos. Isso é óbvio. Como isso ocorre e seus efeitos, entretanto, não são tão óbvios como o fenômeno descrito envolvendo o salsão. Algumas coisas parecem inofensivas, ou até boas, mas podem produzir efeitos nocivos. Outras podem ser perfeitamente agradáveis, 1. Eclesiastes 1:2 NTLH 2. Ver João 15:5. 3. Salmo 1:3 NTLH
ser, de fato, inofensivas, e até alimentar nossa mente, melhorar nossas habilidades e aumentar nosso conhecimento. Mas não trazem ao espírito os elementos que ele precisa para se desenvolver. O rei Salomão foi um dos homens mais ricos do mundo no seu tempo. Tinha acesso a praticamente qualquer coisa que quisesse, e pelo visto experimentou praticamente tudo que sua riqueza podia lhe proporcionar, mas no final exclamou tristemente “Nada faz sentido!”1 É por isso que Jesus nos diz para permanecermos nEle, para ser nossa fonte.2 Ele nos oferece a água da vida — a única que nunca vai deixar nosso espírito sedento. Lemos no primeiro salmo que aqueles que se deleitam nos caminhos de Deus e em Sua palavra “são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo.”3 Que nossas raízes cresçam firmes às margens dos rios de água viva. Marie Story vive em San Antonio, Texas, onde trabalha como ilustradora freelancer e conselheira voluntária em um abrigo para pessoas sem teto. ■ 3
Por Maria Fontaine
REFLEXÕES SOBRE AS REALIDADES DA VIDA Por sermos crentes, às
vezes podemos ter expectativas irreais sobre nossas vidas. Quando as coisas não correm bem, há uma tendência a nos culparmos, ou sentir que Deus não atende às nossas orações, porque não se importa o suficiente, ou por estarmos fazendo algo errado. Mas há uma abordagem diferente que podemos escolher: devemos nos lembrar que, muitas vezes, as lutas e desafios são parte do pacote da vida. A dificuldade, o sofrimento e as resistências que encontramos são parte de nosso aprendizado, desenvolvimento e crescimento nos ajudam a formar resiliência, compaixão, maturidade e fé. A vida é cheia de reveses, que podem nos fortalecer se tivermos fé e uma atitude positiva. Se nos esforçarmos para ver as coisas pela perspectiva de Deus e crermos em
1. Ver 1 João 5:4. 2. 1 Coríntios 1:28–29 NTLH 3. Malaquias 3:6 4
Suas promessas, Ele sempre nos ajudará. Se O buscarmos, encontraremos a garantia de que vale a pena combater as batalhas da vida e que, por elas, Ele nos fortalecerá. Nas dificuldades, é preciso muita fé para sustentar a bandeira da vitória face aos desafios e declarar: “Tenho a vitória pela fé!”1 Independentemente de como você se sinta, a maravilhosa Palavra de Deus e Sua verdade são fortes e poderosas o suficiente para recolocar você na estrada da vitória, se você não desistir, se aguentar
firme, acreditar e confiar que Deus cumprirá Sua palavra. Com o tempo, você receberá a recompensa de sua fé. Seguem algumas reflexões as quais espero que lhes sejam de proveito. Fazer uma diferença tem um custo Todos os grandes santos, homens, mulheres de Deus e qualquer um que fez a diferença no mundo, fez sacrifícios em seu trabalho ou serviço. A vida não era fácil para eles. Concentraram suas energias no que era mais
importante e criteriosamente administraram o tempo para preservar suas forças e energias para as coisas que realmente importavam. Dedicaram-se à realização dos seus objetivos, gastaram a maior parte do tempo pensando, experimentando, estudando, ensinando, promovendo, trabalhando e fazendo tudo o que podiam para ter sucesso. Tudo na vida que realmente vale algo, tem um custo!
o caminho da fé e lutar para manter os olhos espirituais abertos, para permanecer conscientes do reino sobrenatural, firmes e fortes.
Não está em mim Não damos conta sozinhos. Somos humanos e erramos. Mas quando confiamos em Deus, Ele pode realizar Seu plano em nossas vidas! “Para destruir o que o mundo pensa que é importante, Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz que não tem valor. Isso quer dizer que ninguém pode ficar orgulhoso, pois sabe que está sendo visto por Deus.”2
As dificuldades são inerentes As dificuldades, desafios e adversidades acontecem a todos. Os seres humanos não são perfeitos e as pessoas cometerão erros que nos afetam, mas cabe a cada um escolher se vai melhorar ou se amargurar por essas dificuldades. Deus pode usar essas coisas para o bem em nossas vidas, se Lhe deixarmos! Temos de lembrar que problemas acontecem simplesmente porque vivemos em um mundo que sucumbiu ao pecado. Quer você seja criança ou adulto, homem ou mulher, cristão ou ateu, passará por adversidades, provações e sofrerá resistência, ou não construiria qualquer força de caráter. No final, não são as circunstâncias que determinam o nosso estado, mas nossa atitude em relação a elas.
Guerra espiritual Há uma guerra espiritual sendo travada e somos parte dela. O espiritual afeta o físico e vice-versa. Ter fé é uma escolha consciente e vital, a qual ninguém pode fazer por nós. Cada um tem de escolher
Todas as coisas mudam, Jesus nunca Mesmo que tudo à nossa volta mude, Jesus, Seu amor, cuidado e promessas permanecem os mesmos. “Eu, o Senhor, não mudo.”3
As infalíveis promessas de Deus Deus nos deu algumas promessas incríveis na Sua palavra. Ele nos dá promessas, porque quer que olhemos para a frente, para o futuro, que entendamos que tem um plano para nos beneficiar e grandes coisas reservadas para cada um de nós. Jamais quebrará Suas promessas e podemos sempre contar com elas. Conforme fizermos o que Ele nos mostra, podemos ter certeza de que elas se cumprirão, ainda que nem sempre exatamente como queremos ou achamos que deveriam, mas quando e como Deus sabe que será melhor para nós e para os outros. Quão injusto seria limitar o que Deus quer fazer no futuro ao que temos visto e experimentado no passado e no presente. O futuro é tão brilhante quanto às promessas de Deus. Vamos dar a Ele uma chance de realizar tudo o que disse que fará e segui-lO de perto! Maria Fontaine e seu marido, Peter Amsterdam, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã. Este texto é uma adaptação do artigo original, com o mesmo título. ■ 5
O coraçao de um heroi Por Roald Watterson
Lembro de ter memorizado Hebreus 11 quando era criança. O capítulo traz detalhes
1. Hebreus 11:37–38 CEB 2. http://www.etymonline.com/index. php?term=courage 3. http://www.merriamwebster.com/dictionary/ courage?show=0&t=1305771775 4. Hebreus 11:32–34 5. Daniel 3:16–18 NTLH 6. Deuteronômio 6:5 NVI 7. Provérbios 18:10 8. Provérbios 4:23 6
de sofrimentos e mortes horríveis: “Foram apedrejados; serrados pelo meio; mortos ao fio da espada. Andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra.”1 Essa passagem me fez pensar na dor que deve ser morrer. Reconhecendo que sou bem medroso no que se refere à dor, tentei imaginar qual seria a forma menos dolorosa, pois, se pudesse escolher, optaria por essa. Entendam que eu não queria de forma alguma envergonhar Deus sendo totalmente covarde. Hoje lembro dos meus receios de criança e sorrio. Vejo que o x da questão era pensar que me faltava coragem. Alguns dias atrás, porém, quando trabalhava em um artigo, tive de procurar a definição de coragem.
O vocábulo tem origem no francês “coeur” que significa coração. Um site de etimologia explica que a palavra original francesa significa “coração, sentimentos mais profundos, temperamento. No inglês medieval, o termo era usado principalmente para exprimir ‘o que está na nossa mente ou pensamentos’ portanto ‘bravura’, mas também significava ‘ira, orgulho, confiança, desejo’ ou qualquer tipo de inclinação. ”2 A definição atual de coragem é “a força mental ou moral para se aventurar, perseverar e superar o perigo, o temor ou a adversidade.”3 A Bíblia relata inúmeras histórias de homens que realizaram atos de bravura. Encontramos diversos desses relatos em praticamente qualquer livro da Bíblia. Hebreus 11 também nos dá uma lista de muitas dessas pessoas corajosas. “E que mais direi? Certamente me faltará o tempo para falar de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais pela fé ven-
ceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca de leões, apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças, tornaram-se poderosos na batalha, puseram em fuga exércitos de estrangeiros.”4 A lista de homens corajosos neste capítulo dá dimensões mais amplas às origens da palavra “coragem”: seus corações estavam no lugar certo. Esses homens que realizaram feitos corajosos tinham algo maravilhoso em comum: a fonte de sua coragem Um famoso relato bíblico conta que três hebreus receberam a ordem de adorar uma estátua de ouro ou serem jogados na fornalha. Contudo, ficaram firmes e disseram que não se prostrariam diante da estátua. Provavelmente acharam que aquela resposta ao rei irado seria suas últimas palavras: “Ó rei, nós não vamos nos defender. Pois, se o nosso Deus, a quem adoramos, quiser, ele poderá nos salvar da fornalha e nos livrar do seu poder, ó rei. E mesmo que o nosso Deus não nos salve, o senhor pode ficar sabendo que não prestaremos culto ao seu deus, nem adoraremos a estátua de ouro que o senhor mandou fazer.”5
Li essa passagem na segurança da minha casa, a milhares de anos da cena, mas a intensidade do que eles acreditavam ainda reverbera nessas palavras; não existe nelas a mínima hesitação ou tentativa de negociar algo menos perigoso para eles. Mas, para se ter a coragem de enfrentar uma experiência assim, acho que precisamos recuar um pouco no tempo. Não acho que seus pais alguma vez tenham dito para eles “Olhem, um dia vocês vão ser levados à presença de um rei assustador, vai ter uma fornalha e vocês vão ter que escolher entre a vida ou adorarem um ídolo. Quando isso acontecer, lembrem-se de escolher a fornalha.” Acredito que o que eles provavelmente disseram aos rapazes foi: “Amem o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças.”5 E: “O nome do Senhor é uma torre forte; os justos correm para ela e estão seguros.”6 Duvido que os pais de Sadraque, Mesaque e Abednego soubessem o que os esperava, ou quando e como iriam precisar demonstrar sua coragem, mas uma coisa sabiam eles que podiam fazer: alimentar o
coração e o espírito de seus filhos. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, pois dele procedem as saídas da vida.”7 Mesmo que hoje não enfrentemos perigos físicos ou situações difíceis do mesmo tipo, todos passamos por momentos de dificuldade emocional ou mental, precisamos de coragem moral para enfrentálos a determinação para fazermos o que sabe ser certo. Penso que o que fazemos nesses momentos tem a ver com algo muito simples: o que temos armazenado em nossos corações determinará a força da nossa coragem. Todo o mundo adora uma boa história de heróis. A coisa é que, na vida real, não podemos escolher ter oportunidade para um momento heroico espetacular – resgatar alguém ou de alguma forma salvar o dia – mas temos controle sobre o que colocamos no nosso coração. É assim que podemos estar preparados tanto para esses momentos heroicos como para os acontecimentos comuns da vida que requerem coragem. Roald Watterson é editor e desenvolvedor de conteúdo. ■ 7
Por Mara Hodler
Cavaleiros e espelhos
Um dos filmes que assisti mais vezes quando estava crescendo foi Man of La
Mancha.1 Parecia que a cada dois meses um dos pais, o líder de grupo de jovens ou algum professor resolvia que era hora de vermos esse filme de novo. Não sou muito fã de musicais, mas tenho um carinho especial por este filme. É a história de Alonso Quijano, um cavaleiro bastante louco que 1. Dale Wasserman, Produzioni Europee Associates, 1972 2. Ver Mateus 14:22–34. 3. www.just1thing.com 8
percebe a realidade de uma maneira diferente da maioria das pessoas; na sua realidade alternativa ele se autointitula “Don Quixote”. Ele crê na existência de um inimigo perigoso chamado “Encantador” que busca derrotá-lo. Em suas várias batalhas fantásticas, o Quixote é acompanhado por um escudeiro gorducho e baixinho chamado Sancho Panza. Em uma passagem, Don Quixote vê um moinho e pensa que é o Encantador, transfigurado, pelo que sai a galope para lutar contra ele. Don Quixote também tem uma maneira incrível de ver o bem e a beleza ao seu redor, e parece que nada o intimida.
Outra personagem importante na história é Aldonza Lorenzo. Aos olhos de todos, com exceção de Don Quixote, ela é uma mulher sem valor ou classe. Mas para o herói do clássico de Cervantes ela é Dulcinea del Toboso, a mais linda das donzelas. Ele vê beleza, dignidade, valor e força nela. A maneira como a vê acaba por mudar a maneira como ela se vê. Ao longo do filme, Don Quixote se depara com os mais diversos desafios, surpresas e dificuldades; contudo, nada o desanima. Há encontros perigosos e alguns momentos tristes também.
Em uma das últimas cenas no filme, Don Quixote se depara com o seu grande adversário que tinha um novo truque escondido na manga. Ele vem contra Don Quixote como um Cavaleiro dos Espelhos com um pequeno exército de cavaleiros no qual cada um segura um espelho. Ao cercarem Don Quixote, voltam seus espelhos para ele. “Olhe nos espelhos,” gritam sem parar. Don Quixote não tem mais para onde olhar, senão para os espelhos diante dos quais sucumbe. Olhar para si mesmo quebrou o seu espírito. Acontece comigo também. Posso ser forte em cuidar dos outros, resolver problemas, conquistar meus gigantes e às vezes encarar
grandes desafios. Quando foco para fora estou bem, mas assim que ponho os olhos em mim mesma, começo a ficar sem gás. Vejo minhas inabilidades. Vejo minhas fraquezas. Vejo meus fracassos. E isso me derrota. O apóstolo Pedro também passou por isso. A história na qual estava pensando aconteceu uma noite quando Pedro e alguns outros discípulos de Jesus foram pegos em uma tempestade no Mar da Galileia.2 O barco deles estava sendo açoitado quando viram o que pensaram ser um fantasma andando sobre a água. Eles gritaram de medo, mas era Jesus andando sobre a água. “Não temam. Sou Eu” — disse-lhes Jesus. Pedro, sempre levando as coisas um pouco mais longe, disse: “Senhor, se for Você, me chame para ir com Você.” “Venha!” — disse Jesus. Pedro saiu do barco e na verdade começou a andar sobre a água. Ele estava indo bem nos primeiros passos quando seus olhos estavam fixos em Jesus, mas quando percebeu que estava andando sobre a água, entrou em pânico. Entendeu que estava fazendo algo totalmente além de suas capacidades e isso o aterrorizou. Tirou os olhos de Jesus, perdeu seu olhar fixo e começou a afundar. Assustado, gritou: “Senhor, me salve!” É claro que Jesus vai ao seu encontro e o puxa para fora. Jesus então o repreende: “Por que você duvidou?” Jesus e Pedro entram no barco e o mar acalma. Enquanto Pedro olhava para Jesus, andou sobre a água. Quando
olhou para as ondas e sua própria incapacidade, começou a afundar. Percebeu como aquilo era uma loucura e ficou assustado. A beleza nessa história de Pedro é que Jesus estava lá para segurá-lo. Jesus promete que quando você está fraco então Ele é forte. Quando se sente incapaz, Ele é capaz. Olhar no espelho pode ser o seu fim, assim como foi para Don Quixote. Mas você sempre tem a opção de olhar para cima de novo. A opção de saber que Jesus está sempre lá para preencher as lacunas. Aprendi que quando me sinto assim preciso ficar quieto imediatamente e pedir a Jesus para me dar a Sua força. Ela vem sempre que peço por ela. Geralmente não vem em um enorme jorro de poder. Mas encontro a força que preciso para cada hora, geralmente de momento a momento. Don Quixote foi derrotado ao olhar para seu próprio reflexo. Pedro começou a afundar quando começou a olhar para as ondas. Fico mal sempre que fico excepcionalmente introspectiva ou sempre que tento ter poder sem pedir a ajuda de Jesus. Mas aprendi que posso driblar esse colapso desagradável simplesmente pedindo. Tenho aprendido que não estou só. Nunca vou depender apenas de mim e das minhas habilidades. Somos Jesus e eu. E graças a Deus por isso! Este artigo foi adaptado de um podcast disponível em Just1Thing, 3 um website dedicado à formação do caráter cristão para o público jovem. ■ 9
Por Rafael Holding
Recebendo informações de Deus Será que Deus está pessoalmente interessado em você? Será que quer oferecer
soluções para seus problemas, abençoar seus esforços, ajudá-lo a desfrutar a vida ao máximo e torná-lo na melhor pessoa que você possa ser? E se for assim, será que Ele é capaz de lhe dizer como conquistar isso? Sim, sim e sim! Ele sabe que temos perguntas, problemas e quer nos dar as respostas e soluções que precisamos. Assim sendo, criou um meio de comunicação, um canal entre Ele e cada um de nós, para que, ao orarmos, possamos falar com Ele e receber Suas mensagens diretamente para nós. Deus falará com qualquer pessoa que tenha fé como a de uma criança — e Ele quer falar com você, levá-lo para um relacionamento 1. Ver Mateus 14:22–34. 2. Ver Lucas 1:53. 10
mais próximo com Ele e, ao mesmo tempo, melhorar a sua vida. A primeira coisa é encontrar um lugar quieto e passar alguns minutos conversando com o Senhor, como faria com um amigo próximo. Se tiver uma pergunta específica, faça. Ou talvez não esteja pensando em nada em particular, mas quer saber o que Ele tem para lhe dizer. Seja como for, depois que Lhe disser que quer ouvi-lO, faça o melhor ao seu alcance para se concentrar e escutar com seu espírito. Às vezes, ao Se comunicar com você, Deus pode trazer à sua memória um versículo ou passagem bíblica que, quando aplicada à situação sobre a qual O está consultando, tornará a resposta que você busca simples e clara. Outras vezes, Ele poderá lhe dar uma mensagem inédita, ou seja, palavras que Ele nunca falou a nenhuma outra pessoa da mesma forma. É fácil
não dar atenção ao que aquela vozinha fala ao seu íntimo, por achar que são apenas seus próprios pensamentos, especialmente para quem tem pouca experiência em ouvir a Deus, mas quando pedir sinceramente ao Senhor para falar, Ele falará. “Pedi e recebereis.”1 Deus cumula de bens os espiritualmente famintos.2 Tente separar alguns minutos cada dia para orar e agradecer a Deus por Sua bondade. Em seguida, faça a sua “pergunta do dia” e pare por alguns minutos para ouvir a Sua resposta ou qualquer outra coisa que Ele queira lhe dizer. Formar o hábito de ouvir Deus fará com que seja mais fácil escutá-lO. Ele prometeu falar com você e é o que fará! “Recebendo Informações de Deus” foi extraído do livro Deus Ainda Fala, da série Faça Contato. ■
vAI
FUNDO Por David Mizrany
Certo dia, durante uma caminhada, vi um garoto e
seu pai jogando uma bola de um lado para o outro em um campo. A certa altura, o pai levantou a bola e, apontando para o fim do campo, disse: “Vai fundo, filho!”. O homem ainda não havia arremessado a bola, mas o garoto começou a correr. Então, o pai se posicionou para o lançamento e, tão logo o menino deu uma olhada para trás, o pai deu o passe, projetando a queda da bola a um ponto à frente de onde seu filho estava. O rapaz continuou em disparada, ao mesmo tempo que acompanhava com o olhar a trajetória da bola, até que, no momento perfeito, esticou os braços para cima, saltou e agarrou a bola, justamente quando ele e a bola se encontraram em suas trajetórias. Sim, não há nada de extraordinário nessa história. Contudo, Deus conseguiu me ensinar uma lição, como costuma fazer.
Eu estava precisando de um milagre na época e contando com Deus para isso. Eu sabia que Ele não falharia, mas como nada estava acontecendo, eu não não estava fazendo nada, quando o que meu Pai precisava era que eu fosse fundo. Eu tinha de começar. Deus tinha o milagre pronto para enviar, mas quando Ele disse “Vai fundo, filho!”, eu fiquei ali sem fazer nada. Eu tinha fé, mas não estava fazendo a minha parte. Temos de tomar uma atitude com respeito à nossa fé e começar a correr. Aquele menino correu muito antes de seu pai se posicionar para o arremesso. E ele não parou. Continuou correndo, certo de que seu pai sabia a distância que ele precisava correr e que o arremesso não falharia. Aquele rapaz não tinha nenhuma garantia de que a bola o alcançaria, apenas a fé de uma criança. Mas foi um passe com precisão centimétrica: a bola chegou ao lugar certo e no momento certo. Tudo que
o rapaz teve de fazer foi estender os braços, dar um salto de fé e segurar a bola com ambas as mãos. Da próxima vez que pedir a ajuda de Deus, vou lembrar que às vezes Ele quer que eu faça minha parte e que “vá fundo”. David Mizrany é missionário voluntário em tempo integral, na organização Helping Hand, na África do Sul. ■
Fé é baixar nossas redes para as profundezas transparentes, em obediência ao comando do divino, não sabendo o que deve elas nos trarão. — François Fénelon (1651–1715) Confiar em Deus significa olhar além do que podemos enxergar para aquilo que Deus vê. — Charles Stanley (n. 1932) 11
Preocupações de mãe Por Joyce Suttin
Quando minha primeira gravidez terminou em um aborto espontâneo, não
fiquei preocupada, mas com raiva. Contive-me por algum tempo, mas um dia eu literalmente ergui o punho para Deus e disse a ele: “Você me falhou!”. Dois dias depois do meu acesso de fúria, descobri que já estava gravida e, meses depois, com meu lindo menino nos braços, ri de mim mesma, de minhas palavras insensatas e pedi perdão a Deus. Em toda as minhas gestações, tive sonhos preocupantes. Durante o dia, eu estava ocupada demais para ficar imaginando coisas, mas nos meus sonhos elas vinham com força. E se eu me distrair na rua e alguém sequestrar meu bebê? E se no meio da noite eu descobrir que meu bebê parou de respirar? E se algo terrível acontecer aos meus filhos? 12
Nunca verbalizei essas preocupações para as outras pessoas. Atribuía os sonhos à minha imaginação fértil e tentava afastálos dos meus pensamentos. Mas o que realmente mudou minha vida foi outra coisa. Não eram apenas pedidos genéricos, mas eu analisava meus sonhos e submetia cada parte deles ao Senhor. “Ajude-me a nunca me distrair quando estiver na rua com meus filhos.” “Guarde-nos à noite e proteja meus pequeninos. Preserve seus corações e pulmões. Ajude-os a crescer fortes e saudáveis. Ajude-me a estar atenta à saúde deles e a perceber quando algo estiver errado.” “Ajude-me a ser uma boa mãe. A ser terna e gentil, para cuidar bem dos meus filhos. Proteja-nos nas ruas, quando estivermos caminhando ou no carro.”
Sempre que uma imagem invadia minha mente e me causava preocupações que eu não havia contemplado em oração, eu levava a nova inquietação para Deus. No fim, percebi quão exagerada eu era em minhas preocupações e aprendi a militar em oração. Minha maior fraqueza se tornou um ponto forte em minha vida, pois deixei de ser uma mulher insegura para me tornar uma guerreira de oração. Meus filhos cresceram, ainda me preocupo e ainda oro por eles. Sempre que penso em um dos meus filhos e começo a me preocupar, traduzo meus pensamentos em palavras e os entrego a Jesus. E volto a sentir a mesma certeza que adquiri quando eram pequenos. Joyce Suttin é professora aposentada, escritora e vive em San Antonio, no Texas. ■
Por Rosane Pereira
ROMPENDO COM O HÁBITO DE SE PREOCUPAR Isaque era o único filho de Abraão e Sara, prometido por
Deus e dado ao casal por um milagre, quando ambos já eram velhos. Isaque não foi tão famoso quanto seu pai, ou seu filho, Jacó, mas com ele aprendi uma grande lição. Durante um período de estiagem, Isaque se mudou para a terra de Gerar dos filisteus, onde reabriu os poços que tinham sido cavados por seu pai, Abraão. Mas houve um conflito entre os homens de Isaque e os pastores de Gerar, que reclamavam a propriedade dos poços. Então Isaque se mudou novamente com sua família, servos e rebanhos para outro lugar, onde finalmente encontraram a paz. O patriarca jamais perdeu a esperança nem a fé, continuou buscando e tentando até que, finalmente, conquistou a vitória.1 1. Ver Gênesis 26:17–22. 2. Salmo 46:10
Meu falecido marido também era cheio dessa fé perseverante. Uma vez, ficamos sem gasolina em uma estrada no Sul do Brasil. Nenhum dos dois únicos carros na primeira hora parou para ajudar. Então ele orou: “Querido Deus, faça com que o próximo carro que passar pare e nos ajude!” Pouco depois, um carro passou e não parou. Alguns minutos depois, contudo, voltou. “Depois que passei por vocês — explicou o jovem condutor—, uma voz ficou repetindo em minha mente: Você tem que voltar e ajudar aquela família.” Tenho uma tendência a me preocupar diante de problemas, mas ao longo dos anos, desenvolvi estratégias que ajudam. Assim que acordo, preparo o café da manhã e o levo para o escritório. Ouço uma mensagem devocional, enquanto como e anoto os versículos ou passagens que falam à minha alma. Então, abro meu
caderno de oração e oro por tudo o que nele adotei para a semana. Adiciono qualquer coisa que esteja me preocupando naquele dia e assinalo as orações respondidas e as conquistas obtidas. Essa rotina me traz paz, porque coloco tudo nas mãos de Deus. Também procuro estar atenta a qualquer lição que Deus esteja tentando me ensinar. Na semana passada, por exemplo, deparei-me várias vezes com o versículo “Aquietaivos, e sabei que eu sou Deus”2, o que deixou claro que Deus estava tentando chamar minha atenção para algo. Quando finalmente parei para ler alguns salmos e ouvir um hino em meio à natureza, senti a paz de Deus encher minha alma.” Rosane Pereira é professora de inglês e escritora no Rio de Janeiro, e membro da Família Internacional. ■ 13
Por Elsa Sichrovsky
DIFERENTE E MAIS PROFUNDA Fui criada em um lar cristão por dedicados pais cristãos. Orávamos antes de sair
de casa, sempre que entrávamos no carro, antes de cozinhar, antes de começar uma lição de casa e, claro, antes de dormir. As estantes estavam sempre cheias de livros devocionais infantis e exemplares da Bíblia e assistíamos desenhos animados da Bíblia à noite. Quando terminei o Ensino Médio e passei a frequentar o ambiente intelectual secular da academia, comecei a ver essas memórias com ambivalência e questionar a fé que tão fortemente havia permeado minha infância. Sabia que eu tinha um Amigo com o qual conversar sempre que precisasse de conforto e forças; e agora, enfrentando os desafios múltiplos de pressão acadêmica, pressão social e, pouco depois, pressões no mercado de trabalho, senti, mais do que nunca, a necessidade de orientação. Contudo, havia em mim conflito e confusão. 14
Então li um artigo em um site que oferece conselhos online. Uma adolescente que cresceu em um lar católico escreveu pedindo orientação, pois estava com dúvidas sobre sua fé. Como eu, sentia-se perdida e insegura. Identifiquei-me com sua situação e ansiosamente li a resposta do conselheiro. Infelizmente, o conselheiro a encorajou a encontrar significado nos prazeres da vida diária e sugeriu que a religião não fosse relevante nem útil na vida moderna. Um pouco decepcionada, continuei lendo os comentários, os quais endossavam a opinião do conselheiro, exceto um: “O tipo de fé que você descreve é muito infantil, tal qual a minha outrora foi. E morreu. Entretanto, a nova fé que encontrei cresceu e se tornou ainda mais forte e revestida de mais significado.” Apesar de ela ter duvidado da existência de Deus, finalmente redescobriu a alegria de ter um relacionamento pessoal com Jesus. A resposta desse comentarista mostrou que havia jovens que, como
eu, tinham crescido em um lar cristão e depois descoberto que Jesus era relevante para suas vidas adultas também. Não tive de voltar a crer como na infância nem resgatar os hábitos especiais de minha família cristã para ter um relacionamento com Jesus. Minhas convicções se fortaleceram pelo estudo dos escritos dos intelectuais cristãos que tinham lutado contra dúvidas e encontrado em sua fé força espiritual e coragem moral. Ainda estou tentando me entender com Jesus no que diz respeito ao que quer dizer ser cristã na minha vida adulta acelerada cheia de desafios. Ainda não sei todas as respostas, e às vezes sinto que minha fé é abalada, mas sei que Jesus está pacientemente me guiando e ensinando a andar com Ele de uma forma diferente e mais profunda. Elsa Sichrovsky é escritora freelance. Vive com sua família em Taiwan. ■
Por Marie Alvero
O METRÔNOMO Éramos quatro amigas sentadas conversando.
Cada uma tem seu trabalho , agendas lotadas e responsabilidades que nos levam para direções diferentes, de forma que não é com frequência que temos a oportunidade de estar juntas. Contudo, naquela noite, ali estávamos, compartilhando a vida. Nossa conversa navega por vários assuntos: filhos, viagens, desafios da vida, etc. Depois de um tempo, chegamos a um tema que nos é muito caro: como a Palavra de Deus tem guiado nossas vidas. O que nos impressiona é como cada uma de nós encontra relevância e valor na Bíblia, apesar de levarmos vidas tão diferentes. Não é que nosso dia a dia seja marcado por revelações extraordinárias, mas Sua palavra funciona para nós como um metrônomo que mantém nossas vidas em um ritmo padrão, apesar de vivermos em um momento
1. Ver Jeremias 29:13.
histórico em que tantas vezes se ouve que a Bíblia é irrelevante, superada e incapaz de nos orientar no que diz respeito aos desafios da vida moderna. Cada pessoa em nosso grupo pode testificar que Sua palavra é mais que o bastante para nos orientar no tocante às nossas motivações, perspectivas e valores que orientam nossas vidas. Adoro como Deus estruturou Seu plano para nós em torno de um relacionamento e não um regulamento. Não nos sobrecarregou com centenas de regras e tradições, mas faz que com tenhamos de buscá-lO e a Sua Palavra para saber o que Ele espera e quer de nós. Deus promete que se O buscarmos, O encontraremos.1 Tenho buscado Seu conselho com respeito aos meus filhos adolescentes. Uma de minhas amigas O consulta sobre a condução de sua empesa que se encontra em expansão. A outra está lidando com o diagnóstico de uma pessoa próxima que está mudando tudo em sua vida. A quarta tenta equilibrar a vida que se divide
entre sua profissão e o chamado cristão. Cada um de nós busca Deus e quer saber o que Ele pensa sobre essas várias questões. Terminamos nossa conversa com abraços e despedidas, cada uma mais confiante no mesmo guia que orienta cada uma em sua jornada. Marie Alvero foi missionária na África e no México. Atualmente vive com o marido e os filhos na Região Central do Texas, nos EUA. ■
Você pode co meçar a con struir uma relação com Deus p o r meio da seguinte ora ção: Querido Jesu s, obrigado p or morrer por mim, pa ra que eu po ssa ter vida eterna. Por fa vor, perdoe-m e pelos meus erros e pela minha fa lta de amor. Entre no meu coração, con cede-me a vida eterna e me ajude a co nhecer Seu amor e paz. Amém. 15
Com amor, Jesus
VITÓRIA PELA ORAÇÃO A oração mostra sua fé em Mim — a fé de que eu darei as soluções, mostrarei o caminho, atuarei na vida das pessoas e até mesmo farei o impossível quando necessário. Mostra também que Sua dependência de Mim e isso muito Me agrada. Ajo por meio das orações que você verbaliza e daquelas que faz apenas em seu coração, mas as palavras ditas oferecem uma maior manifestação da sua fé. Isso Me glorifica e é um reconhecimento de que sou Eu quem realiza os milagres, provê para você, garante sua proteção e lhe dá orientação. As orações sempre têm um efeito. Quando você ora, as coisas acontecem. Talvez a resposta não seja sempre o que pediu ou o que esperava, mas prometo responder em conformidade com o que sei ser o melhor. Comprometo-me atender a cada oração.